Fed aponta para subida de 50 pontos base dos juros nas próximas reuniões
Banco central deverá começar a reduzir o número de obrigações que detém, a um ritmo máximo de 95 mil milhões de dólares por mês.
A Reserva Federal norte-americana (Fed) acredita que será necessário um aumento de 50 pontos base nos juros nas próximas seis reuniões até ao final do ano, sobretudo se as pressões sobre a inflação se mantiverem elevadas ou se intensificarem. De acordo com as minutas da última reunião de política monetária, reveladas esta quarta-feira, os membros do banco central concordaram que a incerteza sobre a evolução da inflação é bastante alta e que, por isso, a Fed deverá também começar a reduzir o número de obrigações que detém, a um ritmo máximo de 95 mil milhões de dólares por mês.
Os membros da Fed “concordaram que limites mensais de cerca de 60 mil milhões de dólares para títulos do Tesouro e cerca de 35 mil milhões de dólares para a agência MBS [hipotecas] provavelmente seriam apropriados”, lê-se nas minutas das reuniões de 15 e 16 de março, citadas pela Bloomberg (acesso pago, conteúdo em inglês). Os participantes “também concordaram que os limites poderiam ser implementados num período de três meses ou um pouco mais se as condições do mercado assim o justificarem“.
Com esta redução acentuada de até 95 mil milhões de dólares no número de obrigações — acima da taxa máxima de 50 mil milhões de dólares mensais que vigorou da última vez, em 2017 –, o banco central aperta ainda mais o crédito a toda a economia norte-americana, à medida que também sobe as taxas de juros para desacelerar a inflação que está em máximos de 40 anos.
As minutas mostram ainda que “muitos” membros da Fed consideram que um ou mais aumentos de meio ponto percentual (0,5%) poderiam ser apropriados nas próximas seis reuniões até ao final do ano, caso as pressões sobre os preços não se moderassem. “Muitos participantes observaram que (…) preferiam um aumento de 50 pontos base na meta para a taxa de fundos federais nesta reunião”, lê-se nas minutas. “No entanto, à luz da maior incerteza de curto prazo associada à invasão da Ucrânia pela Rússia, consideraram que um aumento de 25 pontos base seria apropriado nesta reunião”.
No mês passado, a Fed decidiu aumentar as taxas em 25 pontos base, naquela que foi a primeira subida desde 2018, como parte de um esforço mais agressivo para conter a pressão sobre os preços.
Os investidores anteciparam a possibilidade de mais de sete aumentos nas taxas de juro em 2022, à medida que as pressões inflacionárias se espalham, antevendo ainda uma grande hipótese de a Fed aumentar as taxas de juro em meio ponto percentual já no próximo mês, diz a Bloomberg.
(Notícia atualizada às 19h49 com mais informação)
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