Receitas da eDreams aumentam 2% para 160 milhões no primeiro trimestre fiscal de 2025

  • Servimedia
  • 3 Setembro 2024

Enquanto as receitas em dinheiro cresceram 4% para 173,5 milhões de euros.

A eDreams Odigeo, a maior empresa de subscrição de viagens do mundo e uma das maiores empresas de comércio eletrónico da Europa, divulgou os seus resultados na terça-feira, anunciando que o número de membros Prime ultrapassa os 6,2 milhões de subscritores, depois de registar um crescimento anual de 32%, e que deverá aumentar em pelo menos mais um milhão de subscritores durante o ano fiscal.

A este respeito, a eDreams destacou que as receitas do Prime, o seu programa de subscrição pioneiro, cresceram 22%, representando agora 67% do total. Os lucros marginais aumentaram 16% para 60,0 milhões de euros.

O resultado líquido foi positivo, numa base ajustada, em 2,6 milhões de euros, mais 145% do que no ano anterior. No entanto, registou uma perda líquida de 1,2 milhões de euros devido a custos tecnológicos mais elevados.

Entretanto, a empresa comunicou um novo crescimento da rentabilidade, com o lucro operacional bruto (Ebitda) “cash” a atingir 36 milhões de euros no início do AF de 2025 (+23%), enquanto o Ebitda ajustado cresceu 13% para 22,6 milhões de euros.

Paralelamente, o número de membros Prime registados pela empresa cresceu 32% em termos anuais, para 6,2 milhões, com adições líquidas de 409.000 entre abril e junho. Embora se espere alguma volatilidade nas adições líquidas trimestrais devido aos padrões de sazonalidade, espera-se que o negócio entregue pelo menos mais um milhão de subscritores até ao final do atual ano fiscal.

Conforme comunicado à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV), a execução estratégica contínua da eDreams Odigeo coloca ao alcance dos seus objetivos auto-impostos para 2024. Até ao final do atual ano fiscal, a empresa está no bom caminho para atingir os objetivos pré-estabelecidos de 7,25 milhões de subscritores Prime e um Ebitda Cash de 180 milhões de euros ou mais.

A CEO da empresa, Dana Dunne, afirmou que a empresa iniciou “o nosso ano fiscal com um primeiro trimestre extraordinário, caracterizado por um aumento da rentabilidade, uma expansão significativa da nossa base de subscritores e uma melhoria acentuada das margens, tal como tínhamos anunciado”. “À medida que nos aproximamos da conclusão deste roteiro, a base que construímos ao longo dos últimos anos preparou-nos para um sucesso contínuo e o potencial de crescimento para além de 2025 é imenso”, concluiu.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

O dia em direto nos mercados e na economia – 3 de setembro

  • ECO
  • 3 Setembro 2024

Ao longo desta terça-feira, 3 de setembro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

LALIGA com o melhor valor de transferências de verão desde a pandemia e aumenta em 25% as despesas com transferências

  • Servimedia
  • 3 Setembro 2024

Com a chegada de setembro termina a janela de transferências de verão que os clubes da LALIGA aproveitaram para aumentar o seu investimento em transferências para reforçar os seus plantéis.

Mais 25% do que no ano passado, de 444 milhões de euros para 555 milhões de euros, de acordo com os dados do famoso site Transfermarkt.

Este crescimento consolida uma trajetória de progressão sustentável do investimento em transferências realizado pelos clubes nas últimas épocas, tornando este período, em termos absolutos, o de maior despesa desde 2020.

De facto, a LALIGA destaca-se como a competição doméstica europeia que mais aumentou o seu investimento, em contraste com outras como a Premier League, que reduziu as suas despesas com transferências em 16% (de 2,8 mil milhões de euros para 2,34 mil milhões de euros), ou a Ligue 1 francesa (de 915 milhões de euros para 723 milhões de euros) e a Bundesliga (de 758 milhões de euros para 600 milhões de euros), que diminuíram ambas as suas despesas em 21%.

Fora da Europa, destaca-se o caso da Arábia Saudita. As suas despesas com transferências diminuíram significativamente, passando de 950 milhões de euros para apenas cerca de 475 milhões de euros, o que representa uma quebra de 50% em relação ao mercado de verão anterior.

Embora, em termos absolutos, a competição espanhola não tenha sido a que mais dinheiro investiu, foi a que conseguiu atrair os melhores jogadores do mundo que estavam no mercado. Quatro dos sete jogadores com maior valor de mercado que se transferiram neste verão acabaram na LALIGA.

Mbappé abriu o mercado com a sua transferência do PSG para o Real Madrid, avaliado em 180 milhões de euros segundo o Transfermarkt. Também Julián Álvarez, que se juntou ao Atlético de Madrid vindo do Manchester City e que, por sua vez, se tornou a transação mais elevada de todo o mercado, cujo montante atingiu os 75 milhões de euros, mais variáveis.

Outra das chegadas mais valiosas deste mercado foi a do jogador espanhol Dani Olmo ao Barça, por quem o clube pagou cerca de 47 milhões de euros, um preço inferior à sua avaliação no Transfermarkt de cerca de 60 milhões de euros.

Além disso, outro destaque da LALIGA foi a contratação do brasileiro Endrick, do Palmeiras para o Real Madrid, por 60 milhões de euros, um preço que corresponde à sua avaliação no mercado Transfermarkt. Estes jogadores juntam-se a uma lista de estrelas do futebol como Bellingham, Vinicius Jr, Lewandowski, Nico Williams e Lamine Yamal.

O sucesso dos clubes espanhóis neste mercado também tem estado sujeito ao controlo económico imposto pelos próprios clubes para preservar a sustentabilidade financeira dos mesmos.

Um modelo que se afigura necessário para a integridade das ligas e dos clubes e que começa a fazer sentir-se em competições como a Premier League inglesa, que nos últimos anos desenvolveu um sistema deficitário, mas que recentemente endureceu as suas regras de fair play financeiro, levando a sanções e perda de pontos por incumprimento por parte de clubes como o Everton e o Nottingham Forrest.

Este modelo de sustentabilidade promovido pela LALIGA tem demonstrado que não existe correlação entre o nível de despesa e a competitividade, algo que é confirmado pelos clubes espanhóis, uma vez que o Real Madrid é atualmente o atual campeão da Liga dos Campeões – que esta época inaugura um novo formato de competição – e também da Supertaça Europeia, numa recente final contra a Atalanta, de Itália.

Além disso, este verão, os jogadores da LALIGA também demonstraram a sua importância a nível das seleções nacionais, uma vez que foram protagonistas das competições desportivas de verão, tanto no torneio europeu e americano de futebol como nos jogos de Paris. A este respeito, a competição espanhola foi a que contribuiu com mais representantes para as equipas nacionais que disputaram as finais, com um total de 45 jogadores, um número que outros campeonatos nacionais não conseguiram igualar.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Mais de 300 especialistas vão reunir-se na Arábia Saudita para a Cimeira Global da Inteligência Artificial (GAIN)

  • Servimedia
  • 3 Setembro 2024

As palestras de mais de 300 oradores, incluindo académicos, executivos, reguladores e decisores de 100 países de todo o mundo, irão girar em torno do tema da cimeira “Agora, Próximo, Nunca”.

A Cimeira Mundial de Inteligência Artificial 2024, organizada pela Autoridade Saudita de Dados e Inteligência Artificial (SDAIA), anunciou na terça-feira o seu prestigiado alinhamento de oradores. O evento, que se alinha com a Visão 2030 da Arábia Saudita para diversificar a economia, foi concebido para promover a colaboração global e explorar o potencial transformador da IA em todos os setores.

Durante as sessões, os especialistas discutirão o impacto transformador da tecnologia nas pessoas e nas comunidades, os benefícios reais da IA, a trajetória futura da tecnologia e as considerações éticas necessárias para garantir o desenvolvimento responsável da IA em todos os sectores.

“O GAIN será um evento marcante na definição do futuro da IA. O tema é particularmente pertinente, uma vez que nos desafia a considerar as implicações imediatas, as inovações futuras e as responsabilidades éticas que acompanham o rápido avanço das tecnologias de IA. Trata-se de uma tecnologia extremamente promissora, mas, à medida que inovamos, também não nos podemos dar ao luxo de errar. É essencial que a integração da IA seja sustentável e para a melhoria da sociedade. A forte presença de líderes mundiais, especialmente do setor da consultoria, sublinha o papel fundamental da IA na transformação das empresas e na inovação global, bem como o seu compromisso de colaboração à medida que lidamos com as muitas questões levantadas por esta tecnologia”, afirmou o porta-voz oficial da SDAIA, o engenheiro Majed Al-Shehri.

O GAIN contará com oradores de todo o mundo, incluindo Cristiano Amon (presidente e diretor executivo da Qualcomm Incorporated), Nick Studer (presidente e diretor executivo do Oliver Wyman Group), Marc Raibert (presidente da Boston Dynamics), Marcelo Claure (fundador e diretor executivo do Claure Group), Julie Sweet (CEO da Accenture), Amandeep Gill (Enviado do Secretário-Geral das Nações Unidas para a Tecnologia), Kathleen Kennedy (Diretora Executiva do Centro de Inteligência Colectiva do MIT), Alex Smola (CEO da Boson AI).

Também estarão presentes Andrew Feldman (Fundador e Diretor Executivo, Cerebras Systems) e Chris Miller (Diretor, Greenmantel), Caroline Yap (Diretora-Geral Global, Google Cloud), Stefan Schnorr (Secretário de Estado, Ministério Federal Alemão do Digital e dos Transportes), Charles-Edouard Bouée (Co-Fundador e Sócio-Gerente, Adagia Partners), Jonathan Ross (Fundador e Diretor Executivo, Groq) e Deepak Chopra (Fundador, Chopra Foundation).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Caldea fecha agosto com mais 4% de receitas do que no mesmo mês de 2023

  • Servimedia
  • 3 Setembro 2024

Este saldo positivo das receitas é explicado pelo aumento do preço médio do bilhete, pela melhor venda de tratamentos e pelo bom desempenho do clube desportivo para sócios residentes em Andorra.

Este verão, o centro conseguiu estimular a procura graças à abertura, no final de julho, da Grande Lagoa central, completamente renovada, e também ao facto de a experiência ter sido enriquecida com um novo espetáculo de acrobacias e danças urbanas no spa maior do Caldea.

Sem esquecer a introdução no spa para adultos de um novo workshop de mindfulness na água e as sessões de cocktails animadas por um DJ no terraço.

Por outro lado, e de acordo com os relatórios de conhecimento do cliente da empresa, os visitantes classificaram a experiência Caldea este verão com 8,6 em 10, uma nota que melhorou em relação ao verão passado e que indica uma boa avaliação global da experiência.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 3 Setembro 2024

BdP divulga evolução das taxas de juro sobre novos depósitos a prazo. Já na Câmara Municipal de Lisboa vai discutir-se efeitos do alargamento do aeroporto e será lido o acórdão da Operação Malapata.

No mesmo dia em que o Banco de Portugal divulga as estatísticas relativas às taxas de juro e montantes de novos empréstimos e depósitos relativas a julho, será lido o acórdão da Operação Malapata e discutido em reunião pública extraordinária na Câmara Municipal de Lisboa os efeitos do aumento do aeroporto da capital. Lá fora, a Eurostat divulga estatísticas relativas a licenças de construção e ao volume de negócios da indústria e começa o julgamento do ex-CEO da Volkswagen no âmbito do escândalo ‘dieselgate’.

Quais as taxas de juros que os bancos pagam pelos depósitos?

O Banco de Portugal (BdP) vai divulgar esta terça-feira as estatísticas das taxas de juro e montantes de novos empréstimos e depósitos relativas a julho deste ano. A instituição revelou que junho foi o sexto mês consecutivo em que as taxas de juro médias dos novos depósitos a prazo de particulares caíram. No mesmo período, o preço pago pelos bancos aos novos depósitos também caiu na Zona Euro. Não obstante, Portugal mantém-se abaixo da média europeia, ocupando a sexta posição mais baixa entre os países da união económica.

Começa o julgamento do ex-CEO Volkswagen no âmbito do ‘dieselgate’

O julgamento do antigo presidente do conselho de administração da Volkswagen, Martin Winterkon, sob a acusação de fraude e manipulação de mercado relacionado com o ‘dieselgate’ começa esta terça-feira. O tribunal estadual de Baunschweig, Alemanha, agendou 89 sessões judiciais até setembro de 2025, avançou a AP. Winterkon negou ter cometido qualquer infração, nomeadamente, relacionada com a utilização pela empresa de um software que simulava que os veículos emitiam menos do limite legal de óxido de azoto nos EUA quando estavam em testes, mas os carros emitiam muito mais que o limite imposto.

Câmara de Lisboa discute efeitos do alargamento do Aeroporto

A Câmara Municipal de Lisboa (CML) vai realizar uma reunião pública extraordinária para discutir os efeitos do aumento da capacidade do Aeroporto Humberto Delgado. No entanto, duas das entidades cuja presença foi solicitada não vão comparecer, nomeadamente, o Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável (CNADS) e o Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA).

César Boaventura conhece a decisão no caso da “Operação Malapata”

Deverá ser lido esta terça-feira o acórdão do julgamento da Operação Malapata que tem como principal arguido o empresário de futebol César Boaventura. A operação investiga a transferência de jogadores e contas bancárias por onde circulavam milhares de euros. Nas alegações finais do processo, a 20 de junho, o Ministério Público pediu oito a 10 anos de prisão para César Boaventura. O empresário está acusado de cinco crimes de burla qualificada, três de falsificação de documentos, um de fraude fiscal qualificada e ainda outro de branqueamento de capitais, avançou o Observador (acesso pago).

Eurostat divulga dados da produção industrial

O Eurostat vai revelar os dados referentes ao volume de negócios na indústria relativos a junho. Segundo as últimas estatísticas divulgadas, a produção industrial na zona euro diminuiu 0,6%, e 0,8% na União Europeia (UE), em maio face a abril. Além disso, a produção industrial diminuiu 2,9% na área do euro e 2,5% na UE em maio de 2024 face ao mesmo mês no ano passado. O gabinete estatístico também vai divulgar as licenças de construção em maio deste ano.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Empresa portuguesa lança serviço que troca automaticamente para a melhor oferta de energia

A Manie introduz um novo serviço em Portugal: os clientes podem delegar a tarefa de encontrar a melhor oferta de energia e de mudar o contrato sempre que fiquem a ganhar mais. Podem poupar 60%.

Mudar de comercializador e oferta da luz é um processo algo simplificado em Portugal. Há vários simuladores disponíveis para que cada pessoa perceba qual a melhor oferta para o seu caso e mudar, sem custos, quantas vezes quiser. No entanto, nem todos os consumidores tiram partido desta dinâmica com frequência. A Manie viu aqui uma oportunidade: propõe-se a tratar de tudo pelo consumidor e a trocar de comercializador sempre que exista uma oferta mais vantajosa no mercado, um serviço que não existia no país até ao momento. A poupança pode chegar aos 60%, garante a empresa.

André Pedro e João Melo, dois dos co-CEO do site de finanças pessoais ComparaJá, aperceberam-se de ineficiências no processo de mudar de comercializador, como o facto de serem constantemente pedidas as mesmas informações. Foi a partir desta análise que começaram a criar a Manie, juntamente com Francisco Ferreira e José Sá, vindos da start-up de crowfunding Seedrs. A plataforma (manie.pt) pretende facilitar a gestão da energia, “do consumo à produção”, conta André Pedro ao ECO/Capital Verde.

Da esquerda para a direita está: José Sá, Francisco Ferreira, André Pedro e João Melo.

Numa primeira fase, a Manie está focada na “otimização dos preços que o consumidor paga pela sua energia”. Tudo começa com a apresentação de um ficheiro digital (em formato PDF) de uma fatura da energia pertencente ao cliente em causa. Alimentando-se dos dados do simulador da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos, aos quais acrescenta uma “camada” com ofertas específicas promocionais, a Manie deteta e partilha as melhores ofertas para cada perfil de consumo. Se o consumidor quiser, pode tomar as rédeas, escolher o comercializador que prefere e terminar o processo através do site.

No entanto, se o consumidor preferir que a plataforma prossiga com o processo, a Manie está a introduzir uma ferramenta que é nova no mercado português: a troca automática de contrato. Se o utilizador der autorização à empresa para esta mudar o seu contrato de eletricidade e/ou gás, a plataforma fá-lo, e contrata a melhor oferta. O utilizador pode ainda assinalar critérios que quer que sejam tidos em conta, como pedir o fornecimento de eletricidade unicamente renovável ou um bónus de desconto nos combustíveis.

Uma vez que um novo contrato demora três a cinco dias a ficar ativo, um utilizador poderia trocar de oferta, no limite, numa base semanal, embora normalmente não existam oscilações que o justifiquem, afirma André Pedro. Até ao final do ano, todos os serviços vão ser gratuitos. A partir daí, só será gratuita a reavaliação e eventual troca de contrato de três em três meses. Para uma maior frequência, ou seja, trocas sempre que compense monetariamente, será necessária uma subscrição de 3,99 euros, que só será cobrada quando a poupança for superior.

A Manie estima que numa primeira alteração o cliente possa poupar entre 40% a 60% do que paga atualmente — nesta fase de testes, a poupança média foi de 52%, informa o fundador.

Não vamos negociar contratos, só em casos mais específicos, por exemplo casos de empresas, em que o consumo é muito elevado e os comercializadores podem ter interesse em oferecer um preço diferente”, esclarece André Pedro. Numa fase posterior, na qual a Manie tenha angariado uma massa de clientes mais significativa também está nos planos negociar contratos em bloco (bulk). “Nos países nórdicos existem os chamados energy clubs [clubes de energia], em que a energia é negociada em pacote, de forma a obter preços mais atrativos”, explica o fundador.

A Manie pretende lucrar não só através das subscrições mas também firmando contratos com os comercializadores nos quais acordem uma comissão por cada cliente angariado. Contudo, nenhum comercializador ficará de fora da plataforma, garantindo sempre que o cliente recebe a oferta mais baixa. Assim, o incentivo para os comercializadores acordarem o pagamento de uma comissão por contrato será a hipótese de definir ofertas específicas para os clientes que chegam via Manie.

Além da troca de contratos, gerir energia

Uma vez que o mote é “do consumo à produção”, a Manie está a desenvolver uma aplicação móvel (app) através da qual o cliente vai poder gerir melhor a sua energia — tanto a que consome, como aquela que produza.

Uma vez que até ao final do ano está previsto que todas as casas em Portugal passem a ter contadores inteligentes, caso o consumidor tenha um contrato a preços indexados (que variam de acordo com o mercado grossista, onde os produtores vendem a sua energia aos comercializadores), pode gerir os seus consumos com o auxílio da app. Através da aplicação, pode ficar por exemplo a saber qual a hora mais barata para carregar o carro elétrico ou colocar a máquina da roupa a funcionar. E, se tiver eletrodomésticos inteligentes, pode até dar a ordem automaticamente para iniciar o funcionamento dos mesmos.

Por fim, através também da análise dos consumos que é permitida através da fatura, a plataforma poderá recomendar a alguns perfis a produção de energia solar. A Manie tem parcerias com empresas de painéis fotovoltaicos no sentido de servirem os clientes cujo perfil de consumo se adeque à produção. Mesmo que este seja o caso de alguém que não tenha espaço para a instalação de um painel fotovoltaico, a plataforma vai facilitar a criação de comunidades de energia renovável ou até a subscrição, por parte de clientes que vivem noutras cidades, de painéis instalados por exemplo no Alentejo.

Em julho e agosto a plataforma já esteve operacional, mas em fase de testes. O objetivo é em setembro a Manie entrar “a sério” no mercado, com a divulgação e aceleração do investimento, afirma André Pedro. Os fundadores esperam ter as funcionalidades todas disponíveis já no próximo ano, apesar de, para já, arrancarem apenas as ferramentas de otimização de preço.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Reformados recebem duplo “brinde” em outubro

Um português que receba pensão de 1.500 euros vai ganhar "brinde" de 280 euros em outubro, isto é, 100 euros do suplemento extraordinário e 180 euros das novas tabelas de retenção.

Os pensionistas portugueses vão beneficiar de um duplo “brinde” em outubro. No próximo mês, será pago o suplemento extraordinário a quem tem reformas até 1.527,78 euros e vão ser aplicadas as novas tabelas de retenção na fonte de IRS, que deixarão mais rendimento líquido na carteira dos contribuintes. Resultado: de acordo com as simulações feitas pela EY para o ECO, um português com uma pensão de 1.500 euros, por exemplo, pode contar com um bónus total de 280 euros, no mês em que o Governo vai apresentar ao Parlamento a sua proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano.

No que diz respeito ao suplemento extraordinário, trata-se de um pagamento único cujo valor varia em função do montante global das prestações recebidas por cada reformado. O bónus será de 200 euros para os pensionistas com reformas até 509,26 euros, de 150 euros para os pensionistas com prestações acima de 509,26 euros até 1.018,52 euros, e de 100 euros para os pensionistas que aufiram mais de 1.018,52 euros, até ao limite de 1.527,78 euros.

Conforme já adiantou o ECO, esse suplemento será pago a 8 de outubro à generalidade dos reformados (isto é, àqueles que recebem a sua pensão da Segurança Social), sendo que, no total, 2,4 milhões de pensionistas vão beneficiar desta medida, que custará 422 milhões de euros aos cofres do Estado. Os reformados da Caixa Geral de Aposentações (CGA) — isto é, da Administração Pública — recebem só no dia 18 de setembro.

Mas esse não será o único “bónus” que chegará à carteira dos reformados portugueses em outubro.

O Governo aprovou novas tabelas de retenção na fonte para refletir a redução de IRS aprovada pelo Parlamento. Durante dois meses, as taxas a aplicar aos salários e pensões serão bem menores do que é costume, para compensar, de forma retroativa, o valor retido em excesso desde janeiro.

No caso dos salários, o aumento do rendimento líquido proporcionado por estas novas tabelas de retenção será sentido já em setembro. Mas no caso das pensões, como as reformas de setembro já estavam em processamento, o alívio só se sentirá em outubro, segundo explicou ao ECO o Ministério do Trabalho.

Significa que em outubro coincidirão o suplemento extraordinário e o alívio adicional da retenção na fonte, fazendo aumentar, de modo excecional, o rendimento líquido dos pensionistas.

Vamos a contas. No caso dos pensionistas aos quais foi prometido o “cheque” de 200 euros, esse será o seu único “brinde” em outubro. São reformados que, por receberem pensões muito baixas, já não faziam retenção na fonte de IRS, pelo que a mudança nas tabelas não terá impacto no seu caso.

Em contraste, os pensionistas que receberão 150 euros de suplemento extraordinário vão ver o seu rendimento líquido aumentar, não só por causa desse cheque mas também devido às mudanças nas tabelas de retenção na fonte.

De acordo com as contas da EY, um reformado (solteiro e sem dependentes) com uma pensão de 900 euros, por exemplo, reteve na fonte 27 euros todos os meses até aqui. Porém, em outubro, não fará retenção na fonte.

Ou seja, terá um ganho líquido de 27 euros, aos quais acrescem os 150 euros de suplemento, num “brinde” total de 177 euros.

Já um pensionista (solteiro e sem dependentes) com uma pensão de 1.000 euros descontou até aqui 58 euros por mês. Em outubro, não terá esse “corte”, o que significa que verá o seu rendimento líquido aumentar mais de 200 euros (150 euros do suplemento extraordinário e 58 euros do alívio das novas tabelas de retenção na fonte).

Mesmo entre quem tem pensões mais elevadas, há quem possa contar com este duplo “bónus” em outubro, mostram as contas da EY.

Um pensionista com uma reforma de 1.500 euros vai receber um suplemento extraordinário de 100 euros, mas também vai descontar menos 180 euros do que descontava até aqui. O seu rendimento líquido vai subir, portanto, 280 euros em outubro, segundo as simulações da EY.

Mais 280 euros de rendimento líquido em outubro para pensionista com reforma de 1.500 euros

100 euros em suplemento extraordinário;
180 euros com nova tabela de retenção na fonte de outubro (face a setembro).

Mas convém notar que este duplo “brinde” é temporário. O suplemento extraordinário será pago apenas uma vez, ou seja, não se trata de um aumento permanente das pensões. E também a “generosidade” das tabelas de retenção na fonte não será mantida.

A partir de novembro, entrarão em vigor novas tabelas, que serão, sim, menos pesadas do que as que vigoraram até aqui na carteira dos portugueses, mas mais do que as de outubro.

Por exemplo, o pensionista com uma reforma de 900 euros passará a descontar 18 euros. É mais do que os zero euros de outubro, mas menos do que os 27 euros de setembro, como mostra a tabela acima.

No total, esse pensionista irá beneficiar, até ao fim do ano, de um aumento do rendimento líquido de, pelo menos, 195 euros face ao que seria expectável: 150 euros de suplemento extraordinário, 27 euros de “poupança” com a tabela de retenção na fonte de outubro e 18 euros de alívio referente à tabela de retenção na fonte de novembro e dezembro.

Mais 195 euros de rendimento líquido em três meses para pensionista com reforma de 900 euros

150 euros em suplemento extraordinário;
27 euros com tabela de retenção na fonte de outubro (face a setembro);
9 euros com tabela de retenção na fonte de novembro (face a setembro).
9 euros com tabela de retenção na fonte de dezembro (face a setembro)

Já no caso de um pensionista com uma reforma de 1.500 euros, em novembro passará a descontar 177 euros, em vez dos 11 euros que reteve em outubro.

Ou seja, no último trimestre do ano, terá na sua carteira 100 euros de suplemento, 180 euros de “poupança” proporcionada pela tabela de retenção na fonte de outubro e 28 euros de “poupança” relativa às tabelas de retenção na fonte de novembro e outubro. São mais 308 euros de rendimento líquido do que seria esperado, no conjunto do ano.

De salientar que o aumento do rendimento líquido desse pensionista até pode ser maior do que estes valores, porque o Governo fará a compensação, em novembro e dezembro, da não aplicação das tabelas em setembro. Significa que haverá ligeiros acertos nos descontos dos últimos dois meses do ano para refletir a descida da retenção que devia ter tido efeito em setembro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Estado já arrecadou 85% da receita de IRC prevista para este ano

Receita com IRC arrecadada até julho ronda os sete mil milhões de euros. Execução representa 85% do previsto no Orçamento do Estado, ajudando as contas públicas.

O Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Coletivas (IRC) rendeu aos cofres do Estado cerca de sete mil milhões de euros até julho, contribuindo para o aumento da receita fiscal e dando motivos ao ministro das Finanças para confiar que as contas públicas vão chegar ao fim do ano com um ligeiro excedente orçamental. Se no primeiro semestre o Estado só tinha executado 39% da receita fiscal prevista para este ano, a situação mudou e esta percentagem não só subiu, como 85% da receita de IRC estimada no Orçamento do Estado para 2024 já foi arrecadada.

De acordo com os dados da execução orçamental, divulgados na sexta-feira pela Direção-Geral do Orçamento, a receita com IRC cresceu 36% em julho face ao período homólogo, quando se cifrou em 5.112,3 milhões de euros. Esta evolução é em larga medida explicada pelo fim da prorrogação do prazo de entrega da declaração anual de rendimentos (modelo 22), que indica o lucro ou prejuízo anual das empresas e o valor do imposto a pagar ou a receber. O fim prazo de entrega foi adiado este de junho até ao dia 15 de julho.

A receita arrecada com este imposto direto traduz uma execução de mais de 85,4% face aos 8.147,7 estimados no Orçamento do Estado para 2024 (OE2024). Segundo a Conta Geral do Estado (CGE), a receita com IRC na globalidade de 2023 ascendeu a 8.685,3 milhões de euros.

O desempenho da receita com o imposto que incide sobre as empresas não deu alento apenas às expetativas do Terreiro do Paço, já serve de contra-crítica pela oposição. Num artigo de opinião publicado no ECO, António Mendonça Mendes, antigo Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais do Governo socialista de António Costa e membro do atual núcleo duro do PS para as negociações sobre o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) aproveita o quadro das receitas fiscais para responder às acusações dos “que durante oito anos confundiram aumento da atividade económica com aumento da carga fiscal“.

Estamos perante a maior arrecadação de sempre de receita fiscal em IRC: mais 40% no final de 2023 face ao registado em 2019 (ano anterior à pandemia) e mais 1,8 mil milhões de euros e 36% na arrecadação dos primeiros sete meses de 2024, face a igual período de 2023. Que boa notícia para todos. E como é verão, a cigarra aproveita…”, refere o deputado socialista.

Mendonça Mendes adverte, contudo, que “a receita de IRC é cíclica e, adicionalmente, beneficia neste momento dos resultados extraordinários do sistema bancário“.

Os dados da execução orçamental indicam que até julho, a receita fiscal cifrou-se em 33.403,7 milhões de euros, o que traduz uma taxa de execução de 55,6% face ao estimado no OE2024. A receita com impostos indiretos ascendeu a 15.562,7 milhões de euros (um crescimento de 13,7% em comparação com julho do ano passado) e com impostos indiretos 17.841,1 milhões de euros (uma subida de 2,8% face ao período homólogo).

O Estado passou de um défice a um excedente de 1.059,8 milhões de euros, correspondendo a uma diminuição de 3.922,4 milhões de euros face julho do ano passado, refletindo um aumento da despesa (11,3%) superior ao da receita (4,3%).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

BCP vende dívida de 80 milhões da falida Inapa

Banco já dava exposição à distribuidora de papel como crédito malparado antes de declarar falência. Além da Inapa, também vendeu dívida de 80 milhões do Autódromo do Algarve.

O BCP prepara-se para se desfazer da exposição problemática no valor de 80 milhões de euros que tem na falida Inapa. O banco já considerava aquele crédito como malparado antes de a distribuidora de papel anunciar a insolvência. Agora está prestes a vender a dívida juntamente com outras dívidas tóxicas, incluindo da promotora do Autódromo do Algarve, a Parkalgar, de acordo com as informações recolhidas pelo ECO. Comprador: o consórcio da Arrow e CRC.

Nenhuma das partes envolvida no negócio quis fazer comentários sobre esta operação, até porque ainda não está fechado, prevendo-se o closing para as próximas semanas.

O ECO avançou em maio que o banco liderado por Miguel Maya tinha colocado à venda um portefólio de crédito malparado no valor de 265 milhões de euros, o chamado “Projeto Spring”.

Praticamente metade deste valor corresponde às exposições problemáticas junto da Inapa e da Parkalgar, ambas com o valor contabilístico bruto (isto é, sem imparidades) de cerca de 80 milhões de euros. Mas a meio deste processo, as duas empresas vieram a estar nas notícias durante o verão.

No caso da promotora do Autódromo Internacional do Algarve perdeu o seu CEO, Paulo Pinheiro, que acabou por falecer no dia 10 de julho depois de dois meses hospitalizado em França. “Era o motor da Parkalgar em todos os aspetos”, comenta uma fonte apontando aos muitos desafios que o projeto vai enfrentar com a perda do seu mentor.

Quanto à Inapa marcou a agenda mediática e política com a falência anunciada no dia 21 de julho após a aposta falhada no mercado alemão, e num processo ainda não terminado e que envolveu o Governo em face da recusa da Parpública, tutelada pelo Ministério das Finanças, em socorrer financeiramente a distribuidora de papel com 12 milhões de euros.

Pelo meio, a Inapa – cuja administração apresentou demissão – acusou a Parpública de ter provocado a falência, com o Governo recusar responsabilidades, argumentado que não injetou dinheiro porque não havia garantias de que fosse reembolsado. Ainda assim, as falhas de comunicação com a Parpública levaram as Finanças a afastarem a administração da holding que gere as participações do Estado na semana passada. Para o lugar do presidente José Realinho de Matos o Governo escolheu o nome de Joaquim Cadete. A Parpública acabou por incluir uma perda por imparidade de 7,7 milhões de euros em relação ao investimento na Inapa nas contas de 2023.

O BCP chegou a deter uma participação de 30% na Inapa, tendo reduzido a exposição ao longo do ano passado. Ainda mantinha uma participação (que passou a ser não qualificada) de cerca de 4,7%, avaliada em menos de um milhão de euros a preços de mercado. A Parpública é o maior acionista da Inapa com 44,89% do capital da empresa, seguindo-se a Nova Expressão (10,85%) e o Novobanco (6,55%).

O relatório e contas de 2023 da Inapa dava conta de financiamentos bancários contraídos junto do BCP de 85,987 milhões de euros. A dívida da Inapa ascendia a mais de 200 milhões, com Novobanco e Caixa Geral de Depósitos (CGD) a figurarem também na lista dos maiores credores.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“A independência energética na Europa é um tema relevante e atual”

  • Conteúdo Patrocinado
  • 3 Setembro 2024

"Implica reduzir a dependência de fontes externas de energia que, na grande maioria, são importadas de regiões politicamente instáveis", analisa Luis Pinho, Country Director Helexia.

Luis Pinho, Country Director Helexia

O desenho de novas regras, a diversificação de investimentos e a incorporação das tecnologias mais recentes pelos principais stakeholders da área da energia vão trazer impactos no futuro deste setor. Entre os principais temas em discussão está a independência energética da Europa ou a participação de Portugal nas redes/interconexões internacionais e na integração de renováveis na rede elétrica.

A Conferência Energy 2024, que vai acontecer já no dia 12 de setembro, das 9 horas às 13h00, no CCB, em Lisboa, pretende debater todas estas questões relacionadas com a transição energética. Para isso, contará com vários especialistas da área, nomeadamente Luis Pinho, Country Director Helexia, que partilhou o seu ponto de vista sobre alguns dos temas que irão ser debatidos na conferência.

A Conferência Energy 2024 vai abordar vários temas, entre eles o das novas tecnologias e da transição energética. Com todo o avanço tecnológico que se tem vindo a fazer, o que justifica não haver uma maior rapidez na transição energética?

Colocar a questão do lado da tecnologia parece-me demasiado simplista. Já existe tecnologia suficientemente madura e com preços competitivos para dar suporte através de várias fontes renováveis (sol, vento e água). A transição energética é uma mudança e comporta em si mesmo a necessidade de vencer a nossa tendência natural – ou aversão – à mudança. Temos que falar dela, mais e mais. Temos que ser persistentes na aculturação da necessidade -nossa e das gerações seguintes – em fazer a transição! Temos, acima de tudo, que educar as novas gerações para esta necessidade, só assim iremos capacitar e promover a mudança que se nos impõe.

Naturalmente, existem entropias que atrasam a capacidade dos operadores de mercado de desenvolver e implementar projetos. Por exemplo, a capacidade de regular ou agilmente adaptar a regulação à evolução das tecnologias, por um lado, mas também, depois, a capacidade de resposta das várias entidades envolvidas (regulação, certificação, etc) em tempo útil, ou pelo menos em respeito dos prazos e tramites estipulados.

"Existem entropias que atrasam a capacidade dos operadores de mercado de desenvolver e implementar projetos.”

Luis Pinho, Country Director Helexia

Acima de tudo, entendo haver necessidade urgente de diálogo e capacidade que não nos isole a cada um nas “nossas” tecnologias e colaborarmos proativamente na criação de soluções multi-tecnologia, que otimizem a resposta, mitiguem a intermitência normal e anormal das fontes renováveis e, também, que não alimentem discussões que tendem a ser estéreis para este problema, que é tão transversal e que requer, por isso, complementaridade nas soluções a implementar. Enquanto estas questões estiverem em cima da mesa, a solução (aparentemente) mais fácil, será sempre o business as usual.

A independência energética na Europa será outro dos temas do evento. É possível que o caminho do futuro seja mesmo por aqui? E o que implica tomar essa direção?

A independência energética na Europa é um tema relevante e atual. Implica reduzir a dependência de fontes externas de energia, como o gás natural e o petróleo que, na grande maioria, são importadas de regiões politicamente instáveis. Este caminho pode ser o futuro, especialmente considerando os recentes desenvolvimentos geopolíticos e a necessidade urgente de combater as alterações climáticas.

Assumir o caminho da independência energética envolve várias implicações:

  1. Desenvolvimento e implementação de capacidade de produção renovável: A Europa terá que investir massivamente em energias renováveis, como a solar, eólica e hídrica, mas não só na instalação, como acima de tudo na capacidade de desenvolver e produzir a tecnologia. Pensarmos em independência energética e depender dos equipamentos de um qualquer outro concorrente europeu, parece-me utópico;
  2. Inovação Tecnológica: Será necessário promover a inovação tecnológica para melhorar a eficiência energética e desenvolver novas formas de armazenamento de energia. O armazenamento é um dos grandes desafios, para combater a intermitência das fontes renováveis. A capacidade de armazenar energia para uso posterior é crucial;
  3. Infraestruturas e Redes: A criação de infraestruturas adequadas para suportar a produção e distribuição de energia renovável é essencial. Isso inclui a modernização das redes elétricas e a integração de tecnologias inteligentes para gerir a oferta e a procura de energia de forma eficiente;

    "A transição energética é um equilíbrio delicado entre a necessidade de descarbonização e a garantia de segurança energética para os consumidores. Porém o “isolacionismo” energético representa também um enorme risco de segurança.”

    Luis Pinho, Country Director Helexia
  4. Políticas e Regulação: A implementação de políticas e regulamentos que incentivem a transição energética é fundamental. Isso pode incluir apoios para novas tecnologias, que devem resultar da transferência de impostos sobre emissões de carbono;
  5. Cooperação Internacional: A independência energética não pode significar isolamento. A Europa pode beneficiar de parcerias internacionais para partilhar tecnologias, recursos e conhecimentos. A participação de Portugal nas redes internacionais, por exemplo, pode trazer benefícios significativos, como o acesso a mercados mais amplos e a partilha de melhores práticas;
  6. Impacto Económico e Social: A transição para a independência energética terá impactos económicos e sociais. Vai criar novos empregos em setores como a energia renovável e a eficiência energética, mas também pode exigir a requalificação de trabalhadores de setores tradicionais. Acima de tudo, temos a obrigação de promover de forma rápida a requalificação de trabalhadores de setores menos atrativos ou em tendência decrescente de evolução, para suportar a necessidade massiva de recursos, competentes e motivados.

Em resumo, a independência energética na Europa é um caminho promissor, mas que exige um esforço coordenado e investimentos significativos. A transição energética é um equilíbrio delicado entre a necessidade de descarbonização e a garantia de segurança energética para os consumidores. Porém o “isolacionismo” energético representa também um enorme risco de segurança.

Também se coloca a hipótese da participação de Portugal nas redes internacionais. Quais os benefícios desta escolha?

Portugal tem vantagens exógenas incríveis, temos abundância de recursos renováveis que nos permitem construir capacidade e independência. Num mercado cada vez mais global, a participação nas redes internacionais será sempre um contributo para melhor gestão da nossa capacidade de geração, mas também melhor gestão das intermitências. Para além disso, a participação nestas redes internacionais, promove discussão, diálogo, partilha de conhecimento e experiências será sempre, por isso, um forte contributo ao desenvolvimento sustentável.

Ao longo do evento, haverá, ainda, espaço para alguns debates. O primeiro abordará o equilíbrio difícil entre transição e segurança elétrica. O que o torna um equilíbrio difícil?

Falamos de uma mudança, que é estrutural e, embora possa parecer irrelevante ou até passar despercebida para a grande maioria dos consumidores de energia, tem sérias implicações no equilíbrio do sistema tal como ele foi desenhado e na sua capacidade de adaptação. Dito de outra forma, tem que ser uma mudança ao mesmo ritmo, quer do lado da produção mas também da distribuição e da capacidade do operador da rede de garantir equilíbrio do fornecimento. Ninguém está preparado ou “disponível” para ficar às escuras se estivermos num ano de seca, num período sem vento, e ao mesmo tempo sem sol… É, por isso, absolutamente essencial que mecanismos de equilíbrio, como armazenamento e potência disponível, possam ser “ativados” em caso de outros recursos não estiverem disponíveis.

"É, por isso, absolutamente essencial que mecanismos de equilíbrio, como armazenamento e potência disponível, possam ser “ativados” em caso de outros recursos não estiverem disponíveis.”

Luis Pinho, Country Director Helexia

É também importante que o modo de operar do mercado e de definição do preço de energia seja revisto. O mix energético mudou e isso tem sérios impactos para todos os operadores em todas as fases da cadeia de valor. Por isso, para além da agilidade regulatória, temos que assegurar também a agilidade da evolução da rede de distribuição e dos mecanismos de preço de energia. Esta não é uma corrida de 100 metros unipessoal, é uma corrida de fundo em modo estafetas, e em que todos têm que estar bem coordenados para chegar à meta de forma rápida e segura.

Outro dos desafios a debater no evento será o do armazenamento. O que torna esta opção tão complicada?

O armazenamento de energia é um componente crucial, principalmente para dar resposta aos constrangimentos da intermitência da geração renovável. É também, atualmente, um dos maiores desafios na transição energética. Deixo aqui alguns dos desafios que entendo como pertinentes e que requerem esforços concertados para soluções eficazes, eficiente e equilibradas:

Desafios do Armazenamento de Energia:

  • Intermitência das Energias Renováveis: Fontes de energia como a solar e a eólica são intermitentes, ou seja, não produzem energia de forma constante. O armazenamento é necessário para garantir um fornecimento contínuo, mas as tecnologias atuais ainda enfrentam limitações em termos de capacidade e eficiência;
  • Custo Elevado: As tecnologias de armazenamento, como baterias de lítio, ainda são caras. Embora os custos estejam a diminuir, o investimento inicial é significativo, o que pode ser um obstáculo para a implementação em larga escala;
  • Infraestrutura e Logística: A criação de uma infraestrutura adequada para o armazenamento de energia requer tempo e recursos. Além disso, a logística de integrar sistemas de armazenamento com a rede elétrica existente ser seguramente complexa.
  • Durabilidade e Ciclo de Vida: As baterias e outros sistemas de armazenamento têm uma vida útil limitada e degradam-se com o tempo, e ciclos de utilização necessitando de substituições e manutenção frequentes.
  • Impacto Ambiental: A produção e o descarte de baterias podem ter impactos ambientais significativos. É imperativo assegurar métodos sustentáveis em toda a cadeia de valor desde a extração até à produção e reciclagem de baterias.

    "O armazenamento de energia é peça chave e essencial para a transição energética, mas enfrenta desafios significativos. No entanto, com investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento, será possível superar estas barreiras e criar um sistema energético mais sustentável e eficiente.”

    Luis Pinho, Country Director Helexia

Soluções e Inovações:

  • Armazenamento com Bombagem Hidráulica: Utiliza a energia excedente para bombear água para um reservatório elevado, que depois é libertada para gerar eletricidade quando necessário.
  • Armazenamento Térmico: Armazena energia na forma de calor, que pode ser convertido em eletricidade posteriormente.
  • Baterias de Fluxo: Oferecem uma alternativa às baterias de lítio, com maior durabilidade e capacidade de armazenamento.

Concluo que o armazenamento de energia é peça chave e essencial para a transição energética, mas enfrenta desafios significativos. No entanto, com investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento, será possível superar estas barreiras e criar um sistema energético mais sustentável e eficiente.

Descarbonização e preço para os consumidores serão outros temas em debate. Pode avançar algum detalhe do que será abordado nestes tópicos?

Acredito que a objetividade e transparência são fundamentais para assegurar a adesão à transição energética. Por um lado, já temos hoje tecnologias como o solar (centralizado ou descentralizado) com preços competitivos e assumimos como objetivo último a descarbonização e, no curto prazo, vamos necessitar de tecnologias ainda pouco maduras ou em desenvolvimento. Isso implicará necessariamente um custo que terá que ser transferido ao consumidor final. Como operadores globais da transição energética, quanto melhor formos capazes de fazer passar esta mensagem, mais os consumidores terão “disponibilidade” para aceitar estes custos adicionais. Falharmos este exercício implicará seguramente atraso na implementação e/ou necessidade de apoios ou subsídio. Aqui também são escolhas políticas, mas para as quais devemos ser parte interessada e comprometida no esclarecimento e boa informação.

Quais os frutos que se podem esperar deste evento?

Partilha, diálogo e formas cada vez mais colaborativas de ação entre diferentes players.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Os seguros não têm de ser cinzentos. Nem nós

  • Conteúdo Patrocinado
  • 3 Setembro 2024

Filipa Ledo, gestora de Recursos Humanos da Innovarisk, explica o que distingue a cultura desta empresa e os seus respetivos valores.

Filipa Ledo, Innovarisk
Filipa Ledo, Gestora de Recursos Humanos na Innovarisk

Quando há cerca de dois anos integrei a Innovarisk e depois de mais de uma década a trabalhar no setor de IT, foi frequente a questão “Vais para uma empresa de seguros? Mas os seguros não são assim… muito cinzentos e formais?” “Talvez, vou descobrir.” Entretanto, já descobri: aqui não o são.

Claro que antes de iniciar funções fiz o meu trabalho de casa, investiguei a empresa e a marca, pesquisei os futuros colegas no LinkedIn (defeito profissional, talvez!) e acreditei que tinha encontrado também eu, um nicho do “meu mercado”. O das pessoas. Quando colocamos na mesma equação uma visão ambiciosa, líderes comprometidos, colaboradores motivados e boas condições de trabalho para desenvolverem o seu talento, a vida até nos seguros, veste-se de cor.

"Não há estratégia de gestão, por melhor que seja, que sobreviva a uma cultura tóxica ou pobre em propósito e valores.”

Filipa Ledo, Recursos Humanos, Formação e Desenvolvimento da Innovarisk

E é isso que nas entrevistas que fazemos e nas interações que temos com futuros candidatos procuramos passar. A nossa cultura e a nossa employee value proposition, aquilo que nos distingue. E se a cultura é feita de hábitos e crenças, estabelecidos através de valores, normas e atitudes partilhados pelos colaboradores de uma organização e cada uma é única, a nossa será certamente a que melhor nos serve. E sim, a cultura importa e contribui decisivamente para a retenção dos colaboradores numa empresa. Não há estratégia de gestão, por melhor que seja, que sobreviva a uma cultura tóxica ou pobre em propósito e valores.

Então e se a cultura é o conjunto único de características distintivas de uma empresa em relação a qualquer outra, o que nos distingue?

  • Honrar, Aprender, Inovar e Superar – Os nossos valores que estão presentes no dia-a-dia da empresa e que são parte integrante da nossa matriz de gestão de desempenho, porque a par e passo com os objetivos atingidos importam os comportamentos e atitudes que assumimos;
  • Conhecimento e especialização – equipas especialistas e tecnicamente robustas que conferem a clientes e parceiros confiança na qualidade do trabalho que realizamos;
  • Flexibilidade – um modelo de trabalho assente num regime híbrido e na confiança que permite beneficiar dos ganhos de uma cultura de proximidade, partilha e colaboração no escritório e de toda a flexibilidade do teletrabalho, porque a vida de cada um de nós não é desenhada sempre a régua e esquadro;
  • Uma estrutura ágil, uma tomada de decisão rápida, canais de comunicação abertos e disponíveis a todos;
  • Um CEO que está, lado a lado em open space com as equipas, disponível para responder a todas as questões dos colaboradores e que também participa dos momentos em que se trocam gargalhadas sobre um qualquer tema da atualidade, sem portas fechadas, sem distâncias impostas e desconfortáveis;
  • Reconhecimento – quer seja através de bónus anuais, de prémios relativos à personificação dos valores da empresa, dos almoços mensais ou das licenças sabáticas (um mês adicional de férias que atribuímos a quem connosco trabalha há mais de cinco anos), as práticas de gestão visam reconhecer a performance e a identificação dos nossos colaboradores com os valores da organização.

A cultura assenta na comunicação interna, é através desta que se mantém e reforça e todos nós, enquanto peças do ‘puzzle’, temos um papel relevante a cumprir.

A Cultura é tudo aquilo que vivenciamos numa organização, o seu ADN, a sua impressão digital.

Na Innovarisk orgulhamo-nos dos valores que assumimos e do propósito que temos. E se mais não houvesse, tudo aquilo que escrevi acima já serviria para deitar por terra todo e qualquer cliché associado ao setor segurador.

Felizmente há bastante mais. E é a cores.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.