Mais de 20 milhões de casas em Espanha precisam de uma renovação eficiente

  • Servimedia
  • 20 Agosto 2024

Em Espanha existem mais de 20 milhões de habitações com certificação energética E, F e G, abaixo das normas exigidas pela Europa segundo dados o Observatorio del Alquiler e da Sociedad de Tasación.

No passado mês de março, o Parlamento Europeu assinalou um marco importante no seu compromisso com a sustentabilidade ao aprovar a revisão da Diretiva relativa ao desempenho energético dos edifícios (EPBD), que visa minimizar as emissões de gases com efeito de estufa e o consumo de energia no setor da construção da UE até 2030 e torná-lo neutro em termos climáticos a partir de 2050.

Os Estados-Membros têm agora dois anos para transpor a diretiva para o direito nacional. O que ainda não se sabe é quais as medidas que a Espanha irá tomar e como irá legislar para responder ao exigente desafio imposto pela Europa, uma vez que cada país deve apresentar o seu primeiro projeto de plano de renovação de edifícios à Comissão até 31 de dezembro de 2025, o mais tardar.

Os edifícios são responsáveis por cerca de 40% do consumo total de energia da UE e por 36% das emissões de gases com efeito de estufa provenientes da energia. Os edifícios são, por conseguinte, cruciais para alcançar o objetivo da UE de neutralidade climática até 2050.

O Colégio de Arquitectos da Catalunha (COAC) assinala que, no caso de Espanha, o parque residencial tem algumas caraterísticas que o diferenciam de outros parques europeus e que constituirão desafios e a fonte dos principais obstáculos à descarbonização dos edifícios.

20 MILHÕES DE CASAS INEFICIENTES

Os especialistas do setor assinalam que as medidas a adotar em Espanha na transposição da diretiva poderão ter um caráter punitivo através de impostos, bem como de incentivos fiscais, como acontece noutros setores, como o automóvel. É o caso, por exemplo, da França, que encarou a questão com a urgência que ela exige e já adotou medidas rigorosas para adaptar o seu parque imobiliário à regulamentação europeia.

Concretamente, desde 2023, o governo francês impede a comercialização – tanto para aluguer como para venda – de casas que não possuam certificados mínimos de eficiência energética, garantindo assim o compromisso dos proprietários em renovar as suas propriedades.

Greta Tresserra, membro do COAC para a Sustentabilidade, Inovação e Internacional, salientou que “as singularidades de cada país significam que a transferência de experiências de um para outro não pode ser tão direta como seria de desejar”, uma vez que o nível de exigência de alguns parques pode ser muito elevado.

“Associar um plano de renovação a longo prazo – com um passaporte de renovação que o comprometa – às restrições de eficiência energética que são impostas ao mercado como garantia da qualidade da habitação que é oferecida para arrendamento ou venda já não é tão exigente e pode ser uma boa forma de melhorar a qualidade do parque”, explicou Tresserra.

Desta forma, “o modelo francês – que serviu de referência à proposta do projeto de diretiva – poderia ter uma versão mais aceitável e servir de motor para a reabilitação”, sublinhou.

RESTRIÇÕES E IMPOSTOS

A Espanha poderia seguir o modelo francês e exigir determinados níveis de certificação energética para poder arrendar um imóvel, ou penalizar os proprietários cujos imóveis não cumpram os requisitos mínimos de certificação, obrigando-os a fixar rendas mais baixas.

Mas, para além das medidas ligadas ao arrendamento, outras possíveis propostas a considerar pelo Governo para as primeiras residências seriam uma redução do Imposto Predial (IBI) para os proprietários que efetuassem melhorias de eficiência energética ou um aumento para os que não o fizessem, segundo fontes do setor.

Independentemente da forma como a Espanha transpõe a Diretiva Europeia, o que já é uma realidade é que a renovação energética dos edifícios é um setor em crescimento que irá gerar oportunidades de emprego significativas e mobilizar milhões de dólares em orçamentos. De facto, para fazer face a esta ambiciosa transformação do parque imobiliário europeu, serão mobilizados recursos europeus como os fundos Next Generation, bem como medidas locais, como as deduções no Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRPF) no caso de Espanha.

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Kamala homenageia Biden no arranque da convenção democrata: “Estaremos eternamente gratos”

  • Lusa
  • 20 Agosto 2024

Na primeira aparição de Kamala Harris na Convenção Democrata, a candidata oficial do partido às eleições Presidenciais homenageou o atual Presidente Joe Biden na sua intervenção inicial.

Kamala Harris concorre contra Donald Trump nas eleições Presidenciais norte-americanasLusa

Kamala Harris fez, na madrugada desta terça-feira, a primeira aparição na Convenção Democrata como candidata oficial do partido às eleições Presidenciais e homenageou o Presidente Joe Biden na intervenção inicial.

“Esta vai ser uma grande semana”, disse a candidata, depois de entrar em palco com uma ovação que levantou os milhares de participantes das cadeiras. “Quero começar celebrando o nosso incrível Presidente Joe Biden”, afirmou. E completou: “Estaremos eternamente gratos.”

Harris, que apareceu de sorriso rasgado perante uma audiência que os analistas da CNN classificaram de “eletrizante”, mencionou a diversidade das pessoas presentes na Convenção, que regressa a Chicago 28 anos depois. “Olhando para todos os presentes esta noite, vejo a beleza da nossa grande nação, gente de todos os lados e com todo o tipo de historial”, disse Harris.

A candidata democrata, que em menos de um mês conseguiu virar as sondagens dos estados críticos a seu favor, falou de “seguir em frente” com uma mensagem de “otimismo, esperança e fé”, salientando que há muito mais que une que o que separa os americanos uns dos outros.

Antes das declarações de Kamala Harris, a presidente da Câmara de Los Angeles, Karen Bass, fez uma intervenção durante a qual elogiou o trabalho da candidata quando era procuradora-geral da Califórnia. “Lutámos para endereçar o problema dos jovens sem-abrigo e reformar o sistema de assistência social infantil”, afirmou Bass.

“Quando a Kamala encontra alguém jovem, conseguimos sentir a sua paixão, o seu coração e a sua coragem”, continuou. “É isso que define o compromisso com as crianças, estar disposta a lutar por todas”.

As primeiras declarações de Kamala Harris acontecem na noite em que a estrela é Joe Biden, com uma passagem simbólica do testemunho à sua vice-Presidente.

A convenção democrata decorre até 22 de agosto com uma parada de estrelas do partido, cujo objetivo é não perder o momento propício que vive e não ter a consagração de Harris ofuscada pelos protestos pró-Palestina nos arredores do centro de convenções.

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Barcelona revela o seu primeiro ecrã 3D de grande formato na fachada do America’s Cup Experience

  • Servimedia
  • 20 Agosto 2024

Com 200 m2, este ecrã oferecerá conteúdos sobre a America's Cup e a cidade de Barcelona de uma forma inovadora e tridimensional.

Os organizadores da America’s Cup Experience ligaram o primeiro ecrã 3D de grande formato de Barcelona na fachada do Imax. A exposição oficial da 37ª Taça América da Louis Vuitton dá um novo passo em frente e incorpora um ecrã gigante de quase 200 metros quadrados, virado para a cidade e visível do Moll de la Fusta.

O novo ecrã fornecerá informações pormenorizadas sobre a competição da America’s Cup. Assim, os cidadãos poderão seguir o percurso das equipas participantes, ver os espetaculares barcos emergirem do ecrã e reviver os momentos mais emblemáticos da competição. Esta iniciativa contribui para aproximar a grande regata dos cidadãos de Barcelona, que é o principal objetivo da America’s Cup Experience, a força motriz do projeto.

Para além de conteúdos relacionados com a America’s Cup, o ecrã oferecerá também imagens de Barcelona e informações em tempo real sobre o estado do mar. A “janela de Barcelona”, como o ecrã foi batizado, será também utilizada para mostrar a agenda cultural da cidade, sobrevoando e aproximando-se dos locais onde se realizam eventos de interesse.

Trata-se de um dos exemplos de tecnologia de ponta no domínio da comunicação. Atualmente, existem cerca de 15 grandes ecrãs 3D exteriores no mundo, principalmente em grandes cidades como Nova Iorque, Londres, Tóquio e Xangai. Barcelona torna-se assim o novo ponto do mapa para desfrutar de conteúdos com esta tecnologia.

“Com esta nova instalação da America’s Cup Experience, Barcelona dá um passo em frente na sua aposta na inovação e na tecnologia, oferecendo aos seus cidadãos e visitantes uma experiência única, tanto no interior do centro como na sua fachada exterior”, explicou Juan Manuel Sevillano, diretor-geral da America’s Cup Experience.

Para além dos temas ligados ao mar, à America’s Cup e à agenda cultural da cidade, a “janela para Barcelona” terá outros elementos que atrairão o público ao Port Vell da cidade, como a ACEX cam, que permitirá aos visitantes gravarem-se a si próprios em vídeo numa plataforma tecnológica de 360º, partilharem a experiência e projetarem-na no ecrã 3D.

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Exportações portuguesas de alta tecnologia aeroespacial duplicam no primeiro semestre. Vendas para EUA disparam 500%

Exportações portuguesas de Produtos de Alta Tecnologia ultrapassaram dois mil milhões de euros no 1º semestre. Maior crescimento registou-se na área aeroespacial e há expetativa que assim continue.

As exportações portuguesas de produtos de alta tecnologia aeroespaciais estão em rota de crescimento e a expectativa é que continuem a acelerar, com o aumento do número de empresas nesta área e contratos internacionais alcançados. As exportações de Produtos de Alta Tecnologia (PAT) continuam a crescer, tendo aumentado 7,7% nos primeiros seis meses deste ano, face a igual período de 2023, ultrapassando os dois mil milhões de euros, de acordo com os dados solicitados pelo ECO ao Instituto Nacional de Estatística (INE).

Para este crescimento tem contribuído em larga medida o aumento da venda de bens ao exterior na área aeroespacial produzidos em Portugal. Entre janeiro e junho deste ano, dos nove bens com a classificação de Produtos de Alta Tecnologia (PAT) considerados pelo INE, as exportações na área aereoespacial registaram a maior taxa de variação homóloga, ao disparar 100%, atingindo mais de 67 milhões de euros.

No primeiro semestre deste ano, entre os principais países de destino encontram-se a Ucrânia, com 24,9 milhões de euros exportados e uma taxa de crescimento de 210%, e os Estados Unidos, com 16,4 milhões de euros, refletindo um aumento de 507%. Em menor escala, seguem-se o Reino Unido, com 9,6 milhões de euros, Espanha, com 5,7 milhões de euros, e França, com 5,3 milhões de euros.

Em declarações ao ECO, Ricardo Conde, presidente da Agência Espacial Portuguesa, destaca que os dois principais destinos de exportação nesta área têm, sobretudo, a ver com “a situação que se está a viver na Ucrânia, já que em particular na área aeronáutica estão em causa drones” mas a evolução resulta “também de toda a tecnologia de comunicação através do espaço e observação”.

No caso das exportações para a Ucrânia o impulso deve-se sobretudo aos drones da empresa portuguesa aeroespacial Tekever, fundada em 2001 por antigos alunos do Instituto Superior Técnico (IST), que conta atualmente com mais de 350 trabalhadores.

No caso das exportações para a Ucrânia o impulso deve-se sobretudo aos drones da empresa portuguesa aeroespacial Tekever, fundada em 2001 por antigos alunos do Instituto Superior Técnico (IST), que em 2010 identificou uma oportunidade de mercado no desenvolvimento deste produto e que conta atualmente com mais de 350 trabalhadores.

O responsável da Agência Espacial Portuguesa, organização criada pelo Governo português para implementar a Estratégia Nacional para o Espaço (Portugal Espaço 2030), destaca que o crescimento das exportações na área aeroespacial – que inclui também a aeronáutica – resulta da produção de “novas empresas que se estabeleceram em Portugal e contratos que algumas empresas ganharam no contexto internacional”. Entre 2020 e 2023 surgiram seis novas empresas nesta área em Portugal, sendo a maioria estrangeiras, embora startups portuguesas também marquem presença, segundo dados da agência.

Entre as mais de 80 empresas ligadas ao setor espacial e 30 centros de investigação atualmente em Portugal, Ricardo Conde aponta como exemplo os casos da GeoSat –Global Earth Observation Satellites, Beyond Gravity Portugal ou da RFA Portugal. Em Lisboa e Vale do Tejo existe a maior concentração, com 45 empresas ou centros de investigação da área espacial, seguindo-se o Centro, com 36, e em menor número o Norte, com 25. Nos Açores existem nove, no Alentejo seis, no Algarve cinco e na Madeira dois.

Em Lisboa e Vale do Tejo existe a maior concentração, com 45 empresas ou centros de investigação da área espacial, seguindo-se o Centro, com 36, e em menor número o Norte, com 25. Nos Açores existem nove, no Alentejo seis, no Algarve cinco e na Madeira dois.

“A aposta no crescimento dos setores reflete também a estratégia nacional para o espaço”, salienta. O país tem participado em Programas de I&D e Inovação da Agência Espacial Europeia (ESA) e da Agência Europeia para a Segurança da Aviação (AESA), tendo ainda protocolos estabelecidos com a NASA. Na totalidade de 2023, por exemplo, o investimento público em atividades do espaço foi o mais alto de sempre, atingindo 135 milhões de euros, de acordo com dados da Agência Espacial Portuguesa.

O presidente da Agência Especial Portuguesa acredita que o crescimento das exportações portuguesas nesta área irá continuar na segunda metade do ano. “Haverá mais contratos certamente ganhos pelas empresas. O ano está a correr bem”, disse. Para Ricardo Conde, “a questão agora é preparar caminho para os próximos anos, para o desenvolvimento não ser só de produtos, mas também de serviços, de modo que Portugal seja também provador de sistemas”.

Haverá mais contratos certamente ganhos pelas empresas. O ano está a correr bem. A questão agora é preparar caminho para os próximos anos, para o desenvolvimento não ser só de produtos, mas também de serviços.

Ricardo Conde

Presidente da Agência Espacial Portuguesa

Do ecossistema aeroespacial português fazem ainda parte empresas como a portuguesa Lusospace, que irá lançar em outubro o microsatélite PoSAT-2. Com um custo de cerca de um milhão de euros, o microsatélite será enviado para o espaço a bordo do foguetão Falcon 9, da empresa norte-americana SpaceX, e ficará posicionado numa órbita baixa, a cerca de 500 quilómetros de altitude da Terra, acima da Estação Espacial Internacional, a “casa” e laboratório dos astronautas, de acordo com a informação adiantada pela empresa à Lusa. Destacam-se ainda, entre outras, neste ecossistema a Active Space Technologies, a Altice Portugal, a Amorim Cork Composites, a D-Orbit, a Eye2Map, a Lusospace, ou a VisionSpace Portugal.

Telecomunicações têm o maior peso nas exportações de PAT

Apesar de as exportações portuguesas de bens na área aeroespacial terem registado a maior taxa de variação homóloga, são os produtos eletrónicos, na área das telecomunicações, que continuam a valer metade das vendas de produtos de alta tecnologia ao exterior.

As exportações portuguesas de telecomunicações de PAT cresceram 15% no primeiro semestre em comparação com o mesmo período do ano passado, para 1.162 milhões de euros. No pódio dos destinos encontra-se Espanha, com mais de 329 milhões de euros exportados e um crescimento de 41%, seguindo-se a Alemanha, com um aumento de 13% para cerca de 313 milhões de euros, e os Estados Unidos com 81,6 milhões de euros (com uma queda de 6%).

Por seu lado, as exportações de instrumentos científicos subiram cerca de 37% para 207 milhões de euros, enquanto os produtos farmacêuticos recuaram 13% para 229,8 milhões de euros. Já as exportações de produtos químicos caíram 4% para 118,7 milhões de euros e as de máquinas elétricas 18% para 113,2 milhões de euros.

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#12 As férias de Isabel Ucha. Três livros e mil ideias para o futuro da bolsa

  • ECO
  • 20 Agosto 2024

A CEO da Euronext Lisboa promete desligar nas férias... mas não muito. Afinal, a bolsa não tira férias e a vontade de querer aprender sempre mais leva-a a carregar na mala três livros de peso.

  • Ao longo do mês de agosto, o ECO vai publicar a rubrica “Férias dos CEO”, onde questiona os gestores portugueses sobre como passam este momento de descanso e o que os espera no regresso.

Apesar da tentação de desligar completamente durante as férias, Isabel Ucha, presidente da Euronext Lisboa, admite que manterá algum contacto com a equipa, mas só o “estritamente necessário” para garantir que tudo corre sobre rodas. Entre um mergulho e outro, Isabel revela ao ECO que aproveita as férias para refletir sobre decisões estratégicas e pessoais, procurando novas aprendizagens e experiências que a ajudem a crescer e é por isso que a líder da bolsa nacional carrega na mala três livros que a levarão a mergulhar em temas cruciais como as alterações climáticas, a evolução da Internet e os desastres empresariais.

Que livros, séries e podcasts vai levar na bagagem e porquê?

Gosto muito de ler e, embora já tenha aderido ao livro eletrónico, ainda tiro prazer de folhear e ler um livro em papel, e de arrumar estes livros por temas nas minhas estantes. Nestas férias escolhi três livros: “How to Avoid a Climate Disaster”, de Bill Gates, “Read Write Own: Building the Next Era of the Internet”, de Chris Dixon, e “Going Infinite”, de Michael Lewis. Estes três livros abordam três temáticas que considero incontornáveis nos tempos que vivemos:

  1. Perceber as alterações climáticas e os temas ambientais com rigor científico, sem descurar os contornos e incentivos económicos;
  2. Perceber de onde veio e onde nos vai levar a nova era da Internet;
  3. Aprender como a natureza humana, na sua enorme diversidade e dinâmica, pode causar estrondosos desastres empresariais (o caso da empresa de crypto FTX).

Desliga totalmente ou mantém contacto com as equipas durante as férias?

As férias são um momento importante para toda a equipa descansar, conviver com os seus familiares e amigos, e dedicar-se a atividades diversificadas. Assim, procuro incentivar todos os colaboradores e eu própria, a cumprir esses momentos de pausa, que são tão importantes para mantermos uma vida plena e equilibrada. Por outro lado, a vivência de outras experiências é uma potencial fonte de inspiração e criatividade. Nas funções que ocupo, tenho que manter algum contacto durante as férias, para garantir que a atividade continua a correr sem problemas, mas tento limitar esses contactos ao estritamente necessário.

As férias são um momento para refletir sobre decisões estratégicas ou da carreira pessoal?

Nas férias procuro, por vezes, momentos que me tragam novos ensinamentos e experiências. E, por vezes, falar com pessoas que me podem ajudar a refletir sobre um determinado tópico. Aproveito para ler livros sobre temas que podem estar correlacionados com o negócio, mas sobretudo que me ajudam a crescer intelectualmente e ter uma visão mais abrangente da economia, da natureza humana e do mundo em geral.

Que temas vão marcar o seu setor na rentrée?

A atividade dos mercados de capitais vai ser marcada por um conjunto de fatores externos e também decisões internas das organizações. Nos fatores externos, certamente que o contexto geopolítico e os cenários de guerra em curso, o desfecho eleitoral nos EUA e noutros países, e a evolução macroeconómica, designadamente a inflação e o crescimento, vão marcar a volatilidade e o sentido dos mercados.

O modo como a Europa e as suas instituições de referência reagirem, vai ser determinante no caminho que tem que ser feito para fortalecer a dinamizar a economia europeia. A Euronext irá apresentar o seu plano estratégico para o próximo triénio em novembro, e, portanto, os próximos meses serão marcados pela reflexão, análise e decisão sobre um conjunto de iniciativas. Em Portugal, será importante acompanhar o rumo da política económica deste Governo, e também a dinâmica das empresas portuguesas mais competitivas e com maior ambição de crescimento.

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Maioria dos reformados vai receber “cheque” extra a 8 de outubro

"Extra" para reformas mais baixas chegará aos pensionistas "na data do pagamento das pensões de outubro", disse ao ECO o Ministério do Trabalho. Ou seja, a 8 de outubro, no caso da Segurança Social.

O suplemento extraordinário anunciado pelo primeiro-ministro para os portugueses que recebem as reformas mais baixas vai ser pago a 8 de outubro aos pensionistas da Segurança Social, afirmou ao ECO fonte oficial do Ministério do Trabalho. Em causa está um apoio que abrangerá 2,4 milhões de beneficiários, e que custará 422 milhões de euros aos cofres públicos.

“[O suplemento será transferido] na data de pagamento das pensões de outubro“, explicou fonte do gabinete de Maria do Rosário Palma Ramalho.

Regra geral, as pensões de velhice são pagas pela Segurança Social no dia 8 de cada mês. Questionado sobre se será, então, esse o dia previsto para os pagamentos de outubro, o ministério sublinhou: “é essa a data em que, por regra, são pagas as pensões“.

Quer isto dizer que o “brinde” chegará à carteira dos pensionistas a poucos dias da apresentação no Parlamento da proposta de Orçamento do Estado para 2025, o que está previsto para 10 de outubro.

Entre os 2,4 milhões de beneficiários, há, contudo, também pensionistas da Caixa Geral de Aposentações (cerca de 280 mil). Para esses, o pagamento do “brinde” deverá ser feito mais tarde, a 18 de outubro, já que é para essa data que está previsto o pagamento das pensões.

“[O suplemento é] pago em outubro, nas datas em que são pagas as pensões da Segurança Social e da Caixa Geral de Aposentações”, confirmou o ECO junto do Ministério do Trabalho.

Quanto ao universo de beneficiários, a mesma fonte esclareceu que estão em causa 2,4 milhões de pensionistas, dos quais, 1,4 milhões vão receber um suplemento de 200 euros. E apontou também que a medida terá um custo total de cerca de 422 milhões de euros.

Na semana passada, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, aproveitou o arranque da Festa do Pontal para anunciar este “bónus” para os reformados. “Disse que, se tivéssemos condições financeiras, iríamos ajudar mais os pensionistas e reformados com pensões mais baixas. Vamos atribuir e pagar no próximo mês de outubro um suplemento extraordinário aos pensionistas que têm mais baixas pensões”, assinalou o chefe do Executivo.

Os portugueses com pensões (brutas) até 509,26 euros (o equivalente ao Indexante dos Apoios Sociais) receberão um “brinde” de 200 euros. Para quem recebe reformas entre 509,26 euros e 1.018,52 euros, o suplemento será de 150 euros. E as pensões entre 1.018,62 euros e 1.527,78 euros terão direito a um “cheque” de 100 euros.

De notar que o suplemento vai ser atribuído por pensionista, não por pensão, isto é, quem recebe várias pensões (por exemplo de velhice e de sobrevivência) verá os montantes somados para se apurar se tem ou não direito ao “bónus”. Esta é a regra que tradicionalmente os Governos aplicam e o Executivo de Luís Montenegro confirmou ao Jornal de Negócios que será também essa a lógica que será aplicada desta vez.

Mais, este suplemento é um bónus que será pago apenas uma vez. Não é, portanto, um aumento permanente das pensões.

O primeiro-ministro indicou que a sua vontade até seria dar um aumento permanente aos pensionistas (em vez de um suplemento), mas justificou a decisão com as condições financeiras do país neste momento. “No próximo ano, se tivermos uma situação financeira igual ou melhor, tomaremos de acordo com essa disponibilidade”, garantiu.

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Euribor a caminho da maior queda em mais de uma década

Recente episódio de turbulência nas bolsas acentuou descida das taxas do crédito da casa. São boas notícias para as famílias, que poderão ter um alívio de até 80 euros na prestação já em setembro.

As Euribor vão a caminho da maior queda mensal em mais de uma década, na ressaca do mini crash nas bolsas registado no início do mês e perante a expectativa de cortes nas taxas de juro dos bancos centrais, antecipando-se boas notícias para as famílias com empréstimos da casa por pagar ao banco.

Estas taxas — que são usadas no cálculo da prestação da habitação — estão em queda desde o pico atingido no final do ano passado, mas registam neste mês uma baixa mais pronunciada.

Mantendo-se a trajetória, tudo aponta para a maior queda mensal da Euribor em 15 anos no prazo a três meses e em 12 anos no prazo a seis meses. A média mensal cai 0,118 pontos percentuais a três meses e 0,195 pontos percentuais a seis meses face à média de julho, de acordo com os dados observados até esta segunda-feira.

Juntamente com o prazo a 12 meses (terá a maior queda desde dezembro), estes são os indexantes mais usados no mercado em Portugal, onde predomina a taxa variável (90% dos contratos). O que significa que as famílias poderão ver o seu esforço com o crédito da casa aliviar nas próximas atualizações da prestação.

Quanto? As descidas poderão ir até 80 euros – veja as simulações do ECO e faça as suas próprias simulações no final do artigo.

Euribor em forte queda

Fonte: Reuters

O que aconteceu?

As Euribor foram sacudidas no início do mês quando os mercados por todo o mundo sofreram um forte abalo por conta de uma série de fatores, incluindo os receios de uma recessão nos EUA, a maior economia do mundo, que colocaram pressão para a Reserva Federal (Fed) começar a aliviar a sua política monetária.

Estas preocupações surgem agora com menos força, depois dos indicadores mais favoráveis da inflação e das vendas a retalho divulgados na semana passada – e com base nos quais o Goldman Sachs reduziu as probabilidades de 25% para 20% de uma recessão na maior economia do mundo.

Ainda assim, o mercado dá como certo um corte de juros na próxima reunião da Fed, está agendada para 17 e 18 do próximo mês, havendo mesmo quem espere uma redução de 50 pontos base, de acordo com a ferramenta CME FedWatch.

As expectativas dos investidores serão postas à prova no final desta semana, quando o presidente Jerome Powell discursar no simpósio anual de Jackson Hole, um evento onde se fará acompanhar pelos líderes dos bancos centrais de todo o mundo.

Na Zona Euro, onde a senda de baixa de juros começou em junho (seguida de pausa em julho), o mercado desconta que o Banco Central Europeu (BCE) vai cortar as taxas “aproximadamente uma vez por trimestre, 25 pontos base cada, até ao final de 2025, provavelmente estabilizando nessa altura”, refere Filipe Garcia, economista e presidente da IMF – Informação de Mercados Financeiros.

Não só os investidores consideram que a inflação já está sob controlo – atingiu os 2,6% em julho — e que será necessário estimular a economia através da política monetária, mas há outro detalhe relevante, sublinha Filipe Garcia: “O BCE poderá sentir o conforto de a Fed fazer o mesmo, o que é um aspeto importante porque, apesar de não o admitir diretamente, percebe-se que o BCE não pretende que o diferencial de taxas de juro entre o euro e o dólar se alargue mais”.

Esta segunda-feira o euro atingiu o valor mais elevado do último ano contra a nota verde ao tocar nos 1,1051 dólares.

Para João Queiroz, diretor de trading do Banco Carregosa, a tendência de descida das Euribor deverá manter-se, pois a par da expectativa de alívio dos juros do BCE, existe a perspetiva de estagnação da atividade económica e dos salários, enquanto se mantém a necessidade de manter a estabilidade dos mercados financeiros.

Ou seja, a perspetiva de baixa das taxas de juro está bem alicerçada na mente dos investidores. Tanto que se espera que a Euribor a seis meses desça para 2,65% (contra os 3,408% desta segunda) daqui a cerca de um ano e que a Euribor a 12 meses recue para 2,4% (face aos atuais 3,183%).

João Queiroz alerta que “se houver sinais de recuperação económica mais robusta ou um ressurgimento das pressões inflacionistas, poderemos ver uma estabilização, ou no limite um regresso ao aumento das taxas”, embora este último seja um cenário muito pouco provável.

Já Filipe Garcia revela-se mais cético quanto ao ritmo de descida de juros que o mercado está a antecipar e acredita que será mais lento.

O BCE poderá sentir o conforto de a Fed fazer o mesmo, o que é um aspeto importante porque, apesar de não o admitir diretamente, percebe-se que o BCE não pretende que o diferencial de taxas de juro entre o euro e o dólar se alargue mais.

Filipe Garcia

Economista e presidente da IMF - Informação de Mercados Financeiros

Como vai afetar o meu bolso?

A descida das Euribor irá traduzir-se numa redução da mensalidade da casa nos contratos com taxa variável. As famílias já estão a beneficiar da queda destas taxas com a redução da prestação da casa, mas a partir de agora esse benefício poderá ser maior (se a tendência de descida se mantiver).

Em termos mais imediatos, os contratos de crédito à habitação que foram revistos em setembro poderão ter uma redução até 80 euros na mensalidade, de acordo com as simulações realizadas pelo ECO para um empréstimo de 150 mil euros a 30 anos e com um spread de 1%:

  • Euribor a três meses: a prestação que vai pagar nos próximos três meses irá descer para 765,92 euros, menos 22,26 euros (-2,82%) relativamente à prestação que pagava desde junho;
  • Euribor a seis meses: a prestação que vai pagar nos próximos seis meses rondará os 755,4 euros, uma descida de 40,78 euros (-5,12%) em relação à prestação que pagava desde março;
  • Euribor a 12 meses: a prestação que vai pagar nos próximos 12 meses irá cair para 733,35 euros, menos 78,5 euros (-9,62%) face à prestação que pagou no último ano.

Para o ajudar a calcular a prestação do seu crédito à habitação, o ECO preparou um simulador. Faça as contas para o seu caso e se o seu contrato for revisto agora, saiba quanto irá pagar a mais ou a menos.

Tenho um crédito à habitação no valor de euros, contratualizado por um prazo de anos, indexado à Euribor a 12 meses (que há um ano estava nos % ), com um spread de %. A prestação da casa que pago atualmente é de 308 euros, mas caso a Euribor a 12 meses passe para %, a prestação passa para 432 euros. (Mude os campos sublinhados para descobrir os números mais próximos da sua previsão.)

Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para ver o simulador.

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Tem de pagar IRS? Saiba que pode pagar em prestações

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  • 20 Agosto 2024

Fique a par das regras se pretender pagar o IRS a prestações.

O período de entrega da declaração de IRS já terminou e alguns contribuintes já foram notificados de que têm uma fatura para pagar. Fazer o pagamento em prestações é possível, mas há algumas regras.

Um contribuinte que tenha de pagar IRS num montante até 5.000 euros pode dividir este valor em até 12 prestações, desde que, no mínimo, pague 25,50 euros por mês.

Dependendo do montante da dívida, pode dividir o pagamento por mais ou menos prestações, tal como é ilustrado na tabela abaixo:

Doutor Finanças

De realçar que os valores acima identificados se referem a dívidas até 5.000 euros. Se o valor do imposto a pagar superar este montante há duas possibilidades:

1. Liquidar parte da dívida até aos 5.000 euros e depois pagar o resto a prestações;

2. Apresentar uma garantia para poder pagar a totalidade do montante em dívida em prestações, que podem ir até um máximo de 36.

Doutor Finanças

Pode apresentar como garantia a hipoteca, uma garantia bancária ou seguro-caução. Esta garantia tem de estar “ativa” durante todo o período em que vai durar o pagamento acrescido de três meses.

Para fazer o pagamento do IRS em prestações tem de apresentar o pedido até 15 dias depois da data-limite de pagamento da nota de cobrança, que é 31 de agosto.

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Sindicato acusa Aldi de práticas inconstitucionais mas empresa fala em difamação

  • Lusa
  • 19 Agosto 2024

A estrutura sindical acusou o Aldi de impedir o contacto com os trabalhadores e de pressionar e reprimir os que decidem sindicalizar-se.

O sindicato dos trabalhadores do comércio acusou o Aldi de “práticas inconstitucionais” e agendou ações de denúncias para sexta-feira, mas a empresa fala em difamação e diz não ter representantes eleitos do CESP nos seus supermercados. “No próximo dia 23 de agosto, o CESP [Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal] vai denunciar práticas inconstitucionais do Aldi de Norte a Sul do país”, indicou a estrutura, em comunicado.

A estrutura sindical acusou o Aldi de impedir o contacto com os trabalhadores e de pressionar e reprimir os que decidem sindicalizar-se. Por outro lado, o sindicato disse que o Aldi tem práticas de gestão “assentes numa brutal exploração” dos trabalhadores. O CESP agendou, assim, para esta sexta-feira um conjunto de ações de denúncia em Braga, Vila Nova de Gaia, Coimbra, Leiria, Lisboa e Setúbal.

O Aldi negou, em resposta à Lusa, ter adotado qualquer decisão que comprometa a efetivação dos direitos sindicais, notando que não tem representantes eleitos do CESP. A empresa disse ter recebido ofícios do sindicato a solicitar ações “que não encontram o seu respaldo na lei”, explicando que a Constituição determina que os representantes eleitos dos trabalhadores “gozam do direito à informação e consulta”.

Desta forma, e tendo em conta que “inexistem representantes eleitos do CESP” no Aldi, referiu não compreender os pedidos efetuados “a não ser numa tentativa reiterada de que passem a existir”. No que se refere aos protestos, sublinhou que os direitos dos trabalhadores não foram limitados.

“[…] O Aldi tem atuado em conformidade com a lei laboral, não tendo de ceder à postura do CESP que publica afirmações contrárias à realidade e faz uma incorreta interpretação da lei, no que diz respeito ao seu raio de atuação, que como se deixou demonstrado não tem aplicação por não existirem trabalhadores filiados”, sublinhou.

Em declarações à Lusa, o advogado externo, especialista da área laboral do Aldi, Pedro Antunes, vincou que o sindicato quer entrar nos supermercados “e afixar avisos, com vista a ter trabalhadores sindicalizados”, nos espaços públicos e de backoffice, o que, de acordo com a lei, a empresa não é obrigada a aceder.

Pedro Antunes garantiu que a empresa não se opõe aos contactos com os trabalhadores, mas insistiu que não pode permitir afixação de cartazes, tendo também em conta que estes espaços já estão preenchidos com informações legais, de publicação obrigatória. “A obrigação que existe é de não impedir o acesso dos trabalhadores à informação de que existem sindicatos a que se podem filiar. A afixação de cartazes não está prevista na lei, nem temos espaço para que o possam fazer”, rematou.

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Blinken afirma que Israel aceitou proposta de cessar-fogo em Gaza

  • Lusa
  • 19 Agosto 2024

Blinken defende que é chegado o momento de concluir um acordo de cessar-fogo em Gaza que devolva a Israel os reféns detidos pelo Hamas e ajuda humanitária aos palestinianos.

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, afirmou esta segunda-feira que Israel aceitou uma proposta de cessar-fogo em Gaza e libertação de reféns, e apelou ao movimento islamita palestiniano Hamas para fazer o mesmo.

As declarações foram feitas pelo chefe da diplomacia dos Estados Unidos após uma reunião de duas horas e meia com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, no âmbito da sua nona missão de emergência ao Médio Oriente desde o início do atual conflito no território palestiniano ocupado.

Blinken já tinha referido que era chegado o momento de concluir um acordo de cessar-fogo em Gaza que devolveria a Israel os reféns detidos pelo Hamas e ajuda humanitária aos palestinianos após mais de 10 meses de combates devastadores em Gaza.

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40% do continente em seca moderada e severa no fim de julho

  • Lusa
  • 19 Agosto 2024

Foi o nono mês de julho mais quente desde 2000, com o valor médio da temperatura do ar, 23,15 graus celsius, a ser superior em 0,65 °C em relação ao valor registado entre 1981 e 2010.

Cerca de 40% de Portugal continental estava em seca meteorológica moderada e severa no final de julho, indica o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Segundo o boletim climatológico, divulgado esta segunda-feira, houve um aumento da área em seca meteorológica moderada e severa na região sul, afetando os distritos de Faro, Beja, Évora, Setúbal e Portalegre.

De acordo com o IPMA, o mês de julho em Portugal continental foi classificado como quente em relação à temperatura do ar e normal em relação à precipitação. Foi o nono mês de julho mais quente desde 2000, com o valor médio da temperatura do ar, 23,15 graus celsius (°C), a ser superior em 0,65 °C em relação ao valor registado entre 1981 e 2010.

A temperatura mínima registou o oitavo valor mais alto desde 2000, com 16,12°C, uma anomalia de mais 0,28°C superior ao valor normal. A temperatura máxima, com um valor médio de 30,17°C, também representa uma anomalia de + 1,02°C acima do valor normal.

Em relação à precipitação foi o oitavo julho mais chuvoso desde 2000. O IPMA recorda que o início do mês teve temperaturas mínimas muito abaixo do valor normal, especialmente nos dias 7 e 8, e que no dia 23 foi registado o dia mais quente do ano. De acordo com os dados do IPMA, na Europa o valor médio da temperatura média do ar foi 1,49°C acima do valor médio 1991-2020, sendo o segundo julho mais quente, depois do julho de 2010.

Temperaturas acima da média de 1991-2020 foram registadas no sul e no leste da Europa, registando-se ondas de calor em países como Itália ou Grécia, com as temperaturas noturnas em Atenas a rondarem os 30°C, o que excedeu substancialmente o critério de 20°C para a definição de uma noite tropical.

No norte da Europa o mês foi mais húmido do que a média, tendo fortes precipitações provocado inundações em partes dos Estados Bálticos.

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Scholz garante apoio à Ucrânia apesar dos cortes orçamentais

  • Lusa
  • 19 Agosto 2024

Vários media alemães noticiaram, no fim de semana, que o Governo, sob pressão do Ministério das Finanças, excluía qualquer apoio orçamental adicional a Kiev, além do já definido.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, garantiu esta segunda-feiraque a Alemanha “é e continuará a ser o principal apoiante da Ucrânia na Europa”, apesar dos cortes orçamentais previstos para 2025, que fizeram recear um recuo do país.

Segundo maior contribuinte para o esforço de guerra ucraniano, a seguir aos Estados Unidos, o Governo alemão enfrenta cortes orçamentais num contexto de braço de ferro entre os três partidos da coligação e decidiu reduzir para metade, no próximo ano, o montante que disponibilizará para ajuda militar bilateral a Kiev.

Vários órgãos de comunicação social alemães noticiaram, no fim de semana, que o Governo, sob pressão do Ministério das Finanças, excluía qualquer apoio orçamental adicional a Kiev, além do já definido, o que suscitou ferozes críticas até do partido social-democrata do chanceler Scholz, que o Governo se esforçou por aplacar.

“Prosseguiremos o nosso apoio: com o crédito no valor de 50 mil milhões de euros que estamos a criar com o G7 (grupo das sete maiores economias do mundo). Tal permitirá à Ucrânia adquirir armas em grandes quantidades”, escreveu Olaf Scholz na rede social X (antigo Twitter).

Para compensar os seus cortes orçamentais, Berlim conta conceder à Ucrânia um empréstimo de 50 mil milhões de euros, garantido pelos juros futuros dos bens russos congelados. Este novo instrumento financeiro foi acordado pelos países do G7 na sua cimeira de junho, em Itália.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 – após a desagregação da antiga União Soviética – e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se. Nos últimos dias, as tropas russas, mais numerosas e mais bem equipadas, prosseguiram o seu avanço na frente oriental, apesar da ofensiva ucraniana na Rússia, na região de Kursk.

As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território.

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