Informática e emprego são os serviços prestados às empresas que mais crescem

Principais indicadores económicos dos serviços prestados às empresas continuaram a subir em 2023, apesar de o ritmo ter abrandado em 5,9 pontos percentuais face a 2022, para 29,3 mil milhões de euros.

O valor dos serviços prestados às empresas atingiu os 29,3 mil milhões de euros em 2023, o que representa um aumento de 14,6% face ao ano anterior. Apesar deste crescimento, o Instituto Nacional de Estatística (INE) regista, no entanto, uma desaceleração de 5,9 pontos percentuais face a 2022.

“Em 2023, assistiu-se à continuação do crescimento significativo dos principais indicadores económicos dos Serviços Prestados às Empresas (SPE), apesar da desaceleração face ao ano anterior”, refere o INE. O volume de negócios cresceu 13,6% (+20,3% em 2022), para 32 mil milhões de euros e o valor da prestação de serviços aumentou 14,6% (+20,5% em 2022), correspondendo a 29,3 mil milhões de euros.

Estes resultados correspondem a 152,2 mil empresas, que empregam 546,3 mil pessoas, mais 8% que no ano anterior. O setor da informática continua a ser o mais representativo.

Ainda de acordo com o INE, o Valor Acrescentado Bruto (VAB) aumentou 16,5% (versus um crescimento de 20,7% em 2022), para 18,2 mil milhões de euros. Já o Excedente Bruto de Exploração (EBE) aumentou 14,1% (+15,4% em 2022), ascendendo a 4,7 mil milhões de euros.

Todos os setores dos serviços prestados às empresas apresentaram crescimentos de pessoal ao serviço em 2023, destacando-se os setores da informática e das atividades de emprego com os maiores aumentos, com crescimentos de 14,1% e 7,9%, respetivamente.

A informática continuou a ser a atividade mais representativa com 37,3% do total da prestação de serviços, tendo crescido 15,2% em 2023 (+26,3% em 2022) e aumentado o seu VAB e EBE em 20,2% e 24,0%, respetivamente. Seguiu-se a contabilidade, auditoria e consultoria com 25,7% do total da prestação de serviços, que cresceu 13,7%, elevando o seu VAB em 14,1% e EBE em 8,6%.

Já o ramo da arquitetura e engenharia, a terceira atividade mais representativa (13,1% do total da prestação de serviços), foi a que mais aumentou o valor da prestação de serviços, com um aumento de 22,4% face a 2022.

Em relação à evolução da mão-de-obra, foi a informática que registou a maior evolução positiva, com um crescimento de 14,1%, seguida do setor das atividades de emprego, com um aumento de 7,9%.

No conjunto dos serviços prestados às empresas, as cinco maiores empresas representaram 24,8% do total da prestação de serviços em 2023, indica o INE. Por atividade, este indicador de concentração variou entre o máximo de 82,1% na edição de jogos de computador e o mínimo de 7,2% nas atividades de arquitetura.

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Situação da Trust in News teria “exigido medidas mais musculadas”

  • Lusa
  • 18 Dezembro 2024

A CT afirma que não pode dizer se houve má gestão na dona da Visão e de outros 16 títulos, mas considera que houve "inação" da parte da administração.

A Comissão de Trabalhadores da Trust in News (TiN) considerou esta quarta-feira que a situação do grupo dono da Visão teria “exigido medidas mais musculadas” e que houve duas propostas de compra de publicações que não foram aceites.

Rui da Rocha Ferreira, membro da Comissão de Trabalhadores (CT) da TiN falava na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, no âmbito dos requerimentos dos grupos parlamentares do Livre e do PS sobre a situação em que se encontra o grupo. A Trust in News, liderada por Luís Delgado, detém 17 marcas e conta com 137 trabalhadores, de acordo com dados da CT.

Considerando o estado em que a empresa estava“, isso teria “exigido medidas mais musculadas”, afirmou Rui Rocha, em resposta a questões do PS.

Questionado sobre se houve tentativa de tomar medidas para estancar a atual situação do grupo, o representante da CT disse que “sim e não”, referindo que este é “o sentimento mais generalizado”. Desde 2018, altura em que a TiN comprou as publicações à Impresa, “aconteceu muita coisa, uma pandemia, uma guerra” e as empresas “têm de saber adaptar-se às exigências do mercado”, prosseguiu.

É opinião comum que deveria ter sido feito algo mais“, sublinhou o responsável da CT, que entrou em funções em junho. Este ano, saíram da empresa “55 trabalhadores” e “entraram 11”, detalhou.

Relativamente a uma reestruturação, a CT adiantou que houve corte de despesas, que inclui corte de licenças de software, serviços de fotografia e de agência noticiosa.

Questões como os salários, que “iam chegando tarde” levou a que a situação se tornasse “insustentável e provocou um desgaste brutal nas pessoas”, levando à saída de trabalhadores que não queriam fazê-lo, mas não tinham outra hipótese.

“Pode-se alegar reestruturação, mas na nossa opinião” esta tem de ter estratégia, ser organizada e ter objetivos.

Já em resposta ao Livre, o membro da CT da TiN referiu que houve “duas propostas oficiais à administração para compras de publicações durante o período de recuperação”. Estas “propostas não foram aceites”, porque segundo a administração “não eram vantajosas”, referiu.

A Comissão de Trabalhadores (CT) da Trust in News (TiN) afirmou que não pode dizer se houve má gestão na dona da Visão e de outros 16 títulos, mas considerou que houve “inação” da parte da administração.

Questionada pelo Bloco de Esquerda (BE) se houve má gestão, a CT referiu não poder responder a isso.

“Eu, pelo menos”, e o Rui da Rocha Ferreira, membro da CT também presente na audição, “não somos especialistas em gestão, temos a nossa perceção, e a palavra mais ouvida” sobre a situação do grupo “é inação“, afirmou Carolina Almeida.

Ou seja, “não sabemos se houve má gestão”, mas houve “uma inação”, rematou Carolina Almeida, referindo que ao longo do tempo deveriam ter sido “tomadas algumas ações”.

O sentimento é de que “deveria ter sido feito mais alguma coisa para não chegarmos a este ponto, as decisões deveriam ter sido mais duras” para “não colocar os trabalhadores nesta situação”, acrescentou.

Já Rui da Rocha Ferreira salientou que a gestão “boa não foi”, referindo que quando o PER não foi aprovado havia indicação de que havia dinheiro para pagar algumas dívidas. “Mas se tinha dinheiro por que não meteu”, questionou, afirmando que a essa pergunta nunca houve resposta.

Rui da Rocha Ferreira salientou que, após a compra do grupo à Impresa, em 2018, a “fase da pandemia foi muito crítica”, a que se juntou depois a guerra na Ucrânia, em que “o preço do papel encareceu”, somando-se os salários em atraso.

Enquanto CT, “demos sempre o benefício da dúvida”, salientou, sublinhando que “Luís Delgado sempre teve abertura tanto com CT” como com os delegados sindicais e outros representantes.

“Sempre houve abertura para falar” com Luís Delgado, “sempre fomos alertando para os problemas que eram óbvios e nunca sentimos da parte da administração o mesmo nível de preocupação”, disse.

A CT apelou à intervenção do Governo na mediação junto dos credores, já que há marcas de revistas que foram dadas como garantias à Segurança Social e à Autoridade Tributária — maiores credores da TiN — para em caso de haver interessados “essa questão das garantias não vir a ser um entrave”.

“é altura de os deputados discutirem de forma séria o que querem da comunicação social, tem de ser definido como setor crítico”, defendeu Rui da Rocha Ferreira, apontando que em caso de “crise, por exemplo, haver um fundo que possa intervir” e uma “vigilância às contas” das empresas do setor.

Aliás, “pode e deve-se começar a olhar de forma mais estrutural para as empresas de comunicação”, defendeu, rematando: “Se é para a TiN cair, que se aprenda alguma coisa” com isso.

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Atividade económica acelera em outubro e clima económico atinge máximos de 2019

A atividade económica em Portugal acelerou, em outubro, e o clima económico, entre setembro e novembro, acompanhou a tendência tendo atingido máximo de março de 2019.

A atividade económica a nível nacional acelerou acelerou em termos homólogos entre agosto e outubro, com o indicador do clima económico a atingir um máximo desde março de 2019, na sequência de um aumento entre setembro e novembro, revelam os dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

O indicador de atividade económica acelerou em termos homólogos entre agosto e outubro, tendo o indicador de consumo privado acelerado, enquanto o indicador de investimento abrandou”, lê-se na síntese económica de conjunta do gabinete de estatística nacional. “Por sua vez, o indicador de clima económico, que sintetiza as questões relativas aos inquéritos qualitativos às empresas, aumentou entre setembro e novembro, atingindo o máximo desde março de 2019“.

O INE detalha ainda que os indicadores de curto prazo na perspetiva da produção, referentes ao mês de outubro, apontam para uma “aceleração em volume na indústria e na construção, e para um abrandamento em termos nominais, nos serviços e na indústria”. No último caso, detalha o INE, este foi “de forma ligeira”.

Síntese económica de conjuntura – novembro 2024Instituto Nacional de Estatítstica (INE)

Relativamente à atividade económica no mês de outubro, o índice de produção industrial acelerou para uma variação homóloga de 4,4%, após o aumento de 2,8% do mês anterior. Excluindo a componente energética, verificou-se um crescimento de 4,1% (variação de 2,6% no mês anterior). Quanto ao índice de volume de negócios na indústria, este aumentou 2,2% em outubro. Excluindo o agrupamento de energia, o índice de volume de negócios abrandou para uma taxa de variação de 3,0%.

o índice de volume de negócios nos serviços apresentou uma variação homóloga de 3,6% em outubro (5,7% no mês anterior), enquanto o mesmo índice deflacionado no comércio a retalho registou um crescimento de 6,4% em outubro, tendo-se verificado uma aceleração de ambas as componentes, de 3,8% para 4,2% da componente não alimentar e de 6,9% para 9,7% da componente de produtos alimentares.

A acompanhar a tendência, surge o índice de produção na construção, que, nos últimos dois meses, acelerou e registou em outubro uma variação homóloga de 6,8% após ter aumentado 1,5% e 3,3% nos dois meses anteriores.

Relativamente à atividade turística, o INE revela que em outubro, o número de dormidas aumentou 2,5% em termos homólogos: as dormidas de residentes aumentaram 1,2% em termos homólogos, enquanto as dormidas de não residentes aumentaram 3%.

No que toca à atividade externa, tanto as exportações (17,1%) como as importações (7,5%) aumentaram em termos homólogos (4,8% e 3,4%, pela mesma ordem, em setembro de 2024). O INE destaca em particular, face ao período homólogo, os aumentos das exportações de fornecimentos industriais (16,8%) e de material de transporte (21,7%). Nas importações, salienta-se o aumento de bens de consumo (20,5%).

Em novembro, o indicador de confiança aumentou na indústria e no comércio a retalho, estabilizou na construção e diminuiu nos serviços. O indicador de confiança dos consumidores diminuiu, após ter aumentado nos dois meses anteriores.

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Marcelo avisa Montenegro: “Não basta solidariedade institucional”, é preciso “cooperação estratégica”

  • Joana Abrantes Gomes
  • 18 Dezembro 2024

Presidente da República defende que a “confiabilidade" de Portugal tem de ser construída mais com trabalho a nível bilateral, devido ao menor peso das organizações internacionais.

Nos habituais cumprimentos de Boas Festas aos membros do Governo no Palácio de Belém, Marcelo Rebelo de Sousa realçou os desafios do “uso dos fundos europeus” e da “questão particularmente sensível das migrações”, mas deixou, também, um aviso a Luís Montenegro: a solidariedade institucional não é suficiente para um presente com “problemas ainda mais graves” que no passado e que, por isso, precisa de “cooperação estratégica”.

Não basta a solidariedade institucional, que foi sempre boa entre o Presidente da República e os sucessivos governos, e continua a ser claramente boa. Mas não é suficiente. No presente, porque os problemas são mais graves ainda, tem de haver cooperação estratégica, quer na política interna, quer na política externa e na Defesa Nacional“, sustentou o Chefe de Estado, sublinhando que isto exige “estabilidade, segurança e previsibilidade, ademais num período em que vai haver duas eleições nacionais num ano”.

Marcelo realçou o “bem precioso” de Portugal ser visto lá fora como “um parceiro confiável”, que justifica com a maior estabilidade em comparação com as maiores economias europeias, como a França e a Alemanha.

No entanto, esta confiabilidade é “difícil de construir”, ressalvou, defendendo a necessidade de mais trabalho a nível bilateral e lamentando, simultaneamente, que tenha passado “um bocadinho” o tempo do multilateralismo e de um maior papel das organizações internacionais.

O Presidente da República assinalou ainda que o Executivo de Luís Montenegro iniciou funções “num momento muito difícil do mundo” e que os oito meses de governação foram uma “corrida contra o relógio” para “não deixar que a aceleração da história acabe por atingir medidas, decisões, programas e concretizações de forma irreparável”.

“Tem sido um esforço ademais, tendo logo que enfrentar eleições europeias e eleições em vários países da Europa”, recordou Marcelo, saudando o esforço do primeiro-ministro para “estar em toda a parte ao mesmo tempo”.

(Notícia atualizada às 12h37)

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Isenção de comissão no reembolso antecipado do crédito da casa alargada até 2025

O Parlamento aprovou uma proposta do PS com a ajuda do PSD que estende por mais um ano a suspensão do pagamento de uma comissão de 0,5% na amortização antecipada do empréstimo a taxa variável.

As famílias vão poder beneficiar por mais um ano, até 2025, do fim da comissão de 0,5% no reembolso antecipado do crédito da casa a taxa variável, segundo um projeto de lei do PS aprovado esta quarta-feira, na especialidade, na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública (COFAP), no Parlamento. A suspensão da taxa iria terminar no final deste ano e os mutuários teriam de começar a pagar, se esta proposta não fosse viabilizada.

A medida passou com a ajuda do PSD, que se absteve, e o voto contra do Chega, depois de os mesmos partidos terem rejeitado, no âmbito da discussão do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), uma proposta dos socialista para acabar definitivamente com a comissão dos contratos a taxa variável e baixar esse encargo de 2% para 0,5%, nos créditos a taxa fixa.

“A proposta do PS prorroga até ao final de 2025 a suspensão temporária da exigibilidade da cobrança de comissão por reembolso antecipado de crédito habitação”, segundo uma nota enviada do grupo parlamentar socialista enviada ao ECO. A votação final global da iniciativa está agendada para esta sexta-feira, dia 20, e está garantida a viabilização da proposta.

Sem a proposta do PS, uma vez que o Governo nada fez para prolongar a vigência da medida, apesar da recomendação do Banco de Portugal, a medida acabaria a 31 de dezembro deste ano e, a partir de 1 de janeiro, os consumidores voltariam a ter de pagar comissões aos bancos quando optam pela amortização dos seus créditos à habitação”, segunda mesma nota do grupo parlamentar.

O vice-presidente da bancada do PSD, Hugo Carneiro, justificou a mudança de voto, de contra, no OE2025, para abstenção, no âmbito deste diploma em particular, pelo facto de “a proposta agora apresentada pelo PS ser mais mitigada”. “Apesar da trajetória de redução das taxas de juro, elas ainda estão longe de dar um verdadeiro alívio às famílias. Por isso, decidimos viabilizar o alargamento da isenção de comissão por mais um ano“, salientou o deputado em declarações ao ECO.

Para garantir a aprovação do diploma, “o PS optou, desta vez, por uma estratégia mais prudente”, retirando do texto a isenção definitiva da comissão na amortização antecipada do crédito à habitação própria e permanente a taxa variável e a diminuição da comissão, de 2% para 0,5%, nos contratos a taxa fixa, argumentou o vice-presidente da bancada socialista, Miguel Matos.

Mas os socialistas não vão ficar por aqui. No início do próximo ano, o grupo parlamentar vai apresentar “uma iniciativa legislativa para limitar a cobrança de comissões na amortização de crédito à habitação e para reforçar, de modo mais amplo, a proteção dos consumidores de produtos financeiros”, revelou ao ECO o deputado Miguel Matos. Em concreto, o PS vai insistir “na redução da comissão, de 2% para 0,5%, no reembolso antecipado dos empréstimos a taxa fixa e vai olhar para outras comissões bancárias onde seja possível haver progressos”, esclareceu o parlamentar socialista, sem, contudo, indicar quais as comissões que pretende alterar e sobre que produtos financeiros.

Esta iniciativa terá maior dificuldade em passar pelas bancadas de PSD e CDS que suportam o Governo da Aliança Democrática (AD). Hugo Carneiro sinalizou que essa medida é “mais radical”, designadamente no que diz respeito à descida das comissões nos créditos a taxa fixa. No entanto, atirou para “mais tarde uma decisão do grupo parlamentar, quando for conhecido o texto da proposta”.

A isenção da comissão no reembolso antecipado dos créditos de habitação própria permanente a taxa variável foi introduzida pelo Governo de maioria absoluta socialista, de António Costa, em 2022, como medida para mitigar o impacto da subida das taxas de juro. Desde então, este regime temporário tem sido renovado e iria terminar a 31 de dezembro se não fosse aprovada a sua extensão por mais um ano, até 31 de dezembro de 2025.

(Notícia atualizada às 12h11)

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Preços da luz da EDP descem em média 7% em 2025

“A fatura dos clientes residenciais da EDP vai baixar em média 7%, a partir de 1 de janeiro de 2025”, indica a empresa.

A EDP vai baixar os preços da eletricidade no próximo ano, divulgou a empresa, esta quarta-feira. Em média, os clientes da elétrica vão sentir um alívio de 7% nas respetivas contas da luz.

A fatura dos clientes residenciais da EDP vai baixar em média 7%, a partir de 1 de janeiro de 2025”, indica a empresa.

Esta redução decorre de uma série de alterações. Em primeiro lugar, a elétrica optou por baixar a componente de preço da eletricidade que diz respeito à energia em si, denominada por “Energia e Estrutura Comercial”. Esta vai cair 6%, em média. A este alívio acresce o decréscimo no valor de outra componente, a tarifa de acesso às redes, ditado pelo regulador. E, por fim, as alterações na taxa de IVA para os escalões mais baixos de potência, dá também o seu contributo, explica a elétrica.

A elétrica avança esta atualização dias depois de o regulador ter publicado a decisão final quanto às tarifas para o mercado regulado em 2025, que influencia o mercado liberalizado na medida em que ambos os mercados partilham uma componente, a tarifa de acesso às redes. De acordo com o comunicado da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), a tarifa de acesso às redes vai cair 3,6% para os clientes de baixa tensão normal, ou seja as famílias.

Já no âmbito da fiscalidade, entrará em vigor em 2025 uma medida para baixar o IVA da eletricidade. Esta prevê que os primeiros 200 quilowatts-hora (kWh) consumidos por cada família (ou 300 kWh, no caso das famílias numerosas) serão taxados a 6%, em vez dos atuais 23%.

(Notícia atualizada pela última vez às 12h05, com mais informação)

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Risco geopolítico recomenda “prudência” nas bolsas em 2025, diz regulador

CMVM vê riscos na bolsa a atenuaram, mas recomenda "prudência" aos investidores pois estarão a subavaliar os riscos geopolíticos.

Apesar da redução global dos riscos nas bolsas, o regulador português recomenda aos investidores “prudência” por conta do contexto geopolítico marcado pelas guerras e crescente tensão entre EUA e China. “Qualquer alteração de relevo nesse contexto, já por si especialmente adverso, poderá impactar de forma relevante e abrupta nos mercados”, alerta a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

“Comparativamente com o relatório do ano passado, o Risk Outlook CMVM 2025 procede a uma ligeira atenuação dos riscos financeiros para o mercado de capitais nacional”, aponta a CMVM no relatório publicado esta quarta-feira.

“Ainda assim, esta redução global de riscos entre 2024 e 2025 deverá ser lida com prudência. Isto porque o contexto geopolítico, atual e o que se perspetiva, coloca e colocará significativos desafios macrofinanceiros”, acrescenta.

Para o polícia da bolsa liderado por Luís Laginha de Sousa, uma abordagem prudente aos mercados “assume importância acrescida na medida em que parece existir uma desassociação relevante entre as medidas de riscos geopolíticos e de riscos macrofinanceiros”.

Citando o Fundo Monetário Internacional (FMI), a CMVM frisa que os investidores estão a subavaliar os riscos existentes face ao nível de valorizações dos mercados. Mas 2025 poderá representar um teste a este “potencial decoupling”.

“As expectativas dos agentes de mercado poderão ter de ser revistas em baixa em função da eventual materialização de choques geopolíticos adicionais ou de desenvolvimentos negativos nas tensões já latentes”, afirma o regulador da bolsa.

Por outro lado, a CMVM assume que o processo desinflacionista, “cujos avanços foram significativos em 2024, está ainda por terminar”. Nesse sentido, “novos picos inflacionistas em 2025 não poderão ser excluídos”, frisa a entidade reguladora. Nesse caso, a ação de redução das taxas de juro dos bancos centrais encontra-se algo limitada. Contexto que poderá “provocar uma reavaliação dos riscos”.

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Fed corta hoje taxas. Tarifas de Trump obrigam a abrandar ritmo em 2025

Corte de 25 pontos nos juros é dado como certo esta quarta-feira, mas a incerteza sobre as políticas económicas da nova administração deverá levar o banco central a agir com mais prudência em 2025.

A reunião da Reserva Federal (Fed) de novembro foi adiada por um dia devido às eleições que resultaram na vitória retumbante de Donald Trump e o republicano irá certamente continuar a impactar as decisões do banco central norte-americano após tomar posse a 20 de janeiro.

O foco dos analistas e investidores, e também do chair Jerome Powell, não está na decisão desta quarta-feira – com um segundo corte seguido de 25 pontos base (p.b) nas taxas de juro a fechar o ano dado como garantido – mas sim sobre o ritmo para 2025.

Numa sondagem da Reuters a economistas, a esmagadora maioria, 93 de 103, indicou esperar uma redução de 25 pontos percentuais na reunião de 17 e 18 de dezembro, levando as Federal Funds Rates para o intervalo de 4,25%-4,50%.

No entanto, uma clara maioria dos economistas, 58 de 99, previu que a Fed, que já reduziu as taxas em 75 pontos base desde setembro, manteria inalteradas as taxas na reunião de 28 e 29 de janeiro, pouco mais de uma semana após o regresso de Trump à Casa Branca.

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Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

Entre os investidores as perspetivas são semelhantes. De acordo com a ferramenta CME FedWatch, que reflete a evolução do mercado de futuros de taxas de juro, a probabilidade de um corte de 25 pb esta quarta-feira é de 95,4%. Já para a reunião de janeiro essa chance tomba para 16,3%, com a de uma manutenção das taxas a situar-se em quase 80%.

Os analistas dos Goldman Sachs vêm um corte de 25 pb esta quarta-feira, mas sublinham numa nota que “a principal mensagem da reunião seja a de que o FOMC [Federal Open Market Committee, comité de política monetária] antecipa que irá provavelmente abrandar o ritmo dos cortes nas taxas no futuro, e revimos a nossa previsão para 2025 de modo a eliminar um corte em janeiro”.

O Goldman Sachs continua a esperar cortes em março, junho e setembro do próximo ano, com uma taxa terminal [de 2025] ligeiramente mais elevada de 3,5-3,75%.

Os analistas do banco de investimento recordaram que comentários recentes dos responsáveis da Fed apontaram claramente para um desejo de abrandar o ritmo em breve. “Uma das razões é o facto de o desemprego ter ficado aquém e a inflação ter ultrapassado as projeções do FOMC, embora nenhuma das surpresas seja tão significativa como parece”.

Há duas outras razões possíveis. “Em primeiro lugar, os responsáveis da Fed podem preferir ser cautelosos à luz da incerteza sobre as políticas da nova administração, especialmente sobre possíveis aumentos de tarifas e em segundo lugar, os responsáveis da Fed parecem estar cada vez mais abertos a repensar a taxa neutra do que esperávamos, o que defende que se comece a agir com mais cautela mais cedo, à medida que se procura o ponto de paragem certo”, sublinharam.

Projeções com ligeiras alterações

Os analistas do banco neerlandês ING, que também preveem três cortes pela Fed em 2025, recomendam estarmos atentos às novas previsões económicas do banco central, “uma vez que a política do Presidente eleito Trump de controlo da imigração, tarifas e reduções de impostos pessoais e empresariais, provavelmente significará que sinalize uma mais lenta flexibilização” da política monetária.

O ING vê o crescimento e a inflação a serem revistos ligeiramente em baixa no final de 2024, enquanto o desemprego será ajustado em baixa, mas não espera “alterações drásticas” nas projeções para 2025.

“A história do crescimento a curto prazo está a ser impulsionada pela clareza das eleições e por uma sensação de que a posição pró-empresarial de Trump na regulação, juntamente com um ambiente fiscal baixo, deve ser favorável”, explicaram, alertando, contudo, que há algum nervosismo quanto ao potencial impacto do protecionismo comercial e dos controlos da imigração.

Até à reunião de março do FOMC, a Fed terá uma compreensão mais clara dos planos tarifários, fiscais e de despesa do Presidente Trump e, como tal, esperamos que deixem grandes revisões das previsões para até lá”, concluíram.

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Foxconn interessada na fusão da Honda e Nissan

A principal parceira de produção da Apple terá conseguido acelerar as negociações entre as fabricantes japonesas ao abordar a Nissan para assumir uma participação neste negócio.

A potencial fusão entre as fabricantes automóveis japonesas Honda e Nissan conta com mais uma empresa interessada em entrar no negócio. A principal parceira de produção da Apple, a Foxconn, terá acelerado as negociações para o acordo ao abordar a Nissan para assumir uma participação, avança esta terça-feira a Bloomberg.

A taiwanesa Foxconn, formalmente designada Hon Hai Precision Industry, está interessada em investir mais no mercado dos carros elétricos, depois dos investimentos realizados em fábricas destes veículos, de acordo com a publicação japonesa Diamond Online.

Esta terça-feira veio a público que a Honda e a Nissan estariam a preparar-se para iniciar negociações para uma eventual fusão. A junção de forças na indústria dos motores permitiria que as duas empresas enfrentassem a gigante Toyota – que tem posições na Subaru, Suzuki e Mazda – e as principais concorrentes internacionais, Tesla e BYD.

Este negócio no setor automóvel, se for bem-sucedido, poderá ser o maior depois da fusão entre o grupo francês PSA e Fiat-Chrysler, que criou a Stellantis, em 2021. Segundo o jornal japonês Nikkei, as conversações para um possível acordo entre duas das maiores fabricantes automóveis nipónicas poderá até incluir a Mitsubishi.

O plano passará pela assinatura de um memorando de entendimento para discutir as respetivas participações acionistas na nova holding que daí nasceria para competir com as principais rivais no mercado dos veículos elétricos.

A notícia surge quatro meses após a Honda e a Nissan terem anunciado o início de uma investigação conjunta relacionada com tecnologias para Software-Defined Vehicles (SDV), carros em que o foco principal está no software e não no hardware. Numa conferência de imprensa conjunta, o presidente e CEO da Nissan, Makoto Uchida, e Toshihiro Mibe, presidente e CEO da Honda, explicaram que tinham perspetivas e ambições comuns em relação ao futuro da indústria.

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Portugal tem a maior subida da produção na construção na UE

Portugal registou em outubro a maior subida homóloga (6,9%) da produção na construção e a terceira maior (4,6%) em cadeia, entre os Estados-membros da União Europeia.

Portugal registou, em outubro, a maior subida da produção no setor da construção, com uma progressão homóloga de 6,9%, muito acima do aumento de 0,2% na zona euro e diminuiu 0,8% na União Europeia (UE), revelam as primeiras estimativas do Eurostat divulgadas esta quarta-feira. Um desempenho que pode ser explicado em parte pelo avanço no terreno das obras do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Na análise anual, o indicador que tenta traduzir a evolução do volume de produção do setor, desagregado entre construção de edifícios, engenharia civil e atividades especializadas de construção, mostra que os maiores aumentos foram observados em Portugal (+6,9%), Espanha (+6,3%) e Bulgária (+6,2%). Por outro lado, as maiores quebras foram registadas na Roménia (-14,5%), Eslovénia (-13,4%) e Polónia (-11,4%).

Fonte: Eurostat Eurostat

Ainda numa comparação homóloga, a produção na construção na zona euro aumentou 3% para engenharia civil, avançou 0,6% para construção de edifícios e diminuiu 0,9% para as atividades de construção especializada. Já na UE a produção na construção aumentou 1,3% para engenharia civil, mas diminui 0,5% para construção de edifícios e caiu 1,2% para atividades de construção especializada.

Dados do Eurostat mostram ainda que a produção no setor da construção aumentou 1% na Zona Euro e 0,7% na União Europeia em outubro deste ano quando comparado com o mês anterior. Portugal registou a terceira maior subida mensal.

Fonte: EurostatEurostat

Entre os Estados-membros para os quais existem dados disponíveis, os maiores aumentos mensais na produção na construção foram registados na Eslováquia (+7,9%), Áustria (+6,5%), Hungria e Portugal (ambos +4,6%), enquanto as maiores descidas foram observadas na Roménia (-8,3%) e Polónia (-2,7%).

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Mais de 85% da garantia pública será usada por apenas quatro bancos. Saiba quais são

O Governo decidiu não distribuir 20% dos 1,2 mil milhões de euros da garantia pública do crédito à habitação aos jovens pelas 18 instituições que aderiram à medida. Ficará disponível para reforços.

O Ministério das Finanças anunciou esta quarta-feira a autorização para a concessão de garantias de carteira às instituições de crédito aderentes ao Protocolo relativo à garantia pessoal do Estado para viabilizar a concessão de crédito à habitação própria permanente a jovens até aos 35 anos, por via de um financiamento a 100%.

O despacho assinado pelo Ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, estabelece a distribuição de um montante total de 1,2 mil milhões de euros entre as 18 instituições bancárias aderentes ao protocolo e teve em conta “as quotas de mercado de cada instituição de crédito na concessão de crédito à habitação, disponibilizadas pelo Banco de Portugal”, mas também os pedidos de adesão ao protocolo formulados pelas instituições de crédito junto da Direção-Geral do Tesouro e Finanças, refere o diploma publicado esta quarta-feira em Diário da República.

Porém, de acordo com cálculos do ECO, cerca de 199,7 milhões de euros, o equivalente a 20% dos 1,2 mil milhões de euros, ainda não foram atribuídos. Questionado pelo ECO, o Ministério das Finanças revela que este montante fica disponível para futuros pedidos de reforço por parte das instituições financeiras que o solicitarem.

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Mais de 85% da totalidade do montante disponibilizado ao abrigo da garantia pública ficará para usufruto de apenas quatro instituições, com o Santander Totta e a Caixa a encabeçarem esta lista, ao terem acesso a 259,3 milhões de euros e 257,2 milhões de euros, respetivamente.

A completar o pódio está o Banco Comercial Português (BCP), com 185,4 milhões de euros, seguido depois do Banco BPI, que contará com 149,8 milhões de euros. De fora do top 5 está o Novo Banco, que contará com apenas 20 milhões para aplicação desta medida de apoio aos jovens, apesar de ter uma quota de mercado que o coloca entre os cinco maiores bancos. Isto sucede porque, segundo o Ministério das Finanças, o banco liderado por Mark Bourke pediu um montante inferior ao que a sua quota de mercado lhe dá acesso.

Do leque de 18 instituições que vão disponibilizar a garantia pública no crédito à habitação, algumas receberam montantes significativamente menores, como a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Bombarral e o Banco Invest, que contarão com 200 mil euros para usarem ao abrigo da garantia pública no crédito à habitação para os jovens.

O despacho publicado esta quarta-feira também incumbe a Direção-Geral do Tesouro e Finanças de proceder “à celebração de Contratos de Garantia, nos termos do artigo 17.º da Lei n.º 112/97, de 16 de setembro, com as instituições de crédito e pelos montantes autorizados”.

Este despacho vem no seguimento da publicação da regulamentação do protocolo da garantia pública a 27 de setembro que, entre outras considerações, apontava para um prazo de 30 dias para as instituições financeiras aderirem ao protocolo e de 60 dias após a sua adesão para implementarem os procedimentos previstos no Protocolo. Desta forma, a garantia pública deverá estar disponível nos próximos dias.

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Investimento publicitário deve atingir os 772,4 mil milhões este ano e crescer 5,9% em 2025, prevê a Dentsu

O ritmo de crescimento do investimento publicitário deve abrandar em 2025, uma vez que no próximo ano não há eventos relevantes a nível global como o Mundial de futebol ou os Jogos Olímpicos.

O investimento publicitário a nível global deve alcançar os 772,4 mil milhões de dólares este ano, um crescimento de 6,8%. Trata-se de uma revisão positiva face ao crescimento de 4,6% que a Dentsu antecipava para 2024. Já para o próximo ano, o grupo prevê um crescimento de 5,9%.

Os dados constam do último relatório “Global Ad Spend Forecasts“, onde se estima que a publicidade algorítmica represente 59,5% do total do investimento publicitário em 2024 e 79% em 2027.

Para o futuro, e em termos de canais, a Dentsu prevê que o digital permaneça como o canal com crescimento mais rápido, projetando um aumento de 9,2% para 2025 e que atinja os 513 mil milhões de euros, captando assim 62,7% do investimento global.

Dentro deste canal, o paid social deve crescer 8,7%, canal que vai continuar a ser essencial para envolver públicos mais jovens, numa altura em que 79,7% da Geração Z usa o Instagram e em que 42% dos chief marketing officer (CMO) planeiam aumentar os seus investimentos em marketing de influência. Já o paid search deve crescer 6,7%, beneficiando dos desenvolvimentos de tecnologias de IA.

Ao nível da televisão, a margem de crescimento para 2025 é de 0,6%, com a connected tv a apresentar uma valorização robusta — de 18,4% — graças à adoção de anúncios por parte das plataformas de streaming, enquanto o investimento em televisão linear deve recuar 2,5%. No total, o investimento publicitário em televisão deve atingir os 168,4 mil milhões de dólares.

Por outro lado, o investimento em cinema vai continuar a crescer, embora de forma mais ténue. Enquanto no ano passado cresceu 7,1% (recorde-se que a pandemia ditou um decréscimo significativo no investimento neste meio), o cinema deve crescer agora 3,2% em 2025, para um total de 2,6 mil milhões de dólares.

Já o investimento em out-of-home, embora continue a mostrar resiliência, apresenta também uma taxa de crescimento mais comedida para 2025, na ordem dos 3,9% — ou seja, abaixo do crescimento de 2024, que foi de 4,8% — para um total de 44,3 mil milhões de dólares investidos.

Em relação ao áudio, a variação do investimento publicitário em 2025 vai ser de 1,8%, para os 36,4 mil milhões de dólares. Os principais motores do crescimento encontram-se principalmente no áudio digital (incluindo os podcasts, cujo investimento deve crescer 5,3% no próximo ano) e na publicidade política local.

Já negativamente, a publicidade em imprensa vai continuar em contração, recuando 2,5% em 2025 segundo a Dentsu, depois de no ano passado ter decrescido 2,9%. No total vão ser investidos 45,1 mil milhões de dólares em imprensa.

Em termos de regiões, para 2025 espera-se que a América lidere o crescimento, com o continente americano a apresentar uma taxa de crescimento de 6,3% — especialmente impulsionada pelos mercados brasileiro (5,2%) e norte-americano (5%) — captando quase metade (47%) do investimento global e alcançando os 384,6 mil milhões de dólares.

Já para a região Ásia-Pacífico, a previsão é de um aumento de 5,8% no investimento publicitário, com os anúncios baseados em inteligência artificial (IA) a contribuírem de forma significativa para o aumento do investimento em anúncios digitais em determinados mercados, como na Índia, refere a Dentsu. O investimento publicitário nesta região será de 253,4 mil milhões.

Na região económica da Europa, Médio Oriente e África (EMEA) o crescimento projetado pela Dentsu é de 5%, devendo apresentar um forte desempenho digital nos seus principais mercados, e alcançando a marca dos 179,7 mil milhões dólares. Já no Reino Unido, a perspetiva é que o investimento seja superior ao da EMEA, crescendo 5,7% em 2025 e atingindo os 51,7 mil milhões de dólares, sendo assim, de longe, o maior mercado publicitário da Europa.

As previsões da Dentsu para este ano, em que espera que o investimento publicitário atinja os 772,4 mil milhões de dólares, ficam assim aquém das previsões divulgadas pela WARC, que em agosto avançou esperar um crescimento de investimento na ordem dos 10,5%, podendo ser ultrapassado um bilião de dólares pela primeira vez.

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