Spinumviva. Deputado do PSD atacou a liberdade de imprensa? A reação dos partidos

Hugo Carneiro sugeriu vigiar o telemóvel de deputados para descobrir quem partilhou informações com a imprensa. Partidos saíram em defesa da liberdade de imprensa e deixaram farpas a Luís Montenegro.

Depois de Luís Montenegro ter submetido junto da Entidade para a Transparência uma nova declaração de interesses relacionados com a empresa Spinumviva e de essa informação ter sido conhecida pouco antes do debate com Pedro Nuno Santos, Montenegro disse não ter difundido nem promovido a difusão do documento e, na quinta-feira, considerou haver indícios de que o PS “tem muito mais a ver” com a divulgação dos clientes da empresa Spinumviva.

O Observador avançou que o deputado socialista Pedro Delgado Alves assumiu, numa reunião no Parlamento, ter acedido à informação que o primeiro-ministro e líder do PSD enviou à Entidade e que partilhou informação com Fabian Figueiredo, do Bloco de Esquerda. Ambos os parlamentares já negaram ter divulgado a informação.

Mas o PSD prometeu ir até “às últimas consequências” para apurar o caso, tendo inclusive Hugo Carneiro, deputado do PSD, pedido ao Grupo de Trabalho do Registo de Interesses no Parlamento que peça à Entidade para a Transparência os registos de quem acedeu aos dados sobre o primeiro-ministro, de forma a descobrir quem partilhou a informação com a imprensa. As reações dos partidos não se fizeram tardar, em defesa da liberdade de imprensa e aproveitando para deixar farpas a Luís Montenegro.

O líder do Partido Socialista acusou desde logo o PSD de desrespeitar a liberdade de imprensa, defendendo que Luís Montenegro já não deveria ser candidato a primeiro-ministro nas eleições legislativas de 18 de maio. “Essa é mais uma razão para que nós não corramos o risco de ter à frente dos destinos do país um partido e pessoas que não têm o respeito pela liberdade de imprensa. É mesmo preocupante, é grave que dirigentes do PSD estejam, neste momento, a tentar atacar aquilo que é o trabalho da comunicação social e dos jornalistas”, afirmou Pedro Nuno Santos.

Além de “não ser a primeira vez” que dirigentes do PSD fazem declarações “que não são abonatórias para a liberdade de imprensa”, Luís Montenegro “faz tudo o que está ao seu alcance, inclusivamente intimidar jornalistas para que não revelem aquilo que é obrigatório ser revelado por lei, aquilo que por lei já havia ter sido declarado há um ano”, defendeu o secretário-geral socialista.

O líder do Chega também lamentou as declarações de Hugo Carneiro. “Percebo que o PSD queira desviar as atenções disto para quem é que acedeu, quem é que não acedeu. Eu vi já pedidos de Polícia Judiciária. A Polícia Judiciária não tem mais que fazer do que agora ir ver quem é que passou uma declaração, não sei para que jornalista? Não há corrupção para combater, não há crimes violentos para combater? Queremos pôr a PJ a parar o que está a fazer e dizer vamos lá ver como é que a declaração de interesses foi parar a um jornal?”, questionou André Ventura.

Rui Rocha, sublinhando que a Iniciativa Liberal defende a liberdade de expressão “sem reservas”, disse que estava “profundamente chocado” que “um deputado da nação ponha sequer a hipótese que há alguma tentativa de perseguição de quem fez o seu trabalho jornalístico”.

“Aquilo que está em causa, fundamentalmente, é informação a que os portugueses têm direito. E o que me parece também é que temos um comportamento ao longo deste processo de Luís Montenegro que atrasa sempre a prestação de informação, o esclarecimento dos portugueses e as questões da transparência. Portanto, a haver alguma condenação política tem de ser essa: que se esclareça tudo para podermos passar às ideias e às propostas e que, no meio disso, em caso algum é admissível atacar-se a liberdade de expressão”, disse o líder da Iniciativa Liberal.

Já a coordenadora do Bloco de Esquerda disse mesmo que o PSD está “de cabeça perdida” após a divulgação da lista de clientes da Spinumviva e acusou Luís Montenegro de violar as suas “obrigações legais e formais”.

“Luís Montenegro escondeu do país, em violação das suas obrigações legais e formais, a lista de clientes da sua empresa, da qual recebeu avenças enquanto era primeiro-ministro. E o PSD agora, perante isto, está de cabeça perdida. É a única forma de avaliarmos o que se tem passado nos últimos dias, com instruções para a Polícia Judiciária vigiar telefones de deputados, de jornalistas. O PSD está de cabeça perdida”, acusou Mariana Mortágua.

Não podemos desvalorizar essas afirmações de muito mau tom” que servem para “desviar a atenção dos problemas centrais” disse, por sua vez, Paulo Raimundo. O secretário-geral do PCP reiterou também que Luís Montenegro “já se devia ter demitido”.

A porta-voz do PAN também acusou a AD de “desprezo pela liberdade de imprensa” e de “atacar jornalistas” para ocultar que o primeiro-ministro não “acautelou todas as obrigações legais” no seu registo de interesses. Segundo Inês de Sousa Real, à semelhança do que já aconteceu em momentos anteriores, demonstraram “desprezo pela liberdade da imprensa e o direito ao jornalismo” e de optarem por “atacar a imprensa e atacar os jornalistas”.

Não é a primeira vez que temos episódios relacionados com este Governo, não só a atacar a imprensa, atacar os jornalistas, como estar a utilizar aquilo que é um mecanismo de crítica ao acesso à informação, para ocultar que o problema é, de facto, o primeiro-ministro não ter prestado esta informação à Entidade para a Transparência”, acrescentou.

Por parte do Livre, Rui Tavares disse ser “preciso que Luís Montenegro seja sério e não se concentre no que será investigado a seu tempo mas que é um detalhe”.

“O que não é um detalhe é Luís Montenegro ter escondido os seus clientes. [A ameaça aos jornalistas] também não é obviamente nenhum detalhe porque é evidentemente crime obrigar os jornalistas a divulgar fontes“, disse o líder do partido.

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) também condenou as declarações do deputado social-democrata Hugo Carneiro, considerando que “é uma tentativa clara de pressão que ameaça a liberdade de imprensa”. O sindicato argumenta que a legislação prevê que “sem prejuízo do disposto na lei processual penal, os jornalistas não são obrigados a revelar as suas fontes de informação, não sendo o seu silêncio passível de qualquer sanção, directa ou indirecta”.

“O que está sobre sigilo são as fontes de jornalistas ao cobrir temas de inegável interesse público”, condena.

o Presidente da República desvalorizou a polémica, atribuindo-a ao “calor” e “lado emocional” da campanha eleitoral. “Estamos num clima eleitoral. No clima eleitoral há sempre um calor, um lado emotivo muito grande. Estamos a 15 dias de eleições, terminaram os debates“, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas, transmitidas pela RTP3.

“Isso acontece em clima eleitoral das democracias mais sofisticadas”, considera Marcelo Rebelo de Sousa, acrescentando que “há um lado de luta político-partidária que existe” e é natural surgirem “picardias”.

O Chefe de Estado mostrou-se mais preocupado sobre os esclarecimentos dos partidos sobre a exequibilidade das propostas apresentadas pelos partidos nos programas eleitorais das legislativas de 18 de maio.

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Parque eólico em Arcos de Valdevez em consulta pública até dia 16

  • Lusa
  • 2 Maio 2025

A proposta prevê “a instalação de 32 aerogeradores com torres de 112 metros de altura e rotor com 175 metros de diâmetro".

A intenção da empresa Madoqua IPP, com sede nos Países Baixos, de instalar um parque eólico em Sistelo, Arcos de Valdevez, com ligação a outro em Merufe, Monção, está em consulta pública até ao dia 16.

A Proposta de Definição de Âmbito (PDA) do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) apresentada à Autoridade de Avaliação de Impacte Ambiental, com 197 páginas, consultada esta sexta-feira pela Lusa na plataforma online participa.pt, prevê “a instalação de 32 aerogeradores com torres de 112 metros de altura e rotor com 175 metros de diâmetro (…) e respetiva linha elétrica de muito alta tensão (LMAT) que permitirá ligar o parque eólico à Subestação de Ligação à Rede Elétrica de Serviço Público (RESP)”.

A PDA, elaborada entre dezembro de 2024 e março deste ano, prevê como área de estudo a aldeia de Sistelo, classificada em 2017 como Monumento Nacional Paisagem Cultural, a primeira paisagem do país com aquela distinção.

A “área de estudo do parque eólico sobrepõe-se parcialmente ao Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), Zona Especial de Conservação (ZEC) e Zona Especial de Proteção (ZEP) da Peneda-Gerês, Reserva da Biosfera Gerês e Habitats Naturais, Zonas Especiais de Conservação da Direção Regional da Conservação da Natureza e Florestas do Norte”.

Segundo a empresa, “em termos de estrutura de licenciamento, o EIA do parque eólico de Arcos de Valdevez e respetiva linha elétrica será submetido a AIA [Avaliação de Impacto Ambiental] em fase de estudo prévio”.

“Posteriormente, em fase de projeto de execução, será desenvolvido o Relatório de Conformidade Ambiental do Projeto de Execução (RECAPE), dando resposta às indicações e recomendações da Declaração de Impacto Ambiental (DIA)”, lê-se no documento.

O “processo de licenciamento faseado permite assim um envolvimento das partes interessadas em diferentes fases de desenvolvimento do projeto, tornando-o assim mais ajustado e alinhado com os interesses das comunidades e autoridades”, sendo que “o projeto encontra-se na fase inicial de Estudo Prévio, que estará concluído aquando da submissão do EIA”.

A entidade licenciadora do projeto é a Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG) e, a Autoridade de Avaliação de Impacte Ambiental é a Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

“O projeto do parque eólico de Arcos de Valdevez é um projeto novo sem quaisquer antecedentes. Contudo, é de realçar que o projeto foi apresentado numa versão diferente à Câmara Municipal de Arcos de Valdevez, no âmbito do Pedido de Informação Prévia (PIP), sendo a versão atual otimizada face às condicionantes identificadas”, adianta o documento.

A proposta refere estar prevista “a necessidade de propor monitorização da biodiversidade, especificamente do grupo das aves e morcegos para as fases de construção e exploração do projeto”.

“Considera-se ainda muito provável a necessidade de implementar um Plano de Monitorização de Ruído para a fase de exploração e, se justificável, para a fase de construção”. Ao “nível da construção serão avaliados os impactes decorrentes dos trabalhos de obra, dando particular atenção à proximidade a aglomerados populacionais, equipamentos e infraestruturas, habitações, e conflito com outros usos”.

“Em fase de exploração serão avaliados os impactes do projeto sobre os usos humanos do território tanto à macroescala (impactes socioeconómicos à escala concelhia e regional), como à microescala (impactes socioeconómicos, bem como psicossociais e comportamentais, ao nível local)”, adianta a proposta.

A empresa diz que “será dada particular atenção a medidas que tenham como objetivo minimizar o impacte do projeto sobre funções urbanas e ao nível da mobilidade da população”, e que “será ainda desenvolvida uma proposta de Plano de Informação e Comunicação com as comunidades locais, a ser implementado na fase de construção”.

As medidas de mitigação a apresentar no EIA “incluirão, entre outras, restrições sazonais em atividades de construção para proteger a avifauna, instalação de dispositivos anticolisão em linhas elétricas e aerogeradores, minimização de áreas impermeabilizadas, salvaguarda de património e do Domínio Público Hídrico (DPH), criação de corredores ecológicos, ações de reflorestação com espécies autóctones e medidas específicas para a conservação de habitats e espécies de interesse comunitário”.

Está ainda previsto “um plano de compensação, tendo como principal objetivo contribuir para o desenvolvimento local dos municípios de Monção e Arcos de Valdevez, nos quais o projeto de produção de energia se localiza e que permitirá, por outro lado, dar uma resposta positiva nos fatores ambientais mais afetados”.

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Licenças para construção nova e reabilitação habitacional sobem 9,5% até fevereiro

  • Lusa
  • 2 Maio 2025

No número de fogos licenciados em construções novas observou-se um aumento de 28,3% em termos homólogos acumulados, para um total de 6.641 novas habitações.

As licenças emitidas para construção nova e reabilitação de edifícios habitacionais cresceram 9,5% até fevereiro, em termos homólogos, enquanto os fogos licenciados para construções novas aumentaram 28,3% e o consumo de cimento caiu 3,6%, segundo a AICCOPN.

De acordo com a mais recente Síntese Estatística da Habitação da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), divulgada esta sexta-feira, o número de licenças municipais emitidas para a construção e reabilitação de edifícios habitacionais registou um crescimento homólogo de 9,5% nos primeiros dois meses deste ano, para 3.444.

Já no que se refere ao número de fogos licenciados em construções novas observou-se um aumento de 28,3% em termos homólogos acumulados, para um total de 6.641 novas habitações. Até fevereiro, os dados da AICCOPN apontam ainda que o consumo de cimento no mercado nacional registou uma quebra homólogo de 3,6%, totalizando 623,2 mil toneladas.

No que respeita ao montante do novo crédito à habitação concedido pela banca, excluindo renegociações, aumentou 35,4% para 3.214 milhões de euros, em fevereiro, tendo-se a taxa de juro no crédito à habitação fixado em 3,83%, uma redução de 81 pontos base face ao mesmo mês de 2024.

Quanto ao valor mediano da habitação, calculado para efeitos de avaliação bancária, registou no mês de fevereiro uma valorização homóloga de 16%, em resultado de variações de 16,7% nos apartamentos e de 9,5% nas moradias.

Numa análise mais detalhada da evolução na Grande Lisboa, a AICCOPN aponta um aumento de 16,2% do número de fogos licenciados em construções novas nos 12 meses terminados em fevereiro de 2025, para 5.084, face aos 4.375 alojamentos licenciados nos 12 meses anteriores. Desse total, 9% corresponderam a tipologias T0 ou T1, 33% a T2, 40% a T3 e 18% a T4 ou superior.

Quanto ao valor de avaliação bancária na habitação verificou-se nesta região uma subida homóloga de 16,3% no mês de fevereiro.

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Sobrinho vai faltar ao julgamento do caso BES Angola

  • ADVOCATUS
  • 2 Maio 2025

Já Salgado foi dispensado de comparecer no julgamento do caso BES Angola (BESA), devido "às específicas limitações físicas e psíquicas" reconhecidas a Salgado pela doença de Alzheimer.

O antigo presidente do BES Angola, Álvaro Sobrinho, vai faltar ao julgamento do processo em que é acusado de desviar 400 milhões de euros. O banqueiro angolano, que perdeu a nacionalidade portuguesa, diz que queria estar presente em todas as sessões mas que o Estado português não lhe deu condições para tal, avança a Sic Notícias.

“Não sendo cidadão português e estando o Arguido a residir em Angola, como é consabido, carece de autorização para entrar em território português. O Cônsul Português em Angola emitiu um visto válido por noventa dias, que não garante a possibilidade de permanência ou vinda do Arguido a território português durante a totalidade da audiência de julgamento”, sustenta a defesa de Álvaro Sobrinho.

Já o ex-banqueiro Ricardo Salgado foi dispensado pelo tribunal de comparecer às sessões do julgamento do caso BES Angola (BESA), devido “às específicas limitações físicas e psíquicas” reconhecidas a Salgado pela doença de Alzheimer.

Segundo o despacho judicial a que a Lusa teve acesso, o tribunal entende que os relatórios médicos e perícias médico-legais a Ricardo Salgado que constam dos autos mostram que “num contexto de pressão emocional (como é o caso de um julgamento) é expectável um agravamento da sintomatologia associada à referida doença”.

“(…) esse quadro não deixa de apontar para uma grave inconveniência no comparecimento do arguido às sessões de julgamento”, lê-se no despacho judicial que sublinha que a presença em julgamento “mais do que um dever, constitui também um direito”, seja para prestar declarações ou para permanecer em silêncio, acrescentando que a ausência de Salgado, sendo justificada, também não constitui “motivo de adiamento do julgamento”.

O despacho salvaguarda também “o direito a prestar declarações em momento posterior”, se for esse o entendimento do arguido.

O requerimento a pedir dispensa de comparência em julgamento para Ricardo Salgado foi entregue a 23 de abril e apenas o Ministério Público se manifestou contra essa intenção, pedindo o indeferimento do requerimento, segundo o despacho.

Contactada pela Lusa, a defesa de Ricardo Salgado não quis fazer comentários a esta decisão judicial.

Ricardo Salgado, que está a ser julgado no processo principal do universo BES/GES, que julga a queda do banco e grupo económico há uma década, foi dispensado de comparecer às sessões de julgamento nesse processo após ter marcado presença na sessão inaugural.

No caso BESA, que começa a ser julgado no Campus de Justiça, em Lisboa, na segunda-feira, Ricardo Salgado e o ex-presidente da sucursal angolana do banco, Álvaro Sobrinho, estão acusados de abuso de confiança, burla e branqueamento.

Em causa está, nomeadamente, o alegado desvio, entre 2007 e 2012, de fundos de um financiamento do BES ao BES Angola em linhas de crédito de Mercado Monetário Interbancário (MMI) e em descoberto bancário. Álvaro Sobrinho, de 62 anos, está acusado pelo Ministério Público de 18 crimes de abuso de confiança agravado e cinco de branqueamento, enquanto Ricardo Salgado, de 80 anos, está acusado de cinco crimes de abuso de confiança e um de burla qualificada.

O BES faliu no verão de 2014, enquanto o BES Angola foi liquidado em outubro do mesmo ano.

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Spinumviva. Marcelo desvaloriza sugestão do PSD de vigiar telemóvel de deputados. “Há sempre um lado emotivo muito grande”

Presidente da República defende que é natural que surjam "picardias" no atual clima eleitoral e que tal acontece nas "democracias mais sofisticadas".

O Presidente da República desvalorizou esta sexta-feira a polémica em torno da divulgação de clientes da Spinumviva, a empresa familiar do primeiro-ministro, atribuindo-a ao “calor” e “lado emocional” da campanha eleitoral.

Estamos num clima eleitoral. No clima eleitoral há sempre um calor, um lado emotivo muito grande. Estamos a 15 dias de eleições, terminaram os debates“, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas, transmitidas pela RTP3.

Em causa está a notícia avançada pelo Expresso, no dia do debate entre Luís Montenegro e o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, de que o primeiro-ministro entregou uma declaração de substituição à Entidade da Transparência em que refere mais sete empresas como clientes da Spinumviva.

O Observador avançou que o deputado socialista Pedro Delgado Alves assumiu numa reunião no Parlamento ter acedido à informação que o primeiro-ministro e líder do PSD enviou à Entidade e que partilhou informação com Fabian Figueiredo, do Bloco de Esquerda. Ambos os parlamentares já negaram ter divulgado a informação, mas o PSD promete ir até “às últimas consequências” para apurar o caso.

O deputado social-democrata Hugo Carneiro sugeriu que a PJ verifique os telefones dos deputados que integram o Grupo de Trabalho do Registo de Interesses no Parlamento, com o intuito de apurar a fuga de informação relativa à nova declaração.

Isso acontece em clima eleitoral das democracias mais sofisticadas“, considera Marcelo Rebelo de Sousa, acrescentando que “há um lado de luta político-partidária que existe” e é natural surgirem “picardias”.

O Chefe de Estado mostrou-se mais preocupado sobre os esclarecimentos dos partidos sobre a exequibilidade das propostas apresentadas pelos partidos nos programas eleitorais das legislativas de 18 de maio.

O fundamental é manter a serenidade, verificar que os debates foram úteis, que realmente vamos aprender com a comissão técnica independente e esperar que as forças políticas expliquem, daqui até às eleições, como é que vão pôr no terreno, com que base de apoio, para que não haja crises governativas”, disse.

Pedro Nuno Santos criticou esta manhã a sugestão de Hugo Carneiro. “É preocupante e grave que dirigentes do PSD estejam a tentar atacar o trabalho da comunicação social e dos jornalistas. Já não é a primeira vez que fazem declarações que não são abonatórias para a liberdade de imprensa. Ontem ultrapassaram-se todos os limites do aceitável”, referiu o secretário-geral do PS.

Também o Sindicato dos Jornalistas (SJ) já condenou as declarações do deputado social-democrata, considerando que “é uma tentativa clara de pressão que ameaça a liberdade de imprensa”. O sindicato argumenta que a legislação prevê que “sem prejuízo do disposto na lei processual penal, os jornalistas não são obrigados a revelar as suas fontes de informação, não sendo o seu silêncio passível de qualquer sanção, direta ou indireta”.

O que está sobre sigilo são as fontes de jornalistas ao cobrir temas de inegável interesse público”, condenou.

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⛽Combustíveis voltam a descer. Gasolina fica dois cêntimos mais barata e o diesel 1,5 cêntimos

A partir de segunda-feira, quando for abastecer, deverá passar a pagar 1,517 euros por litro de gasóleo simples e 1,667 euros por litro de gasolina simples 95.

Na próxima semana os preços dos combustíveis vão sofrer uma nova queda. A gasolina deverá descer dois cêntimos e o gasóleo, o combustível mais utilizado em Portugal, 1,5 cêntimos, avançou ao ECO fonte do mercado.

Quando for abastecer, passará assim a pagar 1,517 euros por litro de gasóleo simples e 1,667 euros por litro de gasolina simples 95, tendo em conta os valores médios praticados nas bombas à segunda-feira, divulgados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG). Caso esta tendência se venha a confirmar, é preciso recuar à semana de 3 de julho de 2023 para encontrar o litro do gasóleo mais barato (1,484) e a 30 de setembro do ano passado (1,659) para encontrar um preço inferior da gasolina.

Desde o início do ano, os preços do diesel já desceram 11,6 cêntimos e os da gasolina 7,9 cêntimos, caso se confirmem estes valores.

Os preços podem ainda sofrer alterações para ter em conta o fecho das cotações do petróleo brent esta sexta-feira e o comportamento do mercado cambial. Mas também porque os preços finais resultam da média dos valores praticados por todas as gasolineiras. Além disso, os preços cobrados ao consumidor final podem variar consoante o posto de abastecimento.

Esta semana, tanto o gasóleo como a gasolina desceram 1,3 cêntimos.

O preço do brent, que serve de referência para o mercado europeu, estava esta sexta-feira a descer 1,43% para os 61,24 dólares por barril, e caminhava para mais uma perda semanal, em torno dos 6%, de acordo com a Reuters. Os mercados reagiram mal à contração da economia norte-americana no primeiro trimestre deste ano e aos dados que apontam para uma contração da indústria na China.

Se por um lado o mercado recebeu um impulso depois de o Ministério chinês do Comércio ter dito esta sexta-feira que o país estava a avaliar a possibilidade de negociações comerciais com os EUA – embora tenha sublinhado que qualquer diálogo deve ser sincero e precedido pela remoção das tarifas unilaterais – a possibilidade de, na reunião de 5 de maio, a OPEP+ decidir aumentar a produção está a pressionar o mercado em baixa.

A vontade do grupo de aumentar a produção vai ao encontro dos apelos persistentes do Presidente Trump por maiores fornecimentos de petróleo e preços mais baixos. A Reuters noticiou, no início desta semana, que a Arábia Saudita, líder de facto da OPEP+, sinalizou aos aliados que não está disposta a dar mais suporte aos preços do petróleo com mais cortes no fornecimento.

Relatórios anteriores mostraram que vários membros da OPEP+ também se preparavam para anunciar aumentos de produção em junho. Se assim for, estas podem ser boas notícias para os consumidores.

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Há sete ideias para melhorar os serviços públicos. E já pode votar

Um total de 70 iniciativas foram propostas no âmbito do Simplex 2025, das quais sete chegaram a finalistas. A votação decorre até 15 de maio.

A criação de uma bolsa de cuidadores formais de idosos, a digitalização da divulgação dos editais das autarquias e a simplificação do processo de legalização de viaturas importadas são três das sete ideias para melhorar os serviços que estão agora a votação, até 15 de maio, no âmbito do Simplex 2025.

“As propostas, agora em votação, refletem preocupações reais e sugestões concretas, realizadas pelos próprios cidadãos, para simplificar o seu relacionamento com o Estado. Apesar de distintas nos seus objetivos, as sete propostas finalistas partilham uma visão comum: tornar os serviços públicos mais simples, acessíveis e centrados nas necessidades da população”, informa a Agência para a Modernização do Estado (AMA) em comunicado.

“Estas ideias abrangem diferentes áreas de atuação do Estado, desde os cuidados sociais à mobilidade, da saúde à segurança social, passando pela comunicação autárquica e pelos serviços digitais”, refere ainda.

Até 15 de maio, na plataforma participa.gov.pt, os cidadãos podem votar nas sete propostas finalistas para melhorar os serviços públicos no no âmbito do Simplex 2025. O acesso à plataforma é feito través de autenticação via Cartão de Cidadão ou Chave Móvel Digital.

Quais as propostas a votação?

“Entre as propostas a votação incluem-se a criação de uma bolsa de cuidadores formais de idosos, a digitalização da divulgação dos editais das autarquias e a simplificação do processo de legalização de viaturas importadas“, refere a AMA.

“Prevê-se ainda a integração da ficha de inspeção obrigatória na aplicação gov.pt e a emissão automática do Cartão Europeu de Seguro de Doença aquando da renovação do Cartão de Cidadão“, enumera.

A criação de uma “plataforma única para marcação de serviços públicos“, a “disponibilização de simuladores de benefícios da Segurança Social“, com o objetivo de facilitar o acesso à informação e aos serviços, são outras das propostas.

As sete propostas finalistas, de um total de 70 recolhidas, resultam da avaliação de uma comissão composta por representantes da Agência para a Modernização Administrativa (AMA) e das entidades competentes, “com base em critérios de viabilidade, impacto e relevância”.

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Arranque do sistema elétrico “não foi rápido”, atira Marcelo. “Há vulnerabilidades que importa prevenir para o futuro”

Presidente da República defende que país vai "aprender muito com a comissão técnica independente" ao apagão, esperando que esta apresente o relatório num prazo que não seja "muito longo".

Marcelo Rebelo de Sousa considera que o arranque do sistema elétrico nacional após o apagão não foi rápido, alertando que há lições a tirar para o futuro, nomeadamente sobre vulnerabilidades que importam prevenir.

“Quando acontecem estas situações acaba por se descobrir que há um conjunto de vulnerabilidades que importa prevenir para o futuro. A grande lição é que depois de ter acontecido em certas situações se prepara para o futuro”, afirmou esta sexta-feira o Presidente da República, em declarações aos jornalistas transmitidas pela RTP3.

Marcelo Rebelo de Sousa, que se manifestou pela primeira vez sobre o apagão que paralisou o país na segunda-feira, indicou ter acompanhado “permanentemente” a situação junto do primeiro-ministro, tendo optado por não se manifestar por “respeito” pela anterior comissão técnica independente e por “bom senso”.

O Chefe de Estado assinalou que compreende, por um lado, os argumentos do Governo de que “o balanço acaba por ser positivo”, e, por outro, da oposição, de que existiram questões novas que têm de ser ponderadas.

O arranque não foi rápido, não foi”, admitiu sobre o reinício do sistema elétrico português, após a decisão de o autonomizar nesse dia face ao espanhol. Neste sentido, salientou que “o plano do Governo ficou definido muito cedo”. Para Marcelo Rebelo de Sousa, “que houve problemas também de comunicação houve”.

“O próprio Governo reconheceu, o próprio SIRESP reconheceu e foi patente para muitos portugueses que não receberam os SMS da Proteção Civil tão depressa quanto desejável. Até hoje não recebi nenhum”, atitou. O Chefe de Estado defendeu que o país vai “aprender muito com a comissão técnica independente”, esperando que esta apresente o relatório num prazo que não seja “muito longo”.

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TotalEnergies prevê retomar megaprojeto de gás em Moçambique ainda este ano

  • Lusa
  • 2 Maio 2025

"O objetivo é conseguir relançar este projeto algures até meados do ano", disse Patrick Pouyanné, num encontro com investidores,

A multinacional francesa TotalEnergies prevê retomar ainda este ano o megaprojeto de Gás Natural Liquefeito (GNL) em Cabo Delgado, norte de Moçambique, com as necessidades de financiamento praticamente asseguradas e a situação de segurança garantida na área.

“O objetivo é conseguir relançar este projeto algures até meados do ano”, disse Patrick Pouyanné, num encontro com investidores, na quarta-feira, declarações a que a Lusa teve acesso esta sexta-feira. A TotalEnergies, líder do consórcio da Área 1, tem em curso o desenvolvimento da construção de uma central, em Afungi, nas proximidades de Palma, para produção e exportação de GNL.

“Temos boas notícias. Todo o financiamento [do projeto] está de volta aos trilhos graças ao US Exim Bank [dos Estados Unidos, um dos financiadores] (…) Os acionistas decidiram, fundamentalmente, avançar com os projetos. Estamos todos a trabalhar nisso. Ainda estamos à espera de uma ou duas respostas [de financiamento], mas, na verdade, poderíamos financiar com o nosso capital próprio e, na realidade, é mais uma questão de burocracia”, acrescentou.

Globalmente, o projeto, avaliado globalmente em 20 mil milhões de dólares (17,6 mil milhões de euros), está suspenso desde 2021, quando foi invocada a cláusula de força maior devido aos ataques atribuídos a grupos terroristas em Cabo Delgado. Pouyanné reconheceu que quatro anos depois a área está “completamente segura e protegida”.

“O que estamos a fazer hoje com os empreiteiros é garantir que todos eles permaneçam dentro do perímetro da área segura”, acrescentou. A retoma do projeto Mozambique LNG (na sigla em inglês) em Cabo Delgado, vai apoiar 16.400 empregos de 68 empresas nos Estados Unidos, afirmou o banco norte-americano Exim Bank, ao anunciar, em março, a aprovação do financiamento.

De acordo com informação do banco, noticiada anteriormente pela Lusa, o conselho de administração do banco público Exim Bank, que apoia as exportações e importações norte-americanas, refere que a “segunda emenda” ao empréstimo concedido em 2019 ao projeto, de até 4.700 milhões de dólares (4.300 milhões de euros), foi aprovada em 13 de março.

O financiamento visa “apoiar a exportação de bens e serviços dos Estados Unidos para o desenvolvimento e construção” do projeto integrado de LNG, investimento remanescente de 15 mil milhões de dólares (13,8 mil milhões de euros), que a TotalEnergies está a construir na península de Afungi.

“Apoiará a engenharia, aquisição e construção da fábrica de LNG onshore, instalações relacionadas e atividades offshore. A transação, que estava numa pausa de quatro anos, apoiará cerca de 16.400 empregos norte-americanos bem remunerados, que sustentam trabalhadores e famílias em mais de 68 empresas em 14 estados”, lê-se na informação do Exim Bank, que destaca ser “o maior negócio na história de 91 anos” da instituição de crédito.

O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, agradeceu em março ao homólogo norte-americano a aprovação de financiamento: “O vosso apoio desempenha um papel fundamental no avanço deste projeto crucial. O projeto Moçambique LNG tem o potencial de gerar 13 milhões de toneladas de LNG por ano, criar 40 mil novos empregos, incluindo aproximadamente 20 mil nos EUA”.

A petrolífera TotalEnergies afirmou, em março, que o financiamento para retomar o megaprojeto de exploração de gás natural em Cabo Delgado estava quase fechado, depois do aval do Exim.

Estamos ainda numa situação de força maior, o projeto não reiniciou ainda, mas um dos passos críticos era a decisão do Exim Bank, que reconfirmou, reafirmou, o seu suporte para o financiamento global do projeto. É um financiamento muito importante, é um passo crítico”, afirmou o diretor da TotalEnergies para Moçambique, Maxime Rabilloud.

Explicou que além do banco norte-americano, os bancos asiáticos do consórcio financiador já tinham reconfirmado um financiamento de cerca de cinco mil milhões de dólares (4,5 mil milhões de euros), estando apenas pendente a reconfirmação do financiamento de bancos europeus.

Desde outubro de 2017 que Cabo Delgado, rica em gás, enfrenta uma rebelião armada, que provocou milhares de mortos e uma crise humanitária, com mais de um milhão de pessoas deslocadas.

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Transparência confirma que está a verificar novos dados na declaração de Montenegro

  • Lusa
  • 2 Maio 2025

Entidade assinala que procedimento é o necessário quando é preciso complementar informações anteriores, mas lembrou que está sujeita a "dever de sigilo".

A Entidade para a Transparência (EpT) confirmou esta sexta-feira que está a verificar as declarações apresentadas pelo primeiro-ministro, assinalando que este é o procedimento quando é necessário complementar informações anteriores, mas lembrou que está sujeita a “dever de sigilo”.

Numa resposta enviada à agência Lusa, a Entidade para a Transparência, órgão responsável pela fiscalização da declaração única de rendimentos dos titulares de cargos políticos, confirmou que “tem estado a fazer as verificações das declarações apresentadas pelo primeiro-ministro“, enfatizando que este é o procedimento sempre que é necessária a correção ou complementação de declarações entregues anteriormente.

“Sempre que se revela necessária a correção/complementação de declarações entregues pelos declarantes, o mecanismo adotado é o da apresentação de declarações de substituição, que constituem – elas próprias – objeto de ações de verificação e que poderão ser acedidas nos termos gerais aplicáveis às demais declarações”, lê-se no esclarecimento.

A EpT reforça que todos os seus membros e colaboradores “encontram-se adstritos (…) a um dever de sigilo” e, por isso, “não podem ser divulgados os contornos da análise, talqualmente como sucederia com qualquer outro declarante”.

Em causa, no pedido de esclarecimento enviado pela Lusa, estava a notícia do Expresso divulgada na quarta-feira de que Luís Montenegro submeteu junto da Entidade para a Transparência uma nova declaração, na qual acrescentou sete novas empresas para as quais trabalhou a Spinumviva, empresa fundada pelo próprio e que passou recentemente para os seus filhos.

Essa informação foi conhecida pouco antes do debate com o líder do PS, Pedro Nuno Santos, na quarta-feira à noite, tendo este lançado a suspeita de que o próprio Luís Montenegro o fez feito com o propósito de influenciar o frente-a-frente.

Montenegro disse não ter difundido nem promovido a difusão do documento e, esta quinta-feira, considerou haver indícios de que o PS “tem muito mais a ver” com a divulgação dos clientes da empresa Spinumviva.

Na sequência da divulgação de novos dados, o deputado do PSD Hugo Carneiro pediu ao Grupo de Trabalho do Registo de Interesses no Parlamento que peça à Entidade para a Transparência os registos de quem acedeu aos dados sobre o primeiro-ministro, de forma a descobrir quem partilhou a informação com a imprensa.

O PS, em conferência de imprensa na quinta-feira, rejeitou responsabilidades na divulgação dos clientes da Spinumviva e acusou o Governo de ter “um padrão de opacidade e falta de transparência”.

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Renováveis abastecem 90% do consumo de eletricidade em abril

  • Lusa
  • 2 Maio 2025

A produção de energia não renovável foi responsável por abastecer 8% do consumo, enquanto os restantes 2% foram supridos por energia importada.

A produção renovável abasteceu 90% do consumo total de eletricidade no país em abril, devido às condições meteorológicas favoráveis, especialmente para a produção hidroelétrica, avançou esta sexta-feira a REN — Redes Energéticas Nacionais.

Em abril, mês com elevado nível de precipitação em grande parte do território nacional, a produção hidroelétrica, que utiliza a água dos rios e barragens para gerar eletricidade, registou um índice de produtibilidade de 1,52 (média histórica igual a 1).

A produção de energia eólica também teve um bom desempenho, com um índice de 1,10, enquanto na energia solar o índice não ultrapassou os 0,67, apesar do aumento consistente da potência instalada respetiva, salientou a REN.

A produção de energia não renovável foi responsável por abastecer 8% do consumo, enquanto os restantes 2% foram supridos por energia importada.

Em abril, o consumo de eletricidade aumentou 0,9% face ao mesmo mês do ano anterior, ou 3,4% com correção dos efeitos da temperatura e número de dias úteis, e para o período de janeiro a abril, o consumo apresentou um crescimento de 2,3% face ao período homólogo anterior, valor que se mantém mesmo após a correção da temperatura e dos dias úteis.

Este é o consumo mais elevado de sempre verificado no sistema nacional para este período, 0,8% acima do anterior máximo registado em 2010“, realçou a REN.

Nos primeiros quatro meses do ano, o índice de produtibilidade hidroelétrica situou-se em 1,44, o de produtibilidade eólica em 1,04 e o de produtibilidade solar em 0,74, tendo a produção renovável abastecido 83% do consumo – distribuída entre hidroelétrica (40%), eólica (29%), fotovoltaica (8%) e biomassa (5%) -, a produção a gás natural 11% e as importações os restantes 6%.

No mercado de gás natural, o consumo aumentou 4,2%, em termos homólogos, impulsionado pelo segmento de produção de eletricidade, que cresceu 4,5 vezes em comparação com o período homólogo.

O segmento convencional, porém, manteve a tendência de redução dos consumos, com uma queda de 11% face a abril de 2024.

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Irlanda multa TikTok em 530 milhões de euros por violar proteção de dados

  • Lusa
  • 2 Maio 2025

Regulador irlandês concluiu que as transferências de dados da aplicação para a China violaram as regras de privacidade da União Europeia. Empresa chinesa vai recorrer.

Empresa que detém o TikTok garante que “nunca recebeu um pedido” das autoridades chinesas para obter dados de utilizadores europeusLusa

A Irlanda multou esta sexta-feira o TikTok em 530 milhões de euros, depois de uma investigação ter concluído que as transferências de dados da aplicação para a China violaram as regras de privacidade da UE, avança a Associated Press.

A Comissão de Proteção de Dados da Irlanda sancionou o TikTok por não ter sido transparente com os utilizadores sobre o destino dos seus dados pessoais, ordenando que a empresa cumpra as regras da UE no prazo de seis meses.

O organismo nacional de controlo irlandês é o principal regulador da privacidade de dados do TikTok na UE, uma vez que a sede da empresa está localizada em Dublin, capital da Irlanda, tendo sido o responsável pela descoberta de que o TikTok não conseguiu lidar com os padrões europeus ao “acesso potencial das autoridades chinesas” aos dados pessoais dos utilizadores europeus.

“O TikTok não conseguiu verificar, garantir e demonstrar que os dados pessoais dos utilizadores (europeus), acedidos remotamente por pessoal na China, beneficiavam de um nível de proteção essencialmente equivalente ao garantido na UE”, afirmou o Comissário-Adjunto Graham Doyle num comunicado citado pela agência.

Apesar disso, o TikTok anunciou a sua intenção de recorrer da multa imposta pela autoridade irlandesa, referindo que “nunca recebeu um pedido” das autoridades chinesas para obter dados de utilizadores europeus.

A plataforma defende ainda que “nunca forneceu dados de utilizadores europeus”, afirmou a responsável pelas relações públicas da empresa Christine Grahn.

Através de uma publicação, o TikTok disse também que a decisão é referente a um “período selecionando” que termina em maio de 2023, antes de embarcar num projeto de localização de dados chamado Project Clover, que envolveu a construção de três centros de dados na Europa.

O TikTok, cuja empresa-mãe ByteDance está sediada na China, tem estado sob escrutínio na Europa pela forma como lida com as informações pessoais dos utilizadores, representando um risco de segurança com os dados enviados para a China.

Já em 2023 o organismo de vigilância multou a empresa em centenas de milhões de euros, depois de uma investigação sobre a privacidade das crianças na plataforma.

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