Bancos recusam proposta de sindicato de aumento salarial de 2,9%

  • Lusa
  • 26 Junho 2025

Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários propôs um aumento de 2,9% para salários e pensões em 2025, mas a proposta foi recusada pela maioria dos bancos.

O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) propôs um aumento de 2,9% para salários e pensões em 2025, uma reivindicação que foi recusada pelos bancos, anunciaram esta quinta-feira os representantes dos trabalhadores.

“O SNQTB reformulou a sua proposta, propondo um aumento de 2,9% para os salários, pensões e restantes cláusulas de expressão pecuniária das convenções coletivas em vigor”, avançou a estrutura, em comunicado, detalhando que “esta revisão teve por base a mais recente projeção da inflação para 2025 (2,3%) e visou manter o princípio de recuperação do poder de compra, assegurando um ganho real de 0,6% para trabalhadores no ativo e pensionistas”.

No âmbito das negociações das convenções coletivas do setor bancário, aquele sindicato tinha anteriormente apresentado uma proposta de atualização salarial de 2,5% para este ano, acompanhada de uma cláusula de salvaguarda relativa à subida da inflação.

A maioria das instituições bancárias recusou integrar esta cláusula no acordo, aceitando um aumento de 2,5%, numa altura em que a inflação prevista para este ano era de 1,9%, vincou o SNQTB.

“Apesar desta atualização fundamentada e responsável, a banca rejeitou igualmente a proposta, comprometendo de forma ativa a recuperação de rendimentos dos bancários”, lamentou o sindicato, apontando ainda culpas ao que considerou uma “postura precipitada de outras estruturas sindicais, que assinaram acordos sem salvaguardas adequadas, comprometendo a capacidade de negociação futura em nome de todos os trabalhadores do setor”.

O sindicato disse, ainda assim, acreditar que “a situação pode ser corrigida”, num contexto de “lucros significativos” que têm sido apresentados pela banca.

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Buscas na Câmara de Oeiras por suspeitas de corrupção

  • ADVOCATUS
  • 26 Junho 2025

Em causa estão suspeitas de vários crimes como de corrupção, prevaricação ou participação económica em negócio. 

A Polícia Judiciária (PJ) confirmou buscas nas câmaras de Oeiras e Grândola e em empresas do setor turístico, por alegada prevaricação ou corrupção, participação económica em negócio e abuso de poderes e violação de regras urbanísticas.

Em comunicado, a PJ revelou que, através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção, realizou duas operações policiais, uma na Câmara de Oeiras, distrito de Lisboa, e outra na Câmara de Grândola, distrito de Setúbal. As buscas estão relacionadas com a investigação “a eventuais crimes de prevaricação, corrupção passiva, corrupção ativa, participação económica em negócio e abuso de poderes e violação de regras urbanísticas”, lê-se no comunicado.

Segundo a CNN Portugal, em causa estão suspeitas de vários crimes como de corrupção, prevaricação ou participação económica em negócio. Já a Sic Notícias avança que as suspeitas recaem sobre contratos celebrados entre a autarquia e a empresa Municípia – Empresa de Cartografia e Sistemas de Informação, da qual é acionista.

O presidente da Câmara de Oeiras adiantou que as buscas da PJ realizadas na autarquia se referem a negócios entre a empresa municipal Municípia e o Governo de Moçambique relativamente a trabalhos de cartografia e cadastro em Nampula.

“Incide relativamente à atividade dessa empresa, relativamente a negócios que foram realizados em Moçambique, em Nampula, para o Governo de Moçambique, financiados pelo Banco Mundial, e relativamente aos quais houve notícias, há dois anos, sobre eventuais ilegalidades na gestão da empresa”, disse Isaltino Morais aos jornalistas.

“Está a ser feita uma investigação e é isso que posso dizer”, disse o presidente da câmara Isaltino Morais, à saída do município. “Acontece que através de denúncias que chegaram à autarquia, promovemos uma auditoria externa há cerca de meio ano e nessa auditoria concluiu-se que havendo irregularidades formais, não havia nada de ilegal”. O presidente da câmara disse ainda que estão a ser feitas buscas à casa do diretor-geral da empresa.

“Ao que eu percebi, há aqui duas dimensões: Uma delas tem a ver com essa atividade em Nampula, que era um trabalho de cartografia e cadastro que realizaram para o Governo de Moçambique. Depois há alguns contratos com o município na área da cartografia e de tecnologias de informação. Penso que é isso que está a ser investigado”, afirmou o autarca.

A Câmara Municipal de Oeiras tem vindo a ser alvo de buscas nos últimos anos e em diferentes processos, nomeadamente visando o departamento de urbanismo por onde passam todas as licenças de construção no concelho. Também Isaltino Morais foi já visado, como na situação dos alegados gastos excessivos em refeições pagas com dinheiro da câmara.

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CMS Portugal assessora Finangest em investimento de 25 milhões no Parque das Nações

A operação foi liderada pela sócia da área de prática de Urbanismo Sara de Almeida Barroso e contou com a participação da associada Inês Machado da Silva.

A CMS Portugal assessorou a promotora imobiliária e empresa de recuperação de créditos Finangeste num investimento de 25 milhões no Parque das Nações.

A empresa, em parceria com um investidor internacional, vai reabilitar dois edifícios localizados no Parque das Nações, em Lisboa. “O projeto, denominado de Verde Parque, é composto por dois edifícios com finalidades distintas, sendo um dos edifícios afeto a escritórios e agora em processo de licenciamento para uso residencial“, explica o escritório.

A operação foi liderada pela sócia da área de prática de Urbanismo Sara de Almeida Barroso e contou com a participação da associada Inês Machado da Silva.

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Cegid ajuda Riolgest a tornar-se num escritório de contabilidade 100% digital

Escritório sem espaço físico, com teletrabalho a 100% e clientes com acesso remoto ao arquivo digital. Com a ajuda da Cegid, a Riolgest torna-se num escritório de contabilidade totalmente online.

A Riolgest Business Consulting, escritório de contabilidade com sede em Oeiras, é agora 100% digital. Apoiando-se nas ferramentas disponibilizadas pela Cegid, transformou-se “num dos primeiros escritórios de contabilidade em Portugal a operar totalmente online”, naquela que é uma mudança de paradigma no setor.

Este novo modelo “marca uma evolução para uma nova geração de escritórios, onde a tecnologia permite trabalhar em qualquer lugar, eliminar o uso de papel, promover a comunicação em tempo real entre contabilistas e seus clientes e o acesso permanente e sempre atualizado à informação de gestão, permitindo aos contabilistas oferecer serviços de maior valor e uma relação muito mais próxima com os clientes“, refere a Cegid num comunicado divulgado esta quinta-feira.

A Riolgest passou a funcionar de forma totalmente remota através da utilização da plataforma online de contabilidade disponibilizada pela Cegid, a Cegid Business. Esta tecnologia “permite automatizar tarefas rotineiras e dar resposta imediata, em tempo real, às necessidades dos clientes, sem recurso a papel nem presença física e com tranquilidade relativamente à segurança dos dados”.

“Hoje, deixamos completamente de lidar com papel. Já não há necessidade de recolher documentos nem de o cliente se deslocar ao escritório. A partir do portátil ou mesmo do telemóvel, tenho acesso imediato à informação. Isso libertou-nos imenso tempo — agora podemos concentrar-nos em conquistar novos clientes e oferecer um serviço mais próximo e estratégico”, afirma José Pires, diretor de operações da Riolgest.

O responsável refere ainda que este modelo vem transformar o papel do contabilista, pois “deixámos de ser apenas processadores de dados para nos tornarmos verdadeiros parceiros de gestão. Agora, conseguimos ajudar os clientes a interpretar as demonstrações financeiras e a tomar decisões mais informadas“.

“A cloud e a automatização deixaram de ser inovações emergentes para se tornarem verdadeiros pilares da atividade contabilística moderna. Hoje, são já uma expectativa natural por parte dos contabilistas e dos seus clientes”, refere, por outro lado, Josep Maria Raventós, diretor executivo de Pequenas e Médias Empresas e Escritórios de Contabilidade em Portugal e África da Cegid.

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De Matosinhos a Loulé, Cozinha Continente abre seis novos restaurantes

Novos espaços ficam em Setúbal, Loulé, Lagos, Matosinhos, Carcavelos e Leiria. Atualmente são já onze os restaurantes Cozinha Continente, sendo que o primeiro abriu em Vila Real, em 2022.

O Continente reforçou a sua aposta na área de restauração com a abertura de seis novos restaurantes Cozinha Continente, integrados nas lojas de Setúbal, Loulé, Lagos, Matosinhos e Carcavelos. A inauguração do espaço em Leiria decorreu esta quinta-feira.

“Estas aberturas reforçam o compromisso da marca em levar o melhor da nossa gastronomia a todo o país, com uma oferta variada e acessível, de cafetaria e restaurante, com opções para todos os gostos e momentos do dia”, diz a marca de retalho alimentar da MC que soma de 400 lojas em todo o país.

Os novos espaços disponibilizam uma ementa que inclui pratos do dia com preços a partir de 4,90 euros. Os clientes podem optar por comer no restaurante, levar para casa, através do serviço de take away ou encomendar nas diversas plataformas de delivery.

O primeiro restaurante Cozinha Continente abriu em Vila Real, em 2022, e desde então o conceito tem vindo a alargar-se a outras zonas do país. Atualmente são já onze os restaurantes Cozinha Continente: Vila Real, Viseu, Telheiras, Amadora, Seixal, Setúbal, Loulé, Lagos, Matosinhos, Carcavelos e Leiria.

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Euribor desce a três e a 12 meses e sobe a seis meses

  • Lusa
  • 26 Junho 2025

Com as alterações desta quinta-feira, a taxa a três meses, que baixou para 1,980%, manteve-se abaixo das taxas a seis (2,037%) e a 12 meses (2,073%).

A Euribor desceu esta quinta-feira a três e a 12 meses e subiu a seis meses em relação a quarta-feira. Com estas alterações, a taxa a três meses, que baixou para 1,980%, manteve-se abaixo das taxas a seis (2,037%) e a 12 meses (2,073%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu esta quinta-feira, ao ser fixada em 2,037%, mais 0,001 pontos. Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a abril indicam que a Euribor a seis meses representava 37,61% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.

Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,46% e 25,60%, respetivamente.

  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor baixou, ao ser fixada em 2,073%, menos 0,011 pontos do que na quarta-feira.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses, que esteve abaixo de 2% entre 30 de maio e 12 de junho, baixou esta quinta-feira, para 1,980%, menos 0,013 pontos que na quarta-feira e menos de 2% pela terceira sessão consecutiva.

Em maio, as médias mensais da Euribor voltaram a cair nos três prazos, menos intensamente do que nos meses anteriores e mais fortemente no prazo mais curto (três meses).

A média da Euribor em maio desceu 0,162 pontos para 2,087% a três meses, 0,086 pontos para 2,116% a seis meses e 0,062 pontos para 2,081% a 12 meses.

Na última reunião de política monetária em 04 e 05 de junho, em Frankfurt, o Banco Central Europeu (BCE) desceu as taxas de juro em 0,25 pontos base, tendo a principal taxa diretora caído para 2%.

Esta descida foi a oitava desde que o BCE iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024 e, segundo os analistas, deverá ser a última deste ano.

A próxima reunião de política monetária do BCE está marcada para 23 e 24 de julho em Frankfurt.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Autoridade da Concorrência aprova venda da Padaria Portuguesa aos espanhóis da Rodilla

Negócio no retalho alimentar não suscitou problemas para a Autoridade da Concorrência. Primos Nuno Carvalho e José Diogo Quintela têm 'luz verde' para levar a empresa além-fronteiras.

A Autoridade da Concorrência (AdC) aprovou a aquisição da Padaria Portuguesa pelo grupo espanhol Rodilla. A decisão do regulador de não travar este negócio ibérico do retalho alimentar prende-se com a consideração de que não existem riscos para a concorrência.

O grupo Rodilla é composto pelas marcas Rodilla, Hamburguesa Nostra, Vaca Nostra, Café de Indias e Jamaica e nasceu em 1939 em Madrid. Por detrás desta holding de restauração, liderada por María Carceller Arce, está a cervejeira Damm desde 2015.

A Damm é uma empresa com histórico de investimentos em Portugal. Além de ter uma das maiores empresas do distrito de Santarém — a antiga Font Salem, onde foi produzida a cerveja Cintra –, em 2012 comprou à Sumol+Compal a marca de cerveja Tagus por cerca de 2,6 milhões de euros.

Em declarações ao ECO, a Rodilla confirmou que a Padaria Portuguesa iria entrar noutros países, mantendo a gestão nacional, que está a cargo de Nuno Carvalho, fundador e CEO da empresa, que gere com o primo, o humorista José Diogo Quintela.

“Gostamos do país e da proximidade e adoramos a qualidade do produto e a dedicação ao serviço ao cliente. A Rodilla valoriza o artesanato, a qualidade dos produtos, o atendimento e a proximidade, sendo que estes mesmos valores são representados pela Padaria Portuguesa”, disse fonte oficial do grupo, sem apresentar detalhes sobre os próximos mercados — além de Espanha — para onde irão os pães de Deus e os croissants brioche criados pelo chef pasteleiro Paulo Cardoso.

Ainda antes deste negócio, a Padaria Portuguesa tinha em curso um plano de expansão que envolvia um investimento no valor total de 16 milhões de euros e a criação de até 600 postos de trabalho para atingir os 1.600 colaboradores. O objetivo era que a faturação da panificadora supere os 80 milhões de euros, praticamente o dobro dos cerca de 44 milhões de euros de volume de negócio registado em 2024.

O plano de crescimento anunciado pel’A Padaria Portuguesa em outubro do ano passado previa mais lojas na Grande Lisboa e na região do Porto para atingir os 120 espaços nos próximos três anos.

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Reformados e mais ricos investem mais em bolsa. Crianças e crédito desincentivam aposta em ações

Estudo encomendado pela CMVM mostra que a participação no mercado de capitais é condicionada sobretudo pela riqueza, mas, nos últimos anos, a escolaridade está a impulsionar a entrada de mais jovens.

Mais ricos, com idades acima de 50 anos e com reformados na família. É este o retrato dos que mais investem no mercado acionista, conclui um estudo, promovido pela CMVM e elaborado por um consórcio composto pelas Universidades do Minho, Porto e Coimbra, apresentado esta quinta-feira. Enquanto o estudo aponta a riqueza como “o motor central da participação”, a existência de crianças e as restrições de crédito desincentivam o investimento em ações.

Em 2021 apenas 13% dos agregados portugueses detinham instrumentos transacionados em bolsa; a riqueza financeira estava concentrada em depósitos (cerca de 22% da riqueza total), enquanto ações, obrigações e fundos somavam apenas 0,6%”, conclui o estudo sobre a dinamização do mercado de capitais em Portugal, apresentado esta quinta-feira, numa conferência realizada em Braga, pelos professores Tiago Neves Sequeira (Universidade de Coimbra), Jorge Farinha e Ana Isabel Sá (ambos da Universidade do Porto) e Miguel Portela (Universidade do Minho).

Os ativos reais — a casa concentra a maior parte da riqueza das famílias portuguesas — concentra 75% do património das famílias portuguesas e os ativos financeiros representam os restantes 25%. Dentro daquilo que são os ativos financeiros, 86% são depósitos, com o mercado acionista a captar uma fatia muito reduzida, de apenas 2%.

O trabalho encomendado pela entidade liderada por Luís Laginha de Sousa refere que, “tal como no conjunto da UE, a riqueza é o motor central da participação [no mercado de capitais], superando o rendimento; contudo, entre 2010 e 2021 o coeficiente associado à riqueza aumentou e o da escolaridade duplicou, indicando reforço desses dois fatores”.

Numa análise mais detalhada, o estudo refere que a participação nos mercados de capitais tende a aumentar após os 50 anos, possivelmente devido a uma maior preocupação com a poupança para a reforma. No entanto, “esta tendência é sobretudo explicada pelos agregados familiares pertencentes ao quarto e quinto quintis de riqueza, já que nos quintis inferiores a participação parece ser mais elevada entre os indivíduos com menos de 35 anos, possivelmente em virtude de diferentes atitudes ou formações financeiras”.

A preocupação com a reforma é, aliás, um dos aspetos que tende a beneficiar o investimento em ativos com maior risco e com maior potencial de retornos. “Quando analisamos a participação no mercado de capitais condicionada ao objetivo de poupança reforma, verificamos que as preocupações com o rendimento em idade avançada tendem a impulsionar uma maior participação em ações, obrigações ou fundos de investimento”, diz o estudo. No caso de Portugal, o estudo mostra que a participação no mercado de capitais quando um dos objetivos de poupança é poupar para a reforma sobe para 14%, mais do que duplicando face aos 6% quando a poupança não tem como finalidade a reforma.

Escolaridade elevada em vários membros do agregado, múltiplos objetivos de poupança (especialmente para a reforma) e planos de pensões voluntários elevam significativamente a probabilidade de investir em fundos“, acrescenta o estudo. O nível de escolaridade, com impacto na literacia financeira dos investidores, tem-se refletido positivamente no investimento no mercado de ações. Segundo refere o mesmo trabalho, a partir de 2014, observou-se um reforço do impacto da escolaridade dos membros do agregado, contrastando com o esbatimento do efeito do nível de escolaridade da pessoa de referência.

Por outro lado, as mulheres, que tendem a ser menos participativas no mercado, têm vindo a alterar esta postura. “O efeito negativo de a pessoa de referência ser uma mulher com grau superior tem vindo a diminuir, sugerindo uma possível evolução na atitude face ao risco ou na literacia financeira”. Já a existência de reformados na família voltou a ter, em 2014, “um impacto positivo na participação no mercado acionista, possivelmente por inércia na manutenção de ativos adquiridos no passado”.

Em sentido oposto, famílias onde o orçamento está limitado pelo pagamento de créditos e com crianças tendem a investir menos em bolsa. “A perceção de restrições de crédito, a presença de crianças e, em menor grau, a menor tolerância ao risco desincentivam a entrada”, explica.

Contributo positivo para o PIB

Outra das conclusões do estudo promovido pelo regulador confirma o impacto positivo de um mercado de capitais desenvolvido para a economia, empresas e para a geração de riqueza para as famílias. A análise desenvolvida por professores da Universidade do Minho, Porto e Coimbra conclui que “estes resultados sugerem que o desenvolvimento do mercado de capitais seria benéfico para um país como Portugal” e “de um maior acesso aos mercados de capitais pode esperar-se um aumento do investimento, da inovação e da produtividade”.

No que diz respeito ao impacto no PIB do país, o trabalho destaca que “os resultados tendem a indicar um contributo positivo da capitalização bolsista e do turnover no crescimento económico português – 1 ponto percentual leva a um aumento em 0,023% e 0,007%, respetivamente”. Já “nas regressões relativas à capacidade inovadora do país, a capitalização bolsista contribui com 0,011% por cada ponto percentual de aumento. Por último, nas regressões relativas ao crescimento do número de patentes per capita, cada ponto percentual de outro crédito leva ao aumento em 0,056%, a capitalização bolsista contribui com 0,072% e o turnover contribui para um decréscimo do número de patentes reduz em 0,044%”, detalha o estudo.

Estes resultados sugerem que o desenvolvimento do mercado de capitais seria benéfico para um país como Portugal (…) De um maior acesso aos mercados de capitais pode esperar-se um aumento do investimento, da inovação e da produtividade

Estudo sobre a dinamização do mercado de capitais em Portugal

As conclusões apresentadas sugerem que “melhores condições de acesso à emissão privada de dívida e ao capital de risco favorecerão a canalização de fundos para empresas exportadoras e inovadoras“. Empresas que acedem ao mercado de capitais têm maior facilidade no levantamento de fundos e investem mais. No caso de Portugal, “é de esperar que as empresas portuguesas admitidas à cotação apresentem aumentos especialmente significativos na proporção de financiamento de longo prazo (capitais próprios e dívida de longo prazo), bem como nos seus níveis de investimento”.

Ainda considerando o caso nacional, “as empresas que têm ações ou obrigações cotadas, bem como as suas subsidiárias, tendem a ser mais produtivas do que as empresas que não acedem aos mercados de capitais”. Já as empresas com emissão privada de dívida e as beneficiárias de capital de risco tendem a mostrar uma relativa desvantagem em termos de produtividade.

Apesar das vantagens identificadas para cotar em bolsa, “em Portugal observamos uma proporção de empresas cotadas muito baixa, sendo o quinto país com menor valor“, demonstra ainda o estudo.

“Neste contexto, é possível que iniciativas legislativas ou doutra índole (nomeadamente as relacionadas com a promoção da literacia financeira) que reduzam os obstáculos ao desenvolvimento do mercado de capitais e ao acesso a esse mercado por parte das empresas e das famílias contribuam para melhorar as condições de financiamento das empresas, impulsionar o desempenho da economia portuguesa e elevar o nível de vida da população“, conclui o estudo.

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Avaliação bancária das casas sobe há ano e meio e atinge novo máximo: 1.886 euros/m2

Valor das casas atribuído pelos bancos nos pedidos de crédito para compra de habitação aumentou 20 euros em maio, atingindo os 1.886 euros por metro quadrado, o valor mais alto de sempre.

O valor das casas calculado pelos bancos na hora de conceder empréstimos para a aquisição de habitação continua a subir. Em maio, aumentou 20 euros para 1.886 euros por metro quadrado, um novo máximo desde que o Instituto Nacional de Estatística (INE) começou a compilar os dados em 2011.

Há ano e meio que a avaliação bancária das casas sobe de forma ininterrupta, de acordo com os mesmos dados. Desde novembro de 2023 já aumentou cumulativamente 356 euros por metro quadrado, mostrando a força do mercado imobiliário nacional.

Valor das casas atribuído pelos bancos não para de subir

Fonte: INE

O valor médio da avaliação bancária tem como base inquéritos aos bancos no âmbito da concessão de crédito à habitação.

Com estes valores, uma casa com 100 metros quadrados estará avaliada pelos bancos em 188.600 euros em termos médios nacionais (e por referência) — existindo diferenças de valores de região para região e também por tipologia de habitação.

O INE adianta que para o apuramento do valor mediano da avaliação bancária de maio considerou 35.255 avaliações, mais 7,5% do que no mesmo mês do ano passado.

Algarve e Lisboa registam maiores subidas

Por regiões, Lisboa e Algarve registaram os maiores crescimentos na avaliação bancária das casas em maio, com aumentos de 76 euros para 2.561 euros/m2 e 62 euros para 2.841 euros/m2, respetivamente.

Nas regiões de Setúbal e Oeste e Vale do Tejo, os aumentos foram de 44 euros para 2.222 euros/m2 e de 27 euros para 1.420 euros/m2.

Norte (+19 euros) e Centro (+8) observaram aumentos inferiores a 20 euros. E três regiões até apresentaram descidas: nos Açores e Alentejo caiu um euro e na Madeira a queda foi de 37 euros para 2.154 euros/m2.

Por tipologia de habitação, a avaliação média bancária das moradias no país subiu nove euros para 1.394 euros/m2, e os apartamentos aumentaram 50 euros para 2.155 euros/m2.

(Notícia atualizada às 11h43)

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Federação Portuguesa de Futebol prevê gastar mais 30 milhões na época 2025/26

  • Lusa
  • 26 Junho 2025

No primeiro orçamento federativo com Pedro Proença, a maior fatia dos gastos é destinada às seleções e é espera um recorde de receitas na ordem de 146,3 milhões de euros na próxima temporada.

O orçamento da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) para a época 2025/26 prevê gastos na ordem dos 143 milhões de euros, mais 30 do que na anterior, com um aumento de um milhão empregue nos órgãos estatutários.

De acordo com o primeiro Plano de Atividades e Orçamento do organismo sob a presidência de Pedro Proença, a que a Lusa teve acesso e que vai ser debatido e votado na Assembleia Geral (AG) marcada para sábado, às 10:00, na Cidade do Futebol, em Oeiras, a FPF prevê gastar 143.173.969 euros, um valor inflacionado pela incorporação de várias empresas da égide federativa.

Este valor compara com os 113.249.980 orçamentados para 2024/25, então pela direção liderada por Fernando Gomes.

Tal como antes, com 28,9 milhões dedicados às competições internacionais, agora a maior fatia dos gastos é destinada às seleções, com 36 milhões de euros, dos quais 16,1 milhões para a principal (7,3 em 2024/25) e 3,87 para a feminina (2,3).

Os órgãos estatutários federativos representam custos de 4,2 milhões, mais um milhão do que em 2024/25 (3,18), estando ainda previsto o aumento dos gastos com técnicos, médicos e outros prestadores de serviços, de 6,8 para 7,4 milhões, e o fornecimento de serviços, de 11,3 para 12.

Com incorporação no orçamento da FPF do total das empresas sob a sua égide, dedicadas aos eventos, às infraestruturas, à fundação, ao Canal 11, formação [Academy] e comercial, os gastos com pessoal ascendem no conjunto a 19,28 milhões de euros, mais quatro do que no anterior exercício [incluindo na rubrica federativa o canal televisivo].

No último exercício liderado pelo atual presidente do Comité Olímpico de Portugal, a FPF previa um lucro de 7,14 milhões de euros, fruto dos rendimentos calculados em 120,39 milhões no orçamento para a época que agora termina.

No documento que vai ser votado no sábado, a FPF calcula obter 2025/26 um recorde de receitas na ordem de 146.253.607 euros, antecipando um resultado operacional positivo de três milhões (3.079.638 euros).

Estes rendimentos resultam, em boa parte, da expectável presença da seleção principal no Mundial2026, com um prémio calculado em 17 milhões, mas, sobretudo, das receitas dos Jogos Sociais, com um rendimento previsto em 39,2 milhões (36,5 em 2024/25).

Substancial é também o aumento do valor resultante do contrato de material desportivo, que inscreve 20,277 milhões para a época 2025/26, depois de várias épocas com receitas fixadas em 8,83 milhões e de 16,24 na temporada que agora termina, na sequência da mudança de marca parceira a 1 de janeiro último, ainda antes da eleição da nova direção.

“O caráter exemplar desta nova filosofia de gestão da FPF será inspirador para toda a comunidade do futebol, que terá ao alcance ferramentas para reproduzir as boas práticas que serão bandeira global da instituição, a par do talento e em nome dele”, escreveu Pedro Proença, na mensagem introdutória ao documento.

De acordo com o líder federativo, “esta reorganização num modelo de gestão empresarial permitirá criar um suporte ímpar à atividade desportiva, um universo de 29 seleções nacionais e 60 competições anuais que sairão fortalecidas por este enquadramento e pelo arrojo da visão que o inspirou”.

“Uma ambição sem limites exige uma base estrutural sólida e essa é uma garantia que este modelo encerra”, vincou.

A AG marcada para sábado, às 10:00, tem como principal ponto a apreciação do plano de atividades e orçamento referentes à época 2025/26, sendo seguida de uma reunião magna extraordinária, uma hora depois, para votação das alterações estatutárias e ratificação do Regulamento Disciplinar aprovado pela reunião magna da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).

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Urgências do Hospital Amadora-Sintra já reabriram após quebra do sistema informático

  • Lusa
  • 26 Junho 2025

A Unidade Local de Saúde Amadora/Sintra avançou que o problema foi solucionado e os sistemas estão novamente operacionais.

O funcionamento do serviço de urgência do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF), suspenso desde quarta-feira devido a uma quebra total do sistema informático, foi retomado esta quinta-feira de manhã, anunciou a unidade hospitalar. A Federação Nacional dos Médicos refere que o encerramento das urgências expõe negligência e falta de investimento no SNS.

Em comunicado, a Unidade Local de Saúde Amadora/Sintra informa que o problema foi solucionado e os sistemas estão novamente operacionais, permitindo o normal funcionamento de todos os serviços e a reabertura das urgências.

As equipas técnicas continuam a monitorizar e a reavaliar o funcionamento dos sistemas, hora a hora, de forma preventiva.

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) considera “inadmissível” que uma falha no sistema de refrigeração tenha levado à suspensão das urgências no Hospital Fernando Fonseca (Unidade Local de Saúde Amadora-Sintra), “expondo, mais uma vez, as fragilidades estruturais graves” do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“Não se trata de um simples incidente técnico. A ocorrência revela uma alarmante negligência na manutenção de sistemas essenciais, bem como a ausência de planos de contingência robustos e devidamente testados, numa unidade hospitalar periférica, que serve uma população numerosa e que já opera sob permanente sobrecarga”, lê-se no comunicado.

Para a FNAM, a interrupção do funcionamento normal de um hospital desta dimensão durante vários dias, por causa de uma avaria técnica, é o “reflexo direto da falta de investimento continuado nas infraestruturas do SNS”.

“A falha técnica causou o cancelamento de consultas, cirurgias e procedimentos, colocando em risco a segurança dos doentes. Apesar dos esforços dos médicos para garantir a prestação de cuidados, episódios como este intensificam o desgaste dos profissionais”, acrescenta a estrutura.

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Tribunal dos EUA decide a favor da Meta em caso de IA e direitos de autor

  • Lusa
  • 26 Junho 2025

O tribunal norte-americano concluiu que os queixosos não tinham conseguido provar que a Meta tinha utilizado as suas obras para além de um “uso razoável”.

O tribunal federal norte-americano pronunciou-se na quarta-feira a favor da Meta, acusada de violar os direitos de autor por ter utilizado livros para treinar o seu modelo de Inteligência Artificial (IA) sem autorização dos seus criadores.

De acordo com a agência de notícias France Presse, os escritores acusaram a empresa de tecnologia de ter descarregado cópias das suas obras para treinar o seu modelo de IA, segundo documentos judiciais, sem autorização dos autores.

O tribunal norte-americano concluiu que os queixosos não tinham sido suficientemente convincentes nos seus argumentos e não tinham conseguido provar que a Meta tinha utilizado as suas obras para além de um “uso razoável”.

“Estamos gratos pela decisão de hoje”, declarou um porta-voz da Meta à AFP.

No entanto, “esta decisão não significa que a utilização pela Meta de conteúdos protegidos por direitos de autor (…) seja legal”, sublinhou o juiz responsável pelo caso.

O juiz alertou também para os riscos que a IA pode representar para a economia do livro se “tornar possível a criação de um fluxo potencialmente contínuo de obras concorrentes que a possuam prejudicar”.

Para a Meta, “os modelos de IA de código aberto alimentam (…) a produtividade e a criatividade de indivíduos e empresas, e a utilização razoável de conteúdos protegidos por direitos de autor é um quadro jurídico essencial para o desenvolvimento desta tecnologia transformadora”, afirmou o porta-voz da empresa.

Nos últimos tempos, muitos músicos, artistas, meios de comunicação social e escritores moveram ações judiciais contra várias empresas de IA por usarem os seus dados sem autorização ou pagamento.

Apesar disso, também a Anthropic vai poder utilizar livros adquiridos legalmente para treinar os seus modelos de IA sem ter de obter autorização dos autores, na sequência de uma decisão judicial.

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