Profissionais liberais querem que novo Governo mude IRS dos recibos verdes

Governo anterior "reconheceu necessidade" de mudar modelo do IRS dos recibos verdes, mas acabou por não o fazer. Profissionais liberais adiantam que é um tema que querem discutir com novo Executivo.

O Governo anterior tinha sinalizado a intenção de mudar a retenção na fonte de IRS a que são sujeitos os recibos verdes, mas a promessa acabou por não dar frutos. Agora que o novo Executivo já tomou posse, a Associação Nacional dos Profissionais Liberais (ANPL), pela voz de Orlando da Silva, diz ao ECO que quer retomar o tema, defendendo que os trabalhadores independentes devem ter liberdade na escolha das taxas de retenção de imposto.

“O PS e Governo anterior reconheceram a necessidade de introduzir um novo modelo de retenção na fonte de IRS, que pudesse substituir a atual taxa fixa de 25% por um conjunto de taxas progressivas. No Orçamento do Estado para 2024, este tema não ficou resolvido. Na prática, nada aconteceu. Queremos abordar desde já esta questão com o Governo atual”, sublinha o responsável, em declarações ao ECO.

Convém explicar que hoje os trabalhadores independentes estão, regra geral, obrigados a uma taxa de retenção na fonte de 25% dos seus rendimentos.

Em 2022, o Governo garantiu estar a trabalhar na reformulação do modelo de retenção na fonte de IRS, mas não avançou com nenhuma medida em concreto.

Já em 2023, o assunto foi retomado e no acordo de rendimentos celebrado na Concertação Social ficou o compromisso de aproximar a tributação aplicada ao trabalho independente daquela a que são sujeitos os rendimentos do trabalho dependente. O Orçamento do Estado apresentado dias depois não trouxe, porém, nada nesse sentido, com o então ministro das Finanças, Fernando Medina, a remeter o assunto para um diploma independente.

Ainda nesse âmbito, o PS acabou por aprovar uma alteração que indicava que ao longo deste ano o Governo procederia “às necessárias alterações informáticas para a aplicação de taxas de retenção na fonte progressivas aos trabalhadores independentes”.

Ora, para Orlando da Silva tal não é suficiente. “É importante que o Fisco permita autonomia para escolher a taxa de imposto a aplicar mensalmente aos seus rendimentos, para que o profissional possa adaptar à sua realidade e expectativas, protegendo em simultâneo a privacidade do seu nível de rendimentos”, defende o presidente da ANPL.

Por outro lado, o programa do Governo apresentado esta semana contém a intenção de convergir os direitos à proteção social dos trabalhadores independentes e economicamente dependentes com o regime dos trabalhadores por conta de outrem, o que os profissionais laborais veem com bons olhos.

“Parece-nos no plano das intenções que vai no sentido daquilo que sempre defendemos. Os trabalhadores independentes efetivamente têm um défice enorme de proteção na paternidade, no desemprego, no risco de acidentes de trabalho e de doença“, realça o referido responsável.

E acrescenta: “Não queremos ser tratados de forma melhor. Apenas de forma equitativa, pois o trabalho independente é ignorado e penalizado em Portugal“. Orlando da Silva diz agora que vai pedir mais esclarecimentos ao Governo sobre essa aproximação da proteção social.

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Presidente do Parlamento Europeu em primeira visita oficial a Lisboa com novo Governo

  • Lusa
  • 12 Abril 2024

Roberta Metsola está, desde o início do ano, a deslocar-se aos Estados-membros para fazer apelo ao voto contra a abstenção, iniciativa na qual se enquadra esta deslocação a Portugal.

A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, estará em visita oficial a Portugal na próxima sexta-feira, encontrando-se em Lisboa com o novo primeiro-ministro, Luís Montenegro, e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

A informação foi divulgada em Bruxelas pela assembleia europeia, que indicou que, na próxima sexta-feira, Roberta Metsola “estará em Lisboa, onde terá um encontro com o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, e com o primeiro-ministro Luís Montenegro, seguido de uma conferência de imprensa conjunta, bem como com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa”.

Fonte do gabinete da líder da assembleia europeia explicou à Lusa que Roberta Metsola está, desde o início do ano, a deslocar-se aos Estados-membros para fazer apelo ao voto contra a abstenção, iniciativa na qual se enquadra esta deslocação a Portugal. A mesma fonte acrescentou que a visita visa também que Roberta Metsola se encontre com Luís Montenegro e José Pedro Aguiar-Branco, após terem tomado posse nos cargos no início deste mês de abril.

Na próxima sexta-feira, Roberta Metsola será ainda distinguida pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, da Universidade de Lisboa, com um honoris causa em Relações Internacionais, adiantou a mesma fonte à Lusa. “Portugal é um país onde me sinto sempre em casa. Estou grata por estar de volta, para sensibilizar as pessoas para as próximas eleições para o Parlamento Europeu, em junho, e para encorajar os portugueses, especialmente os jovens, a votar”, afirmou a presidente da assembleia europeia numa declaração enviada à Lusa.

Roberta Metsola indicou que irá encontrar-se “com líderes e jovens portugueses”, estando “particularmente sensibilizada por receber um honoris causa pela Universidade de Lisboa, uma grande honra”. “Portugal é um país pró-europeu, os portugueses têm um elevado nível de reconhecimento do papel que a Europa desempenha nas suas vidas e é importante que o expressem claramente no dia das eleições europeias, […] a Europa conta com todos”, apelou ainda a responsável, na declaração à Lusa.

As eleições europeias realizam-se entre 6 e 9 de junho. Em Portugal, estão marcadas para 9 de junho e, numa entrevista à Lusa publicada em setembro passado, Roberta Metsola admitiu a realização das eleições europeias nessa altura “é um desafio” para o país, por estarem coladas a feriados, podendo aumentar a abstenção.

Ainda assim, defendeu que a afluência depende da campanha que será realizada. Em dezembro passado, Roberta Metsola deslocou-se a Lisboa para intervir num debate da Fundação Francisco Manuel dos Santos sobre participação política dos jovens e para discursar no Conselho Estratégico Nacional do PSD. Roberta Metsola foi eleita em janeiro de 2022, tornando-se na presidente do Parlamento Europeu mais jovem de sempre e a terceira mulher no cargo desde as primeiras eleições europeias, em 1979.

Hoje com 45 anos, é também a primeira cidadã de Malta a presidir ao Parlamento

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Município de Mafra reduz receita do IMT pela primeira vez em 10 anos

  • Lusa
  • 12 Abril 2024

O município do distrito de Lisboa arrecadou em sede deste imposto relativo a transações imobiliárias 19,5 milhões de euros em 2023 e 20,3 milhões em 2022.

A Câmara Municipal de Mafra registou em 2023 a primeira quebra de receita em 10 anos do Imposto Municipal sobre Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT), segundo o respetivo Relatório de Contas, aprovado esta sexta-feira

O município do distrito de Lisboa arrecadou em sede deste imposto relativo a transações imobiliárias 19,5 milhões de euros em 2023 e 20,3 milhões em 2022, depois de ter vindo sempre a somar receita desde pelo menos 2013 (2,4 milhões de euros), segundo os Relatórios de Contas desses anos, consultados pela agência Lusa. Também o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) decresceu de 19,9 milhões, em 2022, para 19,7 milhões, enquanto aumentaram as receitas do Imposto Único de Circulação (2,8 milhões para 3 milhões) e a Derrama (1,9 milhões para 2,3 milhões).

As quebras no IMT e no IMI contribuíram para um ligeiro decréscimo (45 milhões em 2022 e 44,6 milhões em 2023) dos impostos diretos, a rubrica com maior peso entre as receitas correntes. Ainda assim, as receitas correntes aumentaram de 82,1 milhões para 87,2 milhões, impulsionadas pelas transferências correntes (20,1 milhões para 23,3 milhões) e pela venda de bens e serviços correntes (7,1 milhões para 8,1 milhões) devido à inflação.

No documento, a autarquia justifica o acréscimo de transferências correntes com as transferências de competências nas áreas da Educação, Ação Social e Saúde. Já as receitas de capital diminuíram de 10 milhões para 7,3 milhões, apesar do aumento das transferências de capital em 42,6%, de 3,2 milhões para 4,5 milhões, “devido essencialmente às transferências efetuadas no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)”.

A execução orçamental da receita total foi de 105,2%, abaixo da de 2022 (121,7%), já que, de um orçamento corrigido de 117,6 milhões, cobrou 123,7 milhões. Trata-se de um acréscimo de 18,5% equivalente a mais de 19 milhões por comparação a 2022, resultante não só do aumento da receita corrente, mas sobretudo da transferência do saldo de gerência do ano anterior. O município encerrou o último ano com 7,8 milhões de resultado líquido, quando este tinha sido de 15,9 milhões em 2022.

À semelhança da receita, a execução orçamental da despesa foi mais baixa (87,5%) do que em 2022 (90,1%), uma vez que, de um orçamento corrigido de 85,2 milhões, foram gastos 75 milhões (valor semelhante a 2021), dos quais 64,6 milhões correspondem a despesas correntes pagas. As receitas correntes foram superiores às despesas correntes em cerca de 22,5 milhões.

Por comparação com 2022, as despesas correntes aumentaram no ano passado 7 milhões devido a acréscimos nos gastos com pessoal (22,1 milhões para 25,5 milhões), com a entrada de 30 trabalhadores para o quadro de pessoal e atualizações salariais, na aquisição de bens e serviços (25,9 milhões para 26,3 milhões) e nas transferências correntes (7,3 milhões para 7,8 milhões). Já as despesas de capital mais do que duplicaram (17,7 milhões para 38,8 milhões), impulsionadas pela rubrica “aquisição de bens de capital”, que passaram de 15,8 milhões para 28,8 milhões, dos quais 19,3 milhões correspondem a investimentos, mais do dobro do valor de 2022.

No final de 2023, a dívida total do município era de 123,8 milhões, dos quais 75 milhões relativos a empréstimos. Os empréstimos de médio e longo prazo tiveram um aumento de 53,4 milhões devido à internalização da atividade e património da empresa Mafreduca, após a sua extinção, fazendo com que os custos com o pagamento destes encargos subissem 300%, cerca de 5 milhões, em 2023. O orçamento inicial era de 85,7 milhões de euros, servindo uma população de 86.500 habitantes.

O Relatório de Contas de 2023 foi aprovado pela maioria social-democrata, com a abstenção do PS, numa reunião do executivo municipal fechada ao público. Já as Contas de 2023 dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento foram aprovadas por unanimidade, apresentando um resultado líquido de 2 ME e uma execução orçamental da receita de 99,9% e da despesa de 78,8% baseados num orçamento corrigido de 23 milhões.

Ambos os relatórios vão ser ainda submetidos, no dia 29, à assembleia municipal, onde o PSD também tem maioria.

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Família Mota aproveita queda das ações para reforçar na construtora

Carlos Mota dos Santos e Manuel Mota, CEO e vice-presidente da comissão executiva, investiram 70 mil euros na compra de ações da empresa que dirigem. Títulos descem 24% desde máximos de março.

Carlos Mota dos Santos e Manuel Mota, presidente e vice-presidente da Comissão Executiva da Mota-Engil, aproveitaram a queda das ações da construtora que dirigem para comprarem ações, dando um sinal ao mercado que estão confiantes na evolução positiva dos títulos. Desde os máximos registados no início de março, as ações tombam cerca de 24% em bolsa.

O CEO da empresa foi, esta semana, duas vezes ao mercado comprar ações da Mota-Engil. Depois de já ter adquirido um bloco de 4.000 títulos na terça, dia 9 de abril, por 18.820 euros, Carlos Mota dos Santos realizou mais uma aquisição esta quinta-feira. Desta vez comprou 1.000 ações, com um preço-médio de 4,462 euros, inferior aos 4,705 euros pagos na compra feita dois dias antes, o que perfaz um investimento de 4.462 euros, segundo um comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Entre as duas operações, o líder da construtora controlada pela família Mota gastou 23.282 euros, passando a deter 138 mil ações da empresa, representativas de 0,04% do capital social.

Já o seu primo Manuel Mota, filho de António Mota, investiu 46.840 euros (preço médio de 4,684 euros) para comprar 10.000 ações. Em resultado desta aquisição, o vice-CEO passou a deter 260 mil ações da empresa, representativas de 0,08% do capital social.

Ações tombam 24% desde máximos

Estas aquisições ocorrem em mais uma semana de perdas para as ações da Mota-Engil. Nas últimas cinco sessões, os títulos desvalorizam cerca de 6%. No entanto, a queda é ainda mais expressiva se recuarmos ao máximo registado pela empresa este ano, no início de março, quando tocou nos 5,80 euros. Face a esse pico, os títulos afundam perto de 24%.

Esta correção surge depois da empresa ter escalado mais de 238% no último ano – no acumulado de 2024 também ainda regista um desempenho positivo de 11,5% – e apesar de ter anunciado os melhores resultados da sua história, em 2023. A construtora apresentou um lucro recorde de 113 milhões de euros no ano passado e garante que vai antecipar alguns dos objetivos para 2026.

Continuo a considerar que as ações estão subvalorizadas”, afirmou o CEO em entrevista telefónica à Bloomberg. “Há novos projetos em curso que suportam a nossa opinião de que alguns preços-alvo deveriam ser mais elevados”, acrescentou o líder da companhia.

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Sindicato quer esclarecimentos sobre saída de CEO da SATA

Sindicato que representa o pessoal de terra da companhia considera a saída da CEO um "acontecimento muito grave" e estranha coincidência com a divulgação do relatório da privatização.

Teresa Gonçalves, presidente executiva da SATA.

O Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) quer que o Governo Regional dos Açores esclareça a demissão da CEO da SATA poucos depois após a entrega do relatório do júri do concurso para a privatização da companhia área. E volta a apelar para que venda seja anulada.

A presidente executiva da SATA, Teresa Gonçalves, apresentou na terça-feira a demissão ao Governo Regional, invocando razões pessoais, que o SITAVA qualifica como um “acontecimento muito grave”. Além dela, saiu também Dinis Modesto, o administrador financeiro. Ficam ambos na empresa apenas até ao final do mês.

A decisão de Teresa Gonçalves surgiu quatro dias depois do júri do concurso público internacional para a privatização da SATA ter entregue o relatório final, mostrando reservas em relação ao único candidato considerado viável, o consórcio Newtour/MS Aviation.

“Assim do nada surge a notícia da demissão do Conselho de Administração – por motivos pessoais – mesmo antes de cumprido o requisito legal de elaborar e entregar ao Governo Regional o seu relatório sobre o processo de privatização. O que é que se terá passado, entretanto, para que tal decisão tenha sido anunciada”, questiona o sindicato que representa o pessoal de terra.

“Sem pretender entrar no foro pessoal da Senhora presidente do Conselho de Administração, seria muito importante saber porque diabo a intenção de se demitir – sendo acompanhada nesse ato pelo administrador financeiro – surge precisamente após a divulgação do relatório“, acrescenta o SITAVA.

Após a receção do relatório final, a administração da SATA tem de elaborar um parecer para entregar ao Governo Regional, que terá de decidir se privatiza a companhia aérea ao consórcio Newtour/MS Aviation ou se anula o concurso e lança um novo.

A intenção do Executivo açoriano é que seja ainda a administração cessante a elaborar e entregar o parecer, segundo noticiou o Expresso. O SITAVA volta a reiterar o apelo que o Governo “anule de imediato o processo de privatização em curso”.

Na apresentação do relatório final, a 5 de abril, o presidente do júri, o economista Abel Mateus, admitiu, citado pela Lusa, reservas quanto à capacidade da Newtour/MS Aviation para assegurar a viabilidade futura da companhia, salientando a necessidade de existir “força financeira” para cumprir as exigências do caderno de encargos da venda.

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Trichet avisa que níveis de dívida pública são mais preocupantes do que antes da falência do Lehman Brothers

O antigo presidente do BCE indica que a dívida pública nas economias avançadas aumentou para 114% do PIB, em comparação com 75% antes da crise financeira global.

A dívida pública atingiu níveis mais preocupantes do que antes da falência do Lehman Brothers, em 2008, avisou, esta sexta-feira, o antigo presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, em declarações à Bloomberg (acesso pago).

Trichet olha para os crescentes níveis de dívida como um sinal de alerta para os mercados bolsistas que alcançam máximos históricos. “Não quero ser demasiado negativo, mas sou cauteloso”, disse Trichet numa entrevista à Bloomberg, indicando que a dívida nas economias avançadas aumentou para 114% do PIB, em comparação com 75% antes da crise financeira global.

“Estou preocupado com as bolsas de ambos os lados do Atlântico, tendo em conta o risco económico e financeiro global”, acrescentou.

Ainda assim, elogiou o papel dos bancos centrais no combate ao choque inflacionista, causado pelo aumento dos preços do petróleo. “A Fed e o BCE fizeram muito bem em evitar que sofrêssemos este tipo de trauma”, disse Trichet.

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Marchas Populares de Lisboa candidatas a Património Cultural Imaterial

As Marchas Populares de Lisboa deverão integrar a Lista do Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial.

As Marchas Populares de Lisboa, uma das mais emblemáticas festas da cidade, são agora candidatas à Lista do Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial. A iniciativa é da Associação das Coletividades do Concelho de Lisboa (ACCL) e conta com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa.

A inclusão das Marchas Populares de Lisboa na Lista do Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial vai permitir reconhecer importância histórica e cultural deste evento, assim como “contribuirá para a preservação e promoção desta tradição única que enriquece o património cultural português”, refere o município em comunicado.

As nossas Marchas representam muito da nossa alma e da história da cidade de Lisboa. São milhares de pessoas, muitas delas turistas, que nos visitam e assistem todos os anos a este desfile único de orgulho e identidades dos nossos bairros e freguesias, e que representam um momento único das nossas Festas de Lisboa.

Carlos Moedas

Presidente da Câmara Municipal de Lisboa

Para levar esta candidatura a bom porto foi necessário proceder a uma pesquisa científica de dois anos, liderada pela antropóloga Marina Pignatelli, da Universidade de Lisboa, que incluiu dezenas de entrevistas, observações nas coletividades, além da recolha de centenas de documentos escritos, fotográficos e audiovisuais.

É uma honra termos tido um papel ativo na promoção desta iniciativa! A cidade, as suas tradições e também o movimento associativo merecem toda esta dedicação, que esperamos ver oficialmente reconhecida”, afirma o presidente da ACCL, Pedro Franco . A iniciativa conta com o apoio das 28 coletividades da cidade que anualmente preparam e apresentam as suas marchas em junho.

“As nossas Marchas representam muito da nossa alma e da história da cidade de Lisboa. São milhares de pessoas, muitas delas turistas, que nos visitam e assistem todos os anos a este desfile único de orgulho e identidades dos nossos bairros e freguesias, e que representam um momento único das nossas Festas de Lisboa”, sublinha o autarca Carlos Moedas.

São nove décadas de uma tradição que tudo devemos fazer para defender, manter e dar o merecido e justo reconhecimento”, assinala o social-democrata.

“As Marchas Populares de Lisboa são reconhecidas como uma celebração festiva e bairrista com uma importância extraordinária, caracterizadas pela dança em desfile, acompanhada de música, poesia e canto”, adianta o município. Os representantes dos bairros participantes, num total de 68 pessoas por bairro, que incluem 50 marchantes, porta-estandarte, oito músicos (conhecidos como “Cavalinho”), o par de padrinhos e mascotes, 5 aguadeiros, além do ensaiador e do organizador da marcha de cada coletividade.

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´Primavera sem IVA´: Móveis de design a preços irresistíveis

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  • 12 Abril 2024

A nova campanha da Antarte - ´Primavera Sem Iva´ - dá um desconto imediato de 10% em móveis de design e oferece o valor do IVA dos mesmos.

O regresso da tão aguardada primavera coincide com o lançamento de uma campanha da Antarte, que proporciona 10% de desconto imediato, a que acresce a oferta do valor do IVA, em móveis de design de todas as suas coleções. O regresso dos dias mais luminosos e com temperaturas agradáveis é propício a retoques na decoração dos diferentes espaços interiores, e daí surgiu o nome ´Primavera Sem Iva´ para esta campanha.

Os aromas e tonalidades da nova estação convidam a renovar o estilo de decoração das casas, e, nesse sentido, a marca lançou diversas novidades em móveis para salas de jantar, salas de estar, quartos, móveis de entrada, escritórios e sofás. A variedade de estilos propostos pela Antarte está cada vez mais ampla: do minimalista e escandinavo ao glamoroso, contemporâneo ou urbano, esta marca 100% portuguesa é uma das principais criadoras de tendências em home decor com assinatura ‘made in Portugal’, cada vez mais centrada no uso de matérias-primas sustentáveis.

Comece pelo orçamento disponível: tem um montante razoável para retoques no home decor? Opte por comprar as peças de mobiliário centrais nas salas de jantar e de estar como o móvel de TV, a mesa de jantar ou o aparador. Também pode decidir dar um novo look ao quarto. Nesse caso, a cama e as mesas-de-cabeceira são as peças prioritárias a adquirir.

Se considerar uma quantia mais restrita para retocar o look da casa, pondere a possibilidade de comprar peças que completam o visual dos vários ambientes. Mesas de centro e mesas de apoio são móveis que adicionam personalidade às zonas de estar. De igual modo acontece com as cadeiras da sala de jantar, os cadeirões e poltronas para se sentar confortavelmente no quarto ou escritório, ou a consola na zona de entrada ou corredores.

A inspiração para uma ampla renovação da decoração ou apenas de algum ambiente específico pode ocorrer ao visitar uma das lojas Antarte espalhadas por todo o país ou até mesmo no site da marca. Nas lojas Antarte encontrará aconselhamento de designers de interiores, especializados em facultar projetos de decoração 3D, essenciais para uma melhor perceção do resultado final do decor que imaginou.

Mário Rocha, CEO da Antarte, mostra-se confiante com esta campanha, que celebra o regresso da estação do ano que reúne novas energias e sensações. “A primavera é das alturas mais inspiradoras do ano, sobretudo no tocante ao espaço mais pessoal da vida de cada pessoa: a casa. A Antarte lançou a Primavera sem IVA com 10% de desconto imediato a que se soma a oferta do valor do IVA, para desta forma proporcionar aos clientes uma oportunidade irresistível de renovação, mais ou menos ampla, de todos os ambientes da casa.»

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Complexo turístico de 110 milhões de euros abre até 2028 no Redondo

  • Lusa
  • 12 Abril 2024

O empreendimento na Herdade da Palheta contará com um hotel de 5 estrelas com 60 quartos, 35 'villas' e 20 casas de campo".

Um projeto turístico com um hotel, 35 ‘villas’ e 20 casas de campo, num investimento de 110 milhões de euros, foi esta sexta-feira anunciado para uma herdade no concelho de Redondo (Évora), onde ficou inacabado outro complexo hoteleiro. Devera “abrir em 2028”.

O empreendimento Palheta, que vai ‘nascer’ na Herdade da Palheta, entre Évora e Redondo, é financiado pelo Global Real Estate Fund e gerido pela empresa financeira Arbra Partners Ltd, fundada pelo brasileiro Lucas Bitencourt, em 2022.

Em comunicado, a empresa promotora explicou que “a propriedade contará com um hotel de 5 estrelas com 60 quartos, 35 ‘villas’ e 20 casas de campo”. Contactada pela Lusa, fonte da empresa indicou que o complexo turístico, que envolve “um investimento de 110 milhões de euros”, será “dirigido ao segmento de luxo”.

Na edição que saiu esta sexta-feira, o semanário Expresso notícia este investimento no Alentejo e cita Lucas Bitencourt, “empresário brasileiro radicado em Portugal, desde 2020”, que revela que o início das obras está previsto para 2025.

Antes, “no final do ano” de 2024, vão realizar-se “intervenções a nível de demolições”, segundo o jornal, que assinalou que este projeto vai ser construído na propriedade “onde há muito tempo o insolvente grupo Vila Sol estava a desenvolver um megaempreendimento, mas o edificado entretanto construído ficou ao abandono”.

A propriedade contará com um hotel de 5 estrelas com 60 quartos, 35 ‘villas’ e 20 casas de campo.

Arbra Partners Ltd

O então designado Vila Sol Évora, que era projeto de Potencial Interesse Nacional (PIN) lançado pelo então primeiro-ministro socialista José Sócrates, chegou a estar previsto ‘abrir portas’ em 2009, com hotel com 73 quartos, turismo residencial, campo de golfe e outras valências, mas nunca chegou a ser acabado.

A Euro-Atlântica III, Empreendimentos Urbanísticos, que era a promotora do complexo, cujo hotel estava em fase de construção, foi declarada insolvente em 2012, noticiou a Lusa, na altura.

Agora, a Arbra Partners Ltd., quer “pegar no sobredimensionado projeto que existia numa perspetiva de transformação, recuperando o que for possível“, pode ler-se no jornal Expresso.

No comunicado enviado à Lusa, a empresa promotora considerou que esta herdade é “uma joia escondida no coração do Alentejo, a cerca de 90 minutos de carro de Lisboa”, e, possuindo “um património que remonta a 1428”. A transformação da Palheta para fins turísticos significa “criar uma proposta única no setor da hospitalidade premium em Portugal, numa escala que abrange 300 hectares”.

“O hotel oferecerá uma gama de instalações que respeitam o modo de vida historicamente modesto e rural, proporcionando simultaneamente as mais sofisticadas experiências de lazer, bem-estar e gastronomia”, disse a Arbra, que escolheu o “arquiteto de renome mundial” John Pawson para liderar “a arquitetura e design da Palheta“.

As moradias e casas de campo da propriedade serão colocadas à venda e serão totalmente servidas pelo hotel, disse a empresa, explicando que o complexo vai incluir também “um clube de vinhos numa adega centenária, marca do rico legado enológico da propriedade”, cujas vinhas ocupam 25 hectares.

Espera-se que a Palheta atraia hóspedes internacionais, proprietários e a comunidade local“, segundo a Arbra, que prometeu que “a arte e a cultura vão desempenhar um papel fundamental na vida da propriedade, com a criação de um novo anfiteatro ao ar livre, um pavilhão de arte, estúdios e residências de artistas”,

Um centro de bem-estar, um spa, centro desportivo, quinta biológica, restaurante e parque infantil são outras das valências do projeto.

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Maior hospital de Gaza é agora um cemitério, diz OMS

  • Lusa
  • 12 Abril 2024

O hospital tem também "espaços abertos onde foram cavadas sepulturas, algumas com nomes, outras sem" e "há corpos abandonados, alguns cobertos com plástico, outros não".

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou esta sexta-feira que o hospital al-Shifa – o maior complexo de saúde de Gaza – está completamente destruído e que uma missão descobriu que foram enterrados corpos em áreas abertas dentro instalações.

O cirurgião-chefe da OMS Thanos Gargavanis afirmou, em videoconferência a partir de Gaza e para jornalistas presentes em Genebra, Suíça, ter liderado, há alguns dias, uma equipa que visitou al-Shifa, no norte do enclave, e observou diretamente a destruição total de infraestruturas e equipamentos. “Está tudo destruído e queimado, as redes de oxigénio, os aparelhos de tomografia computadorizada, os laboratórios e os equipamentos cirúrgicos, como ventiladores e aparelhos para anestesia”, contou.

“Não sobraram paredes e, no edifício da cirurgia especializada, há uma grande cratera desde a cave até ao segundo andar”, explicou. Segundo o médico da OMS, o hospital tem também “espaços abertos onde foram cavadas sepulturas, algumas com nomes, outras sem” e “há corpos abandonados, alguns cobertos com plástico, outros não”.

O cirurgião indicou que a OMS pretende organizar enterros dignos para as pessoas que morreram naquele hospital, colocando os seus restos mortais em sacos individuais e tentando identificá-los posteriormente através de testes de ADN, como forma de proporcionar conforto às famílias. Após a destruição do al-Shifa, resta apenas, de acordo com Gargavanis, um equipamento de produção de oxigénio em todo o norte de Gaza, localizado num pequeno hospital.

“Tivemos de voltar a trabalhar como se fazia há 60 anos, sem equipamento”, disse. Gargavanis também lamentou que Israel não permita a retirada regular dos feridos e doentes, dando autorizações de saída apenas muito raramente, apesar de haver 9.000 pessoas na lista de espera e de vários países árabes, principalmente o Egito, estarem dispostos a recebê-los.

Israel deve deixar de tratar equipamentos médicos, medicamentos e outras provisões de saúde como se fossem itens de dupla utilização, ou seja, como se pudessem ser usados para fins de guerra, defendeu o responsável da organização, sublinhando que essa postura dificulta seriamente a entrada desse tipo material em Gaza.

O conflito em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeado por um ataque realizado em outubro do ano passado pelo movimento islamita palestiniano. Nesse dia, 1.140 pessoas foram mortas, a maioria das quais civis, e sequestradas cerca de 240 pessoas, das quais uma grande parte continua na Faixa de Gaza.

Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestiniano, tem bombardeado a Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas mais de 30.000 pessoas, também maioritariamente civis. A ofensiva israelita também tem destruído a maioria das infraestruturas de Gaza e perto de dois milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, a quase totalidade dos 2,3 milhões de habitantes do enclave, controlado pelo Hamas desde 2007.

A população da Faixa de Gaza também se confronta com uma crise humanitária sem precedentes, devido ao colapso dos hospitais, o surto de epidemias e escassez de água potável, de alimentos, medicamentos e eletricidade.

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UE adota regras para limitar emissões poluentes por automóveis

  • Lusa
  • 12 Abril 2024

O Conselho da UE diz que todos os automóveis, de ligeiros de passageiros a pesados de mercadorias, estão abrangidos pelo regulamento Euro 07.

O Conselho da União Europeia (UE) deu esta sexta-feira luz verde às regras para limitar as emissões poluentes provenientes de automóveis e para a durabilidade das baterias. Em comunicado, o Conselho da UE diz que todos os automóveis, de ligeiros de passageiros a pesados de mercadorias, estão abrangidos pelo regulamento Euro 07.

O regulamento vai oficializar as regras para “as emissões de escape dos veículos rodoviários, mas também para outros tipos de emissões, como a abrasão dos pneus e as emissões de partículas dos travões” e também vai criar requisitos para a “durabilidade das baterias”, também responsáveis pela libertação de partículas poluentes.

A libertação de óxido nitroso é uma das maiores preocupações de Bruxelas nesta matéria, por isso, também vai apertar as regras à quilometragem e tempo de vida útil de um carro. É a última etapa deste processo que vai entrar em vigor 20 dias após a publicação no Jornal Oficial da UE.

Os prazos para aplicar o regulamento variam entre os 30 meses para novos carros comerciais até 60 meses para os “novos sistemas, componentes ou unidades técnicas”.

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Centeno garante que entregou contas do BdP ao Governo no prazo legal

“O relatório e contas foi entregue ao acionista nas datas legalmente previstas”, avançou ao ECO fonte oficial do Banco de Portugal. Miranda Sarmento disse ter ficado surpreendido com prejuízo.

O Banco de Portugal garante que entregou ao Governo, no prazo previsto pela lei, o relatório e contas que revela que o banco central teve um prejuízo operacional de 1.054 milhões de euros. Ou seja, o Governo de António Costa já estava na posse desta informação quando fez a transição de pasta para o Executivo de Luís Montenegro.

O relatório e contas foi entregue ao acionista nas datas legalmente previstas”, avançou ao ECO fonte oficial do Banco de Portugal, o que deixa pressupor a ideia de que o novo ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, não teria razões para ficar surpreendido com o desempenho.

No debate do Programa de Governo, o ministro de Estado e das Finanças disse ter recebido com “surpresa, espanto e preocupação” a notícia de que o Banco de Portugal registou prejuízos, que se irão repetir em este ano, só devendo chegar ao break-even em 2025. Por isso, prometeu “avaliar os impactos ao nível do balanço e das contas deste ano e dos próximos anos, desse prejuízo”.

Miranda Sarmento, em resposta ao deputado do CDS, Paulo Núncio, disse que “na pasta de transição não estava qualquer referência às contas do Banco de Portugal”.

Ora, de acordo com o regulador da banca o relatório e contas foi entregue a Fernando Medina dentro do prazo. Segundo a lei orgânica, da instituição liderada por Mário Centeno, o conselho de administração do Banco de Portugal é obrigado a enviar para o Ministério das Finanças o projeto de relatório para parecer do ministro e respetiva aprovação até 31 de março de cada ano. Ora este ano, 31 de março foi um domingo, portanto tudo leva a crer que o processo terá ficado concluído antes. É de sublinhar ainda que a tomada de posse do novo Governo foi a 2 de abril e a transição de pastas nas Finanças feita nessa altura.

O Banco de Portugal confirmou ainda ao ECO que “vai manter o calendário anunciado e que resulta do quadro legal existente” e que não fará “nenhum comentário antes do dia 16 de maio”, data em que será feita a apresentação das contas anuais.

Recorde-se que já em maio de 2023, o Mário Centeno tinha avisado que o Banco de Portugal entraria “numa fase de resultados negativos” dada a subida dos juros do Banco Central Europeu (BCE), e da queda da rendibilidade da dívida portuguesa, uma espécie de reverso da medalha em relação aos lucros recorde da banca. O governador avançou que contava usar as chamadas “provisões para riscos gerais” para absorver as perdas e levar os resultados da instituição a zero. Foi o que o conselho do BdP fez, o que permitiu levar os prejuízos operacionais do ano passado para um resultado líquido zero.

Para trás ficam os tempos de lucros recorde que se registavam desde 2016 e que ajudavam as contas púbicas através do pagamento de dividendo ao Estado. Por isso, Miranda Sarmento aproveitou, na resposta a Paulo Núncio, para sublinhar que, “do ponto de vista orçamental, o Governo anterior, de 2016 a 2023, beneficiou muito da política monetária do BCE”, o que “além da redução de juros, de quase 3 mil milhões de euros”, resultou também em “quase mil milhões por ano de dividendos e IRC do Banco de Portugal”.

Foi o PS, quando era Governo e o atual governador era ministro das Finanças, que quis reduzir as provisões do Banco de Portugal para dar ainda mais margem orçamental nesses anos”, recordou o novo ministro das Finanças, naquele que foi o seu primeiro choque com Mário Centeno.

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