Promotores musicais levarão a Câmara Municipal de Sevilha ao Gabinete Antifraude e ao Ministério Público se não licitar o uso comercial da Praça de Espanha

  • Servimedia
  • 21 Julho 2025

A iniciativa surge após se saber que a Câmara Municipal teria prorrogado diretamente por mais seis anos - o contrato de exploração do Festival Icónica à promotora, sem que houvesse concurso público.

Dezessete promotores de espetáculos musicais anunciaram que irão tomar medidas legais se a Câmara Municipal de Sevilha não convocar um processo de licitação pública para adjudicar o uso comercial da Plaza de España, espaço declarado Bem de Interesse Cultural (BIC) e atualmente explorado por uma única empresa.

A iniciativa surge após se saber que a Câmara Municipal teria prorrogado diretamente por mais seis anos – até 2031 – o contrato de exploração do Festival Icónica à promotora Green Cow S.L., sem que houvesse concurso público, justificação jurídica ou transparência administrativa. Os promotores denunciam que esta prorrogação excede a duração do contrato original (2021-2025), o que consideram uma violação da legislação em vigor em matéria de contratos públicos.

Além disso, criticam que, desde maio, solicitaram repetidamente o processo administrativo correspondente, sem obter resposta. Esta falta de informação, afirmam, impede o exercício dos seus direitos como operadores culturais e pode constituir uma violação do direito à defesa e do princípio da transparência.

Perante estes factos, os promotores pretendem apresentar uma reclamação ao Conselho de Transparência da Andaluzia, uma denúncia ao Gabinete Andaluz contra a Fraude e a Corrupção, uma queixa ao Provedor de Justiça Andaluz e uma notificação à Comissão Nacional dos Mercados e da Concorrência (CNMC) por alegadas práticas anticoncorrenciais. Também solicitarão um relatório à Comissão Provincial do Património Histórico para verificar se existem autorizações específicas para uma atividade comercial contínua num espaço protegido como a Plaza de España.

Assim que tiverem acesso ao processo e o analisarem com os seus consultores jurídicos, pretendem interpor um recurso contencioso-administrativo contra a prorrogação do contrato, solicitando a suspensão cautelar dos acordos adotados. Se for confirmado que não houve um procedimento legal de adjudicação, os promotores recorrerão aos tribunais e ao Ministério Público, por entenderem que podem existir indícios de crimes como prevaricação, desvio de fundos públicos ou tráfico de influências.

Os promotores signatários manifestaram a sua vontade de participar em igualdade de condições em qualquer procedimento público que permita explorar a Plaza de España como espaço cultural. Rejeitam que um bem público possa ser reservado exclusivamente a uma única empresa durante mais de uma década sem controlo nem supervisão, e alertam que esta situação prejudica gravemente a confiança nas instituições.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 21 Julho 2025

O Governo divulga tabelas de retenção na fonte do IRS e INE revela dados sobre as taxas de juro implícitas no crédito à habitação, quanto Galp e Nos apresentam as contas do segundo trimestre.

No dia em que o Governo divulga as tabelas de retenção na fonte do IRS, a Galp e Nos apresentam os resultados referentes ao segundo trimestre do ano. INE revela dados sobre as taxas de juro implícitas no crédito à habitação.

Apresentação de resultados da Galp e Nos

Esta segunda-feira serão apresentados os resultados da Galp e da Nos referentes ao segundo trimestre do ano. No primeiro trimestre, o lucro da Galp caiu 41% para 192 milhões de euros e o lucro da Nos derraparam 13% para 59 milhões de euros.

Governo divulga tabelas de retenção na fonte do IRS

O Governo espera publicar esta segunda-feira as novas tabelas de retenção na fonte do IRS, para que os efeitos da descida deste imposto aprovada na quarta-feira sejam sentidas pelos contribuintes já em agosto.

Como evoluíram os juros do crédito da casa?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai divulgar dados sobre as taxas de juro implícitas no crédito à habitação relativos a junho. Em maio, as taxas de juro implícitas do crédito à habitação mantiveram a tendência de descida dos últimos meses e recuaram pelo quarto mês consecutivo.

Qual o peso da dívida pública portuguesa?

O Eurostat publica os dados da dívida pública referente ao primeiro trimestre de 2025. O gabinete de estatística da União Europeia vai publicar ainda as estatísticas de finanças públicas e contas financeiras referentes aos três primeiros meses do ano.

Preços dos combustíveis descem

A semana arranca com descida no preço dos combustíveis. O preço do gasóleo deverá descer 1,5 cêntimos e o da gasolina deverá descer meio cêntimo, de acordo com fontes do setor citadas pela Automóvel Club de Portugal.

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Associação Nacional de Farmácias renova identidade e lança campanha para “reforçar compromisso com a sociedade e o setor da saúde”

Desenvolvida pela Havas, a nova identidade tem como objetivo "alinhar a comunicação das várias marcas num contexto mais digital, ágil e exigente", explica a presidente da associação.

A celebrar 50 anos de existência, a Associação Nacional das Farmácias (ANF) aposta na renovação da sua identidade institucional, assim como no da marca Farmácias Portuguesas, com o objetivo de “reforçar o seu compromisso com a sociedade e o setor da saúde“. No âmbito desta estratégia lança também um novo ecossistema de marcas e a campanha “A Vida Passa pela Farmácia”.

A renovação da identidade por parte da ANF nasce da “necessidade de responder a um novo contexto social e de saúde, marcado por profundas transformações nos hábitos, nas expectativas e nas exigências das pessoas”, começa por enquadrar Ema Paulino, presidente da Associação Nacional das Farmácias, ao +M.

“Numa altura em que os cidadãos procuram uma relação mais próxima, acessível e confiável com os serviços de saúde, tornou-se essencial reforçar a mensagem de que as farmácias representam espaços centrais no cuidado e na promoção da saúde. Trata-se também de reafirmar o compromisso da ANF como uma voz ativa e influente na defesa da saúde e da farmácia em Portugal. Para tal, tornou-se essencial alinhar estrategicamente os territórios e propósitos das diferentes marcas, garantindo uma comunicação mais coesa, distintiva e com maior impacto”, acrescenta.

Desenvolvida pela Havas, a nova identidade tem como objetivo “alinhar a comunicação das várias marcas num contexto mais digital, ágil e exigente“, tendo sido adotada uma nova arquitetura de marcas para garantir “maior coerência e impacto, mantendo a ligação à história e aos valores fundadores da instituição”.

Visualmente, este restyling traz “modernidade, flexibilidade e consistência à presença institucional da ANF“, considera Ema Paulino. Mas, mais do que uma mudança estética, esta transformação “simboliza o compromisso com uma comunicação mais clara e próxima“, que se reflete também na nova assinatura: “ANF. Uma voz pela Saúde”.

Esta assinatura pretende expressar “o compromisso da ANF com a sociedade, com os profissionais do setor e com a promoção da saúde em Portugal”, posicionando a ANF como uma “entidade com voz ativa e interventiva”. “Reflete uma organização que se quer cada vez mais interventiva, inovadora e colaborativa, preparada para liderar os desafios do presente e do futuro, sempre com foco no bem-estar das pessoas”, diz a responsável.

Com a nova identidade, a comunicação da ANF torna-se também ela “mais moderna, mais acessível e mais próxima“, com a associação a apostar também no lançamento de um novo site disponível em www.anf.pt, que foi “pensado tanto para o setor como para o público em geral”.

“Esta plataforma espelha os valores de transparência e inovação, aproximando ainda mais a instituição das pessoas. A mudança representa uma ambição renovada: promover maior união, alinhamento e compromisso em torno de um propósito comum – pela saúde, unimos as farmácias à sociedade“, explica Ema Paulino.

A marca Farmácias Portuguesas reforça ainda o seu “posicionamento como a marca de todas as farmácias”, com o envio de um kit com materiais da nova identidade para todas as farmácias, e com o lançamento de uma campanha que promove “uma imagem unificada, forte e centrada no cuidado e na proximidade”.

Campanha “A vida passa pela Farmácia”

Com conceito criativo desenvolvido pela Havas, a campanha “A vida passa pela Farmácia” parte da premissa de que, ao longo da vida, toda a gente “passa pela farmácia”. A campanha funciona assim como “uma homenagem à centralidade da farmácia nas comunidades e à confiança que os cidadãos depositam nos farmacêuticos“, explica a presidente da ANF.

Pretende ainda “reforçar a ligação emocional e social com os cidadãos, sublinhando a presença contínua e a relação de proximidade nas diferentes fases da sua vida”, assim como “consolidar essa presença e relação, reforçando o papel das farmácias como pilares de um sistema de saúde mais próximo, inclusivo e acessível”.

Presente em televisão, rádio, meios digitais (com ativações em display) e redes sociais, o planeamento de meios ficou a cargo da Universal McCann.

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Falta de interconexões com Ibéria é ameaça à segurança, mas atrai indústria

A Fundação Francisco Manuel dos Santos aponta as debilidades na segurança energética que a falta de interconexões entre a Ibéria e restante Europa dita. Porém, também permite atrair indústria.

A falta de interconexões entre a Península Ibérica e a restante Europa ameaça a segurança energética do Velho Continente, alerta um recente estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS). Porém, nem tudo são desvantagens. “A ausência de interconexões energéticas oferece uma proteção industrial natural à Península Ibérica”, contrabalança o mesmo.

Estas conclusões fazem parte de um estudo elaborado pela FFMS em parceria com Brookings Institution, intitulado de “A transição energética da Europa: equilibrar o trilema”. O trabalho é assinado pelos investigadores Gonzalo Escribano, João Fachada, Ignacio Urbasos e a ex-secretária de Estado da Energia do último governo PS, chefiado por António Costa, Ana Fontoura Gouveia.

Se existissem mais conexões entre a Península Ibérica e a Europa no momento em que surgiu a última crise energética, que assolou o bloco europeu sobretudo entre 2022 e 2023, “a contribuição da Península Ibérica para a segurança energética teria sido maior”, lê-se no estudo.

A colaboração estreita [entre Portugal e Espanha] na transição energética, nos últimos anos, contribui para solidificar a posição da Península como um hub industrial líder na Europa.

Estudo A transição energética da Europa: equilibrar o trilema

O mesmo indica, em paralelo, que o apagão que se viveu em Portugal e Espanha no passado dia 28 de abril “os analistas têm enfatizado a urgência de acelerar as conexões internacionais”. Neste sentido, os autores entendem que “o elemento segurança — além da dimensão económica — deve ser considerado com ponderação pelos legisladores e atores políticos, daqui em diante“.

Para já, a Península Ibérica é considerada uma “ilha energética”, tendo em conta as fracas ligações com a restante Europa. Mas nem tudo são desvantagens: “a ausência de interconexões energéticas oferece uma proteção industrial natural à Península Ibérica”, escreve o estudo. Isto porque as energias renováveis continuam a ter recordes de preços baixos, pelo que “Portugal e Espanha têm energia verde competitiva em termos de custo que está a atrair indústrias”.

“A colaboração estreita [entre Portugal e Espanha] na transição energética, nos últimos anos, contribui para solidificar a posição da Península como um hub industrial líder na Europa”, reforça o texto. Apesar de os autores não preverem que os países ibéricos atinjam as metas definidas nos seus planos de energia e clima, “a direção é clara” — eletrificação e renováveis.

Contudo, não é só a eletricidade que conta. Ambos os países poderão também, “a longo prazo”, ter um “papel central” no mercado europeu de hidrogénio, dadas as vantagens competitivas no que diz respeito à produção deste gás verde.

Mas não há bela sem senão: os preços baixos podem ser limitativos no que diz respeito a incentivar novos investimentos em energia renovável. Um problema que se soma a dificuldades no licenciamento e ligações à rede.

Numa ótica de promover estes investimentos, o estudo recomenda que se continuem a colmatar as principais dificuldades, desde a disponibilidade de rede, a previsibilidade dos procedimentos administrativos e licenciamento, incentivos aos investidores, mecanismos de formação de preço e aceitação local.

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Após desconfiança inicial, bancos e fintechs entendem-se na corrida da IA. Oiça o À Prova de Futuro

Afonso Eça, membro da Comissão Executiva do BPI, e João Freire de Andrade, Executive Director da Start Ventures, são os convidados deste episódio sobre a banca e a tecnologia.

Netbanking, aplicações, customer experience e ainda muitos processos que os clientes nem chegam a ver. A tecnologia é, claro, já há muito tempo um fator essencial, mas a utilização da inteligência artificial veio dar cada vez mais importância a esta parte da estratégia dos bancos.

O surgimento das fintechs, ou seja, empresas dedicadas à inovação tecnológica no setor financeiro, foi há alguns anos recebido com alguma reticência pelos bancos. Mas a maturação destas empresas levou a parcerias mutuamente benéficas, a aquisições ou à simples concorrência saudável.

Neste episódio, a primeira entrevista é com Afonso Eça, membro da Comissão Executiva do BPI, na qual tem os papéis de chief operations officer e chief digital officer.

Logo a seguir teremos a rubrica Está a dar que falar e depois vamos conversar com João Freire de Andrade, Executive Director da Start Ventures e cofundador da Portugal Fintech.

O podcast ‘À Prova de Futuro’ é patrocinado pela Meo Empresas.

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Entraram quase mil grandes processos nos tribunais fiscais em 2024

No ano passado, entraram 909 processos tributários de valor superior a um milhão de euros nos Tribunais Administrativos e Fiscais, com o valor de processos pendentes a somar 15 mil milhões de euros.

Os Tribunais Administrativos e Fiscais (TAF) receberam perto de mil novos processos tributários com valor acima de um milhão de euros, no ano passado, havendo 1.668 pendentes. No total, os processos que aguardam por uma decisão dos tribunais somam perto de 15 mil milhões de euros.

Os dados, divulgados no relatório anual referente a 2024 do Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais (CSTAF) enviado ao Parlamento, mostram que, no final do ano passado, “deu entrada em todas as instâncias e no Supremo Tribunal Administrativo um total de 909 processos tributários de valor superior a um milhão de euros, tendo sido findos 779 processos dessa natureza”.

É ainda “possível constatar que o número de processos tributários de valor superior a um milhão de euros pendentes dos tribunais da jurisdição administrativa e fiscal aumentou em todas as instâncias e no Supremo Tribunal Administrativo“, indica o relatório.

No final de 2024, havia 1.668 processos de valor acima de um milhão de euros à espera de uma decisão dos tribunais, o que representa um crescimento de 8,5% em comparação com o final de 2023. Em valor, estes processos totalizam perto de 15 mil milhões de euros, um aumento face a 12,1 mil milhões de euros no período homólogo.

Relativamente ao Supremo Tribunal Administrativo (STA), os processos pendentes subiram de 74, no final de 2023, para 84 no final do ano passado, período em que entraram 120 novos processos face a 110 concluídos. Já o valor dos processos à espera de decisão ronda os 210 milhões de euros, muito acima dos 48 milhões no mesmo período do ano anterior.

No caso dos Tribunais Centrais Administrativos (TCA), havia mais 60 processos pendentes face ao período homólogo, com o valor a ficar perto dos seis mil milhões, acima dos 3,9 mil milhões no final de 2023. Isto num período em que houve 210 entradas e 150 saídas.

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Lucros da Galp sobem 25% no segundo trimestre para 373 milhões de euros

Petrolífera portuguesa justifica melhoria no resultado com aumento da produção de petróleo e gás natural no Brasil e "forte desempenho" da atividade de trading de produtos nos mercados internacionais.

A Galp Energia reportou lucros de 373 milhões de euros no segundo trimestre do ano, o que representa uma subida de 25% face ao mesmo período do ano passado, de acordo com o comunicado enviado esta segunda-feira à CMVM.

A petrolífera portuguesa justifica a melhoria nos resultados entre abril e junho, depois de um arranque do ano no vermelho, com os “níveis robustos” de produção de petróleo e gás no Brasil, a atividade de trading internacional de gás natural e as exportações.

O resultado ajustado a custo de substituição (RCA) antes de juros, impostos, depreciação e amortizações (EBITDA) foi de 840 milhões, em linha com os 849 milhões registados no período homólogo de 2024, com a empresa a assinalar que “a melhoria de resultados em todas as áreas de negócios compensou a queda nas cotações do crude que penalizou a performance financeira do upstream, tradicionalmente o principal motor dos resultados”.

Há duas semanas, no tradicional trading update, o grupo tinha reportado uma queda de 20% na margem de refinação entre abril e junho, para os 6,1 dólares por barril (vs. 7,7 dólares no período homólogo), refletindo o impacto da conjuntura internacional sobre o setor energético.

No acumulado do primeiro semestre, dadas as “condições macroeconómicas mais desafiantes”, os lucros da companhia diminuíram 9% para 565 milhões de euros, enquanto o EBITDA caiu 16% para 1,5 mil milhões. Deste valor, cerca de 80% teve origem nos mercados internacionais, com destaque para as atividades de upstream (exploração e produção de petróleo) e de trading e para as exportações de produtos a partir de Portugal.

Na informação ao mercado, a Galp assinala que as melhorias registadas entre abril e junho permitem rever em alta algumas das projeções operacionais e financeiras para o resto do ano, apesar da desvalorização do dólar. Espera agora que o EBITDA supere os 2,7 mil milhões (vs. 2,5 mil milhões na previsão anterior) – boa parte desta revisão resulta do início das entregas de cargas de gás natural nos EUA por parte da Venture Global – e também que a produção média de petróleo e gás natural do ano, antes estimada em 105 mil, possa subir até aos 110 mil barris diários.

Mesmo reconhecendo o atual “cenário macroeconómico e geopolítico cada vez mais incerto”, Maria João Carioca e João Diogo Marques da Silva, co-CEO, destacam que este foi “um trimestre forte para a Galp, sustentado por um desempenho operacional robusto em todos os negócios” e com a companhia a demonstrar “resiliência e foco”. “Isso permitiu-nos continuar a recompensar os nossos acionistas, preservando ao mesmo tempo uma base financeira sólida”, acrescentam.

“O nosso mandato é claro: assegurar a execução contínua da estratégia. Continuamos empenhados em cumprir as nossas prioridades e estamos confiantes no nosso desempenho, por isso melhorámos as nossas expectativas operacionais para 2025. Assegurar uma forte parceria na Namíbia PEL 83 continua a ser um marco importante e os progressos realizados até à data reforçam a nossa confiança na sua conclusão com sucesso”, sublinham os gestores.

Unidade de produção de biocombustíveis avançados (HVO/SAF) está em construção em Sines

Num trimestre em que o investimento total ascendeu a 190 milhões de euros, cerca de 74 milhões foram aplicados em Sines, nomeadamente na construção do eletrolisador de 100MW para a produção de hidrogénio verde e na nova unidade para produção de biocombustíveis avançados (HVO/SFA). Ambos os projetos deverão entrar em operação já no próximo ano.

A conversão e modernização da rede de estações de serviço, a expansão da infraestrutura de carregamento para a mobilidade elétrica e as renováveis absorveram perto de 30 milhões de euros. No entanto, os projetos de upstream no Brasil continuaram a ser o principal destino do investimento da Galp no segundo trimestre, num total de 81 milhões,

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A Arábia Saudita consolida o seu boom turístico com mais visitantes, mais emprego e apoio ao empreendedorismo

  • Servimedia
  • 21 Julho 2025

O país avança nos objetivos da Visão 2030 com um recorde de visitas a locais históricos, aumento do emprego no setor turístico e programas para impulsionar startups do setor.

A Arábia Saudita continua a consolidar a sua posição como um dos destinos turísticos mais dinâmicos do mundo. No primeiro semestre de 2025, o Aeroporto Internacional Rei Abdulaziz de Yeda recebeu 25,5 milhões de passageiros, um número que reflete a crescente conectividade aérea do país e o aumento sustentado do fluxo de visitantes internacionais.

Este crescimento teve um impacto claro no setor hoteleiro. Durante o primeiro trimestre de 2025, a ocupação média atingiu 63%, de acordo com dados da Autoridade Geral de Estatísticas (GASTAT), o que representa um aumento de 2,1 pontos em relação ao ano anterior. O preço médio por noite foi de cerca de 117 euros, com uma ligeira queda de 3,4% em relação ao ano anterior. No caso dos apartamentos com serviços, a ocupação situou-se em 50,7%, enquanto o preço por noite subiu 7,2%, atingindo 209 riyals sauditas, cerca de 51 euros.

O emprego no setor do turismo também registou uma evolução positiva. Nos primeiros três meses do ano, o setor empregou quase um milhão de pessoas, 4,1% a mais do que em 2024. Um quarto desses empregos (24,8%) é ocupado por cidadãos sauditas, em linha com os esforços do governo para promover a diversificação económica e apostar em outras atividades que reduzam a dependência do petróleo.

Paralelamente, o património cultural saudita continua a despertar um interesse crescente entre os turistas, tanto nacionais como internacionais. Em 2024, os locais históricos e arqueológicos do país receberam cerca de 6,5 milhões de visitas. Destinos como Diriyah, AlUla e o distrito histórico de Yeda consolidaram-se como grandes pólos de atração turística, impulsionados por iniciativas de recuperação do património, programação cultural e melhorias na infraestrutura.

Nesse mesmo ano, foram adicionados mais de 1.100 locais ao Registo Nacional do Património, que já conta com mais de 3.600 locais oficialmente reconhecidos. Além disso, foram identificados mais de 25.000 locais de interesse patrimonial em todo o país, o que reforça a dimensão cultural do modelo turístico saudita.

Empreendimento turístico

Como parte de sua estratégia para diversificar a economia e promover a inovação no setor, o Ministério do Turismo lançou três novos programas de incubação voltados para empreendedores e startups turísticas. Com duração de três meses, essas iniciativas oferecem formação especializada, aconselhamento personalizado, acesso a redes de financiamento e apoio na concepção e escalonamento de modelos de negócios inovadores.

O objetivo é estimular o ecossistema empreendedor em áreas-chave como tecnologia aplicada ao turismo, sustentabilidade, mobilidade inteligente, gestão de experiências ou serviços digitais. As incubadoras são concebidas como uma plataforma para acelerar projetos capazes de transformar a oferta turística da Arábia Saudita e fornecer soluções adaptadas aos novos perfis de viajantes.

Esta aposta no empreendedorismo enquadra-se nos objetivos da Visão 2030, o ambicioso plano de transformação económica do país que visa reduzir a dependência do petróleo e diversificar a economia através de setores como o turismo, o entretenimento, a cultura ou a inovação tecnológica.

Com uma combinação de investimentos estratégicos, melhoria da conectividade, valorização do património e apoio ao tecido empreendedor, a Arábia Saudita está a construir um modelo turístico competitivo e sustentável. Os novos dados de ocupação, emprego e número de visitantes confirmam o avanço da Arábia Saudita em direção à sua meta de atrair mais de 100 milhões de turistas anuais na próxima década.

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Caldea leva «a boa vida» ao Illa Carlemany com um espaço multissensorial

  • Servimedia
  • 21 Julho 2025

O centro de lazer termal de Andorra instala-se no Illa Carlemany com um espaço aquático e uma zona de diversão.

Caldea informou que este verão «sai do spa e entra no coração comercial de Andorra com uma proposta diferente que combina bem-estar e entretenimento».

Explicou que o espaço, concebido com uma estética moderna e minimalista, está organizado em diferentes recantos que transportam a experiência da boa vida para fora do spa. Por um lado, os visitantes encontrarão um espaço aquático onde são oferecidos vários granizados com sabores surpreendentes: o energizante de manga e maracujá, o equilibrante de pitaya e o calmante de frutos silvestres. Por outro lado, uma zona de diversões com um jogo para ganhar descontos e produtos de merchandising, e um posto-escritório que convida os visitantes a enviar um postal partilhando o seu verão. Além disso, ao longo da temporada, o stand acolherá atuações musicais e workshops infantis.

O espaço estará aberto até 14 de setembro, com horário de funcionamento de segunda a sábado, das 11h às 14h e das 15h às 20h30, e domingo das 11h às 14h e das 15h às 19h30.

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Tebas denuncia ter sido alvo do Ministério das Finanças para forçar a sua saída da LALIGA

  • Servimedia
  • 21 Julho 2025

De acordo com declarações de Tebas, o objetivo do registo era causar «danos à reputação» e «afastá-lo» como presidente da LALIGA.

O presidente da LALIGA, Javier Tebas, denunciou ter sido vítima de uma suposta tentativa do Ministério das Finanças, em 2015, de interferir em decisões importantes do futebol profissional através de uma inspeção fiscal para a qual a Agência Tributária solicitou o registo do seu escritório profissional, bem como da sua residência e da do seu filho.

Os factos, segundo o jornal «El País», ocorreram apenas três dias antes da Assembleia Geral Extraordinária da LALIGA de 19 de junho de 2015, fundamental para a venda centralizada dos direitos de transmissão televisiva, na qual foi aprovada a recompra dos direitos de 38 clubes à Mediapro e onde ficou patente a tensão com o Real Madrid.

De acordo com declarações de Tebas ao referido meio de comunicação, o objetivo do registo era causar «danos à reputação» e «afastá-lo» como presidente da LALIGA pouco antes da realização dessa assembleia. Além disso, o máximo dirigente da LALIGA também reagiu no seu perfil na rede social X: «Há mais de 10 anos que marcam as cartas (e continuam a fazê-lo), acreditando-se intocáveis graças à sua «superioridade» e à cumplicidade de parte da classe política. A verdade já me tinha sido contada. Agora também tenho a verdade jurídica. Vamos até ao fim».

Este episódio ocorreu apenas alguns meses depois de a diretora-geral de cobranças, Soledad García, ter processado o presidente da LALIGA por injúrias, após ter sido acusada de «querer liquidar os clubes» e de «animosidade pelo futebol» ao não cumprir, na sua opinião, os acordos de adiamento da dívida. Um processo que foi arquivado e pelo qual o Ministério de Montoro solicitou a abertura de um processo sancionatório contra Tebas.

Assim, a tentativa de registro, que não foi autorizada pelos tribunais, foi comunicada diretamente ao então ministro Montoro por seu chefe de gabinete, Felipe Martínez Rico, de acordo com vários e-mails revelados pela investigação, que veio a público após o levantamento do sigilo do inquérito judicial contra a Equipo Económico, a empresa fundada por Cristóbal Montoro em 2006, acusada de ter tecido uma rede de influências para obter vantagens fiscais para os seus clientes durante o tempo em que o político dirigiu o Ministério das Finanças (2011-2018).

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“Na Europa não existe uma especialização tão grande no vidro automóvel como há em Portugal”

  • ECO Seguros
  • 21 Julho 2025

A importância da diferenciação, da segurança e da colaboração com seguradoras no setor de vidro automóvel foi destacada por especialistas no FNS25. Veja o painel na íntegra aqui.

Jorge Muñoz Cardoso General Manager at Carglass Portugal, Lucas Constâncio Diretor Geral da Glassdrive Portugal, Manuel Freitas da Silva Head of Sales at ExpressGlass a debater em painel no Fórum Nacional de Seguros -2025.Pedro Granadeiro | ECO

O painel “O que os profissionais de seguro sabem sobre vidro automóvel” marcou o quinto momento do Fórum Nacional de Seguros. A sessão centrou-se na composição do mercado, nas estratégias de diferenciação e no estado atual da indústria de vidro automóvel em Portugal.

Participaram no debate Jorge Muñoz Cardoso, General Manager da Carglass Portugal, Lucas Constâncio, Diretor Geral da Glassdrive Portugal, e Manuel Freitas da Silva, Head of Sales da ExpressGlass. A moderação ficou a cargo de Francisco Botelho, Diretor do ECOseguros.

Ao longo da conversa, os intervenientes analisaram a oferta atual do setor, abordando temas como recalibração, segurança e formação técnica. O painel também foi palco de partilha de visões sobre o relacionamento ideal entre as empresas do setor e as seguradoras.

Veja ou reveja o painel:

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Centeno renova mandato do chefe de gabinete antes de sair do Banco de Portugal

Na semana em que terminou o mandato, Mário Centeno renovou o contrato a Álvaro Novo como diretor do gabinete de apoio ao governador, um órgão de consulta direto de quem lidera o Banco de Portugal.

Mário Centeno e Álvaro Novo são amigos há anos, um foi ministro, o outro foi chefe de gabinete nas Finanças e depois secretário de Estado do Tesouro. Quando Centeno foi escolhido por António Costa para governador do Banco de Portugal, levou o amigo economista para chefe de gabinete, e agora, na semana em que termina o seu mandato de cinco anos, comunicou internamente a renovação das funções de Álvaro Novo como diretor num gabinete que é de apoio direto ao governador em funções.

A substituição de Mário Centeno como governador do Banco de Portugal é mais do que previsível, mesmo tendo em conta a sua disponibilidade para continuar, como disse publicamente, e as palavras de Luís Montenegro na Herdade do Chão da Lagoa, segundo as quais Centeno “reúne todas as condições” para continuar. Em conflito aberto com Joaquim Miranda Sarmento — foram várias as intervenções públicas críticas da gestão orçamental do atual ministro, e até passou a assinar uma análise económica anual, paralela à do próprio banco central –, Centeno tem guia de marcha certo. As eleições antecipadas criaram um certo suspense sobre o que poderia suceder, mas a AD reforçou a votação e mudança tornou-se inevitável.

O mandato de cinco anos terminou este sábado, e o primeiro-ministro já confirmou que na próxima quinta-feira vai anunciar o nome do governador para os próximos cinco anos. Mas este sucessor — Álvaro Santos Pereira será um dos nomes mais fortes, depois das recusas de Ricardo Reis, Sérgio Rebelo e Vítor Gaspar — tem pelo menos uma herança que lhe será deixada por Centeno. O ainda governador comunicou internamente, por uma rede de intranet, as diversas deliberações do conselho de administração da semana passada, que reúne à quinta-feira: No subtítulo “Consultores e cargos de direção“, Centeno comunica de forma singela, e sem mais informação: “Renovação do mandato de Álvaro Novo como diretor do GAB“. Não é especificado naquela comunicação, mas o mandato foi renovado por cinco anos.

Questionada oficialmente, fonte oficial do Banco de Portugal limitou-se a uma resposta única: “Foram seguidas as regras existentes no Banco de Portugal relativamente à gestão interna dos seus recursos“, o que parece indiciar que o mesmo poderá ter sido seguido por anteriores governadores, mas sem esclarecer quaisquer das perguntas detalhadas do ECO. Quais foram?

  1. O conselho de administração do Banco de Portugal renovou o mandato de Álvaro Novo como diretor do GAB, um departamento de apoio direto do governador, na última semana de mandato de Mário Centeno. Qual é a razão desta decisão?
  2. Álvaro Novo é quadro do Banco de Portugal? Se sim, porque é que não regressou a função de origem, tendo em conta a natureza do GAB?
  3. Qual é o período para o novo mandato?
  4. Qual é o valor de salário de Álvaro Novo?
  5. Se o novo governador decidir cessar funções do diretor do GAB, há lugar a alguma indemnização a pagar a Álvaro Novo? Se sim, qual é o montante dessa indemnização?
  6. Na mesma reunião, o conselho aprovou a promoção de Rita Poiares como diretora adjunta do DDE (Departamento de Estatísticas) com efeitos a partir de 1 de outubro. Tendo em conta este calendário, e a saída anunciada de Mário Centeno, qual a razão para não ser o novo governador a tomar essa decisão?

A comunicação interna foi feita logo depois da reunião de conselho. O que é o GAB? É o “Gabinete do Governador (GAB)”, lê-se na página oficial do Banco de Portugal”. “O GAB presta apoio de natureza técnica ao Governador. É o interlocutor do Banco de Portugal para as relações institucionais com o Governo e outras instituições“. Na prática, é o gabinete de consultoria pessoal do governador, é aliás assim que aparece no organograma, é na prática o chefe de gabinete, representa o governador nas relações com entidades externas, é, portanto, uma figura necessariamente de confiança. Nesta função, Novo ganhará cerca de 12 mil euros por mês, brutos, aos quais se somam o fundo de pensões e viatura.

Quem é Álvaro Novo? Técnico-consultor do Banco de Portugal desde 2001, licenciou-se em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, em 1995. Desenvolveu posteriormente estudos nos Estados Unidos: é mestre em Economia (Southern Illinois University) e em Estatística Aplicada (University of Illinois, Urbana-Champaign) e conta ainda com um doutoramento em Economia (University of Illinois, Urbana-Champaign). Em 2013, escreveu em conjunto com Centeno o ensaio “O Trabalho, uma visão de mercado”, da Fundação Francisco Manuel dos Santos.

A renovação das funções de Álvaro Novo não foi a única decisão de recursos humanos tomada pelo conselho de administração do Banco de Portugal na última semana de mandato de Centeno. “Despediu” o diretor-adjunto do Departamento de Estatística (DDE), Luís Teles Dias, e promoveu Rita Poiares para as mesmas funções, mas com efeito apenas a partir do próximo dia 1 de outubro, portanto com mais de dois meses de antecedência.

O DDE “tem por missão essencial a elaboração e divulgação das Estatísticas Monetárias e Financeiras, das Estatísticas da Balança de Pagamentos, das Contas Nacionais Financeiras e a gestão das Centrais de Balanços e de Responsabilidades de Crédito“, lê-se na página oficial do banco central.

Rita Poiares é mulher de Ricardo Mourinho Félix, ele próprio antigo secretário de Estado de Centeno no Ministério das Finanças e que, depois de regressar do BEI, foi também promovido a diretor de um departamento criado à medida, para as relações internacionais e cooperação, como se lê no Linkedin do economista, E este departamento, curiosamente, surge, funcionalmente, entre o conselho de administração e a Secretaria Geral, ao lado do Encarregado/Gabinete de Proteção de Dados, e não na lista de todos os outros departamentos do banco.

Economista, Rita Poiares é, desde 2015, coordenadora do núcleo de contas nacionais financeiras no Departamento de Estatística do Banco de Portugal. É licenciada em economia pela Universidade Católica e concluiu a parte escolar do mestrado em economia monetária no ISEG.

Apesar da resposta oficial do Banco de Portugal, segundo a qual foram seguidas as regras de gestão de recursos humanos da instituição, indiciando que haverá casos semelhantes no passado, as duas nomeações, por razões diferentes, causaram desconforto no Banco de Portugal. Por um lado, Álvaro Novo tem uma função, a de diretor do GAB, que é de confiança pessoal e profissional do governador em funções e por isso mesmo, escolhido pelo próprio, por outro lado, Rita Poiares é nomeada já para uma função que só se iniciará em outubro, o que, consideram duas fontes do banco que pediram o anonimato, deveria ser uma escolha do conselho com o novo governador em funções.

Uma terceira fonte do ECO apontou outra explicação para a renovação do mandato de Álvaro Novo como diretor do Gabinete do Governador. “Ao ser reconduzido para um segundo mandato, de acordo com as regras do Fundo de Pensões, poderá passar a ter direito a reforma sobre as componentes que só são pagas aos diretores”, e que representarão, em média, um aumento de 50% no salário mensal. No primeiro mandato com o estatuto de Diretor, essas componentes não serão tidas em conta na pensão.

(Noticia atualizada às 10h00 com a informação de que o departamento de relações internacionais e cooperação aparece no organograma diretamente dependente do conselho de administração e não na lista geral de todos os outros departamentos)

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