📹 As 10 profissões mais bem pagas em Portugal

Todos os anos, a ManpowerGroup prepara um ranking das dez profissões com os ordenados mais expressivos em Portugal.

As profissões ligadas à tecnologia dominam o ranking das funções mais procuradas e mais bem pagas em Portugal.
Na edição deste ano, vários cargos aparecem pela primeira vez. Reflexo de uma maior especialização e da importância da transformação digital. Veja o “top 10” neste vídeo.

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Sabores de Itália: a viagem gastronómica de Tanka Sapkota

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 1 Fevereiro 2025

A gastronomia italiana é um universo de tradição e história e poucos conhecem tão bem essa essência como o chef Tanka Sapkota, que embarca numa nova aventura: o documentário "Sabores de Itália".

Em cada prato da gastronomia italiana há um legado transmitido por gerações, e o chef Tanka Sapkota – que conhecemos dos vários projetos que dirige em Lisboa, Come Prima, Forno d’Oro e Il Mercato -, com um percurso marcado pela dedicação à autêntica cozinha italiana em Portugal, é o anfitrião do documentário “Sabores de Itália”, realizado por Tiago P. de Carvalho, uma jornada de seis episódios pelas raízes e segredos da culinária que conquistou o mundo, que estreia este domingo, dia 2, na TVI.

Nascido no Nepal, Tanka Sapkota encontrou na cozinha italiana a sua vocação. Chegado a Portugal nos anos 90, o chef dedicou-se a estudar e a aperfeiçoar as técnicas que fazem da gastronomia italiana uma das mais respeitadas no mundo. E assim tornou-se uma referência no país quando se fala em pizzas artesanais, massas frescas e ingredientes genuínos. Sapkota ficou famoso por, em 2018, ter trazido para Portugal uma trufa branca de 1153 gramas, a maior da década na Europa, e uma das maiores da história. Nesse mesmo ano, foi distinguido com o título de “Cavaleiro da Trufa e do Vinho de Alba”, pela Ordem dos Cavaleiros do Tartufo de Alba, sendo o único em Portugal a ter recebido essa honraria por parte da confraria eno-gastronómica existente desde 1967.

Com este documentário, o chef leva essa paixão mais além, explorando as origens dos produtos que tornam esta cozinha única. “Sabores de Itália”, produzido ao longo de meses de pesquisa e viagens, revela receitas e histórias de pessoas que mantêm vivas tradições centenárias.

O documentário percorre algumas das regiões mais emblemáticas de Itália, cada uma com os seus segredos bem guardados. Da Toscana à Sicília, passando pela Emília-Romanha e Nápoles, Sapkota visita produtores locais, pequenos agricultores e artesãos que mantêm vivas as técnicas ancestrais.

Entre os destaques do documentário, estão a produção do verdadeiro Parmigiano Reggiano, a arte da pasta fresca em Bolonha, o processo de cura dos embutidos toscanos e, claro, a tradição da pizza napolitana. Cada episódio traz não apenas os processos de confeção, mas também as histórias das famílias que, geração após geração, se dedicam a preservar estas iguarias.

Do maior leilão de trufas brancas do mundo ao encontro com um velho caçador de trufas, o primeiro episódio passa pelo famoso mercado de Porta Palazzo, em Turim, o restaurante de peixe de Beppe Gallina, e por uma conversa com Roberta Ceretto, da famosa família de vinicultores Ceretto, a única pessoa capaz de o pôr Tanka Sapkota em contacto com o seu ídolo e chef pluri-estrelado, Enrico Crippa.

O valor da origem
Sabores de Itália é um manifesto pela autenticidade. Em tempos de industrialização alimentar, onde ingredientes e processos são muitas vezes sacrificados pela produção em larga escala, Sapkota pretende relembrar a importância da origem. Cada tomate San Marzano, cada trufa branca de Piemonte, cada gota de azeite extra-virgem conta uma história, e o chef faz questão de narrá-las com o devido respeito.

A preocupação com a sustentabilidade também é um dos pilares deste projeto. Ao longo da viagem, Sapkota destaca práticas agrícolas responsáveis, o respeito pela sazonalidade e o impacto positivo da preservação das tradições locais na economia de pequenas comunidades.

De Itália para Portugal
Se a cozinha italiana conquistou o mundo, em Portugal, com Tanka Sapkota, encontrou um dos seus maiores embaixadores. Com este documentário, o chef reforça a ligação entre os dois países, mostrando como a autenticidade pode ser transportada além-fronteiras sem perder a essência.

Além da exibição do documentário, Sapkota planeia uma série de eventos e jantares temáticos nos seus restaurantes, onde os visitantes poderão experimentar, in loco, os sabores e histórias apresentados no ecrã. Serão momentos de partilha e celebração, onde cada prato servido será uma extensão desta viagem.

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Governo financia alterações em pedreiras críticas

  • Lusa
  • 1 Fevereiro 2025

O financiamento é destinado aos municípios, vai estar disponível no primeiro trimestre de 2025 e será atribuído pelo Fundo Ambiental.

O Ministério do Ambiente e da Energia autorizou a abertura de um concurso de três milhões de euros para financiamento da elaboração, alteração ou revisão de Planos de Pormenor (PP) em áreas de exploração de pedra e pedreiras em situação crítica.

Em comunicado enviado este sábado à agência Lusa, o ministério tutelado por Maria da Graça Carvalho esclareceu que aquele financiamento é destinado aos municípios e que vai estar disponível no primeiro trimestre de 2025, sendo que será atribuído pelo Fundo Ambiental, permitindo o reembolso integral dos custos associados a esses processos, num valor total por plano de 90 mil euros.

O objetivo é o de assegurar a correta gestão territorial e ambiental destas áreas, mitigando riscos e promovendo a sua recuperação sustentável.

Podem-se candidatar os municípios que incluam pelo menos uma pedreira identificada no Plano de Intervenção de Pedreiras em Situação Crítica.

“O financiamento permitirá que os municípios promovam uma requalificação sustentável, minimizando os impactos negativos e favorecendo a reintegração destas zonas no ordenamento territorial. Ao restaurar estas áreas, os municípios poderão transformar espaços degradados em zonas produtivas e ecologicamente equilibradas, reduzindo os riscos de erosão do solo, promovendo a biodiversidade e melhorando a paisagem”, apontou Maria da Graça Carvalho.

A ministra salientou ainda que além do impacto ambiental, a recuperação das pedreiras tem efeitos económicos e sociais positivos.

“Com este apoio, os municípios poderão planear soluções inovadoras para reaproveitamento dos terrenos, seja para novos usos industriais e comerciais, seja para espaços de lazer e turismo sustentável”, concluiu Maria da Graça Carvalho.

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Porto produziu três vezes mais energia solar em 2024 do que em 2023

  • Lusa
  • 1 Fevereiro 2025

A expansão da rede fotovoltaica abrangeu o Parque de Estacionamento da Trindade, as Oficinas Gerais do Carvalhido, o Regimento de Sapadores Bombeiros, a ETAR do Freixo e diversas escolas.

A cidade do Porto produziu três vezes mais energia solar em 2024 do que em 2023, atingindo os 2,1 gigawatt-hora (GWh), graças à instalação de novos sistemas de energia fotovoltaica nos edifícios municipais, anunciou este sábado a autarquia.

Em comunicado, a Câmara Municipal do Porto congratula-se com aquele valor, que atribui também à gestão e manutenção eficientes dos equipamentos, a cargo da empresa municipal Águas e Energia do Porto.

“A expansão da rede fotovoltaica foi particularmente relevante. Edifícios como o Parque de Estacionamento da Trindade, as Oficinas Gerais do Carvalhido, o Regimento de Sapadores Bombeiros, a ETAR do Freixo e diversas escolas receberam novas unidades, contribuindo para um total de 2 megawatt-pico (MWp) de potência instalada”, aponta-se no texto.

A autarquia salienta que “a estratégia de desenvolvimento energético do município visa não só aumentar a eficiência no consumo de eletricidade, mas também continuar a reduzir as emissões de gases de efeito estufa, alinhando-se aos objetivos do Pacto Climático”.

A Câmara Municipal do Porto destaca ainda como “um dos projetos mais significativos” de 2024 a instalação de painéis solares na ETAR de Sobreiras: “A obra já entrou em operação e está a gerar energia limpa para alimentar a estação de tratamento de águas residuais”.

A ETAR de Sobreiras tem 635 painéis solares e uma capacidade de 387 kWp e “produz agora parte da sua própria energia, contribuindo para a sustentabilidade das operações”.

A produção estimada, aponta-se no texto, é de 600 megawatt-hora (MWh) por ano, “o que representa uma poupança de cerca de 80 mil euros anuais na fatura energética”.

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DeepSeek? “Concorrência é necessária. Amanhã pode vir um modelo melhor ou mais barato”, diz Amazon

Vice-presidente da empresa de ‘cloud’ da Amazon diz ao ECO que a chegada da nova tecnologia chinesa esta semana mostra que a estratégia certa é dar às empresas opções de escolha.

A semana foi tecnológica do início ao fim: desde o sell-off na segunda-feira com o aparecimento do novo modelo de Inteligência Artificial (IA) da chinesa DeepSeek, passando pela apresentação de resultados de quatro das Sete Magníficas, que superaram as expectativas do mercado (menos a Tesla) até à atualização do ‘ChatGPT’ da Alibaba, que promete concorrência maciça à OpenAI e Meta.

As Big Tech norte-americanas tremeram em Wall Street com os desenvolvimentos da IA generativa vindos da Ásia, mas a julgar pela opinião da Amazon, mantêm-se bastante convictas da estratégia que têm levado a cabo. Em entrevista ao ECO, o vice-presidente da Amazon Web Services (AWS) em França e na Europa do Sul diz que o importante é dar às empresas opções de escolha, porque têm objetivos diferentes para cada tecnologia que compram.

Acho que o que aconteceu esta semana com a DeepSeek valida a estratégia que estamos a tentar transmitir aos nossos clientes sobre o que consideramos ser a abordagem certa para a IA generativa com o seu feedback. Sempre achámos que os clientes têm de escolher os modelos que utilizam, porque os melhores modelos de hoje não são necessariamente os melhores de amanhã”, afirmou Julien Groues.

Demonstra que tivemos a estratégia certa para os nossos clientes, ao dar-lhes poder de escolha, até porque já podem utilizar DeepSeek em ambientes confidenciais através do [programa da Amazon] Bedrock. Podem pegar nesse modelo, que é de código aberto [open source] e implementá-lo lá. Hoje é DeepSeek, amanhã será outra coisa. Ou na próxima semana ou no mês seguinte”, acrescentou.

Para o executivo da AWS, as organizações têm é de ter capacidade de escolher a IA certa para si através de três tópicos: definição dos objetivos concretos que têm, análise ao custo das infraestruturas e cuidado com a confidencialidade da informação. “A concorrência é necessária. Se desenvolves um modelo hoje e amanhã vem outro melhor ou mais barato, tens de ser capaz de o implementar muito rapidamente. Está tudo a avançar tão rápido. Se ainda estás na primeira versão de um modelo do ano passado, estás a perder”, advertiu.

Questionado sobre se é possível construir um modelo desta natureza com apenas seis milhões de dólares (5,7 milhões de euros), foi taxativo: “Não sei. Alguns dos modelos que fizemos, como o [Amazon] Nova, são 70% mais baratos do que outros modelos. A velocidade dos avanços tecnológicos que temos agora torna tudo possível. Mas sobre este caso em particular, não sei.”

Hoje é DeepSeek. Amanhã, na próxima semana ou no mês seguinte será outra coisa.

Julien Groues

Amazon Web Services

Em relação à presença da AWS em Portugal, Julien Groues reiterou que é um mercado “muito importante para a marca”, onde está desde 2018, fez “grandes investimentos” e continuará a fazer, tendo como principais prioridades continuar a apoiar as empresas a deixar para trás os centros de dados e a migrar a informação para a cloud e modernizarem as suas aplicações para poderem reduzir custos e tornarem-se mais ágeis e sustentáveis.

Gestão da AWS Europa em Lisboa

O líder da AWS para os mercados francês e sul-europeus veio a Lisboa esta semana para fazer um ponto de situação de início do ano e encontrar-se com clientes, parceiros, equipa interna e representantes do Governo. “Tenho de dizer que tenho ficado extremamente impressionado com a forma como as empresas portuguesas, qualquer que seja a sua dimensão ou setor, estão a utilizar a tecnologia ou a cloud para acelerá-las na transformação digital e sustentabilidade. Esta [terça-feira de] manhã reuni com a Credibom e logo estarei com SAP”, admitiu.

No leque de clientes em Portugal estão empresas como Ascendi, Outsystems, Visor.ai, Unbabel ou a cimenteira Secil, que implementou agentes de IA para gerir recursos humanos e procedimentos de segurança dos trabalhadores. “A maioria das empresas com as quais trabalhamos utilizam vários modelos para diferentes tarefas, use cases [casos de uso], resumos e análises de documentos, atendimento ao cliente, otimização de processos…”, explica.

Então, mostrou-se satisfeito com os resultados dos investimentos em IA por parte das empresas, descredibilizando as críticas que geram em torno dos proveitos que obtêm desta tecnologia. “Já passámos das provas de conceito para aplicações. Continuam-se a fazer chatbots, mas estão cada vez melhores e prestáveis no atendimento ao cliente. O que é novo e veremos muito mais em 2025 será IA generativa para resolver problemas que nunca foram solucionados antes: a investigação médica sobre o cancro”, antevê. E os resultados da AWS? “Fomos criados em 2006 e somos agora um negócio de 105 mil milhões de dólares com um crescimento acelerado. Acho que estamos contentes com os resultados”, diz.

"Já passámos das provas de conceito da tecnologia. Continuam-se a fazer chatbots, mas estão cada vez melhores. O que veremos mais em 2025 será IA generativa para resolver problemas que nunca foram resolvidos, como investigação sobre cancro”

Julien Groues

Vice-presidente AWS para França e Europa do Sul

 

Globalmente, o grupo Amazon decidiu pôr fim ao regime de trabalho híbrido, que permitia aos trabalhadores estarem dois dias por semana em casa. O vice-presidente da AWS disse ao ECO que não há falta de espaço para a equipa e que até o trânsito das cidades compensa os ganhos com o regresso dos colaboradores a 100% ao escritório. “Sabemos que inovamos melhor para os nossos clientes estando juntos e com um quadro branco à frente. Temos uma cultura muito forte na Amazon e na AWS”, argumentou.

Confrontado com as mudanças nas políticas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) na multinacional, que coincidiram com a entrada de Donald Trump na Casa Branca, Julien Groues garantiu que as medidas DEI são “uma prioridade fundamental”, por dois motivos: é ético e não se pode fazer negócios neste mundo sem diversidade.

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PRR: Portugal submete a Bruxelas pedido de reprogramação

  • Lusa
  • 1 Fevereiro 2025

O Governo português submeteu hoje à Comissão Europeia o pedido de reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

O Governo português submeteu hoje à Comissão Europeia o pedido de reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que inclui a adaptação dos investimentos aos prazos exigidos.

Segundo uma nota hoje enviada, o Governo justifica que o pedido vem minimizar “o risco de incumprimento, que poderia resultar na perda de verbas” do PRR, mantendo a dotação total em 22,2 mil milhões de euros, com reforço significativo nas áreas da saúde, ciência e inovação empresarial.

“Esta revisão permite substituir projetos inviáveis dentro do calendário estabelecido, assegurando a sua execução através de outras fontes de financiamento, enquanto reforça a eficiência e o impacto dos fundos disponíveis”, sustentou.

Na proposta, o Governo propõe, na saúde, “um reforço de 336 milhões de euros para a aquisição de equipamentos para as Unidades Locais de Saúde (ULS), modernizando as infraestruturas e garantindo um melhor acesso aos cuidados de saúde”.

Na ciência e ensino superior, a reprogramação contempla “investimento adicional de 110 milhões de euros para a aquisição de equipamentos e modernização tecnológica das universidades, reforçando a capacidade científica e de investigação do país” e na inovação empresarial está prevista a “criação de um novo instrumento financeiro com um montante de cerca de 230 milhões de euros”.

Por outro lado, esta nova reprogramação traz cortes em componentes como a habitação, mobilidade e gestão hídrica, que o Governo quer compensar com outras fontes de financiamento.

A mobilidade sustentável é a componente que terá o maior ajustamento com esta reprogramação. No total, são quase 416 milhões de euros que deixam de estar destinados a esta área, segundo uma apresentação que o Governo fez, esta semana, à Assembleia da República, a que a Lusa teve acesso.

No comunicado hoje divulgado, o Governo refere que, na área da mobilidade e sustentabilidade, a reprogramação promove “a transição para meios de transporte sustentáveis e digitalização do setor ferroviário”, colocando como exemplo o “investimento de 137 milhões de euros na aquisição de 390 autocarros elétricos, que eleva para 835 o número de autocarros financiados pelo PRR”.

Segundo o Governo, deixarão de ser financiados pelo PRR a Linha Violeta do Metro de Lisboa, parte da expansão da Linha Vermelha, a Barragem do Pisão, a Barragem do Pomarão e a dessalinizadora do Algarve.

“Estes projetos continuam a ser considerados estruturantes e, como tal, seguem o seu percurso normal de execução, embora executados com recurso a fontes de financiamento alternativas, nomeadamente através do Portugal 2030 ou do Orçamento do Estado”, justifica.

A reprogramação prevê também uma redução na habitação que ultrapassa os 391 milhões de euros.

Segundo o Governo, estas alterações “não diminuem o alcance dos projetos” previstos.

“Das 6.800 casas do parque habitacional a custos acessíveis, 3.300 manterão o financiamento PRR, passando as restantes a ser financiadas através de um empréstimo do Banco Europeu de Investimento (BEI)”, refere.

Citado no comunicado, o ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Castro Almeida, refere que a “reprogramação é a resolução de um problema por antecipação”.

“Alguns dos investimentos inicialmente previstos no PRR demonstram-se absolutamente inexequíveis dentro do prazo fixado e se os mantivéssemos estaríamos a optar por perder verbas de forma voluntária”, justificou.

Contudo, “nenhum projeto será abandonado por sair do PRR”, prometeu.

O PRR, que tem um período de execução até 2026, pretende implementar um conjunto de reformas e investimentos tendo em vista a recuperação do crescimento económico.

Além de ter o objetivo de reparar os danos provocados pela covid-19, este plano tem o propósito de apoiar investimentos e gerar emprego.

A última reprogramação do PRR foi aprovada em setembro de 2023.

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Patrões abertos a mudar reforma antecipada, sindicatos contra privados

  • Lusa
  • 1 Fevereiro 2025

As confederações patronais concordam com mudanças nas regras das reformas antecipadas para garantir o futuro da Segurança Social, sindicatos temem privatização do sistema de pensões.

As confederações patronais admitem ser necessário avançar com mudanças nas regras das reformas antecipadas para garantir o futuro da Segurança Social, apesar de sublinharem que não têm uma posição fechada, enquanto as centrais sindicais rejeitam privatizar o sistema.

Em declarações à Lusa, o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) considera “positivo” discutir a sustentabilidade do sistema de pensões, apontando que, nos últimos anos, o tema tem sido abordado “de forma pouco clara” e “em função de estratégias eleitorais”.

Armindo Monteiro pede, por isso, que se faça uma “reflexão” sobre o futuro da sustentabilidade da Segurança Social. “Ora, entende-se que nós, sendo um país mais pobre que o contexto europeu, tenhamos regras mais benéficas do que aquelas que são praticadas na Europa?”, questiona.

As confederações empresariais ouvidas pela Lusa admitem mudanças nas regras de acesso à reforma antecipa, mas sublinham que o tema é “sensível”, pelo que deve ter “o maior consenso possível entre os partidos políticos, parceiros sociais e sociedade civil” e aguardam mais detalhes do Governo.

“Qualquer solução tem sempre que ser uma solução possível. E há soluções que não são possíveis. A manter-se as regras atuais não são possíveis”, defende o presidente da CIP, sustentando que Portugal não tem “na base trabalhadores em número suficiente que sustentem reformas daqueles que se aposentam e que, felizmente, vão viver mais anos”.

“O que é possível e o que é justo é que as pessoas recebam em função daquilo que descontam”, afirma, fazendo uma ressalva no que respeita às profissões de desgaste rápido, em que admite que, “se houver consensos, não é a CIP que o vai quebrar”.

A reavaliação do regime de reforma antecipada, a par do estudo de mecanismos de reforma parcial e da revisão da TSU, são alguns dos temas que deverão ser analisados pelo grupo de trabalho, liderado por Jorge Bravo, que está encarregue de estudar medidas para a sustentabilidade da Segurança Social.

O presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) diz que “tem que se encontrar um ponto de equilíbrio”, dado que as reformas antecipadas “ajudam à modernização e rejuvenescimento dos quadros das empresas”, mas é preciso que “haja válvulas de escape para isso“.

A confederação não tem “uma posição fechada” e está disposta a discutir, nomeadamente as mudanças sugeridas no Livro Verde da Segurança Social, que propuseram a eliminação da possibilidade de reforma antecipada a partir dos 57 anos para quem esgotou o subsídio de desemprego e que, nas restantes modalidades, o acesso acompanhe o ritmo da idade normal de acesso. “Pensamos que isso tem alguma lógica, mas tem que ser ponderado o ritmo”, refere João Vieira Lopes.

Por sua vez, a Confederação do Turismo de Portugal (CTP) indica que “tem historicamente apoiado o regime de reforma antecipada”, mas que este deve ser “reservado a situações excecionais ou de especial penosidade, com consagração legal”, de modo a não desvirtuar “o sistema de pensões nem as expectativas daqueles que serão os próximos usufrutuários do mesmo”.

“A limitação do acesso a este regime poderá ser positivo desde que se identifiquem falhas no sistema que levem a que a excecionalidade deste regime possa ser colocada em causa ou vulgarizada. Face à sensibilidade do tema, aguardamos pelo início da discussão em sede de Concertação Social”, admite fonte oficial, em resposta por escrito à Lusa.

Por outro lado, as centrais sindicais ouvidas pela Lusa sublinham que, para já, está em causa a sustentabilidade da Segurança Social, rejeitando privatizar o sistema.

O secretário-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) ainda espera perceber as intenções do Governo, mas sublinha que “o ponto da situação da Segurança Social é, neste momento, francamente positivo”.

Tiago Oliveira acusa ainda o Governo de ter a “ambição de colocar 35,9 mil milhões de euros na gestão do setor privado”, diz, referindo-se ao saldo alcançado em 2024 pelo Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS).

Há uma apetência para deitar a mão a estes valores. Para começar a privatizar uma parte, através de planos de poupança e reformas, diminuindo a parte pública”, corrobora o secretário-geral da União Geral de Trabalhadores (UGT), lembrando ainda que o coordenador do grupo de trabalho agora criado “é uma pessoa que está muito ligada a questões dos seguros, de fundos de pensões”, considerando que “não é um bom sinal”.

E a UGT “não abdica” que “o sistema de Segurança Social seja público, universal e solidário”, diz, referindo estar disponível para discutir “todas os dossiers, incluindo a sustentabilidade da Segurança Social”.

Quanto a eventuais mudanças nas reformas antecipadas, Mário Mourão diz que a UGT ainda “não aprofundou” o tema, enquanto Tiago Oliveira rejeita taxativamente “criar bloqueios”.

No que respeita à reforma parcial, a CIP manifesta-se favorável à medida, considerando que o regime deve ser “voluntário e incentivado”, mas diz que os cidadãos devem poder “acumular uma coisa com a outra”, ou seja, sem cortes na pensão.

Também a CCP diz que “é preciso atuar nesse sentido”, mas ressalva que é preciso ter em conta “o equilíbrio financeiro”, nomeadamente a remuneração e incentivo. “A questão da transição gradual entre a vida ativa e a reforma é bem vista e nós percebemos o intuito, mas como se vai articular esta questão com a vida empresarial?”, corrobora a CTP.

Já no que diz respeito a uma eventual revisão da TSU, as confederações patronais sinalizam que esta representa “uma grande parte dos custos laborais das empresas”, admitindo uma redução.

João Vieira Lopes lembra que a CCP já propôs uma mudança no financiamento da Segurança Social sem perda de receitas, sugerindo que uma parte incidisse sobre o valor acrescentado líquido (VAL) e outra sobre a TSU.

Já a UGT considera que se deve manter nos valores atuais, enquanto a CGTP diz-se aberta a discutir uma redução nos descontos para os trabalhadores, mas tendo em conta os rendimentos.

A Lusa tentou também contactar a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), mas não foi possível obter uma resposta.

A ministra do Trabalho assegurou, na terça-feira, que o Governo não vai tocar em “nenhum direito adquirido” quanto às reformas, recusando compactuar com a limitação às reformas antecipadas, e descartou antecipar medidas futuras.

Por sua vez, em declarações à CNN Portugal, o ministro das Finanças garantiu na quinta-feira, que o Governo não vai fazer “nenhuma alteração estrutural” na Segurança Social nesta legislatura. A ministra do Trabalho vai ser ouvida no parlamento sobre o tema.

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Costa chama líderes europeus para discutir defesa (e a Gronelândia)

Líderes europeus têm o primeiro encontro informal do mandato de Costa no Castelo de Limont, na Bélgica para discutir um aumento da despesa com a defesa e o futuro da Gronelândia.

A defesa e a segurança serão os temas centrais do primeiro “retiro informal” entre António Costa e os chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE), no Castelo de Limont, na Bélgica, na próxima segunda-feira 3 de fevereiro. Este novo formato de encontros promovido pelo Presidente do Conselho Europeu tem como objetivo permitir que os 27 discutam temas de forma aberta e sem a pressão de chegar a conclusões políticas vinculativas – ainda que o agravamento das tensões geopolíticas deixem pouca margem para que assim o seja.

A Europa precisa de assumir uma maior responsabilidade pela sua própria defesa”, escreveu o Presidente do Conselho Europeu no convite enviado aos chefes de Estado.

Aos olhos de Costa, o regresso da “guerra de alta intensidade” na Europa, os ataques híbridos e cibernéticos contra as infraestruturas críticas dos Estados-membros, a situação no Médio Oriente e o escalar de ameaças dos Estados Unidos em relação a uma eventual ocupação da Gronelândia já não permitem que a UE tenha uma posição branda em relação à sua segurança. O novo imperativo nas capitais europeias é de reforçar a capacidade de defesa. E do outro lado do Atlântico a exigência é a mesma.

Donald Trump, agora de regresso à Casa Branca, fez questão de relembrar algo que não só exigiu durante o seu anterior mandato mas que os seus antecessores, Joe Biden e Barack Obama, também pediram: que a União Europeia aumente as suas contribuições para a NATO.

Aos olhos do presidente norte-americano, alocar 2% do PIB nacional para este setor já não é suficiente, é preciso chegar aos 5%. No entanto, atualmente, a maioria dos 23 membros europeus da aliança não cumpre com a quota mínima e só a Polónia e a Grécia superam-na, à semelhança dos Estados Unidos.

Por cá, Luís Montenegro, aquando da visita do secretário-geral da NATO, a Lisboa, mostrou-se disponível para “antecipar ainda mais o calendário” no que toca ao aumento de investimento naquela área, o que “significa um esforço financeiro grande” para o país, referiu o primeiro-ministro. Isto sem pôr em causa os serviços essenciais sociais.

Portugal está ainda longe de gastar a meta mínima estipulada pela aliança – em 2024, não chegou a 1,5% do PIB – e só prevê conseguir cumpri-la, pela primeira vez, em 2029. No entanto, o secretário-geral da NATO deixou o aviso, em Lisboa: esses 2%, em 2025, já serão insuficientes.

O objetivo de 2% do PIB definido há uma década não chegará para os desafios do amanhã”, alertou o líder da NATO.

O tema estará em cima da mesa durante o encontro que contará com a presença dos 27 líderes europeus, o primeiro-ministro britânico e Rutte e servirá de preparação para a cimeira da NATO, em julho, altura em que será fixado uma nova meta de despesa com a defesa. “Se será 3% ou 5%, não sei“, admitiu o presidente do Conselho Europeu.

Presidente do Conselho Europeu, António Costa, vai presidir ao retiro informal dos dirigentes da União Europeia na próxima segunda feira.Conselho Europeu

Mas as conversas não se ficarão por aqui. A crescente ameaça da administração de Donald Trump em relação à Gronelândia – sobretudo depois de o Secretário de Estado Marco Rubio ter afirmado que o interesse do Presidente dos EUA, Donald Trump, em adquirir a ilha “não é uma piada” – também deverá ser um tema de discussão.

Nas últimas semanas, nas conferências de imprensa diárias, em Bruxelas, os porta-vozes da Comissão Europeia têm sido sucessivamente questionados sobre o risco de uma potencial invasão militar dos EUA se concretizar e o que isto poderia significar para a defesa europeia. Embora não tenham reconhecido o risco da ameaça, as respostas, embora repetitivas, são claras:

“As fronteiras territoriais devem ser respeitas independentemente do tamanho da nação ou da sua influência. A nossa parceria [com a Dinamarca] inclui assegurar a capacidade de defesa e conectividade. A UE está preparada para trabalhar em proximidade com os EUA e em cooperação próxima com a Dinamarca para garantir a segurança na região do Ártico”, apontou a porta-voz, Anitta Hipper.

Mas o tema deverá ser trazido para cima da mesa pela própria primeira-ministra dinamarquesa Mette Frederiksen. No dia 28 de janeiro, a governante reuniu-se com o presidente francês, Emmanuel Macron, o chanceler alemão Olaf Scholz e o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, nas respetivas capitais, para avaliar a situação depois de a própria governante ter tido uma chamada “acesa” com o presidente Donald Trump a propósito da Gronelândia, reportou o Financial Times.

Foi horrível“, disse uma das fontes ouvidas pelo jornal britânico. Outra acrescentou: “[Trump] foi muito firme. Antes, era difícil levá-lo a sério. Mas acho que é sério e potencialmente muito perigoso“, disse. Na mesma semana, a Dinamarca anunciou um investimento de 1,27 mil milhões de euros para reforçar a presença militar no Ártico.

Para já, António Costa prefere não especular sobre o tema. “Esperamos, naturalmente, que este conflito (não) se transforme num conflito e, se houver um conflito, que seja resolvido de forma amigável, como é próprio entre aliados”, referiu em entrevista à Euronews. Mas ainda assim, deixou um aviso.

“A Gronelândia faz parte do território do Reino da Dinamarca. A Dinamarca é um Estado soberano. A Dinamarca define os seus interesses e a União Europeia apoiará a Dinamarca”, frisou. “A integridade territorial da Dinamarca, a soberania da Dinamarca, a estabilidade das suas fronteiras, como podem imaginar, é obviamente uma questão essencial para nós“, defendeu António Costa, em entrevista à Euronews.

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Taiwan proíbe Governo de usar DeepSeek. UE quer mais informação

  • Lusa
  • 1 Fevereiro 2025

As agências governamentais de Taiwan estão proibidas de usar DeepSeek. Itália bloqueou e Coreia do Sul, França e Irlanda e nome da União Europeia querem mais informação sobre segurança de dados.

O Governo de Taiwan proibiu os funcionários públicos e infraestruturas essenciais de utilizarem a aplicação chinesa de modelos de inteligência artificial (IA) generativa DeepSeek R-1, alegando riscos para a “segurança nacional da informação”.

“O serviço de IA da DeepSeek é um produto chinês”, disse o Ministério dos Assuntos Digitais taiwanês, em comunicado divulgado na sexta-feira.

As suas operações implicam transmissões internacionais, fugas de informação e outras preocupações com a segurança da informação”, acrescentou o ministério.

A decisão de Taiwan surge um dia depois da Autoridade Italiana para a Proteção de Dados Pessoais ter ordenado o bloqueio “urgente e com efeitos imediatos” da DeepSeek, depois de não ter recebido informação solicitada.

Também os reguladores da Coreia do Sul, França e Irlanda (esta última a supervisionar vários grupos tecnológicos em nome da União Europeia) solicitaram informações sobre a forma como a aplicação lida com os dados dos utilizadores.

Na segunda-feira, a aplicação liderou a tabela de descargas na App Store, tanto na China como nos Estados Unidos, batendo o popular ChatGPT.

A ferramenta de código aberto teve um impacto significativo na comunidade internacional de programadores e no setor tecnológico devido à sua eficiência e baixo custo.

Após as notícias, o conglomerado norte-americano de semicondutores Nvidia sofreu uma das piores perdas de capitalização alguma vez registada na praça bolsista nova-iorquina.

Desde 2019 que a administração pública de Taiwan está proibida de utilizar produtos e serviços de informação e comunicação considerados perigosos para a “segurança nacional” da ilha.

Taiwan há muito que acusa a China de ações de “zona cinzenta”, um conceito de relações internacionais que se refere a táticas hostis, incluindo ataques cibernéticos, que não chegam a ser uma declaração de guerra.

A China considera Taiwan parte do seu território e ameaçou recorrer à força, se necessário, para colocar a ilha, governada de forma autónoma desde 1949, novamente sob o seu controlo.

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Moradores e comerciantes de Loures com o “coração nas mãos” sempre que chove

  • Lusa
  • 1 Fevereiro 2025

O concelho de Loures continua por resolver as possíveis consequências de inundações após momentos de forte precipitação, queixam-se comerciantes locais.

Pouco mais de dois anos depois das cheias que assolaram a região de Lisboa, moradores e comerciantes do concelho de Loures dizem continuar com o “coração nas mãos” sempre que chove, temendo novo cenário de “destruição”.

Vários distritos do continente foram afetados por chuvas fortes entre o final de 2022 e o início de 2023, com grandes inundações, estragos em estradas, comércio e habitações e dezenas de desalojados.

Na região de Lisboa, a chuva caiu com mais incidência nos dias 8 e 13 de dezembro. Além da capital, foram afetados com maior gravidade os municípios de Loures, Odivelas e Oeiras, onde se registou uma morte na localidade de Algés.

No concelho de Loures, a União de Freguesias de Santo António dos Cavaleiros e Frielas foi a mais afetada pelas intempéries, em particular a zona da Flamenga, junto à Estrada Nacional 8 (EN8).

Pouco mais de dois anos depois destas cheias, alguns comerciantes e moradores ouvidos pela agência Lusa admitiram ainda ficar com o “coração nas mãos” sempre que chove mais do que previsto.

“Temos sempre muito receio, quando não há pausas na chuva. A gente fica sempre alerta”, disse à Lusa Catarina Ferreirinha, proprietária da pastelaria Didu, um dos estabelecimentos comerciais afetados pelas inundações de dezembro de 2022.

Relativamente aos estragos, a comerciante contou que a intempérie originou estragos na parte elétrica e nas máquinas.

“A água entrou aqui duas vezes. Aquilo que verifico desde essas cheias é que a Câmara de Loures tem feito mais intervenções aqui. Quando chove mais há logo uma equipa que vem limpar os esgotos. Vamos ver como as coisas vão correr, mas estamos sempre com o coração nas mãos”, afirmou.

Uns metros mais à frente, já a chegar à rotunda da Ponte de Frielas, a proprietária do restaurante o Campino disse à Lusa que continua ainda a “fazer contas à vida”, uma vez que as cheias trouxeram um prejuízo de 60 mil euros.

“Primeiro veio a pandemia e depois as duas cheias. Foram 60 mil euros de prejuízo e a Câmara [de Loures] deu-me três mil euros. Balcões e comida foram para o lixo. Ficamos sem fogão e frigorífico. Por isso, cada vez que chove tenho medo”, afirmou Dulce Batista.

A comerciante admitiu mesmo que irá entregar o negócio, caso ocorra uma situação semelhante à de 2022.

“Ainda estamos a recuperar. Se houver outra cheia eu entrego a casa. Não aguento mais”, sublinhou.

O sentimento de angústia é partilhado também por moradores ouvidos pela Lusa, que relembraram o historial de cheias desta zona do concelho de Loures.

“Infelizmente, sempre que chove, a água acaba por galgar e inundar tudo. Em 2022 lembro-me que aqui parecia um cenário de terror, com carros e muito lixo a boiar. É uma imagem que custa apagar. Sempre que chove o coração bate mais forte”, apontou Rute Mendonça.

Também Emídio Ferreira, morador em Santo António dos Cavaleiros recordou os momentos de angústia vividos em dezembro de 2022, mas preferiu deixar uma mensagem mais otimista para o futuro.

“Tenho visto que a Câmara tem feito obras e notei melhorias. Claro que sempre que chove mais um bocadinho é uma aflição, mas quero acreditar que não vai voltar a ser como antes”, ressalvou.

Contactado pela Lusa, o presidente da União de Freguesias de Santo António dos Cavaleiros e Frielas, Jorge Silva (PS), reconheceu que as cheias de 2022 “impactaram toda a comunidade” e por isso percebe a apreensão dos comerciantes e dos moradores.

“Eu próprio também tenho sempre o coração nas mãos, mas estamos a falar de um acontecimento meteorológico que foi extraordinário. O trabalho que temos vindo a fazer vai no sentido de aumentar o sentimento de segurança”, sublinhou.

Jorge Silva referiu que têm sido realizadas intervenções no sentido de minimizar o impacto de futuras cheias, como a intervenção na limpeza das linhas de água das ribeiros ou o fortalecimento das motas do rio.

No entanto, o autarca ressalvou que muitos dos problemas verificados naquela zona “poderão ser bastante mitigados” no futuro com a construção de uma bacia de retenção.

Segundo explicou Jorge Silva, esse projeto, sem data prevista, foi discutido entre a Câmara Municipal de Loures e a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), encontrando-se neste momento “em fase de estudo e projeto”.

“Nós nunca poderemos dizer, isso seria enganar as pessoas, que o problema das cheias ficará resolvido. O que nós temos de fazer é todos os esforços e cumprir tudo para mitigar e ganhar resiliência nesta adversidade”, atestou.

No concelho de Loures, o prejuízo global das cheias de 2022 foi de cerca de 22 milhões de euros.

Na sequência da candidatura a fundos estatais, resultou a atribuição de uma verba de 9,5 milhões de euros para este município fazer face aos prejuízos resultantes da intempérie.

A Câmara de Loures disponibilizou um apoio a 127 famílias (180 mil euros) e a 38 empresas (250 mil euros), segundo dados avançados pela autarquia à Lusa em 2023.

Entretanto, a Área Metropolitana de Lisboa (AML) informou na sexta-feira que vai receber até 400 mil euros do Fundo Ambiental para desenvolver um plano de intervenções de redução dos riscos de cheias e inundações nos locais mais críticos das bacias hidrográficas intermunicipais.

O desenvolvimento do plano de intervenções baseia-se num protocolo de colaboração técnica e financeira entre a AML e a APA, que foi aprovado na sexta-feira pelo Conselho Metropolitano de Lisboa, o órgão decisor metropolitano, constituído por todos os presidentes das 18 Câmaras da AML.

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Trump prepara tarifas “muito significativas” para a UE

  • ECO
  • 31 Janeiro 2025

Guerra comercial de Trump com México, Canadá e China arranca este sábado. A UE será a próxima, avisa o presidente dos EUA, que já admite que as tarifas "podem causar perturbações a curto prazo".

O presidente dos EUA anunciou esta sexta-feira que planeia avançar com taxas aduaneiras “muito significativas” para a União Europeia (UE). Na sala oval, em declarações aos jornalistas, Donald Trump avisou que a decisão de impor tarifas à UE era “absoluta”, depois de confirmar o aumento, já este sábado, das taxas sobre os bens importados dos vizinhos México e Canadá e da China.

A promessa surge depois de o presidente norte-americano ter já, na semana passada, lançado duras críticas a Bruxelas, sobretudo pela fiscalidade e burocracia associada ao investimento estrangeiro. “Do ponto de vista dos Estados Unidos, a UE trata-nos muito mal. Têm impostos altos”, afirmou Donald Trump, no Fórum Económico Mundial, através de videoconferência a partir de Washington D.C. “Amo a Europa. Amo os países da Europa, mas tratam-nos de forma injusta”, criticou.

Donald Trump adiantou desde logo não estar “preocupado com as reações dos mercados às tarifas”, embora conceda que “podem causar perturbações a curto prazo” e que os seus custos “às vezes são passados para os consumidores”. Ainda assim, avisou que as tarifas “não causam inflação”.

As promessas de tarifas sobre a UE são também feitas depois de Trump ter confirmado a intenção de avançar, a 1 de fevereiro, com a imposição de tarifas de 25% sobre os bens importados do Canadá e do México e de 10% sobre a China. “Nada pode ser feito agora” por estes países “para evitar as tarifas”, disse, antes de acrescentar que não está à procura de “concessões”.

“O Canadá tratou-nos de forma injusta”, repetiu o argumento, justificando as medidas com os “grandes défices” comerciais dos EUA com estes países. No caso do petróleo importado do Canadá, Trump anunciou, no entanto, uma redução da tarifa para 10%.

O primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, já avisou que se Trump decidir realmente impor tarifas sobre as importações canadianas irá receber uma resposta “decisiva” e “enérgica”, mas “razoável”.

Para os próximos meses, o presidente norte-americano indicou ainda que preparar um conjunto de tarifas sobre algumas commodities, incluindo aço, alumínio, petróleo, cobre e, “eventualmente”, sobre chips. As taxas sobre petróleo podem ser implementadas já a “18 de fevereiro”.

Esta sexta-feira reiterou ainda que os EUA querem “recuperar o Canal do Panamá” e que está a preparar novas medidas para a Venezuela.

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A estreia de Martín Anselmi, o momento do Sporting e a Montanha-Russa Benfica

As águias deslocam-se ao campo do Estrela Amadora no domingo às 20h30. E o próximo adversário do líder Sporting é o Farense no domingo às 18h00. A estreia de Martín Anselmi está marcada para segunda.

A jornada 20 vai ficar especialmente marcada pela estreia de Martín Anselmi, novo treinador do FC Porto, na Primeira Liga. Depois de uma novela mexicana, o momento acontecerá esta próxima segunda-feira às 20h45 na casa do Rio Ave, porém o técnico já se estreou em absoluto na Europa League, onde foi possível ver mudanças no estilo de jogo.

Quanto ao Benfica, também há curiosidade para perceber se dão continuidade à vitória diante da Juventus e se de facto, como Rui Costa o garantiu, não houve quaisquer efeitos significativos no balneário das águias após a divulgação de um áudio muito controverso. As águias deslocar-se-ão ao campo do Estrela Amadora no domingo às 20h30. Em relação ao líder Sporting, onde a maré de lesões afeta, o próximo adversário é o Farense no domingo às 18h00.

Olhando aos principais destaques da última jornada da Primeira Liga, o Casa Pia derrotou o Benfica por 3-1; o FC Porto empatou 1-1 com o Santa Clara, após Wenderson Galeno falhar duas grandes penalidades (uma delas ao ferro e outra já nos descontos e defendida pelo guarda-redes Gabriel Baptista); o Sporting ganhou ao Nacional com um fantástico golo de Francisco Trincão e a estreia a marcar de João Simões.

Sporting x Farense: Ir ao mercado e ganhar

Há três factos inegáveis sobre o Sporting: tem um plantel de qualidade, vive uma onda de lesões e continua com ambição de batalhar em todas as frentes sobre um calendário super exigente. Nestes últimos tempos, numa lógica de efeito-ação, observou-se também uma sobrecarga de alguns jogadores (sendo o mais óbvio, Francisco Trincão) e adaptações de outros (Debast a médio). Na realidade, não é apenas e somente um problema de lesões, mas também a existência de um plantel curto para apresentar soluções e gerir jogadores. A porta do mercado ainda está aberta e seria melhor não a deixar fechar.

Falta claramente um lateral-direito vertical e ofensivo – Iván Fresneda não dá garantias nesse aspeto -; um novo médio para rotação (novo sistema tático veio reforçar isso e Debast apenas poderá jogar como médio contra blocos baixos que não tenham uma forte capacidade de pressão) e um extremo-esquerdo (Francisco Trincão precisa de ser gerido e Marcus Edwards não conta). Também é importante recordar que Rui Borges chegou a meio da temporada e por isso, não escolheu a equipa. Normal que necessite tempo para ajustar as suas ideias e, se possível, contratar jogadores para reforçar o modelo de jogo pretendido.

Este domingo às 18h00, o Sporting terá agora um desafio acessível: o Farense no Estádio de Alvalade. Contudo, não é o mesmo Farense do início que perdeu seis jogos consecutivos. É uma equipa – atrasada na corrida, é certo – mas que apresenta claras melhorias desde a chegada do treinador Tozé Marreco e leva apenas uma derrota nos últimos 5 jogos para a Liga. Recordar que Viktor Gyokeres falhou o jogo com a Bolonha e, segundo a imprensa, também falhará o Farense.

Estrela Amadora x Benfica: Uma Semana Montanha-Russa

Foi uma semana montanha-russa para o Benfica. Entre 21 e 26 de janeiro, as águias perderam dois jogos consecutivos (polémico Barcelona e Casa Pia), distanciaram-se na corrida da Primeira Liga (6 pontos do 1.º lugar) e sobretudo saiu um áudio controverso de Bruno Lage, com direito a conferência de imprensa especial. Um episódio inédito.

Três dias depois, o Benfica respondeu em campo a uma das semanas mais complicadas dos últimos tempos com uma vitória importante em Turim, diante a Juventus por 2-0, garantindo a qualificação na Champions League. Rui Costa assegura que isso é prova de que não há atrito entre treinador-jogadores e, depois de fortes declarações de Lage no áudio divulgado, se realmente não houve efeitos significativos no balneário, isso é a maior vitória. O tempo o dirá.

Um aspeto importante a destacar da exibição do Benfica frente à Juventus foi a utilização de Alexander Bah para a lateral-esquerda, no qual o internacional dinamarquês mostrou-se competente nas suas funções, com novidade de dinâmicas nas relações com Orkun Kokçu e Andreas Schjelderup. «Decidimos ir pelo Bah também em função do Conceição.

É um miúdo rápido, jogador com enorme qualidade que pode ir por fora, por dentro. O Bah podia ter mais facilidade em anulá-lo», explicou Bruno Lage após o encontro. Neste aspeto, o Benfica precisa de uma alternativa para a lateral-esquerda, sobretudo devido à saída de Jan-Niklas Beste para o Friburgo. Manu Silva foi o primeiro reforço e Rui Costa revelou estar ainda no mercado.

Seguindo o tema do mercado, o Estrela Amadora também se reforçou este mês com as contratações de Fábio Ronaldo (latera-esquerdo/extremo-esquerdo) e Amine (médio) ao Rio Ave, João Costa (guarda-redes) ao Feirense e Chico Banza (extremo-esquerdo) ao Portimonense. Em sentido inverso, como destaque, perderam Bruno Brígido para o Académico Viseu. A nível de resultados, os tricolores não vivem a melhor fase no campeonato, com apenas uma vitória nos últimos 5 jogos (2 derrotas, 2 empates e 1 vitória).

Rio Ave x FC Porto: A chegada de Martín Anselmi

Martín Anselmi já se estreou no comando técnico do FC Porto e foi possível ver dedo do treinador, por muito pouco tempo que tenha passado. Diante o Maccabi Tel Aviv na Europa League, os dragões apostaram num sistema tático de 3-4-3 – uma mudança radical tendo em conta os últimos anos com Sérgio Conceição e Vítor Bruno – e saltou logo à vista Stephen Eustáquio no meio da linha de três centrais. No final do encontro, o jogador reagiu: «É uma posição nova para mim.

Pelo que percebi, o mister poderá jogar ali com um central ou um médio e avisou-me logo que havia essa possibilidade para mim». Eustáquio ainda acrescentou que «já estava habituado a sair a três, mas é muito difícil controlar a linha», pois «requer alguma concentração».

Além disso, nesta idealização de Martín Anselmi, o papel do guarda-redes é muito importante numa perspetiva de construção e viu-se Diogo Costa a arriscar mais no passe especialmente lateralizados (somou erros), onde os laterais passam a alas e têm de orientar praticamente o corredor inteiro, fechando depois numa linha de 5.

Em flash interview, João Mário também reagiu à mudança: «Agora o corredor é praticamente todo nosso. O mister está a incutir as novas dinâmicas, gosto muito de fazer corredor e sinto-me confortável de fazer a linha de 5». Nestes dias, Martín Anselmi revelou focar-se mais na organização defensiva por ser algo mais controlável, enquanto a forma como vão atacar dependerá mais do rival. O técnico argentino prioriza um futebol de vantagens e de soluções.

O próximo adversário do FC Porto de Martín Anselmi será o Rio Ave, numa partida fora de casa marcada para segunda-feira às 20h45. A turma de Vila do Conde é atualmente o 10.º lugar da Primeira Liga com 23 pontos e vem de uma vitória sobre o Farense por 2-1, tendo perdido apenas um jogo nos últimos cinco. Precisamente a única derrota que sofreu em casa nesta temporada: 3-0 com o Sporting. De resto, esteve sempre invicto no seu estádio. Recordar que os dragões ainda não venceram este ano de 2025 um jogo de Primeira Liga: o último foi a goleada de 4-0 ao Boavista no dia 28 de dezembro de 2024.

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