Santander encerra um quinto das agências e corta 750 empregos no Reino Unido

  • Joana Abrantes Gomes
  • 19 Março 2025

Banco espanhol anunciou que vai encerrar 95 das atuais 444 agências e que cerca de 750 empregados estão em risco de despedimento no país.

O Banco Santander admitiu esta quarta-feira que cerca de 750 funcionários vão perder os empregos no Reino Unido no âmbito de um plano que prevê o encerramento de mais 95 agências bancárias no país, onde a partir de junho passará a operar com 349 espaços — embora alguns deles funcionem em horário reduzido.

Em comunicado, a instituição bancária de origem espanhola referiu que “fechar uma agência é sempre uma decisão muito difícil” e que despendeu “muito tempo a avaliar onde e quando” isso seria feito para “minimizar o impacto que pode ter sobre os clientes”.

Na mesma nota, citada pela agência Reuters, assinalou que está a falar com os sindicatos sobre estas mudanças e que irá ainda ajudar uma centena de pessoas afetadas (do total de 750) a encontrar alternativas de emprego na estrutura do grupo, através da recolocação noutras funções.

“O banco tem visto um rápido movimento de clientes a optar por fazer transações bancárias digitalmente, com um aumento de 63% nas transações digitais desde 2019, enquanto as transações financeiras realizadas em agências caíram 61% no mesmo período”, contabiliza o Santander UK.

A instituição presidida por Ana Botín diz que 93% da população do Reino Unido continuará a viver num raio de 10 milhas (16 quilómetros) de uma agência do Santander. Além disso, os titulares de contas correntes e empresariais do Santander também poderão efetuar operações bancárias numa das mais de 11.000 agências dos Correios em todo o país e em 112 centros bancários. “Todas as agências que fecham ficam a menos de uma milha (1,6 quilómetros) da estação de correios mais próxima”, afirma.

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Porto promove debate sobre Literacia Financeira com apresentação de estudo pioneiro

  • ECO
  • 19 Março 2025

Os resultados do Estudo de Diagnóstico de Literacia Financeira da população portuense serão apresentados no dia 26 de março na Fundação Cupertino de Miranda.

No próximo dia 26 de março de 2025, o Município do Porto organiza a sessão Mais que Números: Literacia Financeira como Ferramenta para a Vida, que irá debater um tema cada vez mais relevante para a tomada de decisões informadas e para a sustentabilidade do sistema financeiro. O evento destacará o Estudo de Diagnóstico de Literacia Financeira da população do Porto, realizado no primeiro trimestre de 2025.

A iniciativa, promovida pela Fundação António Cupertino de Miranda e pela Câmara Municipal do Porto, visa discutir a importância da literacia financeira no contexto local e nacional, apresentar os resultados do Estudo de Diagnóstico Local e servir como fórum para conectar recursos, iniciativas e projetos que promovem a capacitação em educação financeira, potenciando novas oportunidades.

A participação é gratuita, mas a inscrição é obrigatória. Pode inscrever-se aqui.

Programa

15h30 – 16h00 Receção e Acolhimento

16h00 Abertura
Maria Amélia Cupertino de Miranda, Fundação António Cupertino de Miranda

16h15 Educação Financeira como Pilar de Inclusão e Desenvolvimento
António Larguesa, moderador – Jornal ECO
Ricardo Sousa – Banco de Portugal
Inês Abreu – Fundação António Cupertino de Miranda
Manuel António Oliveira – Agrupamento de Escolas do Cerco
Óscar Afonso – Faculdade de Economia da Universidade do Porto

17h00 Coffee-break

17h15 Literacia financeira ao longo da vida
António Larguesa, moderador – Jornal ECO
Inês Odila – Coverflex
Miguel Ferreira – Finanças para Todos
Rui Bairrada – Doutor Finanças
Lourenço Reis – Associação Laicos

18h00 Encerramento
Rui Moreira – Presidente da Câmara Municipal do Porto

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Hoje nas notícias: jogo online, penhora de criptoativos e lei Uber

  • ECO
  • 19 Março 2025

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

As receitas com o jogo online renderam 334 milhões de euros aos cofres do Estado durante o ano passado. A bastonária da Ordem dos Solicitadores e Agentes de Execução defende, em entrevista, que sem a necessária regulamentação é impossível proceder à penhora de ativos digitais. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta quarta-feira.

Jogo online rendeu 334 milhões ao Estado em 2024

Os portugueses gastaram 70 milhões de euros por dia no jogo online em 2024, um número recorde que contribuiu para os lucros dos operadores crescerem 31% face a 2023. Nos cofres do Estado entraram 334,7 milhões devido ao imposto especial de jogo online (IEJO). Neste momento, há 4,7 milhões de jogadores registados no país.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso indisponível)

“Falta regulamentação para penhorar criptoativos”

Anabela Veloso, bastonária da Ordem dos Solicitadores e Agentes de Execução, defende que sem a necessária regulamentação é impossível proceder à penhora de ativos digitais. Em entrevista, reconhece “ser urgente pensar nesse tema”, mas ressalva que não será difícil implementar um mecanismo adequado. “Para começar, temos que encontrar a entidade onde esses ativos estejam registados”, diz.

Leia a entrevista completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Paragem na revisão da lei dos TVDE causa “frustração” no setor

O processo de alteração da lei que regulamenta o setor de TVDE (transporte de passageiros em veículos descaracterizados) vai ser interrompido devido à dissolução da Assembleia da República, marcada para quinta-feira. O presidente da Associação Portuguesa de Transportadores em Automóveis Descaracterizados (APTAD), Ivo Miguel Fernandes, fala em como esta situação provoca uma “profunda sensação de frustração”. “Esta interrupção soma-se ao impasse da legislatura anterior, na qual a revisão da lei já deveria ter ocorrido em 2022”, lembra.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

Ministério da Saúde rejeita responsabilidades na greve do INEM

A Secretaria Geral do Ministério da Saúde (SGMS) enviou à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS), no dia 7 de março, o contraditório ao relatório preliminar sobre a inspeção feita ao funcionamento do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) durante os dois dias de greves em simultâneo. No documento, diz que “as indiretas imputações” ao procedimento adotado são “totalmente inadequadas” como “violam a lei”, já que foram “publicamente difundidas”, constituindo “um dano reputacional para a SGMS”.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

Férias e limite de horas deixam urgências no caos

A situação nas urgências do Serviço Nacional de Saúde vai piorar nas próximas semanas. Isto porque muitos profissionais já atingiram o limite máximo de 150 horas extraordinárias anuais e alguns iniciaram o período de férias, nomeadamente na Páscoa. “Um médico que faça 24 horas de urgência extras uma vez por semana chega ao final de fevereiro e já ultrapassou o limite anual”, explica Nuno Rodrigues, secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM).

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

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China adia fábrica da BYD no México por recear fuga de tecnologia para EUA

  • Lusa
  • 19 Março 2025

A chinesa BYD anunciou em 2023 planos para construir uma fábrica no México, onde produziria cerca de 150 mil veículos por ano e criaria 10 mil postos de trabalho.

A China está a adiar a aprovação de uma nova fábrica da BYD no México por receio de que a tecnologia desenvolvida pela empresa possa acabar nas mãos dos EUA, noticia esta quarta-feira o Financial Times.

Segundo fontes citadas pelo jornal britânico, que pediram para não ser identificadas, o Ministério do Comércio chinês considera que o México teria acesso ilimitado aos sistemas e tecnologias avançadas da BYD e que a proximidade do país em relação aos Estados Unidos poderia significar que os norte-americanos também poderiam aceder a essas tecnologias.

A BYD anunciou em 2023 planos para construir uma fábrica no México, onde produziria cerca de 150 mil veículos por ano e criaria 10 mil postos de trabalho. O plano da empresa sediada em Shenzhen também incluía o fabrico de automóveis na Indonésia, no Brasil e na Hungria.

No entanto, os fabricantes de automóveis chineses precisam de aprovação comercial para produzir veículos no estrangeiro, e Pequim está a dar preferência aos países que fazem parte da sua iniciativa de desenvolvimento de infraestruturas internacionais conhecida como “Faixa e Rota”.

De acordo com o jornal, o regresso de Donald Trump à Casa Branca fez com que o México perdesse algum do entusiasmo pelo projeto da BYD, tornando mais prioritária a manutenção das relações com o vizinho do norte face à ameaça de taxas sobre o comércio transfronteiriço.

Depois de a equipa de Trump ter acusado o México de ser uma “porta das traseiras” para produtos chineses entrarem nos Estados Unidos sem pagarem os impostos aplicáveis, o Governo mexicano anunciou taxas contra os têxteis do país asiático e investigações ao aço e alumínio chineses por alegada concorrência desleal.

“O novo Governo mexicano adotou uma atitude hostil em relação às empresas chinesas, o que torna a situação ainda mais difícil para a BYD”, explicou uma das fontes citadas pelo Financial Times.

Para Gregor Sebastian, analista da Rhodium, “o Governo mexicano gostaria obviamente de obter algum investimento chinês, mas a sua relação comercial com os Estados Unidos é muito mais importante”.

Numa entrevista recente ao FT, a vice-presidente executiva da BYD, Stella Li, disse que a empresa “ainda não decidiu” o que vai acontecer com o plano de abrir uma fábrica no México: “Todos os dias há notícias diferentes. Temos de estar sempre a ver como melhorar e satisfazer, para conseguirmos o melhor resultado para todos”.

No entanto, em fevereiro, Li tinha avançado que a BYD iria escolher a localização da fábrica antes do final do ano.

Em 2024, a fabricante de carros elétricos vendeu mais de 40 mil veículos no México, e revelou que o objetivo para este ano é duplicar o volume de vendas e abrir 30 novos concessionários no país.

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Salão automóvel de Vancouver proíbe presença da Tesla por motivos de segurança

  • Lusa
  • 19 Março 2025

decisão surge após uma vaga de protestos contra a Tesla, incluindo em Otava e Vancouver, contra Elon Musk. Trump já classificou os ataques às propriedades da empresa como "terrorismo doméstico".

A fabricante de veículos elétricos norte-americana Tesla, do bilionário Elon Musk, foi impedida de participar no Salão Automóvel Internacional de Vancouver, que começa esta quarta-feira e decorre até domingo no oeste do Canadá, devido ao receio de protestos.

O diretor executivo do evento disse na terça-feira, em comunicado, que o salão pediu à Tesla que se retirasse devido a uma “preocupação prioritária” com a segurança dos trabalhadores, participantes e expositores.

Eric Nicholl disse que a fabricante de automóveis elétricos Tesla teve “múltiplas oportunidades de se retirar voluntariamente”. “Esta decisão irá garantir que todos os participantes se possam concentrar exclusivamente em aproveitar os muitos elementos positivos do evento”, refere o comunicado.

A decisão surge após uma vaga de protestos contra a Tesla, incluindo em Otava e Vancouver, contra Elon Musk, um aliado próximo do Presidente norte-americano, Donald Trump, que enfureceu os canadianos com repetidas ameaças de anexação do Canadá.

Em 9 de março, cerca de uma dezena de pessoas concentraram-se junto ao stand da fabricante automóvel norte-americana Tesla, em Lisboa, num protesto contra Elon Musk.

Governo dos EUA classifica ataques contra a Tesla como “terrorismo doméstico”

A procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, classificou na terça-feira como “terrorismo doméstico” a recente onda de ataques a propriedades da fabricante de veículos elétricos Tesla, do bilionário Elon Musk, um aliado próximo do Presidente Donald Trump.

O comunicado do Departamento de Justiça referiu que várias pessoas já foram alvo desta acusação, em casos com penas mínimas obrigatórias de cinco anos de prisão.

“Continuaremos as investigações que imporão consequências severas aos envolvidos nestes ataques, incluindo aqueles que operam nos bastidores para coordenar e financiar estes crimes”, enfatizou Bondi.

Os veículos, concessionários e propriedades da Tesla estão sob escrutínio desde que o seu conselheiro geral, Elon Musk, assumiu o controlo do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), encarregado de cortar nas despesas e na burocracia no governo federal.

Os ataques foram relatados em várias partes do país, incluindo Massachusetts, Washington e Carolina do Sul. Os dois ataques mais recentes ocorreram na terça-feira em concessionários da Tesla em Las Vegas, Nevada, e Kansas City, Missouri, onde vários veículos foram incendiados.

De acordo com o The Washington Times, o FBI (polícia federal) em Las Vegas está a investigar o que aconteceu como um possível ato de terrorismo.

“Para qualquer pessoa que ache isto justificável ou mesmo admirável, queremos informá-lo de que isto é um crime federal. Vamos persegui-lo, encontrá-lo e processá-lo em toda a extensão da lei”, alertou o agente especial Spencer Evans.

Também Donald Trump classificou na terça-feira os ataques às propriedades da Tesla como “terrorismo doméstico”, numa entrevista transmitida pela televisão norte-americana Fox News. “Penso que quando apanharem os responsáveis, e espero que isso aconteça, e já apanharam alguns, vai descobrir-se que estão a ser pagos por pessoas com uma forte motivação política de esquerda”, disse o republicano.

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Astuce apela à garantia de um acesso equitativo e sem pressões aos medicamentos e produtos de saúde

  • Servimedia
  • 19 Março 2025

A Associação de Doentes com Tumores do Cérebro e do Sistema Nervoso, Astuce Espanha, apelou a “garantias” de acesso “equitativo” e “sem pressões” aos medicamentos e produtos necessários aos doentes.

Em comunicado, a Astuce exprimiu a sua “profunda preocupação” com as recentes notícias sobre pressões exercidas sobre os oncologistas que trabalham no setor privado da saúde para restringir os tratamentos contra o cancro, alertando para o risco de os doentes serem privados de terapias essenciais para melhorar a sua qualidade de vida, e mesmo a sua sobrevivência, por razões puramente económicas.

O responsável fez eco das informações publicadas pelo “ABC” sobre queixas de oncologistas contra a empresa Atrys Health-Bienzobas por alegadas pressões para limitar a prescrição dos tratamentos oncológicos mais dispendiosos, mesmo quando estes têm eficácia demonstrada e possuem todas as aprovações sanitárias. A Atrys, contratada como intermediária entre as seguradoras e os centros de saúde, nega este facto e sublinha que a última palavra é sempre do médico.

Perante esta situação, a Astuce Espanha fez um apelo específico para que o fármaco vorasidenib não seja objeto deste tipo de práticas ou limitações quando receber a aprovação da Agência Europeia do Medicamento (EMA), “já que se trata de uma inovação terapêutica prometedora no tratamento de certos tumores cerebrais como os oligodendrogliomas, astrocitomas ou gliomas de baixo grau, que já demonstrou eficácia clínica e da qual alguns doentes espanhóis estão a beneficiar através de ensaios clínicos, como o realizado no Hospital Universitário 12 de Octubre, em Madrid”.

O vorasidenib é um medicamento administrado por via oral capaz de travar a progressão e atrasar a mortalidade de alguns tipos de gliomas de baixo grau, que afetam sobretudo pessoas jovens e saudáveis, durante vários anos. Foi aprovado em agosto de 2024 pela FDA e os doentes aguardam a rápida aprovação do organismo regulador europeu. Para a Astuce Espanha, é prioritário garantir “a não discriminação no acesso ao vorasidenib, já aprovado pela FDA, uma vez que tenha sido aprovado pela EMA”.

Neste sentido, a associação sublinhou que a prioridade absoluta em qualquer decisão médica deve ser a evidência clínica e científica, e não critérios económicos ou comerciais. “As desigualdades no acesso aos tratamentos em função do hospital ou da comunidade autónoma já são evidentes em muitos casos. Acrescentar este tipo de “negligência” só aumenta o risco para os doentes, que podem não ter acesso à terapêutica que melhor lhes convém. Este facto é particularmente preocupante em patologias como os tumores cerebrais, como os gliomas de baixo grau”, afirmaram.

Os gliomas de baixo grau são um grupo de tumores cerebrais primários que crescem lentamente e têm origem nas células gliais, que são as células que dão apoio estrutural e funcional aos neurónios. Estes tumores são classificados como de grau 1 ou grau 2 de acordo com a escala da Organização Mundial de Saúde (OMS), que vai de 1 a 4 (1 menos agressivo, 4 mais agressivo).

A preocupação desta associação vem juntar-se à manifestada nos últimos dias por outras organizações no domínio da oncologia. A Associação Espanhola Contra o Cancro (AECC) qualificou de “inaceitáveis” as barreiras aos medicamentos oncológicos nos cuidados de saúde privados, enquanto o Grupo Espanhol de Doentes com Cancro (Gepac) manifestou a sua preocupação com as alegadas pressões exercidas sobre os oncologistas para limitarem a prescrição de tratamentos mais caros. Por seu lado, a Sociedade Espanhola de Oncologia Médica (SEOM) anunciou que irá investigar as denúncias de pressões exercidas sobre os especialistas do setor privado da saúde para que não prescrevam determinados medicamentos oncológicos.

DESIGUALDADE NO ACESSO

A associação recolheu recentemente os testemunhos de doentes com glioblastoma (tumores cerebrais de grau 3 e 4 da OMS) que se queixam de que, em regiões como a Andaluzia, o País Basco e Valência, muitos oncologistas não lhes ofereceram opções terapêuticas inovadoras como os TTFields.

“O acesso em Espanha é um problema grave que se agrava, ainda mais, nos casos de dispositivos médicos como os TTFields para doentes com glioblastoma”, sublinhou a ASTUCE Espanha, referindo-se ao facto de a sua administração depender das comunidades autónomas e até dos próprios hospitais. “Não podemos normalizar que as próprias regiões sejam um obstáculo para os doentes com glioblastoma que poderiam beneficiar desta terapia complementar”, acrescentou, considerando por isso ‘inaceitável’ que as pressões que um oncologista sofre condicionem a informação que os doentes recebem, provocando uma violação do seu direito a receber os melhores cuidados possíveis.

“Os doentes com tumores cerebrais enfrentam uma doença grave e de difícil tratamento, pelo que qualquer atraso na disponibilização de novas terapêuticas pode ter consequências irreversíveis”, afirmou. Alertou para o facto de este problema não ser exclusivo do setor privado, “uma vez que nos últimos anos se têm verificado atrasos significativos no financiamento e acesso a tratamentos inovadores dentro das carteiras básicas e complementares do SNS, o que tem conduzido a situações de desigualdade entre doentes, não só pelo país em que vivem, mas também pela comunidade autónoma em que residem”.

A Astuce Espanha insistiu que garantir a equidade no acesso aos tratamentos oncológicos deve ser uma prioridade para todas as administrações de saúde, tanto a nível estatal como regional, e recordou que a saúde não deve ser condicionada por interesses financeiros ou comerciais, mas sim centrada nas necessidades dos doentes e na melhoria da sua qualidade de vida. Por esta razão, considerou “essencial e urgente que os processos de avaliação e aprovação de medicamentos essenciais sejam acelerados para evitar que os doentes espanhóis fiquem em desvantagem em relação a outros países europeus”.

 

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The Core leva a formação audiovisual do futuro à Aula 2025 com experiências imersivas “únicas”

  • Servimedia
  • 19 Março 2025

O seu stand na feira será um espaço imersivo com tecnologias como a realidade mista e simuladores interativos.

The Core, a escola audiovisual pertencente à rede educativa Planeta Formación y Universidades, chega à feira de educação e orientação académica Aula, de 26 a 30 de março, com uma “proposta disruptiva que funde tecnologia e formação como nunca antes se viu”.

O Core oferecerá aos visitantes do seu stand uma experiência imersiva, levando as ferramentas mais inovadoras do setor audiovisual e demonstrações ao vivo de projetos para o talento do futuro. “A Aula é uma oportunidade única para experimentar em primeira mão o que significa fazer formação no The Core. Convidamos todos os entusiastas do audiovisual a visitar o nosso stand e a descobrir como a inovação e a tecnologia podem transformar o seu futuro profissional. Não se trata apenas de aprender, mas de experimentar, criar e ligar-se à indústria desde o primeiro dia”, explicou Mercedes Agüero, Diretora do The Core.

As principais atrações e experiências do The Core na Aula 2025 incluem a área interativa de chroma key, um espaço onde os visitantes podem experimentar e gravar-se em diferentes ambientes virtuais em tempo real; os óculos de realidade mista com uma viagem através de uma experiência de realidade alargada que leva a imersão audiovisual a outro nível; e o simulador de condução, uma experiência interativa que permitirá aos visitantes experimentar a sensação de conduzir num ambiente virtual.

Com esta proposta, o The Core reafirma o seu compromisso com a formação das novas gerações através da integração das ferramentas mais avançadas do setor no processo de aprendizagem, como a Realidade Virtual e a Realidade Aumentada.

Acredita que a Aula 2025 será o cenário perfeito para mostrar “como a educação no setor audiovisual está a evoluir para uma abordagem mais prática, imersiva e inovadora, em linha com as exigências que o mercado de trabalho faz atualmente”.

Situado em Madrid Content City, o maior pólo audiovisual da Europa, The Core destaca a sua aposta na “abordagem prática”, a sua ligação à indústria e as suas instalações “de vanguarda”, que incluem 20 000 m² de cenários, salas de produção, estúdios de rádio e laboratórios especializados.

Acrescenta que a sua metodologia de formação, centrada na empregabilidade e na aprendizagem prática, se baseia em colaborações com empresas de referência como a Atresmedia, o Grupo Secuoya, a PlayStation Talents e a Banijay.

Por seu lado, a Aula é a maior feira de educação e orientação académica de Espanha, que se realiza anualmente na Ifema Madrid. Reúne mais de 140.000 visitantes todos os anos, e os seus expositores incluem centros educativos, universidades e entidades formadoras de diferentes áreas, oferecendo a estudantes, professores e famílias informações sobre opções académicas, oportunidades de carreira e inovações em metodologias de ensino.

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IA consolida o seu lugar como motor de mudança na educação no Dia Internacional da Aprendizagem Digital

  • Servimedia
  • 19 Março 2025

A IA generativa está a emergir como um poderoso agente de transformação no ensino e na aprendizagem, impulsionando a evolução para a Educação 4.0 e abrindo a porta a novas oportunidades.

No próximo dia 19 de março, a comunidade educativa associa-se à celebração do Dia Internacional da Aprendizagem Digital da Unesco, um marco que destaca a importância crescente das tecnologias emergentes na educação das gerações futuras. Neste cenário, a Inteligência Artificial (IA) ocupa um papel central, posicionando-se como um catalisador de mudanças sociais e económicas sem precedentes, capaz de gerar um impacto transformador em praticamente todas as áreas da vida.

De acordo com o estudo da McKinsey “Superagency in the workplace: Empowering people to unlock AI’s full potential”, apenas 1% dos líderes considera que as suas organizações estão maduras na implementação da IA. Por sua vez, estima-se que a IA criará 170 milhões de postos de trabalho até 2030, deixando de ser um mero fator de aumento da produtividade para se tornar uma superpotência transformadora.

O setor da educação está a juntar-se a esta revolução: a IA está a abrir novas formas de personalizar os conteúdos e desenvolver as competências dos alunos, bem como de otimizar e reduzir as tarefas administrativas que os professores realizam diariamente.

IA E O ENSINO

A grande maioria dos professores passa cerca de 50 horas por semana a ensinar, mas apenas 49% desse tempo é passado em contacto direto com os alunos. O resto é gasto principalmente em tarefas administrativas e de planeamento. As ferramentas baseadas em IA, como o IGNITE Copilot, podem automatizar até 60% destas tarefas, poupando entre 6 e 15 horas por semana.

O IGNITE Copilot, um projeto da empresa espanhola EdTech IGNITE, fornece uma solução web para a geração de conteúdos e recursos didáticos, adaptada à regulamentação atual (Lomloe) e alinhada com as normas internacionais de educação. Desde o seu lançamento em 2024, mais de 13.000 professores em Espanha e nos países da América Latina experimentaram as suas potencialidades, destacando especialmente a redução das horas gastas em tarefas administrativas e a oportunidade de orientar o trabalho para uma aprendizagem verdadeiramente competente.

Neste Dia Internacional da Aprendizagem Digital, os educadores de todo o mundo estão a erguer as suas vozes para exigir a integração de tecnologias disruptivas como a IA na sala de aula.

A IGNITE Serious Play desenvolve programas pós-escolares que integram Ciência, Tecnologia, Engenharia, Arte e Matemática (STEAM), promovendo as competências críticas de que os alunos necessitam para enfrentar os desafios do século XXI.

Durante 2024, a empresa renovou a sua colaboração com a Fundação Pfizer no projeto Guardiões da Saúde 2030. Atualmente, na 5ª edição do “Guardiões da Saúde 2030”, participam 6.425 estudantes de toda a Espanha. O programa, em todas as suas edições, incluindo a atual, sensibilizou cerca de 25.000 estudantes para a importância dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), além de fomentar o seu espírito crítico e desenvolver a sua criatividade.

O programa destina-se a alunos do 5º e 6º anos do ensino básico e do 1º e 2º anos do ensino secundário (10-14 anos). Durante quatro meses, os participantes tornam-se cientistas e tecnólogos, transformando-se em “Guardiões da Saúde” para resolver os múltiplos desafios propostos, que são um reflexo de situações específicas do mundo real.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 19 de março

  • ECO
  • 19 Março 2025

Ao longo desta quarta-feira, 19 de março, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Telepizza lança duas novas receitas que alargam a família da sua pizza mais vendida, a Barbacoa

  • Servimedia
  • 19 Março 2025

Para o efeito, lança a campanha “Un País muy de Telepizza”.

A Telepizza anunciou na quarta-feira que está novamente a dar um impulso à sua estratégia de inovação de produtos para continuar a aproximar-se de alguns dos sabores nacionais mais reconhecidos. A marca afirmou que está a reinventar o seu icónico Barbacoa, o mais consumido pelos espanhóis todos os anos, com duas novas receitas.

A Telepizza está a lançar duas novas variedades: a Barbacoa Crac-Crac, que apresenta migalhas com bordos recheados de chouriço e queijo com sabor a chouriço, mais bacon e o molho barbecue de assinatura da marca; e a Barbacoa Chup-Chup, que apresenta bordos recheados de carne de vaca com toucinho e queijo com sabor a chouriço, mais o seu clássico molho barbecue. Duas novas receitas que ampliam a família Barbacoa, a mais querida pelos consumidores.

 

No total, no ano passado, a Telepizza vendeu mais de 30 milhões de pizzas, das quais mais de 6 milhões de unidades pertencem à Barbacoa. É esta variedade que todos os anos reafirma a sua posição como a pizza mais vendida.

NOVA CAMPANHA

As novas Barbacoas da Telepizza chegam aos mais de 700 restaurantes da marca em Espanha com uma nova campanha em que a Telepizza celebra a essência que a acompanha há tantos anos: a ligação e o prazer partilhado com a família e os amigos com as suas pizzas.

“Un País muy de Telepizza” é o nome desta campanha com a qual a Telepizza reivindica o seu lugar na cultura popular deste país e reconhece os seus clientes como protagonistas do seu sucesso. A campanha faz parte da sua plataforma de comunicação “Viva la Masa” e, mais uma vez, presta homenagem às pessoas a partir de uma nova perspetiva, destacando o seu papel na partilha dos momentos mais especiais da vida quotidiana.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 19 Março 2025

O INE e o Eurostat divulgam diversos dados económicos. Nos EUA, Fed vai decidir o rumo das taxas de juro e, em Bruxelas, vão ser anunciadas as linhas gerais da União das Poupanças e Investimentos.

A Reserva Federal (Fed) vai decidir o rumo das taxas de juro. Em Bruxelas vão ser anunciadas as linhas gerais estratégicas para a concretização da União das Poupanças e Investimentos. A Comissão Europeia vai também apresentar o Livro Branco sobre o Futuro da Defesa Europeia. A marcar o dia estão ainda os resultados de 2024 da Jerónimo Martins.

Jerónimo Martins apresenta resultados

O grupo que detém o Pingo Doce divulga hoje os resultados de 2024. Segundo dados preliminares já publicados pela empresa, as vendas da Jerónimo Martins cresceram 9,3% no ano passado, atingindo 33,5 mil milhões de euros. O grande motor de crescimento da Jerónimo Martins continua a ser a Biedronka. A insígnia polaca faturou o equivalente a 23,6 mil milhões de euros no ano passado, uma subida de 9,6% em termos homólogos, passando a pesar 70,4% no volume de negócios global da companhia.

Fed decide futuro das taxas de juro

A Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos vai decidir o rumo das taxas de juro. A reunião de dois dias dos responsáveis da Fed começou na terça-feira e as expectativas são de que o banco central não altere os juros diretores. A decisão surge num contexto marcado por forte volatilidade nas bolsas, devido às políticas económicas de Trump e do crescente risco de guerra comercial.

Bruxelas apresenta União das Poupanças e Investimentos

Bruxelas vai anunciar esta quarta-feira as linhas gerais estratégicas para a concretização da União das Poupanças e Investimentos, uma das iniciativas da “Bússola para a Competitividade” e que está sob a “alçada” da comissária europeia portuguesa, Maria Luís Albuquerque. Esta estratégia prevê um foco na inovação, descarbonização e segurança, prioridades que vão orientar estes cinco anos do segundo mandato de Ursula von der Leyen à frente da instituição

Comissão Europeia apresenta Livro Branco sobre Defesa

A Comissão Europeia vai apresentar o Livro Branco sobre o Futuro da Defesa Europeia. Bruxelas vai propor que os países da União Europeia (UE) peçam até abril o alívio das regras do défice para investimentos em defesa, colaboração para contratos públicos e um futuro mercado único dedicado ao setor. Estima-se que a UE tenha de gastar 250 mil milhões de euros por ano, o equivalente a 3,5% do seu Produto Interno Bruto (PIB), para a sua segurança num contexto de tensões geopolíticas como a guerra da Ucrânia causada pela invasão russa.

Eurostat e INE publicam dados económicos

O Instituto Nacional de Estatísticas (INE) vai divulgar os dados relativos a fevereiro dos índices de preços na produção industrial e as taxas de juro implícitas no crédito à habitação. Já o Eurostat confirma a inflação na Zona Euro em fevereiro. No início do mês, a estimativa rápida do Eurostat indicou que a inflação na Zona Euro desacelerou para 2,4%, face ao período homólogo, em relação aos 2,5% registados em janeiro. Portugal deverá ter registado uma inflação em linha com a média da Zona Euro, com o índice de preços a situar-se em 2,4%, em fevereiro.

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IA é “revolucionária” para as empresas, mas mau uso pode gerar “prejuízos”

Boa parte dos riscos da inteligência artificial (IA) não são intuitivos, alerta Adolfo Mesquita Nunes, sócio da Pérez-Llorca e especialista em regulamentação desta tecnologia.

A inteligência artificial (IA) constitui uma oportunidade para as empresas, mas os conselhos de administração devem estar atentos aos riscos associados, que podem materializar-se em “prejuízos”, alerta Adolfo Mesquita Nunes, sócio da Pérez-Llorca, especializado nas questões legais e regulatórias relacionadas com IA.

Poucas coisas são tão revolucionárias como a IA para a vida de uma empresa, num setor aberto à concorrência. A maior parte das empresas está a ser confrontada com a possibilidade de os seus modelos de negócio serem completamente disrompidos por uma tecnologia. É um enorme desafio e oportunidade”, considera o advogado, assumindo que o desafio se coloca por se verificar uma evolução na tecnologia a “uma enorme velocidade”.

Adolfo Mesquita Nunes vai debruçar-se sobre o tema “O que devem os CEO e boards ter em conta na hora de adotar a IA”, num painel integrado no Congresso de Supply Chain da GS1 Portugal esta quarta-feira, e que tem como mote as “Cadeias de valor 5.0 – novo paradigma da competitividade: transições climática, energética e tecnológica em perspetiva”.

Se não forem tidas em conta as boas práticas, [o uso de IA] pode levar a más decisões e prejuízos“, afirma Adolfo Mesquita Nunes em declarações ao ECO/Capital Verde. A título de exemplo, se for usada IA para avaliar o desempenho dos trabalhadores e se perceber, anos depois, que o sistema está a discriminar mulheres, “já criou prejuízo”. Ou se é usada em processos de decisão, mas acaba por se tomar uma decisão errada porque a qualidade dos dados era fraca, “geram-se prejuízos”. Se infraestruturas críticas colapsarem na sequência do uso de tecnologia, “criam-se prejuízos”.

“Boa parte dos riscos não são intuitivos”, alerta o especialista em regulamentação da IA. Vai depender da área e atividade da empresa. No entanto, um risco comum a ter em conta é que “as ferramentas de inteligência artificial podem levar a decisões enviesadas ou erradas“, defende, olhando por exemplo a problemas relacionados com o histórico ou qualidade dos dados usados.

Em segundo lugar, existem desafios no que diz respeito à transparência a explicabilidade dos dados. “As empresas não podem correr o risco de desconhecerem porque é que certas decisões são tomadas”, no sentido de não estarem por dentro de como funcionam os processos com recurso a inteligência artificial que as suportam. Dando um exemplo prático, Mesquita Nunes questiona se é admissível que um banco recuse acesso a crédito com explicando que assim o é porque o sistema o determinou, “ou queremos uma explicação?”. Por fim, há que ter em conta o risco de a IA poder ameaçar infraestruturas críticas, impondo-se um desafio de resiliência e cibersegurança, enumera.

“Isto não significa que as empresas não devam aderir em força à IA. Essa adoção deve ser feita mapeando e mitigando os riscos. O que não pode acontecer é acharem que IA é um assunto de IT [da equipa tecnológica] sobre o qual não têm muito a dizer“, ressalva. É da responsabilidade dos conselhos de administração trazer conhecimento e capacidades para a empresa, de forma a garantir que as decisões tomadas nesta área são informadas, e que a estratégia delineada tem as exigências legais como base. “É aconselhável que o conselho de administração e a comissão executiva tenham a inteligência artificial (IA) como um dos pontos recorrentes da sua agenda”, remata.

O incumprimento do regulamento europeu que está em vigor pode levar a multas de até 7% do volume de negócios global anual da empresa, sublinha o sócio da Pérez Llorca.

Em suma, aconselha Mesquita Nunes, os conselhos de administração devem participar no processo e procurar saber quais os usos atuais e planeados para a inteligência artificial na organização, as funções que a IA pode assumir no setor em questão e nos respetivos clientes e, finalmente, conhecer todos os riscos e oportunidades associados.

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