Tarifas dos EUA sobre importações do México e Canadá arrancam esta terça-feira

"Está tudo pronto. Entram em vigor amanhã”, anunciou o presidente norte-americano, sobre as tarifas às importações do Canadá e México. Já as tarifas recíprocas avançam a 2 de abril.

Os direitos aduaneiros de 25% sobre as importações do Canadá e México para o mercado norte-americano vão mesmo avançar esta terça-feira, anunciou Donald Trump. Já as tarifas recíprocas avançam a 2 de abril, acrescentou ainda o presidente dos EUA esta segunda-feira.

Desta forma acabam as esperanças de um acordo de última hora que evitaria a escalada para uma guerra comercial com os principais parceiros comerciais dos EUA. “Está tudo pronto. Entram em vigor amanhã”, afirmou o presidente norte-americano em conferência de imprensa.

A “ordem executiva” pressupunha a imposição de tarifas a partir de 3 de fevereiro. No entanto, Trump adiou os planos por um mês depois dos dois vizinhos dos EUA se comprometeram a tomar medidas para resolver problemas nas respetivas fronteiras.

Na semana passada, Trump já tinha confirmado que a imposição de tarifas entraria em vigor esta terça-feira, queixando-se de que drogas ilícitas continuam a entrar no “país a partir do México e do Canadá a níveis muito elevados e inaceitáveis”.

“Se Trump está a impor tarifas, estamos prontos”, garantiu a ministra dos Negócios Estrangeiros do Canadá, Mélanie Joly, em reação às declarações de Trump. “Estamos prontos com 155 mil milhões de dólares em tarifas e estamos prontos com a primeira parcela de tarifas, que é de 30 mil milhões de dólares”, acrescentou.

Joly disse que o Canadá tem um plano fronteiriço muito forte e explicou isso aos responsáveis da administração Trump na semana passada. A chefe da diplomacia canadiana realçou também que os esforços diplomáticos continuam.

O chefe de Estado norte-americano revelou ainda que vai acrescentar outra tarifa de 10% sobre os produtos da China, além dos 10% iniciais que implementou no mês passado.

No mesmo dia, Trump avisou, na rede social TruthSocial, que os EUA vão impor tarifas aduaneiras sobre produtos agrícolas importados a partir de 2 de abril.

“Para os grandes agricultores dos Estados Unidos: Preparem-se para começar a produzir muitos produtos agrícolas para serem vendidos dentro dos Estados Unidos. As tarifas serão aplicadas aos produtos externos a 2 de abril. Divirtam-se!”, declarou o presidente norte-americano esta segunda-feira.

Trump não detalhou quais serão os produtos afetados nem se haverá exceções. Também não é claro se esta medida faz parte do seu plano para implementar tarifas “recíprocas” sobre a maioria dos parceiros comerciais dos EUA.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Primeiro-ministro pede à Entidade para a Transparência que audite as suas declarações

  • Lusa
  • 3 Março 2025

Gabinete de Luís Montenegro, refere que "sucedem-se notícias sobre alegadas condutas atribuídas ao primeiro-ministro no âmbito profissional e patrimonial", muitas com pressupostos falsos.

O primeiro-ministro anunciou hoje que vai pedir à Entidade para a Transparência que audite a conformidade das suas declarações e respetiva evolução, assegurando ter cumprido todas as obrigações declarativas.

Num comunicado do gabinete de Luís Montenegro, refere-se que “nos últimos dias sucedem-se notícias sobre alegadas condutas atribuídas ao primeiro-ministro no âmbito profissional e patrimonial, muitas das quais assentes em pressupostos falsos, incorreções, imprecisões e ou interpretações jurídicas altamente discutíveis”.

“O primeiro-ministro reafirma ter cumprido todas as suas obrigações declarativas e ser detentor de um património totalmente compatível e suportado pelos rendimentos do trabalho da família”, lê-se no texto.

No entanto, “e para que não subsistam dúvidas, o primeiro-ministro vai dirigir um requerimento à Entidade para a Transparência para que se possa auditar a conformidade das declarações e respetiva evolução”.

“Quanto às denúncias anónimas apresentadas junto da Ordem dos Advogados e da Procuradoria-Geral da República, desconhecendo-se o seu conteúdo, considera-se ainda assim que podem ser uma oportunidade para afastar dúvidas de legalidade suscitadas na esfera pública, pelo que se aguardará a tramitação e conclusão das respetivas averiguações”, lê-se ainda no comunicado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Pedro Nuno Santos pede uma comissão parlamentar de inquérito ao caso Montenegro

  • ECO
  • 3 Março 2025

O líder socialista reiterou que Portugal já vive numa "situação de crise política" e que o "principal fator de instabilidade é o primeiro-ministro". PS vai pedir uma comissão parlamentar de inquérito.

Pedro Nuno Santos anunciou esta segunda-feira que vai pedir uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) ao caso da empresa familiar do primeiro-ministro, depois de ter reunido com o secretariado do PS para analisar a atual situação política. O líder socialista afirmou que o país está “a viver uma crise política” e que o “principal fator de instabilidade” é Luís Montenegro.

“O PS apresentará, na Assembleia da República, um requerimento potestativo para a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito”, disse o secretário-geral socialista, na sede do partido no Largo do Rato. “Não o fazemos com gosto, sei bem quão duro é uma CPI. Infelizmente, o senhor primeiro-ministro não nos dá alternativa, esta é mesmo a última figura regimental ao nosso dispor para assegurar que temos o direito a saber a verdade”, justificou.

A prioridade socialista passa por “proteger o regime e as instituições”, com “sentido de Estado” e sem querer “provocar crises políticas”.

“Não é matéria do foro privado, é matéria de Estado”, diz Pedro Nuno Santos, que lembra que Montenegro “esteve a receber avenças de empresas ao mesmo tempo que era primeiro-ministro” durante dez meses. “Isto é inaceitável”, sublinhou, antes de acrescentar que a “empresa é Luís Montenegro”. O socialista classificou ainda como “grave” a notícia de que o primeiro-ministro não tinha declarado todas as contas bancárias à Entidade da Transparência.

O líder socialista disse ainda que pediu uma audiência ao Presidente da República e conversou, antes de falar aos jornalistas, com Marcelo Rebelo de Sousa sobre esta decisão do partido. O chefe de Estado tinha lamentado, esta terça-feira, que Luís Montenegro só lhe tinha telefonado meia hora após a declaração ao país no passado sábado, onde anunciou que empresa familiar seria totalmente entregue aos filhos.

Mesmo com o pedido de uma CPI, o PS não vai “abdicar de nenhuma figura regimental nem da moção de censura mas só a apresentará quando for o momento adequado para o fazer”. Pedro Nuno Santos garante ainda que o “PS não tem medo de eleições”, até porque no sábado, logo após a declaração de Montenegro, avançou que não aprovaria uma moção de confiança do Governo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Plano de insolvência da TiN prevê injeção de até 1,5 milhões pelo acionista

  • Lusa
  • 3 Março 2025

A empresa conta atualmente com 104 colaboradores e estima que "os custos com pessoal não poderão ultrapassar os 250 mil euros/mês".

O plano de insolvência da Trust in News (TiN) prevê a injeção de um valor de até 1,5 milhões de euros pelo acionista único, Luís Delgado, o encerramento da delegação do Porto e busca de soluções para publicações deficitárias.

Segundo o documento, a que a Lusa teve acesso, a TiN, que detém publicações como a Visão e a Exame, propõe aos credores um “compromisso de aporte de até 1,5 milhões de euros, faseadamente, e em função das necessidades da empresa para reforçar a tesouraria“, por parte do acionista único.

O plano mantém ainda a intenção de suspender, licenciar ou vender publicações deficitárias como TV Mais, Telenovelas, Caras Decoração, Prima, Visão Saúde, Visão Surf e This Is Portugal, sendo que, “com exceção da Telenovelas, todas as outras publicações já estão suspensas”.

“A TIN está empenhada a tentar encontrar estas soluções (venda/licenciamento) no mais curto espaço de tempo, ainda em 2025”, indicou. “Pretende ainda um ajuste na periodicidade se necessário de algumas revistas, mantendo apenas as mais rentáveis”, além da redução de 70% do espaço físico (50% já foi reduzido) e o “encerramento da delegação no Porto”. Será ainda reduzido “o quadro de funcionários, proporcional à suspensão publicações, com reestruturação interna”.

A empresa conta atualmente com 104 colaboradores, indicou, e estima que “os custos com pessoal não poderão ultrapassar os 250 mil euros/mês, objetivo alcançável, com o apoio e intervenção do administrador da insolvência”, referiu.

Quanto ao pagamento das dívidas proposto, será faseado, no caso da Autoridade Tributária e Segurança Social em 150 prestações, além de um “plano de pagamento de 12 a 15 anos para credores comuns e garantidos” e da “possibilidade de permuta de publicidade para pagamento de parte das dívidas”.

Para aumentar receitas, o plano prevê o “aumento de assinaturas digitais e melhoria da plataforma de e-commerce”, parcerias “estratégicas com outros grupos editoriais”, a “exploração de novos formatos de conteúdo, como podcasts e vídeos” e o “licenciamento de marcas para gerar receita adicional”.

Quanto ao impacto desta reestruturação, a empresa aponta uma “melhoria gradual da rentabilidade, com um retorno a resultados positivos esperado a médio prazo”, evitando-se assim a liquidação da empresa e “preservando postos de trabalho e ativos”. Ficará, segundo o plano, ajustado “o modelo de negócio para um formato mais sustentável, alinhado às tendências digitais”, garantindo ainda o “pagamento aos credores, comparativamente a um cenário de liquidação, onde muitos não receberiam seus créditos”.

O plano prevê também a “criação imediata de uma ‘Task Force’ com dois diretores editoriais, diretora comercial, diretora financeira e diretor de recursos humanos, com a tarefa de reanalisar todos os custos e contratos passíveis de serem renegociados ou cessados, sem qualquer penalização para a empresa, e apresentar medidas e sugestões para aumentar as receitas, tendo em conta os recursos existentes” e os melhores exemplos nacionais e internacionais. As sugestões deste órgão “serão implementadas após aprovação da gerência e do administrador da insolvência”.

A proposta para a continuidade da TiN, mediante a apresentação de um plano de insolvência num prazo de 30 dias, foi aprovada em assembleia de credores, em 29 de janeiro, mantendo-se os títulos em atividade.

O relatório será agora submetido à Assembleia de Credores da TiN para “deliberação dos credores sobre o teor do mesmo”, de acordo com o documento que propõe a recuperação da insolvente.

Fundada em 2017, a Trust in News é detentora de 16 órgãos de comunicação social, em papel e digital.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Prémio para novas carreiras da Função Pública é reduzido para 10% se serviços falharem objetivos

Subsídio de 25% para técnicos superiores em orçamento, de estatística e políticas públicas será menor se 75% dos objetivos não forem cumpridos. Mantém-se a obrigação de isenção de horário.

O prémio de produtividade que será pago aos funcionários públicos nas carreiras de técnico superior especialista em orçamento e de estatística ou na que será criada na área de administração e políticas públicas vai ser reduzido de 25% para 10% do ordenado base, caso os serviços não atinjam 75% dos objetivos. Mas mantém-se a obrigação de isenção de horário não sujeito aos limites máximos dos períodos normais de trabalho, segundo a versão preliminar do projeto de diploma que o Governo entregou esta segunda-feira aos sindicatos e a que o ECO teve acesso.

“A atribuição do suplemento, num determinado ano civil, depende do cumprimento, no ano civil anterior, de, pelo menos, 75% dos indicadores, sem prejuízo de se assegurar, a cada trabalhador, o valor mínimo correspondente a 10% da sua remuneração base mensal”, lê-se no documento que a secretária de Estado da Administração Pública, Marisa Garrida, apresentou à federações sindicais representativas dos trabalhadores do Estado.

“O Governo fez uma proposta no sentido de que sejam cumpridos 75% dos indicadores e nós questionamos: Por que é que são 75% e não 50% ou 60%?”, criticou o secretário-geral da Federação dos Sindicatos da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (Fesap), José Abraão, no final da reunião com a secretária de Estado da Administração Pública, que decorreu esta segunda-feira no Ministério das Finanças.

No entanto, e de acordo com a proposta do Governo, mesmo que as entidades empregadoras não atinjam aqueles objetivos, os seus funcionários terão direito a um subsídio de 10%. Para o dirigente sindical, “isto é um retrocesso, porque mantém-se a questão da isenção de horário”.

De lembrar que, este ano, e de forma excecional todos os funcionários vão receber o prémio com efeitos retroativos a abril, independentemente da avaliação. A partir de 2025, este suplemento será pago durante 12 meses, consoante o cumprimento de objetivos.

O líder da Fesap notou que, “na primeira reunião, o Governo disse que este suplemento seria permanente, à semelhança de outros que já existem na administração pública”. Neste ponto, o Executivo está disponível para rever a proposta, sinalizou José Abraão.

Governo corta bónus para dirigentes intermédios de segundo grau

O suplemento remuneratório para os dirigentes intermédios de segunda categoria será menor face ao projeto inicial. No documento anterior, lia-se que os dirigentes das autoridades Orçamental, Financeira e da Administração Pública, do Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais (GPEARI), da Secretaria-Geral do Governo, do Centro de Planeamento e de Avaliação de Políticas Públicas (PLANAPP) e do Centro Jurídico do Estado (CEJURE) iriam ter direito a um bónus mensal entre 15% e 20%, consoante a hierarquia.

Contudo, a versão agora apresentada aos sindicatos baixa a fasquia mínima para os 10%. A diferença está no desdobramento dos dirigentes intermédios: os de primeiro grau recebem 15%, mas os de primeiro grau só têm direito a 10%.

E a cláusula de salvaguarda que permite pagar o bónus aos trabalhadores mesmo que os serviços falhem as metas, não se aplica aos cargos de chefia, estabelece o mesmo projeto de diploma.

A versão preliminar do decreto, ainda em forma de documento de trabalho, deverá ser aprovada em Conselho de Ministros esta sexta-feira, dependendo do resultado da votação da moção de censura ao Governo do PCP, que será votada ainda esta semana. Depois as negociações com os sindicatos serão retomadas. O decreto final deverá ser apreciado pelo Governo daqui por duas ou três semanas.

A valorização da posição de entrada das carreiras de técnico superior especialista em orçamento e finanças e de estatística, que sobe 52,53 euros, de 1.495,20 euros para 1.547,83 euros, e a criação de uma nova, no âmbito da administração e políticas públicas com a mesma estrutura remuneratória, surge no âmbito da reforma do Estado que prevê a criação de três nova autoridades: do Orçamento, das Finanças e da Administração Pública.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Papa sofre dois episódios de insuficiência respiratória aguda

  • Lusa
  • 3 Março 2025

O Vaticano informou que o líder religioso permaneceu “sempre lúcido, orientado e colaborativo”.

O Papa Francisco sofreu esta segunda-feira dois episódios de insuficiência respiratória aguda, no seu 18.º dia de internamento, no Hospital Gemelli de Roma, mas permaneceu sempre lúcido, informou o Vaticano.

“Hoje, o Santo Padre apresentou dois episódios de insuficiência respiratória aguda causados por uma importante acumulação de secreção mucosa endobrônquica”, segundo o comunicado diário sobre o estado de saúde do líder da igreja católica.

Segundo a nota, estes episódios causaram uma nova crise de “broncoespasmo”. Devido a estes episódios, Francisco foi submetido a duas broncoscopias, aspiradas “secreções abundantes” e teve de retomar esta tarde a ventilação mecânica “não invasiva”.

O Vaticano informou que o líder religioso permaneceu “sempre lúcido, orientado e colaborativo”. Francisco, de 88 anos, está internado no hospital Gemelli, em Roma, desde 14 de fevereiro, por bronquite com infeção polimicrobiana, à qual se somou pneumonia bilateral.

O prognóstico permanece “reservado”, ou seja, os médicos não esclarecem qual a possível evolução do quadro clínico do Papa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Função Pública que transite para nova carreira das Finanças arrisca ganhar menos 158 euros

O problema levanta-se para os técnicos superiores na primeira posição remuneratória que percam os pontos de avaliação por passarem para o regime de orçamento, estatística e políticas públicas.

Há funcionários públicos que arriscam ganhar menos cerca de 158 euros no salário se transitarem para as carreiras de técnico superior especialista em orçamento e de estatística e para a que vai ser criada na área de administração e políticas públicas, segundo as contas do ECO e confirmadas pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS), afeta à Frente Comum, com base na versão preliminar do projeto de diploma que o Governo entregou esta segunda-feira às federações sindicais representativas dos trabalhadores do Estado e a que o ECO teve acesso.

Em causa estão os técnicos superiores na primeira posição remuneratória da carreira geral, na iminência de progredirem para o nível salarial seguinte e que percam os pontos por passarem para o regime especial de orçamento, finanças e políticas públicas. Em vez de poderem receber 1.705,73 euros, após a avaliação, ficam com um salário de apenas 1.547,83 euros. Menos 157,9 euros por mês.

O Ministério das Finanças foi questionado pelo ECO se iria corrigir esta situação, mas até ao fecho do artigo não obteve resposta. Os sindicatos indicaram, no entanto, que a tutela mostrou abertura para rever a matéria.

O documento de trabalho, apresentado pela secretária de Estado da Administração Pública, Marisa Garrido, determina que, “na transição para a carreira de técnico superior especialista” em orçamento e Finanças do Ministério das Finanças, de estatística do Instituto Nacional de Estatística (INE) e de administração e políticas públicas, “os trabalhadores são reposicionados na posição remuneratória correspondente ao nível remuneratório imediatamente seguinte ao nível remuneratório ou à remuneração base que detêm na data de produção de efeitos do presente decreto-lei”.

Mas a passagem para as novas carreiras implica a perda de pontos do sistema integrado de gestão e avaliação do desempenho na Administração Pública (SIADAP), única possibilidade para a progressão e valorização salarial ao fim de oito pontos, o que corresponde a sensivelmente oito anos.

Por isso, os técnicos superiores do regime geral que preencham os requisitos para darem um salto na posição podem ficar com um vencimento menor caso não se oponham à integração nas novas carreiras especiais, tendo em conta a estrutura remuneratória do regime geral e especial.

Em concreto, um técnico superior da carreira geral na primeira posição remuneratória, a ganhar 1.442,57 euros mensais brutos, que corresponde ao nível 16 da Tabela Remuneratória Única (TRU), e que esteja em condições de progredir ao reunir os oito pontos necessários, subiria para a segunda posição da carreira (nível 21), com um salário mensal bruto de 1.705,73 euros.

Se for reintegrado na nova carreira de regime especial perde os pontos e passa para a posição de entrada (nível 18) com um ordenado de 1.547,83 euros. Ou seja, fica com um vencimento inferior em cerca de 158 euros face ao que poderia ter se continuasse na carreira geral.

Esta questão coloca-se essencialmente para os licenciados que estejam a receber o salário de entrada, uma vez que, em relação às restantes posições remuneratórias, o vencimento é mais atrativo nas carreiras especiais de orçamento, estatística e de administração e políticas públicas.

De salientar que todos os trabalhadores que forem integrados nas novas carreiras vão ter um aumento de cerca de 52 euros, equivalente a um salto na posição remuneratória, tal como ECO já noticiou. Mas, no caso dos funcionários que passem para a primeira posição e que estejam habilitados a progredir na carreira geral, o panorama é desfavorável se passarem para o regime especial.

Prazo de 30 dias para os trabalhadores exercerem o “direito de oposição”

Se o Governo não deixar cair a perda de pontos de avaliação como moeda de troca para o ingresso nas novas carreiras, Catarina Simão, dirigente da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS), afeta à Frente Comum, teme que muitos técnicos superiores da carreira geral recorram ao “direito de oposição” , porque, na transição, perdem os pontos e a capacidade de progredir, afirmou no final da reunião com a secretária de Estado da Administração Pública, Marisa Garrido, que decorreu esta segunda-feira no Ministério das Finanças.

O projeto de diploma prevê que os funcionários a ser reafetados terão um período de 30 dias para se oporem à reintegração em nova carreira, a contar da data de notificação. Face à preocupação levantada por FNSTFPS, Catarina Simão salientou que o Governo está disposto a corrigir a situação: “Aquilo que nos foi dito pela senhora secretária de Estado da Administração Pública é que o Governo está flexível”.

O secretário-geral da Federação dos Sindicatos da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (Fesap), José Abraão, também chamou a atenção para essa “injustiça”: “Quem estava na primeira posição remuneratória, que é o nível 16, tinha a expectativa de mudar para o nível 21 e agora vai para o 18 e depois ainda tem de esperar oito anos para poder progredir”. O líder sindical deu também nota que “o Governo está a analisar” a questão.

José Fragoso, do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), salientou igualmente a “abertura do Governo” para deixar cair a perda de pontos: “Senti a expressão de que vão estudar, senti essa verbalização”.

Quem vai transitar para as novas carreiras?

Quais os técnicos superiores das carreiras gerais que irão ingressar automaticamente no regime especial, caso não exerçam o direito de oposição? A proposta apresentada pelo Governo indica que “transitam para a nova carreia de técnico superior especialista em orçamento e finanças do Ministério das Finanças, sem necessidade de quaisquer outras formalidades, os trabalhadores da carreira geral de técnico superior que integram os mapas de pessoal do Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais Ministério das Finanças (GPEARI), da Direção-Geral do Orçamento (DGO) e da Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF)”, de acordo com o projeto de diploma.

Na carreira de técnico superior especialista de estatística, serão integrados os licenciados do regime geral do Instituto Nacional de Estatística (INE). E os técnicos superiores do regime geral da Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP) dos Serviços Sociais da Administração Pública (SSAP) e do Instituto Nacional de Administração (INA) serão reposicionados na carreira de técnico superior especialista em coordenação transversal de administração e políticas públicas.

A versão preliminar do projeto de diploma, ainda em forma de documento de trabalho, deverá ser aprovada em Conselho de Ministros esta sexta-feira, dependendo do resultado da votação da moção de censura ao Governo do PCP, que será votada ainda esta semana. Depois as negociações com os sindicatos serão retomadas. O decreto final deverá ser apreciado pelo Governo daqui por duas ou três semanas.

A valorização da posição de entrada das carreiras de técnico superior especialista em orçamento e finanças e de estatística, que sobe 52,53 euros, de 1.495,20 euros para 1.547,83 euros, e a criação de uma nova, no âmbito da administração e políticas públicas com a mesma estrutura remuneratória, surge no âmbito da reforma do Estado que prevê a criação de três nova autoridades: do Orçamento, das Finanças e da Administração Pública.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Biometrid cria parceria com a Caixa Geral de Aposentações por três anos

Com cerca de 9.000 pensionistas da CGA distribuídos por 29 países, a solução desenvolvida pela Biometrid permitirá uma automatização quase total do processo de prova de vida.

A tecnológica portuguesa Biometrid assinou um contrato com a Caixa Geral de Aposentações (CGA) para ser a empresa responsável pela verificação digital para prova de vida dos pensionistas que residem no estrangeiro nos próximos três anos.

“Este contrato representa um marco importante para a Biometrid, não apenas pela sua dimensão, mas porque reforça a sua posição como líderes em verificação de identidade no setor público,” afirma Frederico Costa, que assumiu o cargo de CEO da Biometrid em maio do ano passado.

A solução desenvolvida pela Biometrid permitirá uma automatização quase total do processo de prova de vida, com assistência humana apenas em situações onde os pensionistas enfrentem dificuldades tecnológicas.

Frederico Costa, CEO da BiometridLinkedin de Frederico Costa

A tecnológica detalha, em comunicado, que com cerca de 9.000 pensionistas da CGA distribuídos por 29 países, a “Biometrid demonstra a capacidade de gerir processos complexos de verificação de identidade a nível global, garantindo máxima segurança e eficiência ao processo”.

“A CGA está comprometida em extrair o máximo potencial da digitalização do processo de prova de vida, através da utilização de métodos transparentes e seguros, para proporcionar aos pensionistas residentes no estrangeiro uma forma mais confortável e eficiente de cumprirem uma obrigação legal, sem os incómodos associados a uma deslocação física periódica aos serviços consulares portugueses”, destacam os representantes da CGA, em comunicado.

Os representantes da Caixa Geral de Aposentações referem ainda que esta tecnologia serve ainda “para assegurar à Caixa Geral de Aposentações um grau superior de controlo no pagamento de pensões”.

Acreditamos que esta solução tecnológica inovadora é um contributo valioso para os pensionistas, permitindo-lhes realizar operações de forma simples, sem complicações, sem deslocações físicas desnecessárias e, acima de tudo, de forma rápida.

Frederico Costa

CEO da Biometrid

“Acreditamos que esta solução tecnológica inovadora é um contributo valioso para os pensionistas, permitindo-lhes realizar operações de forma simples, sem complicações, sem deslocações físicas desnecessárias e, acima de tudo, de forma rápida“, acrescentou o CEO da Biometrid.

A Biometrid, que se assume “como empresa líder no desenvolvimento de soluções inovadoras de verificação de identidade biométrica, responsável entre outros pela certificação de identidade para a atribuição via biometria da Chave Móvel Digital”, tem um portfólio de clientes como a Citibank, Nos, Águas de Santarém e Link Consulting.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Europa precisará de 300 mil militares e 250 mil milhões por ano para defesa sem EUA

  • Lusa
  • 3 Março 2025

Os custos adicionais equivaleriam apenas a cerca de 1,5% do PIB da UE e menos do que custou enfrentar a pandemia de covid-19, segundo uma análise dos think-tanks Bruegel e Instituto Kiel.

O cenário de a Europa ficar sozinha na sua defesa sem os Estados Unidos representaria um esforço adicional de cerca de 300 mil militares e um gasto de 250 mil milhões de euros anuais, segundo um estudo hoje divulgado.

Uma análise dos think tanks Bruegel e do Instituto Kiel apresentou números sobre o significado para os países europeus – incluindo a União Europeia e o Reino Unido – assumirem sozinhos a defesa, após o regresso do republicano Donald Trump à liderança dos EUA e da sua aproximação a Moscovo para terminar a guerra na Ucrânia, ultrapassando os interesses de Kiev.

O número de militares estimado é o resultado da retirada da equação dos cerca de cem mil efetivos que os Estados Unidos mobilizaram para o continente europeu e dos 200 mil que Washington calcula que poderia rapidamente destacar em caso de ataque da Rússia contra um membro da NATO.

De acordo com o documento consultado pela agência Europa Press, o aumento do número de tropas deveria concentrar-se em “forças mecanizadas e blindadas para substituir as unidades pesadas dos Estados Unidos” e resultaria em 50 novas brigadas europeias.

Além do recrutamento e formação de 300 mil soldados, seriam precisos, segundo as estimativas dos institutos belga Bruegel e alemão Kiel, com pelo menos 1.400 tanques e 2.000 veículos de infantaria, excedendo em muito o stock atual da soma das forças terrestres da Alemanha, França, Itália e Reino Unido.

A Europa também necessitaria de produzir cerca de duas mil munições de longo alcance por ano para combater as capacidades da Rússia. O estudo destaca que, até 2024, Moscovo terá aumentado a sua produção de tanques em 220%, de veículos blindados em 150% e de munições de longo alcance em 435%.

A estimativa inicial do documento dos think tanks belga e alemão aponta gastos adicionais com a defesa de cerca de 250 mil milhões de euros anuais no curto prazo, passando de cerca de 2% do PIB atual para 3,5%. “Mesmo que a escala seja inicialmente considerável, em termos económicos é controlável em relação à força económica da UE”, sublinha Guntran Wolff, um dos autores da análise e membro do Instituto Kiel.

Os custos adicionais equivaleriam apenas a cerca de 1,5% do PIB da UE e menos do que custou enfrentar a pandemia de covid-19, notou. Wolff chama ainda a atenção para a capacidade da Rússia de alcançar potencial militar para atacar estados da UE nos próximos três a dez anos.

“Por isso, devemos classificar isto como um perigo real”, defende o especialista, que acredita que esta é mais uma razão para a Europa tentar “impedir uma vitória russa na Ucrânia”. No entanto, os autores da análise alertam para o grande desafio de falta de coordenação militar entre os países europeus.

Segundo dados do Instituto Internacional de Investigação para a Paz de Estocolmo (SIPRI), em 2024, os países europeus – os 27 mais o Reino Unido – tinham 1,47 milhões de militares nas suas forças armadas, mas, de acordo com a análise de Bruegel e Kiel, não existe um comando unificado para os coordenar.

Se cada país tentar defender-se sozinho, vai custar mais”, alerta Wolff, comentando que “a segurança individual é mais cara do que a segurança coletiva” e que, nesse sentido, “uma coordenação mais estreita e a aquisição conjunta [de armas] são essenciais”. Os dois think tanks defendem ainda que os 250 mil milhões de euros necessários “poderiam ser divididos igualmente entre as despesas nacionais e da UE, facilitando tanto aquisições conjuntas substanciais como despesas militares nacionais”.

Quanto ao modo de se obter os fundos necessários, é indicada a alternativa de dívida de curto prazo, “tanto por razões políticas como económicas”. Uma solução seria angariar 125 mil milhões de euros anualmente ao longo dos próximos cinco anos a nível da UE, com os Estados-membros a comprometerem-se gradualmente a aumentar a sua quota-parte de despesas não financiadas por dívida durante esse período.

O Instituto Kiel publicou uma outra análise na qual também defende a dívida como forma de financiar o aumento das despesas com a defesa depois de avaliar algumas “lições da história”. Os autores defendem que, nos últimos 150 anos, os governos optaram geralmente por aumentar a dívida quando tiveram de financiar a subida do seu potencial militar, muitas vezes acompanhado ou seguido de um aumento de impostos.

Os cortes noutras áreas, como a assistência social, a saúde, a educação, a política externa e a política interna, foram geralmente a exceção e não contribuíram para o reforço militar quando tal foi necessário. Chama-se especial atenção para o que aconteceu no Reino Unido na década de 1930, quando o Tesouro tentou manter um orçamento equilibrado e impediu grandes investimentos na defesa até 1937, enquanto a Alemanha nazi se fortalecia.

“A Alemanha e a Europa devem evitar o grave erro da política de ‘impostos em primeiro lugar’ do Reino Unido e agir de forma rápida e decisiva”, afirma Christoph Trebesh, diretor de investigação do Instituto Kiel e um dos autores desta análise.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Depois da denúncia contra Montenegro, o que pode fazer o PGR?

Amadeu Guerra admite que recebeu uma denúncia anónima contra Luís Montenegro mas, de forma defensiva, esclarece que a mesma ainda "está em análise".

O Procurador-Geral da República recebeu uma denúncia anónima relativamente à questão que envolve Luís Montenegro e sua empresa familiar Spinumviva. “Confirmamos a receção de uma denúncia anónima, a qual se encontra em análise”, garantiu fonte oficial do gabinete de Amadeu Guerra ao ECO.

O ECO já tinha tentado obter uma reação por parte da PGR sobre a criação da empresa familiar de Luís Montenegro – a Spinumviva –, que ganhou contornos políticos mais graves na sexta-feira, levantando questões sobre o papel que o primeiro-ministro ainda terá nesta sociedade. E que levou, no sábado, Montenegro a desafiar a oposição a apresentar uma moção de censura, o que acabou por acontecer, por iniciativa do PCP. Mas a resposta da PGR só chegou esta segunda-feira, depois do gabinete de Amadeu Guerra admitir que recebeu uma denúncia anónima mas, de forma defensiva, esclarecer que a mesma ainda “está em análise”.

Depois das explicações do primeiro-ministro, para lá de um potencial conflito de interesses entre Montenegro e a Solverde, ficam ainda no ar dúvidas relativamente aos atos praticados pela própria empresa. Se configuram, ou não, atos jurídicos que – até abril de 2024 – eram exclusivos de advogados e só poderiam ser exercidos em contexto de uma sociedade de advogados e não de uma sociedade comercial. Ou seja: se estamos perante o crime de procuradoria ilícita.

E o que pode fazer Amadeu Guerra, a partir daqui?

Ora, tratando-se de factos que podem ter sido realizados por Montenegro enquanto já era primeiro-ministro – o que aconteceu em março de 2023 –, a abertura de um inquérito criminal contra o primeiro-ministro tem sempre de ser feita por um procurador-geral-adjunto do Ministério Público do Supremo Tribunal de Justiça (STJ).

Apesar de não ser obrigatória a abertura desta investigação, a lei diz que, a menos que seja manifestamente infundada, uma denúncia impõe abertura de inquérito, nem que seja para arquivar posteriormente. Logo, se Amadeu Guerra nada fizer poderá vir a ser criticado por deixar de lado uma investigação ao líder do Executivo que o indicou para titular da investigação criminal, em outubro de 2024.

Segundo o artigo 246º do Código de Processo Penal, a denúncia anónima determina a abertura de inquérito se “dela se retirarem indícios da prática de crime” ou se o ato em causa “constituir crime”.

O advogado penalista Paulo Saragoça da Matta disse ao ECO/Advocatus que o Ministério Público “não pode decidir livremente, mas sim decidir de acordo com o princípio da legalidade”.

António Jaime Martins, advogado e ex-dirigente da Ordem dos Advogados – e atual candidato ao Conselho Superior –, defende que os atos referidos pela empresa “exigem qualificação jurídica. E mesmo agora a consultoria jurídica por empresas está sujeita a requisitos apertados e neste caso a empresa nem sequer é uma multidisciplinar pois não tem sócios advogados”.

Também esta segunda-feira, a bastonária da OA, Fernanda de Almeida Pinheiro, remeteu o comunicado da empresa familiar de Montenegro, Spinumviva, para ser alvo de averiguações pelo Conselho Regional do Porto. “A Ordem dos Advogados tem estruturas próprias para averiguar essa situação [se estamos perante um crime de procuradoria ilícita].

O que acontece agora é que perante o comunicado que foi emitido pelo primeiro-ministro relativamente à sua empresa, uma situação que é pública, a Ordem desencadeia um processo de forma normal como se sucederia como qualquer outro processo”, disse a bastonária em declarações à RTP3.

Desde abril de 2004 que o “Regime Jurídico dos Atos de Advogados e Solicitadores” foi alterado, definindo o alcance dos atos próprios dos advogados e dos solicitadores e tipificando ainda o crime de procuradoria ilícita. Uma alteração que surge na sequência de obrigações europeias, com a alteração da Lei das Associações Públicas Profissionais.

Os mais relevantes atos reservados aos advogados e solicitadores são no exercício de um mandato que é, no fundo, a representação legal de uma pessoa em tribunal. Mas não só.

São também os atos de consulta jurídica, como a elaboração de contratos e a prática dos atos preparatórios à constituição, alteração ou extinção de negócios jurídicos, designadamente os praticados junto de conservatórias e cartórios notariais, a negociação para cobrança de créditos ou o exercício do mandato no para reclamação ou impugnação de atos do Estado ou do Fisco. E que são exclusivos de advogados e solicitadores e não podem ser realizados por consultoras ou empresas comerciais, como é o caso da de Montenegro.

Caso aconteça, estamos perante o caso de procuradoria ilícita, punido com pena de prisão até um ano ou com pena de multa até 120 dias.

Conferência de líderes reúne-se terça-feira para decidir data do debate de moção de censura

A conferência de líderes parlamentares vai reunir-se esta terça-feira de manhã para decidir a data do debate e votação da moção de censura do PCP, entregue no domingo pelo partido no parlamento, indicou à Lusa fonte parlamentar. A moção de censura em questão, com o título “Travar a degradação nacional, por uma política alternativa de progresso e de desenvolvimento”, tem chumbo garantido, uma vez que o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, já anunciou que não pretende viabilizá-la.

Esta iniciativa foi apresentada pelo PCP depois de, no sábado à noite, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, ter feito uma declaração ao país na qual admitiu avançar com uma moção de confiança ao Governo se os partidos da oposição não esclarecessem se consideram que o executivo “dispõe de condições para continuar a executar” o seu programa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ageas Seguros abriu nova loja premium em Aveiro

  • ECO Seguros
  • 3 Março 2025

A marca do Grupo Ageas Portugal tem vindo a investir na expansão da sua rede com abertura de novas lojas, e na modernização das já existentes, através da implementação do conceito "Loja Premium"

A Ageas Seguros abriu a sua nova loja premium em Aveiro na passada quarta-feira. Segundo avança em comunicado, a agência passou para a Praceta Dr. Alberto Souto, estando previamente na Avenida Dr. Lourenço Peixinho.

Equipa do Agente Exclusivo Ageas Seguros Segurlitoral: Manuel Marques, Luis Cardote (sócio-gerente) e Patrícia André.

Segundo avançou em comunicado, a marca do Grupo Ageas Portugal tem vindo a investir na expansão da sua rede com a abertura de novas lojas, “bem como na modernização das já existentes, através da implementação do conceito “Loja Premium”, como é o caso desta nova loja”.

“O novo espaço oferece um ambiente mais acessível, cómodo e moderno, totalmente adaptado às necessidades dos clientes e da região”, refere em comunicado.

A nova loja premium da Ageas Seguros em Aveiro. O espaço foi pensado para ser mais moderno e eficiente refere a seguradora.

“Estamos entusiasmados por oferecer aos nossos clientes de Aveiro uma experiência ainda melhor nesta nova Loja Premium. O espaço foi pensado para ser mais moderno e eficiente, proporcionando um atendimento mais personalizado e acolhedor”, afirma Luís Cardote, sócio-gerente da nova loja.

A Ageas Seguros é a marca do Grupo Ageas Portugal especializada em seguros de vida, saúde, automóvel, casa e acidentes pessoais com uma rede de mediadores e conta com mais de 200 lojas em todo o país

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Conselho Opinião discorda da autonomia dada à administração da RTP no contrato de concessão

  • Lusa
  • 3 Março 2025

O órgão aponta ainda que o modelo de financiamento da RTP, expresso no documento, "continua genérico, não sendo possível aferir a sua sustentabilidade e previsibilidade numa base consistente".

O Conselho de Opinião da RTP discorda da alteração do contrato de concessão que dá à administração liberdade para criar novos serviços de programas.

Esta posição consta do parecer à revisão do contrato de concessão entre o Governo e a empresa pública Rádio e Televisão de Portugal (RTP), a que Lusa teve hoje acesso.

O Contrato de Concessão do Serviço Público de Media (CCSPM), de forma genérica, “baseia-se na produção e oferta de conteúdos audiovisuais e sonoros, através da prestação de serviços de programas televisivos, programas radiofónico e de serviços audiovisuais a pedido, incluindo outros serviços de base digital, em multiplataforma”, refere o Conselho de Opinião (CO), no parecer datado de 28 de fevereiro.

“Este modelo de gestão preconiza, no n.º3 da cláusula 2.ª, a possibilidade da concessionária poder “proceder ao lançamento e ao encerramento de serviços de programas televisivos e radiofónicos”.

No âmbito desta proposta de revisão, “o CO não está de acordo com a alteração face ao contrato de concessão em vigor, na atribuição exclusiva da responsabilidade ao Conselho de Administração sem os pareceres prévios do CGI [Conselho Geral Independente] e do Conselho de Opinião, especificamente no que se refere à criação de novos serviços sonoros e audiovisuais, entre outros serviços no programa de televisão e rádio“, lê-se no documento.

No n.º 4 da cláusula 2.ª, refere-se que a criação de novos serviços, incluindo programas de televisão e rádio não consagrados no contrato, deve ser precedida do envio ao CGI e ao CO da projeção dos objetivos a atingir e de uma análise financeira das despesas, custos e benefícios que permitam verificar através de parecer vinculativo a emitir pelo Conselho Geral Independente, ouvido o Conselho de Opinião, se esses serviços satisfazem adequada e proporcionalmente as necessidades democráticas, socaiis e culturais.

O Conselho de Opinião “opõe-se a tal omissão no projeto de CCSPM, nomeadamente no que concerne à ausência de adequados mecanismos de controlo, para além da necessária e desejável participação da sociedade civil”.

O órgão aponta ainda que o modelo de financiamento da RTP, expresso no documento, “continua genérico, não sendo possível aferir a sua sustentabilidade e previsibilidade numa base consistente“.

Entre as várias observações, o CO refere que do ponto de vista estratégico “não se vislumbram quaisquer medidas que possam alterar o atual enquadramento da RTP” no artigo 35.º do Código das Sociedades Comerciais, o qual refere a perda de mais de metade do capital social.

No que diz respeito à descentralização e coesão territorial, em que o CCSPM refere que pelo menos um dos serviços de programas televisivos de âmbito nacional deverá ficar sediado no Centro de Produção Norte (CPN) da RTP, o CO diz que “sendo este dever já observável na empresa, através da RTP2 (cuja sede foi transferida para a RTP Porto em 2014), entende-se ser necessário clarificar as exigências adicionais”.

Em suma, o projeto CCSPM “revela-se genérico na sua missão e princípios, estando baseado na agregação de segmentos, sem que sejam apontados critérios de avaliação e monitorização das obrigações de serviço público, nomeadamente pela separação entre os segmentos principais da televisão e da rádio“.

Segundo o CO, esta opção “revela-se questionável face aos potenciais impactos negativos ao nível da eficiência estratégica e operacional, bem como ao nível da transparência”.

Além disso, considera imprescindível que no âmbito das obrigações institucionais da RTP “sejam garantidos ao Conselho de Opinião todos os meios administrativos, financeiros e técnicos necessários ao exercício das suas funções”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.