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José Eduardo Moniz defende subsidiação do Estado em mecanismos de medição de audiências

Moniz também criticou a ERC, entidade que "atrofia" o trabalho dos media. No evento organizado pela APIT foram ainda defendidas alianças com as grandes plataformas.

José Fragoso (RTP), Daniel Oliveira (SIC), José Eduardo Moniz (TVI) e Inês Lopes Gonçalves

José Eduardo Moniz, diretor-geral da TVI, defende uma eventual subsidiação por parte do Estado na medição de métricas de audiências, que mudaram bastante ao longo dos anos, com a transição da televisão linear para outros meios e formatos. A ideia foi defendida no painel “Novos valores, novos conteúdos?”, durante o 10º Encontro de Produtores Independentes de Televisão, organizado pela APIT, e que decorreu na última semana, em Lisboa.

Em relação às métricas, “temos um larguíssimo caminho para percorrer, porque o que era válido há uns anos atrás já não é válido hoje, com a enorme dispersão que existe. Basta compararmos as audiências da GFK com a das boxes, para notar que as discrepâncias são grandes”, começou por apontar José Eduardo Moniz.

O diretor-geral da TVI observou que quem paga por essa medição são “no essencial”, as três televisões em sinal aberto (RTP, SIC e TVI), sendo que “qualquer movimento que o mercado faça, no sentido de perceber melhor aquilo que se está a passar no mercado, recai sempre sobre os ombros dos mesmos“.

E com o fardo de encargos que já temos às costas, não é viável enveredarmos também com a subsidiação de mais um mecanismo qualquer. Se calhar competiria ao Estado, com um bom grau de independência, absorver ele próprio alguns dos mecanismos dos quais necessitamos para trabalhar no nosso dia-a-dia, em vez de se preocupar com a criação de entidades que atrofiam o nosso trabalho“, afirmou José Eduardo Moniz, exemplificando com o caso da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC).

O diretor-geral da TVI disse não saber “objetivamente qual o papel que é conferido” a esta entidade e não ver “utilidade prática na função que desempenha”. “Acho que a ERC peca nos mesmos moldes que pecam outras instituições em Portugal, como seja a justiça: funciona tarde e a más horas, aplica multas quando elas não fazem sentido, tem critérios múltiplos para as decisões quando a objetividade devia guiar a sua atividade”, afirmou.

As ideias do responsável da TVI sobre a medição de audiências vêm na sequência da ideia avançada por Daniel Oliveira, diretor-geral de entretenimento da SIC, de que os conteúdos das televisões já não se resumem ao que é transmitido de forma linear no televisor.

O novo normal é esta mudança constante. Esta capacidade que vamos ter todos de ter, em conjunto, de conseguir reter a atenção das pessoas. A televisão generalista é feita para quem tem tempo, quando tem tempo, e nós queremos também captar a atenção da população que não tem tempo. E para isso temos de ter a capacidade de fazer movimentos para disponibilizar esses conteúdos”, disse.

“Ou seja, os conteúdos televisivos continuarão a ser relevantes, independentemente da forma como as pessoas acedem a esses conteúdos. Grande parte do visionamento que temos na OPTO [serviço de streaming da Impresa, dona da SIC] é das novelas que também temos no nosso canal generalista, porque há pessoas que as preferem ver de seguida e quando quiserem. O conteúdo não deixa de ser relevante. Acho que se coloca agora é uma questão de medição“, afirmou ainda Daniel Oliveira.

Alianças com plataformas de streaming sim, mas com “muitas atenção”

Quanto a uma “deslinearização” da televisão, José Fragoso, diretor de programas da RTP, acrescenta que a mesma já está feita ou se está a fazer. “Mas como vamos todos ser plataformas, estar dentro de plataformas, é muito importante olhar para as plataformas de streaming como concorrentes também“, avisou.

O diretor de programas da RTP sublinhou, no entanto, que há projetos onde faz sentido um alinhamento com uma grande plataforma de streaming, exemplificando com várias produções como “Ponto Nemo”, “Glória” ou “Codex 632” que a RTP não teria conseguido sem essas parcerias.

Também José Eduardo Moniz já tinha dito que é preciso “saber jogar com outros que são muito maiores do que nós” e que “já não serve o orgulhosamente sós”. “Às vezes é necessário ir para a cama com o inimigo, o que significa que estamos a fazer incursões com entidades que, à nossa custa, podem estar a conquistar uma posição muito melhor. Mas é assim que as coisas se fazem, temos de viver numa lógica de interdependência, eles servem-se de nós e nós deles e não podemos depender só de uma entidade“, explicou.

José Fragoso concordou com a ideia. “Quando conseguimos esse entendimento faz todo o sentido. Em boa verdade as plataformas também nos dão uma boleia a nós, mas a questão é fazer essa evolução com muita atenção. Há alturas em que não se pode dar abébias ao inimigo“, defendeu.

Sobre uma plataforma de streaming conjunta entre os três canais para fazer frente às grandes plataformas de streaming, José Fragoso começou por referir que já houve experiências na Europa que “funcionaram mal”, mas que “do ponto de vista conceptual” fazia sentido que operadores que falem português estivessem juntos.

Até acho que deveríamos fazer isso com operadores brasileiros e ir à procura de estações africanas que também pudessem entrar. Temos de ir à procura desses mercados e, se estivermos alinhados, disponibilizar na mesma plataforma conteúdos diversificados em língua portuguesa. Mas há diferentes visões de como isto pode funcionar e a verdade é que somos um país com pouca escala. Se calhar todos juntos não conseguimos sequer alavancar uma plataforma que seja capaz de se impor. Mas é um tema que deve estar em cima da mesa, convém estar de olho aberto“, defendeu o responsável da RTP.

A ideia de criar uma plataforma de streaming conjunta já tinha também sido defendida no evento por Nicolau Santos, presidente do conselho de administração da RTP, que, no entanto, não pareceu convencer os responsáveis dos canais privados.

A IA nas produções

Sobre a utilização de inteligência artificial (IA) nas produções, José Fragoso sublinhou que se está numa “fase muito inicial” em Portugal e que “quem está fora e em mercados com mais escala percebe que existem outras soluções” que vão impactar a indústria, incluindo soluções que permitem que não seja necessário deslocar equipas entre locais.

“É um tema que não se pára com as mãos. É preciso acompanhar, estudar, estar atento, ter mecanismos de validação, transparência nos processos e é necessário que a componente humana esteja presente porque o talento humano é muito difícil de substituir. Mas nos processos mais industriais a IA vai entrar aos poucos e trazer eficiência”, apontou o diretor de programas da RTP, referindo no entanto que é preciso haver limites, como sejam aqueles relacionados com questões de direitos de autor.

Por parte da SIC, Daniel Oliveira avançou que a estação tem vindo a testar sistemas para a legendagem automática de conteúdos, que têm um bom resultado mas que precisam sempre de uma curadoria humana. Além disso, também já é possível, através de máscaras, fazer com que os atores representem versões das suas personagens mais jovens, pelo que deixa de ser necessário recorrer a atores mais novos para esses papéis.

Há um caminho a fazer, que vai mudar o modo como produzimos os conteúdos, mas não vamos abdicar da mão humana. Vamos ter novas profissões e outras vão deixar de ser tão relevantes. É uma evolução constante“, concluiu.

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Países europeus e UE pressionam Rússia a avançar para negociações de paz

  • Lusa
  • 12 Maio 2025

Os ministros do chamado grupo Weimar+ "juntam-se à Ucrânia no apelo a um cessar-fogo imediato, abrangente e incondicional de 30 dias para criar espaço para discussões sobre uma paz justa".

Os ministros dos Negócios Estrangeiros de seis países europeus e a chefe da diplomacia da União Europeia apelaram à Rússia para que avance “sem demora” nas negociações para uma paz “justa, abrangente e duradoura” na Ucrânia. “Até agora, a Rússia não mostrou qualquer intenção séria de fazer progressos. Deve fazê-lo sem demora”, afirmaram os ministros da França, Alemanha, Itália, Polónia, Espanha e Reino Unido e Kaja Kallas, numa declaração emitida após uma reunião em Londres.

Os ministros do chamado grupo Weimar+ “juntam-se à Ucrânia no apelo a um cessar-fogo imediato, abrangente e incondicional de 30 dias para criar espaço para discussões sobre uma paz justa, abrangente e duradoura”.

No comunicado, os ministros referem ter debatido a forma de intensificar o apoio à Ucrânia na defesa contra a Rússia e concordaram em colaborar no reforço das forças armadas ucranianas, nomeadamente no reabastecimento de munições e equipamento e no reforço da capacidade industrial.

“Estamos empenhados em dar sólidas garantias de segurança à Ucrânia. Isto inclui explorar a criação de uma coligação de forças de tranquilização aéreas, terrestres e marítimas que possam ajudar a criar confiança em qualquer paz futura e apoiar a regeneração das forças armadas da Ucrânia”, referem.

Além disso, trabalharemos em novos compromissos de reconstrução e recuperação, nomeadamente na Conferência de Recuperação da Ucrânia, que se realizará em Roma a 10 e 11 de julho”, acrescentam. Sobre a NATO, comprometeram-se a reforçar a “capacidade e produção de defesa colectiva”, a “base tecnológica e industrial da Europa” e defenderam o estreitamento das relações de segurança e defesa entre o Reino Unido e a UE.

A reunião decorreu poucos dias depois de a Ucrânia e os aliados europeus proporem à Rússia um cessar-fogo total e incondicional durante pelo menos 30 dias, e o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, sugerir reunir-se com o homólogo russo, Vladimir Putin, pessoalmente em Istambul.

No entanto, o Kremlin classificou esta segunda de “inaceitável” o ultimato feito por Kiev e pelos aliados europeus para que Moscovo aceite um cessar-fogo de 30 dias antes das negociações diretas entre Rússia e Ucrânia. “A linguagem dos ultimatos é inaceitável para a Rússia. Não é apropriada. Não podem falar com a Rússia dessa forma”, disse o porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov.

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Duarte Cordeiro acusa AD de nunca se ter distanciado das políticas de cortes de Passos

  • Lusa
  • 12 Maio 2025

 Duarte Cordeiro diz que nunca viu Montenegro "distanciar-se dos cortes que fizeram nos salários e nas pensões, nem da "expressão 'ir além da troika'".

O ex-ministro socialista Duarte Cordeiro considerou esta segunda-feira que a AD nunca se distanciou das políticas de cortes do Governo de Passos Coelho no período da troika, afirmando que, se Pedro Nuno Santos fosse primeiro-ministro, estas eleições não aconteceriam.

Duarte Cordeiro juntou-se à campanha do PS para as eleições legislativas, num almoço-comício na Figueira Foz, Coimbra, responsabilizando o primeiro-ministro, Luís Montenegro, por estas eleições antecipadas e acusando-o de não quer estabilidade “por mero oportunismo” porque estava convencido de que conseguiria “uma maioria absoluta nestas eleições com a IL”.

“O Governo de Passos Coelho, eu nunca vi a atual AD, Luís Montenegro, distanciar-se daquilo que foram as políticas que adotaram na altura. Nunca os vi distanciar-se dos cortes que fizeram nos salários e nas pensões. Nunca os vi distanciarem-se sequer da expressão ‘ir além da troika‘”, acusou.

Na opinião do antigo ministro, se “Pedro Nuno Santos fosse primeiro-ministro”, Portugal não estaria neste momento a ir para eleições antecipadas. “Se hoje o Pedro Nuno Santos fosse primeiro-ministro, nós tínhamos estas eleições ou tínhamos uma pessoa que, até ao limite, estava-se a esforçar para negociar, para ter orçamentos aprovados”, questionou, respondendo em seguida que com o líder do PS à frente do executivo os portugueses não seriam chamados às urnas.

Segundo Duarte Cordeiro, o PS não desbarataria as “condições políticas para tentar ter uma vantagem eleitoral”, como acusa a AD de ter feito. “Nós não criávamos incerteza económica, incerteza política, para tentar jogar com alguma vantagem eleitoral”, sustentou.

O antigo ministro dos governos de António Costa não esqueceu a possível coligação pós-eleitoral entre a AD e a IL – em relação à qual Pedro Nuno Santos tem deixado diversos alertas – e referiu que Luís Montenegro “já não esconde” o desejo de formar Governo com os liberais.

“Então tem o dever de ser transparente com os portugueses e dizer até onde é que está disponível para negociar o seu programa para negociar com a Iniciativa Liberal. É que o programa AD/Iniciativa Liberal é um programa muito diferente de um programa da AD”, desafiou. Porque um programa da AD coligada com a IL “é muito diferente”, Cordeiro considerou “fundamental para o eleitorado do centro e para os pensionistas” saber então de que vai Montenegro abdicar.

“Os pensionistas, o eleitorado de centro têm que saber, até o dia das eleições, o que é que Luís Montenegro está disponível para negociar para fazer um governo com a IL. É que eu não sei. E eu duvido que algum de vocês saiba”, reiterou. O dirigente do PS não esqueceu o partido de André Ventura na sua intervenção.

“Nós não temos que ter vergonha de dizer isto. Porque quando André Ventura vem defender a administração Trump e as tarifas que vêm prejudicar as nossas empresas, os nossos trabalhadores, vêm pôr em causa a nossa capacidade de continuar-nos a desenvolver, ele está a ser um traidor à pátria e aos interesses que o nosso país”, acusou.

O antigo ministro elogiou ainda Pedro Nuno Santos por, numa situação complexa internacional, ser “o único líder que está a falar de economia”.

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Instinct lança podcast gerado 100% por IA

  • + M
  • 12 Maio 2025

Manuel Génio e Maria Inteligente fazem o resumo da semana, comentam resultados a partir de gráficos ou debatem artigos sobre sugestões ou artigos de opinião escritos pela equipa da Instinct.

A agência de inovação Instinct lançou um podcast gerado a 100% por inteligência artificial. “Com o objetivo de promover uma vertente mais conversacional sobre as notícias das empresas da nova economia e das startups inovadoras, dois apresentadores virtuais, Manuel Génio e Maria Inteligente fazem o resumo da semana, comentam resultados a partir de gráficos ou debatem artigos sobre sugestões ou artigos de opinião escritos pela equipa da Instinct“, descreve a agência de Nuno Ribeiro.

A adoção de ferramentas de inteligência artificial já faz parte do nosso dia-a-dia e das recomendações que fazemos aos nossos clientes. O SuperToast é um laboratório onde aplicamos novas ferramentas e, e neste caso, identificámos a oportunidade de criar um novo podcast em formato de conversa inteligente e interessante totalmente gerado por inteligência artificial”, justifica o managing partner da Instinct.

O SuperToast.ai, narrado pelos apresentadores virtuais Manuel Génio e a Maria Inteligente, está disponível nas plataformas Apple Podcasts, Spotify, YouTube e Popcasts, assim como no site SuperToast.pt.

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Zurich lança nova cobertura para o risco de incapacidade para trabalhar

  • ECO Seguros
  • 12 Maio 2025

Se o segurado tiver incapacidade para trabalhar ficará isento de pagar os prémios mensais da apólice e receberá, durante um máximo de 24 meses, até 20% do salário médio mensal líquido.

A Zurich Portugal lançou uma nova cobertura que garante a proteção financeira a quem fica com uma incapacidade total ou temporária para trabalhar. É opcional e pode ser adicionada ao seguro Vida Risco “Proteção Plena Zurich”.

“Queremos ser a solução que compensa estes momentos com uma proteção financeira adequada. Queremos cuidar e disponibilizar um apoio concreto e eficaz para que os nossos clientes possam enfrentar os momentos de grande incerteza com muito mais confiança e esperança”, afirmou Ana Paulo, head of life da Zurich Portugal.

De acordo com o comunicado avançado pela seguradora, a cobertura “Renda Temporária Mensal em Caso de Incapacidade Total e Temporária” está disponível para pessoas entre os 18 e os 67 anos. Quem a adquire tem coberto o risco de incapacidade total e temporária para trabalhar, e, caso o sinistro aconteça, fica isento “de pagar os prémios mensais da apólice e receberão, durante um máximo de 24 meses, até 20% do salário médio mensal líquido indicado na proposta de seguro”.

Os clientes podem optar por adicionar a cobertura recém-lançada ao seguro “Proteção Plena Zurich”, que garante cobertura em caso de morte por acidente, riscos de invalidez, doença grave por Acidente.

Importa salientar que a nova cobertura não se aplica em caso de desemprego nem de licença de maternidade ou incapacidade durante a gravidez. O pagamento da primeira prestação terá lugar 60 dias após o início da incapacidade. Após o início do pagamento, a renda mensal é paga antecipadamente, por cada período de 30 dias. Passados os 24 meses, a apólice mantém-se em vigor sendo retomado o pagamento regular dos prémios.

Para acionar a cobertura, é necessário apresentar o documento da Segurança Social que comprove a impossibilidade de exercer a profissão declarada, uma declaração do médico assistente com a indicação do estado de saúde da Pessoa Segura e a duração previsível da incapacidade, além de outros documentos que podem ser solicitados pela seguradora. A decisão sobre o enquadramento do sinistro é da exclusiva responsabilidade da Zurich.

Segundo a CEO da Zurich Portugal, Helene Westerlind, o produto “é inédito em Portugal” e foi criado para garantir que os clientes da Zurich “se podem concentrar naquilo que é verdadeiramente importante – na sua recuperação e bem-estar, mitigando o peso da preocupação financeira a quem fica temporariamente ou totalmente impedido de trabalhar”, escreveu a responsável no LinkedIn.

“Sabemos que a incapacidade para o trabalho gera momentos de vulnerabilidade nas famílias e queremos ser a solução que compensa estes momentos com uma proteção financeira adequada. Queremos cuidar e disponibilizar um apoio concreto e eficaz para que os nossos clientes possam enfrentar os momentos de grande incerteza com muito mais confiança e esperança”, afirmou Ana Paulo, head of life da Zurich Portugal.

A Zurich Portugal faz parte do Zurich Insurance Group, está em Portugal há 106 anos, conta com mais de 550 colaboradores e uma rede de distribuição com mais de 1.800 agentes de seguros, corretores, bancos e parcerias, que respondem a mais de 830 mil clientes.

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Dona da Meo contacta 500 trabalhadores para rescisões por mútuo acordo

Desde final do ano passado, cerca de 500 trabalhadores terão sido contactados para rescisões por mútuo acordo, diz a Comissão de Trabalhadores. Empresa declina comentar.

A dona da Meo contactou “cerca de 500 trabalhadores” para rescisões por mútuo acordo desde o final do ano passado, afirmou esta segunda-feira a Comissão de Trabalhadores. Contactada pelo ECO, a Meo recusou comentar.

“Desde finais de 2024, cerca de 500 trabalhadores estão a ser contactados para rescisões por mútuo acordo (RMA) — um mecanismo que, na prática, representa um despedimento coletivo encapotado”, refere a Comissão de Trabalhadores, em comunicado. “Repudiamos veementemente estas práticas, que ignoram o impacto social e humano das decisões das administrações e colocam centenas de famílias numa situação de enorme incerteza”, diz ainda.

Dos cerca de 500 trabalhadores contactados desde o final de 2024, a CT ainda não tem “informação relativa a 2025” sobre o número de colaboradores que saíram da empresa. Mas, “segundo os dados que nos foram disponibilizados pela empresa, até final de 2024 foram contactados 120 trabalhadores dos quais 80 acabaram por entrar em acordo“, adianta CT, numa resposta por escrito, ao ECO.

“Não se verificando nenhum padrão, acredita-se ser um processo transversal à empresa“, diz quando questionada sobre se alguma área da operadora estava a ser particularmente visada neste processo de redução de quadros.

A denúncia da CT da dona do Meo surge depois de ser conhecido que na Nos estava a ser efetuado um processo de reestruturação, com saída de um número ainda indeterminado de trabalhadores.

Decisões tomadas num momento em que as operadoras registam desempenhos positivos nas suas contas, aponta a CT. No caso da Altice Portugal, em 2024, a operadora gerou “receitas totais de 2.775 milhões de euros em 2024 (+0,7% face a 2023) e EBITDA de 994 milhões de euros”, sendo que “apesar de não divulgar publicamente o lucro líquido anual, a empresa destaca a sua resiliência operacional e o crescimento nos segmentos core“, aponta a CT.

“Estes resultados demonstram que, apesar dos lucros elevados e da solidez financeira, ambas as empresas optam por processos de redução de trabalhadores, colocando eventualmente em causa a responsabilidade social e o respeito pelos direitos laborais”, denuncia a CT.

A CT acusa ainda a administração da Meo de não acompanhar a “retórica de meritocracia” — “nomeadamente aquando do recente apagão nacional, em que foi destacada a mobilização rápida e eficiente das equipas para garantir a continuidade dos serviços” — com “melhorias concretas das condições laborais”.

“O aumento de apenas 1 euro no subsídio de almoço, claramente insuficiente face ao aumento do custo de vida e distante do valor de referência do setor público, evidencia a falta de reconhecimento efetivo do contributo dos trabalhadores, mesmo quando a empresa exige desempenho de excelência e apresenta resultados financeiros robustos”, refere.

Num momento em que o país se prepara para eleições, a CT exige que “todos os partidos e candidatos coloquem o trabalho digno, a proteção dos trabalhadores e a responsabilidade social das empresas no centro do debate político e na agenda eleitoral”, diz em comunicado.

“Não é aceitável que empresas líderes de mercado, com lucros históricos, optem por reduzir postos de trabalho e precarizar as condições dos seus quadros, ignorando o papel fundamental dos trabalhadores no sucesso das organizações”, refere ainda.

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PP espanhol marca congresso extraordinário para julho por prever eleições antecipadas

  • Lusa
  • 12 Maio 2025

O líder da oposição espanhola, Alberto Núñez Feijóo, acredita que o Governo liderado pelo socialista Pedro Sánchez está já "em contagem decrescente". Congresso marcado para 5 e 6 de julho, em Madrid.

O Partido Popular de Espanha (PP, conservador) vai fazer um congresso extraordinário em julho, por considerar que há possibilidade de eleições antecipadas no país, disse esta segunda-feira o líder da formação política e líder da oposição espanhola, Alberto Núñez Feijóo. “Temos de estar preparados”, disse Feijóo, em Madrid, numa declaração numa reunião da Comissão Executiva nacional do PP.

O presidente do Partido Popular espanhol afirmou que o Governo liderado pelo socialista Pedro Sánchez está já “em contagem decrescente”, sublinhando que está envolvido em diversos casos de corrupção e que vive um bloqueio no parlamento, onde depende de uma geringonça formada por partidos de esquerda, de direita, independentistas e nacionalistas para aprovar leis como o Orçamento do Estado, algo que não consegue há dois anos.

“Por tudo isso e porque não confio em Sánchez, temos de estar preparados”, afirmou Feijóo. As eleições podem ser antecipadas em Espanha por decisão do próprio Governo, que tem o poder de em votação no Conselho de Ministros dissolver o parlamento.

“Estamos prestes a iniciar um novo ciclo eleitoral e vamos estar preparados”, disse hoje Feijóo, que acrescentou que decidiu convocar um congresso extraordinário “com o objetivo de ativar o partido, prepará-lo para fazer frente nas urnas a Pedro Sánchez e desenhar, desde já, uma alternativa de governo”.

O congresso do PP será em 5 e 6 de julho, em Madrid, e antecipa em quase um ano o congresso ordinário que deveria realizar-se em 2026. O anterior congresso do partido foi em abril de 2022, também extraordinário, para concretizar uma mudança de liderança no PP, face à contestação ao então presidente Pablo Casado.

Feijóo foi eleito líder do PP nesse congresso de 2022 e venceu as últimas legislativas nacionais, em julho de 2023, mas não chegou a primeiro-ministro de Espanha por não ter conseguido reunir uma maioria absoluta no parlamento que aprovasse a sua eleição para o cargo.

Sánchez acabou por ser reconduzido à frente do Governo com o apoio de uma geringonça de oito partidos e é primeiro-ministro desde 2018. Desde que Feijóo está à frente do PP, o partido venceu também as eleições autonómicas e municipais de maio de 2023, as europeias de 2024 e as regionais na Galiza do ano passado.

Além de ser o maior partido no parlamento de Espanha, o PP está à frente dos governos autonómicos de 13 das 19 regiões e cidades autónomas do país. O Partido Socialista (PSOE) governa em quatro regiões, enquanto as Canárias e o País Basco têm executivos liderados por partidos nacionalistas e regionalistas.

Mesmo que não se confirme o cenário de eleições nacionais antecipadas que referiu Feijóo, Espanha inicia no próximo ano um novo ciclo eleitoral, com eleições nas regiões autónomas de Castela e Leão e Andaluzia. Para já, nenhum nome desafiou a liderança de Feijóo à frente do PP e o atual presidente do partido é o único candidato ao cargo no congresso.

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Trump considera União Europeia mais “cruel” do que a China

Presidente norte-americano afirma que a União Europeia trata os EUA "de forma muito injusta" e que tem "cartas na manga" para as negociações.

O presidente norte-americano considerou esta segunda-feira que a União Europeia é “mais cruel” do que a China nas negociações comerciais sobre as tarifas e que é injusta com o seu país. Para Donald Trump, no que toca ao comércio, “a União Europeia, em muitos aspetos, é mais cruel do que a China” e que o bloco vai “cair bastante”.

“Temos todas as cartas na manga, eles trataram-nos de forma muito injusta”, disse o presidente americano, citado pela Reuters. Segundo Trump, a União Europeia vende a terras de Uncle Sam os seus produtos agrícolas, enquanto estes “praticamente” não lhes vendem nada.

“Eles não aceitam os nossos produtos. Isso é muito injusto. Vão ter que pagar mais por assistência médica, e nós vamos ter que pagar menos”, acrescentou.

Bruxelas propôs na semana passada uma lista de bens industriais e agrícolas dos EUA, num valor de 95 mil milhões de euros, para taxar caso as negociações com Washington não resultem, preparando-se também para apresentar uma queixa na Organização Mundial do Comércio (OMC).

Os Estados Unidos e a China acordaram fazer uma pausa de 90 dias na sua guerra tarifária e descer, de forma substancial, o volume de tarifas que se impõem reciprocamente. As tarifas chinesas sobre os produtos norte-americanos vão baixar de 125% para 10% nos próximos 90 dias, enquanto as dos EUA vão reduzir-se de 145% para 30%.

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Portugal já pode importar mais energia de Espanha mas só fora das horas de sol

  • Lusa
  • 12 Maio 2025

O limite anteriormente imposto é alargado até aos 2.200 MW (mais do dobro) nas horas nas quais não haja sol, durante o período de 12 a 19 de maio.

A REN – Redes Energéticas Nacionais decidiu aumentar o limite das importações de eletricidade de Espanha a partir desta segunda-feira, mas só fora das horas de sol, após o bloqueio total após o apagão de 28 de abril.

De acordo com a mais recente decisão da REN, que após o apagão de 28 de abril optou por cortar as compras de energia a partir do país vizinho, a capacidade de interligação entre Portugal e Espanha, no sentido importador, vai continuar a estar limitada a 1.000 MW entre as 09:00 e as 19:00.

Porém, este limite é alargado até aos “2.200 MW nas restantes horas, durante o período de 12 a 19 de maio“, lê-se na nota publicada pela gestora da rede elétrica no seu site.

Esta medida faz parte do processo de estabilização em curso do mercado ibérico de eletricidade (Mibel), após o corte generalizado no abastecimento elétrico em 28 de abril que deixou Portugal e Espanha praticamente sem eletricidade, bem como uma parte do território de França. Aeroportos fechados, congestionamento nos transportes e no trânsito nas grandes cidades e falta de combustíveis foram algumas das consequências do apagão.

A Rede Europeia de Gestores de Redes de Transporte de Eletricidade (ENTSO-E, na sigla em inglês) anunciou a criação de um comité para investigar as causas deste apagão, que classificou como “excecional e grave”, e que deixou Portugal e Espanha às escuras.

Este painel de peritos terá de elaborar um relatório factual que constituirá a base do relatório final até o prazo máximo de 28 de outubro deste ano. Já o relatório final sobre a investigação do incidente deverá ser publicado, o mais tardar, até 30 de setembro de 2026.

 

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Período de eleições é mais propício à desinformação, dizem especialistas

  • Lusa
  • 12 Maio 2025

Na atual campanha eleitoral, a imigração e a circulação de sondagens falsas são os principais temas de desinformação, apontam também os académicos.

Professores universitários e académicos da área da desinformação e comunicação política defendem que as campanhas eleitorais são ambientes mais propícios à circulação de desinformação, com mais investimento por parte de agentes desinformativos.

Sara Pina, professora da Universidade Lusófona e Nova de Lisboa, explica que se vive uma quarta fase das campanhas eleitorais “baseada em dados das pessoas, em informações sobre os cidadãos”, sendo esta uma característica do fenómeno de “americanização”, em que o “nível da campanha é praticamente individualizado”.

Neste sentido, a docente defende que “a informação falsa é também feita desta forma micro individualizada (…), feita à medida de cada pessoa”.

Na mesma linha de pensamento, o professor João Pedro Batista, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, considera que a desinformação em Portugal “acaba por ser mais frequente, nomeadamente durante as campanhas eleitorais”, notando neste período um maior investimento por parte dos agentes de desinformação, tendo “a corrupção como um elemento-chave por parte da desinformação”.

Por sua vez, a investigadora de comunicação política da Universidade de Lisboa Susana Salgado diz que “muitas vezes é difícil distinguir entre desinformação e propaganda, especialmente em contextos eleitorais quando circulam muitos conteúdos políticos, mais do que o habitual”.

A investigadora estabelece a diferença entre propaganda e desinformação, explicando que propaganda significa informação apresentada de forma tendenciosa, para passar uma imagem positiva de um partido ou candidato, enquanto a desinformação “são conteúdos falsos criados deliberadamente”, sendo que, “por vezes, é complicado distinguir entre uma da outra, especialmente quando a desinformação mistura conteúdos falsos com verdadeiros para ser mais credível”.

No caso português, a Susana Salgado menciona “a falta de meios dos jornalistas para desconstruir os conteúdos falsos e tendenciosos”, dizendo que a verificação de factos não é suficiente e por vezes acaba por ter um efeito oposto, acabando por dar mais visibilidade a falsidades.

Já o vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa, Nelson Ribeiro, considera que anteriormente era necessário ter uma grande estrutura para produzir desinformação e, consequentemente, um grande investimento para que essa desinformação pudesse circular, sendo que atualmente “o ambiente digital é muito facilitador da circulação de desinformação“, nomeadamente em tempo de eleições.

Imigração e falsas sondagens destacadas por académicos como desinformação

Os académicos consideram também que, na atual campanha eleitoral, a imigração e a circulação de sondagens falsas são os principais temas de desinformação.

Susana Salgado verifica, na atual corrida eleitoral, “a circulação de sondagens falsas nas redes sociais, realizadas por empresas não credenciadas junto da ERC [Entidade Reguladora da Comunicação] e cuja metodologia poderá não ser fidedigna”.

A investigadora de comunicação política da Universidade de Lisboa acrescenta que “a produção de sondagens diárias também não é propriamente uma boa decisão editorial, uma vez que só por si pode ter esse efeito de manipulação (mesmo que não seja propositado)”.

Por seu turno, para João Pedro Batista o tema da imigração procura “normalizar ou legitimar determinados discursos, nomeadamente para criar ambientes de insegurança”, aproveitando este receio para influenciar a estabilidade dos portugueses, referindo que “a desinformação é muito oportunista, no que diz respeito aos temas, à cobertura que se faz e vive muito do momento e da situação”.

Também Sara Pina considera que, “em termos de mensagens recentes da campanha eleitoral, a imigração é um bom exemplo”, explicando que estabelecer uma correlação entre a imigração e o aumento da criminalidade é uma “avaliação causa-efeito ignorante, é errado, é falso, mas muito fácil de se fazer”.

Por sua vez, o vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa, Nelson Ribeiro, explica que “há muito eleitorado que sente que o seu estilo de vida está ameaçado e, portanto, é preciso apresentar quem é que são os bodes expiatórios e tem de ser sempre alguém que seja facilmente identificável“, por exemplo os imigrantes.

Se as pessoas já sentem algum desconforto com tema, “mais facilmente vão acreditar em algum conteúdo falso que possa estar a circular”, dizendo “que, outros partidos, nomeadamente o PS e o PSD, durante vários anos ignoraram o tema”, contribuindo para o atual panorama.

“Havia, de facto, uma perceção social de que alguma coisa não estava bem com a imigração. E os dois maiores partidos durante muito tempo disseram: ‘não, está tudo ótimo, não há nenhum problema, está tudo controlado’. Portanto, a partir do momento em que se assume algum descontrolo, isso abre uma brecha para a circulação da desinformação”, disse Nelson Ribeiro.

O vice-reitor concluiu, dizendo que circulam sondagens “baseadas não em factos verdadeiros, mas em factos que são criados”, estando em cima da mesa material desinformativo, nomeadamente na atual campanha eleitoral.

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Cuatrecasas enfrenta processo de 213 milhões em tribunal pela venda do campus do Santander

A gestora de investimentos Edgeworth Capital, do magnata britânico Robert Tchenguiz, recorreu à justiça por uma alegada conduta negligente da sociedade durante a venda da sede corporativa do banco.

A sociedade de advogados Cuatrecasas enfrenta um processo judicial no valor de 213 milhões de euros referente à venda da sede corporativa do Santander. A gestora de investimentos luxemburguesa, Edgeworth Capital, do empreendedor britânico Robert Tchenguiz, deu entrada no Tribunal Superior de Justiça de Inglaterra e do País de Gales com uma ação contra a Cuatrecasas por alegada conduta “negligente” durante o processo de venda da Ciudad Financiera do banco espanhol.

O magnata do imobiliário reclama mais de 200 milhões de euros, porque considera que perdeu dinheiro com o negócio, de acordo com o jornal espanhol Expansión. Por sua vez, a Cuatrecasas rejeita as acusações e pede que o processo troque o Reino Unido por Espanha. “Não há qualquer relação entre a intervenção da empresa e os factos que levaram ao dano anunciado”.

O caso remonta ao período pré-pandemia e diz respeito ao campus empresarial do Banco Santander, que se localiza no município madrileno de Boadilla del Monte, no sudoeste da capital de Espanha. Em outubro de 2019, um tribunal de Madrid aprovou a recompra da Cidade Financeira pelo Banco Santander, depois de ter negado aos recursos contra a operação interpostos pelos então proprietários, a Marme Inversiones.

A Marme Inversiones era dona da ‘cidade financeira’ do Santander desde 2008, mas acabou por se tornar insolvente seis anos mais tarde na sequência da crise financeira causada pelo colapso do Lehman Brothers. O Santander acabou por ficar com o passivo líquido do fluxo de caixa desta empresa, além de adquirir o ativo principal.

Antes disso, ainda na primavera de 2019, o investidor Robert Tchenguiz – britânico de origem iraniana – era um dos interessados na cidade financeira e aliou-se à Sorlinda Investments para apresentar uma oferta em leilão. A operação de venda acabou por ser concluída em junho de 2019, tendo um mês mais tarde sido realizado o trespasse para a instituição financeira liderada por Ana Botín por três mil milhões de euros.

Agora, a Edgeworth Capital – de Robert Tchenguiz – alega que a assessora Cuatrecasas agiu com negligência e violou o contrato de arrendamento em relação à venda do imóvel, segundo o processo a que a agência noticiosa Efe teve acesso. Ou seja, segundo a Edgeworth Capital, se os advogados tivessem prestado melhor apoio legal, até à data da transação, Robert Tchenguiz não teria perdido a oportunidade de negociar um preço de venda mais alto ou reter um ativo de valor superior ao preço de venda (e ao que considerava justo).

Robert Tchenguiz terá pagado à Cuatrecasas cerca de um milhão de euros pelos serviços de advocacia. Quanto a este processo, é a firma Withers que o está a representar, enquanto a Cuatrecasas socorre-se na Kennedy Law.

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Lula da Silva cita China como “exemplo” no comércio

  • Lusa
  • 12 Maio 2025

O Presidente brasileiro diz que a China "tem sido um exemplo" de nação disposta a fazer negócios e investir em "países desprezados" por outras potências há décadas.

O Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva disse esta segunda-feira que a China é retratada como inimiga do comércio, mas seria um exemplo ao investir em países desprezados pelas grandes potências, durante uma visita oficial à China.

“A China tem sido retratada como inimiga do comércio global”, afirmou Lula da Silva na abertura de um encontro empresarial em Pequim, onde sustentou que, pelo contrário, o país asiático “tem sido um exemplo” de nação disposta a fazer negócios e investir em “países desprezados” por outras potências há décadas.

Antes de abrir o fórum, o Presidente brasileiro reuniu-se com altos executivos da empresa do setor automóvel GAC, Windey Technology (turbinas eólicas), Envision Group (energia eólica) e Norinco (defesa e infraestrutura), o que resultou no anúncio de mil milhões de dólares (900 milhões de euros) em investimentos na produção de combustível renovável de aviação com a Envision.

Além disso, foi acertada a criação de um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Energias Renováveis em parceria com a Windey Technology, segundo informações divulgadas pela Presidência brasileira. “O Presidente reuniu-se separadamente com diversas empresas que vão investir no Brasil, formar parcerias com instituições brasileiras, estabelecer centros de pesquisa e gerar desenvolvimento tecnológico no setor de energia”, disse o ministro da Casa Civil, Rui Costa.

O governante explicou que, graças ao acordo com a Envision para a produção de combustível renovável a partir da cana-de-açúcar no Brasil, o país tornar-se-á “um dos maiores produtores de combustíveis verdes para a aviação”. Além dos acordos, também foi assinado um memorando de entendimento sobre o Sistema de Gestão e Segurança Pública para Cidades Inteligentes entre a Telebras e a Norinco Brasil.

“Estes são projetos que fortalecerão a posição do Brasil como referência mundial em transição energética”, disse Lula da Silva, na sua conta na rede social X. No discurso aos empresários chineses e brasileiros, o chefe de Estado sul-americano frisou que a cooperação entre o Senai Cimatec e a Windey permitirá a instalação de um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em energia solar, eólica e sistemas de abastecimento.

“A experiência chinesa de refinação de minerais críticos contribuirá para valorizar a produção no nosso território, inclusive com transferência de tecnologia nos ciclos de montagem de baterias elétricas. Possuímos reservas abundantes em terras raras, lítio, nióbio, cobalto, cobre, grafite, urânio e tório”, defendeu Lula da Silva.

O Presidente brasileiro enfatizou que todos os acordos assinados com a China são em parceria com empresas brasileiras, “promovendo pesquisa, transferência de tecnologia e formação de mão-de-obra qualificada”.

“Hoje demos mais um passo para fortalecer o nosso intercâmbio bilateral e criar oportunidade de comércio e investimento e desenvolvimento. China e Brasil são parceiros estratégicos e atores incontornáveis nos grandes temas globais”, acrescentou.

Em Pequim, Lula da Silva participará na abertura da 11.ª Reunião Ministerial do fórum China-CELAC e, em seguida, reunir-se-á com seu homólogo chinês, Xi Jinping, com quem também assinará acordos para ampliar a cooperação bilateral. O Presidente brasileiro também estará presente na reunião China-CELAC com os presidentes da Colômbia e do Chile.

O encontro avaliará as relações da China com a América Latina num contexto marcado pelo regresso ao poder nos Estados Unidos de Donald Trump, cujo Governo lançou uma guerra comercial sem precedentes e também pressiona os países americanos a reduzirem ou romperem os seus laços com Pequim.

A nível global, além de serem membros do G20, Brasil e China, juntamente com Rússia, Índia e África do Sul, são fundadores do fórum BRICS, ao qual se juntaram no ano passado Irão, Egito, Emirados Árabes Unidos e Etiópia. O Brasil ocupará a presidência anual do BRICS em 2025 e sediará a próxima cimeira, por isso espera-se que Xi Jinping visite o Brasil nos próximos meses.

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