Mais de 130 trabalhadores candidataram-se a plano de saídas voluntárias da RTP

  • Lusa
  • 28 Abril 2025

Número de candidaturas ficou acima do previsto pela empresa. Nem todos os trabalhadores que se candidataram ao plano deverão sair, desde logo devido ao teto máximo de 115 pessoas na primeira fase.

Mais de 130 pessoas candidataram-se ao plano de saídas voluntárias da RTP na primeira fase, de acordo com fontes contactadas pela Lusa, e fonte oficial da empresa adianta apenas que o número foi acima do previsto.

As candidaturas terminaram em 18 de abril e têm um custo previsto para esta fase na ordem dos 5,5 milhões de euros. O teto máximo de saídas nesta primeira fase é de 115 trabalhadores.

Contactada pela Lusa, fonte oficial da RTP adiantou que as candidaturas foram acima do previsto, sem adiantar pormenores.

Neste momento encontra-se a decorrer uma análise de candidaturas pela administração e pelos respetivos diretores.

Nem todos os trabalhadores que apresentaram candidaturas deverão sair. Em primeiro lugar, porque há um teto máximo de 115 pessoas e, em segundo, nem todas as candidaturas serão aceites por causa do grau de especialização da função e da necessidade de o trabalhador ser substituído e haver essa possibilidade de contratação no mercado.

O número de candidaturas aceites será conhecido em meados de maio e os trabalhadores deverão sair até ao fim do primeiro semestre.

Uma segunda fase de saídas voluntárias está prevista para o final do ano, mas dependerá de financiamento.

A RTP inaugura o novo estúdio da Praça da Alegria, projeto que se enquadra nas obras de requalificação de vários espaços do Centro de Produção do Norte que irão receber esta segunda-feira a visita do presidente da empresa, Nicolau Santos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Arte contemporânea em transição: menos milhões, mais significado

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 28 Abril 2025

O mercado da arte contemporânea muda de ritmo: caem as vendas milionárias, cresce a diversidade e o interesse por obras acessíveis. O colecionador atual procura sentido, não só retorno.

O mais recente relatório da Hiscox revela uma viragem no mercado da arte contemporânea: caem as vendas milionárias e os retornos do investimento, mas cresce a procura por obras mais acessíveis e por artistas fora do radar. A emoção dá lugar à ponderação e a arte reencontra, talvez, o seu tempo.

Nos bastidores do mercado de arte contemporânea, onde valores astronómicos e leilões hiper-concorridos têm pautado o ritmo da última década, 2024 trouxe uma mudança de tom — ou, para os mais atentos, um regresso a valores mais fundacionais. Segundo a edição de 2025 do relatório Hiscox Artist Top 100 (HAT 100), referência anual no setor, o segmento de obras produzidas depois do ano 2000 sofreu uma queda abrupta de 27% nas vendas em leilão, descendo de 840 milhões de euros em 2023 para 613 milhões em 2024. Mais do que uma contração financeira, este abrandamento parece traduzir um reajuste de prioridades e práticas no mundo do colecionismo.

A febre da arte enquanto ativo financeiro — potenciada por um misto de especulação, marketing agressivo e celebridade — parece estar a dar lugar a um novo paradigma: o da escolha consciente, criteriosa e, paradoxalmente, mais pessoal. Pela primeira vez em décadas, o retorno médio das obras revendidas caiu para valores negativos (-0,3%), em nítido contraste com os 9% positivos registados no ano anterior. Uma mudança que coloca em perspetiva o verdadeiro valor da arte: o simbólico, o cultural, o intangível.

Curiosamente, o arrefecimento das vendas coincidiu com um recorde de transações no segmento mais acessível — obras abaixo dos 50 mil dólares. Esta aparente contradição esconde uma verdade mais profunda: a arte continua a atrair colecionadores, mas agora sob um novo prisma. “Estamos a assistir a um regresso de uma forma mais ponderada de colecionar arte, em contraste com a especulação desenfreada dos últimos anos”, afirma Robert Read, Diretor de Arte e Clientes Privados da Hiscox. “O interesse na arte contemporânea mantém-se, mas com foco no segmento mais acessível.”

Este novo colecionador — menos impulsivo, mais informado — prefere descobrir do que seguir, prefere valor simbólico a fama de mercado. A sua escolha é curadoria, não apenas investimento. É, porventura, um sinal de maturidade do setor, mas também um reflexo do mundo atual: mais volátil, mais cético, mais atento à autenticidade do que ao ruído.

Mais vozes, novas narrativas
O relatório Hiscox traz também boas notícias no campo da diversidade artística. Apesar de uma quebra de 29% no valor das vendas de obras assinadas por mulheres, o número de artistas femininas no Top 100 aumentou para 32 — uma representação recorde. A liderança do ranking pertence, aliás, à veterana Yayoi Kusama, seguida de nomes como Cecily Brown (7ª posição), Lynette Yiadom-Boakye (9ª) e Claude Lalanne (10ª). Além disso, registou-se um aumento de 13% no número de mulheres com obras contemporâneas (pós-2000) levadas a leilão.

Estes números contam uma história de reequilíbrio e alargamento do cânone contemporâneo. À medida que o olhar dos colecionadores se torna mais criterioso e menos condicionado pelo efeito de “marca” de um nome, abrem-se novas possibilidades para artistas cuja presença foi, durante décadas, marginal.

O relatório da Hiscox reflete ainda uma outra transformação: a digitalização acelerada do mercado, marcada pela ascensão dos leilões on-line, pela introdução da inteligência artificial na avaliação de obras e pela multiplicação de plataformas digitais de compra, venda e fruição artística. Um novo ecossistema em construção, onde a arte circula com outra velocidade — mas onde, paradoxalmente, o tempo de escolha e de contemplação parece recuperar espaço.

Nesta nova fase do colecionismo, há algo de contracorrente. Enquanto o mundo insiste na pressa, a arte convida à demora. Enquanto a cultura dominante empurra para a acumulação, o colecionador de hoje parece procurar significado. Talvez este seja o traço mais marcante da mudança em curso: a arte volta a ser escolhida pelo que diz, não apenas pelo que vale.

A edição de 2025 do Hiscox Artist Top 100 não anuncia o fim de uma era dourada, mas sim o início de um tempo mais sereno, mais sofisticado, mais plural. A arte continua a ser um espelho dos nossos tempos — e neste espelho começa agora a vislumbrar-se um novo reflexo: menos euforia, mais exigência; menos gritaria, mais escuta. Talvez seja este o verdadeiro luxo: ter tempo — e critério — para escolher o que vale a pena guardar.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Italiano Mediobanca oferece 6,3 mil milhões para comprar Banca Generali e formar “líder do mercado europeu”

  • ECO
  • 28 Abril 2025

Proposta do Mediobanca passa pela venda das suas ações na Assicurazioni Generali, a empresa-mãe do Banca Generali. Acionistas votam a proposta numa reunião agendada para 16 de junho.

O banco italiano Mediobanca anunciou esta segunda-feira uma oferta de 6,3 mil milhões de euros para comprar o concorrente Banca Generali. “A fusão entre as duas empresas dará origem a um líder do mercado europeu” e vai gerar cerca de 300 milhões de euros em sinergias, declara o Mediobanca, num comunicado citado pelo Financial Times.

A proposta surge numa altura em que o Mediobanca procura evitar uma oferta que considera “hostil” do Monte dei Paschi di Siena, que em janeiro ofereceu 13,3 mil milhões de euros para adquirir a totalidade das ações do banco especializado em investimento e gestão de fortunas.

O Mediobanca é o maior acionista da Assicurazioni Generali, a empresa-mãe do Banca Generali. Para financiar a sua proposta de aquisição do Banca Generali, o Mediobanca pretende vender a sua participação no Assicurazioni Generali.

A concretizar-se, a aquisição permitirá expandir o negócio de gestão de fortunas do Mediobanca, além de poder contrariar as críticas dos acionistas de que se tornou demasiado dependente da sua participação na Generali para obter lucros.

Os acionistas do Mediobanca vão votar a proposta numa reunião agendada para 16 de junho.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Aicep aprova apoios a investimentos industriais de 300 milhões e 1.200 empregos. Conheça os projetos

Agência pública contratualiza ajudas a investimentos da Coloplast (Felgueiras), da Testo (Albergaria-a-Velha), da Biotek (Vila Velha de Rodão) e da Preh (Trofa), que criam 1.200 postos de trabalho.

A Aicep aprovou a contratualização de quatro novos investimentos num valor que supera os 300 milhões de euros nos setores de componentes para automóveis, fibras celulósicas, equipamentos médico-hospitalares e aparelhos de medição.

De acordo com um comunicado do Ministério da Economia, este pacote reparte-se por quatro empresas — Coloplast, Biotek, Preh e Testo –, sendo que os apoios têm como contrapartida a criação de 1.263 novos postos de trabalho, dos quais 152 qualificados, e a manutenção de outros 1.211 empregos.

“Estes investimentos demonstram que Portugal continua a ser visto pelos investidores como um porto seguro e que as empresas instaladas no país estão empenhadas em criadas mais emprego, parte do qual qualificado. Permite ainda que 2025 seja um ano de resiliência, apesar dos potenciais embates de uma conjuntura externa desafiante”, sublinha o ministro da Economia, Pedro Reis.

A multinacional dinamarquesa Coloplast, que está a investir 110 milhões de euros em Felgueiras, já começou a contratar para poder alcançar os 800 colaboradores em 2028. Já a alemã Testo escolheu Albergaria-a-Velha para instalar uma nova fábrica de 44 milhões que vai produzir equipamentos de medição portáteis, prevendo criar até 500 novos postos de trabalho na região.

A produtora de fibras celulósicas de eucalipto para papel de uso doméstico e de impressão e escrita Biotek — participada do grupo Altri, que em 2024 duplicou os lucros para 107,2 milhões — está a aplicar 75 milhões de euros na transformação de uma linha de produção em Vila Velha de Ródão. Um pouco mais baixo (72 milhões) é o investimento da Preh Portugal para expandir a fábrica de peças e acessórios para automóveis na Trofa.

Na nota enviada às redações, o Ministério da Economia sublinha que “o volume de contratualização de investimentos nestes primeiros quatro meses do ano é um bom sinal de que a economia portuguesa poderá manter a trajetória de crescimento em 2025, apesar de uma conjuntura externa particularmente desafiante”.

Em fevereiro arrancou o investimento de 2.000 milhões de euros da chinesa CALB para a construção de uma fábrica de última geração de baterias de lítio em Sines, que permitirá a criação de 1.800 postos de trabalho diretos e poderá valer mais de 4% do PIB português. No mês passado, foi a vez de a Volkswagen anunciar que irá produzir o novo carro elétrico na Autoeuropa, em Palmela.

Através da agência liderada por Ricardo Arroja foi contratualizado em 2024 um pacote total de investimento de 420 milhões de euros, que corresponde à criação de mais de mil postos de trabalho em seis áreas diferentes de atividade e com afetação permanente de 600 desses postos a atividades de investigação e desenvolvimento tecnológico.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Sondagem: AD e liberais juntos estão mais perto da maioria absoluta

  • ECO
  • 28 Abril 2025

Aliança Democrática (34,8%) à frente do PS, agora com uma vantagem de sete pontos percentuais. Somando a IL à coligação, superam em oito décimas a cifra que deu a maioria absoluta a António Costa.

A mais recente sondagem da Pitagórica para o Jornal de Notícias, a TSF e a TVI/CNN coloca a AD – Aliança Democrática (34,8%) à frente do PS (28,1%), agora com uma vantagem de sete pontos percentuais. Somando as intenções de voto na Iniciativa Liberal (7,4%) às da coligação que junta o PSD e o CDS-PP, o resultado supera em oito décimas o que permitiu a António Costa conquistar a maioria absoluta em 2022.

Por outro lado, o Chega estagnou nos 15,2% e continua a ser o partido que mais perde face às eleições legislativas realizadas no ano passado. Já entre os partidos de esquerda é projetado o crescimento do Livre (4,4%) e da CDU (4,1%), enquanto o BE, com uma intenção de voto de 1,9%, arrisca perder relevância na próxima legislatura. O PAN (0,6%) pode perder a representação parlamentar. Ainda assim, apesar de ter baixado para 15,4%, o número de indecisos ainda é elevado a poucas semanas da ida às urnas.

O debate mais importante destas eleições legislativas antecipadas, agendada para 18 de maio, acontece esta segunda-feira, a partir das 21 horas e será transmitido em simultâneo pela RTP, SIC e TVI. É a segunda vez que Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos se enfrentam nas televisões, embora as circunstâncias sejam diferentes do debate que aconteceu há pouco mais de um ano, já que Montenegro passou a ser primeiro-ministro e o PS está agora na oposição.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Centeno avisa partidos: “é o momento de não ter ilusões” nas contas públicas

  • ECO e Lusa
  • 28 Abril 2025

Governador do Banco de Portugal assume provável cenário de novo corte nas projeções económicas e lembra que a estabilidade financeira é um capital que Portugal adquiriu e "não pode ser desbaratado".

O governador do Banco de Portugal evita avaliar os programas eleitorais da AD e do PS, mas deixa o aviso de que “é o momento de não ter muitas ilusões” sobre a sustentabilidade das contas públicas. Mário Centeno lembra que, ao olhar para propostas e medidas políticas, deve-se “ter sempre presente a ideia da estabilidade financeira” e lembra que a instituição “vem dizendo há décadas que as políticas devem ser contracíclicas e não pró-cíclicas”.

Perto de serem conhecidas novas previsões do supervisor financeiro, o governador assume que é mais provável um cenário de novo corte nas projeções económicas. “Nós antevemos uma desaceleração da economia nos próximos trimestres, que se prolongará durante 2026. Fazer algo para que isto não seja assim obriga a que os decisores de políticas, não apenas de política monetária, mas também de política orçamental, possam ser mais previsíveis”, afirma.

Em entrevista conjunta à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, Mário Centeno disse que a estabilidade financeira é um capital que Portugal adquiriu e que “não pode ser desbaratado” quando se apresentam propostas e medidas para o futuro.

“Não há nenhuma medida em si mesma que seja má, nem espetacular. Elas só funcionam no seu conjunto se, no fim do dia, respeitarem um equilíbrio que o Banco de Portugal desde há muitas décadas sempre sublinhou”, referiu, quando questionado sobre os programas eleitorais dos partidos para as legislativas de 18 de maio.

Na mesma entrevista, o governador do Banco de Portugal disse que a economia portuguesa vive “um momento bom, mas em desaceleração”.

“Antevemos uma desaceleração da economia nos próximos trimestres que se prolongará em 2026”, disse, sublinhando, no entanto, que “as contas públicas portuguesas estão a beneficiar de uma posição cíclica positiva”, nomeadamente com as contribuições para a Segurança Social, as receitas de impostos e a receita de IRC, “que nunca foi tão grande em Portugal”.

O Banco de Portugal prevê que a economia portuguesa vai crescer 2,3% este ano, projeção mais otimista do que os 2,1% apontados pelo Governo, e que a inflação vai abrandar para 2,3%. Segundo o Boletim Económico de março, divulgado no dia 20 do mês passado, o banco central prevê que a economia portuguesa cresça 2,3% este ano, abrandando para 2,1% e 1,7% em 2026 e 2027.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

No marketing em paralelo com a música, Inês Fonseca, da Johnnie Walker, na primeira pessoa

Passo a passo, Inês Fonseca foi construindo uma carreira no marketing a par da atividade musical, que sempre a acompanhou.

Inês Fonseca é head of marketing da Johnnie Walker para o sul da Europa (Espanha, França, Grécia, Portugal e Itália) há mais de três anos, tendo começado a trilhar o seu percurso nesta área em 2007. Mas muito antes do marketing, já a música fazia parte da sua vida — tanto académica como profissionalmente –, pelo que ainda hoje vai conciliando as duas profissões: se num dia está a liderar a estratégia de marketing da marca de whisky no sul da Europa, no outro está a gravar um disco ou a dar um concerto.

Tendo crescido numa casa em que “a forma de expressão e quase de relação é através da música” — a sua mãe é a violinista e política Idália Serrão e o seu pai o guitarrista clássico Silvestre Fonseca — Inês Fonseca sempre viu a sua vida girar em volta da música.

Estudou música clássica durante quase duas décadas, canta desde os quatro anos, compõe desde os 12 e fez dobragens (a cantar) em várias séries e filmes de animação. Como exemplo dá as dobragens que fez nas cenas em que cantou pelas personagens Kiara, no filme “Rei Leão II”, e Mirim, no filme “O Príncipe do Egito”.

Ou seja, foi trilhando um caminho no mundo da música, tanto de forma académica como profissional. Mas, perto de atingir a maioridade e de ter de escolher um futuro, a mãe aconselhou-a, “pelo sim pelo não”, a estudar outra coisa em paralelo com a música.

“E foi uma escolha muito difícil, porque música foi a única coisa que eu tinha aprendido a estudar com afinco. Foi todo um processo de descobrir aquilo de que eu poderia gostar. Acabei por estudar marketing no ISCTE, uma disciplina que fui descobrindo e pela qual me fui apaixonando, porque achei que poderia misturar várias das coisas que eu mais gostava, como arte, literatura, poesia e matemática“, diz em conversa com o +M.

O ISCTE foi para si “a melhor escola possível”, quem lhe “abriu as portas” e quem lhe deu a sua “primeira grande lição”. Numa altura em que muitas empresas pediam recomendações aos professores universitários para integrar alunos em alguns estágios, houve um professor que a recomendou, mesmo sendo uma aluna “mediana”.

“Aquele professor, embora eu não fosse dos alunos que tinham melhores notas, via que eu tinha qualquer coisa. Não tinha as notas, mas tinha qualquer coisa. E é uma lição que ainda hoje me acompanha de como o talento nem sempre se mede com as escalas tradicionais“, recorda.

Foi graças a esse “empurrão” que fez o seu primeiro estágio na Coca-Cola, tendo depois feito outro estágio na Central de Cervejas. Entrou de seguida na Nobre como gestora de produto e, após quatro anos, rumou em 2012 para Espanha, não por uma “jogada profissional” mas por que se tinha “apaixonado por um espanhol”.

Na procura por trabalho em Espanha acabou por entrar na Lego, como brand manager para Portugal e Espanha, naquele que foi o seu primeiro trabalho ibérico e onde esteve durante quase cinco anos. Foi durante esse período que foi seis meses para São Paulo, no Brasil, para montar a estratégia e formar a equipa para um projeto que a marca queria desenvolver.

Quando regressou a Espanha integrou a McDonald’s como marketing manager no mercado espanhol. Dois anos depois foi liderar o marketing da Subway em seis países da zona do Mediterrâneo, até que entrou para o grupo Diageo. Primeiro assumiu a responsabilidade de reposicionar a marca J&B, até que lhe entregaram a direção de marketing da Johnnie Walker, onde continua até agora, liderando, a partir de Madrid, o marketing da marca de whisky em Portugal, Espanha, França, Grécia e Itália.

E numa verdadeira “conciliação” entre as suas duas profissões, quando Inês Fonseca assumiu a função de diretora de marketing da Johnnie Walker, a ideia passava por desenvolver uma estratégia para a marca através do olhar de um músico, o que depois acabou por “dar origem a uma série de coisas”.

Entender o significado do famoso slogan da marca, “keep walking”, foi a primeira pedra na construção da sua estratégia. “O que quer dizer é que muitas vezes nós estamos confortáveis no nosso lugar, estamos bem, mas não acontece nada. Mas, de vez em quando, há pessoas que dão o passo que é mais corajoso, que é incómodo, e é graças a esses passos que essas pessoas avançam e fazem com que os outros avancem também. É esse progresso coletivo que o ‘keep walking’ defende e percebi que tinha uma ligação muito natural ao caminho que fazem os artistas“, diz.

“Depois de pensar imenso sobre diferentes insights que poderiam dar origem à estratégia, acabámos por aterrar nesta ideia de que na indústria musical parece que há um caminho ou uma noção de sucesso específica, que se nós não tivermos parece que estamos a fracassar. Tem de se ter uma editora e encher uma grande sala de espetáculos e tudo o resto parece que é não avançar, quando na verdade, na música e na vida, há milhões de maneiras de avançar“, explica.

Foi esta ideia que deu assim origem à estratégia que a marca desenvolveu na música. O objetivo passava por “dar um novo significado ao sucesso, mostrar que em vez de um caminho de sucesso na música, é possível criar infinitos caminhos, porque havendo infinitos caminhos, há infinitas pessoas que estão a avançar, ninguém está a parar e isso era muito fiel ao nosso keep walking“, refere ainda a diretora de marketing de 38 anos.

A ideia acabou por ganhar vida essencialmente através de uma série documental com oito episódios de meia hora de duração. “E foi todo um sucesso, em tempos em que nos dizem que só podemos fazer coisas de cinco segundos porque as pessoas não aguentam mais. Foi uma série espetacular em que pudemos mostrar caminhos de vários artistas super diferentes, noções de sucesso muito diferentes e correu-nos muito bem”.

Quanto à comunicação da Johnnie Walker, Inês Fonseca entende que esta é “muito pensada“, funcionando como um “puzzle onde diferentes peças trabalham diferentes objetivos“. “Diria também que mais do que estar obcecada com o como, os formatos, os meios ou a IA, é uma comunicação que nasce sempre de um lugar muito honesto, muito consistente, muito coerente com aquilo em que a marca acredita e defende. Diria que isso é o nosso farol e tudo o resto é uma consequência natural“, acrescenta.

Sendo responsável pelo marketing em cinco países europeus, Inês Fonseca diz que são notórias algumas diferenças. Desde logo, Portugal, a par de França, destaca-se como um dos países em que mais whisky se bebe. Além disso, Portugal é também o mais tradicionalista no consumo, uma vez que a generalidade dos portugueses consumidores de whisky o faz sem misturas, enquanto noutros países, como em Espanha, é habitual misturar o whisky com outras bebidas, como Coca-Cola ou Ginger Ale.

E estas diferenças, embora possam não parecer, são algo muito importante de ter em conta. “Quando estamos a gerir vários países é muito importante entender e adaptar as marcas aos países. Não é só traduzir as coisas, é preciso fazer mesmo um trabalho quase psicológico/sociológico de entender as culturas, entender as pessoas, as suas dores, sonhos e passado, porque se não entendermos essas ‘pequenas grandes’ coisas é depois muito difícil fazer um trabalho que seja realmente relevante e que ligue mesmo com as pessoas“, diz a responsável, que lidera uma equipa também ela muito “multicultural”, composta por uma pessoa espanhola, outra grega e outra francesa.

Em termos de agências, a Johnnie Walker trabalha em Portugal com a PHD, enquanto agência de meios, e com a Staff Global, em termos de festivais e eventos.

Passo a passo, Inês Fonseca foi assim trilhando a sua carreira no marketing a par da atividade musical, sendo que hoje em dia continua a fazer os dois trabalhos de maneira profissional, com discos gravados e a dar concertos.

Consegue esta conciliação “dormindo pouco, com muita organização, pouca vida social e muita ajuda”. É a vida que eu escolhi, acho que não sei ser de outra maneira e por agora não tenciono mudar nada. A música é uma mistura de ofício e identidade, não dá para separar daquilo que eu sou“, afirma.

Além do marketing e da música, Inês Fonseca também adora o ensino. O sonho que sempre teve de dar aulas começou a ser cumprido há cerca de um ano e meio quando iniciou a sua atividade como professora na Miami Ad School Madrid. Atualmente é também co-diretora do mestrado de Estratégia de Marca.

“Adoro contar histórias, falar com os estudantes e dar aulas. Às vezes penso no quanto me faltou ao longo do meu caminho alguém que me dissesse ‘olha, não tens que ser nada de concreto, há lugar para muitos tipos de pessoas, podes ser tu e ter sucesso à tua maneira’. Adorava que alguém me tivesse trazido estas reflexões e é o que eu tento trazer sempre que posso para o mundo do ensino e das faculdades“, explica.

Para lá destes três ofícios “tão mentais e que exigem tanto do interior de uma pessoa”, adora “não fazer nada”. “Tanto o marketing como a música não são profissões que lidem com uma coisa mecânica e em que eu possa não pensar, pelo que tenho imensa necessidade de estar sozinha e não fazer nada. Deitar tempo para o lixo é o meu hobbie preferido“, relata.

Já com “um divórcio às costas de um espanhol” — que continua a ser um dos seus grandes amigos e um dos seus grandes mentores no marketing — do qual “não se arrepende nada”, Inês Fonseca tem hoje em dia um namorado, também ele espanhol e também ele músico (além de motorista de autocarros).

A viver em Madrid, o regresso a Portugal não é algo que “esteja em cima da mesa no curto prazo”, embora seja algo que queira fazer no futuro. “Conheço pessoas que foram para fora e que têm a sensação de que Portugal já fica pequenino para elas. Eu nunca tive essa sensação. Sinto um grande amor por Portugal, acho que é enorme e um dia adorava voltar. Antes de começar a namorar pus logo a condição de que para o Sérgio [o atual namorado] estar comigo tinha de estar aberto à possibilidade de um dia viver em Portugal. E ele adora a ideia, portanto um dia vou voltar”, diz.

Ao longo do seu percurso, a maior provação que tem sentido é a de conseguir “continuar a andar para a frente” sem trair quem é, os seus valores e aquilo em que acredita. Chegada a um ponto na sua vida em que se sente “de forma plena” com as suas duas profissões, e em que a respeitam e valorizam por isso, tem o “sonho” de conseguir que mais pessoas que se cruzem consigo se consigam sentir-se mais reconciliadas com elas próprias e com o seu próprio caminho.

Penso imenso no momento da minha morte e naquilo que eu gostava de sentir e aquilo que eu gostava que as pessoas sentissem quando partir. E passa muito por aqui: gostava de sentir que não cedi naquilo que não queria ceder, que fui inteira e que fui honesta. Vivi sempre com este propósito em mente e gostava que um dia, quando partir, as pessoas me recordem como alguém que as fez sentir vistas e reconciliadas“, conclui.

Inês Fonseca em discurso direto

1- Que campanhas gostava de ter feito/aprovado? Porquê?

A nível nacional, “Quando for grande quero ser contabilista”, da Stream and Touch Guy. Achei brilhante dirigir a campanha aos contabilistas em vez dos contribuintes, usar o humor como veículo de emoção (em vez do clássico apelo à causa em questão), e aproveitar o poder da georreferenciação. Teve resultados brutais (+126% nas doações) e tudo isto baseado num insight muito bom: nunca nenhuma criança disse a frase da campanha. Grande exemplo do poder do storytelling.

Já em termos internacionais, destaco a campanha “Reindeer ready”, da McDonald’s (2018). Com o objetivo de tentar que as crianças pedissem mais cenouras (baby carrots) como acompanhamento, decidiram não só fazer uma campanha (muito bem integrada digitalmente), como até mudaram o nome das cenouras para “Reindeer treats”. Além de me parecer brilhante o insight (em Inglaterra deixam-se cenouras para as renas do Pai Natal, na noite de 24 de dezembro), poucas vezes vi uma ideia tão bem integrada (ao ponto de mudarem o próprio packaging e o nome do produto). Os resultados foram brutais, com um aumento de 240% nos pedidos de cenouras, entre outros resultados impressionantes.

2 – Qual é a decisão mais difícil para um marketeer?

A decisão arriscada, sem o conforto dos dados objetivos, em que entra em jogo a visão, a aposta, a intuição e a capacidade de assumir a responsabilidade, para o bem e para o mal.

3 – No (seu) top of mind está sempre?

O “porquê” por trás de tudo o que faço e os “KPI’s de vida” que tenho. Se não trair nenhum dos dois, no triunfo e no fracasso, está tudo bem.

4 – O briefing ideal deve…

Ser honesto, valente e com espaço para questionar, incendiar, e melhorar entre todos.

5- E a agência ideal é aquela que…

Luta pelas suas ideias e consegue ter uma energia criativa resiliente, coisa que é todo um esforço hercúleo nesta indústria e nos tempos que correm.

6 – Em publicidade é mais importante jogar pelo seguro ou arriscar?

Diria que é mais importante arriscar – mas sempre com uma noção clara e honesta do que a marca representa, que valores tem, que “linhas vermelhas” não pode cruzar, por que propósito se levanta cada dia. Se isso estiver no sítio, o risco é sempre calculado. Mas sem risco, é tudo água morna que não ferve nem cozinha nada.

7 – O que faria se tivesse um orçamento ilimitado?

Dar-me-ia ao luxo de levar a cabo muito mais ideias criativas que não necessariamente dão resultados a curto prazo, mas que oxigenam a marca, a indústria, que desenvolvem talento criativo e o põe no mapa. É muito bom termos cada vez melhor tecnologia e medições; às vezes, penso que isso também é o maior inimigo da criatividade pura e do risco necessariamente associado a ela.

8 – A publicidade em Portugal, numa frase?

Sinto sempre que é uma espécie de bebida fresca com um sabor exótico que, sendo-nos familiar, nos faz sempre arregalar os olhos e dizer “wow! Que surpresa”.

9 – Construção de marca é?

Paciência, verdade, identidade e sociologia.

10 – Que profissão teria, se não trabalhasse em marketing?

Como também sou cantora, não vale dizer a música. Mas se não fosse nada disto, acho que gostava de ser professora ou psicóloga.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Circulação de comboios parada devido a “adesão total” à greve de trabalhadores na CP

  • Lusa
  • 28 Abril 2025

Até às 07h não circulou nenhum comboio em Portugal. "A adesão dos trabalhadores à greve é total. Não há serviços mínimos", refere o sindicato. Perturbações na circulação podem prolongar-se até terça.

A adesão à greve dos trabalhadores da CP é de 100%, não tendo circulado qualquer comboio desde o início da paralisação às 00:00, disse à Lusa fonte do SFRCI – Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante.

“A greve começou às 00:00 e até às 07:00 não circulou nenhum comboio. A adesão dos trabalhadores à greve é total. Não há serviços mínimos”, adiantou à Lusa o sindicalista António Lemos.

O sindicalista disse que a greve visa reivindicar melhores condições salariais para todos os Trabalhadores da empresa.

“Após exaustivas negociações com a administração da CP — Comboios de Portugal, foi possível chegar a um acordo satisfatório em relação aos aumentos salariais para o ano em curso, mas este acordo “aguarda deferimento por parte das tutelas governativas desde fevereiro de 2025”.

A CP — Comboios de Portugal alertou no fim de semana para a possibilidade de “fortes perturbações na circulação” devido a uma greve convocada pelo SFRCI – Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante, que representa revisores, trabalhadores de bilheteiras e comerciais.

Segundo a empresa, as perturbações na circulação podem ainda sentir-se ainda na terça-feira.

No domingo, num comunicado assinado por 13 estruturas sindicais, entre os quais o SFRCI – Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante, os representantes dos trabalhadores acusaram a empresa de ter voltado atrás nas negociações com a justificação de que o Governo não autorizou a proposta que a transportadora iria assinar com os trabalhadores.

Na nota, indicaram que houve uma reunião no sábado à tarde entre a CP e os sindicatos, na qual “o presidente da administração da CP informou todas as organizações sindicais de que o governo não autorizou a administração a aplicar a última proposta” apresentada.

Segundo os sindicatos, trata-se de um “processo inédito”, já que a administração tinha apresentado uma contraproposta na quinta-feira para, dois dias depois, “dar o dito por não dito” e retirar essa proposta da mesa das negociações.

As estruturas sindicais afirmam que estavam “dispostas a aceitar” as condições da proposta apresentada pela empresa na quinta-feira, e que poderia ser “um passo importante para a solução de um problema estrutural na CP”, mas que agora a situação é de não haver qualquer acordo.

“O presidente da administração informou [os sindicatos, na reunião de sábado] que o Governo recusou a proposta com o argumento de se encontrarem em gestão e não poderem autorizar as medidas previstas no acordo”, lê-se no comunicado conjunto.

A Lusa contactou a CP e o Ministério das Infraestruturas e Habitação, mas só obteve uma curta resposta por parte do ministério de Miguel Pinto Luz, que confirmou que a proposta da empresa “não é enquadrável no âmbito das competências de um Governo em gestão”.

Segundo os sindicatos, a proposta da CP passava por um novo aumento a partir do mês de janeiro de 2025, a somar aos 34 euros aplicados por ato de gestão, de modo que seja reposta a diferença com o SMN — Salário Mínimo Nacional de 2018, um aumento variável em função de cada índice.

A empresa iria também aumentar em 4% todos os trabalhadores em dezembro de 2025, além de reduzir os tempos de permanência no primeiro índice para um ano, no segundo para dois anos, nos seguintes para três e no último para quatro, a partir de janeiro deste ano.

Na nota, dizem ainda que se mantém a greve de dois dias, em 07 e 08 de maio.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Hoje nas notícias: investimentos, política e IRS

  • ECO
  • 28 Abril 2025

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A AICEP deu luz verde a um pacote de investimentos de 300 milhões de euros para quatro empresas. A mais recente sondagem da Pitagórica aponta para uma possível maioria parlamentar da AD com a IL. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta segunda-feira.

AICEP aprova investimentos de 300 milhões numa semana

A AICEP – Agência para o Comércio Externo de Portugal aprovou um conjunto de quatro investimentos na semana passada, cujo valor somado atinge os 300 milhões de euros. Este pacote reparte-se por quatro empresas — Coloplast, Biotek, Preh e Testo –, sendo que os investimentos irão permitir a criação de 152 novos postos de trabalho e assegurar a manutenção de outros 1.200, dos quais 227 são qualificados. “Estes investimentos demonstram que Portugal continua a ser visto pelos investidores como um porto seguro e que as empresas instaladas no país estão empenhadas em criadas mais emprego, parte do qual qualificado. Permite ainda que 2025 seja um ano de resiliência, apesar dos potenciais embates de uma conjuntura externa desafiante”, sublinha o ministro da Economia, Pedro Reis.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso indisponível)

AD e liberais juntos mais perto da maioria absoluta

A mais recente sondagem da Pitagórica para o Jornal de Notícias, a TSF e a TVI/CNN coloca a AD (34,8%) à frente do PS (28,1%) com uma vantagem de sete pontos percentuais. Somando as intenções de voto na Iniciativa Liberal (7,4%) às da coligação que junta o PSD e o CDS-PP, o resultado supera em oito décimas o que permitiu a António Costa conquistar a maioria absoluta em 2022, tornando possível uma maioria parlamentar de centro-direita. O Chega estagnou (15,2%) e continua a ser o partido que mais perde face às legislativas de 2024. Entre os partidos de esquerda, projeta-se o crescimento do Livre (4,4%) e da CDU (4,1%), enquanto o BE (1,9%) corre o risco de se tornar irrelevante e o PAN (0,6%) de desaparecer. O número de indecisos baixou para 15,4%, mas é suficiente para poder baralhar as contas.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago)

Centeno avisa partidos: “é o momento de não ter ilusões” nas contas públicas

O governador do Banco de Portugal evita avaliar os programas eleitorais da AD e do PS, mas deixa o aviso de que “é o momento de não ter muitas ilusões” sobre a sustentabilidade das contas públicas. Mário Centeno lembra que, ao olhar para propostas e medidas políticas, deve-se “ter sempre presente a ideia da estabilidade financeira” e “não ser pró-cíclicos”. Perto de serem conhecidas novas previsões do supervisor financeiro, o governador assume que é mais provável um cenário de novo corte nas projeções económicas. “Nós antevemos uma desaceleração da economia nos próximos trimestres, que se prolongará durante 2026. Fazer algo para que isto não seja assim obriga a que os decisores de políticas, não apenas de política monetária, mas também de política orçamental, possam ser mais previsíveis”, afirma.

Leia a entrevista completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Contribuintes atrasam entrega do IRS

Os contribuintes estão a demorar mais este ano a entregar o IRS. De acordo com o Portal das Finanças, pouco mais de 2,7 milhões de declarações de rendimentos tinham sido submetidas até ao final da manhã de domingo, quando em 2024, cuja campanha também começou no dia 1 de abril, a mesma fasquia foi atingida três dias antes. O fiscalista Luís Leon, da consultora Ilya, considera que esta demora na entrega pode ter que ver com “reembolsos mais pequenos”. Simultaneamente, a necessidade de acrescentar despesas dedutíveis, assim como de corrigir o agregado familiar (mesmo que o tenha comunicado dentro do prazo) estão também a afastar alguns portugueses do IRS Automático, que optam pelo preenchimento manual.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

Bruegel: Tarifas à UE são “exorbitantes”, mas o efeito é “controlável”

As tarifas que os EUA impuseram aos produtos comprados à União Europeia (UE) são “exorbitantes”, mas o impacto económico “parece controlável”, segundo uma análise do think tank Bruegel. O estudo, que tem entre os autores a economista portuguesa Madalena Barata Rocha, sublinha que “os decisores políticos europeus dispõem de muitos instrumentos para compensar os efeitos”, tais como “o reforço da procura interna através da política orçamental, a assinatura de acordos de comércio livre com países terceiros e a implementação de reformas do mercado único”. É ainda antecipado que a guerra comercial tenderá a diminuir a procura mundial e, tendo esse movimento um “provável efeito deflacionário”, pode dar alguma “margem de manobra para a flexibilização monetária na União Europeia”.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

O dia em direto nos mercados e na economia – 28 de abril

  • ECO
  • 28 Abril 2025

Ao longo desta segunda-feira, 28 de abril, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

João Zilhão: “Todos os dias se fazem negócios. Nas mesas, no jogo, de prato na mão no buffet”

  • ECO
  • 28 Abril 2025

De apanha-bolas a diretor do Estoril Open, João Zilhão construiu uma carreira no ténis com paixão e resiliência. Esta é a história por trás do torneio.

João Zilhão começou a jogar ténis aos três anos, com o pai. “Fomos dez vezes campeões nacionais de pais e filhos, representámos Portugal nos campeonatos do mundo de pais e filhos, onde estavam craques mundiais incríveis”, recorda. Cresceu num campo de ténis improvisado no jardim da avó, em Carcavelos, e foi aí que nasceu a paixão. Em 1990, o Estoril Open aconteceu pela primeira vez no Jamor, e João Zilhão concorreu para ser apanha-bolas. “Foi uma experiência fantástica e única.”

O percurso foi sendo construído degrau a degrau: “Vários anos de apanha-bolas, depois fui juiz de linha, depois tradutor de conferências de imprensa, depois fui assistente do diretor de torneio do João Lagos.” Na João Lagos Sport foi produtor de grandes eventos como o Tennis Masters Cup. Mais tarde, trabalhou com uma empresa alemã, em golf e padel.

Licenciado em Direito, reconhece que a formação é uma mais-valia no dia a dia. “O meu dia-a-dia é contratos e o direito é-me muito útil.” Mas é no desporto que vibra: “Tenho um saco de raquetes com metade são raquetes de ténis e outra metade são raquetes de padel. Adoro jogar padel. Jogo todas as semanas.

"Nós nunca desistimos. Vem do ténis, de ter jogado competição. Cada bola? Mesmo quando estás match point contra… tens oportunidade”

João Zilhão, diretor do Estoril Open

Hoje, à frente do Estoril Open, garante que o evento vai muito além do desporto. “Não é só ver bons jogadores. É ter música, é ter arte, é ter gastronomia, é ter bons vinhos, é ter bons cocktails.” O objetivo? Criar uma experiência memorável: “A pessoa tem que sair de lá contente, alegre com a experiência.”

Os números confirmam o impacto: o valor global de patrocínios do ano passado chegou aos 108 milhões de euros e o impacto económico em Portugal rondou os 50 milhões. Para João Zilhão, o sucesso do evento também se deve à relação com os media e parceiros: “Temos uma família de sponsors e de media partners importantes que dão relevância ao projeto ao longo de muitos meses.

O networking acontece em todo o lado, até à volta do buffet: “Todos os dias se fazem negócios. Nas mesas, no jogo, de prato na mão no buffet… Já me aconteceu a mim. Apanhar a pessoa A, B, C ou D ali, de repente, a escolher a comida. As pessoas têm que se levantar para ir servir. E a pessoa de repente tem ao lado, ‘ah, estás bom?’, trocas o cartão e de repente lanças ali uma primeira semente de uma relação.

A resiliência vem do ténis. “Nós nunca desistimos. Vem do ténis, de ter jogado competição. Cada bola? Mesmo quando estás match point contra… tens oportunidade.” Essa garra continua a guiá-lo, inclusive nos sonhos por concretizar. “Numa entrevista, perguntaram-me o que é que gostava de ser aos 50. E eu disse: CEO do ATP. Podia ser interessante um dia.

Este podcast está disponível no Spotify e na Apple Podcasts. Uma iniciativa do ECO, que Diogo Agostinho, COO do ECO, procura trazer histórias que inspirem pessoas a arriscar, a terem a coragem de tomar decisões e acreditarem nas suas capacidades. Com o apoio do Doutor Finanças e da Nissan.

Se preferir, assista aqui:

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Prémio Autarquia do Ano – Grupo Mosqueteiros: as categorias que estão a transformar o poder local

  • Conteúdo Patrocinado
  • 28 Abril 2025

O Prémio Autarquia do Ano – Grupo Mosqueteiros está de volta para destacar projetos transformadores no poder local. As candidaturas já estão abertas e há novas categorias a concurso.

O Prémio Autarquia do Ano – Grupo Mosqueteiros volta a reconhecer o que de melhor se faz no poder local em Portugal. Este prémio destaca projetos inovadores e iniciativas que fazem a diferença nas comunidades, valorizando o trabalho das autarquias na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.

A sexta edição deste galardão já tem as inscrições abertas. Saiba como se inscrever.

Entre as várias categorias a concurso, há algumas que têm tido um impacto particularmente transformador nos últimos anos.

Uma delas é a categoria Saúde e Bem-estar, que tem distinguido projetos focados na promoção da qualidade de vida da população. Um exemplo de sucesso foi o projeto Cascais Mentalmente, que garantiu mais de 6.699 consultas de saúde mental num ano, através de uma abordagem inovadora que descentralizou o acesso ao apoio psicológico. Iniciativas como esta demonstram a importância do papel das autarquias na criação de programas de saúde preventiva e inclusão social.

Áreas relacionadas com a mobilidade e a sustentabilidade também têm tido destaque. Com a crescente necessidade de soluções ecológicas, várias autarquias têm implementado projetos focados economia circular e na conservação do património. Municípios que investem na mobilidade sustentável, energias renováveis ou reflorestação têm não só um impacto direto na qualidade de vida dos habitantes, como também na construção de um futuro mais verde e responsável.

Já na Educação e Inclusão Social, há cada vez mais projetos voltados para o combate às desigualdades e para a promoção de oportunidades para todos.

A edição deste ano aumentou o leque de subcategorias a concurso, nomeadamente, Desporto Inclusivo (acessibilidade para pessoas com deficiência), ⁠Bem-Estar Mental e Físico (combate ao sedentarismo e apoio psicológico), Programas de educação ambiental, Educação para o Empreendorismo e Inovação, Digitalização das empresas locais, entre outras. Consulte aqui todas as categorias e subcategorias disponíveis.

As autarquias que pretendem ver os seus projetos reconhecidos podem submeter as suas candidaturas até 20 de junho. O prémio não só distingue o trabalho das equipas municipais, como também serve de inspiração para boas práticas em todo o país. Se a sua autarquia tem um projeto que merece destaque, esta é a oportunidade de dar visibilidade ao seu impacto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.