Governo planeia criar mais sete consulados, cinco no Brasil

  • Lusa
  • 18 Fevereiro 2025

O Governo português planeia criar mais sete consulados, cinco dos quais no Brasil, e talvez um no Recife, anunciou o Presidente da República.

O Governo português planeia criar mais sete consulados, cinco dos quais no Brasil, e talvez um no Recife, anunciou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, elogiando por isso o Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Marcelo Rebelo de Sousa falava perante o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, durante um encontro com representantes da comunidade portuguesa, no Gabinete Português de Leitura de Pernambuco, no Recife.

“Tinha aqui uma coisa escrita, mas não sei se o senhor ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros me autoriza a dizer, mas acho que isto foi aprovado. Puseram-me aqui que há a ideia de criar mais sete consulados, dos quais cinco no Brasil”, declarou o Chefe de Estado.

Dirigindo-se a Paulo Rangel, Marcelo Rebelo de Sousa perguntou: “Posso dizer ou é melhor não dizer?”.

O Presidente da República interpretou a resposta do ministro como um “assim-assim” e prosseguiu: “E, eventualmente, um no Recife. Pronto, quer dizer, já não há silêncio”.

O Chefe de Estado considerou que as suas palavras se enquadravam na “cooperação institucional” e referiu estar convencido de que “isto foi discutido no Parlamento”.

“Bom, é importante, mas bem merece. Só quer dizer que temos um Ministério de Negócios Estrangeiros muito atento àquilo que se passa“, elogiou.

Marcelo Rebelo de Sousa chegou ao Recife no domingo, para uma visita oficial ao Brasil, a convite do Presidente Lula da Silva, que o receberá na terça-feira no Palácio do Planalto, em Brasília.

Pela parte do Governo, está acompanhado pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel. Não se tratando, na classificação da Presidência da República Portuguesa, de uma visita de Estado, a comitiva não inclui deputados.

Na quarta-feira, dia em que Chefe de Estado estará de regresso a Portugal, será o primeiro-ministro, Luís Montenegro, a reunir-se com Lula da Silva, durante a 14.ª Cimeira Luso-Brasileira, à qual levará 11 dos 17 ministros do Governo PSD/CDS-PP, seguindo depois de Brasília para São Paulo, para um fórum económico.

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Advogados defendem que tribunais não devem sair do Campus de Justiça

  • Lusa
  • 18 Fevereiro 2025

O questionário foi realizado entre 16 de janeiro e 12 de fevereiro e contou com a resposta de 825 profissionais, cerca de 5% dos inscritos dos advogados do Conselho Regional de Lisboa da OA.

A falta de salas adequadas para advogados, a dimensão das salas de audiência e o cruzamento nos corredores entre magistrados, arguidos e vítimas são os principais problemas identificados pelos advogados no Campus de Justiça de Lisboa, segundo um inquérito recente realizado pelo Conselho Regional de Lisboa da Ordem dos Advogados.

O questionário foi realizado entre 16 de janeiro e 12 de fevereiro e contou com a resposta de 825 profissionais, cerca de 5% dos inscritos naquele órgão.

De acordo com os resultados do inquérito, a que a Lusa teve acesso, 52% dos inquiridos consideraram que as instalações do Campus de Justiça de Lisboa “reúnem as condições de trabalho adequadas” para todos os operadores judiciários, enquanto os restantes 48% evidenciaram a falta de condições.

Entre estes últimos, 117 causídicos afirmaram que “nenhum dos tribunais tem as condições necessárias”, com o Tribunal Central de Instrução Criminal a ser o mais referido pelos que indicaram somente um espaço.

Os advogados auscultados dividem-se também quanto à necessidade de os tribunais e outros serviços judiciários abandonarem o Campus de Justiça de Lisboa, com 54% a defenderem que tal não deve acontecer e 46% que sim.

O Governo criou, em novembro de 2024, um grupo de trabalho para elaborar, até 31 de março de 2025, um “plano estratégico” de saída dos tribunais do Campus de Justiça de Lisboa. Desse grupo faz parte o Conselho Regional de Lisboa da OA.

A retirada deverá ficar concluída até 30 de abril de 2034, data em que termina o contrato de arrendamento dos edifícios localizados no Parque das Nações, na zona ribeirinha da cidade.

“O contrato de arrendamento do Campus de Justiça de Lisboa, celebrado a 03 de junho de 2008, representa, na presente data, um encargo para o Estado de valor superior a 222 milhões de euros”, referiu, no despacho de criação do grupo de trabalho, a secretária de Estado da Justiça, Maria José Barros.

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Young Lions regressam ao ritmo de José Pinhal

  • + M
  • 18 Fevereiro 2025

O conceito e identidade visual da campanha foram desenvolvidos pela Tangity, agência que faz parte da consultora NTT Data e que é também naming sponsor da competição. A Trix assina o filme.

“A vida dura muito pouco para dares palco a outro” é o mote dos Young Lions deste ano. “A competição está de volta para desafiar toda uma geração de profissionais a demonstrarem o seu potencial criativo para representar Portugal num dos palcos mais prestigiados de setor”, aponta Ana Paula Costa, representante dos Lions Festivals em Portugal, junto com a MOP, sublinhando que “as competições Young Lions são um verdadeiro trampolim para as carreiras”.

O conceito criativo da edição deste ano é inspirado na figura e estilo de José Pinhal, apresentando uma imagem kitsch-pop. O conceito e identidade visual da campanha e do site foram desenvolvidos pela Tangity, agência criativa que faz parte da consultora NTT Data e que é também naming sponsor da competição, e a Trix assina a realização do filme.

“Falar para os mais jovens é sempre um desafio, porque as marcas têm de encontrar a linguagem e a forma certa de o fazer. Nesta campanha, creio que encontrámos um eixo verdadeiramente autêntico, porque os Tangity Young Lions Portugal prometem fazer exatamente o que José Pinhal não conseguiu no seu tempo: dar o devido reconhecimento ao talento, algo que acabou por só acontecer décadas após a sua morte. É o exemplo perfeito pela história, pela letra da sua música e pela estética para transmitirmos a ideia de que a vida dura muito pouco para darmos palco a outro, mais ainda no registo imagético kitsch que emergiu com o cantor, graças às novas gerações“, descreve citado em comunicado antecipado ao +M André Sentieiro, diretor criativo da Tangity Portugal.

Com inscrições a decorrer desde esta segunda-feira e até dia 6 de março, são chamados a participar profissionais até 30 anos nas categorias de imprensa/OOH, filme, digital, media, design, relações públicas e marketing. As candidaturas serão avaliadas e votadas por um coletivo de jurados nomeados pelas principais associações das áreas de marketing, publicidade e comunicação, que vão selecionar 70 jovens profissionais para passarem ao bootcamp.

Neste, terão 48 horas para responder a um briefing, apresentado pelas marcas patrocinadoras, sendo no final selecionadas as duplas vencedoras que viajam até ao Festival de Criatividade Internacional Cannes Lions, em representação de Portugal na competição internacional.

No top 3 dos países mais premiados nesta competição, em 2024 as duplas portuguesas ganharam uma medalha de bronze em Digital — Tomás de Matos Almeida e João Chicau – e duas shortlists – em Filme, com Francisco Machado e Daniel Gordon, e em Design, com David Canaes e Francisco Roque do Vale.

A Central de Informação é a agência responsável pela assessoria de imprensa e pela amplificação no digital da edição desta dos Tangity Young Lions Portugal, agora também no TikTok e LinkedIn, e a IPG Mediabrands a agência de media. A iniciativa conta ainda com a colaboração da 29 Graus, da Carma e NewsSearch e da Sagres. O +M, Público e RTP são os parceiros de media.

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Hoje nas notícias: lei dos solos, lítio e UTAO

  • ECO
  • 18 Fevereiro 2025

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Os preços dos solos rústicos estão a subir, mas as imobiliárias dizem que a incerteza com a nova lei dos solos está a travar as vendas de terrenos. A ministra do Ambiente e Energia garante que este ano vão acontecer apenas ações de mapeamento das riquezas existentes em território nacional, sobretudo com recurso a meios aéreos. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta terça-feira.

Preço dos solos rústicos está a subir, mas incerteza da nova lei trava vendas

Pouco mais de um mês após terem sido publicadas as alterações à chamada lei dos solos, Remax, ERA e Imovirtual dão conta de um aumento dos preços de terrenos rústicos no início de 2025 ou antecipam que essa subida venha a intensificar-se ao longo deste ano. Não obstante, as imobiliárias consideram que é cedo para tirar conclusões, por não haver operações suficientes para fazer já um retrato fiável da evolução da oferta e da procura, até porque as alterações que a lei ainda irá sofrer trazem incerteza ao mercado.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Ministra do Ambiente: “Prospeção de lítio será feita sobretudo com meios aéreos”

A ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, disse que este ano vão acontecer apenas ações de mapeamento das riquezas existentes no território nacional, sobretudo com recurso a meios aéreos. “Precisamos de saber o que temos, se temos concentrações que justifiquem avanços de projetos”, afirmou a governante, prometendo “fazer sempre o mínimo possível de impacto na natureza e na qualidade de vida, nos menores impactos ambientais possíveis”.

Leia a notícia completa na Rádio Renascença (acesso livre)

UTAO alerta para “proposta perigosa” com exclusão dos gastos em defesa das regras orçamentais europeias

A possibilidade avançada pela Comissão Europeia de excluir os gastos com Defesa da contabilidade para as regras orçamentais comunitárias é “perigosa”, por retirar aos cidadãos parte da noção do seu impacto financeiro para as contas públicas dos Estados-membros. O alerta é do coordenador da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), Rui Baleiras, que lembra que, independentemente da contabilidade feita por Bruxelas, os europeus terão de pagar estes gastos, seja por mais impostos, dívida ou redução da despesa. “Criar uma exceção à regra é criar uma ilusão aos cidadãos”, sublinha.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago)

Novo aeroporto deslocaliza campo de tiro de Alcochete para Mértola

O campo de tiro da Força Aérea Portuguesa vai ser deslocalizado para Mértola devido à construção do novo aeroporto de Lisboa em Alcochete. A questão já tinha sido colocada em cima da mesa no passado, quando o Governo de José Sócrates tinha apontado Alcochete como localização para o novo aeroporto, tendo então sido estudada a deslocalização do campo de tiro para um terreno numa zona entre Mértola e Serpa, num custo de quase 250 milhões de euros. Além da compra do terreno, será necessário um investimento na adaptação do espaço às necessidades da Força Aérea.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Startups só captam 5% dos 225 mil milhões para inovar

Com o programa Horizonte Europa e os instrumentos financeiros destinados à inovação dos quadros comunitários anteriores, Bruxelas tem cerca de 225 mil milhões de euros para investigação e desenvolvimento (I&D). Porém, deste montante, apenas 5% estão a chegar às startups, segundo conclui um relatório da Dealroom e da Dealflow. “É muito pouco, especialmente considerando que são as startups que impulsionam o crescimento e a inovação”, disse o managing partner de Thijs Povel, justificando o cenário com a “forma como os programas de investigação estão desenhados”.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso indisponível)

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“Os resultados que tenho tido na minha carreira devem-se à minha paixão pelo desporto”

  • ECO
  • 18 Fevereiro 2025

O segundo episódio do podcast Wellbeing by Holmes Place, destacou o impacto do exercício na saúde física e mental, com o piloto Manuel Gião a partilhar como o desporto transformou a sua carreira.

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Já é sabido e a ciência confirma que a prática regular de atividade física traz benefícios significativos para o humor, ajuda a controlar a ansiedade e melhora a saúde física e mental.

Nesse sentido, O corpo em movimento: o impacto do exercício foi o tema escolhido para o segundo episódio do podcast produzido pelo Holmes Place em parceria com o ECO, cujo objetivo é promover boas práticas que ajudem a alcançar o equilíbrio entre o corpo e a mente.

Sobre este equilíbrio, Paulo Ah Quin, master trainer do Holmes Place, explicou que o exercício físico não se limita ao impacto no corpo, mas também exerce um papel crucial na saúde mental. “O exercício tem um impacto direto na parte neurológica, mudando o nosso estado de humor, controlando a nossa capacidade cognitiva, o que nos vai ajudar de forma hormonal e neurológica a prevenir situações de depressão, ansiedade ou simplesmente stress”, refere.

"Neste momento, estou a competir com pilotos de 20 anos devido à minha preparação física e mental”

Manuel Gião, piloto de automóveis

Um exemplo prático destes benefícios é a experiência de Manuel Gião, piloto de automóveis, que atribui grande parte do seu sucesso desportivo à prática regular de exercício físico. “Temos [os pilotos] um stress muito grande, mas acho que os resultados que tenho tido na minha carreira devem-se muito ao facto de praticar desporto e à minha paixão pelo mesmo. Neste momento, estou a competir com pilotos de 20 anos devido à minha preparação física e mental”, afirmou o piloto, que, aos 53 anos, mantém uma performance de excelência.

“O corpo em movimento: o impacto do exercício” foi o tema escolhido para o primeiro episódio do podcast produzido pelo Holmes Place em parceria com o ECO

Atividades cardiovasculares, natação, andar de bicicleta e os treinos de circuito são algumas das atividades físicas que Manuel Gião pratica para manter a sua performance física e mental.

Para quem não está habituado a treinar, a recomendação é começar de forma progressiva. “Quanto mais intenso for o treino, maior será o benefício psicológico”, explica Paulo Ah Quin. No entanto, é importante adaptar os exercícios à realidade de cada pessoa. “É preferível sempre um exercício que a pessoa faça do que um exercício perfeito, mas que a pessoa não faz”, aconselha o especialista.

Além de ajudar na gestão emocional, a prática regular de atividade física também melhora o desempenho no trabalho. “Está comprovado que treinar antes de reuniões ou atividades desafiantes melhora a clareza mental e o desempenho”, conclui Paulo Ah Quin.

Esta sinergia entre corpo e mente mostra que o exercício físico é muito mais do que um hábito saudável: é uma ferramenta essencial para alcançar equilíbrio e bem-estar em todas as dimensões da vida.

Assista à conversa completa por aqui:

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Instituto Coordenadas alerta para a falta de apoio à exploração mineira a nível europeu e para o risco de projectos estratégicos como o de Mina Muga

  • Servimedia
  • 18 Fevereiro 2025

O excesso de regulamentação e os obstáculos burocráticos estão a comprometer o desenvolvimento de infra-estruturas “chave”, como “a principal exploração mineira em solo espanhol.

A exploração mineira na União Europeia enfrenta um futuro incerto devido à falta de apoio financeiro e aos excessos regulamentares, uma situação que ameaça iniciativas estratégicas como Mina Muga, o maior projeto mineiro de Espanha, de acordo com uma análise do Instituto Coordenadas de Governação e Economia Aplicada.

Os especialistas do Instituto Coordenadas alertam para o facto de que, enquanto a China e os Estados Unidos consolidam a sua liderança na extração de minerais essenciais para a transição energética e a inovação tecnológica, “a Europa fica para trás, com um investimento global de apenas 3%, apesar de a sua procura de metais críticos se situar entre 25% e 30% do total mundial”.

Neste contexto, a mina de Muga, promovida pela australiana Highfield Resources com um investimento de 700 milhões de euros através da empresa espanhola Geoalcali, encontra-se numa situação crítica após doze anos de tramitação sem um acordo entre administrações sobre a assinatura de uma licença essencial. “Este impasse reflete o desfasamento entre as necessidades da indústria e a burocracia da UE”, diz a análise.

A exploração mineira é “um sector-chave para garantir a soberania tecnológica e energética da Europa”, mas a falta de incentivos e a complexidade da regulamentação estão a limitar o seu desenvolvimento, dizem os analistas. “É paradoxal que a UE esteja cada vez mais dependente das importações de minerais estratégicos, ao mesmo tempo que dificulta os seus próprios projetos que poderiam reduzir essa dependência”, acrescenta o documento.

A análise menciona ainda outros setores afetados pela rigidez regulamentar, como os automóveis elétricos e as energias renováveis, mas sublinha que a exploração mineira é um dos mais afetados pela falta de um quadro de apoio específico, que contrasta com o apoio que os EUA e a China oferecem às suas empresas extrativas.

O Instituto Coordenadas conclui que, sem mudanças na política comunitária e nacional, a Espanha e a Europa “correm o risco de ficar de fora da corrida global” pelos recursos críticos necessários à indústria do futuro.

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FIATC inaugura a primeira residência para idosos certificada pela Passivhaus na Catalunha

  • Servimedia
  • 18 Fevereiro 2025

A FIATC Residences, divisão da FIATC dedicada à construção e gestão de residências para idosos, inaugurou o seu sexto centro, Mirador de Gràcia. É o primeiro na Catalunha com certificação Passivhaus.

Situada junto ao Parc de Collserola, a nova residência, acreditada pela Generalitat de Catalunya, dispõe de 143 lugares residenciais e 40 lugares de centro de dia. A sua certificação Passivhaus garante uma maior eficiência energética e um elevado nível de conforto para as pessoas, graças à temperatura constante, à qualidade do ar e a uma iluminação natural ótima.

O edifício Mirador de Gràcia tem uma instalação solar fotovoltaica de 59 kWp e gera cerca de 26% do seu consumo anual de energia, reduzindo as emissões de CO2. A eficiência deste novo centro resultará numa redução de 70% nos custos de energia em comparação com as instalações tradicionais.

Com mais de 6.692 m² de área útil, a residência distribui-se por sete pisos com três unidades de habitação. A sua arquitetura e os seus interiores foram concebidos com base na experiência de mais de 10 anos da equipa técnica da FIATC Residences na gestão de centros. Assim, o mobiliário foi criado especificamente para se adaptar às necessidades dos residentes e dos profissionais.

PRESENÇA INSTITUCIONAL

A inauguração em Barcelona contou com a presença do Secretário-Geral dos Direitos Sociais e da Inclusão da Generalitat da Catalunha, Raúl Moreno Montaña; do Presidente Executivo da FIATC Seguros, Joan Castells, e do Diretor-Geral da FIATC Residences, Joaquim Rigau.

Raúl Moreno Montaña reafirmou a aposta do Governo da Catalunha na digitalização e simplificação dos processos com o objetivo de reduzir o tempo de espera para aceder às prestações por dependência ou invalidez.

Joan Castells sublinhou que “este novo centro é o resultado da colaboração público-privada, que é tão necessária num país como o nosso, com falta de equipamentos sociais. O nosso compromisso”, sublinhou, ‘é para com as pessoas de quem vamos cuidar aqui e para com a sociedade de Barcelona, sempre guiados pelo nosso desejo de contribuir para ações de natureza social’.

Neste sentido, Joaquim Rigau afirmou: “Oferecemos inovação social e assistencial, serviços diferenciados. Não só promovemos pequenas unidades de habitação, adaptadas a diferentes níveis cognitivos, como também construímos infra-estruturas sustentáveis, concebidas com o utilizador no centro. Este lar de idosos é um exemplo claro deste conceito posto em prática”.

80 PROFISSIONAIS

O Mirador de Gràcia dispõe de 7 quartos individuais e 68 quartos duplos, exteriores e com luz natural. Destacam-se os espaços comuns do novo edifício (ginásio, cabeleireiro, farmácia, salas de atividades e de visitas) e os exteriores ajardinados (dois terraços panorâmicos).

Uma equipa de 80 profissionais, especializados nas áreas médica, social e psicológica, bem como em alta dependência e demência, oferecerá cuidados integrais aos residentes, promovendo a sua autonomia e qualidade de vida.

Nos próximos cinco anos, a FIATC Residences pretende abrir cinco novos espaços em Barcelona, Viladecans, Vilanova, Alicante e Elche – estes dois últimos serão os primeiros fora da Catalunha.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 18 de fevereiro

  • ECO
  • 18 Fevereiro 2025

Ao longo desta terça-feira, 18 de fevereiro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Execução vai determinar corte de 450 milhões nos programas de capitalização do Banco de Fomento

Os quatro programas de capitalização do Banco de Fomento sofreram um corte de 450 milhões com a reprogramação do PRR. Não está pré definido quem sofre o corte. Quem executar menos perde mais.

Na reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), os programas de capitalização do Banco Português de Fomento vão perder 450 milhões de euros que passam a ser utilizados para a contribuição do programa InvestEU. A redução das verbas será decidida com base na execução dos quatro programas de capitalização do banco, revelou esta segunda-feira o CEO do BPF.

Não está predefinida qual será a redução em cada um dos instrumentos de capital”, explicou Gonçalo Regalado na apresentação do Plano de Ação do banco. “O que vamos fazer é, paulatinamente, ir medindo quase mês a mês o que estamos a executar e ir garantindo essa alocação. Vamos ter uma competitividade boa entre os quatro programas para que essa competitividade também seja um acelerador positivo ao bom investimento das empresas portuguesas”, acrescentou.

O Banco de Fomento tem quatro instrumentos de capitalização para o continente: dois nos quais o banco investe diretamente nas empresas e dois onde o investimento é feito indiretamente através de capitais de risco. Em causa estão 1.300 milhões de euros do Fundo de Capitalização e Resiliência financiado com verbas do Plano de Recuperação e Resiliência.

O Programa de Recapitalização Estratégica tem uma taxa de execução de 43,2%, mas no Deal-by-Deal a taxa cai para 10,3%. Ambos têm uma dotação de 200 milhões cada. Já ao nível indireto existe o Consolidar, com 39,3% de execução dos 500 milhões alocados, e o Programa de Venture Capital tem uma execução de 17,7% dos 400 milhões que tem de dotação.

Gonçalo Regalado explicou assim que, ao contrário do que inicialmente se pensava, os cortes não vão incidir apenas sobre os programas de capitalização direta: Recapitalização Estratégica e Deal-by-Deal. Isto porque o facto de a capitalização ser feita através de capitais de risco não é impeditivo da perda de verbas.

“Nos programas indiretos, fizemos a atribuição às capitais de risco podendo ir até aos 60 milhões de euros, mas contra metas de execução que vão ser medidas agora no final do primeiro trimestre“, explicou Gonçalo Regalado. “A cada uma dessas instituições é deixado claro que a aceleração obriga a essas metas, caso contrário faremos top ups, reforço de investimentos em quem já está a executar, quem já tem investimentos contratualizados e faremos ajustamentos com hair cuts a quem não está a executar, para permitir a todos terem acesso ao investimento”, concluiu.

Os quatro programas de recapitalização tinham inicialmente 1.300 milhões de euros, aos quais são retirados 450 milhões na reprogramação do PRR para “multiplicar por 13 as garantias”, explicou o CEO do BPF. “O que sentimos é que a maioria das empresas em Portugal quer fazer investimentos com financiamento e não partilha de capital. Por isso equilibrámos os plafonds”, acrescentou.

Portugal é o terceiro país, depois da Roménia e de Espanha, muito próximo da Grécia, em dimensão, a fazer a subscrição do member state compartment do InvestEU. Mas, em termos de impacto, os sete países que já fizeram esta subscrição com quase dois mil milhões de euros têm 11.400 milhões de euros de garantias, embora Portugal pretenda ter um duplicador que é o dobro face ao europeu (13x contra 6X a nível europeu).

“Com 500 milhões de euros queremos chegar aos 6.500 milhões”, disse o responsável revelando que “o processo está bem lançado” e que já teve reuniões com a comissão executiva do FEI no Luxemburgo e que o processo de candidatura está em curso.

A nossa ambição é poder fechar as negociações no primeiro semestre e ter a capacidade de mais para o final do ano ter esta disponibilidade de garantias“, disse.

Estas garantias vão ser distribuídas em quatro pilares: inovação e digitalização onde estão apontados 50% do montante (3.250 milhões de euros); para a área da sustentabilidade e do ESG, com cerca de 30% do montante (2.000 milhões de euros); para a competitividade das PME com 12% (750 milhões de euros) e cerca de 500 milhões de euros para a agricultura (8%).

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Essência do Vinho leva mais de 4 mil vinhos em prova livre ao Palácio da Bolsa

O evento Essência do Vinho - Porto está de regresso ao Palácio da Bolsa, a partir de quinta-feira e até domingo, com 400 produtores e mais de 4.000 referências de vinho com prova livre.

A partir de quinta-feira, os caminhos de grandes apreciadores de vinho nacionais e estrangeiros cruzam-se na 21.ª edição da Essência do Vinho – Porto, no Palácio da Bolsa, para viverem até domingo uma experiência vínica com 4.000 referências de 400 produtores, em prova livre. Pelo segundo ano consecutivo e por cem euros por pessoa, há ainda a possibilidade de provar vinhos exclusivos das grandes famílias do mundo vinícola no room experience”.

“O room experience é a oportunidade ideal para os apreciadores de vinho conhecerem os rostos de cada casa, ouvirem histórias de gerações contadas na primeira pessoa e provarem alguns dos melhores vinhos do mundo”, detalha Nuno Pires, da Essência Company que organiza o Essência do Vinho. Mas não é vinho para a boca, ou melhor, o bolso de qualquer um, a julgar pelos 100 euros de entrada, quando comparado com os 25 euros pagos para viver a experiência vínica do restante espaço do Palácio da Bolsa onde estão dezenas de outras marcas.

O cardápio deste ano da 21.ª edição da Essência do Vinho apresenta-se extenso com provas comentadas e harmonizações de vinho/gastronomia. Um dos momentos altos desta iniciativa é a eleição do Top 10, com “os vinhos mais entusiasmantes do país” pelo júri internacional, constituído por jornalistas, críticos e sommeliers.

Terminada a edição da Essência do Vinho no domingo, as experiências continuam no dia seguinte com uma outra iniciativa, a “Veni Vini Vici”, mas com a particularidade da prova ser com os chamados vinhos naturais. As portas do Mercado Ferreira Borges abrem-se, a 24 de fevereiro, para dar a provar as referências de “30 produtores que encaram o vinho à luz da chamada baixa intervenção” de adega, explana Nuno Pires que organiza esta primeira edição em parceria com a Niepoort Vinhos, Vigner On e Terroir Vinhos de Identidade.

Entre os produtores estão representadas algumas das mais emblemáticas regiões europeias, como Tenerife, Ribeiro, Rias Baixas⁠, Ribeira Sacra, Priorat e Jerez (Espanha); Loire Jura e Borgonha (França); Pfalz (Alemanha); Piemonte e Emilia Romagna (Itália).

“Conseguimos congregar todas as tendências e vozes do mundo do vinho, alcançando uma pluralidade única”, refere Nuno Pires confiante com a adesão de milhares de pessoas aos eventos.

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Quais os fundamentos para que as eleições na Ordem dos Advogados se realizem, segundo a bastonária?

O ECO/Advocatus teve acesso à resolução fundamentada enviada pela bastonária ao Tribunal Adminsitrativo que, com 14 páginas, tenta evitar a suspensão da marcação das eleições antecipadas.

Subjacente que “ao exercício da advocacia existe o interesse público que decorre do reconhecimento do papel dos advogados, como garante da liberdade, dos direitos dos cidadãos e da sua função de representante deles junto do poder judicial” e que a Ordem dos Advogados é obrigada “enquanto associação pública representativa dos profissionais” a viver em conformidade com os seus estatutos como “salvaguarda do prestígio, bom nome da OA e de todos os advogados”, a bastonária entregou ao tribunal administrativo uma resolução fundamentada, com vista à manutenção das eleições.

Esta resposta – a que o ECO/Advocatus teve acesso – tem 14 páginas, chegou ao tribunal no dia 14 de fevereiro, às 18.00, e foi assinada pela própria bastonária, Fernanda de Almeida Pinheiro.

Isto porque o Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa decidiu, no final de janeiro, que as eleições antecipadas marcadas pela atual bastonária da OA têm se ser suspensas. A citação chegou na terça-feira, dia 11, à Ordem dos Advogados (OA). Porém, Fernanda de Almeida Pinheiro tem o direito, por lei, de elaborar uma “resolução fundamentada”, no prazo de 15 dias, alegando que a suspensão ou adiamento do ato eleitoral seja “gravemente prejudicial para o interesse público”. E foi precisamente isso que aconteceu.

A bastonária dos mais de 37 mil advogados – também recandidata nas eleições por si antecipadas e marcadas para os dias 18 e 19 de março – defende assim que “a tramitação procedimental de qualquer ato eleitoral não pode, atenta à sua natureza de urgência qualificada, compadecer-se com situações indefinidas no tempo e por isso não poderá o ato eleitoral, por maioria de razão, ser compaginado com a provisoriedade do decretamento de qualquer medida cautelar”, explica. Admitindo ainda que caso a OA não prossiga com o ato eleitoral haverá uma paralisação das atividades da instituição e que a suspensão da campanha eleitoral não permite que o eleitorado fique esclarecido.

Como segundo fundamento, a bastonária refere ainda os “graves prejuízos financeiros para a OA, em virtude do protelamento da execução do ato eleitoral. Referimo-nos aos encargos assumidos com a OA com a celebração de contratos necessários à realização das eleições”. E concretiza: o contrato de aquisição de plataforma informática para o voto eletrónico – celebrado a 10 de janeiro pelo valor de 85 mil euros e o de aquisição de serviços de auditoria do voto eletrónico, no valor de 25 mil euros. Assumindo que, caso as eleições sejam adiadas, não haverá possibilidade financeira para celebrações de um futuro ato eleitoral.

A decisão do Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa surgiu depois de um pedido para impugnar as eleições antecipadas entregue por um grupo de sete advogados que alegam que esta medida da bastonária é “ilegal e inconstitucional”. O tribunal decidiu que a Ordem dos Advogados pode deduzir oposição no prazo de dez dias, mas “com expressa advertência de que não pode, após a citação, iniciar ou prosseguir a execução do ato suspendendo (ou seja, o ato de convocação de eleições), atento o disposto no artigo 128º, nº 1 do CPTA”, diz a decisão da magistrada.

Com esta decisão judicial, um dos candidatos ao Conselho Regional de Lisboa (CRL) suspendeu a campanha eleitoral relativa da sua lista (Lista D). “A Lista D informa que suspende, com efeitos imediatos, todos os atos de campanha eleitoral”, disse Pedro Carrilho da Rocha.

Mas é caso único. O ECO/Advocatus contactou todos os candidatos a bastonário da Ordem dos Advogados, ao Conselho Superior da OA e ainda ao CR de Lisboa e todos responderam que não pretendem suspender a campanha porque não foram notificados de nenhuma decisão judicial, apesar de receberem mail do presidente da Comissão Eleitoral da OA nesse sentido. Já a bastonária da OA, Fernanda de Almeida Pinheiro, também ela recandidata, e que foi formalmente notificada a 11 de fevereiro pelo tribunal, não respondeu ao ECO/Advocatus.

A convocatória para as eleições para os órgãos da OA, feita por Fernanda de Almeida Pinheiro, no final de novembro 2024, foi efetuada fora do período eleitoral ordinário, estabelecido no artigo 13.º, n.º 1 do Estatuto da Ordem dos Advogados, que prevê que as eleições devem ocorrer entre os dias 15 e 30 de novembro de cada triénio.

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Governo pode ditar reinício da prospeção de lítio em Boticas, dizem advogados

As sociedades de advogados contactadas pelo Capital Verde apontam que o ministério pode insistir no interesse público dos trabalhos para levantar a suspensão originada pela providência cautelar.

Um grupo de proprietários interpôs uma providência cautelar contra o Ministério do Ambiente, ditando a suspensão da servidão administrativa que permitia à Savannah Resources fazer prospeções mineiras em terrenos de aldeias de Boticas. As sociedades de advogados contactadas pelo ECO/Capital Verde assumem que a decisão deve demorar, pelo menos, quatro meses a chegar, mas deixam uma ressalva: o ministério pode apresentar uma “resolução fundamentada” que invoque o interesse público para que os trabalhos na área continuem, mesmo antes de o tribunal decidir quanto à providência cautelar. Contactado, o ministério do Ambiente não esclareceu se está nos seus planos avançar por esta via.

A servidão administrativa, assinada pela ex-secretária de Estado da Energia, Maria João Pereira, permite à Savannah Resources aceder temporariamente (durante um ano) a terrenos privados para realizar estudos e sondagens necessários à futura exploração de lítio, implicando o dever para os proprietários de permitir a realização dos respetivos trabalhos, esclarece a sociedade Macedo de Vitorino.

A associação Unidos em Defesa de Covas de Barroso (UDCB) avançou com uma providência cautelar e garante que o “despacho de admissão suspende todos os trabalhos na área de servidão até decisão futura do tribunal”.

“Suspendendo-se os efeitos do referido despacho, esta suspensão aproveita aos proprietários de todas as parcelas de terreno abrangidas”, e não apenas aos três que avançaram com a providência, confirma Jane Kirkby, sócia da Antas da Cunha Ecija, em consonância com o divulgado pela associação UDCB.

Arriscaria dizer que antes de 4/5 meses não teremos uma decisão em primeira instância”, assume Jane Kirkby, e a parte vencida pode recorrer de uma decisão que lhe for desfavorável. De acordo com os dados disponíveis no Sistema de Informação das Estatísticas da Justiça, citados pela Macedo Vitorino, a duração média dos processos cautelares nos tribunais administrativos de primeira instância em 2023 (últimos dados disponíveis) foi de aproximadamente 4 meses. “Em todo o caso, o tempo pode variar consoante complexidade do caso e a carga de trabalho do tribunal”, ressalva. Na ótica da SRS, “uma providência cautelar é urgente, pelo se pode estimar que no máximo em seis meses possa ter uma decisão em primeira instância”.

"A qualquer momento, o Ministério do Ambiente poderá remeter ao tribunal uma resolução fundamentada que reconheça que a suspensão da execução da servidão administrativa é gravemente prejudicial para o interesse público. E é provável que o faça.”

Jane Kirkby

Sócia da Antas da Cunha Ecija

No entanto, enquanto não existe uma decisão, há outra ação possível. “A qualquer momento, o Ministério do Ambiente poderá remeter ao tribunal uma Resolução Fundamentada que reconheça que a suspensão da execução da servidão administrativa é gravemente prejudicial para o interesse público. E é provável que o faça”, afirma Jane Kirkby.

José Luís Moreira da Silva, sócio responsável pelo Departamento de Administrativo e Ambiente da SRS Legal, reforça que esta é uma hipótese ao dispor do ministério. “O Governo que constituiu a servidão administrativa tem o poder de decretar a continuidade dos trabalhos, mediante uma Resolução Fundamentada que reconheça o grave prejuízo para o interesse público na manutenção da suspensão”, entende o mesmo. Assim, a suspensão dos trabalhos pode terminar caso se entenda que existe um grave prejuízo para o interesse público e “tal parece decorrer logo da constituição da servidão, pois a lei tem como pressuposto para essa servidão o interesse público na exploração do recurso geológico”, explica Moreira da Silva.

Os proprietários podem requerer ao tribunal que julgue improcedentes as razões em que a resolução se fundamenta, a fim de se retomar a suspensão da servidão administrativa, “mas o tribunal tem poderes de sindicância muito limitados nesta sede”, explica Kirkby. De acordo com a especialista, apenas em caso de erro grosseiro o tribunal se irá substituir ao Ministério do Ambiente na consideração do que é mais vantajoso para o interesse público.

Já na ótica da Savannah Resources, a suspensão dos trabalhos não está ligada à apreciação do mérito da providência cautelar, mas sim a um efeito burocrático da mesma. “A prática habitual nestes casos é a de levantamento desse mesmo efeito suspensivo, e é isso que aguardamos que aconteça. Por isso, sim, esperamos poder voltar aos trabalhos o quanto antes. O processo legal de avaliação dos méritos, esse, seguirá certamente os tempos de um tribunal, como qualquer outro processo”, escreve fonte oficial da empresa, em declarações ao ECO/Capital Verde.

Para o responsável pelo Departamento de Administrativo e Ambiente da SRS Legal, o “natural desfecho” da providência é que o tribunal decida a favor do promotor, devolvendo o direito à exploração dos terrenos dos proprietários, “a não ser que tenha havido uma ilegalidade na constituição da servidão”. Por seu lado, a Macedo Vitorino considera que não é possível antecipar qual será a decisão, e realça que para o Tribunal Administrativo conceder a providência cautelar teve de considerar que estavam preenchidos dois requisitos: indícios de ilegalidade e risco de prejuízo irreversível para os proprietários.

Para que o tribunal decida a favor do promotor, informa a Macedo Vitorino, tem de entender que este reúne todas as licenças e autorizações necessárias para efeitos de prospeção e pesquisa de lítio, que a constituição da servidão administrativa acautela o confronto entre o interesse público do projeto e os interesses particulares dos proprietários e, finalmente, que o interesse público do projeto é superior aos interesses particulares dos proprietário.

Em oposição, a decisão pode pender a favor dos proprietários caso o interesse público do projeto não esteja devidamente fundamentado, caso a servidão administrativa tenha decretado uma servidão em excesso, já que devia limitar-se ao mínimo indispensável para efeitos de prospeção e pesquisa de lítio ou caso tenha existido irregularidade na constituição da servidão, por exemplo, por falta de participação dos promotores na tomada de decisão, através de audiência prévia dos interessados.

Prova do interesse público no centro da questão

“A constituição da servidão administrativa, tal qual descrita no referido despacho, não me parece minimamente estranha, quando o fundamento invocado se refere expressamente que se destina a dar cumprimento a condições impostas pela DIA (Declaração de Utilidade Pública)”, entende Ana Borges, associada sénior do Departamento de Direito Imobiliário e Urbanismo da Antas da Cunha Ecija.

De acordo com a Macedo Vitorino, é comum a utilização da servidão administrativa quando há necessidade de acesso a terrenos privados, em setores como energia, infraestruturas e recursos naturais. Por exemplo, é usada para construção de redes elétricas, gasodutos, oleodutos, condutas e estações de tratamento de águas ou linhas ferroviárias.

José Luís Moreira da Silva, da SRS Legal, acrescenta que a “lei expressamente prevê a constituição de servidões sobre os terrenos necessários para a prospeção e/ou exploração de minas”, num prazo máximo de sete anos. No entanto, “só se constitui servidão se não for possível obter o consentimento do proprietário” e estas “podem sempre ser contestadas, por implicarem um prejuízo para o proprietário do terreno”.

Na ótica da Macedo Vitorino, a constituição de uma servidão administrativa está dependente da verificação de um fim de utilidade pública. Contudo, este é “um conceito abstrato e indeterminado, não sendo possível fixar o seu conteúdo de modo imutável”. Há três princípios a atentar quando existem conflitos entre o interesse público e o privado: além do da utilidade pública, há que respeitar o princípio da legalidade e o da proibição do excesso, sendo que este último refere à adequação, proporcionalidade e direito a indemnização.

"Uma das fragilidades do despacho é a falta de fundamentação sobre o interesse público do projeto”

Sociedade Macedo Vitorino

Uma das fragilidades do despacho é a falta de fundamentação sobre o interesse público do projeto”, entende ainda a mesma sociedade. Para conferir robustez ao despacho, este poderia ter sido sujeito a um estudo técnico e económico detalhado que demonstrasse os benefícios concretos do projeto e uma análise sobre porque outras alternativas (como negociações privadas) não terão sido viáveis, sugere a mesma sociedade. “A servidão administrativa imposta pelo Governo poderá, eventualmente, ser impugnada com fundamento na deficiente fundamentação do interesse público e na violação do princípio da proporcionalidade que deve nortear a emissão de atos administrativos”, conclui a Macedo Vitorino.

Apesar dos ‘senãos’, “a constituição de servidão administrativa está prevista na lei, pelo que com o aumento do interesse na exploração de lítio, é expectável que esta figura venha a ser utilizada com maior frequência no futuro”, escreve ainda a mesma sociedade.

Da expropriação à indemnização, os restantes remédios

Na opinião de Moreira da Silva, a única alternativa à servidão administrativa seria o consentimento do proprietário, mas “sendo um recurso geológico considerado de interesse público, o Estado pode ultrapassar a falta de consentimento mediante a expropriação ou a mera constituição de uma servidão”. Ana Borges vê também a servidão administrativa como o meio mais adequado de atuação, já que “a alternativa seria muito provavelmente a expropriação dos particulares, que pode ser considerada mais ‘violenta’, a menos que os particulares prefiram a aplicação desta última”.

Apesar da constituição da servidão administrativa parecer adequada a Ana Borges, isso não prejudica “o direito à justa indemnização por parte dos particulares resultante desta intervenção na sua propriedade”, ressalva. No seu entender, o Estado poderá vir a ser responsabilizado pelos prejuízos causados aos proprietários por ter emitido um ato administrativo inválido, se o tribunal der razão a estes últimos e se a suspensão administrativa e os trabalhos naquela área prosseguirem.

"O promotor do lítio pode vir pedir uma indemnização e o proprietário do terreno também o pode fazer.”

José Luís Moreira da Silva

Sócio responsável pelo Departamento de Administrativo e Ambiente da SRS Legal

A SRS Legal sublinha que tanto os proprietários como a própria Savannah podem ser indemnizados. “Se for decretada a anulação da constituição da servidão, por alguma ilegalidade, o promotor do lítio pode vir pedir uma indemnização e o proprietário do terreno também o pode fazer”.

Se a suspensão administrativa e os trabalhos naquela área prosseguirem e, no futuro, o tribunal vier a dar razão aos proprietários, decidindo pela ilegalidade do despacho de constituição da servidão administrativa, o Estado poderá vir a ser responsabilizado pelos prejuízos causados aos proprietários por ter emitido um ato administrativo inválido.

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