“Vandalização” do Chega agita Parlamento e atrasa votação do Orçamento do Estado

Incidente atrasou em meia hora trabalho do OE 2025. Aguiar Branco "repudiou" ação de "vandalismo" e esquerda exigiu suspensão dos trabalhos. Tarjas acabaram por ser retiradas por membros do Chega.

O presidente da Assembleia da República abriu a sessão plenária na qual será votada a proposta final global do Orçamento do Estado para 2025 (OE 2025) a “repudiar” a ação do Chega, que esta manhã colocou do lado de fora e dentro do Parlamento tarjas de protesto contra o fim do corte de 5% dos salários dos políticos. José Pedro Aguiar Branco considerou esta ação como um momento de “vandalismo” contra um “património nacional”. As bancadas da esquerda pediram mesmo que os trabalhos fossem suspensos até que as tarjas fossem retiradas, mas o pedido foi rejeitado.

Os trabalhos prosseguiram, mas, fora do hemiciclo, André Ventura disse aos jornalistas que os cartazes só serão tirados depois de o OE 2025 ser votado. “Temos o direito de mostrar ao país a nossa indignação. Esta votação terminará ao final da manhã e, quando terminar, os cartazes serão retirados“, garantiu o líder do Chega, frisando que as tarjas não “danificam” a Assembleia da República. “Não é vandalismo”, sublinhou.

Momentos depois, os bombeiros chegaram à Assembleia da República para retirar as tarjas do Chega. O pedido foi feito pelo gabinete de José Aguiar Branco, perante a recusa do partido em retirar os cartazes de protesto contra o fim do corte dos salários dos políticos. Mas no final, os próprios elementos do partido acabaram por retirar os cartazes de protesto, não tendo sido necessária a intervenção dos bombeiros.

André Ventura anunciou ainda que, no final da sessão plenária, os Chega vai entregar uma declaração na qual ficará firmado que os 50 deputados vão abdicar do aumento dos salários dos deputados. “Preferimos que se use [esse montante] para a sociedade”, disse Ventura.

Dentro do hemiciclo, o tema marcou o início da sessão plenária. “Não é permitida a fixação de publicidade nas fachadas exteriores. Todos deveriam conhecer essas regras. Não tem nada a ver com liberdade de expressão, tem a ver com as regras do património nacional“, afirmou José Aguiar Branco, no arranque do plenário, acrescentando que a ação “viola as regras do património nacional e, na casa da democracia, viola até a democracia”.

Aguiar Branco referiu ainda que, assim que teve conhecimento da intenção de protesto, mandou retirar as tarjas. No entanto, “a informação não chegou” ao Chega. “Ninguém atendeu os telefones, a comunicação foi feita por mensagem”, referiu. E avisou que se as tarjas não forem entretanto retiradas, “os bombeiros farão a retirada pelo exterior”. Isto porque, sublinhou, não “arrombará as portas dos gabinetes”.

André Ventura respondeu a José Pedro Aguiar Branco, justificando que a colocação das tarjas foi uma “ação de comunicação política” e de “protesto” contra o fim do aumento dos salários dos políticos.

“Queremos deixar uma mensagem política clara, essa mensagem é de que não podemos ter um orçamento que não aumenta pensões e que aumenta o salário dos políticos“, respondeu o líder do Chega, detalhando que os cartazes foram colocados do lado de fora do gabinete do partido, no Parlamento. “Não abdicamos desta mensagem, quer gostem ou não“, atirou em resposta ao presidente da Assembleia da República.

O momento marcou o início da sessão plenária e atrasou em mais de uma hora o arranque dos trabalhos. Vários deputados tomaram da palavra para expressar o seu descontentamento com o incidente e o PS e o Livre exigiram que os trabalhos fossem suspensos até que as tarjas fossem retiradas — pedido que foi rejeitado pelo presidente da Assembleia da República.

Alexandra Leitão interveio para salientar que “em 50 anos de democracia”, “isto nunca tinha acontecido”, pressionando Aguir Branco a acionar os “mecanismo” que permitem “mandar imediatamente retirar os cartazes”.

Esta Assembleia da República não deve reunir enquanto ali estiverem [as faixas] porque é uma forma de coação, esta bancada não se deixa coagir, que mande retirar imediatamente, é uma forma de coação que não aceitaremos”, referiu a líder parlamentar socialista.

Do lado do PSD, Hugo Soares criticou “o circo” que considerou ter sido o início da sessão plenária. “Os portugueses estão fartos disto”, disse o líder parlamentar. E sobre a afirmação do presidente do Chega que o Orçamento do Estado “aumentava salários de políticos e não aumentava pensões”. atirou: “É precisamente o contrário, o deputado André Ventura consegue fazer corar o Pinóquio“, atirou.

Em causa está a aprovação do fim do corte no salário dos políticos, medida que vigorava desde 20211 por força da troika. Assim, a partir de janeiro deixará de haver um corte de 5% nos salários dos políticos.

O PSD fez a proposta de alteração ao orçamento do Estado para 2025 e foi aprovada, com os votos contra do Chega, IL, Bloco e Livre e a abstenção do PCP. PSD, CDS, PS e PAN votaram favoravelmente e a proposta dos dois partidos do Governo passou.

(Notícia atualizada pela última vez às 11h15)

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“Convidava Kamala Harris para jantar”

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 29 Novembro 2024

Reconhecido como um dos chefs mais influentes da gastronomia portuguesa, Vítor Sobral afirma-se, há 30 anos, como um dos principais embaixadores dos sabores nacionais. Conheça-o num instante.

Com mais de 30 anos de uma carreira dedicada à cozinha e à valorização da identidade gastronómica de Portugal, Vítor Sobral acaba de receber dois prestigiados prémios: o Grande Prémio da Academia Portuguesa de Gastronomia 2024, pelo seu contributo inestimável para a preservação e evolução da cozinha portuguesa; e o prémio TheFork Restaurants Awards 2024, que distingue o seu mais recente projeto, a Petiscaria da Esquina, no top 10 dos novos restaurantes favoritos. Um bom pretexto para ficarmos a saber mais sobre este chef, fã de bebidas destiladas (mas de boa qualidade), que diz ter sido guerreiro em outra vida e que gostava de convidar Kamala Harris para jantar.

Quando precisa de se inspirar vai…

Viajar e procurar novas culturas

Prato que pedia se estivesse no corredor da morte?

Arroz de cherne dos Açores com berbigão e, como entrada, uns percebes da Berlenga

Que talento mais gostaria de ter?

Saber tocar vários instrumentos musicais

Um guilty pleasure?

Destilados de boa qualidade

Um defeito imperdoável

Teimosia

O que é para si o maior luxo?

Fazer o que se gosta e estar rodeado de quem gostamos, quer a nível pessoal quer profissional

Um ícone de estilo.

Relógio Rolex

O que o faz rir?

Companhia divertida à mesa, de preferência com Fábio Porchat

No seu frigorifico há sempre…

Queijos, enchidos, molho de tomate feito por mim, sopa, tomate, laranja e ervas aromáticas

Noutra vida foi…

Guerreiro

O melhor conselho que já recebeu.

Foi do meu pai. Quando ele me disse (tinha eu cerca de 20 anos) que eu questionei porque ele não me corrigiu, e ele me respondeu que eu estava cheio de razão. Hoje percebo que a idade dá-nos a sabedoria

Restaurante da vida

Não existe, existe experiência de uma vida, o restaurante é muito redutor

Bebida que o define

Vinho branco

Personagem que convidava para jantar?

Kamala Harris

Uma perdição a que não resiste

Pessoas

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BCE expande influência com adesão da Noruega ao sistema de pagamentos instantâneos europeu

BCE e Noruega assinam acordo para adesão ao TIPS, tornando a coroa norueguesa a quarta moeda no sistema de pagamentos instantâneos europeu. A implementação está prevista para 2028.

Num passo significativo para a integração financeira europeia, o Banco Central Europeu (BCE) e o Norges Bank assinaram um acordo para a adesão da Noruega ao serviço TARGET Instant Payment Settlement (TIPS) do Eurosistema, por forma a permitir aos participantes do mercado na Noruega liquidar pagamentos instantaneamente, 24 horas por dia, em moeda do banco central.

Esta medida, anunciada pelo BCE e pelo banco central norueguês esta sexta-feira, marca um momento histórico, tornando a coroa norueguesa a quarta moeda disponível para liquidação de pagamentos instantâneos no TIPS. “O acordo com o BCE garantirá que a infraestrutura para pagamentos instantâneos em coroas norueguesas seja desenvolvida em linha com os desenvolvimentos nos países nórdicos e no resto da Europa”, destacou Ida Wolden Bache, governadora do Norges Bank.

O TIPS, parte integrante dos Serviços TARGET do Eurosistema, é um serviço de pagamentos instantâneos lançado há seis anos para permitir a transferência de dinheiro em tempo real durante todos os dias do ano em toda a Europa. Até ao momento, este sistema já opera com o euro e a coroa sueca, estando prevista a inclusão da coroa dinamarquesa em abril de 2025. A integração da coroa norueguesa está planeada para o primeiro semestre de 2028.

Esta expansão do TIPS não só beneficiará os cidadãos e empresas norueguesas, que passarão a fazer parte da comunidade europeia de utilizadores do serviço TIPS, mas também contribuirá para o trabalho em curso de implementação de um serviço de liquidação entre moedas no TIPS.

“Estamos encantados que a Noruega vá utilizar o serviço TARGET Instant Payment Settlement do Eurosistema para pagamentos instantâneos em coroas norueguesas”, referiu Christine Lagarde, presidente do BCE, sublinhando ainda que a Noruega é o primeiro país não pertencente à União Europeia do Espaço Económico Europeu a juntar-se a um dos Serviços TARGET do Eurosistema, sendo por isso “uma indicação do fortalecimento das relações económicas em toda a Europa e da atratividade do TIPS.”

Além disso, a adesão da Noruega a este serviço representa um passo significativo na integração financeira europeia, reforçando as relações económicas além das fronteiras da Zona Euro e demonstrando a atratividade e eficácia dos serviços de pagamento instantâneo do Eurosistema.

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Montenegro tenta colar PS e Chega ao Orçamento. Pedro Nuno Santos rejeita

Depois de quatro dias de votações, os partidos aprovaram 240 medidas de alteração ao Orçamento do Estado para 2025. Proposta foi aprovada esta sexta-feira graças à abstenção do PS.

Depois de mais de 240 medidas aprovadas ao longo da maratona parlamentar que foi o debate e votações na especialidade, esta sexta-feira, os deputados regressaram ao Parlamento para votação final global do Orçamento do Estado para 2025 (OE 2025), que foi aprovado com a abstenção do PS.

Ao todo, ficaram inscritos mais 300 milhões de euros em despesa adicional na primeira proposta orçamental do Governo de Luís Montenegro, com destaque para a proposta do PS para um aumento extraordinário permanente para os pensionistas no próximo ano. Acompanhe aqui em direto.

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Preços da energia aceleram inflação em Portugal para 2,5% em novembro

Variação homóloga do índice de preços terá acelerado para 2,5% este mês, impulsionada pelo aumento do custo da energia, indica a estimativa rápida divulgada esta sexta-feira pelo INE.

A taxa de variação homóloga da inflação terá acelerado para 2,5% em novembro, mais duas décimas do que no mês anterior, indica a estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE), publicada esta sexta-feira. É o segundo mês consecutivo de subida do índice de preços.

A aceleração da inflação em novembro deveu-se ao aumento dos preços da energia. “A variação do índice relativo aos produtos energéticos aumentou para 2,1% (-0,2% no mês anterior), determinando em grande medida a aceleração do IPC total”, explica o INE.

Já nos produtos alimentares não transformados registou-se um ligeiro abrandamento, para 1,9%, menos duas décimas do que em outubro. O mesmo aconteceu nos produtos transformados, com a taxa homóloga a recuar de 4% em outubro para 3,4% este mês.

Em termos mensais, a taxa de inflação recuou 0,2% face a outubro, invertendo a subida de 0,1% registada no mês anterior. A variação média dos últimos 12 meses aumentou de 2,2% em outubro para 2,3% em novembro.

Os dados definitivos referentes à evolução do índice de preços serão conhecidos do mês de novembro serão publicados a 11 de dezembro.

(Notícia atualizada às 9h52)

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Pensões sobem até 3,9% com inflação e bónus proposto pelo PS

Pensões sobem até 2,6% em janeiro, por causa da inflação e do crescimento económico. Mas também terão aumento extra de 1,25 pontos percentuais, que o PS propôs e uma maioria negativa na AR aprovou.

A maioria das pensões vai aumentar 3,9% em janeiro, de acordo com os cálculos feitos pelo ECO. Em causa estão um reforço de 2,6% resultante do crescimento da economia e da inflação, a que acresce uma subida extraordinária de 1,25 pontos percentuais que o PS propôs e o Parlamento aprovou, à revelia do Governo.

Comecemos pelo aumento regular. Por lei, há dois indicadores que ditam que atualizações devem ser aplicadas em janeiro de cada ano às pensões: a média do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos últimos dois anos e a variação média dos últimos 12 meses do Índice de Preços no Consumidor (IPC) sem habitação disponível a 30 de novembro.

O primeiro desses dados já era conhecido, mas faltava apurar o segundo. O Instituto Nacional de Estatísticas (INE) publicou-o esta sexta-feira, o que permitiu ao ECO calcular que aumentos vão ter as pensões no próximo ano.

Em concreto, as pensões mais baixas (até 1.045 euros) terão aumentos, pela via regular, de 2,6%. As pensões intermédias (entre 1.045 euros e 3.135 euros) terão direito a uma subida regular de 2,1%. Já as pensões mais altas (acima de 3.135 euros) vão ter uma atualização de 1,85%.

E pela primeira vez, também as pensões atribuídas este ano (isto é, no ano anterior à aplicação das atualizações regulares) vão ter acesso a estes aumentos.

Mas esses não serão os únicos aumentos a que os pensionistas terão direito no arranque do próximo ano. O PS propôs e o Parlamento aprovou (contra a vontade do Governo e do PSD) que as reformas até três vezes o Indexante dos Apoios Sociais (IAS) tenham um reforço extraordinário de 1,25 pontos percentuais.

Quer isto dizer que as pensões mais baixas vão subir 3,9%. Já as pensões acima de 1.045 euros, mas abaixo de 1.567 euros vão subir 3,35%. Às demais reformas, aplicam-se apenas os referidos aumentos regulares decorrentes da inflação e do crescimento económico.

O Governo defendeu, repetidamente, que as pensões não deveriam ter aumentos extraordinários permanentes, mas, antes, um suplemento extraordinário (à semelhança do que foi pago este ano) a ser decidido no verão, isto é, quando já for possível perceber se há ou não margem orçamental para tal.

O Parlamentou contrariou, porém, essa vontade do Governo. Ainda assim, o PSD e o CDS-PP viram aprovada uma proposta que abre a porta a que os pensionistas tenham mesmo direito a esse suplemento (além dos aumentos regulares e da subida extraordinária do PS), caso as contas públicas o permitam.

De notar que os números divulgados esta sexta-feira pelo INE são ainda provisórios, pelo que poderão ser vir a revistos a 11 de dezembro, data em que será publicada a nota definitiva.

Por outro lado, os dados divulgados na manhã desta sexta-feira permitem também perceber que valor terá o IAS em 2025. O ECO calcula que passará dos atuais 509,26 euros euros para cerca de 522,5 euros.

Este número é importante porque determina os limites do subsídio de desemprego, guia o subsídio por morte e o rendimento social de inserção e até influencia o abono de família.

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30 anos de Museu Arpad Szenes – Vieira da Silva

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 29 Novembro 2024

O Museu Arpad Szenes – Vieira da Silva tem um novo projeto expositivo. “331 Amoreiras em Metamorfose” marca o aniversário e a estreia de Nuno Faria à frente da programação como diretor da instituição.

A exposição decorre até 31 de Dezembro de 2025 e é um projeto em constante transformação, tratando-se de um conjunto de cinco montagens parciais. A primeira montagem parcial, intitulada “O Tecido do Mundo”, estará patente até 9 de fevereiro, e apresenta obras de artistas consagrados como: Vieira da Silva, Arpad Szenes, Álvaro Lapa, Lourdes Castro, Mário Cesariny, Sonia Delaunay entre muitos outros.

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Rendemo-nos a um trio de Wellingtons na esplanada mais bonita de Cascais

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 29 Novembro 2024

A estação já pede comida de aconchego, por isso o Bougain Restaurant & Garden Bar não perdeu tempo e foi repescar um clássico do seu menu: o beef Wellington.

A pedido de muitos clientes, o prato britânico que remonta aos tempos da batalha de Waterloo deixou de aparecer sazonalmente na carta para ocupar lugar permanente na mesma. E as novidades não acabam aqui: a carta do Bougain não recebe apenas um novo Wellington, mas sim três. Ao tradicional de carne de vaca junta-se a versão com salmão e espinafres e a vegetariana (a Fora de Série provou e é deliciosa), com abóbora. O melhor de tudo? É que nesta esplanada, mesmo no pino do Inverno, nunca vamos sentir frio.

Esta é mesmo a esplanada mais bonita de Cascais. Ninguém diria que estamos mesmo no centro da vila, em plena Avenida Valbom, a dois passos da estação de comboios e do trânsito compacto que engrossa nesta altura do ano. O Bougain Restaurant & Garden Bar, inaugurado em 2023 num icónico chalé aristocrático, é já uma referência para as famílias de Cascais, que ao fim-de-semana escolhem este espaço, aberto para almoço até às 16h30, para os seus brunchs.

Os dias refrescaram e as noites ainda mais. Mas isso não nos impede de escolher a esplanada para ficar para jantar, já que a mesma está aquecida e, mesmo os mais friorentos têm direito a mantas para colocar sobre as pernas.

Mas vamos ao que nos trouxe aqui: o regresso dos Wellingtons a este espaço que pratica uma cozinha clássica e sem pretensões, aliada a um serviço de excelência num ambiente especial. Somos recebidos pelo António, que nos acompanhou nesta noite, incansável nas suas sugestões para uma experiência ainda mais requintada. A carta, assinada pela chef Diana Roque e com a curadoria de Miguel Garcia (Grupo São Bento), é vasta e variada na sua tradição portuguesa com inspiração mediterrânica. Temos ostras do Sado, lombos de bacalhau com broa e tapenade de azeitona, bochechas de porco preto com arroz cremoso e queijo da ilha ou toucinho do céu, já clássicos desta mesa.

Optamos por um Wellington vegetariano de entrada (embora tenhamos ficado a salivar pela sopa de cebola gratinada, que deixamos para uma próxima visita) e deliciamo-nos com esta versão suculenta e cheia de sabor. Está no ponto, com a massa folhada fumegante a deixar antever a abóbora bem cozinhada sobre uma cama de cogumelos, tão outonal como deliciosa. Para prato principal, para privilegiarmos diferentes opções, escolhemos um bife tártaro – prodigiosamente preparado e temperado à nossa frente pelas mãos da Regina – e um entrecôte com batata frita e molho Café Paris, mal passado, para partilhar.

 

 

A seleção de vinhos ficou a cargo no António, o nosso fiel escudeiro, que nos brindou com excelentes escolhas: um Vallado Prima branco de 2023, Douro, para acompanhar o Wellington; um Domínio do Açor Vila Romana de 2021, tinto do Dão, para as carnes.

Para finalizar a sublime experiência, uma sobremesa a roçar a pornografia: a bomba de chocolate com caramelo salgado cremoso (na foto em cima). Sem palavras para a descrever, só mesmo experimentando. Vale cada colherada.

Bougain Restaurant & Garden Bar

Av. Valbom, nº13 – Cascais
https://bougain.pt

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Autoconsumo e biogás ajudam a reduzir emissões no agroalimentar

  • Capital Verde
  • 29 Novembro 2024

O setor agroalimentar é crucial na transição energética, sendo responsável por uma fatia importante das emissões globais. Apostar em fontes renováveis, como o biogás ou a biomassa, é uma das soluções.

O setor agroalimentar desempenha um papel crucial na transição energética global, representando 25% das emissões de gases com efeito de estufa. A adoção de fontes renováveis de energia, como a biomassa, a implementação de soluções de eficiência energética, a circularidade e a gestão criteriosa dos recursos, representam uma oportunidade significativa para tornar os processos produtivos mais sustentáveis.

Temas abordados na terceira edição do think tank “A inovação energética e a competitividade setorial”, uma iniciativa da Helexia Portugal, com a Deloitte, a PLMJ e o ECO.

Rita Ferreira Santos, Partner da Delloite Legal, sublinhou a importância do pacto Ecológico Europeu, lançado em dezembro de 2019 pela União Europeia. “Pretende-se, não só para o setor agroalimentar, mas de uma forma transversal, que haja uma mudança de paradigma relativamente ao crescimento económico e que este não seja baseado em economias lineares, mas numa transição justa e equitativa no sentido da descarbonização da economia e da sustentabilidade social, com preocupações relativamente aos temas humanitários e aos problemas da exploração de pessoas em determinadas áreas de atividade”, explica.

Um dos objetivos deste pacto é, através de medidas em distintos setores de atividade, colocar a Europa como o primeiro continente neutro climaticamente até 2050.

Terceira edição do think tank “A inovação energética e a competitividade setorial”, uma iniciativa da Helexia Portugal, com a Deloitte, a PLMJ e o ECO

Para o setor agroalimentar, Rita Ferreira Santos destacou três pactos que devem ser implementados, como a estratégia Farm to Fork, o Plano de Ação para a Economia Circular e o Fit for 55. Incentivar a agricultura regenerativa biológica, a redução do uso de pesticidas nocivos para o ambiente, a reciclagem, a reutilização de embalagens e plásticos são algumas das medidas inseridas nestes pactos, que devem ser cumpridas para que se reduza a emissão de gases com efeito de estufa até 2030.

A relevância do agronegócio

Tomás Ribeiro, partner na PLMJ, considera que Portugal evoluiu bastante na forma como pratica agricultura. “Nem os mais otimistas antecipariam há 20 anos que o setor do agronegócio estaria no ponto em que está hoje”, refere.

O partner na PLMJ sublinha a relevância económica e social do setor, afirmando que representa cerca de 10% do PIB, ao incluir a indústria transformadora e os serviços relacionados. Além disso, “cerca de 10% da população ativa está empregada neste conjunto de atividades a que fiz referência e, portanto, não pode deixar de ser relevante”, acrescenta.

As exportações são outro indicador realçado por Tomás Ribeiro. “Estamos a falar de cerca de 5,5 mil milhões de euros em exportações de bens transacionáveis em vários setores com histórias, todas elas muito interessantes”, afirma.

Alguém tem dúvidas que um dos fatores que mais promove o turismo é a agricultura? Podemos falar de ecoturismo, ecoturismo, turismo rural… Estou a referir-me à capacidade que o agronegócio também tem de trazer turistas para Portugal.

Tomás Ribeiro

Partner na PLMJ

Tomás Ribeiro sublinha ainda a relação estreita entre o agronegócio e o turismo. “Alguém tem dúvidas que um dos fatores que mais promove o turismo é a agricultura? Podemos falar de ecoturismo, ecoturismo, turismo rural… Estou a referir-me à capacidade que o agronegócio também tem de trazer turistas para Portugal”.

Pepsico vai transformar resíduos orgânicos em biogás

Este panorama de crescimento e impacto económico do agronegócio em Portugal é sustentado também pelas iniciativas de sustentabilidade implementadas por empresas do setor, como é o caso da PepsiCo. Com uma fábrica em Portugal, a empresa já iniciou a sua jornada para reduzir a pegada carbónica, demonstrando como o setor alimentar pode aliar competitividade económica e compromisso ambiental.

Nelson Sousa, diretor da fábrica da PepsiCo Portugal no Carregado, diz que a empresa já conta com 25% de autonomia relativamente à eletricidade. “Estes 25% de autonomia provêm de mais de 8.600 painéis fotovoltaicos que temos vindo a implementar desde então”, explica, acrescentando que os painéis são 100% autossuficientes durante o dia.

Ainda na energia, a PepsiCo anunciou em 2023 que iria implementar o primeiro biodigestor do sul da Europa. Este sistema permite transformar resíduos orgânicos gerados na fábrica — como cascas de batata, resíduos das operações de produção e lamas da estação de tratamento de águas residuais — em energia renovável. Através de um processo de ausência de oxigénio, esses resíduos são convertidos em biogás, que é posteriormente purificado e transformado em bioetanol. Esse bioetanol é, então, injetado na rede e utilizado como fonte de energia para diversas operações da fábrica, como fritura, secagem e aquecimento de água, tanto para processos industriais quanto para fins sanitários, como nos balneários.

Este projeto está previsto para entrar em funcionamento entre junho e julho do próximo ano, contribuindo para uma redução de 30% na pegada de carbono associada ao uso de gás.

Descarbonizar a energia térmica

Em resposta à questão sobre o que pode ser feito na indústria agroalimentar, Pedro Alves, Diretor Comercial da Helexia Portugal, começa por mencionar as duas grandes necessidades energéticas do setor: a eletricidade e a energia térmica, que na Europa é tradicionalmente fornecida através de gás natural.

Este tema foi destacado como central, dado que a indústria na União Europeia é responsável por cerca de 30% das emissões de gases com efeito de estufa, incluindo as emissões diretas e as relacionadas com o consumo de eletricidade, que ainda não é totalmente gerada a partir de fontes renováveis.

Embora já existam avanços significativos na eletrificação e descarbonização da geração de eletricidade e do transporte, a energia térmica continua a ser uma fonte significativa de emissões que as próprias indústrias podem controlar. Pedro Alves diz que estudos recentes mostram que, com a tecnologia disponível, é possível reduzir até 78% das emissões relacionadas com a energia térmica, substituindo o uso de gás por alternativas como caldeiras elétricas, bombas de calor e biomassa, desde que alimentadas por eletricidade de origem renovável.

“Usar a biomassa para gerar vapor é competitivo e não tem emissões”, refere o diretor comercial da Helexia.

Além disso, Pedro Alves chama atenção para o surgimento de novas tecnologias. “Estamos a começar a ver sistemas de armazenamento térmico que permitem ao cliente ter uma central fotovoltaica que gera eletricidade e que armazena energia térmica que pode ser utilizada durante a noite”, explica.

Assista a toda a conversa aqui:

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Ministra dos Transportes britânica demite-se devido a fraude com telemóvel há uma década

  • Lusa
  • 29 Novembro 2024

Louise Haigh protagoniza a primeira demissão de um ministro do governo liderado por Keir Starmer desde que o Partido Trabalhista regressou ao poder na sequência das eleições de 4 de julho.

A ministra dos Transportes britânica, Louise Haigh, demitiu-se esta sexta-feira após ter sido revelado que foi condenada por fraude há uma década quando afirmou que o seu telemóvel tinha sido roubado.

Numa carta dirigida ao primeiro-ministro, Keir Starmer, Haigh afirmou: “Continuo totalmente empenhada no nosso projeto político, mas acredito agora que será melhor apoiá-lo fora do governo”.

“Entendo que, quaisquer que sejam os factos, esta questão será inevitavelmente uma distração em relação ao trabalho deste governo e às políticas em que ambos estamos empenhados”, escreveu.

A demissão ocorreu horas depois de a Sky News e o jornal The Times terem noticiado que Haigh tinha sido acusada de fraude depois de ter comunicado que um telemóvel do trabalho tinha sido roubado após ter sido assaltada em 2013. Mais tarde, disse que o tinha incluído por engano entre os objetos roubados.

Depois de ter encontrado o telemóvel e o ter ligado novamente, foi chamada pela polícia para ser interrogada. Haigh declarou-se culpada de fraude por falsas declarações e recebeu uma exoneração condicional.

Numa declaração anterior à sua demissão, Haigh afirmou que a conselho do seu advogado, declarou-se culpada, apesar de se tratar de um erro genuíno do qual não retirou qualquer benefício. “Os magistrados aceitaram todos estes argumentos e deram-me a sentença mais baixa possível”, referiu.

Em resposta, o primeiro-ministro agradeceu-lhe o trabalho para “levar a cabo a ambiciosa agenda de transportes deste governo”, na qual destacou os progressos efetuados na renacionalização do sistema ferroviário, uma das prioridades do governo.

“Sei que ainda poderá dar um grande contributo no futuro”, escreveu Starmer a Haigh, de 37 anos, que representa um círculo eleitoral de Sheffield, no norte de Inglaterra, no Parlamento desde 2015.

Esta demissão é a primeira de um ministro deste governo desde que o Partido Trabalhista chegou ao poder depois de ter obtido a maioria absoluta nas eleições de 4 de julho, que puseram fim a 14 anos de governo conservador.

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Tivoli celebra centenário com Orquestra Gulbenkian

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 29 Novembro 2024

Uma das mais emblemáticas salas de espetáculo do país e do mundo celebra, já amanhã, 30 de Novembro, 100 anos de vida. Este centenário será assinalado com um concerto de cordas da Orquestra Gulbenkian

Este centenário, recheado de histórias incríveis que marcaram a vida de todos os que por ele tiveram o privilégio de passar, será assinalado com um concerto de cordas da Orquestra Gulbenkian, uma das muitas entidades que fizeram história pelo Tivoli. O programa abre com a Suite Holberg, de Edvard Grieg, uma obra emocionante que revisita o estilo do período barroco com a sensibilidade romântica do compositor norueguês. Segue-se o Concerto para Dois Violinos de J. S. Bach – uma obra-prima que coloca em destaque a técnica de contraponto e que será interpretada pelos violinistas Francisco Lima Santos e Anna Paliwoda – e, a encerrar o concerto, a Orquestra Gulbenkian dará a ouvir a Serenata para Cordas do compositor checo Antonín Dvorák, repleta de melodias líricas e de ritmos dançantes que evocam o espírito folclórico da Boémia.

“Este é um regresso muito esperado pois a Orquestra Gulbenkian é uma das principais orquestras sinfónicas de Portugal. É um privilégio para o Teatro Tivoli BBVA receber a Gulbenkian, que conhece tão bem o Teatro, numa data importante para a cultura. Há 100 anos que estamos de portas abertas para a cultura e, ao longo do último século, o Teatro foi palco de prestigiadas apresentações que dignificam a cultura, e em particular, a música erudita”, afirma Paulo Dias, Administrador do Teatro Tivoli BBVA.

O ciclo de programação dos 100 anos do Tivoli, com início em Novembro do ano passado, prolonga-se até 2025.

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“Queremos posicionar a Porto Tech Hub como uma referência a nível nacional”

  • Conteúdo Patrocinado
  • 29 Novembro 2024

A Porto Tech Hub fortifica o tecido empresarial da região e cria pontes internacionais, promovendo partilha de conhecimento no ecossistema tecnológico, com foco na capacitação e retenção de talento.

Luís Silva, presidente da Porto Tech Hub, reflete sobre o impacto da nona edição da conferência que aconteceu no Porto. Com o objetivo de fortalecer o ecossistema tecnológico da região, a associação promove workshops práticos, palestras e debates sobre inteligência artificial e temas emergentes na tecnologia e parcerias com instituições académicas. Nesta entrevista, aborda o papel da conferência na partilha de conhecimento, na valorização do talento nacional e na construção de um ecossistema mais resiliente e inovador.

É a nona edição da Conferência Porto Tech Hub. O que continuam a pretender transmitir com este evento?

Temos tentado, ao longo destes nove anos, criar impacto na cidade, na região e no ecossistema do Norte. Não só trazendo oradores internacionais, mas igualmente dando visibilidade a oradores nacionais. Algo muito importante que promovemos nesta conferência é a partilha de informação, até porque a tecnologia muda muito rapidamente e é difícil estarmos sempre na crista da onda. No fundo, o que pretendemos é trazer excelentes oradores não apenas a nível intelectual e de competências, mas também capazes de partilhar informação. Partilhar, por exemplo, os erros que já cometeram porque isso faz parte da aprendizagem.

O que estão a fazer de diferente?

Nas edições passadas experimentámos diferentes formatos, obviamente muito pelo feedback que vamos recolhendo ao longo dos anos. E algo que começamos a perceber é que este ecossistema procurava algo bastante direcionado para a parte tecnológica, mais vocacionado para programadores, DevOps, testes de qualidade, pessoas que trabalham em infraestruturas e para todos os que agora se dedicam à inteligência artificial, um tema que, de resto, foi explorado por vários oradores, já que é uma tendência muito forte. O nosso intuito é também marcar o ecossistema com temas que estão a ser discutidos no momento. Queremos que os participantes venham aqui absorver novo conhecimento e informações e que depois as transportem para as suas empresas, e assim haja um acréscimo de valor. Não queremos que seja só uma conferência; e também por isso apostamos nos workshops técnicos, nos quais as pessoas podem levar os computadores e aprender na hora, tirar as dúvidas na hora.

Luís Silva, presidente da Porto Tech Hub

Hoje já há uma maior consciencialização da importância de aproximar o mundo académico, de inovação e empresarial?

Acredito que sim. Os jovens quando estão a sair das faculdades já têm mais noção dessa necessidade. Temos muito talento aqui no Porto, que termina o ensino superior muito bem preparado e com essa mentalidade já imbuída. Uma das parceiras da Porto Tech Hub é precisamente o ISEP, Instituto Superior de Engenharia do Porto, com o qual temos quatro cursos de pós-graduação. Temos um objetivo duplo: por um lado, queremos ajudar o ecossistema com pessoas novas; mas, por outro lado, também queremos requalificar as pessoas que já estão inseridas nesse ecossistema. Por isso mesmo, duas das pós-graduações são para as pessoas se especializarem, sendo inclusivamente financiadas a 50% pela Fundação Santander. Outra razão pela qual a aposta nos estudantes é muito importante deriva do facto de continuar a não haver excedente de mão de obra de colaboradores na região do Porto. A ideia é integrar os universitários no mundo do trabalho, com as suas metodologias e novas abordagens, mas que esse conhecimento tenha uma real aplicabilidade e retorno financeiro para as empresas. Os onboarding são cada vez mais curtos para que as pessoas, quando saem das faculdades, entrem efetivamente a produzir e tenham essa consciência. Creio que faltava isto ao ecossistema. Hoje, os processos são muito mais rápidos e ágeis.

O conceito de inovação é bem percebido em Portugal? Ou continuamos a penalizar o erro, tão característico e necessário em processos de experimentação?

É verdade que a nossa mentalidade não é muito dada ao erro; até porque temos ou sempre tivemos falta de empreendedorismo na nossa cultura organizacional. O que tenho assistido, sobretudo nos últimos anos, é pessoas a saírem das empresas e constituírem a sua própria startup. Isto era uma coisa impensável há alguns anos; havia o receio de perder um lugar que porventura já era muito digno dentro da estrutura organizacional. Esse espírito de empreendedorismo, de compreensão do erro e da hipótese de falhar mas recomeçar aprendendo com o erro já se começa a ver também aqui em Portugal, nomeadamente no Porto. A Porto Tech Hub é importante também por isso, porque permite a partilha do conhecimento, do erro e do sucesso.

O que gostava de levar este ano da conferência?

Posicionamento. Esta direção vai já no seu segundo mandato em regime voluntariado, com a missão de fazer do Porto um sítio melhor para trabalhar mas também mais atrativo para viver. Onde seja possível captar, mas sobretudo reter o talento local e atrair talento externo. Gostava que os participantes levassem algo de acréscimo e valor para as empresas onde trabalham. Gostava que não olhassem para este evento como uma mera conferência porque aquilo que nós estamos a fazer aqui no Porto é demasiado importante para só ser visto dessa forma. Queremos não só marcar a região onde estamos, mas posicionar a Porto Tech Hub como uma referência a nível nacional. E por isso temos este evento que reuniu 1400 pessoas com oradores de renome nacionais e internacionais.

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