Cem empresas europeias pedem independência tecnológica dos EUA

  • Lusa
  • 17 Março 2025

“A Europa deve tornar-se mais independente tecnologicamente em todas as áreas da sua infraestrutura digital essencial", indicam as empresas, em carta aberta à Comissão Europeia.

Uma centena de empresas europeias solicitou à Comissão Europeia medidas para garantir a independência tecnológica dos Estados Unidos, como priorizar a própria indústria nos concursos públicos e criar novos fundos para impulsionar a competitividade do setor.

Numa carta aberta à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e à vice-presidente Henna Virkkunen, divulgada esta segunda-feira e citada pela EFE, as empresas referiram que “a recente Conferência de Segurança de Munique, as medidas subsequentes anunciadas pelos EUA e os novos desenvolvimentos nas relações EUA-UE realçaram a dura realidade geopolítica que a Europa enfrenta hoje”.

“A Europa deve tornar-se mais independente tecnologicamente em todas as áreas da sua infraestrutura digital essencial, desde aplicações, plataformas, media e modelos de inteligência artificial até às infraestruturas físicas”, afirmaram as empresas e organizações, que incluem a Airbus, a Connect Europe (associação europeia da indústria das telecomunicações) e a Aliança das Pequenas e Médias Empresas Digitais.

As subscritoras afirmam que, mesmo com o plano de 200 mil milhões de euros anunciado pelo governo da UE em janeiro passado para impulsionar a inteligência artificial, a “dependência de tecnologias não europeias será eliminada em menos de três anos ao ritmo atual”, pelo que “o tempo é essencial”.

Por isso, apelaram à criação de grupos de trabalho entre a indústria e a Comissão Europeia, semelhantes aos contactos que Bruxelas mantém com as empresas automóveis e siderúrgicas, “para transformar a ambição de soberania tecnológica em ações concretas”. Entre elas, referiram a possibilidade de os concursos públicos darem prioridade à indústria europeia, uma medida que Bruxelas já propôs para ajudar os fabricantes europeus de veículos elétricos ou a indústria farmacêutica.

“O objetivo não é excluir os participantes não europeus, mas criar um espaço onde os fornecedores europeus possam competir legitimamente e justificar os seus investimentos”, afirmaram.

Os subscritores propuseram ainda a criação de um Fundo Soberano de Infraestruturas para apoiar o investimento público em áreas como a tecnologia quântica e o fabrico de semicondutores (chips), bem como a participação do Banco Europeu de Investimento (BEI) e uma utilização “coordenada” de fundos europeus.

Apelaram também a critérios harmonizados para que os utilizadores de nuvens de armazenamento (clouds) públicas e privadas possam optar voluntariamente por serviços soberanos para os seus dados confidenciais.

“Para uma adoção bem-sucedida da cloud, dos espaços de dados e da inteligência artificial, os utilizadores europeus da cloud devem ser capazes de garantir que os seus dados mais sensíveis estão protegidos contra o acesso ou a interrupção operacional resultante de leis extraterritoriais de fora da UE”, defenderam.

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+M

Plano Nacional para a Segurança dos Jornalistas com dotação de 195 mil euros

  • + M
  • 17 Março 2025

O lançamento de uma campanha de publicidade institucional ou a criação do Comité Nacional para a Segurança dos Jornalistas são algumas das medidas do Plano Nacional para a Segurança dos Jornalistas.

Com um orçamento de 195 mil euros, o Plano Nacional para a Segurança dos Jornalistas e Outros Profissionais da Comunicação Social (PNSJ) pretende promover o reconhecimento do papel e da profissão dos jornalistas e a proteção destes profissionais contra ameaças online e físicas.

O plano prevê desde logo o lançamento de uma campanha de publicidade institucional para a “sensibilização da sociedade sobre a relevância da atividade jornalística e da proteção dos jornalistas na sustentação e defesa dos valores democráticos, particularmente em períodos eleitorais, tempos de crise, manifestações públicas e zonas de conflito”, lê-se na resolução do Conselho de Ministros publicada esta segunda-feira em Diário da República.

Além disso, contempla o “desenvolvimento de mecanismos de proteção contra ameaças em linha, atendendo ao potencial criminogénico do ambiente digital”, como seja através do “diálogo com as grandes plataformas digitais, para a assunção de compromissos de resposta às ameaças em linha a jornalistas” ou incentivando à criação nas redações de “pontos de contacto e apoio aos jornalistas alvo de ameaças” e elaboração de orientações relativas à gestão de ameaças.

O “reforço da proteção contra ameaças em ambiente físico, mediante o incremento da cooperação e sensibilização das forças de segurança, forças armadas e autoridades judiciárias” é outra medida do plano, que se pretende concretizar com a criação de uma linha de apoio direta para o atendimento e registo da participação de ameaças e crimes contra jornalistas, com o aconselhamento aos jornalistas perante ameaças específicas e situações de risco (como eventos de massas ou cenários de distúrbio) ou com a criação de um balcão virtual para serviços especializados gratuitos de aconselhamento jurídico, apoio psicológico e abrigo a jornalistas alvo de ameaça ou vítimas de crimes.

O plano agora publicado em Diário da República prevê ainda a elaboração de um “manual para a segurança dos jornalistas, com um conjunto de recursos destinados à prevenção e resposta face à vitimização destes profissionais” e a aprovação do regime jurídico para “prevenção e penalização das ações judiciais estratégicas contra a participação pública, prevendo-se, em especial, a proteção do exercício da atividade jornalística”.

Com o objetivo de aumentar o conhecimento da problemática da segurança dos jornalistas e dos seus desafios, o plano prevê, entre outras medidas, a “elaboração de relatórios anuais sobre a segurança dos jornalistas, designadamente com definição de pontos de situação, tendências e identificação de novas ameaças”.

O plano preconiza ainda a criação do Comité Nacional para a Segurança dos Jornalistas e Outros Profissionais da Comunicação Social, para dar suporte à coordenação da implementação e “constante aperfeiçoamento”. A composição deste comité é definida pelo membro do Governo responsável pela área da comunicação social.

Promovido através do #PortugalMediaLab e contando com a orientação do membro do Governo responsável pela área da comunicação social, o PNSJ “privilegia a promoção do reconhecimento do papel e da profissão dos jornalistas, a proteção destes profissionais contra ameaças em linha e em ambiente físico, o maior conhecimento e domínio das variáveis do problema e dos desafios que coloca, bem como o incentivo à participação das partes interessadas através da sua apropriação das iniciativas, segundo uma atuação coordenada”.

Ao #PortugalMediaLab caberá apresentar anualmente ao membro do Governo responsável pela área da comunicação social um relatório da atividade desenvolvida para execução do PNSJ.

O Plano Nacional para a Segurança dos Jornalistas foi uma das quatro medidas para os media aprovadas pelo Governo em conselho de ministros na semana passada, em conjunto com o Plano Nacional de Literacia Mediática e outros dois diplomas legislativos — um para regular a oferta de assinatura de publicação periódica digital para os jovens e outro de revisão com melhoria dos incentivos às publicações periódicas.

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Recente queda dos preços de compra de casas na Zona Euro foi suave e de curta duração

  • Lusa
  • 17 Março 2025

BCE assinala que a queda dos preços ocorreu num número limitado de países, não tendo as mesmas características de uma recessão total como em períodos anteriores.

A recente queda dos preços de compra de casas na Zona Euro foi “suave e de curta duração” em comparação com a registada em países periféricos, após as crises financeira e da dívida soberana. Esta é uma das conclusões de um artigo divulgado esta segunda-feira do próximo boletim económico do Banco Central Europeu (BCE).

Os últimos dados sugerem que a recente queda dos preços da habitação foi relativamente moderada em comparação com períodos anteriores de descida” e que os preços permanecem elevados, afirmam os economistas do BCE.

O nível dos preços de compra de habitação na zona euro voltou a subir no terceiro trimestre de 2024, atingindo o pico registado em 2022.

A queda dos preços ocorreu num número limitado de países e, por conseguinte, não tem as mesmas características de uma recessão total como em períodos anteriores“, afirma o BCE. A recuperação dos preços da habitação tem sido muito mais rápida do que a que se seguiu às crises financeira e da dívida soberana.

Neste ciclo descendente, registou-se uma queda acumulada de 3% ao longo de um ano e meio, especialmente nos países centrais da Zona Euro e sobretudo na Alemanha, em comparação com 5% ao longo de dois anos nas crises financeira e da dívida soberana, quando a queda ocorreu na periferia.

Os preços de aquisição de habitação neste ciclo descendente caíram em apenas 12 países da zona euro. Em comparação, durante a crise financeira, os preços caíram em todos os países da zona euro, exceto um.

Os economistas do BCE recordam que, em Espanha, as taxas de juro favoráveis após a introdução do euro conduziram a um ciclo de expansão e recessão que demorou muito tempo a ser eliminado e recuperado. A queda das taxas de juro após as crises financeira e da dívida soberana impulsionou os preços da habitação noutros países anteriormente menos afetados, como a Alemanha, e houve uma queda de curta duração quando o BCE aumentou as taxas.

O efeito das subidas das taxas do BCE não foi muito forte. As fortes subidas das taxas de juro do BCE em 2022, devido ao aumento da inflação, coincidiram com preços da habitação muito sobrevalorizados nos países centrais.

Mas o efeito dos aumentos das taxas de juro na queda dos preços foi atenuado porque os bancos tinham balanços saudáveis e os rendimentos das famílias permaneceram sólidos.

Em Espanha, quando a bolha imobiliária rebentou, muitos bancos tiveram problemas de solvência e muitas pessoas perderam os seus empregos e os seus rendimentos caíram drasticamente.

O crescimento do crédito hipotecário foi inferior ao da crise financeira devido à aplicação de políticas macroeconómicas prudentes, de acordo com o BCE. Além disso, alguns países implementaram medidas de apoio às famílias durante a pandemia e a crise energética, para que os rendimentos das famílias aumentassem mais do que os custos das suas hipotecas.

Em muitos países, os bancos cobram atualmente taxas de juro fixas sobre as hipotecas, o que protege os proprietários durante algum tempo dos aumentos das taxas de juro e reduz os incumprimentos, que, por sua vez, intensificam a pressão sobre os preços das casas.

É provável que muitas famílias tenham de aumentar a sua hipoteca quando os seus contratos de taxa fixa expirarem e tiverem de ser substituídos por outros com taxas de juro mais elevadas. A descida das taxas de juro do BCE desde junho do ano passado limita o risco, porque o período de tempo em que as famílias tiveram de renegociar os seus contratos a taxas de juro mais elevadas foi curto.

A queda da procura foi o principal fator que esteve na origem da descida dos preços da habitação durante as crises financeira e da dívida soberana, mas não durante esta recessão mais recente, foi a queda da oferta.

Devido a essa escassez, intensificada pela subida dos preços da energia e pelos problemas de abastecimento durante a pandemia, os preços da habitação voltaram a subir rapidamente, uma vez que a procura aumentou quando o BCE começou a baixar as suas taxas de juro em junho do ano passado.

Os economistas do BCE esperam que os preços da habitação na zona euro continuem a subir rapidamente, uma vez que a procura recuperou quando baixaram as suas taxas de juro. No entanto, advertem, este aumento dos preços da habitação não é saudável para as perspetivas da economia no seu conjunto.

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É cada vez mais difícil conseguir ‘cash’ na Alemanha

  • Lusa
  • 17 Março 2025

O banco central alemão alerta que está mais difícil obter numerário no país porque muitos bancos fecharam agências e reduziram o número de ATM.

Número de caixas multibanco tem vindo a diminuir no paísLusa

O Bundesbank, o banco central alemão, afirma que é mais difícil obter cash (dinheiro) no país porque muitos bancos fecharam agências e reduziram o número de caixas multibanco.

Os economistas do Bundesbank afirmam num artigo do seu próximo boletim de março, divulgado esta segunda-feira, que a oferta de cash está assegurada na Alemanha, mas acrescentam que há uma tendência decrescente na disponibilidade.

A diminuição do número de agências bancárias e de caixas automáticos, bem como o aumento do número de cidadãos que afirmam ter de esforçar-se mais para conseguir obter cash, sublinham a perspetiva de que “a boa disponibilidade de dinheiro na Alemanha não é evidente no futuro”, segundo o Bundesbank.

O número de agências bancárias na Alemanha diminuiu para menos de metade, passando de 53.000 em 2002 para 21.000 em 2023. O número de caixas multibanco aumentou em 2018 para 59.000, mas desde então diminuiu e situou-se em 51.000 em 2023, de acordo com os dados do Bundesbank.

Na Alemanha, os ATM dos supermercados também podem fornecer dinheiro quando se fazem compras.

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Já estão abertas as 181 vagas do CEJ para futuros juízes

No total, estão abertas 181 vagas para auditores de justiça: 75 para a magistratura judicial e 75 para o Ministério Público e 31 para os TAF. O prazo de candidatura decorre até 7 de abril.

Foi publicado esta segunda-feira, em Diário da República, o aviso que abre o concurso de ingresso no curso de formação Centro de Estudos Judiciários (CEJ). No total, estão abertas 150 vagas para auditores de justiça: 75 para a magistratura judicial e 75 para o Ministério Público. A juntar mais 31 vagas para os Tribunais Administrativos e Fiscais (TAF).

“Este é o primeiro concurso a decorrer ao abrigo da nova Lei do CEJ (Lei n.º 7-A/2025, de 30 de janeiro), que introduz alterações significativas nas regras de acesso às magistraturas”, revelam. O curso de formação tem início previsto para 15 de setembro de 2025, com formação nas instalações de Lisboa e no novo polo de Vila do Conde.

Assim, podem agora candidatar-se licenciados em Direito pós-Bolonha que tenham concluído a parte curricular de um mestrado ou doutoramento em Direito, dispensando a defesa de tese, ou que tenham cinco anos de experiência profissional relevante na área forense. Já as provas de ingresso passam a ser comuns a todos os candidatos, eliminando a distinção entre via académica e via profissional.

Entre as mudanças está ainda a criação de uma reserva de recrutamento, permitindo que candidatos aprovados que não ingressem na formação inicial possam ser chamados em concursos seguintes, sem necessidade de novas provas e a melhoria das condições de frequência, com a aplicação de um regime tributário especial à bolsa de formação, seguro de acidentes de trabalho e um regime de proteção social que abrange situações de parentalidade, doença e apoio em despesas de transporte.

O prazo de candidatura decorre até 7 de abril, exclusivamente através da plataforma do CEJ.

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Hiscox arranca com contratos das linhas de Arte e clientes Privados da Innovarisk

  • ECO Seguros
  • 17 Março 2025

Está confirmada a data do já anunciado regresso. Todos os contratos das linhas de Arte e clientes Privados através do Innovarisk serão renovados automática e diretamente "sem alterações nos termos".

A Hiscox Portugal volta a operar diretamente em Portugal a partir de 1 de abril. Segundo avançou a seguradora em comunicado, todos os contratos existentes no país das linhas de Arte e Clientes Privados através do seu parceiro Innovarisk serão renovados automática e diretamente com a Hiscox S.A., Sucursal em Portugal.

As renovações serão feitas “sem alterações nos termos e condições, mas introduzindo melhorias de cobertura” e serão levadas a cabo diretamente pela equipa da seguradora em Portugal, sediada em Lisboa, “seguindo as regras do mercado e a legislação em vigor”. A Hiscox conta com uma equipa de mais de 100 profissionais dedicados ao mercado português.

A decisão de impulsionar o crescimento no mercado português insere-se “num ambicioso plano de investimento e desenvolvimento no mercado” e “reforça a aposta no mercado português, no ano em que completa 20 anos de presença” no país.

Para o cargo de diretor comercial, a Hiscox contratou Emérico Gonçalves, que estava há 21 anos na seguradora AIG em Portugal. Terá a responsabilidade de “impulsionar e reforçar as relações com os corretores portugueses”, noticiou o ECOseguros.

Importa referir que a Innovarisk é uma mediadora agente de subscrição liderada por Gonçalo Baptista que representou a Hiscox em Portugal nos últimos 13 anos, período em que a seguradora se estabeleceu no mercado português com destaque em seguros de Arte e Casas de Alto Valor, tendo também introduzido os seguros especializados de Responsabilidade Civil Profissional, D&O e Cyber Risk para empresas e profissionais. No entanto, a entrada no mercado português deu-se em 2005, trabalhando diretamente com corretores de seguro.

A Hiscox tem lançado produtos especializados e aposta na capacidade de resposta em sinistros como uma imagem de marca. Com 4,4 mil milhões de euros de prémios líquidos em 2024 de acordo com os dados preliminares, a seguradora tem sede na Bermuda e conta com 3 mil empregados em 14 países e tem clientes em todo o mundo, oferecendo seguros através da sua divisão de retalho no Reino Unido, na Europa, na Ásia e nos EUA para clientes profissionais e empresariais, bem como para particulares e famílias com elevado património líquido.

A Hiscox foi fundada em 1903 no Reino Unido e tem rating A+ da Fitch e A da Standard and Poors. Os resultados financeiros preliminares para 2024 indicam que obteve um rácio combinado de 89,2% (acima de 100 significa prejuízo técnico), terminando esse ano com um rácio de solvência de 225%, mais do dobro do mínimo requerido de 100%.

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Hotel com 70 quartos e 58 residências no projeto turístico Pinheirinho Comporta

  • Lusa
  • 17 Março 2025

Durante a fase de construção do empreendimento, serão criados "mais de 2.000 postos de trabalho diretos", assim como "mais de 1.000 postos de trabalho permanentes" quando estiver concluído.

Um dos dois hotéis previstos para o projeto turístico Pinheirinho Comporta, na freguesia de Melides, no concelho de Grândola, distrito de Setúbal, vai ter 70 quartos e 58 residências, anunciou esta segunda-feira a promotora imobiliária VIC Properties.

Em comunicado, a promotora deste projeto turístico, avaliado em 1,7 mil milhões de euros, revelou ter assinado um contrato de gestão hoteleira com o Six Senses, “a marca de hotelaria de luxo do portefólio da IHG Hotels & Resorts”.

O hotel, intitulado Six Senses Comporta, com conclusão prevista para 2028, será “o primeiro projeto da marca em Portugal com branded residences”, ou seja, moradias operadas sob os requisitos daquela mesma marca.

A unidade hoteleira “será uma das principais âncoras dos 400 hectares do Pinheirinho Comporta”, afiançou a Vic Properties, que, questionada pela agência Lusa, se escusou a revelar o investimento associado à implementação do hotel.

Este hotel, dos dois que o projeto turístico prevê incluir, vai contar com 70 quartos e 58 branded residences, nomeadamente moradias e apartamentos de dois a cinco quartos.

Citado no comunicado, João Cabaça, cofundador e presidente executivo (CEO) da VIC Properties, afiançou que a promotora imobiliária e a Six Senses partilham “o mesmo compromisso de recuperar e preservar o riquíssimo património” da região onde vai ‘nascer’ o projeto turístico.

Já o CEO da Six Senses, Neil Jacobs, disse que a abordagem da marca ao design “centra-se na criação de espaços que ligam as pessoas à natureza”.

O Pinheirinho Comporta, na freguesia de Melides, conta com uma área de cerca de 400 hectares, inseridos numa reserva natural, sendo que 200 hectares são de pinhal e dunas não urbanizáveis. Já 20 hectares são de “área bruta de construção” acima do solo.

O empreendimento foi adquirido pela VIC Properties em 2020 e, desde então, o projeto original foi “redesenhado”, para serem “implementadas diversas medidas focadas na sustentabilidade e desenvolvimento responsável”, explicou a empresa.

Além de “dois hotéis de luxo” e branded residences, integra moradias e apartamentos e um campo de golfe, com 18 buracos, desenhado pelo arquiteto português Santana da Silva.

Diversas instalações desportivas, lojas e serviços e o “acesso a um clube de praia para hóspedes e proprietários” são outras das valências, explicou a empresa proprietária.

A empresa estimou que, durante a fase de construção do empreendimento, sejam criados “mais de 2.000 postos de trabalho diretos“, assim como “mais de 1.000 postos de trabalho permanentes” quando estiver concluído.

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Eleições na Ordem dos Advogados podem avançar. Tribunal decidiu a favor da bastonária

O Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa decidiu que as eleições antecipadas marcadas pela atual bastonária da Ordem dos Advogados não são ilegais. As eleições decorrem terça e quarta-feira.

O Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa decidiu que as eleições antecipadas marcadas pela atual bastonária da Ordem dos Advogados (OA) não são ilegais. A decisão – tomada a 15 de março, já consta do sistema informático dos tribunais administrativos e fiscais, embora as partes ainda não tenham sido notificadas.

“Uma vez que a desinformação sob o teor da providência cautelar tem grassado através das redes sociais, querendo fazer acreditar que se encontra suspenso o ato eleitoral, o que não corresponde à verdade, trazemos ao conhecimento dos/as Ilustres colegas que a decisão do tribunal foi favorável à Ordem dos Advogados”, segundo comunicado divulgado pela Ordem dos Advogados.

Em causa um pedido de providência cautelar para impugnar as eleições antecipadas entregue por um grupo de sete advogados que alegam que esta medida da bastonária é “ilegal e inconstitucional”. Mas, como quando o tribunal ia decidir, já o prazo de entrega de candidaturas tinha decorrido, o tribunal converteu essa providência numa petição inicial e admitiu que a Ordem dos Advogados possa deduzir oposição no prazo de dez dias, mas “com expressa advertência de que não pode, após a citação, iniciar ou prosseguir a execução do ato suspendendo (ou seja, o ato de convocação de eleições), atento o disposto no artigo 128º, nº 1 do CPTA”, diz a decisão da magistrada datada de 28 de janeiro.

Resumindo: decidiu pela suspensão das eleições antecipadas já marcadas. Avisando que, para evitar esta suspensão, Fernanda de Almeida Pinheiro pode elaborar uma “resolução fundamentada”, no prazo de 15 dias, alegando que a suspensão ou adiamento do ato eleitoral seja “gravemente prejudicial para o interesse público”, segundo explica o artigo 128.º – número 1 – do Código de Procedimento dos Tribunais Administrativos (CPTA). Caso avance para essa justificação de interesse público, essa só será apreciada depois da data das eleições.

Assim, o tribunal conclui que ” pelo exposto, tendo os requerentes reagido através da presente providência cautelar de suspensão de eficácia, quando deveriam, como supra se deixou exposto, ter adotado o processo de contencioso eleitoral previsto no artigo 98º do CPTA, julga-se procedente a exceção dilatória inominada de erro na forma de processo, insuscetível de sanação por intempestividade para o meio processual próprio, com a consequente absolvição da Requerida da instância, nos termos do artigo 89º, nº 2 do CPTA”.

Com esta decisão, a bastonária – também recandidata às eleições desta terça e quarta-feira – “convida todos/as a participar nas eleições que vão ser realizadas nos dias 18 e 19 de março, para, através do voto individual de cada um/a, procederem à eleição, de forma livre e democrática, como é apanágio na Ordem dos Advogados, dos novos órgãos dirigentes para o triénio 2025-2027″, concluiu o mesmo comunicado.

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Despedimento coletivo na Menzies vai abranger dez trabalhadores. Sindicatos pedem saídas por acordo

Já saíram da empresa 160 trabalhadores ao abrigo do programa de rescisões por mútuo acordo, que foi entretanto suspenso. Objetivo era chegar a 300.

O despedimento coletivo na Menzies Aviation Portugal, antiga Groundforce, vai abranger dez trabalhadores, avançam os sindicatos, que pedem uma saída negociada. A empresa parou o programa de rescisões por mútuo acordo, apesar de ainda estar longe do objetivo de dispensar 300 colaboradores no âmbito do plano de reestruturação.

A informação que a empresa de serviços de assistência em escala fez chegar aos sindicatos indica que são dez os trabalhadores alvo do despedimento coletivo, todos funcionários da sede da empresa. Cinco trabalham na direção comercial, incluindo o diretor, dois na direção de processos e inovação, um no secretariado da direção e dois nas direções de pessoas e inovação e segurança e qualidade.

O Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) questiona, em comunicado, porque não foram “esgotadas as tentativas de recolocação dos trabalhadores noutras áreas” ou o “recurso a rescisões por mútuo acordo”, que espera ainda venham a acontecer.

O mesmo pretende o Sindicato dos Trabalhadores de Handling, da Aviação e Aeroportos (STHAA). O presidente, Rui Souto Lopes, diz que os dez trabalhadores “ainda podem sair ao abrigo das condições de rescisão voluntária, que são mais favoráveis”.

A britânica Menzies Aviation é desde julho a maior acionista da SPdH, conhecida pela antiga marca Groundfource, com 50,1% do capital. Os restantes 49,9% pertencem à TAP.

A Menzies solicitou ao Governo a possibilidade de negociar a saída voluntária de até 300 trabalhadores no âmbito do plano de reestruturação, que foi concedida. De acordo com os dois sindicatos, o programa de rescisões voluntárias foi entretanto parado, apesar de apenas 160 trabalhadores terem aceite até ao primeiro trimestre deste ano. Saídas que diz, diz a empresa, “não se mostrarem suficientes para equilibrar os resultados”. A companhia de handling tem 2.733 trabalhadores com contrato direto e cerca de 1.400 em outsourcing.

Em comunicado divulgado ao final da tarde, a Menzies afirma que no âmbito do plano de recuperação da empresa “e após uma avaliação detalhada de todos os ativos, equipamentos e colaboradores da empresa, foram identificadas algumas funções redundantes”. Ao todo 160 colaboradores aceitaram a proposta de rescisão por mútuo acordo oferecida pela empresa e “10 funções de apoio ao negócio foram consideradas redundantes”.

“Compreendemos a importância de abordar o impacto desta decisão nos colaboradores e temos vindo a dialogar com os funcionários afetados ao longo deste processo. Trata-se de uma decisão difícil, mas necessária para assegurar um futuro sustentável para a empresa“, acrescenta.

A empresa avançou com os procedimentos para um despedimento coletivo, na sexta-feira passada, como avançou o ECO, fundamentado em “motivos de mercado” e de “redução da atividade”.

Argumenta também que “através da participação da Menzies no capital social da SPdH [a denominação societária], a SPdH vê-se agora obrigada a cumprir com as orientações e diretrizes relativas à organização departamental e ao aproveitamento de sinergias globais do Grupo Menzies, de forma a diminuir os seus custos totais e maximizar a sua eficiência e resultados a nível global”. O que justifica, por exemplo, os despedimentos no departamento comercial, já que estas funções passaram a estar centralizadas a nível internacional.

O despedimento tem ainda de ser aprovado pela Direção-Geral do Emprego e Relações do Trabalho. O presidente do STHAA considera que o pedido da Menzies “tem tudo para ser aprovado”, tendo em conta que a empresa de handling está sob o plano de recuperação (até 2026), aprovado pelos credores no âmbito do processo de insolvência pedido pela TAP em 2021.

A Menzies está neste momento a concorrer à atribuição das licenças de assistência em escala nos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro. Na corrida estão também as espanholas Acciona e Clece, e a suíça Swissport, segundo avançou o Jornal Económico.

Fernando Henriques, dirigente do SITAVA, considera que “a imagem da empresa fica afetada pela negativa” com o despedimento coletivo. Já Rui Souto Lopes, do STHAA, desvaloriza: “não nos parece que tenha influência nas licenças”, assinalando que as saídas são na área corporate. “Na parte operacional até há falta de recursos”, aponta.

A antiga Groundforce foi severamente atingida pela pandemia da Covid-19, devido à paralisação do tráfego aéreo. A forte recuperação nos últimos anos tem permitido à empresa aumentar a receita e as contratações.

(Notícia atualizada às 20h05 com informação do comunicado da Menzies)

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Comissão Europeia manda suspender reuniões com representantes da Huawei

  • Lusa
  • 17 Março 2025

Comissão deu instruções a todos os gabinetes e serviços no sentido de suspenderem imediatamente quaisquer reuniões planeadas com a Huawei, na sequência da investigação criminal por alegada corrupção.

A Comissão Europeia suspendeu quaisquer reuniões com representantes da Huawei enquanto decorre a investigação criminal por alegada corrupção, envolvendo o Parlamento Europeu e a empresa tecnológica chinesa, foi esta segunda-feira anunciado.

“A Comissão deu instruções a todos os gabinetes e serviços no sentido de suspenderem imediatamente quaisquer reuniões planeadas com a Huawei até nova ordem, permitindo assim que a investigação criminal belga siga o seu curso“, disse o porta-voz do executivo comunitário para a área da Transparência, Olof Gill. Na conferência diária da instituição, em Bruxelas, o porta-voz apontou que “é essa investigação que contará“.

Já questionado sobre as atuais normas de transparência nas instituições da UE, Olof Gill adiantou: “Esta é uma questão que está constantemente a ser analisada, incluindo no trabalho que realizamos a nível interinstitucional com o Conselho e o Parlamento, e, neste momento, não temos nada a dizer sobre alterações às regras existentes“.

Na sexta-feira, o Parlamento Europeu decidiu, como medida de precaução, proibir o acesso à instituição europeia de representantes ligados à fabricante chinesa Huawei pela alegada corrupção envolvendo profissionais do lóbi e que terá ramificações em Portugal.

Nesse dia, o Governo chinês pediu que não se politize questões comerciais nem se recorra a “medidas infundadas” para reprimir empresas chinesas além-fronteiras, aludindo à recente investigação sobre a alegada corrupção ligada à Huawei no Parlamento Europeu. Isto depois de na quinta-feira, as autoridades belgas terem realizado uma vintena de buscas no âmbito de uma investigação de corrupção no Parlamento Europeu, envolvendo lobistas da chinesa Huawei, e que terá ramificações em Portugal, noticiou o jornal belga Le Soir.

Contactada pela Lusa, a Polícia Judiciária confirmou estar a colaborar com as autoridades belgas, mas não acrescentou pormenores. De acordo com o Le Soir, a investigação visa as práticas em Bruxelas, desde 2021, de lobistas ligados ao grupo de telecomunicações chinês Huawei.

A investigação suspeita que tenha havido transferências feitas “para um ou mais deputados europeus através de uma empresa portuguesa”, também já alvo de buscas, adiantou o jornal, sem pormenorizar.

Fonte do Parlamento Europeu disse à Lusa que este tem, sempre que solicitado, colaborado totalmente com as autoridades. Nenhum eurodeputado foi ainda identificado nesta operação, referiu o Le Soir e os parceiros da investigação jornalística – o semanário Knack, a plataforma de investigação neerlandesa Follow The Money e os jornalistas de investigação gregos Reporters United.

A alegada corrupção neste caso envolveu presentes de valor (incluindo smartphones Huawei), bilhetes para jogos de futebol (a Huawei tem um camarote privado no Lotto Park, o estádio do RSC Anderlecht) ou transferências de alguns milhares de euros. De acordo com o código de conduta dos eurodeputados, qualquer objeto oferecido por um terceiro de valor superior a 150 euros deve ser declarado e inscrito publicamente no registo de ofertas.

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Moedas diz que Montenegro cumpriu obrigações com as obras nos apartamentos de Lisboa

  • Lusa
  • 17 Março 2025

O presidente da Câmara de Lisboa garantiu que o primeiro-ministro "fez o que tinha a fazer". Em causa está uma alegada isenção de controlo prévio à empreitada, apesar de ser considerada estrutural.

O presidente da Câmara de Lisboa; Carlos Moedas, assegurou esta segunda-feira que a autarquia cumpriu com as obrigações legais quanto às obras de junção de dois apartamentos da família do primeiro-ministro, Luís Montenegro (PSD), que “também fez o que tinha a fazer”.

“O primeiro-ministro de Portugal é tratado como outro cidadão lisboeta. A Câmara fez aquilo que tinha a fazer. O cidadão, neste caso, primeiro-ministro, também fez o que tinha a fazer e, portanto, não tenho aqui nada a acrescentar“, afirmou o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), à margem da inauguração da Creche do Monsanto, na freguesia de Benfica.

Em causa está o processo das obras de junção de dois apartamentos da família do primeiro-ministro, na Travessa do Possolo, na freguesia lisboeta da Estrela, sobre o qual os vereadores do PS e do BE na Câmara de Lisboa solicitaram, a 7 de março, informações quanto à alegada isenção de controlo prévio a esta empreitada apesar de se considerar uma alteração estrutural.

As obras do ‘duplex’ em Lisboa juntam-se às questões em torno do primeiro-ministro, em particular sobre a empresa Spinumviva, em que o Ministério Público abriu uma averiguação preventiva. No contexto de dúvidas sobre a atuação de Luís Montenegro, o Parlamento rejeitou uma moção de confiança apresentada pelo executivo de PSD/CDS-PP (sem maioria absoluta), o que determinou a queda do Governo e, posteriormente, a convocação de eleições legislativas antecipadas para 18 de maio, por decisão do Presidente da República.

Na quinta-feira, Carlos Moedas recusou um eventual tratamento diferenciado da autarquia à família de Luís Montenegro e assegurou que trata “todos por igual”.

No entanto, na sexta-feira, o jornal Correio da Manhã noticiou que a Câmara de Lisboa terá impedido a Polícia Municipal de fazer uma vistoria às obras do ‘duplex’ da família do primeiro-ministro.

Sobre esta questão, o presidente da câmara disse esta segunda-feira que está “muito descansado, muito tranquilo”, porque a autarquia “tem sempre uma atuação que trata todos por igual”.

“As fiscalizações são normais, são normais fazê-las. Serão feitas quando têm de ser feitas. Não só aquilo que é, neste caso, um apartamento ou dois apartamentos do primeiro-ministro, mas também com apartamentos de outras pessoas, quando isso se justifica”, declarou Carlos Moedas.

Sem adiantar detalhes sobre a vistoria às obras do ‘duplex’ da família de Luís Montenegro, o autarca de Lisboa garantiu: “Neste caso, fizemos o que tínhamos a fazer e também aquele que é o dono da obra também o fez”.

“Eu gostava de dar essa segurança aos lisboetas. Eu trato todos os lisboetas por igual. Lisboetas que me encontram na rua, que têm problemas, e que eu resolvo esses problemas, portanto todos são tratados por igual”, reiterou.

No pedido de informação sobre as obras do ‘duplex’ da família de Montenegro, o vereador do PS Pedro Anastácio requereu “esclarecimentos” e “cópias de toda a documentação” referente à “comunicação, licenciamento, fiscalização, vistoria e alterações” ao título de propriedade horizontal “relacionadas com as obras em execução na Travessa do Possolo”.

No requerimento, a que a Lusa teve acesso, o socialista justifica que o “município de Lisboa tem o dever de clarificar suspeitas cuja consequência não serve para mais do que manchar as instituições” e “deve comunicar com clareza e rigor, suportando-se na lei e nas análises técnicas que os seus serviços elaboram, ao invés de se mover por interesses político-partidários”.

A este propósito, o autarca do PS citou uma notícia da TVI/CNN sobre “a realização de obras no número 28 da Travessa do Possolo, nomeadamente através da junção de duas frações autónomas, unidas pela base, com o intuito de fazer um ‘duplex'”, imputando à autarquia que “as obras em questão não carecem de licença por serem obras interiores”.

Também a vereadora do BE, Beatriz Gomes Dias, questionou se a Câmara “recebeu alguma comunicação posterior à inicial esclarecendo que as obras envolviam alteração estrutural”, por que motivo a empreitada foi “enquadrada como isenta de controlo prévio” e se a autarquia “pretende abrir alguma investigação para avaliar se houve omissão de informações relevantes neste processo”.

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Loewe, Versace e Gucci: a dança de cadeiras na moda continua

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 17 Março 2025

As últimas semanas têm sido de grande agitação nas casas de moda. A Gucci anunciou um novo diretor criativo, a Loewe perdeu o seu e Donatella Versace deixa a casa da família ao fim de 28 anos.

A moda de luxo está a atravessar uma nova fase de transformação, e a mais recente reviravolta veio com o anúncio da saída de Jonathan Anderson da Loewe. Após mais de uma década como diretor criativo da marca espanhola, Anderson, um dos designers mais influentes da sua geração, deixa um legado de reinvenção artesanal e experimentalismo que reposicionou a Loewe como uma das casas mais relevantes da atualidade. A sua sucessão ainda não foi confirmada, mas a sua partida reforça a onda de mudanças que tem sacudido a indústria.

Jonathan Anderson acaba de anunciar a sua saída da Loewe, ao fim de 11 anos.

Outra grande reviravolta aconteceu com a Versace. Donatella Versace deixou o cargo de diretora criativa após 28 anos, mantendo-se agora como embaixadora principal da marca. A Capri Holdings, proprietária da Versace, anunciou que Donatella será substituída por Dario Vitale, até então diretor de design da Miu Miu, do Grupo Prada. Esta mudança gerou ainda mais especulações sobre uma possível aquisição da Versace pelo Grupo Prada, de que a Fora de Série já tinha falado AQUI, e cujo interesse na Versace é cada vez mais visível. O facto de o CEO da Prada, Andrea Guerra, ter viajado na semana passada para Nova Iorque (onde fica a sede da Capri Holdings) adensa os rumores de que o negócio que promete unir duas das maiores casas de moda de luxo italianas pode estar por dias.

Donatella assumiu a direção criativa da marca após o assassinato do irmão Gianni Versace, em 1997, e ajudou a consolidar o ADN ousado e sensual da casa italiana. A sua saída marca o fim de uma era.

Donatella Versace também se afastou da liderança da Versace ao fim de 28 anos, na iminência de a Prada adquirir a marca.

Gucci anuncia Demna Gvasalia e ações da Kering caem 13%
Demna Gvasalia, o polémico designer da Balenciaga, foi anunciado também na semana passada como o novo diretor criativo da Gucci. A nomeação surpreendeu o mercado e teve impacto imediato: as ações da Kering, proprietária da Gucci, caíram 13% após o anúncio. Gvasalia assume o cargo em julho e a sua entrada sugere uma tentativa de tornar a Gucci novamente uma marca disruptiva e criadora de tendências.

O designer georgiano é conhecido pelo seu estilo provocador, tendo criado algumas das peças mais controversas da última década, como a mala estilo IKEA, os tenis “destruídos” e as pulseiras de fita cola usadas por Kim Kardashian. A sua nomeação surge pouco depois da saída de Sabato de Sarno, que apresentou a sua última coleção para a Gucci em fevereiro.

Demna Gvasalia, o polémico designer da Balenciaga, foi anunciado como o novo diretor criativo da Gucci.

A saída de Jonathan Anderson da Loewe, aliada à mudança de Donatella Versace e à aposta arriscada da Gucci em Demna Gvasalia, confirma que a indústria da moda está em plena reconfiguração. A dinâmica entre criatividade e mercado está mais volátil do que nunca, e o próximo capítulo destas grandes maisons promete continuar imprevisível e fascinante.

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