Consulta pública do novo regime de cibersegurança recebe 149 contributos

  • Lusa
  • 2 Janeiro 2025

A consulta pública do novo regime jurídico da cibersegurança "encerrou a 31 de dezembro com 149 contributos de dezenas de cidadãos, associações, empresas e outras entidades".

A consulta pública do novo regime de cibersegurança, que transpõe a diretiva NIS2 e terminou em 31 de dezembro, recebeu 149 contributos, disse esta quinta-feira à Lusa fonte oficial do gabinete do ministro da Presidência.

A consulta pública do novo regime jurídico da cibersegurança encerrou a 31 de dezembro com 149 contributos de dezenas de cidadãos, associações, empresas e outras entidades, o que reflete o elevado interesse em participar por parte de vários setores da sociedade portuguesa”, afirmou a mesma fonte.

De acordo com o gabinete do ministro da Presidência, “assim que for concluída a análise dos contributos submetidos através da consulta pública, o Governo irá submeter à Assembleia da República a proposta de Lei de autorização legislativa, no início do ano, para que Portugal possa ser um dos primeiros Estados-membros da União Europeia a concretizar a transposição da diretiva sobre a Segurança das Redes e da Informação 2 (NIS2), destinada a garantir um elevado nível comum de cibersegurança em toda a UE”.

Em 10 de dezembro eram 20 os contributos recebidos, tendo a consulta pública sido prorrogada até ao final do ano passado.

O novo regime jurídico de cibersegurança, que transpõe a diretiva NIS2 [Network and Information Security], alarga o conjunto de entidades abrangidas, priorizando, por um lado, a generalização da prevenção dos riscos de cibersegurança, mas graduando a exigência regulatória em função da dimensão da entidade e da importância da sua atividade, bem como privilegiando a proporcionalidade das medidas aplicáveis.

De acordo com o artigo 18.º, “o membro do Governo responsável pela área da cibersegurança pode determinar a aplicação de restrições provisórias à utilização, a cessação de utilização ou exclusão de equipamentos, componentes ou serviços de tecnologias de informação e comunicação, utilizados em redes e sistemas de informação públicos ou privados, considerados de elevado risco para a segurança do ciberespaço de interesse nacional, mediante proposta da Comissão de Avaliação de Segurança do Ciberespaço”.

A avaliação de segurança “deve ter em conta os riscos técnicos dos equipamentos, componentes ou serviços, o seu contexto de utilização e a exposição dos seus fabricantes ou fornecedores à influência indevida de países terceiros, incluindo informação relevante emitida pelas entidades competentes nacionais e da União Europeia ou constante das avaliações nacionais ou europeias de risco para a segurança das redes e sistemas de informação, bem como outros riscos securitários relevantes”, lê-se no documento.

Entre outras medidas, o regime diferencia o tratamento a dar às entidades essenciais e às importantes em função dos riscos e prevê coimas até 10 milhões de euros em caso de contraordenações muito graves para as primeiras.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

PS entrega apreciação parlamentar sobre salários na secretaria-geral e insiste em explicações

  • Lusa
  • 2 Janeiro 2025

“Há muitas coisas que o Governo tem de esclarecer relativamente a este diploma e é por isso que o PS pede a apreciação parlamentar”, justifica António Mendonça Mendes.

O PS entregou esta quinta-feira o pedido de apreciação parlamentar do decreto-lei sobre o estatuto remuneratório dos dirigentes da Secretaria-Geral do Governo, instando o executivo a dar explicações sobre estas alterações em vez de se “refugiar em desculpas”.

Em declarações à agência Lusa, o deputado do PS António Mendonça Mendes adiantou que os socialistas já entregaram na Assembleia da República este pedido de apreciação parlamentar ao diploma que esteve no centro da polémica na nomeação de Hélder Rosalino como secretário-geral do Governo, cargo para o qual se manifestou indisponível na segunda-feira.

“Há muitas coisas que o Governo tem de esclarecer relativamente a este diploma e é por isso que o PS pede a apreciação parlamentar”, explicou o socialista. Segundo Mendonça Mendes, o Governo aprovou em dezembro “uma alteração apenas para a secretaria-geral do Governo permitindo que se ultrapasse o limite do vencimento do primeiro-ministro”, sendo nessa dimensão que o PS pretende fazer a apreciação parlamentar.

“Para que possa haver uma justificação sobre esta exceção para a secretaria-geral do Governo e que não existe para outras entidades da administração pública, mas também para que se possa justificar qual é a originalidade da entrada da norma que mesmo esse vencimento, que pode ultrapassar o do primeiro-ministro, seja aferido pela média da remuneração e não por aquilo que efetivamente é a remuneração de origem”, detalhou.

Para o deputado do PS, aparentemente o Governo terá feito esta alteração “apenas para uma solução em concreto, abstraindo-se que a lei é geral”.

“Há estas duas dimensões: introduzir um entorse na administração pública permitindo apenas à secretaria-geral do Governo que possa ter salários superiores aos do primeiro-ministro e, por outro lado, a própria condução deste processo em concreto, que carece de muitos esclarecimentos ainda por parte do Governo”, enfatizou.

Questionado sobre se o PS está a ponderar pedir a revogação deste decreto-lei, Mendonça Mendes referiu que “está em cima da mesa a possibilidade de revogar a parte que introduz esta alteração”, mas ainda aguarda pelos esclarecimentos do Governo para poder tomar uma decisão sobre a iniciativa a propor em concreto no âmbito da apreciação parlamentar.

“É uma decisão que teremos de tomar até ao debate e até lá o Governo deve dar os esclarecimentos que ainda não deu”, disse. O deputado do PS acusou o executivo de se “refugiar em desculpas e tentar acusar e atirar para o Banco de Portugal culpas que são exclusivamente do Governo na condução deste processo”.

“Ainda não fez o mais importante que é dar os esclarecimentos de porque é que aprovou esta lei em dezembro alterando aquilo que tinha estipulado poucos meses antes”, insistiu. Sobre o agendamento desta apreciação parlamentar, Mendonça Mendes remeteu para a próxima Conferência de Líderes Parlamentares, mas defendeu que “os partidos têm interesse em que este tema seja discutido o mais rápido possível”.

A secretaria-geral do Governo iniciou funções na quarta-feira, com quatro dos seis secretários-gerais adjuntos e sem o líder, depois de Hélder Rosalino se ter mostrado indisponível para assumir o cargo. A nomeação de Hélder Rosalino suscitou polémica após ter sido noticiado que o consultor teria optado por ser remunerado pelo seu vencimento de origem no Banco de Portugal, superior a 15 mil euros, e não de acordo com a tabela remuneratória única da Função Pública, cujo salário seria na ordem dos seis mil euros.

Este direito de opção foi criado através de uma alteração, feita na semana passada, ao diploma que estabelece o estatuto remuneratório dos dirigentes superiores e intermédios da Secretaria-Geral, aprovado em julho.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Avião despenhado na Coreia do Sul pode custar 195 milhões de euros ao setor segurador

  • ECO Seguros
  • 2 Janeiro 2025

A principal seguradora do avião é a Samsung Fire & Marine Insurance e a AXA XL a principal resseguradora.

O avião que se despenhou no aeroporto na Coreia do Sul, provocando a morte de 175 passageiros e quatro tripulantes, poderá custar às seguradoras entre 145 e 200 milhões de dólares (141 e 195 milhões de euros), segundo cálculos do managing director of global insurance ratings da Morningstar DBRS, Marcos Alvarez, citado pela Reuters.

A indústria de seguros de aviação poderá ter de responder a pedidos de indemnização que, juntos, ascendam entre 120 a 180 milhões de dólares (117 a 175 milhões de euros) no âmbito dos seguros de responsabilidade civil dos passageiros do voo da companhia aérea low-cost sul coreana Jeju Air, que se despenhou recentemente no Aeroporto Internacional de Muan. Dos 181 ocupantes, apenas sobreviveram dois membros da tripulação.

Segundo Marcos Alvarez, ao abrigo da apólice de casco da companhia aérea, o setor também deverá de pagar uma indemnização entre 15 a 20 milhões de dólares (mais de 14 e 19 milhões de euros).

A principal seguradora do avião é a Samsung Fire & Marine Insurance e a AXA XL a principal resseguradora, avançou o Insurance News, citando comunicado da companhia aérea.

O voo 2216 regressava de Banguecoque, na Tailândia, com seis tripulantes e 175 passageiros. Segundo a Jeju Air, durante a aterragem no aeroporto de Muan, o Boeing 737-800 desviou-se do fim da pista, bateu no muro exterior do aeroporto e incendiou-se. Está a decorrer uma investigação sobre as causas do acidente.

Segundo o Insurance News, o limite de indemnização para as vítimas do seguro do avião de passageiros da Jeju Air é de mil milhões de dólares (cerca de 970 milhões de euros) e há um limite de indemnização de 36,51 milhões de dólares (35,58 milhões de euros) para os danos no próprio avião.

As cinco seguradoras que cobrem o avião subscreveram 99% dos seguros de aviação recorrendo a resseguradoras estrangeiras.

No que se refere aos pedidos de indemnização de seguros individuais, como os seguros de viagem, as autoridades financeiras anunciaram que vão criar um centro de indemnização rápido na Associação de Seguros de Vida e de Saúde para verificar se os clientes estão segurados e para solicitar e pagar as indemnizações.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Qatar Airways anuncia retoma de voos para a Síria

  • Lusa
  • 2 Janeiro 2025

A transportadora vai retomar " três voos semanais para Damasco, na Síria, a partir de 7 de janeiro de 2025”, para "restabelecer a ligação à região".

A Qatar Airways anunciou esta quinta-feira que irá retomar os voos para a Síria, a partir de 7 de janeiro, com três ligações semanais à capital Damasco, segundo um comunicado divulgado pela companhia aérea.

A transportadora deu conta da “retoma de três voos semanais para Damasco, na Síria, a partir de 7 de janeiro de 2025”, de acordo com a mesma nota.

Segundo a empresa, “este é um passo significativo para restabelecer a ligação à região e proporcionar aos passageiros um acesso sem problemas à extensa rede global da Qatar Airways com mais de 170 destinos”.

“A decisão de reiniciar as operações para a Síria reflete o compromisso da companhia aérea em promover a conectividade regional e apoiar a procura dos passageiros”, disse a transportadora.

A Qatar Airways afirmou que estava “a trabalhar em estreita colaboração com as autoridades competentes para garantir que todas as normas de segurança e operacionais necessárias sejam cumpridas antes do relançamento”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

ASF abre nova frente para distinguir Planos e Seguros de saúde

  • ECO Seguros
  • 2 Janeiro 2025

Com a confusão a elevar as reclamações dos consumidores, o supervisor considera que chegou a vez de as seguradoras vincarem a diferença entre planos de descontos e verdadeiros seguros de saúde.

A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) acaba de lançar a Consulta Pública n.º 1/2025, relativa ao projeto de recomendações sobre a diferenciação entre seguros de saúde e planos de saúde.

O motivo deve-se ao facto de a ASF “receber um número substancial de reclamações relativas a “planos de saúde”, que consubstanciam produtos nos quais o prestador oferece o acesso, em condições favoráveis, a certos tipos de cuidados de saúde, recebendo em contrapartida uma prévia prestação pecuniária, mas sem que corra qualquer risco enquadrável na atividade seguradora”. Trata-se de não dar espaço a publicidade enganosa e à habitual venda de “gato por lebre”.

A autoridade de supervisão considera que a diferença entre seguros e planos de saúde ainda não é clara para muitos consumidores e daí insistir nessa distinção: “Nos planos de saúde o custo dos cuidados de saúde no futuro é pago pelo adquirente, ainda que com desconto, não se verificando a cobertura do risco com base na técnica seguradora, ou seja, com base em cálculos estatísticos de frequência de sinistros como condição da determinação do preço do serviço de cobertura do risco”.

Para que a distinção junto dos consumidores portugueses tenha sucesso, a ASF elencou recomendações dirigidas a todas as companhias de seguros que exploram o ramo Saúde/Doença. Isto é, às empresas de seguros com sede em Portugal, às sucursais de empresas de seguros com sede em outro Estado membro da União Europeia, às empresas de seguros com sede em outro Estado membro da União Europeia que exerçam atividade em regime de livre prestação de serviços (LPS) e também às sucursais de empresas de seguros de um país terceiro.

6 recomendações para as seguradoras

No projeto de Recomendações que se submete a consulta pública, a ASF recomenda que as empresas de seguros que explorem o ramo “Saúde/Doença” em território português:

  • Não utilizem o termo “plano” para distinguir as várias opções ou pacotes de coberturas que integram o contrato de seguro. O material associado ao marketing e venda dos seguros de saúde deve primar pela clareza na aplicação dos conceitos, pelo que a utilização da palavra “plano” deve ser evitada e substituída por similares como por exemplo “opção”;
  • Se abstenham de comercializar produtos do tipo “planos de saúde”. Esta recomendação não deve obstar a que possam ser praticados preços convencionados com os prestadores de serviços de saúde da rede convencionada, quando se esgote o capital de alguma(s) cobertura(s) de um contrato de seguro de saúde;
  • Revejam a informação pré-contratual e o clausulado do contrato de seguro de saúde com vista a deixar claro que se trata de um “seguro de saúde”;
  • Promovam informação nos seus sítios na Internet sobre a distinção entre seguros de saúde e “planos de saúde”;
  • Asseguram a diferenciação entre estes produtos através de campanhas de informação, designadamente nas plataformas digitais dos seguradores;
  • Alertem nas campanhas informativas que sejam realizadas nas plataformas digitais dos seguradores que, em caso de conflito, o recurso aos meios específicos da atividade seguradora é exclusivo e reservado aos seguros de saúde, conferindo uma acrescida proteção aos consumidores.

O prazo de resposta é de 30 dias, em que de permeio terá lugar uma sessão de esclarecimento pública. As seguradoras que “não derem ou não tencionarem dar cumprimento às recomendações, devem informar a ASF, de forma fundamentada, das razões da sua decisão”, afirma o supervisor.

As empresas de seguros que informem a ASF que dão ou tencionam dar cumprimento integral a todas as presentes Recomendações, devem informar se autorizam a divulgação da sua decisão.

Finalmente, as empresas de seguros que autorizem a divulgação da decisão nos termos do ponto anterior passam a constar em lista divulgada pela ASF no Portal do Consumidor.

Pode ver o documento de consulta pública aqui.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Banco de Portugal alerta para falsas notícias sobre moeda de homenagem a Cristiano Ronaldo

  • Lusa
  • 2 Janeiro 2025

O Banco de Portugal esclareceu que não colocou em circulação, nem tem previsto colocar, qualquer moeda de homenagem a Cristiano Ronaldo.

O Banco de Portugal (BdP) alertou esta quinta-feira para a circulação de falsas notícias sobre o lançamento de uma moeda em homenagem ao futebolista Cristiano Ronaldo, esclarecendo ainda que esta é uma atividade da Casa da Moeda.

O Banco de Portugal tem tomado conhecimento de notícias falsas divulgadas em sites estrangeiros, relativamente à emissão pelo Banco de Portugal de uma moeda de coleção, no valor de 7,5 euros, em homenagem ao futebolista Cristiano Ronaldo”, lê-se numa nota do supervisor financeiro.

A instituição liderada pelo antigo ministro das Finanças Mário Centeno esclareceu que não colocou em circulação, nem tem previsto colocar, qualquer moeda de homenagem a Cristiano Ronaldo. O BdP explicou também que a aprovação do plano numismático é uma competência da Casa da Moeda.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Mercado automóvel em Portugal aumentou 5,6% em 2024

  • Lusa
  • 2 Janeiro 2025

No mês de dezembro, foram matriculados em Portugal 24.242 veículos automóveis, ou seja, mais 16,4% do que no mesmo mês de 2023.

O mercado automóvel aumentou 5,6% em Portugal no ano passado, em termos homólogos, atingindo 249.269 veículos, segundo dados divulgados esta quinta-feira pela ACAP – Associação Automóvel de Portugal.

“De janeiro a dezembro de 2024, foram colocados em circulação 249.269 novos veículos, o que representou um aumento de 5,6% relativamente ao mesmo período do ano anterior”, lê-se num comunicado. Já no mês de dezembro, foram matriculados em Portugal 24.242 veículos automóveis, ou seja, mais 16,4% do que no mesmo mês de 2023, de acordo com a associação.

Segundo a ACAP, no que diz respeito aos ligeiros de passageiros, de janeiro a dezembro, as matrículas totalizaram 209.715 unidades, uma subida de 5,1% relativamente ao período homólogo. Em dezembro, “foram matriculados em Portugal 20.182 automóveis ligeiros de passageiros novos, ou seja, mais 21,3% do que no mesmo mês do ano de 2023”, indicou.

A associação precisou ainda que, em 2024, 57,3% dos veículos ligeiros de passageiros matriculados novos “eram movidos a outros tipos de energia, nomeadamente elétricos e híbridos”, sendo que 19,9% dos veículos ligeiros de passageiros novos eram elétricos. Em relação a dezembro, o peso dos elétricos foi de a 25,5% do mercado, indicou.

Por sua vez, o mercado de ligeiros de mercadorias registou, no último mês de 2024, “uma evolução positiva de 8,2%, face ao mês homólogo do ano anterior, situando-se em 3.577 unidades matriculadas”. Já em termos acumulados, este mercado atingiu 32.304 unidades, um aumento de 13,3% face ao ano de 2023, segundo os dados da ACAP.

De acordo com a associação, no mercado de veículos pesados, que abrange os de passageiros e de mercadorias, “em dezembro de 2024 verificou-se uma queda de 45,9% em relação ao mês homólogo de 2023, tendo sido comercializados 483 veículos desta categoria”. Já no ano de 2024, “as matrículas desta categoria totalizaram 7.250 unidades, o que representou um decréscimo do mercado de 8,3% relativamente a 2023”, concluiu a ACAP.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Trabalhadores da Silopor vão pedir reuniões urgentes aos grupos parlamentares

  • Lusa
  • 2 Janeiro 2025

Os trabalhadores da Silopor decidiram solicitar reuniões ao Governo e grupos parlamentares na Assembleia da República face à “ausência de garantias das suas carreiras”,

Os trabalhadores da Silopor, em Almada, decidiram esta quinta-feira solicitar reuniões ao Governo e grupos parlamentares na Assembleia da República face à “ausência de garantias das suas carreiras”, na solução que o Governo preconiza para a empresa, revelou fonte sindical.

“No dia 26 de dezembro, um dos membros da administração da Silopor transmitiu aos trabalhadores do piquete de greve que é pretensão do Governo criar uma empresa, no âmbito da Administração do Porto Lisboa (APL), que assumirá a armazenagem dos cereais e os trabalhadores, mas sem dar garantias de que o Acordo da Empresa (AE) da Silopor se manterá”, disse à agência Lusa Célia Lopes, do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP).

Segundo Célia Lopes, “aquilo que é dito é que os trabalhadores manterão os direitos, mas nada é dito sobre os direitos que os trabalhadores venceriam mantendo-se na Silopor e com o acordo da empresa vigente”.

“E é essa garantia que os trabalhadores querem, a garantia de que não vão perder a previsão da sua carreira e a previsão dos direitos que estão previstos no acordo da empresa”, frisou Célia Lopes. A sindicalista lembrou ainda que o CESP já pediu também uma reunião ao primeiro-ministro, que, no passado dia 18 de dezembro, terá reencaminhado esse pedido para o Ministério das Finanças, mas que os trabalhadores ainda não tiveram qualquer resposta.

A Silopor, principal empresa portuária de armazenamento de granéis sólidos alimentares, que faz a gestão dos silos da Trafaria, em Almada, e do Beato, em Lisboa, tem uma capacidade global de 340 mil toneladas, o que permite o armazenamento, em média, de um total de 3,4 milhões de toneladas de cereais e farinhas durante um ano.

A empresa responsável pelo descarregamento e armazenamento de mais de metade dos cereais importados por Portugal entrou em processo de liquidação por imposição da Direção Geral da Concorrência da União Europeia no ano 2000 e tem sido gerida, desde então, por uma comissão liquidatária com mandato até 2025.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Idade máxima para entrar na PSP pode ir até aos 39 anos

  • Lusa
  • 2 Janeiro 2025

Com as novas regras deixa também de existir uma altura mínima de ingresso na PSP. Nos últimos anos têm sido cada vez menos os candidatos à PSP.

A idade máxima de admissão ao curso de agentes da PSP vai passar dos 30 para os 34 anos e para os 39 anos no caso de funcionários públicos e militares das Forças Armadas, segundo uma portaria publicada esta quinta-feira. A portaria que altera os requisitos de admissão ao curso de formação de agentes da Polícia de Segurança Pública foi publicada em Diário da República e entra em vigor na sexta-feira.

“Não ter completado 35 anos, ou, no caso dos trabalhadores detentores de vínculo jurídico de emprego público por tempo indeterminado, nas modalidades de contrato de trabalho em funções públicas ou de nomeação, não ter completado 40 anos, em ambos os casos até ao final do ano civil da abertura do concurso” são os novos requisitos de admissão ao cusso de agente da PSP.

Segundo a portaria, assinada pela ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, mantêm-se como requisitos ter nacionalidade portuguesa e pelo menos 18 anos.

O Governo justifica as alterações da portaria passados cerca de três anos com a “atualização das normas sobre a publicitação do procedimento concursal, sobre os prazos e a forma de apresentação de candidaturas e sobre a realização dos métodos de seleção”, bem como pela “revisão dos requisitos de admissão visando permitir a seleção com base num universo mais amplo de candidatos”.

Em 2022, quando entraram em vigor novos requisitos para entrar na PSP, também foram alteradas as idades máxima e mínima, passando a admissão dos 19 para os 18 anos de idade (a idade mínima) e dos 27 para os 30 (a idade máxima), além de ter permitido que os jovens que frequentam o 12.º ano de escolaridade possam entrar na formação.

Com as novas regras deixa também de existir uma altura mínima de ingresso na PSP. Nos últimos anos têm sido cada vez menos os candidatos à PSP. Na década de 1990 chegou a haver mais de 16.000 candidatos e em 2012 eram mais de 10.000, não chegando agora aos 3.000.

No ano passado, a PSP realizou um concurso para constituição de uma reserva de recrutamento para a admissão ao curso de formação de agentes e concorreram 2.800 jovens. Dados enviados na altura à Lusa davam contam que tinham concorrido ao curso de agente 2.865 candidatos, menos 178 do que em 2023, quando concorreram 3.043, menos 640 do que em 2022 (3.505), menos 2.709 do que em 2021 (5.574) e menos 321 do que em 2020 (3.186).

A portaria refere também que no concurso para a admissão ao curso de agente da PSP são utilizados como métodos de seleção as provas físicas, de conhecimentos e de avaliação psicológica, entrevista profissional de seleção e exame médico. Segundo o documento, o resultado da avaliação psicológica passa a ser válido por 24 meses, sendo até aqui de 18.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bloco, PCP, Livre e PAN pedem apreciação parlamentar à lei dos solos. PS pondera

Bloco, PCP, Livre e PAN chamaram alterações à lei dos solos ao Parlamento. "É um convite do Governo à corrupção", diz Mortágua. PS mantém jogo aberto e diz "estar a analisar".

Depois dos avisos deixados pelo Presidente da República, as alterações à lei dos solos vão ser alvo de uma apreciação parlamentar na Assembleia da República. O pedido foi apresentado e subscrito pelos 14 deputados do Bloco de Esquerda, Livre, PCP e PAN, esta quinta-feira. Para um diploma ser apreciado a nível parlamentar, o pedido tem de ser apresentado num prazo de 30 dias e subscrito por, pelo menos, 10 deputados.

Esta apreciação parlamentar, uma iniciativa conjunta, visa revogar por completo esta alteração que entendemos ser nociva“, explicou Mariana Mortágua numa conferência de imprensa, na Assembleia da República, esta quinta-feira. “O que está em causa é um convite do Governo à corrupção, promiscuidade entre poder local e empresas de construção imobiliário, especulação imobiliária e uma catástrofe ambiental”, acrescentou.

Em causa está a alteração à lei dos solos, promulgada pelo Presidente da República, a 26 de dezembro – ainda que com críticas – e que permite que os terrenos rústicos sejam convertidos em “habitação pública e acessível a custos controlados”. A reclassificação do solo de rústico para urbano fica “limitado aos casos em que a finalidade seja habitacional ou conexa à finalidade habitacional e usos complementares”.

O pedido de apreciação parlamentar acontece no mesmo dia em que Helena Roseta, antiga deputada, autarca e vereadora da Câmara de Lisboa, lançou um apelo num artigo de opinião no jornal Público, e no qual denuncia os vários elementos problemáticos no diploma.

Ao ECO, a arquiteta diz-se “contente” com a eficácia do repto lançado, argumentando que o diploma, tal como está, “não é aceitável”. “Nem o procedimento”, diz. “Fazer isto à socapa, fora do Parlamento, não é aceitável”, atirou.

“O território é muito desigual. As regras feitas em cima do joelho podem dar azo a grandes distorções”, acrescenta. “O que é preciso é trabalhar sobre o diploma. Agora há duas hipóteses: revogá-lo ou melhorá-lo. Depende dos deputados”, atira. “Não me passa pela cabeça que uma matéria tão importante e com tantas consequências não passe pelo Parlamento. Agora abre-se o debate”, responde, mostrando-se disponível para ir ao Parlamento, a pedido dos quatro partidos.

No pedido que deu entrada esta tarde na Assembleia da República, a que o ECO teve acesso, os quatro partidos justificam a apreciação parlamentar dizendo que o decreto-lei em causa “contraria todo o conhecimento acumulado sobre a possibilidade de redução de movimentos especulativos, sobre o impacto da artificialização do território, sobre o combate às alterações climáticas e mitigação dos seus efeitos e sobre a necessária transparência e controlo das iniciativas imobiliárias”.

Ademais, acrescentam, “está longe de garantir habitação que os rendimentos médios de quem vive e trabalha em Portugal possa pagar, não respondendo, por isto, responsavelmente, aos desafios e urgências sociais e ambientais que o país enfrenta, contribuindo antes para o seu agravamento”.

Ao que o ECO apurou, o contacto entre os partidos teve início esta manhã. Ao ECO, o Livre considerou que a apreciação do decreto-lei é uma “prioridade” para o partido. Já o PAN confirmou estar “disponível para subscrever conjuntamente ao pedido de apreciação parlamentar, à semelhança do Bloco de Esquerda e do PCP.

Além da apreciação parlamentar, o partido liderado por Paulo Raimundo indicou ao ECO que “vai entregar uma iniciativa legislativa para revogar” a lei dos solos, argumentando que esta “alteração decidida pelo Governo constitui um incentivo à especulação e ao desordenamento do território”.

Do lado do PS, o jogo mantém-se aberto. O ECO sabe que o partido, para já, ainda está a “analisar” a hipótese.

À direita, a Iniciativa Liberal recusa apresentar um pedido de apreciação parlamentar do diploma, embora tenha críticas e “muitas dúvidas” sobre a eficácia da medida, “nomeadamente o processo de reclassificação dos solos, que é pouco objetiva e arbitrária”. Ainda assim, o partido de Rui Rocha não pretende apreciar o decreto-lei por discordar da argumentação vinda da esquerda.

A decisão de avançar com uma apreciação parlamentar surge na sequência das críticas deixadas por Marcelo Rebelo de Sousa, a 26 de dezembro, aquando da promulgação do diploma.

Na altura, o Presidente da República considerou a mudança do Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial – ou lei dos solos –, que passa a permitir construir casas em terrenos rústicos, como um “entorse significativo”, “em matéria de regime genérico de ordenamento e planeamento do território, a nível nacional e local”.

Ainda assim, o Palácio de Belém deu “luz verde” às alterações ao diploma “atendendo à intervenção decisiva das assembleias municipais e à urgência no uso dos fundos europeus e no fomento da construção da habitação”.

Esta quinta-feira, Helena Roseta, antiga deputada, autarca e vereadora da Câmara de Lisboa, apelou aos deputados, num artigo de opinião, para que usem “o seu poder constitucional de fiscalização do Governo” no sentido de avançar com uma apreciação parlamentar da alteração à lei em causa.

Num artigo de opinião intitulado “A grande entorse”, Roseta considera que as alterações “abrem intempestivamente novas oportunidades para a desordem territorial e para o agravamento do preço da habitação”.

“O diploma mantém algumas restrições resultantes da Reserva Agrícola e da Reserva Ecológica nacionais e obriga a que pelo menos 70% da área construída seja para habitação dita ‘de valor moderado’, podendo o restante destinar-se ao mercado livre”, acrescenta. No entanto, tece críticas ao que a lei considera ser esse “valor moderado”: “Pasme-se: é um valor que não exceda 125% da mediana de preço de venda no concelho, nem 225% da mediana nacional”, lê-se no artigo de opinião.

Notícia atualizada pela última vez às 18h59

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Desconto nos bilhetes dos teatros nacionais entrou em vigor mas ainda tem falhas

  • Lusa
  • 2 Janeiro 2025

O desconto de 50% para menores de 25 anos ainda não está operacional em todos os teatros nacionais. A tutela indica que pode haver "atualização na bilhética, mas deverá ser momentâneo".

A redução de 50% no preço dos bilhetes dos teatros nacionais, para os jovens até aos 25 anos, entrou em vigor na quarta-feira, mas o desconto ainda não está a ser aplicado em todos os espetáculos.

Em nota de imprensa, o Ministério da Cultura revelou esta quinta-feira que a 1 de janeiro entrou em vigor uma medida que fixa “uma percentagem de desconto de 50% nos espetáculos do Teatro Nacional D. Maria II, do Teatro Nacional São João, do Teatro Nacional de São Carlos e da Companhia Nacional de Bailado/Teatro Camões”.

No entanto, numa simulação de compra de bilhetes feita pela agência Lusa, verifica-se que o desconto de 50% para menores de 25 anos ainda não está operacional em todos os teatros nacionais. Questionada pela Lusa, fonte oficial do Ministério da Cultura esclareceu, por escrito, que “as tabelas de preços ainda não estão todas homologadas”, referindo que “a única homologada” é a do Teatro Nacional de São João.

No entanto, como a Lusa verificou, o desconto não está a ser aplicado em todas as sessões de espetáculos cujos bilhetes já estão à venda. A título de exemplo, uma das sessões de “Fado Alexandrino”, de Nuno Cardoso, agendadas para a próxima semana, tem bilhetes a 11,20 euros na plateia, com o valor a descer para 8 euros e não para metade (5,6 euros) para crianças e jovens até aos 25 anos.

De acordo com a tutela, “pode haver uma questão de atualização na bilhética, mas deverá ser momentâneo”. “As restantes bilhéticas estarão atualizadas brevemente”, acrescentou.

O desconto de 50% no preço dos bilhetes dos teatros nacionais, para os jovens até aos 25 anos, tinha sido aprovado e anunciado pelo Governo em outubro passado, no âmbito de um pacote de 25 medidas intitulado “Acesso/Democratizar a Cultura”, em áreas da formação e criação cultural e artística ou preservação e valorização do património.

Esta medida nos teatros nacionais “pretende estimular e facilitar o acesso às programações e aos bens culturais do Estado”, afirma o gabinete de imprensa da ministra Dalila Rodrigues. O Teatro Nacional D. Maria II (TNDMII) e o Teatro Nacional de São Carlos (TNSC), ambos em Lisboa, estão encerrados para obras de renovação e têm os espetáculos agendados para outras salas no país.

Outro exemplo: a compra de bilhetes para o espetáculo “A farsa de Inês Pereira”, de Pedro Penim (TNDMII), para 13 de fevereiro no Teatro Variedades, em Lisboa, só permite um desconto de 20% para menores de 25 anos, de acordo com informação disponibilizada na bilheteira online deste teatro, na plataforma Blueticket.

Na BilheteiraOnline (BOL), os bilhetes para o concerto teatral “Quis saber quem sou”, também de Pedro Penim, a 25 e 26 de abril no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, têm um preço geral de 20 euros para a segunda plateia, passando para 16 euros para jovens até aos 25 anos.

Em fevereiro, este mesmo espetáculo está abrangido pelo desconto de 50% nas apresentações na sala Ponto C (Penafiel), com o bilhete normal a custar 12 euros, ficando a metade para “crianças e estudantes”, e no Teatro das Figuras (Faro), com bilhetes a 10 euros para o público em geral e cinco euros “para menores de 30”.

No Teatro Camões, em Lisboa, o espetáculo de dança “Coppélia ou a rapariga dos olhos de Esmalte”, previsto para abril, tem bilhetes à venda na plateia com um preço geral de 30 euros, descendo para 22,5 euros para menores de 25 anos, quando o valor deveria ser 15 euros.

O Teatro Nacional de São Carlos apresenta o concerto “Requiem da Guerra”, de Benjamin Britten, a 18 de janeiro no Teatro Camões, também na capital, e está a efetuar o desconto de 50% para pessoas com menos de 25 anos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Banco de Portugal volta a lembrar lei no caso Rosalino: não pode “assumir custos das Administrações Públicas”

Após Governo ter afirmado que Banco de Portugal criou "complexidade indesejável" no caso Rosalino, regulador destaca que pode processar salários de funcionários cedidos, desde que seja reembolsado.

O Banco de Portugal (BdP) defendeu esta quinta-feira que pagar o salário de Hélder Rosalino enquanto secretário-geral do Governo violaria as regras do Eurosistema, argumentando que a proibição do financiamento monetário é um dos pilares da União Económica e Monetária, a par do princípio da primazia do mandato e do princípio da independência. Após o Governo ter afirmado que a entidade liderada por Mário Centeno criou “complexidade indesejável”, o regulador bancário destaca que pode processar salários de funcionários cedidos, desde que seja reembolsado.

Ao ECO, fonte oficial do supervisor vincou que as regras da União Europeia têm como objetivo eliminar “expectativas de que o banco central possa assumir custos das administrações públicas”. A posição da instituição liderada por Mário Centeno surge após o Governo ter, em comunicado publicado na segunda-feira, ter responsabilizado o regulador pela desistência de Hélder Rosalino, argumentando que “a recusa do Banco de Portugal de continuar a pagar o salário de origem não impedia a poupança de recursos públicos, mas criou uma complexidade indesejável”.

Em causa está a polémica gerada em torno do salário de mais de 15 mil euros do ex-administrador do Banco de Portugal Hélder Rosalino, que foi apontado para exercer funções como secretário-geral do Governo, mas entretanto desistiu do cargo. O Governo alterou a lei, permitindo que o secretário-geral do Governo pudesse optar por continuar a receber o salário de origem. Contudo, o governador do regulador, Mário Centeno, avisou que o supervisor não iria arcar com os custos, invocando estar proibido pelo Eurosistema.

Em declarações ao ECO, fonte oficial do regulador bancário sublinha que “no caso dos trabalhadores do Banco de Portugal cedidos para o exercício de funções em entidades públicas, a responsabilidade pelo pagamento das remunerações e outros benefícios de proteção social compete à entidade de destino, de acordo com o quadro legal vigente”.

Neste sentido, admite que “o Banco de Portugal pode processar esses encargos de natureza remuneratória e de proteção social, desde que seja posteriormente reembolsado desses montantes por parte dessas mesmas entidades e que tal fique definido nos acordos de cedência de interesse público celebrados, nessas situações, entre a as partes envolvidas”.

Qualquer pretensão no sentido de ser o Banco de Portugal a assumir essa despesa, sem o devido reembolso, violaria as regras do Eurosistema sobre a proibição de financiamento monetário”, argumenta, acrescentando que “a proibição do financiamento monetário é um dos pilares da União Económica e Monetária, a par do princípio da primazia do mandato e do princípio da independência”.

O BdP realça que estes pilares “visam, por um lado, assegurar a disciplina orçamental dos Estados-membros, eliminando expectativas de que o banco central possa assumir custos das administrações públicas” e que se pretende “ainda preservar a capacidade de o banco central prosseguir o seu mandato de manutenção da estabilidade dos preços“.

Qualquer pretensão no sentido de ser o Banco de Portugal a assumir essa despesa, sem o devido reembolso, violaria as regras do Eurosistema sobre a proibição de financiamento monetário.

Banco de Portugal

Deste modo, recorda que a proibição do financiamento monetário encontra-se prevista no Artigo 123.º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia e no artigo 21.º dos Estatutos do Sistema Europeu de Bancos Centrais e do Banco Central Europeu (BCE), estando também consagrada “no artigo 18.º da Lei Orgânica do Banco de Portugal, desde a revisão deste diploma que entrou em vigor em janeiro de 1998″.

O Governo anunciou esta semana que Hélder Rosalino comunicou a indisponibilidade para assumir o cargo de secretário-geral do Governo. “A solução encontrada permitia que Dr. Hélder Rosalino mantivesse o vencimento auferido há vários anos no Banco de Portugal, o qual foi por este definido. E permitiria ao Estado português, no seu conjunto, a poupança de um segundo salário, correspondente à tabela legal para o Secretário-Geral do Governo”, defendeu em comunicado.

Perante a recusa de Rosalino em assumir as funções para as quais foi nomeado, o Governo disse que “irá proximamente designar uma outra personalidade como Secretário-Geral”, enquanto “o Banco de Portugal continuará a suportar o vencimento atual do Dr. Hélder Rosalino“.

(Notícia atualizada às 16h49)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.