Banco CTT escolhe Francisco Barbeira para CEO

Francisco Barbeira, ex-administrador executivo do BPI, foi o escolhido para substituir Luís Pereira Coutinho, que sairá no final do ano no âmbito do fim do mandato.

O Banco CTT anunciou esta sexta-feira que nomeou Francisco Barbeira para presidente da comissão executiva, substituindo Luís Pereira Coutinho que sairá em breve com o fim do mandato. A formalização da passagem de testemunho no banco do grupo CTT deverá acontecer na primeira metade do próximo ano, após a averiguação de que cumpre os requisitos do supervisor.

“Decorre presentemente o correspondente processo de fit & proper junto do Banco de Portugal, findo o qual a designação do novo CEO será formalizada em Assembleia Geral eletiva do banco que terá lugar, previsivelmente, durante o primeiro semestre de 2025″, informou a instituição financeira do grupo CTT, em comunicado.

Francisco Barbeira esteve 28 anos no BPI, mas acabou por sair em fevereiro por “desentendimentos” com a alta gestão do banco. Licenciado em Engenharia de Sistemas e Informática pela Universidade do Minho, frequentou o Stanford Executive Program e entrou para o BPI em 1996, mais precisamente para a direção de Sistemas de Informação. Mais tarde, ficou com as pastas de marketing e novos canais até liderar a área de tecnologia e Inteligência Artificial, já enquanto administrador executivo.

Na semana passada, veio a público que Luís Pereira Coutinho iria abandonar o cargo. “O Banco CTT é muito importante, fi-lo crescer, mas também é importante renovar a gestão do mesmo com tempo (…). O banco foi constituído formalmente em agosto de 2015, abriu as portas a 16 de março de 2016 e já conto com três mandatos”, afirmou o gestor, em entrevista ao jornal Expresso.

Entretanto, os CTT confirmaram que “Francisco Barbeira junta-se ao Banco CTT, aportando uma longa experiência de responsabilidades de gestão ao mais alto nível na banca em Portugal, em particular em banca de retalho“.

O mandato de Luís Pereira Coutinho termina no final do ano, embora o fundador do Banco CTT se mantenha em funções até que o acionista maioritário, os CTT – Correios de Portugal, terminem este processo de sucessão.

Notícia atualizada às 16h36

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Boyden compra negócio de tratamento de couro e peles

A Boyden é detida indiretamente por um fundo de investimento gerido pela sociedade Syntagma Capital e pretende o controlo exclusivo destes ativos da Stahl Holdings, segundo a notificação à AdC.

A Boyden notificou a Autoridade da Concorrência (AdC) da aquisição do controlo exclusivo do negócio da Stahl Holdings ligado ao tratamento de couros e peles.

Os ativos-alvo envolvidos nesta operação de concentração são as atividades de produção de produtos químicos para tratar couro e peles da Stahl Holdings, uma empresa neerlandesa com 824 milhões de euros em receitas de vendas, 1.900 trabalhadores e que trabalha para os setores têxtil, automóvel, embalamento e bens de luxo.

A Boyden é detida indiretamente (afiliada) por um fundo de investimento de direito luxemburguês gerido pela sociedade Syntagma Capital Partners (Syntagma Capital Management), que foi criada pelo empresário belga Sébastien Le Moult e onde estão envolvidos Frank Coenen e Benjamin Dahan. “Tem geralmente como foco as oportunidades de investimento nas empresas”, de acordo com o Conseil de la Concurrence de Marrocos, que também recebeu a notificação à semelhança da homóloga AdC.

“Nos termos e para os efeitos previstos no n.º 2 do artigo 47.º da Lei n.º 19/2012, de 8 de maio, torna-se público que a Autoridade da Concorrência recebeu, em 17 de dezembro de 2024, uma notificação prévia de uma operação de concentração de empresas apresentada ao abrigo do disposto no artigo 37.º do referido diploma”, informou a instituição liderada por Nuno Cunha Rodrigues.

O prazo para terceiros apresentarem as suas observações sobre esta transação são 10 dias.

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Martin Moniz. Montenegro “deve estar com a consciência pesada”, diz líder do PCP

  • Lusa
  • 27 Dezembro 2024

Paulo Raimundo alegou que o primeiro-ministro confunde “segurança com operação policial” e não apresenta soluções para as “razões fundas da instabilidade e da insegurança”, como a pobreza.

O secretário-geral do PCP considerou esta sexta-feira que o primeiro-ministro está com a “consciência pesada” sobre a operação policial no Martim Moniz e pediu a promoção do policiamento de proximidade em vez de ações para “dar nas vistas”.

Em declarações aos jornalistas após um almoço com pensionistas numa associação de reformados em Setúbal, Paulo Raimundo afirmou que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, “deve estar com a consciência pesada” relativamente à operação policial no Martim Moniz, em Lisboa, caso contrário, acrescentou, “não falava tantas vezes sobre o assunto”.

O dirigente comunista alegou que o primeiro-ministro confunde “segurança com operação policial”, ao mesmo tempo que não apresenta soluções para as “razões fundas da instabilidade e da insegurança”, como a pobreza e os baixos rendimentos.

Num discurso dirigido aos pensionistas após o almoço, Paulo Raimundo alegou que os baixos rendimentos são até os maiores causadores de instabilidade no país, lembrando que há “um milhão de reformados com menos de 510 euros de pensão por mês”, 2,7 milhões de trabalhadores que ganham até mil euros de salário bruto e 300 mil crianças em situação de pobreza.

“Já agora, se o senhor primeiro-ministro quer resolver estes problemas de injustiça utilizando as forças de segurança, então mande investigar, por exemplo, a privatização da ANA, esse escândalo, esse crime económico. Isso sim é um verdadeiro caso de polícia que precisa de ser investigado”, atirou ainda no mesmo discurso.

Luís Montenegro caracterizou hoje os críticos da operação policial no Martim Moniz como extremos líricos que quase dispensam as forças policiais. Questionado sobre essas palavras, Paulo Raimundo respondeu que “o primeiro-ministro quer conversa” e não quer ver as forças policiais a atuar.

“Se quisesse forças policiais a atuar, fazia duas coisas: criava as condições todas necessárias, humanas, para as forças policiais, todas elas, e fazia uma coisa de uma vez por todas que é avançar com a polícia de proximidade”, disse. Raimundo defendeu que o país precisa de esquadras nos bairros e melhor relacionamento entre a polícia e as comunidades e não “super-esquadras para fazer operações super-especiais para dar nas vistas”.

O primeiro-ministro disse ter ficado “atónito e perplexo” com as reações ao que classificou de “esforço do Estado em garantir a tranquilidade das pessoas, uma prevenção de condutas criminais e uma plena integração” dos imigrantes. Na tomada de posse dos secretários-gerais do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP) e do Sistema de Segurança Interna (SSI), Luís Montenegro respondeu às críticas da oposição sobre a operação policial da semana passada no Martim Moniz.

O chefe do Governo defendeu que “não há em Portugal nenhuma ação policial dirigida a uma comunidade específica”, dizendo que foram fiscalizadas nessa operação pessoas de várias nacionalidades incluindo portugueses, e afirmou que o executivo “não quer nem vai instrumentalizar as forças de segurança”.

O primeiro-ministro salientou que para o Governo “a segurança não é de esquerda nem de direita”, rejeitando quer os extremos securitários, quer “os extremos mais líricos, segundo os quais até podíamos prescindir quase de ter forças de segurança”. Uma operação policial no dia 19 de dezembro, no Martim Moniz, resultou na detenção de duas pessoas e na apreensão de quase 4.000 euros em dinheiro, bastões, documentos, uma arma branca, um telemóvel e uma centena de artigos contrafeitos.

O enorme aparato policial na zona, onde moram e trabalham muitos imigrantes, levou à circulação de imagens nas redes sociais em que se vislumbram, na Rua do Benformoso, dezenas de pessoas encostadas à parede, de mãos no ar, para serem revistadas pela polícia, e comentários sobre a necessidade daquele procedimento.

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⛽ Combustíveis começam o ano sem grandes mexidas. Gasóleo desce meio cêntimo

A partir de segunda-feira, quando for abastecer, deverá pagar 1,591 euros por litro de gasóleo simples e 1,718 euros por litro de gasolina simples 95.

Os preços dos combustíveis quase não vão mexer na próxima semana. O gasóleo, o combustível mais utilizado em Portugal, deverá descer meio cêntimo e a gasolina não deve ter qualquer alteração, de acordo com as previsões do ACP.

Quando for abastecer, deverá passar a pagar 1,591 euros por litro de gasóleo simples e 1,718 euros por litro de gasolina simples 95, tendo em conta os valores médios praticados nas bombas à segunda-feira, divulgados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG).

Estes valores já têm em conta os descontos aplicados pelas gasolineiras e a revisão das medidas fiscais temporárias para ajudar a mitigar o aumento dos preços dos combustíveis. Apesar de dia 1 de janeiro entrar em vigor uma nova taxa de carbono, que desce para 67,395 euros/tonelada de CO2, face aos 81 euros agora em vigor, e as taxas de ISP são agravadas para 481,26 euros por mil litros de gasolina e de 337,21 euros no caso do gasóleo – até aqui, os automobilistas pagavam 460,36 euros de ISP por cada mil litros de gasolina e 323,54 euros por mil litros de diesel – mas isso não se traduz em qualquer alteração da fiscalidade suportada pelos contribuintes. Uma neutralidade que foi confirmada ao ECO por fonte do mercado.

Os preços podem ainda sofrer alterações para ter em conta o fecho das cotações do petróleo brent esta sexta-feira e o comportamento do mercado cambial. Mas também porque os preços finais resultam da média dos valores praticados por todas as gasolineiras. Além disso, os preços cobrados ao consumidor final podem variar consoante o posto de abastecimento.

Esta semana, o gasóleo subiu 1,3 cêntimos e a gasolina meio cêntimo, um desempenho que foi ao encontro das expectativas do mercado.

O preço do brent, que serve de referência para o mercado europeu, está esta sexta-feira a subir 0,66%, para os 73,74 dólares por barril, mas caminha para um ganho semanal de 0,6%, tendo em conta as fracas negociações típicas do final de ano.

Os preços do crude ganharam força depois de a China ter anunciado medidas económicas adicionais, incluindo uma maior flexibilidade para as autoridades utilizar as receitas das obrigações governamentais para estimular o crescimento, aumentando potencialmente a procura por parte dos consumidores de topo. Além disso, os dados do Instituto Americano do petróleo revelam uma queda nos stocks de petróleo bruto, a semana passada em 3,2 milhões de barris, a quinta queda consecutiva. Mas os investidores aguardam dados oficiais.

O Banco Mundial também reviu em alta a sua previsão de crescimento para a China em 2024 e 2025, mas alertou que a fraca confiança e os desafios no setor imobiliário continuarão a pesar sobre a economia. Noutros países há indicações de que as principais empresas energéticas europeias estão a dar prioridade ao petróleo e ao gás em detrimento das energias renováveis para obter lucros a curto prazo – uma tendência que deverá persistir até 2025.

Mas, em termos anuais, o petróleo está no caminho para um declínio de quase 3%, com os preços praticamente estagnados desde meados outubro.

O dólar forte tem pesado sobre os preços, impedindo ganhos mais expressivos. Este trimestre a moeda valorizou 7% e permanece em máximos de quase dois anos face aos principais pares, depois de a Reserva Federal ter sinalizado que vai abrandar o ritmo de descida das taxas de juro em 2025. O dólar mais forte torna o crude mais caros para os detentores de outras moedas

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Sindicato anuncia “greve total” na operação do Metro do Porto na passagem de ano

  • Lusa
  • 27 Dezembro 2024

A paralisação terá também efeitos nos dias 30 de dezembro e 2 de janeiro, já que os trabalhadores representados pelo SMAQ estarão em greve "à prestação de trabalho suplementar".

O Sindicato dos Maquinistas anunciou esta sexta-feira uma “greve total” na operação da Metro do Porto nos dias 31 de dezembro e 01 de janeiro, exigindo o pagamento do prémio anual, ainda não efetuado, ao operador ViaPorto, do grupo Barraqueiro.

De acordo com uma nota de imprensa do Sindicato dos Maquinistas (SMAQ) enviada à Lusa, a paralisação terá também efeitos nos dias 30 de dezembro e 02 de janeiro, já que os trabalhadores representados pelo SMAQ estarão em greve “à prestação de trabalho suplementar, incluindo o trabalho em dia de descanso semanal, nos termos do AE [Acordo de Empresa] SMAQ/ViaPorto e do Código do Trabalho”.

Já nos dias 31 de dezembro e 1 de janeiro, marcados pela habitual afluência de público ao centro do Porto para a passagem de ano, e em que normalmente o metro funciona durante toda a noite, “os trabalhadores representados pelo SMAQ encontram-se em greve a prestação de todo e qualquer trabalho”.

“Os trabalhadores que a 30 de dezembro de 2024 tenham previsto um período normal de trabalho que ultrapasse as 00:00 do dia 31 de dezembro de 2024, encontram-se em greve desde a hora prevista do início do seu período normal de trabalho até ao seu termo”, e os que “a 01 de janeiro de 2025 tenham previsto um período normal de trabalho que ultrapasse as 00:00 do dia 02 de janeiro de 2025”, estão em greve também até ao fim do seu turno.

Contactado pela Lusa, o dirigente sindical do SMAQ Hélder Silva, afeto à Metro do Porto, diz que os motivos para a greve são os mesmos que levaram à paralisação que decorreu entre 17 e 22 de dezembro. Em causa está “a falta de cumprimento do AE por parte da empresa”, no caso a ViaPorto, do Grupo Barraqueiro, que opera o Metro do Porto, relativamente ao pagamento de um prémio anual.

“Nós temos uma cláusula que obriga ao pagamento de um prémio anual de desempenho que tem a ver com o desempenho dos trabalhadores no seu dia a dia e a sua avaliação, e a empresa alegou prejuízos e não efetuou ainda o pagamento desse prémio”, disse Hélder Silva à Lusa em 16 de dezembro.

O dirigente sindical referiu ainda que foi dada “uma margem de tolerância de meio ano para a empresa pagar o prémio”, referente a 2023, algo que, segundo o SMAQ, ainda não aconteceu.

No comunicado, o SMAQ reivindica ainda a “melhoria das condições de trabalho reivindicadas pelos trabalhadores da Viaporto, Lda. integrados nas carreiras de condução, no que respeita às viagens sem serviço”, o cumprimento integral do Acordo de Empresa e a regularização dos descansos compensatórios.

Já a ViaPorto, contactada pela Lusa, remeteu para uma nota interna divulgada aquando da primeira greve, referindo que o SMAQ ignora “a realidade da empresa” ao convocar greves.

“Ignorando a realidade da empresa, assim como a existência – ou não – de condições para pagamento do Prémio Anual de Desempenho, o SMAQ decidiu desencadear um processo de luta, cujo enquadramento não respeita os compromissos assumidos no Acordo de Empresa em vigor”, pode ler-se numa comunicação interna a que a Lusa teve acesso em 18 de dezembro.

Na comunicação interna da empresa, a ViaPorto diz ter tido “o expresso cuidado de informar o sindicato que, atualmente, a situação financeira da ViaPorto está desequilibrada, em resultado de a mesma estar a aguardar o desfecho dos processos de reposição do equilíbrio financeiro que dependem da Metro do Porto SA e do Estado Português”.

Fonte da empresa que opera o Metro do Porto ao abrigo de uma subconcessão referiu nada ter a acrescentar face à comunicação interna divulgada anteriormente.

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Tesouro está a contratar 20 licenciados para os quadros em nova plataforma do emprego público

A oferta salarial começa nos 1.385,99 euros para o cargo de técnico de arquivo e nos 1.438,62 euros para especialista em orçamento e finanças. As candidaturas estão abertas até 27 de janeiro de 2025.

A Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF) está a contratar 20 licenciados para os seus quadros, segundo quatro avisos publicados esta sexta-feira em Diário da República. A oferta salarial começa nos 1.385,99 euros mensais brutos para o cargo de técnico de arquivo e nos 1.438,62 euros para especialista em orçamento e finanças. As candidaturas estão abertas até 27 de janeiro de 2025 e podem concorrer não só funcionários públicos, mas também trabalhadores do setor privado. Os selecionados terão direito a um contrato de trabalho em funções públicas por tempo indeterminado.

Este é o primeiro procedimento concursal comum a decorrer na nova plataforma online que vai substituir o site da Bolsa do Emprego Público (BEP), e que permitirá que todo o processo seja desmaterializado. No final de 2023, o anterior Governo de António Costa já tinha estreado este método com o lançamento do primeiro procedimento concursal centralizado para a constituição de uma reserva de cerca de mil técnicos superiores para a Administração Pública.

Agora, as Finanças voltam a testar este piloto com o primeiro concurso para a DGTF. O Tesouro quer recrutar dois trabalhadores para integrarem a carreira geral de técnico superior do mapa de pessoal da Direção-Geral do Tesouro e Finanças, na área de arquivo. Com uma oferta salarial inicial de 1.385,99 euros mensais brutos, estes dois funcionários vão exercer funções “na área de atividade de arquivo”, na direção de serviços jurídicos e de coordenação da divisão de gestão de recursos, de acordo com o respetivo aviso. Os candidatos devem possuir uma licenciatura em Ciências da Comunicação e Informação.

A entidade, liderada por Maria João Araújo, também está a contratar cinco técnicos superiores especialistas em orçamento e finanças públicas que vão exercer funções na área de apoios financeiros do Estado, designadamente garantias, empréstimos e outras operações ativas; conceção de subsídios, indemnizações compensatórias, bonificações de juros e outros apoios financeiros; e apoio técnico em matéria de instrumentos financeiros no âmbito das relações bilaterais, europeias e multilaterais, de acordo com a descrição da oferta do posto de trabalho.

O Tesouro oferece um ordenado inicial de 1.438,62 euros mensais ilíquidos, isto é, antes dos descontos para a Segurança Social e da retenção na fonte em sede de IRS. E exige uma licenciatura nas seguintes áreas: “Economia, Finanças, Banca e Seguros; Contabilidade e Fiscalidade; Economia e Finanças, Ciências Económicas e Empresariais; Economia e Finanças; Economia e Gestão; Economia e Gestão Aplicadas; Administração e Finanças; Ciências Económicas e Financeiras; Finanças; Auditoria e Fiscalidade; Contabilidade; Contabilidade e Administração; Contabilidade e Administração Pública; Contabilidade e Auditoria; Contabilidade e Finanças; Contabilidade e Gestão Financeira; Gestão, Gestão de Empresas; Ciência de Dados para a Gestão, Ciências empresariais; e Gestão e Administração Pública”.

Há ainda vagas para preenchimento de seis postos de trabalho na modalidade de contrato de trabalho em funções públicas por tempo indeterminado na categoria de técnico superior especialista em orçamento e finanças públicas do Ministério das Finanças, do mapa de pessoal da Direção-Geral do Tesouro e Finanças, na área jurídica, segundo do aviso. A oferta salarial também corresponde à primeira posição remuneratória daquela carreira: 1.438,62 euros brutos por mês. Os interessados devem ser licenciados em Direito.

Por fim, o Tesouro quer integrar sete especialistas em orçamento e finanças públicas do Ministério das Finanças para exercer funções na área das participações do Estado, “designadamente, prestar assessoria técnica, elaborar estudos, acompanhar o setor empresarial do Estado, em particular nas matérias relacionadas com o exercício da função acionista do Estado, com enfoque na gestão financeira e no acompanhamento das empresas públicas, garantindo a sua eficiência e sustentabilidade financeira”, de acordo com a oferta do emprego. O vencimento também começa nos 1.438,62 euros brutos mensais.

Os concorrentes devem ser titulares de uma licenciatura em “Economia, Finanças, Banca e Seguros; Contabilidade e Fiscalidade; Economia e Finanças, Ciências Económicas e Empresariais; Economia e Finanças; Economia e Gestão; Economia e Gestão Aplicadas; Administração e Finanças; Ciências Económicas e Financeiras; Finanças; Auditoria e Fiscalidade; Contabilidade; Contabilidade e Administração; Contabilidade e Administração Pública; Contabilidade e Auditoria; Contabilidade e Finanças; Contabilidade e Gestão Financeira; Gestão, Gestão de Empresas; Ciência de Dados para a Gestão, Ciências empresariais; e Gestão e Administração Pública”, segundo o mesmo aviso.

O objetivo do Governo é passar todos os procedimentos concursais para a nova plataforma, que permitirá aos interessados candidatar-se totalmente online, bastando apenas fazer registo e depois log in. Se tudo correr como planeado, o site do BEP será desativado até a final de 2025, sendo substituído pelo novo sítio da Internet.

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“É muito urgente conhecer resultados da auditoria ao SNS24”, diz diretor executivo do SNS

  • Lusa
  • 27 Dezembro 2024

Ana Paula Martins disse que estava em curso uma auditoria interna para aferir o que correu mal, como no caso ocorrido em Torres Vedras de uma criança encaminhada para uma urgência que estava fechada.

O diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde disse esta sexta-feira ser “muito urgente” conhecer os resultados da auditoria à Linha SNS24 para corrigir situações de demora no atendimento ou encaminhamento errado dos utentes. “É muito urgente saber o que se passou para resolver, para não se repetir”, afirmou António Gandra de Almeida, em declarações aos jornalistas, prometendo que as auditorias serão rápidas.

Na quinta-feira, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, disse estar em curso uma auditoria interna para aferir o que correu mal, nomeadamente num caso ocorrido em Torres Vedras de uma criança encaminhada para uma urgência que estava fechada, divulgado pela SIC, ou de queixas de utentes em Loures, divulgados pela RTP, de que na manhã de quinta tinham estado uma hora a ligar para a linha SNS24 sem sucesso.

Hoje em Baião, no distrito do Porto, onde inaugurou as obras realizadas na extensão de Saúde de Santa Marinha do Zêzere, o diretor executivo do SNS, referindo-se àqueles casos, admitiu que “algo correu mal”, frisando ser necessário “encontrar a solução para que não se repitam”.

“Para isso, precisamos da conclusão do que se passou”, acentuou, indicando não ter ainda conhecimento dos resultados da auditoria interna anunciada pela ministra. “É claro que estamos a procurar saber o que correu menos bem para corrigir e melhorar o que existe”, reafirmou, lamentando os episódios noticiados pelos órgãos de comunicação social.

“É de lamentar que tenha acontecido. Foi uma infeliz circunstância que aconteceu”, comentou, considerando que se tratou de “um caso esporádico, tendo em conta as dezenas de milhares de chamadas que o SNS24 atende”.

“Estamos em contacto com as ULS (unidades locais de saúde) e com o SNS24 para tentar que estes percalços não aconteçam”, insistiu, referindo que, nesta altura do ano, com as infeções respiratórias, é normal haver picos na afluência aos serviços de saúde.

“Nós tentamos sempre reforçar os meios existentes, nomeadamente a linha, com as pessoas que encontramos, às quais é preciso dar formação, o que leva o seu tempo, e dar capacidade de resposta. Os picos são sempre uma situação muito difícil. As situações de exceção hão de existir sempre, temos é que minimizar o impacto das mesmas”, defendeu.

António Gandra da Almeida referiu que este ano, ao nível da resposta nos serviços de urgência, tem havido “uma resposta mais robusta do que em períodos interiores”, mas admitiu haver ainda “um caminho a andar”.

“Gostaríamos de continuar a fazer este caminho, de continuar a capacitar o SNS de uma resposta eficaz e robusta à população”, concluiu.

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Luís Montenegro continua a liderar exposição mediática em novembro

  • + M
  • 27 Dezembro 2024

André Ventura e Marcelo Rebelo de Sousa foram as outras personalidades que mais apareceram na televisão em novembro. Pedro Nuno Santos caiu para o quarto lugar, depois de ter sido segundo em outubro.

Luís Montenegro voltou a ser a pessoa com maior exposição mediática no mês de novembro, mantendo uma posição de liderança que tem vindo a ser renovada há vários meses. No décimo primeiro mês do ano, o primeiro-ministro protagonizou 147 notícias num total de 7 horas e 5 minutos de duração, o que representa, no entanto, uma diminuição significativa face aos números registados em outubro (247 notícias com 12 horas e 55 minutos de duração).

Na segunda posição aparece André Ventura, presidente do Chega, depois de protagonizar 122 notícias de 5 horas e 35 minutos de duração nos telejornais dos quatro canais generalistas em sinal aberto, enquanto Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República, foi terceiro, com 130 notícias de 5 horas e 11 minutos de duração.

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos — que foi segundo no ranking de setembro — caiu para a quarta posição, depois de intervir na primeira pessoa em 100 notícias de 4 horas e 23 minutos de duração, seguido por Ana Paula Martins, ministra da Saúde, que protagonizou 85 notícias com 3 horas e 40 minutos de duração. Os dados são do serviço Telenews, da MediaMonitor (Grupo Marktest).

Na lista dos 10 nomes que mais figuraram nas notícias em outubro segue-se Mariana Mortágua, coordenadora do Bloco de Esquerda (3 horas e 17 minutos), Rui Rocha, presidente da Iniciativa Liberal (3 horas e 9 minutos), Hugo Soares, secretário-geral do PSD (2 horas e 26 minutos), Rúben Amorim, ex-treinador do Sporting Clube de Portugal (2 horas e 10 minutos), e Inês Sousa Real, líder do PAN (2 horas e 3 minutos).

A análise foi feita, de acordo com dados da Telenews, aos principais noticiários dos canais generalistas e excluiu programas, debates ou entrevistas. A contabilização do tempo refere-se ao tempo total de duração da notícia em causa.

Também segundo a Marktest, durante o mês de novembro, os três principais canais da televisão portuguesa — RTP1, SIC e TVI — emitiram 226 horas de informação regular, numa quebra mensal de 6% e homóloga de 12,4%.

No décimo primeiro mês do ano foram emitidas 6.174 notícias, menos 3,7% face ao mês anterior e menos 10,2% em relação a novembro de 2023. A duração média das notícias emitidas foi de 2 minutos e 12 segundos, menos 3 segundos do que o registado em outubro.

A RTP1 voltou a ser a estação que emitiu mais notícias, com 2.400 matérias, bem como a que dedicou mais tempo em grelha à informação regular, com 86 horas de duração.

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Liga Portugal #16: Rui Borges no Sporting e mais dérbis para terminar 2024

2024 vai terminar com um último dérbi de Lisboa: Sporting x Benfica no dia 29 de dezembro às 20h30 no Estádio de Alvalade. mas não o único de interesse. Primeiro, ainda haverá um dérbi portuense.

Está tudo a pensar no mesmo. 2024 vai terminar com um último dérbi de Lisboa: Sporting x Benfica no dia 29 de dezembro às 20h30 no Estádio de Alvalade e a contar para a jornada 16 da Primeira Liga. Há um ingrediente que ainda torna as coisas mais interessantes. João Pereira foi demitido e vai ser o jogo de estreia do novo treinador dos leões, Rui Borges, que vinha a fazer um grande trabalho ao serviço do Vitória SC. Neste momento, o Benfica é líder com 38 pontos (um ponto de avanço do Sporting), mas tudo pode mudar. Tudo pode acontecer. É o jogo cabeça-de-cartaz, mas não o único de interesse. Primeiro, ainda vai haver um dérbi entre FC Porto e Boavista, no dia 28 de dezembro (sábado às 20h30) no Estádio do Dragão.

Quanto aos principais destaques da última jornada, o FC Porto “vingou-se” e quebrou a invencibilidade do Moreirense em casa; o Braga venceu em casa do Santa Clara e subiu ao quarto lugar; o Sporting empatou 0-0 com o Gil Vicente em Barcelos e o Benfica bateu o Estoril-Praia por 3-0 agarrando a liderança da Primeira Liga; o Vitória SC de ainda Rui Borges deu a reviravolta ao Nacional (2-1), mas sofreu golo nos descontos e terminou empatado (2-2).

Sporting x Benfica: O último dérbi de 2024

Passar de João Pereira para Rui Borges

João Pereira foi demitido e Rui Borges é oficialmente o novo treinador do Sporting. Isso muda tudo. Os últimos tempos não foram agradáveis ao Leão, seja pela onda de lesões, as críticas às arbitragens e os resultados negativos, onde a relação adeptos-equipa sofreu e sentiu-se também a intranquilidade e ansiedade dos jogadores. Frederico Varandas decidiu cortar o mal pela raiz, lamentar o “presente envenenado” e dar uma oportunidade a Rui Borges, que apenas se estreou a temporada passada na Primeira Liga. Fez um excelente trabalho pelo Moreirense e levava um excelente trabalho no Vitória SC.

Rui Borges é um treinador que se destaca pela liderança e relação com os jogadores no qual, a nível tático, tem oscilado entre o 4-3-3 e o 4-2-3-1, tendo também já apresentado o 4-4-2 esta temporada. O cenário mais provável é então haver mudança, pois o Sporting utiliza uma base de 3-4-3 e Rui Borges prefere jogar com uma linha de quatro e três médios (recordar que já jogou com dois em 4-4-2). Face a maré de lesões no Sporting, será difícil jogar com três médios, a não ser que vá à formação. Na conferência de apresentação, o técnico disse também ser um treinador «que arranja soluções» e que «não está para lamentar». Taticamente há assim muita curiosidade.

No dia 29 de dezembro, o Sporting vai enfrentar o Benfica em Alvalade e, apesar de ser um momento complicado para Rui Borges entrar por vários motivos e ter agora um jogo de estreia de maior exigência, o técnico até fica numa situação favorável: se ganhar o dérbi, restaura a fé dos adeptos e pode ser visto como um herói acabado de chegar; se perder, tem desculpa porque de facto só teve três dias para treinar. Para Bruno Lage, a mudança de treinador antes do dérbi não deve ser a melhor notícia a nível de preparação de jogo, pois há naturalmente maior imprevisibilidade sobre como jogará o Sporting de Rui Borges, seja em estilo de jogo, seja em 11 inicial e outras dinâmicas.

E como anda o Benfica?

Olhando ao outro lado da 2.ª Circular, o Benfica passou o Natal na liderança da Primeira Liga e isso tem a sua parte: dá maior confiança aos adeptos, a Bruno Lage e à equipa para ir lutar em Alvalade. Ao mesmo tempo que a imprevisibilidade tática do Sporting de Rui Borges é um ponto que pode afetar Bruno Lage na preparação e no jogo, o facto do Benfica de Bruno Lage ser um projeto com bem mais tempo pode beneficiar as águias, pois os jogadores estão mais interiorizados com as dinâmicas do treinador e devem saber o que têm de fazer. Os detalhes contam muito.

No geral, os resultados do Benfica têm sido positivos (fora os empates com o AVS SAD e com o Bolonha há pouco tempo): 8 vitórias, 2 empates e uma derrota desde novembro. Ainda assim, continua sem jogar um futebol brilhante. Nesse período, houve exibições irrepreensíveis, frente ao FC Porto (4-1 na Luz) e Estrela Amadora (7-0) por exemplo, mas também houve vitórias de maior dificuldade. É hábito dominarem a posse de bola, mas nem sempre mostraram capacidade de encontrar soluções e de forma criativa em ataque posicional. Destacar o trabalho recente de Ángel Di María e o bom funcionamento do corredor direito.

FC Porto x Boavista: Um Xeque-Mate para terminar 2024?

O FC Porto pode vir a ter um ótimo fim-de-semana: vencer o dérbi com o Boavista (antepenúltimo classificado) diante dos seus adeptos no Estádio do Dragão e isolar-se provisoriamente na liderança da Primeira Liga. No dia seguinte, em caso de empate no Sporting x Benfica, acabará o ano de 2024 no primeiro lugar e isso é mais um choque de motivação para Vítor Bruno, equipa técnica e jogadores. Ainda há muita margem de progressão no futebol dos dragões, mas vê-se que Vítor Bruno está a tentar soluções e as vitórias têm aparecido.

O maior destaque do triunfo frente ao Moreirense, além de apagar fantasmas do passado, foi Rodrigo Mora, que marcou, assistiu e recebeu o prémio de melhor jogador em campo. Se, nos últimos tempos, faltou por vezes capacidade criativa no processo ofensivo do FC Porto, o jovem de 17 anos pode ser uma solução para ajudar nisso. Além disso, tem uma ótima relação com Samu Aghehowa fora e dentro de campo. Estaremos diante do nascer de uma grande dupla no FC Porto? Será interessante também perceber se Vítor Bruno vai manter Wenderson Galeno a lateral-esquerdo (três jogos seguidos).

Quanto ao Boavista, a turma de Cristiano Bacci atravessa uma fase muito complicada: antepenúltimo lugar (16.º) com 12 pontos e apenas duas vitórias em 16 jogos, incluindo também com a eliminação da Taça de Portugal pelo Varzim. O Boavista já viveu sem dúvida melhores dias, mas também pode olhar para esta deslocação ao Dragão e por ser um dérbi como uma oportunidade para deixar uma boa imagem e sinais de alguma esperança para um melhor 2025. O encontro está marcado para as 20h30 deste próximo sábado.

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O regresso de Murakami à Louis Vuitton (20 anos depois)

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 27 Dezembro 2024

Foi há 20 anos que o artista japonês Takashi Murakami se juntou à Louis Vuitton para lançar uma colaboração que marcou a história da moda. Para celebrar, chega no início do ano uma reedição da coleção

Muito antes de as colaborações entre a moda e as artes plásticas se tornarem a norma Marc Jacobs, então diretor criativo da Louis Vuitton, estabelecia com o artista contemporâneo japonês Takashi Murakami uma parceria que viria a marcar a história da moda. Foi há 20 anos que o artista desenvolveu a sua reinterpretação caleidoscópica do icónico monograma LV, mexido, pela primeira vez na sua longa história e, por isso, é quase obrigatório fazer uma reedição deste padrão colorido (e outros, como o Cherry Blossom, também assinados na época por Murakami) que fez esgotar milhares de exemplares nas prateleiras das Louis Vuitton de todo o mundo. O primeiro capítulo desta reedição Louis Vuitton x Murakami chega já no início do ano, com uma coleção de mais de 200 peças (que incluem carteiras, lenços de seda, óculos de sol, jóias, sapatos e perfumes) e que se orgulha de, uma vez mais, ilustrar o compromisso inabalável da maison francesa com a criatividade, a inovação e o savoir-faire tradicional com a estética colorida de Takashi Murakami. Uma reedição de uma ligação que transcende tendências e gerações, que continua apaixonar e a ser colecionada pelo mundo fora.

Nascido em Tóquio na década de sessenta, Murakami é reconhecido internacionalmente pela sua mistura única de arte tradicional japonesa, ficção científica, anime e personagens kawaii extravagantes, muitas vezes trazidas à vida em motivos repetitivos e representadas em pinturas, esculturas e vídeos que incorporam a interseção da cultura pop, história e belas artes.

A criação de cada um destes produtos é agora moldada pelos avanços da tecnologia, que permite uma maior definição da impressão, com cores mais vivas e elevada precisão de cada um dos personagens e motivos de Murakami. Entre a extensa gama da coleção Louis Vuitton × Murakami, os destaques incluem o Monogram Multicolore, com os seus motivos LV e florais interligados em 33 cores diferentes, nas emblemáticas carteiras da maison, incluindo a Keepall, a Coussin, a Dauphine, a OnTheGo e a Speedy, bem como em cintos, porta-moedas, alpargatas de cunha e no Rolling Trunk; o logótipo lúdico LV Hands nas carteiras Alma BB e num elegante carré de seda; o Superflat Panda em ténis, porta-chaves e num skate; o Superflat Garden e as suas flores sorridentes nos frascos de perfume Attrape-Rêves; uma vasta gama de carteiras Capucines trabalhadas; o padrão Cherry Blossom nas carteiras Papillon, sandálias de plataforma e no majestoso baú Courrier Lozine 110 Fleurs.

A reedição da Louis Vuitton × Murakami será celebrada numa paisagem visual totalmente imersiva, que vai desde montras a pop-ups e pop-ins, bem como ativações inovadoras nas lojas e uma campanha publicitária estrelada pela atriz Zendaya. A coleção Louis Vuitton × Murakami estará disponível para encomenda em todo o mundo a partir de 1 de janeiro de 2025. Um segundo capítulo será lançado em março de 2025 e centrar-se-á no padrão Cherry Blossom, ideal para a primavera.

Um pouco de história

As letras serifadas que formam o monograma da Louis Vuitton foram criadas em 1896 por Georges Vuitton, filho do fundador Louis Vuitton, que criou este padrão com a intenção de – já na época! – afastar os falsificadores. Terá sido em vão, sabe-se hoje, já que este é dos padrões mais utilizados em contrafação (a versão de 33 cores de Murakami incluída).

Corria o ano de 2002 quando Marc Jacobs, há cinco anos a liderar as criações da maison, descobriu a arte de Murakami numa exposição na Fundação Cartier. Nesse momento, Jacobs decidiu convidar o artista japonês para fazer a primeira reinterpretação do sagrado monograma da casa. A colaboração entre o artista e a casa centenária fez a sua estreia em passerelle no desfile da primavera de 2003, onde as manequins desfilaram os modelos clássicos da Louis Vuitton – Papillon, Speedy, Keepall – com as estampas coloridas criadas por Murakami. Rapidamente, os designs de inspiração anime tornaram-se num must para as it girls de todo o mundo, sendo amplamente adotados por celebridades como Paris Hilton ou Kim Kardashian. A cantora Jennifer Lopez foi escolhida para dar a cara na campanha. A colaboração gerou, logo em 2003, mais de 300 milhões de dólares. A ligação entre o artista e a casa terminou em 2015, logo após a saída de Marc Jacobs. Mas Murakami é o colaborador mais antigo da Louis Vuitton e por isso a marca decidiu celebrar os 20 anos desta mudança de era com um regresso estrondoso em 2025. Bravo!

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ISP sobe e taxa de carbono desce em 2025. Consumidores ficam a pagar o mesmo

Governo vai agravar a taxa de Imposto sobre os Produtos Petrolíferos e Energéticos (ISP), a partir de 1 de janeiro, para compensar a descida da taxa de carbono que incide sobre os combustíveis.

O Governo vai agravar a taxa de Imposto sobre os Produtos Petrolíferos e Energéticos (ISP), a partir de 1 de janeiro, para compensar a descida da taxa de carbono que incide sobre os combustíveis. No final, o consumidor deverá suportar a mesma carga fiscal, tal como o ministro das Finanças já tinha anunciado no Parlamento.

No dia 1 de janeiro vai entrar em vigor uma nova taxa de ISP que passa a ser de 481,26 euros por mil litros de gasolina e de 337,21 euros no caso do gasóleo. Até aqui, os automobilistas pagavam 460,36 euros de ISP por cada mil litros de gasolina e 323,54 euros por mil litros de diesel.

O agravamento resulta de uma retirada de apoios que ainda estão em vigor, explicou ao ECO fonte oficial das Finanças, e que foram introduzidos no âmbito da pandemia como medida de caráter excecional e temporário, adotada para mitigar os efeitos do aumento extraordinário dos preços dos combustíveis e que Bruxelas tem instado os Estados membros a reverter.

Este agravamento, por um lado, satisfaz Bruxelas, ainda que não totalmente, mas por outro, compensa em termos de receitas fiscais as perdas geradas pela nova taxa de carbono que desce para 67,395 euros/tonelada de CO2 face aos 81 euros agora em vigor.

De acordo com outra portaria publicada esta sexta-feira em Diário da República, o Governo desceu fortemente a taxa de carbono. “A taxa do adicionamento sobre as emissões de CO2 é de 67,395 euros/tonelada de CO2, lê-se na portaria.

Este valor é fixado anualmente com base nos preços dos leilões de licenças de emissão de gases de efeito de estufa, realizados no âmbito do Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE). Um leilão que ditou esta descida na taxa, explicou fonte oficial das Finanças.

Este ano, a taxa em vigor é de 83,524 euros, mas os consumidores pagam apenas 81 euros para ajudar a mitigar os efeitos do aumento extraordinário dos preços dos combustíveis. Mas Bruxelas tem pressionada a retirada destes apoios e Portugal já praticamente o fez neste capítulo. Em setembro a taxa efetivamente paga foi agravada para 81 cêntimos face aos 74,429 euros que eram pagos anteriormente. Mas o apoio foi reduzido por quatro vezes este ano. De janeiro a 25 de agosto a taxa de carbono em vigor era de 56,2460.

O ministro das Finanças já tinha anunciado que ia avançar com uma “reconfiguração” do mix fiscal sobre os combustíveis, garantindo que os portugueses não irão pagar mais impostos. Joaquim Miranda Sarmento revelou, no Parlamento, a “alteração”, que entrará em vigor a 1 de janeiro, “será neutra do ponto de vista dos preços e da carga fiscal”. “Os portugueses não pagarão mais impostos nos combustíveis, haverá uma composição diferente na tributação sobre os combustíveis”, disse.

“Não haverá um agravamento da carga fiscal, mas também não haverá perda de receita fiscal”, garantiu, escudando-se na semântica: “se é uma reversão do desconto, não é um aumento”.

Mas o PS entende a questão de outra como uma omissão ao Parlamento e que afinal o Orçamento do Estado para 2025 tem aumentos de impostos. “O aumento das taxas unitárias de ISP corresponde a uma decisão política do Governo, que contraria todo o discurso feito durante a discussão do OE2025, de que este seria o primeiro Orçamento sem aumento de impostos e reiterada pelo primeiro-ministro na sua mensagem de Natal”, sublinhou o grupo parlamentar do Partido socialista em comunicado.

“O Governo omitiu à Assembleia da República, durante a discussão do OE 2025, que pretendia aumentar as taxas unitárias de ISP. Indicou sempre que o aumento da receita de ISP decorria do “efeito consumo” e da “atualização da taxa de carbono”. “O Governo faltou à verdade com o Parlamento e aos portugueses”, acusam os socialistas, acrescentando que esta omissão se estende, precisamente, à passagem do ministro das Finanças pelo Parlamento, a 19 de dezembro.

Na audição de Miranda Sarmento “foi possível evidenciar o que ia acontecer e que já vinha sendo alertado ao longo da discussão do OE”. “Os portugueses sabem hoje que este Governo aumenta os impostos para o próximo ano”, acusa o PS.

Fica assim, mais uma vez, desmascarado o truque do Governo que, apesar de várias vezes questionado, sempre negou que se preparava para decretar um novo aumento de impostos sobre os combustíveis“, conclui o comunicado.

(Notícia atualizada às 16h35 com a reação do PS)

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“É muito urgente conhecer resultados da auditoria ao SNS24”, diz Gandra de Almeida

  • Lusa
  • 27 Dezembro 2024

"É muito urgente saber o que se passou para resolver, para não se repetir", diz o diretor executivo do SNS, prometendo rapidez nas auditorias.

O diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) disse, esta sexta-feira, ser “muito urgente” conhecer os resultados da auditoria à Linha SNS24 para corrigir situações de demora no atendimento ou encaminhamento errado dos utentes.

“É muito urgente saber o que se passou para resolver, para não se repetir”, afirmou António Gandra de Almeida, em declarações aos jornalistas, prometendo que as auditorias serão rápidas.

Na quinta-feira, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, disse estar em curso uma auditoria interna para aferir o que correu mal, nomeadamente num caso ocorrido em Torres Vedras de uma criança encaminhada para uma urgência que estava fechada, divulgado pela SIC, ou de queixas de utentes em Loures, divulgados pela RTP, de que na manhã de quinta tinham estado uma hora a ligar para a linha SNS24 sem sucesso.

Esta sexta-feira, em Baião (distrito do Porto), onde inaugurou as obras realizadas na extensão de Saúde de Santa Marinha do Zêzere, o diretor executivo do SNS, referindo-se àqueles casos, admitiu que “algo correu mal”, frisando ser necessário “encontrar a solução para que não se repitam”.

“Para isso, precisamos da conclusão do que se passou”, acentuou, indicando não ter ainda conhecimento dos resultados da auditoria interna anunciada pela ministra.

“É claro que estamos a procurar saber o que correu menos bem para corrigir e melhorar o que existe“, reafirmou, lamentando os episódios noticiados pelos órgãos de comunicação social.

É claro que estamos a procurar saber o que correu menos bem para corrigir e melhorar o que existe.

António Gandra de Almeida

Diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS)

“É de lamentar que tenha acontecido. Foi uma infeliz circunstância que aconteceu”, comentou, considerando que se tratou de “um caso esporádico, tendo em conta as dezenas de milhares de chamadas que o SNS24 atende“.

“Estamos em contacto com as ULS (unidades locais de saúde) e com o SNS24 para tentar que estes percalços não aconteçam”, insistiu, referindo que, nesta altura do ano, com as infeções respiratórias, é normal haver picos na afluência aos serviços de saúde.

Nós tentamos sempre reforçar os meios existentes, nomeadamente a linha, com as pessoas que encontramos, às quais é preciso dar formação, o que leva o seu tempo, e dar capacidade de resposta. Os picos são sempre uma situação muito difícil. As situações de exceção hão de existir sempre, temos é que minimizar o impacto das mesmas“, defendeu.

António Gandra da Almeida referiu que este ano, ao nível da resposta nos serviços de urgência, tem havido “uma resposta mais robusta do que em períodos interiores”, mas admitiu haver ainda “um caminho a andar”.

“Gostaríamos de continuar a fazer este caminho, de continuar a capacitar o SNS de uma resposta eficaz e robusta à população“, concluiu.

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