Hospital de Ponta Delgada excedeu em 91,6 milhões os fundos disponíveis, indica Tribunal de Contas

  • Lusa
  • 27 Dezembro 2024

Este facto constitui uma “violação das normas de execução orçamental”, que “é suscetível de gerar responsabilidade financeira sancionatória”, sustenta o Tribunal de Contas.

O Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), nos Açores, excedeu em 91,6 milhões de euros os seus fundos, o que constituiu uma violação das normas de execução orçamental, segundo revelou esta sexta-feira o Tribunal de Contas (TdC).

Na sequência de uma auditoria ao HDES, o TdC refere que em dezembro de 2023 o hospital de Ponta Delgada integrava a lista das entidades da administração regional “incumpridoras da Lei dos Compromissos e dos Pagamentos em Atraso, pelo facto de ter assumido compromissos em montante que excedeu 91,6 milhões de euros os seus fundos disponíveis”.

Este facto constitui uma “violação das normas de execução orçamental”, que “é suscetível de gerar responsabilidade financeira sancionatória”, sustenta o tribunal, apontando que os recursos financeiros atribuídos ao HDES foram “insuficientes para financiar o nível de cuidados de saúde que a entidade perspetivava proporcionar no ano de 2023”.

Ainda segundo o TdC, a Contabilidade de gestão do HDES “não se encontra implementada, conforme exigido” pelo Sistema de Normalização Contabilística para as Administrações Públicas (SNC-AP), “nem foi entregue o documento relatórios periódicos de relato à gestão, cujo conteúdo deve incluir as divulgações previstas no 33 daquela norma, ou, sendo o caso, o motivo da sua não divulgação”.

Além disso, acrescenta a entidade fiscalizadora das contas públicas, alguns documentos incluídos na prestação de contas “não respeitaram a tipologia dos ficheiros definida na Instrução n.º 1/2019, do Tribunal de Contas”. Também o despacho de aprovação das contas do ano de 2023, a proferir pela tutela, “não foi incluído no processo de prestação de contas”, refere o TdC.

O TdC assinala contudo, os “esforços “manifestados pelo conselho de administração, no sentido de ultrapassar ou mitigar algumas das reservas e ênfases”, cuja concretização “necessitará de ser validada em futuros processos de prestação de contas”.

Em sede de contraditório, a administração do HDES refere sobre o incumprimento das regras de execução orçamental que “o setor público e, em particular, as entidades envolvidas no setor da saúde têm pautado a sua atividade sob pressão significativa ao nível do financiamento disponível”.

Em causa, indica, estão “razões relacionadas com as condições adversas do país e com aspetos ainda não totalmente resolvidos sobre os níveis de financiamento da política orçamental que se confronta com exigências financeiras crescentes”. Ainda de acordo com o HDES, “importa realçar a obrigação de serviço público da prestação de cuidados de saúde prevista no Estatuto do Serviço Regional de Saúde, e que decorre do direito à saúde instituído no artigo 64.º da Constituição da República Portuguesa”.

“Contudo, reconhecemos a necessidade urgente para a redução do peso da dívida aos fornecedores, e consequentemente, do cumprimento das normas de execução orçamental, e da Lei dos Compromissos e dos Pagamentos em Atraso”, refere o HDES.

A administração do HDES adianta que vai, em parceira com a sua tutela, “e consoante as verbas orçamentais disponibilizadas para este âmbito, renegociar com os fornecedores planos de pagamentos de forma a reduzir o peso da dívida a curto/médio prazo”.

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Funchal prevê arrecadar 1,2 milhões com cobrança de taxa turística aos passageiros de cruzeiros em 2025

  • Lusa
  • 27 Dezembro 2024

A taxa turística começa a ser cobrada aos passageiros dos navios de cruzeiro a partir de 1 de janeiro de 2025, ano em que se prevê o desembarque no Funchal de cerca de 600 mil turistas.

A Câmara do Funchal (PSD/CDS-PP) estima arrecadar 1,2 milhões de euros em 2025 com a cobrança da taxa turística aos passageiros dos navios de cruzeiro, no valor de dois euros por dia, revelou esta sexta-feira o município.

“Não acredito que alguém deixe de desembarcar por dois euros. Se for assim, vai deixar de desembarcar em diversas cidades”, disse a presidente da autarquia, Cristina Pedra, após a assinatura de um protocolo entre o município e a APRAM – Administração de Portos da Região Autónoma da Madeira.

O documento estabelece que a empresa pública APRAM fica responsável por canalizar as verbas da cobrança da taxa para o município, sendo que o processo não tem qualquer encargo para os armadores. A taxa turística começa a ser cobrada aos passageiros dos navios de cruzeiro a partir de 01 de janeiro de 2025, ano em que se prevê o desembarque no Funchal de cerca de 600 mil turistas.

“Se esse turista tiver como destino final o Funchal, não lhe é cobrada a taxa turística, porque ele irá, por exemplo, ficar num hotel, para não haver duplicação”, explicou Cristina Pedra. Por norma, os passageiros dos navios de cruzeiro não permanecem na ilha mais do que um dia, às vezes apenas algumas horas, pelo que a autarquia estima arrecadar 1,2 milhões de euros em 2025.

Ao nível da hotelaria e do alojamento local no Funchal, a taxa turística entrou em vigor em01 de outubro, com previsão de uma receita até ao final do ano na ordem dos 1,6 milhões de euros. Cada visitante do maior concelho da Região Autónoma da Madeira paga dois euros por dormida, no máximo de sete noites, havendo isenção para crianças até aos 12 anos, medida que também se aplicará aos passageiros dos navios de cruzeiro.

O município prevê uma receita anual entre 10 e 13 milhões de euros. De acordo com a autarquia, a verba da taxa turística será investida, por exemplo, na aquisição de novos equipamentos para a limpeza urbana e em obras de reparação de estradas. O montante será também atribuído à manutenção de jardins, a eventos culturais e a serviços de manutenção e gestão de mobilidade, havendo ainda uma comparticipação de 2,5% para as unidades hoteleiras.

Em janeiro deste ano, a Associação de Municípios da Região Autónoma (AMRAM) anunciou que as 11 autarquias do arquipélago passariam a cobrar uma taxa turística de dois euros a partir do segundo semestre deste ano. O município de Santa Cruz foi o primeiro na região a aplicar a medida, em 2016, inicialmente com um euro por noite. A cobrança deve agora abranger todos os concelhos da região até janeiro de 2025.

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Costa condena “destruição deliberada” no Báltico e promete combate à frota-fantasma russa

  • Lusa
  • 27 Dezembro 2024

"Tenciono trabalhar no sentido de reforçar a resposta e a preparação comuns da UE, incluindo o combate à frota-fantasma da Rússia”, escreveu António Costa na rede social.

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, condenou esta sexta-feira a “destruição deliberada” no Mar Báltico pelo corte de um cabo elétrico submarino, entre a Finlândia e a Estónia, prometendo ação na União Europeia (UE) contra a frota-fantasma russa.

Condeno veementemente qualquer destruição deliberada das infraestruturas críticas da Europa. Tenciono trabalhar no sentido de reforçar a resposta e a preparação comuns da UE, incluindo o combate à frota-fantasma da Rússia”, escreveu o responsável, numa publicação na rede social X (antigo Twitter).

António Costa disse estar já em contacto com os primeiros-ministros da Estónia, Kristen Michal, e da Finlândia, Petteri Orpo, “para acompanhar os desenvolvimentos relacionados com o incidente com o cabo [submarino] do Mar Báltico”.

“Louvo a ação rápida e determinada das autoridades finlandesas e estónias”, adiantou o antigo primeiro-ministro português, que lidera desde o início deste mês a instituição da UE que junta os chefes de Governo e de Estado europeus. Esta sexta, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) disse que iria reforçar a presença militar no Mar Báltico após o corte de um cabo elétrico submarino, perante suspeitas de sabotagem por parte da Rússia.

O secretário-geral da Aliança Atlântica, Mark Rutte, afirmou ainda estar em curso uma investigação “liderada pela Finlândia sobre a possível sabotagem de cabos submarinos”, manifestando “total solidariedade e apoio” a Helsínquia e a Talin. O líder da NATO já havia dito estar pronto a apoiar a Estónia e a Finlândia, países membros da organização, no apuramento de responsabilidades.

A polícia finlandesa declarou suspeitar que o petroleiro “Eagle S”, proveniente da Rússia e suspeito de integrar a chamada “frota-fantasma” russa (usada por Moscovo para transportar petróleo, apesar das sanções europeias), esteja envolvido na avaria do cabo elétrico submarino entre a Finlândia e a Estónia ocorrida na quarta-feira.

Na quinta-feira, a União Europeia condenou “a destruição deliberada de infraestruturas” dos países do bloco comunitário, após este novo corte de um cabo submarino. O petroleiro “Eagle S” já foi intercetado e encontra-se atualmente ao largo da costa de Porkkala, a cerca de 30 quilómetros de Helsínquia, após a intervenção de um barco-patrulha finlandês.

Segundo o Ocidente, a chamada frota-fantasma russa é constituída por navios que transportam petróleo russo e contornam as sanções impostas a Moscovo na sequência da guerra contra a Ucrânia. Estes navios-tanque que transportam petróleo russo são uma importante fonte de financiamento para a Rússia continuar a sua guerra na Ucrânia, iniciada com a invasão do país em fevereiro de 2022.

Desde então, foram já vários os incidentes ocorridos no Mar Báltico. Os gasodutos Nord Stream, que outrora transportavam gás natural da Rússia para a Alemanha, foram danificados por explosões submarinas em setembro de 2022. As autoridades consideraram que se tratou de sabotagem e abriram um inquérito criminal.

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Banco CTT escolhe Francisco Barbeira para CEO

Francisco Barbeira, ex-administrador executivo do BPI, foi o escolhido para substituir Luís Pereira Coutinho, que sairá no final do ano no âmbito do fim do mandato.

O Banco CTT anunciou esta sexta-feira que nomeou Francisco Barbeira para presidente da comissão executiva, substituindo Luís Pereira Coutinho que sairá em breve com o fim do mandato. A formalização da passagem de testemunho no banco do grupo CTT deverá acontecer na primeira metade do próximo ano, após a averiguação de que cumpre os requisitos do supervisor.

“Decorre presentemente o correspondente processo de fit & proper junto do Banco de Portugal, findo o qual a designação do novo CEO será formalizada em Assembleia Geral eletiva do banco que terá lugar, previsivelmente, durante o primeiro semestre de 2025″, informou a instituição financeira do grupo CTT, em comunicado.

Francisco Barbeira esteve 28 anos no BPI, mas acabou por sair em fevereiro por “desentendimentos” com a alta gestão do banco. Licenciado em Engenharia de Sistemas e Informática pela Universidade do Minho, frequentou o Stanford Executive Program e entrou para o BPI em 1996, mais precisamente para a direção de Sistemas de Informação. Mais tarde, ficou com as pastas de marketing e novos canais até liderar a área de tecnologia e Inteligência Artificial, já enquanto administrador executivo.

Na semana passada, veio a público que Luís Pereira Coutinho iria abandonar o cargo. “O Banco CTT é muito importante, fi-lo crescer, mas também é importante renovar a gestão do mesmo com tempo (…). O banco foi constituído formalmente em agosto de 2015, abriu as portas a 16 de março de 2016 e já conto com três mandatos”, afirmou o gestor, em entrevista ao jornal Expresso.

Entretanto, os CTT confirmaram que “Francisco Barbeira junta-se ao Banco CTT, aportando uma longa experiência de responsabilidades de gestão ao mais alto nível na banca em Portugal, em particular em banca de retalho“.

O mandato de Luís Pereira Coutinho termina no final do ano, embora o fundador do Banco CTT se mantenha em funções até que o acionista maioritário, os CTT – Correios de Portugal, terminem este processo de sucessão.

Notícia atualizada às 16h36

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Boyden compra negócio de tratamento de couro e peles

A Boyden é detida indiretamente por um fundo de investimento gerido pela sociedade Syntagma Capital e pretende o controlo exclusivo destes ativos da Stahl Holdings, segundo a notificação à AdC.

A Boyden notificou a Autoridade da Concorrência (AdC) da aquisição do controlo exclusivo do negócio da Stahl Holdings ligado ao tratamento de couros e peles.

Os ativos-alvo envolvidos nesta operação de concentração são as atividades de produção de produtos químicos para tratar couro e peles da Stahl Holdings, uma empresa neerlandesa com 824 milhões de euros em receitas de vendas, 1.900 trabalhadores e que trabalha para os setores têxtil, automóvel, embalamento e bens de luxo.

A Boyden é detida indiretamente (afiliada) por um fundo de investimento de direito luxemburguês gerido pela sociedade Syntagma Capital Partners (Syntagma Capital Management), que foi criada pelo empresário belga Sébastien Le Moult e onde estão envolvidos Frank Coenen e Benjamin Dahan. “Tem geralmente como foco as oportunidades de investimento nas empresas”, de acordo com o Conseil de la Concurrence de Marrocos, que também recebeu a notificação à semelhança da homóloga AdC.

“Nos termos e para os efeitos previstos no n.º 2 do artigo 47.º da Lei n.º 19/2012, de 8 de maio, torna-se público que a Autoridade da Concorrência recebeu, em 17 de dezembro de 2024, uma notificação prévia de uma operação de concentração de empresas apresentada ao abrigo do disposto no artigo 37.º do referido diploma”, informou a instituição liderada por Nuno Cunha Rodrigues.

O prazo para terceiros apresentarem as suas observações sobre esta transação são 10 dias.

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Martin Moniz. Montenegro “deve estar com a consciência pesada”, diz líder do PCP

  • Lusa
  • 27 Dezembro 2024

Paulo Raimundo alegou que o primeiro-ministro confunde “segurança com operação policial” e não apresenta soluções para as “razões fundas da instabilidade e da insegurança”, como a pobreza.

O secretário-geral do PCP considerou esta sexta-feira que o primeiro-ministro está com a “consciência pesada” sobre a operação policial no Martim Moniz e pediu a promoção do policiamento de proximidade em vez de ações para “dar nas vistas”.

Em declarações aos jornalistas após um almoço com pensionistas numa associação de reformados em Setúbal, Paulo Raimundo afirmou que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, “deve estar com a consciência pesada” relativamente à operação policial no Martim Moniz, em Lisboa, caso contrário, acrescentou, “não falava tantas vezes sobre o assunto”.

O dirigente comunista alegou que o primeiro-ministro confunde “segurança com operação policial”, ao mesmo tempo que não apresenta soluções para as “razões fundas da instabilidade e da insegurança”, como a pobreza e os baixos rendimentos.

Num discurso dirigido aos pensionistas após o almoço, Paulo Raimundo alegou que os baixos rendimentos são até os maiores causadores de instabilidade no país, lembrando que há “um milhão de reformados com menos de 510 euros de pensão por mês”, 2,7 milhões de trabalhadores que ganham até mil euros de salário bruto e 300 mil crianças em situação de pobreza.

“Já agora, se o senhor primeiro-ministro quer resolver estes problemas de injustiça utilizando as forças de segurança, então mande investigar, por exemplo, a privatização da ANA, esse escândalo, esse crime económico. Isso sim é um verdadeiro caso de polícia que precisa de ser investigado”, atirou ainda no mesmo discurso.

Luís Montenegro caracterizou hoje os críticos da operação policial no Martim Moniz como extremos líricos que quase dispensam as forças policiais. Questionado sobre essas palavras, Paulo Raimundo respondeu que “o primeiro-ministro quer conversa” e não quer ver as forças policiais a atuar.

“Se quisesse forças policiais a atuar, fazia duas coisas: criava as condições todas necessárias, humanas, para as forças policiais, todas elas, e fazia uma coisa de uma vez por todas que é avançar com a polícia de proximidade”, disse. Raimundo defendeu que o país precisa de esquadras nos bairros e melhor relacionamento entre a polícia e as comunidades e não “super-esquadras para fazer operações super-especiais para dar nas vistas”.

O primeiro-ministro disse ter ficado “atónito e perplexo” com as reações ao que classificou de “esforço do Estado em garantir a tranquilidade das pessoas, uma prevenção de condutas criminais e uma plena integração” dos imigrantes. Na tomada de posse dos secretários-gerais do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP) e do Sistema de Segurança Interna (SSI), Luís Montenegro respondeu às críticas da oposição sobre a operação policial da semana passada no Martim Moniz.

O chefe do Governo defendeu que “não há em Portugal nenhuma ação policial dirigida a uma comunidade específica”, dizendo que foram fiscalizadas nessa operação pessoas de várias nacionalidades incluindo portugueses, e afirmou que o executivo “não quer nem vai instrumentalizar as forças de segurança”.

O primeiro-ministro salientou que para o Governo “a segurança não é de esquerda nem de direita”, rejeitando quer os extremos securitários, quer “os extremos mais líricos, segundo os quais até podíamos prescindir quase de ter forças de segurança”. Uma operação policial no dia 19 de dezembro, no Martim Moniz, resultou na detenção de duas pessoas e na apreensão de quase 4.000 euros em dinheiro, bastões, documentos, uma arma branca, um telemóvel e uma centena de artigos contrafeitos.

O enorme aparato policial na zona, onde moram e trabalham muitos imigrantes, levou à circulação de imagens nas redes sociais em que se vislumbram, na Rua do Benformoso, dezenas de pessoas encostadas à parede, de mãos no ar, para serem revistadas pela polícia, e comentários sobre a necessidade daquele procedimento.

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⛽ Combustíveis começam o ano sem grandes mexidas. Gasóleo desce meio cêntimo

A partir de segunda-feira, quando for abastecer, deverá pagar 1,591 euros por litro de gasóleo simples e 1,718 euros por litro de gasolina simples 95.

Os preços dos combustíveis quase não vão mexer na próxima semana. O gasóleo, o combustível mais utilizado em Portugal, deverá descer meio cêntimo e a gasolina não deve ter qualquer alteração, de acordo com as previsões do ACP.

Quando for abastecer, deverá passar a pagar 1,591 euros por litro de gasóleo simples e 1,718 euros por litro de gasolina simples 95, tendo em conta os valores médios praticados nas bombas à segunda-feira, divulgados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG).

Estes valores já têm em conta os descontos aplicados pelas gasolineiras e a revisão das medidas fiscais temporárias para ajudar a mitigar o aumento dos preços dos combustíveis. Apesar de dia 1 de janeiro entrar em vigor uma nova taxa de carbono, que desce para 67,395 euros/tonelada de CO2, face aos 81 euros agora em vigor, e as taxas de ISP são agravadas para 481,26 euros por mil litros de gasolina e de 337,21 euros no caso do gasóleo – até aqui, os automobilistas pagavam 460,36 euros de ISP por cada mil litros de gasolina e 323,54 euros por mil litros de diesel – mas isso não se traduz em qualquer alteração da fiscalidade suportada pelos contribuintes. Uma neutralidade que foi confirmada ao ECO por fonte do mercado.

Os preços podem ainda sofrer alterações para ter em conta o fecho das cotações do petróleo brent esta sexta-feira e o comportamento do mercado cambial. Mas também porque os preços finais resultam da média dos valores praticados por todas as gasolineiras. Além disso, os preços cobrados ao consumidor final podem variar consoante o posto de abastecimento.

Esta semana, o gasóleo subiu 1,3 cêntimos e a gasolina meio cêntimo, um desempenho que foi ao encontro das expectativas do mercado.

O preço do brent, que serve de referência para o mercado europeu, está esta sexta-feira a subir 0,66%, para os 73,74 dólares por barril, mas caminha para um ganho semanal de 0,6%, tendo em conta as fracas negociações típicas do final de ano.

Os preços do crude ganharam força depois de a China ter anunciado medidas económicas adicionais, incluindo uma maior flexibilidade para as autoridades utilizar as receitas das obrigações governamentais para estimular o crescimento, aumentando potencialmente a procura por parte dos consumidores de topo. Além disso, os dados do Instituto Americano do petróleo revelam uma queda nos stocks de petróleo bruto, a semana passada em 3,2 milhões de barris, a quinta queda consecutiva. Mas os investidores aguardam dados oficiais.

O Banco Mundial também reviu em alta a sua previsão de crescimento para a China em 2024 e 2025, mas alertou que a fraca confiança e os desafios no setor imobiliário continuarão a pesar sobre a economia. Noutros países há indicações de que as principais empresas energéticas europeias estão a dar prioridade ao petróleo e ao gás em detrimento das energias renováveis para obter lucros a curto prazo – uma tendência que deverá persistir até 2025.

Mas, em termos anuais, o petróleo está no caminho para um declínio de quase 3%, com os preços praticamente estagnados desde meados outubro.

O dólar forte tem pesado sobre os preços, impedindo ganhos mais expressivos. Este trimestre a moeda valorizou 7% e permanece em máximos de quase dois anos face aos principais pares, depois de a Reserva Federal ter sinalizado que vai abrandar o ritmo de descida das taxas de juro em 2025. O dólar mais forte torna o crude mais caros para os detentores de outras moedas

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Sindicato anuncia “greve total” na operação do Metro do Porto na passagem de ano

  • Lusa
  • 27 Dezembro 2024

A paralisação terá também efeitos nos dias 30 de dezembro e 2 de janeiro, já que os trabalhadores representados pelo SMAQ estarão em greve "à prestação de trabalho suplementar".

O Sindicato dos Maquinistas anunciou esta sexta-feira uma “greve total” na operação da Metro do Porto nos dias 31 de dezembro e 01 de janeiro, exigindo o pagamento do prémio anual, ainda não efetuado, ao operador ViaPorto, do grupo Barraqueiro.

De acordo com uma nota de imprensa do Sindicato dos Maquinistas (SMAQ) enviada à Lusa, a paralisação terá também efeitos nos dias 30 de dezembro e 02 de janeiro, já que os trabalhadores representados pelo SMAQ estarão em greve “à prestação de trabalho suplementar, incluindo o trabalho em dia de descanso semanal, nos termos do AE [Acordo de Empresa] SMAQ/ViaPorto e do Código do Trabalho”.

Já nos dias 31 de dezembro e 1 de janeiro, marcados pela habitual afluência de público ao centro do Porto para a passagem de ano, e em que normalmente o metro funciona durante toda a noite, “os trabalhadores representados pelo SMAQ encontram-se em greve a prestação de todo e qualquer trabalho”.

“Os trabalhadores que a 30 de dezembro de 2024 tenham previsto um período normal de trabalho que ultrapasse as 00:00 do dia 31 de dezembro de 2024, encontram-se em greve desde a hora prevista do início do seu período normal de trabalho até ao seu termo”, e os que “a 01 de janeiro de 2025 tenham previsto um período normal de trabalho que ultrapasse as 00:00 do dia 02 de janeiro de 2025”, estão em greve também até ao fim do seu turno.

Contactado pela Lusa, o dirigente sindical do SMAQ Hélder Silva, afeto à Metro do Porto, diz que os motivos para a greve são os mesmos que levaram à paralisação que decorreu entre 17 e 22 de dezembro. Em causa está “a falta de cumprimento do AE por parte da empresa”, no caso a ViaPorto, do Grupo Barraqueiro, que opera o Metro do Porto, relativamente ao pagamento de um prémio anual.

“Nós temos uma cláusula que obriga ao pagamento de um prémio anual de desempenho que tem a ver com o desempenho dos trabalhadores no seu dia a dia e a sua avaliação, e a empresa alegou prejuízos e não efetuou ainda o pagamento desse prémio”, disse Hélder Silva à Lusa em 16 de dezembro.

O dirigente sindical referiu ainda que foi dada “uma margem de tolerância de meio ano para a empresa pagar o prémio”, referente a 2023, algo que, segundo o SMAQ, ainda não aconteceu.

No comunicado, o SMAQ reivindica ainda a “melhoria das condições de trabalho reivindicadas pelos trabalhadores da Viaporto, Lda. integrados nas carreiras de condução, no que respeita às viagens sem serviço”, o cumprimento integral do Acordo de Empresa e a regularização dos descansos compensatórios.

Já a ViaPorto, contactada pela Lusa, remeteu para uma nota interna divulgada aquando da primeira greve, referindo que o SMAQ ignora “a realidade da empresa” ao convocar greves.

“Ignorando a realidade da empresa, assim como a existência – ou não – de condições para pagamento do Prémio Anual de Desempenho, o SMAQ decidiu desencadear um processo de luta, cujo enquadramento não respeita os compromissos assumidos no Acordo de Empresa em vigor”, pode ler-se numa comunicação interna a que a Lusa teve acesso em 18 de dezembro.

Na comunicação interna da empresa, a ViaPorto diz ter tido “o expresso cuidado de informar o sindicato que, atualmente, a situação financeira da ViaPorto está desequilibrada, em resultado de a mesma estar a aguardar o desfecho dos processos de reposição do equilíbrio financeiro que dependem da Metro do Porto SA e do Estado Português”.

Fonte da empresa que opera o Metro do Porto ao abrigo de uma subconcessão referiu nada ter a acrescentar face à comunicação interna divulgada anteriormente.

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Tesouro está a contratar 20 licenciados para os quadros em nova plataforma do emprego público

A oferta salarial começa nos 1.385,99 euros para o cargo de técnico de arquivo e nos 1.438,62 euros para especialista em orçamento e finanças. As candidaturas estão abertas até 27 de janeiro de 2025.

A Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF) está a contratar 20 licenciados para os seus quadros, segundo quatro avisos publicados esta sexta-feira em Diário da República. A oferta salarial começa nos 1.385,99 euros mensais brutos para o cargo de técnico de arquivo e nos 1.438,62 euros para especialista em orçamento e finanças. As candidaturas estão abertas até 27 de janeiro de 2025 e podem concorrer não só funcionários públicos, mas também trabalhadores do setor privado. Os selecionados terão direito a um contrato de trabalho em funções públicas por tempo indeterminado.

Este é o primeiro procedimento concursal comum a decorrer na nova plataforma online que vai substituir o site da Bolsa do Emprego Público (BEP), e que permitirá que todo o processo seja desmaterializado. No final de 2023, o anterior Governo de António Costa já tinha estreado este método com o lançamento do primeiro procedimento concursal centralizado para a constituição de uma reserva de cerca de mil técnicos superiores para a Administração Pública.

Agora, as Finanças voltam a testar este piloto com o primeiro concurso para a DGTF. O Tesouro quer recrutar dois trabalhadores para integrarem a carreira geral de técnico superior do mapa de pessoal da Direção-Geral do Tesouro e Finanças, na área de arquivo. Com uma oferta salarial inicial de 1.385,99 euros mensais brutos, estes dois funcionários vão exercer funções “na área de atividade de arquivo”, na direção de serviços jurídicos e de coordenação da divisão de gestão de recursos, de acordo com o respetivo aviso. Os candidatos devem possuir uma licenciatura em Ciências da Comunicação e Informação.

A entidade, liderada por Maria João Araújo, também está a contratar cinco técnicos superiores especialistas em orçamento e finanças públicas que vão exercer funções na área de apoios financeiros do Estado, designadamente garantias, empréstimos e outras operações ativas; conceção de subsídios, indemnizações compensatórias, bonificações de juros e outros apoios financeiros; e apoio técnico em matéria de instrumentos financeiros no âmbito das relações bilaterais, europeias e multilaterais, de acordo com a descrição da oferta do posto de trabalho.

O Tesouro oferece um ordenado inicial de 1.438,62 euros mensais ilíquidos, isto é, antes dos descontos para a Segurança Social e da retenção na fonte em sede de IRS. E exige uma licenciatura nas seguintes áreas: “Economia, Finanças, Banca e Seguros; Contabilidade e Fiscalidade; Economia e Finanças, Ciências Económicas e Empresariais; Economia e Finanças; Economia e Gestão; Economia e Gestão Aplicadas; Administração e Finanças; Ciências Económicas e Financeiras; Finanças; Auditoria e Fiscalidade; Contabilidade; Contabilidade e Administração; Contabilidade e Administração Pública; Contabilidade e Auditoria; Contabilidade e Finanças; Contabilidade e Gestão Financeira; Gestão, Gestão de Empresas; Ciência de Dados para a Gestão, Ciências empresariais; e Gestão e Administração Pública”.

Há ainda vagas para preenchimento de seis postos de trabalho na modalidade de contrato de trabalho em funções públicas por tempo indeterminado na categoria de técnico superior especialista em orçamento e finanças públicas do Ministério das Finanças, do mapa de pessoal da Direção-Geral do Tesouro e Finanças, na área jurídica, segundo do aviso. A oferta salarial também corresponde à primeira posição remuneratória daquela carreira: 1.438,62 euros brutos por mês. Os interessados devem ser licenciados em Direito.

Por fim, o Tesouro quer integrar sete especialistas em orçamento e finanças públicas do Ministério das Finanças para exercer funções na área das participações do Estado, “designadamente, prestar assessoria técnica, elaborar estudos, acompanhar o setor empresarial do Estado, em particular nas matérias relacionadas com o exercício da função acionista do Estado, com enfoque na gestão financeira e no acompanhamento das empresas públicas, garantindo a sua eficiência e sustentabilidade financeira”, de acordo com a oferta do emprego. O vencimento também começa nos 1.438,62 euros brutos mensais.

Os concorrentes devem ser titulares de uma licenciatura em “Economia, Finanças, Banca e Seguros; Contabilidade e Fiscalidade; Economia e Finanças, Ciências Económicas e Empresariais; Economia e Finanças; Economia e Gestão; Economia e Gestão Aplicadas; Administração e Finanças; Ciências Económicas e Financeiras; Finanças; Auditoria e Fiscalidade; Contabilidade; Contabilidade e Administração; Contabilidade e Administração Pública; Contabilidade e Auditoria; Contabilidade e Finanças; Contabilidade e Gestão Financeira; Gestão, Gestão de Empresas; Ciência de Dados para a Gestão, Ciências empresariais; e Gestão e Administração Pública”, segundo o mesmo aviso.

O objetivo do Governo é passar todos os procedimentos concursais para a nova plataforma, que permitirá aos interessados candidatar-se totalmente online, bastando apenas fazer registo e depois log in. Se tudo correr como planeado, o site do BEP será desativado até a final de 2025, sendo substituído pelo novo sítio da Internet.

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“É muito urgente conhecer resultados da auditoria ao SNS24”, diz diretor executivo do SNS

  • Lusa
  • 27 Dezembro 2024

Ana Paula Martins disse que estava em curso uma auditoria interna para aferir o que correu mal, como no caso ocorrido em Torres Vedras de uma criança encaminhada para uma urgência que estava fechada.

O diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde disse esta sexta-feira ser “muito urgente” conhecer os resultados da auditoria à Linha SNS24 para corrigir situações de demora no atendimento ou encaminhamento errado dos utentes. “É muito urgente saber o que se passou para resolver, para não se repetir”, afirmou António Gandra de Almeida, em declarações aos jornalistas, prometendo que as auditorias serão rápidas.

Na quinta-feira, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, disse estar em curso uma auditoria interna para aferir o que correu mal, nomeadamente num caso ocorrido em Torres Vedras de uma criança encaminhada para uma urgência que estava fechada, divulgado pela SIC, ou de queixas de utentes em Loures, divulgados pela RTP, de que na manhã de quinta tinham estado uma hora a ligar para a linha SNS24 sem sucesso.

Hoje em Baião, no distrito do Porto, onde inaugurou as obras realizadas na extensão de Saúde de Santa Marinha do Zêzere, o diretor executivo do SNS, referindo-se àqueles casos, admitiu que “algo correu mal”, frisando ser necessário “encontrar a solução para que não se repitam”.

“Para isso, precisamos da conclusão do que se passou”, acentuou, indicando não ter ainda conhecimento dos resultados da auditoria interna anunciada pela ministra. “É claro que estamos a procurar saber o que correu menos bem para corrigir e melhorar o que existe”, reafirmou, lamentando os episódios noticiados pelos órgãos de comunicação social.

“É de lamentar que tenha acontecido. Foi uma infeliz circunstância que aconteceu”, comentou, considerando que se tratou de “um caso esporádico, tendo em conta as dezenas de milhares de chamadas que o SNS24 atende”.

“Estamos em contacto com as ULS (unidades locais de saúde) e com o SNS24 para tentar que estes percalços não aconteçam”, insistiu, referindo que, nesta altura do ano, com as infeções respiratórias, é normal haver picos na afluência aos serviços de saúde.

“Nós tentamos sempre reforçar os meios existentes, nomeadamente a linha, com as pessoas que encontramos, às quais é preciso dar formação, o que leva o seu tempo, e dar capacidade de resposta. Os picos são sempre uma situação muito difícil. As situações de exceção hão de existir sempre, temos é que minimizar o impacto das mesmas”, defendeu.

António Gandra da Almeida referiu que este ano, ao nível da resposta nos serviços de urgência, tem havido “uma resposta mais robusta do que em períodos interiores”, mas admitiu haver ainda “um caminho a andar”.

“Gostaríamos de continuar a fazer este caminho, de continuar a capacitar o SNS de uma resposta eficaz e robusta à população”, concluiu.

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Luís Montenegro continua a liderar exposição mediática em novembro

  • + M
  • 27 Dezembro 2024

André Ventura e Marcelo Rebelo de Sousa foram as outras personalidades que mais apareceram na televisão em novembro. Pedro Nuno Santos caiu para o quarto lugar, depois de ter sido segundo em outubro.

Luís Montenegro voltou a ser a pessoa com maior exposição mediática no mês de novembro, mantendo uma posição de liderança que tem vindo a ser renovada há vários meses. No décimo primeiro mês do ano, o primeiro-ministro protagonizou 147 notícias num total de 7 horas e 5 minutos de duração, o que representa, no entanto, uma diminuição significativa face aos números registados em outubro (247 notícias com 12 horas e 55 minutos de duração).

Na segunda posição aparece André Ventura, presidente do Chega, depois de protagonizar 122 notícias de 5 horas e 35 minutos de duração nos telejornais dos quatro canais generalistas em sinal aberto, enquanto Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República, foi terceiro, com 130 notícias de 5 horas e 11 minutos de duração.

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos — que foi segundo no ranking de setembro — caiu para a quarta posição, depois de intervir na primeira pessoa em 100 notícias de 4 horas e 23 minutos de duração, seguido por Ana Paula Martins, ministra da Saúde, que protagonizou 85 notícias com 3 horas e 40 minutos de duração. Os dados são do serviço Telenews, da MediaMonitor (Grupo Marktest).

Na lista dos 10 nomes que mais figuraram nas notícias em outubro segue-se Mariana Mortágua, coordenadora do Bloco de Esquerda (3 horas e 17 minutos), Rui Rocha, presidente da Iniciativa Liberal (3 horas e 9 minutos), Hugo Soares, secretário-geral do PSD (2 horas e 26 minutos), Rúben Amorim, ex-treinador do Sporting Clube de Portugal (2 horas e 10 minutos), e Inês Sousa Real, líder do PAN (2 horas e 3 minutos).

A análise foi feita, de acordo com dados da Telenews, aos principais noticiários dos canais generalistas e excluiu programas, debates ou entrevistas. A contabilização do tempo refere-se ao tempo total de duração da notícia em causa.

Também segundo a Marktest, durante o mês de novembro, os três principais canais da televisão portuguesa — RTP1, SIC e TVI — emitiram 226 horas de informação regular, numa quebra mensal de 6% e homóloga de 12,4%.

No décimo primeiro mês do ano foram emitidas 6.174 notícias, menos 3,7% face ao mês anterior e menos 10,2% em relação a novembro de 2023. A duração média das notícias emitidas foi de 2 minutos e 12 segundos, menos 3 segundos do que o registado em outubro.

A RTP1 voltou a ser a estação que emitiu mais notícias, com 2.400 matérias, bem como a que dedicou mais tempo em grelha à informação regular, com 86 horas de duração.

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Liga Portugal #16: Rui Borges no Sporting e mais dérbis para terminar 2024

2024 vai terminar com um último dérbi de Lisboa: Sporting x Benfica no dia 29 de dezembro às 20h30 no Estádio de Alvalade. mas não o único de interesse. Primeiro, ainda haverá um dérbi portuense.

Está tudo a pensar no mesmo. 2024 vai terminar com um último dérbi de Lisboa: Sporting x Benfica no dia 29 de dezembro às 20h30 no Estádio de Alvalade e a contar para a jornada 16 da Primeira Liga. Há um ingrediente que ainda torna as coisas mais interessantes. João Pereira foi demitido e vai ser o jogo de estreia do novo treinador dos leões, Rui Borges, que vinha a fazer um grande trabalho ao serviço do Vitória SC. Neste momento, o Benfica é líder com 38 pontos (um ponto de avanço do Sporting), mas tudo pode mudar. Tudo pode acontecer. É o jogo cabeça-de-cartaz, mas não o único de interesse. Primeiro, ainda vai haver um dérbi entre FC Porto e Boavista, no dia 28 de dezembro (sábado às 20h30) no Estádio do Dragão.

Quanto aos principais destaques da última jornada, o FC Porto “vingou-se” e quebrou a invencibilidade do Moreirense em casa; o Braga venceu em casa do Santa Clara e subiu ao quarto lugar; o Sporting empatou 0-0 com o Gil Vicente em Barcelos e o Benfica bateu o Estoril-Praia por 3-0 agarrando a liderança da Primeira Liga; o Vitória SC de ainda Rui Borges deu a reviravolta ao Nacional (2-1), mas sofreu golo nos descontos e terminou empatado (2-2).

Sporting x Benfica: O último dérbi de 2024

Passar de João Pereira para Rui Borges

João Pereira foi demitido e Rui Borges é oficialmente o novo treinador do Sporting. Isso muda tudo. Os últimos tempos não foram agradáveis ao Leão, seja pela onda de lesões, as críticas às arbitragens e os resultados negativos, onde a relação adeptos-equipa sofreu e sentiu-se também a intranquilidade e ansiedade dos jogadores. Frederico Varandas decidiu cortar o mal pela raiz, lamentar o “presente envenenado” e dar uma oportunidade a Rui Borges, que apenas se estreou a temporada passada na Primeira Liga. Fez um excelente trabalho pelo Moreirense e levava um excelente trabalho no Vitória SC.

Rui Borges é um treinador que se destaca pela liderança e relação com os jogadores no qual, a nível tático, tem oscilado entre o 4-3-3 e o 4-2-3-1, tendo também já apresentado o 4-4-2 esta temporada. O cenário mais provável é então haver mudança, pois o Sporting utiliza uma base de 3-4-3 e Rui Borges prefere jogar com uma linha de quatro e três médios (recordar que já jogou com dois em 4-4-2). Face a maré de lesões no Sporting, será difícil jogar com três médios, a não ser que vá à formação. Na conferência de apresentação, o técnico disse também ser um treinador «que arranja soluções» e que «não está para lamentar». Taticamente há assim muita curiosidade.

No dia 29 de dezembro, o Sporting vai enfrentar o Benfica em Alvalade e, apesar de ser um momento complicado para Rui Borges entrar por vários motivos e ter agora um jogo de estreia de maior exigência, o técnico até fica numa situação favorável: se ganhar o dérbi, restaura a fé dos adeptos e pode ser visto como um herói acabado de chegar; se perder, tem desculpa porque de facto só teve três dias para treinar. Para Bruno Lage, a mudança de treinador antes do dérbi não deve ser a melhor notícia a nível de preparação de jogo, pois há naturalmente maior imprevisibilidade sobre como jogará o Sporting de Rui Borges, seja em estilo de jogo, seja em 11 inicial e outras dinâmicas.

E como anda o Benfica?

Olhando ao outro lado da 2.ª Circular, o Benfica passou o Natal na liderança da Primeira Liga e isso tem a sua parte: dá maior confiança aos adeptos, a Bruno Lage e à equipa para ir lutar em Alvalade. Ao mesmo tempo que a imprevisibilidade tática do Sporting de Rui Borges é um ponto que pode afetar Bruno Lage na preparação e no jogo, o facto do Benfica de Bruno Lage ser um projeto com bem mais tempo pode beneficiar as águias, pois os jogadores estão mais interiorizados com as dinâmicas do treinador e devem saber o que têm de fazer. Os detalhes contam muito.

No geral, os resultados do Benfica têm sido positivos (fora os empates com o AVS SAD e com o Bolonha há pouco tempo): 8 vitórias, 2 empates e uma derrota desde novembro. Ainda assim, continua sem jogar um futebol brilhante. Nesse período, houve exibições irrepreensíveis, frente ao FC Porto (4-1 na Luz) e Estrela Amadora (7-0) por exemplo, mas também houve vitórias de maior dificuldade. É hábito dominarem a posse de bola, mas nem sempre mostraram capacidade de encontrar soluções e de forma criativa em ataque posicional. Destacar o trabalho recente de Ángel Di María e o bom funcionamento do corredor direito.

FC Porto x Boavista: Um Xeque-Mate para terminar 2024?

O FC Porto pode vir a ter um ótimo fim-de-semana: vencer o dérbi com o Boavista (antepenúltimo classificado) diante dos seus adeptos no Estádio do Dragão e isolar-se provisoriamente na liderança da Primeira Liga. No dia seguinte, em caso de empate no Sporting x Benfica, acabará o ano de 2024 no primeiro lugar e isso é mais um choque de motivação para Vítor Bruno, equipa técnica e jogadores. Ainda há muita margem de progressão no futebol dos dragões, mas vê-se que Vítor Bruno está a tentar soluções e as vitórias têm aparecido.

O maior destaque do triunfo frente ao Moreirense, além de apagar fantasmas do passado, foi Rodrigo Mora, que marcou, assistiu e recebeu o prémio de melhor jogador em campo. Se, nos últimos tempos, faltou por vezes capacidade criativa no processo ofensivo do FC Porto, o jovem de 17 anos pode ser uma solução para ajudar nisso. Além disso, tem uma ótima relação com Samu Aghehowa fora e dentro de campo. Estaremos diante do nascer de uma grande dupla no FC Porto? Será interessante também perceber se Vítor Bruno vai manter Wenderson Galeno a lateral-esquerdo (três jogos seguidos).

Quanto ao Boavista, a turma de Cristiano Bacci atravessa uma fase muito complicada: antepenúltimo lugar (16.º) com 12 pontos e apenas duas vitórias em 16 jogos, incluindo também com a eliminação da Taça de Portugal pelo Varzim. O Boavista já viveu sem dúvida melhores dias, mas também pode olhar para esta deslocação ao Dragão e por ser um dérbi como uma oportunidade para deixar uma boa imagem e sinais de alguma esperança para um melhor 2025. O encontro está marcado para as 20h30 deste próximo sábado.

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