Empregados da antiga Moviflor recuperam 70%. Estado e banca perdem 58 milhões

Ao fim de uma década, os quase 1.300 ex-trabalhadores começam a receber parte dos créditos. Finanças e cinco bancos ficam a arder com 58 milhões na insolvência "fortuita" da cadeia de mobiliário.

Dez anos depois de ser declarada a insolvência da antiga Moviflor e de a assembleia de credores ter então votado por unanimidade a liquidação da histórica cadeia de lojas de mobiliário portuguesa, fundada em 1971 por Catarina Remígio, os 1.278 antigos trabalhadores só agora começam a reaver perto de 70% dos 14,5 milhões de euros de créditos reconhecidos no âmbito deste processo.

A sentença de verificação e graduação dos créditos, sobre como devem ser pagos aos credores, foi proferida pelo Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa, mas dois antigos funcionários recorreram. Nos últimos dias foi pago o rateio parcial no valor de 7,78 milhões de euros (descontado do que tinha sido adiantado pelo Fundo de Garantia Salarial), ficando pendente a distribuição de mais cerca de dois milhões de euros.

Carlos Inácio, administrador de insolvência da Albará SA, antes designada de Moviflor – Comércio de Mobiliário, contabiliza ao ECO que o total da receita angariada pela massa insolvente ascendeu a 10,374 milhões de euros, em termos líquidos. Um quarto do montante está ainda retido, a aguardar o despacho do Tribunal da Relação, sendo que a estes 2,6 milhões terão de ser deduzidas as custas e despesas do processo “num valor ainda não apurado”.

Certo é que apenas os trabalhadores vão recuperar parte do dinheiro. Foram reconhecidos créditos totais de 134,9 milhões de euros numa lista com centenas de outras entidades.

Individualmente, as Finanças surgem como a maior credora (24,6 milhões); em conjunto, as perdas da banca ascendem a 33,3 milhões: Banif (11,6 milhões), BCP (10,2 milhões), Novobanco (8,3 milhões), Banco BIC (1,7 milhões) e Banco Popular (1,5 milhões).

Com a liquidação já encerrada, Carlos Inácio, que assumiu o processo em maio de 2022 depois da morte do anterior administrador judicial, Pedro Ortins de Bettencourt, refere que a conhecida loja no Porto, virada à rotunda AEP, era o principal ativo. Foi vendida em leilão por 8 milhões de euros à Kinda Home – entretanto, a empresa do grupo Nuvi, controlado por Luís Vicente, já fechou o espaço renovado em que investiu 20 milhões para abrir em 2018 – e os restantes bens, sobretudo peças de mobiliário e outras mercadorias, renderam 2,36 milhões adicionais.

a marca e o logótipo acabaram por ser comprados logo em 2015 pelo empresário aveirense José Manuel Reis, dono dos Armazéns Reis, que relançou o negócio. O líder do grupo de materiais de construção e bricolage, iniciado há 35 anos com o pai José, disse na altura ter pagado 10 mil euros num leilão. Atualmente, a nova Moviflor conta com lojas em Aveiro, Coimbra, Viseu e Évora, e vende através do canal online no resto do território nacional.

Uma das lojas principais, na baixa de Luanda, já tinha fechado e o armazém estava vazio. Fiz uma exposição à comissão de credores e ao tribunal, a dizer que [face ao] custo-benefício não seria de se avançar com nada.

Carlos Inácio

Administrador judicial da Albará S.A. (antiga Moviflor - Comércio de Mobiliário)

Questionado sobre o período de dez anos até ao encerramento deste processo, o administrador de insolvência elogia o “trabalho hercúleo” da juíza num dossiê “muito complexo” também pela profusão de credores envolvidos. Salienta que “cada caso é um caso” e “às vezes as coisas não são tão simples quanto parecem”. Por exemplo, quando pegou no processo da antiga Moviflor, estava ainda em aberto o “tema de Angola”, que “foi o que fez atrasar mais”.

“Havia lá uns possíveis interesses da Moviflor. Quando fui ver in loco já estava mesmo desativado, não havia nada. Uma das lojas principais, na baixa de Luanda, já tinha fechado e o armazém estava vazio e não tinha lá ninguém. Fiz uma exposição à comissão de credores e ao tribunal, a dizer que [face ao] custo-benefício não seria de se avançar com nada, pela não atividade da mesma”, relata Carlos Inácio.

Tribunal recusa “gestão danosa”

Em 2013, pouco antes de falir com estrondo, a antiga Moviflor, que chegou a empregar 1.400 pessoas, reportou um prejuízo de 18,7 milhões de euros e uma faturação a rondar 31 milhões. Na reta final desse ano, numa altura em que as dívidas já atingiam os 150 milhões de euros, a administração ainda conseguiu que 80% dos credores aprovassem um Processo Especial de Revitalização (PER) que previa 320 despedimentos, o fecho de várias lojas, a renegociação dos prazos de pagamento e uma injeção de capital. Esse plano, porém, nunca foi cumprido.

Ao avançar com o pedido de insolvência da empresa lisboeta, uma ex-trabalhadora denunciou ao tribunal suspeitas de “dissipação de património”, o que levou à nomeação provisória de um administrador judicial. Pedro Ortins de Bettencourt chegou a descrever na proposta de liquidação e encerramento da atividade a forma como Catarina Remígio transferiu stocks para a IFC International Furniture Company – “uma empresa detida pelo companheiro de há vários anos da administradora da insolvente, com a qual partilha[va] residência”.

Ex-trabalhadores da Moviflor protestaram em frente à antiga loja na BobadelaPedro Nunes/LUSA 15 novembro, 2014

Essas peças acabaram vendidas a preço de custo e ainda com as etiquetas originais na loja da Bobadela, que reabriu como Outlet de Móveis. Após ser nomeado pelo tribunal, o então administrador de insolvência mandou colocar cadeados e segurança nas lojas. Sem, no entanto, conseguir reaver o material que tinha sido removido. Calculou que este stock foi vendido a 20% do valor de inventário, calculando no processo um desvio no valor global a rondar 1,9 milhões de euros.

Ao que o ECO apurou junto de fonte judicial, apesar destes indícios de gestão danosa e das alegações sobre o desvio milionário de móveis e de outros materiais no derradeiro episódio de uma história marcada por dificuldades financeiras, despedimentos e salários em atraso, no processo movido contra os gestores da antiga Moviflor, o Juízo Central e Criminal de Lisboa declarou a insolvência como “fortuita”, num acórdão com data de 18 de abril de 2024.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

A “Missão de Natal da Amazónia” estará aberta ao público de 19 de dezembro a 4 de janeiro

  • Servimedia
  • 18 Dezembro 2024

A Amazon apresentou o seu “plano perfeito” para desfrutar desta época festiva no coração de Madrid, a “Missão de Natal da Amazon”.

A empresa destacou que aqueles que visitarem a ‘Amazon Misión Navideña’ poderão descobrir “coisas sobre a Amazon que talvez não soubessem em duas ‘escape rooms’ temáticas, descobrir os brinquedos que serão tendência neste Natal e que fazem parte do Top 10 Jogos da ‘Amazon. es’, encontrar ideias de presentes num showroom aéreo, imortalizar as suas memórias de Natal, participar em diferentes atividades nas quais podem ganhar prémios e descobrir os novos produtos que a Amazon oferece neste Natal, como o Rufus, o seu novo assistente de compras virtual, as estreias Prime Video, os novos Amazon Music Originals ou desfrutar de um presente de Natal da Amazon Fresh, o serviço de supermercado online da Amazon”.

Para dar início a este plano de Natal, a Amazon contou com a presença da atriz e modelo Rosanna Zanetti, que inaugurou o espaço juntamente com Ana Costi, diretora da Amazon Prime para a Europa.

“Para mim, é um verdadeiro prazer dar as boas-vindas ao Natal com a Amazon. A Missão Natal da Amazon é um plano incrível para desfrutar do Natal com a nossa família e amigos e inspirarmo-nos para encontrar o presente perfeito graças às surpresas deste espaço”, disse Rosanna Zanetti na apresentação.

Ana Costi, Diretora da Amazon Prime Europe, acrescentou: “Na Amazon, queremos facilitar a vida aos nossos clientes, especialmente em alturas como esta, em que o mais importante é partilhar tempo de qualidade com os nossos entes queridos. Graças à facilidade de compra na Amazon, os nossos clientes podem fazer as suas compras de Natal rapidamente e sem complicações, e aproveitar o seu tempo livre com a família e amigos, em planos como a “Missão Natal da Amazon”, que estará aberta ao público até 4 de janeiro”.

A principal atração da ‘Amazon Mission Christmas’ são as duas ‘escape rooms’ cujo objetivo é que os visitantes se divirtam enquanto descobrem coisas sobre a Amazon. A empresa indicou que foi criado “para ser desfrutado em família e é recomendado para maiores de 5 anos” e que desafiará os seus participantes a encontrar, graças à ajuda da Alexa, as chaves necessárias para viajar “para um mundo mágico onde o Natal e os brinquedos são os protagonistas”.

Também destacou que os participantes poderão desfrutar do ‘Natal no centro logístico’, recomendado para maiores de 16 anos, onde aprenderão como é trabalhar num centro logístico da Amazon “demonstrando as suas habilidades e engenhosidade, bem como a sua capacidade de trabalhar em equipa e completar a missão”.

A “Amazon Misión Navideña” estará aberta ao público no centro de Madrid (Espacio Rastro Madrid – Calle de San Cayetano, 5) de quinta-feira, 19 de dezembro, a sábado, 4 de janeiro, das 10h30 às 13h30 e das 16h00 às 21h00, exceto nos dias 24 e 31 de dezembro, em que estará aberta das 10h30 às 13h30, e nos dias 25 de dezembro e 1 de janeiro, em que estará encerrada. A entrada é gratuita, mas é necessário registar-se e reservar uma data e hora em “www.misionnavidena.com”.

A empresa recordou que a “Tienda de Navidad” da Amazon tem uma vasta seleção de produtos e que, até 22 de dezembro, os clientes da Amazon podem aproveitar as ofertas de última hora que podem ser encontradas em “amazon.es/deals”.

Para simplificar ainda mais as compras de Natal, a Amazon acrescentou uma etiqueta “Will Arrive Before Christmas” nas páginas de pormenor de alguns produtos, permitindo aos clientes identificar facilmente aqueles que chegarão a tempo. Além disso, os artigos comprados entre 1 de novembro e 6 de janeiro podem ser devolvidos até 6 de fevereiro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Estes capacetes cirúrgicos são portugueses e usam inteligência artificial

  • Conteúdo Patrocinado
  • 18 Dezembro 2024

Desenvolvidos pelo 4LifeLAB, estes capacetes inovadores prometem transformar a medicina através da inteligência artificial e do 5G.

A ideia de criar um capacete médico nasceu em plena pandemia, com o objetivo de proporcionar proteção individual, conforto e segurança aos profissionais de saúde, mantendo o rosto destapado. Desenvolvidos pelo 4LifeLAB, um laboratório que pretende posicionar Portugal nas cadeias de valor globais do setor da saúde, estes equipamentos prometem evoluir tecnologicamente, incorporando funcionalidades inovadoras.

Apresentados durante o evento organizado pela NOS para celebrar o terceiro aniversário do 5G, os capacetes cirúrgicos destacam-se como um projeto ambicioso, que utiliza a quinta geração móvel para impulsionar a digitalização da medicina. Inicialmente concebidos como equipamentos de proteção individual para ambientes com agentes infeciosos de alto risco, estes capacetes foram desenhados para oferecer ventilação adequada em blocos operatórios ou unidades de cuidados intensivos.

Bernardo Nunes, da 4LifeLAB

Com a evolução do projeto, os capacetes passaram a integrar soluções tecnológicas avançadas, como câmaras para transmissão de vídeo e áudio em tempo real, realidade aumentada e virtual para formação imersiva e simulação cirúrgica, e inteligência artificial com machine learning para apoiar decisões clínicas. Estas funcionalidades tornam possível, por exemplo, a realização de intervenções remotas ou o suporte em situações críticas, elevando a eficiência e a segurança dos procedimentos médicos.

De acordo com Bernardo Nunes, da 4LifeLAB, “com o recurso ao 5G e a uma câmara integrada, conseguimos fazer a transmissão de imagens para situações de educação, simulação ou apoio à tomada de decisão”.

O desenvolvimento destes capacetes insere-se na agenda HfPT, que visa consolidar Portugal como um hub global de inovação em saúde. Esta agenda abrange quatro áreas principais:

1. Desenvolvimento de soluções smart health no segmento medtech digital;

2. Criação de um repositório nacional inteligente de dados de saúde de referência internacional;

3. Capacitação e crescimento do segmento de estudos clínicos em Portugal;

4. Criação de soluções que maximizem o potencial do ecossistema de recolha e benchmark de dados clínicos e custos associados à prestação de cuidados de saúde.

Com 88 copromotores, entre os quais a NOS, a HfPT concentra os recursos necessários para lançar 99 novos produtos no mercado, contribuindo para a sofisticação e expansão do setor da saúde em Portugal.

Até ao momento, já foram realizadas quatro campanhas de testes em ambiente real, simulando cirurgias, e estão em desenvolvimento as pré-séries para testes e certificação.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Montenegro defende Miguel Albuquerque. Governo regional estava “no bom caminho”

O primeiro-ministro aponta baterias à "aliança estratégica" do PS e do Chega que fez cair o Governo de Miguel Albuquerque na Madeira.

Luís Montenegro saiu esta terça-feira em defesa do Miguel Albuquerque, argumentando que o Governo regional estava no “bom caminho”.

No jantar de Natal do grupo parlamentar do PSD, no refeitório dos frades na Assembleia da República, o primeiro-ministro criticou a existência de uma “aliança estratégica” entre o PS e o Chega, que já não se limita à Assembleia da República, tendo já “contagiado outros espaços da democracia“, aludindo à aprovação da moção de censura pelo parlamento da Madeira que fez cair o Governo de Miguel Albuquerque.

Hoje é um dia em que o PS e o Chega se juntaram para derrubar um governo da AD, que foi eleito e reeleito nos últimos 12 meses. Um governo que – são os madeirenses que o dizem – está a governar no bom caminho. E está. Tem uma situação económica boa e uma situação financeira muito boa, excedentária mesmo“, afirmou Luís Montenegro.

“Aconteceu alguma coisa desde a última vez que os madeirenses foram às urnas a última vez? Aconteceu alguma justificação plausível que não apenas argumentos de lana-caprina para deitar abaixo um governo, legitimado, independentemente de se gostar mais ou menos de quem lidera esse governo? Isto não é uma questão de gosto é uma questão de respeito pela vontade do povo”, disse também o primeiro-ministro.

Segundo Luís Montenegro, o PS e o Chega estabeleceram “na primeira oportunidade” uma aliança onde conduzem “estratégias que julgam comuns e benéficas para ambos, muitas vezes invadindo a esfera do poder executivo“.

O líder do Governo e do PSD avançou que “ainda não teve oportunidade de conversar” com o presidente do PSD Madeira, algo que fará “serenamente nos próximos dias” para fazer uma “avaliação política da situação“.

“Mas há uma coisa que não quero deixar de dizer: o Partido Socialista e o Chega não estão a atender aos interesses das pessoas e a respeitar a vontade legitimamente sufragada das eleições e com isso estão a contribuir, ao contrário daquilo que dizem, para enfraquecer a democracia”, atirou ainda.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

ERSE aprova descida de tarifas na mobilidade elétrica de 37,1% e 61,7%

  • Lusa
  • 17 Dezembro 2024

As reduções significativas – de 37,1% e 61,7% – devem-se, sobretudo, “ao aumento do número de carregamentos previstos para 2025”.

A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) desceu as tarifas aplicadas aos comercializadores de eletricidade para mobilidade elétrica e aos operadores de pontos de carregamento em 37,1%, tendo os detentores de pontos de carregamento uma redução de 61,7%.

Num comunicado, a Mobi.E, Entidade Gestora da rede de Mobilidade Elétrica (EGME) disse que, a partir de 1 de janeiro, a tarifa aplicável aos Comercializadores de Eletricidade para a Mobilidade Elétrica (CEME) e aos Operadores de Pontos de carregamento (OPC), vai baixar 37,1%. Já os valores a aplicar aos Detentores de Pontos de Carregamento (DPC) “serão reduzidos de forma ainda mais acentuada”, em 61,7%.

A decisão foi anunciada esta segunda-feira pela ERSE. De acordo com o comunicado, no próximo ano, “a tarifa EGME a suportar, tanto por CEMEs como OPCs por cada carregamento efetuado na rede nacional de carregamento será de 0,1572 euros, quando, em 2024, o valor era de 0,2499 euros”. Já no caso dos DPCs, “aos quais é aplicada atualmente uma tarifa diária de 0,0423 euros, diminuirá para 0,0162 euros”.

De acordo com a ERSE, estas reduções significativas devem-se, sobretudo, “ao aumento do número de carregamentos previstos para 2025” e a uma evolução controlada dos custos da EGME, indicou. Ainda segundo a ERSE, indicou a Mobi.E, “o impacto no custo de carregamento das tarifas EGME em 2025, para um carregamento médio de 9,5 kWh [quilowatts hora], irá variar entre 4,5% e 5,5%, dependendo se o mesmo é efetuado em Média Tensão ou Baixa Tensão”.

O presidente da Mobi.E, Luís Barroso, disse, citado na mesma nota, que “esta redução é o reflexo do esforço da Mobi.E em aumentar a sua eficiência, bem como o resultado da consolidação e franco crescimento da mobilidade elétrica em Portugal e permitirá dar ao mercado uma maior folga, para que se torne ainda mais competitivo, ajudando a acelerar a transição energética da mobilidade no nosso país”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Salesforce melhora raciocínio do assistente de IA para empresas

A tecnológica norte-americana, presente em Portugal desde 2021, informou esta terça-feira que o programa Agentforce foi atualizado e tem contratos de utilização com a Accenture ou o grupo Adecco.

Mais “agentes” que ajudam os profissionais das empresas e menos chatbots tradicionais. É esta a estratégia da tecnológica norte-americana Salesforce, que apresentou esta terça-feira a nova versão da aplicação de Inteligência Artificial (IA) que tem estado a desenvolver para várias indústrias, do retalho à banca, passando pelo mercado das editoras e da restauração.

“Temos estado a construir software que ajuda os nossos clientes a gerir informação, mas isto é diferente. De repente, enquanto CEO, deixei de gerir apenas seres humanos, mas passei a gerir também agentes. Porque é que isto interessa? Já vimos alguns filmes sobre onde a IA nos leva, mas ainda não trabalhamos a sério com agentes para melhorar os nossos negócios”, afirmou o cofundador, presidente e CEO da Salesforce, Marc Benioff, em conferência de imprensa a partir dos Estados Unidos.

E relacionou esta problemática, da falta de automação, com as entropias demográficas que persistem no mundo, uma vez que o crescimento populacional está estagnado, causando escassez de mão-de-obra e, consequentemente, menos produção e menor crescimento do PIB mundial. É aí que a IA pode trazer mais-valias, crê.

O dono da revista “Time” voltou ainda a tecer duras críticas à rival Microsoft, mais precisamente ao sistema “Copilot” da tecnológica de Satya Nadella. Segundo Marc Benioff, no site da Microsoft não se encontram novidades sobre esse “copiloto” e a automação de negócios, porque “está exatamente igual há dois anos”.

Já a ‘joia da coroa’ da Salesforce – agora Agentforce 2.0 – tem capacidade de implementar “agentes” de IA no programa colaborativo Slack (concorrente do Teams), criar uma biblioteca de competências ligadas aos trabalhos que estão por executar ou dar feedback sobre os contactos realizados com os clientes, de acordo com as explicações do gestor e filantropo.

A utilizá-lo estão multinacionais como a consultora Accenture, o grupo Adecco, a maior companhia aérea finlandesa, Finnair, a IBM, a OpenTable (uma espécie de The Fork), a cadeia de luxo Saks ou a editora global Wiley, que conseguiu com este chatbot aumentar a sua eficiência em mais de 40% e obter um retorno sobre o investimento de 213%.

Na prática, o Agentforce é uma ferramenta digital que permite realizar tarefas (com base na informação e metadados da empresa) e desenvolver assistentes virtuais internos, à base de IA, que cumprem funções relacionadas serviços, vendas ou marketing. Disponível para todas as organizações, incluindo portuguesas, desde o dia 25 de outubro, esta aplicação de IA foi anunciada em meados de setembro por Marc Benioff em São Francisco.

Então, o que mudou em relação a essa primeira versão? Desde logo, o raciocínio deste robô. Através de um cérebro por detrás da tecnologia chamado “Atlas Reasoning Engine”, as respostas do sistema e as interações com o colaborador foram complexificadas.

Ou seja, passou de uma lógica mais básica, como responder a “qual é o estado do meu portefólio?”, para uma mais profunda: “Qual seria o veículo de investimento certo para o fundo universitário do meu filho, com base no meu rendimento atual e nas minhas preferências de risco?” – mas aplicado a dúvidas de negócio.

A Salesforce tem escritórios em Portugal desde 2021 e trabalha com empresas como Ascend, Altice Portugal, Alliance Healthcare, Brisa, BPI, Galp, Perfumes e Companhia, Sport Lisboa e Benfica, Unbabel, Smile Up, Sporting Clube de Braga, Secil, Sumol+Compal ou Luz Saúde.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“O que está em causa não é um ato de Medina mas sim do executivo camarário”, diz advogado

Advogado do ex-ministro das Finanças explica que "desde setembro não há nada de novo" e espera o arquivamento deste inquérito. Mas avisa: este processo tem mais suspeitos ligados a autarquias.

O ex-ministro das Finanças Fernando Medina foi ouvido pelo Ministério Público (MP), em outubro, no âmbito da Operação Tutti-Frutti, na qual é arguido. Anos depois da investigação ter começado (em 2016), o socialista foi constituído arguido por suspeitas de prevaricação.

Em declarações à SIC, o advogado Paulo de Sá e Cunha adiantou que não foram apresentadas provas no processo e que as declarações em sede de inquérito foram feitas por Medina, a pedido do próprio.

“Quando há suspeitas sobre determinada pessoa, necessariamente tem de ser constituído como arguido. E pode também remeter-se ao silêncio, se assim o entender. O estatuto de arguido é também para exercer os direitos de defesa”. Adiantando que este processo é de 2016 e que “tem uma duração algo inusitada”.

O facto de ter sido constituído agora, é “porque a investigação entende quando deve ser constituído arguido”. Relativizando o facto de ter sido sujeito à medida de coação de Termo de Identidade e Residência (TIR), disse que a medida de coação é “a mais leve de todas, é um mero formalismo”.

E deixa o recado: “Este processo investiga vários factos e vários agentes políticos da órbita das autarquias”, admitindo que espera que este inquérito termine com o despacho de arquivamento. “Desde setembro, nada de novo se passou”, diz o advogado.

O que é conhecido e dado a conhecer ao Parlamento, nessa fase, é absurdo “porque o que está em causa é um ato do executivo camarário e não do Dr. Fernando Medina, que nem tomou parte nessa deliberação porque nem estava em Portugal nessa altura”.

Fernando Medina anunciou a 29 de julho, em comunicado, que o MP solicitou a sua audição na qualidade de arguido no âmbito do processo “Tutti Frutti”, acrescentando, na altura, ter solicitado à Assembleia da República o levantamento da imunidade parlamentar “com a maior brevidade possível” para poder, “pela primeira vez em tantos anos, ter a oportunidade de esclarecer em sede própria as dúvidas que o MP tem”.

No mesmo comunicado esclareceu ser suspeito da “prática de um alegado crime de prevaricação”.

Em causa está a atribuição alegadamente indevida, “por mim, enquanto Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, em 23 de março de 2017, de um apoio financeiro no valor de duzentos mil euros – a realizar em dois anos – à XV – Associação Amigos do Rugby de Belém, no âmbito do apoio ao associativismo desportivo”, explicou então Fernando Medina.

O deputado disse ter visto, “com perplexidade, que a fundamentação do MP assenta num erro grosseiro e inexplicável”, recusando qualquer ilegalidade. E salientou que já decorreram mais de sete anos desde o início do inquérito e de se ter manifestado disponível para prestar declarações.

Entre os erros que aponta ao MP, Fernando Medina salienta em particular que, de acordo com a lei, “o presidente da Câmara não pode atribuir apoio a clubes, associações e outras entidades de âmbito cultural, desportivo, social, recreativo ou outras”, questionando “qual o sentido de constituir alguém arguido por um ato que, reconhecidamente, não pode praticar”.

Paulo de Sá e Cunha em entrevista ao ECO/AdvocatusHenrique Casinhas/ECO

“Esta competência é, de acordo com o Regime Jurídico das Autarquias Locais, (…) uma competência exclusiva e não delegável do órgão executivo do município que é a câmara municipal, isto é, do coletivo constituído dos vereadores eleitos pelos diversos partidos políticos”, referiu.

Medina defendeu que foi esse “o caso do apoio concedido à XV – Associação Amigos do Rugby de Belém”, salientando que todas as propostas submetidas a deliberação do executivo camarário “são preparadas pelos serviços municipais e avaliadas por um conjunto significativo de pessoas, de todos os partidos, antes de serem presentes à reunião da câmara para apreciação e votação”.

“Assim aconteceu com a proposta de apoio à XV – Associação Amigos do Rugby do Belém, a qual, após análise e apreciação de todo o executivo municipal, foi aprovada por unanimidade dos vereadores eleitos por todos os partidos políticos. Sem exceção. Em que se baseia o Ministério Público para invocar qualquer ilegalidade no ato da câmara municipal?”, perguntou Medina.

A operação batizada de “Tutti Frutti” investiga desde 2018 alegados favorecimentos a militantes do PS e do PSD, através de avenças e contratos públicos, estando em causa suspeitas de corrupção passiva, tráfico de influência, participação económica em negócio e financiamento proibido.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Universidade Portucalense forma profissionais do turismo em gestão e retenção de talento

O curso arranca a 20 de janeiro, em regime presencial e pós-laboral, e versa sobre "liderança para alta performance, gestão da diversidade e inclusão e bem-estar no trabalho".

A Universidade Portucalense, através da Portucalense Business School e do departamento de turismo, património e cultura, vai lançar, a 20 de janeiro de 2025, o programa executivo em gestão e retenção de talento na hotelaria. Destina-se a gestores, profissionais de recursos humanos e líderes do setor da hotelaria e turismo.

Segundo a Universidade Portugalense, trata-se de “uma formação inovadora que responde aos desafios de liderança e gestão de pessoas num setor em constante evolução“. As candidaturas decorrem até 13 de janeiro de 2025.

O curso está programado para 81 horas, distribuídas por três meses, em regime presencial e pós-laboral, e vai versar sobre as temáticas liderança para alta performance, gestão da diversidade e inclusão, e bem-estar no trabalho.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Esta é a chave do Euromilhões. Jackpot é de 74 milhões de euros

  • ECO
  • 17 Dezembro 2024

O jackpot desta terça-feira é de 74 milhões de euros, depois de não terem sido registados vencedores do primeiro prémio no sorteio anterior.

Com um primeiro prémio no valor de 74 milhões de euros, decorreu esta terça-feira mais um sorteio do Euromilhões. O valor do jackpot subiu depois de não ter havido vencedores do primeiro prémio no sorteio anterior.

Veja a chave vencedora do sorteio desta terça-feira, 17 de dezembro:

Números: 1, 3, 4, 21 e 29

Estrelas: 2 e 7

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comissão do Poder Local aprova 123 pedidos de desagregação de uniões de freguesias

  • Lusa
  • 17 Dezembro 2024

A Iniciativa Liberal votou contra o relatório e o Chega absteve-se, tendo os restantes partidos votado a favor.

O Grupo de Trabalho – Freguesias votou a favor de 123 processos de desagregação de freguesias e excluiu outros 65 pedidos por não reunirem condições, segundo um relatório ratificado esta terça-feira na comissão parlamentar do Poder Local.

A comissão do Poder Local e Coesão Territorial ratificou as votações indiciárias tomadas pelo grupo de trabalho que analisou 188 pedidos de desagregação de freguesias unidas aquando da Lei Relvas, em 2012/2013.

Na comissão, a Iniciativa Liberal (IL) votou contra o relatório e o Chega absteve-se, tendo os restantes partidos votado a favor.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Caso das gémeas. Diretor do Santa Maria duvida que tenha sido Lacerda Sales a marcar consulta

  • Lusa
  • 17 Dezembro 2024

"Ninguém sai bem nesta fotografia. Não há o hábito em negar nada a um superior hierárquico. Temos de lutar contra isso", disse o diretor de Neuropediatria do Hospital de Santa Maria.

O diretor de Neuropediatria do Hospital de Santa Maria disse esta terça-feira não acreditar que a primeira consulta das gémeas luso-brasileiras em 2019 tenha sido marcada a pedido do ex-secretário de Estado Adjunto e da Saúde António Lacerda Sales.

“Eu acredito na palavra do [antigo] secretário de Estado. Disse-me a mim que não tinha marcado a consulta”, afirmou António Levy Gomes, na comissão parlamentar de inquérito ao caso das gémeas tratadas no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, após ser questionado pela deputada da IL Joana Cordeiro. Levy Gomes considerou que “dão mais valor à palavra da secretária [Carla Silva] do que à do [ex-]secretário de Estado”.

“Há um problema. É que o [ex-]secretário de Estado não se defendeu e não estou aqui para defender o [ex-]secretário de Estado. A secretária podia ter o poder para a marcação de uma consulta no hospital e agia de modo próprio”, disse, no período de respostas ao PSD, tendo o deputado António Rodrigues retorquido: “Não se defendeu porque não quis”.

Após ser questionado pelo coordenador do PSD sobre o envolvimento da antiga ministra da Saúde Marta Temido, Levy Gomes referiu que a neuropediatra Teresa Gomes “disse que tinha havido telefonemas do gabinete” da governante.

“A minha colega Teresa [Moreno] marcou [a consulta], mandada pela Ana Isabel Lopes. Ana Isabel Lopes (diretora do Departamento de Pediatria do Hospital de Santa Maria) marcou através de Luís Pinheiro (ex-diretor clínico do Hospital de Santa Maria), que diz que não marcou”, apontou, afirmando que Portugal é “muito hierarquizado”: “se eu tenho uma pessoa que me diz isto, eu baixo a cabeça e faço”.

No entanto, em resposta à deputada do PS Ana Abrunhosa, Levy Gomes disse que ter “confiança inteira” na médica Teresa Moreno, considerando-a “rigorosa, trabalhadora e sabedora”.

“Acho que este caso começou mal e todos os intervenientes ficaram mal na fotografia. Ninguém sai bem nesta fotografia. Não há o hábito em negar nada a um superior hierárquico. Temos de lutar contra isso”, salientou. O responsável acusou ainda o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, de o ter “desancado” na conferência de imprensa que se realizou em dezembro de 2023, no Palácio de Belém, sobre o caso.

Não sei se o Presidente da República quis arrumar a casa, incompatibilizar-se com o filho, desancar-me a mim publicamente de uma forma pouco elegante, no fundo, dizendo que eu tinha lançado uma coisa qualquer, coisa com a qual houve repercussões. Gostava de ter um pedido de desculpa público do Presidente da República em relação à atitude que ele teve comigo, […] por ter dito que lancei este assunto”, disse, após ser interpelado pelo líder do Chega André Ventura.

Em 4 de dezembro do ano passado, Presidente da República mencionou que o chefe de serviço de pediatria do Hospital de Santa Maria, António Levy Gomes, “pôs na comunicação social” uma resposta sua a um email dele, que disse não ter encontrado: “São milhares de mails, de há quatro anos, não guardo todos os mails”.

No entanto, Marcelo Rebelo de Sousa realçou a mensagem que lhe é atribuída nessa resposta, de que não há “privilégio nenhum para ninguém e por maioria de razão para filho de Presidente”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

68% considera que Portugal é demasiado permissivo na entrada de imigrantes, conclui barómetro

Barómetro divulgado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos mostra que 68% dos inquiridos considera que política de imigração permite entrada facilitada. Imigrantes representam 9,8% da população.

Quase sete em cada dez dos inquiridos (68%) afirmam que os imigrantes são fundamentais para a economia nacional, mas defendem que a política de imigração em vigor em Portugal é demasiado permissiva em relação à entrada de imigrantes no país, de acordo com o quarto barómetro da Imigração, da Fundação Francisco Manuel dos Santos. Defendem ainda que seria mais benéfico para o país uma política que garantisse uma entrada mais regulada (75,8%).

O estudo divulgado esta terça-feira, no Dia Internacional das Migrações, mostra que mais de dois terços pensam que os imigrantes contribuem para o aumento da criminalidade (67,4%) e para manter os salários baixos no país (68,9%).

Praticamente metade (52%) considera que os imigrantes recebem mais do que contribuem para a Segurança Social, o que os oficiais desmentem.

O estudo da autoria de Rui Costa Lopes, João António e Pedro Góis, indica que em 2023, as contribuições dos trabalhadores estrangeiros para a Segurança Social atingiram os 2.677 milhões de euros (valores que englobam os descontos da entidade empregadora e do trabalhador). Este montante traduz um crescimento de 44% face a 2022.

Estes trabalhadores estrangeiros beneficiaram de 483,3 milhões de euros em prestações sociais, ou seja, em 2023 as contribuições dos trabalhadores estrangeiros geraram um saldo positivo superior a 2.194 milhões de euros.

O barómetro mostra que, em 2020, o ganho médio mensal (GMM) dos trabalhadores por conta de outrem, referente a estrangeiros provenientes da UE27 era 28% mais elevado do que o ganho dos trabalhadores portugueses; enquanto o ganho médio mensal de estrangeiros Extra UE27 era menor em 19% do que os trabalhadores por conta de outrem nacionais.

Por outro lado, a sociedade portuguesa é favorável à atribuição de direitos aos imigrantes com a maioria a considerar que os imigrantes devem poder votar como os portugueses (58,8%), que lhes deve ser facilitada a naturalização (51,8%) e que devem poder trazer a sua família para Portugal (77,4%).

Barómetro da Imigração da Fundação Francisco Manuel dos Santos

Relativamente ao direito de acesso a serviços e apoios sociais, praticamente a mesma percentagem de inquiridos concorda com a ideia de que os imigrantes devem ter os mesmos direitos do que os portugueses (a partir do momento em que chegam ao país).

Mais de metade dos inquiridos (53,5%) considera que os imigrantes têm condições de vida piores do que as dos portugueses em termos de trabalho e 40,6% considera que têm menos acesso à habitação. No entanto, a maioria dos inquiridos sente que imigrantes e portugueses estão numa situação de igualdade relativamente a acesso a serviços de saúde, acesso à justiça e acesso à educação.

Por outro lado, a maioria defende que os imigrantes devem regressar aos seus países se não tiverem trabalho (78%) ou se cometerem algum tipo de crime (82%).

O estudo, realizado para a Fundação Francisco Manuel dos Santos através de 1.072 entrevistas a residentes de Portugal Continental com 18 ou mais anos, concluiu que seis em cada dez inquiridos (60%) considera que o “número de imigrantes oriundos do subcontinente indiano deve diminuir ou diminuir muito”. O barómetro indica que os imigrantes, com autorização legal de residência, originários do Bangladesh, Nepal e Índia representam 9% do total de imigrantes em Portugal, ou seja 73 mil pessoas de um total de 1,044 milhões de imigrantes com autorização legal de residência.

Estrangeiros representam perto de 10% da população a residir em Portugal.Vialsil

Este valor contrasta com a percentagem de inquiridos que considera que o “número de imigrantes com origem em países ocidentais deve diminuir ou diminuir muito (25,2%)”, estando também acima da percentagem em relação aos imigrantes do Brasil (51%) e da China (50,1%).

Embora os estrangeiros com autorização legal de residência, do Bangladesh, Nepal e Índia representem, em proporção, ainda uma percentagem pequena das nacionalidades no país, foram duas destas nacionalidades que tiveram mais peso em termos de contribuições para a Segurança Social, logo a seguir à brasileira.

O estudo também permitiu apurar que as pessoas que estão mais satisfeitas com o regime democrático português opõem-se menos à vinda de imigrantes, são menos favoráveis a políticas de imigração rígidas e defensoras da atribuição de direitos aos imigrantes. Além disso, quanto melhor o nível de vida do inquirido, mais favorável é o seu posicionamento em relação aos imigrantes.

Barómetro da Imigração da Fundação Francisco Manuel dos Santos

Em 2023, os 1,044 milhões cidadãos estrangeiros com estatuto legal de residente em Portugal representavam 9,8% do total da população. A população estrangeira tem vindo sempre a aumentar, e, só entre 2022 e 2023 aumentou 34%.

No que diz respeito a Portugal, o número de estrangeiros em proporção da população residente, apesar de estar a aumentar, ainda se encontra longe de países como Malta — onde um em cada quatro residentes é estrangeiro –, ou do Luxemburgo, onde metade da população é estrangeira.

O estudo mostra ainda que Portugal tem um saldo natural negativo desde 2009, ou seja, morrem mais pessoas do que as que nascem. Desde 2019, o saldo populacional (que inclui tanto os nascimentos e mortes, como os emigrantes e imigrantes) tem sido positivo devido à imigração.

Os saldos migratórios quase duplicaram nos dois últimos anos. Do ponto de vista municipal, esta realidade ganha ainda mais expressão: 252 municípios têm um saldo populacional positivo (olhando apenas para os nascimentos).

Oito em cada dez pessoas que escolhem o nosso país para viver vêm de países de fora da União Europeia, sendo que três em cada 10 vêm do Brasil. A seguir ao Brasil e ao conjunto dos outros países da União Europeia seguem-se a Ucrânia, o Reino Unido e a Índia.

Olhando por setores de atividade, no que respeita exclusivamente aos trabalhadores por conta de outrem, em 2022, podemos verificar que setores como a agricultura e pescas ou atividades associadas ao turismo, como alojamento e restauração, empregam uma parte substancial de estrangeiros, 30% e 22%, respetivamente.

Imigrantes do Brasil, Índia e Nepal são os que contribuem mais para a Segurança Social

Cinco nacionalidades representaram mais de metade das contribuições dos trabalhadores estrangeiros para a Segurança Social e embora os imigrantes da Índia e do Nepal com autorização da residência representem uma proporção pequena das nacionalidades no país foram dos que mais contribuírem.

De acordo com os dados do barómetro, em 2023, as contribuições de trabalhadores oriundos do Brasil para a Segurança Social ascenderam a 1.033 milhões de euros, o correspondente da 38,6% do total das contribuições de estrangeiros.

Na lista das nacionalidades que mais contribuíram seguem-se a Índia (168,4 ilhões de euros), o Nepal (102,9 milhões de euros), Espanha e (102,8 milhões de euros) e Cabo Verde (88,8 milhões de euros).

“Estas cinco nacionalidades foram responsáveis por 56% do total das contribuições de trabalhadores estrangeiros para a Segurança Social, em 2023. E nem todas figuram nas comunidades estrangeiras residentes mais representadas em Portugal”, refere o estudo.

Neste sentido, os autores destacam que “embora os estrangeiros com autorização legal de residência, do Bangladesh, Nepal e Índia representem, em proporção, ainda uma percentagem pequena das nacionalidades no país (9% do total de imigrantes, cerca de 73 mil pessoas em valores absolutos), foram duas destas nacionalidades que tiveram mais peso em termos de contribuições“.

Os dados indicam ainda que Portugal estava, em 2023, entre os dez países dos 27 da União Europeia com menor proporção de estrangeiros no total da população residente.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.