Capacidade instalada de energias renováveis aumenta 8% em 2024

  • Lusa
  • 6 Janeiro 2025

A evolução deveu-se sobretudo à entrada em funcionamento de novas centrais solares fotovoltaicas que representaram 86% do total do aumento.

Portugal aumentou em 2024 a capacidade instalada de energias renováveis em 8% face ao total alcançado no ano anterior, segundo os dados divulgados esta segunda-feira pela APREN – Associação Portuguesa de Energias Renováveis.

De acordo com a entidade liderada por Pedro Amaral Jorge, esta evolução deveu-se sobretudo à entrada em funcionamento de novas centrais solares fotovoltaicas que representaram 86% do total do aumento.

A evolução da capacidade instalada contribuiu para o crescimento da produção de eletricidade a partir de fontes renováveis, tendo o país atingindo o recorde de 80,4% no acumulado do ano. Segundo a REN – Redes Energéticas Nacionais, a produção renovável abasteceu 71% do consumo de eletricidade em 2024.

“Em suma, a totalidade dos centros eletroprodutores a operar em Portugal Continental produziram, em 2024, um total de 45.637 GWh [Gigawatt-hora] de eletricidade, proveniente em 80,4% de fonte renovável. A produção renovável cresce, assim, 10,8% face a 2023, confirmando um novo recorde de geração elétrica renovável nacional”, detalha a APREN.

Esta evolução foi maioritariamente suportada por três tecnologias: a hídrica, cujo contributo somou 31,9% – sendo esta percentagem correspondente a um novo máximo absoluto nos últimos cinco anos (14.542 GWh); a eólica, 31% ao total de produção; e pelo solar fotovoltaico, que pesou 10,7% do total produzido, tendo também batido um recorde (4.898 GWh).

No que respeita ao abastecimento do consumo, a componente de energia ‘verde’ contribuiu com 71,5%, “confirmando-se o progresso relativo à meta de 93% do Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC) 2030”, destaca a associação. Ao mesmo tempo, a produção de eletricidade a partir de combustíveis fósseis apresentou uma redução de 49% face a 2023.

A APREN explica que os números alcançados em 2024 resultam da entrada em operação de novas centrais – correspondentes a um aumento 1.509 MW (megawatt) –, bem como “da significativa variação negativa de produção de eletricidade a partir de combustíveis fósseis, estando em especial destaque a redução em 10,7 p.p. da produção através de gás natural”.

Relativamente às trocas internacionais, comparativamente a 2023, registou-se uma estagnação do saldo importador, com uma variação de 2%, de 10.218 GWh em 2023 para 10.442 GWh. De acordo com os cálculos da APREN, os valores da produção de energia renovável contribuíram para uma poupança em importações de combustíveis fósseis no valor de 2.055 milhões de euros e de 289 milhões de euros em importações de eletricidade.

Relativamente às emissões de gases de efeito de estufa (GEE) do sistema eletroprodutor, a associação estima uma redução na ordem dos 50% face a 2023. Em termos absolutos, esta diminuição traduz-se num decréscimo de 3,6 milhões de toneladas de CO2 em 2023, para 1,82 milhões de toneladas em 2024.

Apesar de sublinhar que em 2024 o setor energético renovável europeu alcançou “progressos significativos”, a APREN destaca que “atores como a volatilidade da componente de energia nos preços da eletricidade e a ainda elevada dependência de cadeias de abastecimento globais afetam o setor industrial europeu, ao qual acresce a concorrência com economias do resto mundo, em especial a China e os Estados Unidos da América”.

“A transição para fontes de energia renovável, que ainda carece de uma adequação do desenho de mercado prevista na revisão da diretiva, tem demonstrado as fragilidades do desenho de mercado diário e intradiário de energia, com cada vez mais exposição a preços nulos e negativos e, enquanto noutras horas verificam-se picos de preço acentuados, principalmente nas horas que o mercado fecha com as centrais de ciclo combinado a gás natural”, lê-se no mesmo comunicado.

Neste contexto, a associação defende que “sem uma rápida resposta regulatória e perspetivando o crescimento do setor em geral, antevê-se um agravamento desta situação em 2025”.

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Primeiro-ministro canadiano demite-se

Primeiro-ministro canadiano demitiu-se da liderança do Partido Liberal, esta segunda-feira, mas vai permanecer chefe do Governo até à nomeação de um sucessor.

Justin Trudeau demitiu-se do cargo de primeiro-ministro do Canadá e da liderança do Partido Liberal, cargo que ocupa “com orgulho” há 11 anos, anunciou o próprio em conferência de imprensa, esta segunda-feira, em Ottawa. Em causa estão os fracos resultados do partido nas sondagens e a instabilidade política no Parlamento, numa altura em que o país se prepara para ir a eleições no final de outubro.

“Durante as férias tive tempo para refletir sobre a minha carreira e futuro, e ontem à noite, partilhei com a minha família a decisão que tomei e que hoje anuncio: vou demitir-me como líder do partido e como primeiro-ministro depois do partido escolher um sucessor“, anunciou Trudeau, frisando que o Canadá “merece uma oportunidade” de eleger um novo líder nas próximas eleições e que a sua demissão vai “diminuir o nível de polarização” no país.

Durante a conferência de imprensa, Trudeau explicou que o Parlamento se encontra “num impasse há vários meses” por falta de consenso político e por isso, até que seja indicado um novo chefe de Governo, pediu à Assembleia que suspendesse os trabalhos até ao próximo dia 24 de março.

Chegou a altura de fazer um reset” e de “baixar a temperatura” na política canadiana, disse, lamentando não ter sido capaz de concluir o mandato. O primeiro-ministro de 53 anos assumiu a liderança do Governo em novembro de 2015 e foi reeleito duas vezes, tornando-se um dos primeiros-ministros com maior longevidade do Canadá.

Porém, os níveis de popularidade do Governo começaram a cair há dois anos, altura em que se registou uma subida galopante da inflação, do custo de vida e da habitação. As sondagens mais recentes colocam o Partido Liberal com 16% das intenções de voto, o valor mais baixo em mais de um século.

Com a popularidade dos liberais em queda, o Partido Conservador foi se tornando na alternativa favorável entre os eleitores, colocando o líder, Pierre Poilievre, como o mais provável a formar Governo, em outubro. Poilievre tem defendido a realização de novas eleições nos últimos meses, tendo chegado a ameaçar apresentar no Parlamento uma moção de censura por considerar que o Executivo de Trudeau estava a “ficar fora de controlo”.

No entanto, Trudeau rejeita as acusações e ainda a noção de que Poilievre seja a alternativa ideal para o país e para os canadianos, argumentando que o Canadá “precisa de uma visão ambiciosa e otimista” sobre o futuro e o líder dos conservadores “não oferece” essa solução.

A instabilidade política no Canadá surge numa altura em que o país enfrenta uma série de desafios, nomeadamente as ameaças provenientes dos Estados Unidos. Donald Trump, que se prepara para tomar posse a 20 de janeiro, ameaça impor taxas alfandegárias de 25% sobre os produtos canadianos caso o país não avance com políticas mais agressivas de proteção das fronteiras que partilha com os EUA.

A demissão de Trudeau chega depois de a sua vice-primeira-ministra e ministra das Finanças, Chrystia Freeland, se ter demitido do cargo, em dezembro, por considerar que o chefe do Governo não estaria a considerar seriamente as ameaças de Trump. “Temos de levar esta ameaça a sério“, disse a ministra, numa carta aberta, questionando se o primeiro-ministro compreendia “a gravidade do momento”.

Notícia atualizada pela última vez às 16h17

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Couto dos Santos encontrado morto num campo de golfe em Matosinhos

  • ECO e Lusa
  • 6 Janeiro 2025

O antigo ministro social-democrata António Couto dos Santos foi encontrado morto num lago no Citygolf, na Senhora da Hora, em Matosinhos.

António Couto dos Santos morreu esta segunda-feira, de forma repentina, aos 75 anos, enquanto jogava golfe em Matosinhos, no campo Citygolf, avança o Expresso. O alerta foi dado por golfistas que viram um corpo a boiar no lago do Citygolf.

Fonte dos Bombeiros de São Mamede de Infesta e o PSD revelaram à Lusa que o alerta foi dado pelas 11h30, mas o antigo governante já estava morto quando os meios chegaram ao local. Desconhecem-se ainda as causas da morte e o corpo já seguiu para o Instituto de Medicina Legal do Porto.

Natural de Esposende, Couto dos Santos foi por quatro vezes membro dos governos de Cavaco Silva: secretário de estado da Juventude, ministro dos Assuntos Parlamentares, ministro da Educação e ministro-adjunto e da Juventude. Foi também presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP) entre 1995 e 2007.

Couto dos SantosLusa

Foi ainda deputado pelos distritos de Setúbal (1987-1994) e de Aveiro (2009-2015), presidente do Conselho de Administração da Assembleia da República (2011-2015), presidente da Comissão Parlamentar de Saúde (2009-2011) e vice-presidente da referida comissão (2011-2015).

“Foi com profundo pesar que a direção nacional do PSD recebeu esta segunda-feira, a notícia da morte de António Couto dos Santos (…) A direção do PSD perdeu hoje um amigo, o partido, um ilustre militante e o país um dos principais defensores da causa pública”, lê-se numa nota de pesar enviada às redações.

O primeiro-ministro também lamentou a morte de Couto dos Santos. “Para além de ser um amigo, foi governante e deputado em fases desafiantes e bem-sucedidas da nossa vida democrática”, escreveu Luís Montenegro numa publicação na rede social X. “Enalteço nesta hora a sua frontalidade, humanismo e competência”, conclui.

(Notícia atualizada às 17h57 com mais informação)

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Rogério Bacalhau deixa Câmara de Faro dia 13 de janeiro após ser nomeado para a Águas do Algarve

  • Lusa
  • 6 Janeiro 2025

Rogério Bacalhau não se pode recandidatar devido à lei de limitação de mandatos e vai para a Águas do Algarve. O atual vice-presidente do município, Paulo Santos, será o presidente da autarquia.

O presidente da Câmara de Faro, Rogério Bacalhau, disse esta segunda-feira que prevê deixar o município na próxima segunda-feira, quando o seu nome for proposto e votado favoravelmente para presidir ao conselho de administração da Águas do Algarve.

Rogério Bacalhau, que cumpre o terceiro mandato consecutivo na autarquia, não se pode recandidatar devido à lei de limitação de mandatos, e a sua saída para integrar os quadros da empresa algarvia, no dia 13 de janeiro, elevará à presidência o atual vereador e vice-presidente do município, Paulo Santos, confirmou o ainda presidente.

Questionado pela agência Lusa sobre a sua possível saída da Câmara de Faro para ingressar na Águas do Algarve, Rogério Bacalhau confirmou que foi convidado pela administração da Águas de Portugal para presidir ao conselho de administração da empresa responsável pelo sistema intermunicipal regional de abastecimento de água.

A proposta será levada à assembleia de acionistas da Águas do Algarve na segunda-feira e, quando o seu nome for confirmado para liderar a empresa algarvia, assumirá essas funções, assumiu o autarca.

Fui convidado para presidente do conselho de administração. A Águas de Portugal vai propor-me como presidente do conselho de administração, juntamente com os restantes membros, e será votada [a proposta] nessa assembleia-geral de acionistas das Águas do Algarve”, adiantou Rogério Bacalhau.

O presidente da Câmara de Faro observou que “a eleição em princípio está garantida”, porque o seu nome foi proposto pela Águas de Portugal, acionista que tem a maioria e integra o capital social juntamente com os 16 municípios do distrito de Faro.

E, portanto, irei assumir essas funções a partir de dia 13”, admitiu Rogério Bacalhau, cuja saída da autarquia abre portas a que Paulo Santos, vereador e seu vice-presidente, ascenda à liderança do município a cerca de nove meses das próximas eleições autárquicas, previstas para setembro ou outubro de 2025.

Ao ser escolhido para presidir à Águas do Algarve, Rogério Bacalhau vai suceder na presidência do conselho de administração da empresa a António Eusébio, que também cumpriu três mandatos como presidente de Câmara, em São Brás de Alportel, eleito pelo PS.

A ex-presidente da Câmara de Silves Isabel Soares (1997-2012), que deixou a autarquia antes das eleições autárquicas de 2013, também cessará as funções de vice-presidente da Águas do Algarve quando for eleita a nova administração da empresa.

A passagem de municípios para empresas regionais também se verificou em maio, quando Osvaldo Gonçalves (PS), presidente da Câmara de Alcoutim há cerca de 11 anos, deixou o município para ingressar na administração da Algar, a empresa de gestão de resíduos do Algarve.

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Utentes sem médico de família baixam 7,5% mas ainda são mais de 1,5 milhões

  • Lusa
  • 6 Janeiro 2025

2024 começou com 1.647.700 pessoas sem médico de família, tendo terminado com 1.522.545 utentes nessa situação, uma redução de 125.155 pessoas.

O número de pessoas sem médico de família atribuído baixou 7,5% entre janeiro e dezembro de 2024, mas continuava a estar acima dos 1,5 milhões de utentes no final do ano, indica o portal da transparência do SNS.

Segundo os dados consultados pela Lusa, 2024 começou com 1.647.700 pessoas sem médico de família, tendo terminado com 1.522.545 utentes nessa situação, uma redução de 125.155 pessoas. O número de pessoas que não constavam das listas de utentes dos especialistas de medicina geral e familiar oscilou ao longo de 2024, tendo agosto sido o mês com o valor mais elevado (1.675.633 pessoas) e dezembro o mais baixo (1.522.545).

Apesar da redução registada no final do ano, os cerca de 1,5 milhões em dezembro de 2024 representam mais 137% do que os 641 mil registados em setembro de 2019, mês em que se verificou o número mais baixo de pessoas sem médico de família desde janeiro de 2016. O ano terminou com 8.963.240 pessoas com médico de família atribuído em Portugal continental, estando inscritos nos cuidados de saúde primários um total de 10.499.613 utentes.

O plano de emergência e transformação da saúde, aprovado pelo Governo em maio de 2024, dedica um eixo estratégico à saúde familiar, prevendo como medida urgente a atribuição de médicos de família aos utentes em espera com a capacidade atual do setor público, mas também o reforço da resposta dos cuidados de saúde primários em parceria com o setor social.

No final de setembro, o Governo aprovou uma resolução que permitiu disponibilizar médico de família a 75 mil pessoas no hospital de Cascais, que funciona em regime de Parceria Público-Privada (PPP), uma medida que consta também do plano para a saúde que o executivo está a implementar.

Está também prevista, numa primeira fase, a abertura de 20 centros de saúde geridos pelos setores social e privado, as chamadas Unidades de Saúde Familiar modelo C, que funcionarão em Lisboa e Vale do Tejo, Leiria e Algarve, as regiões com mais carência de especialistas de medicina geral e familiar.

Na última quinta-feira, foi publicado em Diário da República um despacho com as regras de inscrição nos cuidados de saúde primários e que prevê que as famílias com grávidas ou doentes crónicos e crianças até 12 anos têm prioridade na atribuição de médico de família.

De acordo com o despacho, os residentes estrangeiros e não residentes nacionais e estrangeiros inscritos com médico de família, mas sem registo de consulta médica nos cuidados de saúde primários nos últimos cinco anos, tornam-se elegíveis para reformulação de atribuição.

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Fórum para a Competitividade prevê crescimento entre 1,2% e 1,5% no 4º trimestre

Fórum para a Competitividade estima que a economia portuguesa tenha crescido entre 1,5% e 1,6% na totalidade de 2024, ligeiramente abaixo dos 1,8% previstos pelo Governo.

O Fórum para a Competitividade estima que a economia portuguesa tenha crescido entre 1,2% e 1,5% em termos homólogos, após ter registado uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,9% no trimestre precedente. Para a totalidade do ano de 2024, a expectativa é de um crescimento entre 1,5% e 1,6%.

Na nota de conjuntura, divulgada esta segunda-feira, o Fórum para a Competitividade estima uma desaceleração do PIB no quarto trimestre em termos homólogos face ao segundo trimestre, mas uma aceleração na comparação em cadeia para entre 0,2% e 0,5%, após ter registado uma taxa de 0,2% nos três meses precedentes.

Para o conjunto de 2024 prevê um crescimento de 1,5% e 1,6%, ligeiramente abaixo dos 1,8% projetados pelo Governo, apontando para uma aceleração em 2025, para uma taxa de 2%. No entanto, alerta que existem “grandes riscos, sobretudo dependentes de um eventual conflito comercial global”.

Os riscos para 2025 são elevados, embora o cenário central seja de otimismo, por não incorporar muitas destas possibilidades“, refere.

O Fórum para a Competitividade destaca que, em termos conjunturais, “as exportações têm estado fracas e a conjuntura internacional de 2025 é especialmente ingrata para retomar a trajetória para a meta de 50% do PIB”.

“Se tivermos a receada escalada protecionista ainda pior, porque a economia portuguesa deverá sofrer por três vias: efeito direto sobre as nossas exportações para os EUA; efeito de debilidade dos nossos mercados de exportação, afetados pelas tarifas; efeito de resposta da China, que deverá tentar vender na UE o que não conseguir vender nos EUA, a preços muito competitivos, dificultando as nossas exportações”, aponta.

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Portugal ainda é um dos países mais desiguais da UE

  • Lusa
  • 6 Janeiro 2025

No continente, a região mais desigual é a Grande Lisboa, com um coeficiente de Gini de 32,9%. Em 2023, cerca de 1,8 milhões de residentes em Portugal encontravam-se em situação de pobreza monetária.

Portugal permanece um dos países mais desiguais da União Europeia, com um quinto da população (2,1 milhões de pessoas) a viver em situação de pobreza ou exclusão social, de acordo com um estudo divulgado esta segunda-feira.

Na ausência de qualquer tipo de transferência social, a pobreza seria de 40,3%, constatou o investigador Carlos Farinha Rodrigues, numa atualização de dados do projeto “Portugal Desigual”, da Fundação Francisco Manuel dos Santos. Em 2022, Portugal era o quarto país mais desigual da UE, assinalou o autor do trabalho.

Os indicadores de privação material e social mostram uma evolução positiva. Contudo, alguns aspetos mais sensíveis pioraram, como a existência de mais atrasos – motivados por dificuldades económicas – em algum dos pagamentos regulares. A isto “não será alheio o agravamento dos preços, em particular os da habitação”, sublinhou o investigador.

Em 2023, cerca de 1,8 milhões de residentes em Portugal encontravam-se em situação de pobreza monetária, ou seja, auferiam um rendimento mensal inferior a 632 euros, sendo que a intensidade da pobreza (que avalia quão pobres são os pobres) manteve-se praticamente inalterada (25,7%), acima dos 21,7% registados em 2021, segundo a mesma fonte.

O autor conclui que também a distribuição das prestações sociais é desigual.

Em 2022, o total das prestações sociais representava 28,1% do rendimento equivalente das famílias. Destes, 23,7% correspondiam a pensões de velhice e de sobrevivência (a maioria das quais de natureza contributiva) enquanto 4,5% representava outros tipos de prestações sociais.

“Analisando como o total das prestações sociais se distribui ao longo da escala de rendimentos, é possível verificar que 41,9% dessas prestações se dirigia para o último quintil da distribuição (os 20% de maiores rendimentos) enquanto o primeiro quintil da população (os 20% de menores rendimentos onde se inclui a população em situação de pobreza) somente auferia 10,7% do total das prestações sociais”, referiu no documento.

Para o investigador, a explicação desta distribuição “profundamente assimétrica” das prestações sociais reside em dois motivos: na importância que as pensões de velhice e de sobrevivência têm no total das prestações e no facto de as pensões contributivas mais elevadas geralmente estarem associadas à parte superior da distribuição dos rendimentos.

“Utilizando os dados publicados pelo Eurostat, é possível verificar que, em 2022, o efeito redistributivo de todas as prestações sociais era na UE de 26,7 pontos percentuais, enquanto em Portugal esse valor era de 24,8″, justificou Carlos Farinha Rodrigues, que se baseou também em dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para a análise apresentada.

Excluídas as pensões de velhice e de sobrevivência, a distância entre Portugal e a média europeia seria “mais expressiva”, defendeu. “Na UE, o impacto atenuador das transferências sociais (excluindo pensões) sobre a taxa de pobreza era de 8,6 pontos percentuais enquanto em Portugal era menos de metade”, sustentou.

Tendo por base o coeficiente de Gini – um indicador de desigualdade na distribuição do rendimento –, o arquipélago dos Açores é a região com maior assimetria de distribuição de rendimentos (33,8%), cerca de 1,9 pontos percentuais acima da média nacional (31,9%). No continente, a região mais desigual é a Grande Lisboa, com um coeficiente de Gini de 32,9%.

Olhando para os últimos 30 anos, o investigador conclui que houve “uma alteração profunda” no padrão da pobreza. “Se nos primeiros anos a pobreza dos idosos era um dos principais fatores de preocupação, nos anos mais recentes é a incidência da pobreza nas crianças e jovens que predomina”, destacou. A partir de 2007, a taxa de pobreza das crianças e jovens “ultrapassou a dos idosos”, exceto em 2023.

No último ano, houve um agravamento da taxa de pobreza dos idosos para 21,1% (em 2022 tinha sido de 17,1%), o que para Carlos Farinha Rodrigues, é “extremamente preocupante”, mesmo que, como observou o INE, possa ser explicado pelas alterações na metodologia de cálculo das pensões de velhice no Inquérito às Condições de Vida e Rendimentos de 2024.

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Funcionários judiciais convocam protesto para abertura do ano judicial, em frente ao Supremo

  • Lusa
  • 6 Janeiro 2025

O Sindicato dos Funcionários Judicias (SFJ) convocou um protesto silencioso frente ao Supremo Tribunal de Justiça na abertura do ano judicial, contra a proposta de revisão da carreira.

O Sindicato dos Funcionários Judicias (SFJ) convocou um protesto silencioso frente ao Supremo Tribunal de Justiça na abertura do ano judicial, contra a proposta de revisão da carreira, e admite futuros protestos conjuntos com o outro sindicato do setor.

Em comunicado divulgado, o SFJ confirmou a presença dos dirigentes nacionais do sindicato junto ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ) na próxima segunda-feira, 13 de janeiro, na cerimónia de abertura do ano judicial, num protesto que terá a presença de todos os oficiais de justiça “que queiram participar, de forma silenciosa”, envergando as habituais t-shirts pretas usadas nas manifestações, onde se lê “Justiça para quem nela trabalha”.

“Esta ação, silenciosa, pretende tão somente (re)lembrar a todos os que fazem parte do “edifício” da Justiça, bem como ao poder político e executivo, que existe uma classe que todos reconhecem como injustiçada há demasiados anos e que é fundamental para que esse “edifício” funcione em prol do cidadão e do Estado de Direito, a qual carece da devida e merecida revalorização”, justifica o SFJ.

Fachada do Supremo Tribunal de Justiça, Lisboa, 30 de janeiro de 2014. MANUEL DE ALMEIDA/LUSAMANUEL DE ALMEIDA/LUSA

O sindicato adianta que já contactou o Sindicato dos Oficiais de Justiça (SOJ), a outra estrutura sindical representativa do setor, para uma reunião para avaliar a “possibilidade de ser dada uma resposta conjunta, contundente e concertada” à proposta de revisão da carreira apresentada pelo Governo, que o SFJ criticou duramente.

O SFJ admite ainda a “divulgação de outras ações futuras, nomeadamente de forma conjunta, e cuja efetiva concretização dependerá do resultado da reunião com o SOJ e da abertura negocial do Governo na reunião do próximo dia 16 de janeiro”.

No final de dezembro, quando o Ministério da Justiça (MJ) fez chegar aos sindicatos a sua proposta para revisão da carreira de oficial de justiça, o SFJ classificou-a como uma proposta para “gozar com quem trabalha” e pôs fim ao “benefício da dúvida” que o sindicato tinha dado a este Governo e ao ministério de Rita Alarcão Júdice.

O sindicato exige a transição de todos os profissionais para uma categoria de grau de complexidade III, equivalente a técnico superior na administração pública, “sem quaisquer exceções ou condicionantes”, assim como “uma efetiva e substancial valorização remuneratória”.

Esta era a expectativa para as negociações no âmbito da revisão do Estatuto dos Funcionários Judiciais, e que levou o SFJ a chegar a acordo com a tutela no ano passado para uma valorização do suplemento de recuperação processual, desconvocando as greves em curso.

Já o SOJ, que não chegou a acordo com a tutela, mantém greves convocadas. Numa reunião em dezembro no MJ com os sindicatos, o Governo fez saber que exigia paz social para negociar a revisão do Estatuto dos Funcionários Judiciais, num processo que arranca a 16 de janeiro e cujo calendário prevê que termine a 26 de fevereiro.

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Trump vai reverter proibição de novas perfurações de petróleo anunciadas por Biden

  • Lusa
  • 6 Janeiro 2025

Biden tinha anunciado novas restrições à perfuração de petróleo e gás em águas norte-americanas .“Vou revogar a proibição imediatamente”, garantiu o Presidente eleito Donald Trump.

Donald Trump afirmou esta segunda-feira que quando regressar à presidência norte-americana anulará imediatamente a proibição anunciada por Joe Biden de qualquer nova perfuração de petróleo e gás em alto mar numa vasta zona marítima.

“Vou revogar a proibição imediatamente”, garantiu o Presidente eleito numa entrevista ao radialista Hugh Hewitt, questionado sobre as ações do ainda Presidente democrata. ”O que é que ele está a fazer? Porque é que ele está a fazer isto?”, questionou Trump, que será empossado no próximo dia 20 para um novo mandato na Casa Branca.

Biden anunciou esta segunda novas restrições à perfuração de petróleo e gás em águas norte-americanas por um período de tempo não especificado, medida que foi imediatamente criticada pela equipa de Trump, que a considerou “vergonhosa”.

“Estou a tomar medidas para proteger as costas, o Golfo do México e o Mar de Bering, no Alasca, da perfuração de petróleo e gás natural e dos danos que podem causar”, disse Biden numa declaração presidencial, citada pelas agências internacionais.

A ordem isenta indefinidamente todas as áreas da Plataforma Continental Exterior ao largo das costas leste e oeste do país, o Golfo do México oriental e outras partes do norte do Mar de Bering no Alasca.

“A minha decisão reflete o que as comunidades costeiras, as empresas e os banhistas sabem há muito tempo: que a perfuração ao largo destas costas pode causar danos irreversíveis em locais que estimamos e não é necessária para satisfazer as necessidades energéticas da nossa nação. Não vale a pena correr os riscos”, afirmou o chefe de Estado cessante, que deixará a Casa Branca a 20 de janeiro, dia da tomada de posse do Presidente eleito Donald Trump.

“Numa altura em que a crise climática continua a ameaçar as comunidades de todo o país e em que estamos a fazer a transição para uma economia de energia limpa, chegou o momento de proteger estas costas para os nossos filhos e netos”, acrescentou.

Numa primeira reação à decisão, a equipa de transição de Trump classificou a decisão como “vergonhosa” e um novo obstáculo para os planos do magnata em matéria de política económica quando regressar à Casa Branca.

É evidente que Biden quer que os preços elevados da gasolina sejam o seu legado. Esta é uma decisão vergonhosa concebida para se vingar politicamente do povo norte-americano que deu ao Presidente Trump um mandato para aumentar a perfuração e baixar os preços do gás”, disse a porta-voz da equipa de transição do líder republicano, Katherine Leavitt.

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Pradecon expande fábrica em Vila do Conde após ser comprada por Paulo Fernandes e Draycott

Especializada em estruturas para painéis solares, a metalomecânica controlada pelo empresário Paulo Fernandes e pela capital de risco de João Coelho Borges soma nova área de produção de 7.200 m2.

A Pradecon, especializada em estruturas metálicas para suportar painéis solares, está a expandir a fábrica em Arcos, no concelho de Vila do Conde, com uma nova área de 7.200 metros quadrados (m2), com o objetivo de “aumentar a sua capacidade de produção e dar resposta às necessidades de mercado, atendendo à crescente procura no setor das energias renováveis”.

A construção deste novo edifício de produção, integrado no complexo industrial ocupado atualmente pela Pradecon, acontece poucos meses depois de a Actium Capital, family office de Paulo Fernandes, e a sociedade de capital de risco Draycott, liderada por João Coelho Borges, se terem juntado para comprar esta empresa que emprega cerca de 30 pessoas e que em 2023 faturou 61,1 milhões de euros e registou lucros de 13,6 milhões de euros.

Segundo a informação divulgada esta segunda-feira pela Garcia Garcia, construtora que assina o projeto de Design & Build, a obra de ampliação está em fase de conclusão e “inclui uma conexão interna com o edifício existente, criando uma estrutura única e integrada”. Além da nova área produtiva, que terá painéis solares a cobrir 50% do edifício e uma central de incêndio equipada com reservatório de água para emergências, o projeto de ampliação prevê a instalação de 12 carregadores elétricos no exterior e 12.000 m2 de arruamentos e espaços verdes.

Cofundada em 2000 por Adriano Silva e Rui Pedro Oliveira Marques, a Pradecon começou por fabricar e comercializar contentores de telecomunicações. Atualmente com uma produção anual a rondar as 80 mil toneladas e uma capacidade instalada de 2.000 MW por ano, com projetos em países como Portugal, Espanha, França, Alemanha e Reino Unido, dedica-se à conceção e desenvolvimento de soluções de engenharia para estruturas de painéis solares fotovoltaicos e ao fabrico de perfis metálicos para suportar a montagem desses equipamentos.

Até ao verão passado, a exportadora de Vila do Conde era controlada pela empresa-mãe Cactus SGPS, detida pelo fundador Adriano Silva, engenheiro mecânico nascido em Angola. A aquisição para o controlo conjunto da construtora metálica nortenha, notificada e aprovada ainda em agosto pela Autoridade da Concorrência, foi feita através da sociedade-veículo Hipérbole Diurna, constituída pelo acionista da Altri e pela capital de risco, que investiu neste negócio através do fundo Draycott II – e que há um ano assumiu também o controlo da gigante industrial Purever.

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Salários até 1.000 euros ganham mais 24 euros por mês com alívio nos descontos para o IRS

Pensões até 900 euros vão passar a estar isentas. As parcelas a abater e os escalões foram atualizados para refletir a nova descida do IRS aprovada no Orçamento do Estado para 2025.

Trabalhadores por conta de outrem e pensionistas vão descontar menos IRS a partir deste mês. Salários até mil euros vão sentir um alívio mensal de cerca de 24 euros e reformas até 992 euros terão um ganho adicional de 30 euros, segundo as contas do ECO com base nas novas tabelas de retenção na fonte publicadas esta segunda-feira em Diário da República, que irão vigorar durante este ano.

Os escalões das tabelas de retenção na fonte e as parcelas a abater subiram para refletir a nova descida do IRS aprovada no Orçamento do Estado para 2025, que atualiza os intervalos dos rendimentos em 4,6%, aumenta o mínimo de existência (o valor até ao qual a renumeração não paga imposto) para 870 euros e eleva dedução específica (o montante que abate aos ganhos para apurar a matéria tributável) até 4.462,15 euros.

Assim, a partir deste mês, trabalhadores dependentes e pensionistas que aufiram 870 euros, o referencial para o novo salário mínimo nacional que subiu 50 euros, vão continuar isentos. Até dezembro do ano passado, apenas os ganhos até 820 euros não tinham de fazer descontos para o Fisco.

Por exemplo, um trabalhador solteiro e sem filhos com um vencimento de 875 euros mensais brutos vai passar a descontar apenas 1,09 euros, o que significa menos 24,65 euros face aos 25,74 euros que retinha no final do ano passado.

No caso de um ordenado bruto de 900 euros, o alívio mensal será de 24,75 euros: a retenção na fonte de 37,44 euros vai baixar para 12,69 euros. As contas do ECO mostram ainda que um salário de 992 euros vai passar a descontar 55,84 euros quando, em dezembro, tinha de entregar ao Estado 75,89 euros, o que representa uma diferença de 20,05 euros.

Subindo um pouco a fasquia para os mil euros de vencimento, os descontos descem de 76,61 euros para 58,6 euros, o que corresponde a um alívio mensal de 18 euros. Para uma remuneração de 2.000 euros mensais ilíquidos, a retenção na fonte vai passar a ser de 326.01 euros, quando até aqui era de 330,64 euros, o que corresponde a uma diferença de 4,63 euros por mês.

Reformas até 900 euros vão estar isentas

Em relação aos rendimentos de pensões, o ECO também fez simulações para o caso de um reformado não casado ou casado dois titulares sem dependentes. Quem aufere até 900 euros mensais brutos vai continuar isento. Uma reforma deste montante tinha de pagar 17,79 euros por mês à Autoridade Tributária (AT).

Pensões de 992 euros vão passar a descontar 30,84 euros, o que significa menos 30,22 euros face aos 61,06 euros que tinha de adiantar ao Estado até ao final do ano passado. E um reformado com uma pensão de 1.000 euros vai sentir um alívio no bolso de 23,45 euros por mês: em dezembro descontou 57,05 euros e, a partir deste mês, a retenção vai baixar para 33,6 euros.

De salientar, no entanto, que a retenção na fonte é uma espécie de pagamento por conta, isto é, de adiantamento ao Estado. Na liquidação de 2026 será feito o acerto de contas. Quem descontou mais poderá ter um reembolso maior e quem reteve menos poderá receber menos ou ser chamado a pagar imposto.

“Menos retenção na fonte é o reflexo da atualização dos escalões do IRS em 4,6% aprovado no Orçamento do Estado para 2025. As taxas de retenção são iguais, o que muda são os intervalos de rendimentos, sujeitos a determinado imposto, que sobem, e as parcelas a abater para cálculo da taxa”, explica ao ECO o fiscalista Luís Nascimento da consultora Ilya.

O especialista em Direito Fiscal salienta ainda que, com o Orçamento do Estado para 2025, “a retenção na fonte para os trabalhadores independentes, os chamados recibos verdes, baixa de 25% para 23%”.

Veja aqui as tabelas de IRS para 2025:

 

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Macron defende que Kiev seja realista sobre questões territoriais

  • Lusa
  • 6 Janeiro 2025

"Os ucranianos devem ter discussões realistas sobre as questões territoriais e só eles as podem liderar", disse o Presidente francês diante de embaixadores do país no Palácio do Eliseu.

Emmanuel Macron falava na conferência anual de embaixadores franceses, que decorre esta segunda-feira no Palácio do Eliseu.Lusa

O Presidente francês defendeu esta segunda-feira que os ucranianos devem “ter discussões realistas sobre questões territoriais” para encontrar uma solução para o conflito desencadeado pela invasão russa em 2022, num momento em que Kiev enfrenta uma situação desfavorável no terreno.

Os ucranianos devem ter discussões realistas sobre as questões territoriais e só eles as podem liderar“, disse Emmanuel Macron durante a reunião anual com embaixadores franceses no Palácio do Eliseu para definir as principais linhas de política externa, numa altura em que a Rússia, que tomou posse de cerca de 20% do território da Ucrânia, está a intensificar as suas conquistas no leste do país.

Os europeus terão, no entanto, de “criar garantias de segurança” para a Ucrânia, frisou o Chefe de Estado francês, acrescentando ainda: “Os Estados Unidos da América têm de nos ajudar a mudar a natureza da situação e a convencer a Rússia a sentar-se à mesa das negociações“.

“O próprio Presidente norte-americano eleito [Donald Trump] sabe que os Estados Unidos não têm hipótese de ganhar nada se a Ucrânia perder”, disse Macron, argumentando que a capitulação da Ucrânia não é benéfica nem para os europeus nem para os norte-americanos.

O líder francês vincou ainda que a “credibilidade” do Ocidente seria “abalada” se aceitasse compromissos devido ao “cansaço” do conflito.

Não haverá solução rápida e fácil na Ucrânia “, avisou o Presidente francês, sugerindo a Kiev que reflita bem sobre as questões de posse territorial, como base para um entendimento negocial com Moscovo, num momento em que o conflito está quase a entrar no seu quarto ano.

Kiev espera decisões relevantes da parte de Trump, quando este tomar posse, no dia 20 de janeiro, mas também teme uma queda no apoio norte-americano, depois de o Presidente eleito ter criticado o esforço financeiro de Washington para apoiar a Ucrânia.

Para atingir um eventual cessar-fogo, o Kremlin (Presidência russa) continua a exigir que a Ucrânia deponha as armas, ceda as quatro regiões parcialmente ocupadas por forças russas (Lugansk, Donetsk, Kherson e Zaporijia), além da península da Crimeia anexada em 2014, e renuncie à sua adesão à NATO.

Estas condições são inaceitáveis para Kiev.

A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022. Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.

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