Cátedra de Estudos da Habitação de Barcelona lança as bases de uma nova agenda para garantir o acesso à habitação

  • Servimedia
  • 28 Maio 2025

Direito efetivo à habitação, propriedade com função social e cooperação entre os atores envolvidos para aumentar a oferta, entre as principais propostas do 1º Congresso Internacional sobre Habitação.

A Cátedra de Estudos da Habitação de Barcelona (CBEH) encerrou a primeira edição do Congresso Internacional sobre Habitação e Cidade, que durante dois dias reuniu mais de 250 pessoas do âmbito académico, institucional e social.

O encontro, organizado por esta cátedra promovida pelas quatro universidades públicas da área metropolitana -UB, UAB, UPC e UPF-, com o apoio da Generalitat de Catalunya e da Câmara Municipal de Barcelona, converteu-se num espaço estratégico para a análise, ligação e transferência de conhecimentos no domínio da habitação.

O congresso serviu de fórum de debate sobre as causas estruturais da crise da habitação, reunindo especialistas, instituições e atores do território com o objetivo de apresentar propostas bem fundamentadas que contribuam para repensar o modelo de acesso à habitação. Neste contexto, a Cátedra apresentará nos próximos dias um documento de conclusões sob a forma de um Decálogo, que será partilhado tanto com os seus mandatários – a Generalitat e a Câmara Municipal de Barcelona – como com os principais agentes e organizações do setor.

Além disso, numa ação paralela prevista para hoje, quarta-feira, o Presidente transmitirá as principais reflexões da conferência aos membros da Comissão Especial sobre a Crise da Habitação na União Europeia (HOUS) do Parlamento Europeu, coincidindo com a visita oficial desta delegação à capital catalã. Este diálogo visa reforçar a projeção europeia dos conhecimentos gerados e contribuir para a conceção de respostas mais coordenadas aos desafios comuns colocados pela emergência habitacional nas cidades do continente.

O ponto alto do dia foi a apresentação dos relatórios da presidência. O relatório sobre o financiamento da habitação social – elaborado por Xavier Mauri e Montserrat Pareja-Eastaway – defende que não são apenas necessários mais recursos, mas também uma visão estratégica e uma vontade política sustentada para permitir uma aliança contra a crise da habitação. “Devemos partir da corresponsabilidade de todos os atores envolvidos neste problema e ter uma visão ambiciosa da habitação como uma infraestrutura básica do Estado”.

O relatório de Juan Alemany e Judith Gifreu sobre a implementação de “cláusulas sociais na construção pública que não só permanecem na pontuação inicial, mas também fazem parte do acompanhamento real da obra” também foi destacado.

Por outro lado, foi apresentado o relatório sobre a segurança no ambiente urbano em ligação com a habitação, elaborado por Josep Jordi Guerrero e Carles Soto, que inclui nove boas práticas neste domínio e propõe seis recomendações específicas. Por último, foi também apresentada uma análise sobre a simplificação administrativa no planeamento urbano e na habitação, realizada por Antoni Serra e Francesc Palau (recordado no congresso pelo seu recente falecimento), que gerou propostas concretas para simplificar os procedimentos administrativos de concessão de licenças de construção, incluindo a automatização com inteligência artificial.

OFERTA

A primeira mesa redonda do dia, que tratou do estado da oferta e da procura residencial, revelou um desequilíbrio estrutural entre a criação de novas habitações e a disponibilidade de habitações. Juan Antonio Modenes (UAB) explicou que a habitação que é construída ou libertada muitas vezes não corresponde à procura real, demonstrando um défice estrutural, uma situação acentuada pela chegada de uma população migrante com uma capacidade económica superior à média local.

Neste sentido, Carles Donat, do Observatório Metropolitano da Habitação, salientou que, embora a construção não seja a solução definitiva, é essencial se o número de agregados familiares continuar a crescer. Esta tensão entre a oferta e a procura também se verifica no arrendamento, uma vez que os inquilinos estão a mudar menos, o que reduz a oferta disponível e pressiona os preços. Donat apelou a um maior investimento público e recordou que a Catalunha apenas dispõe de 1,7% do parque habitacional público. Temos de construir, sim“, concluiu, ”mas temos de garantir que o que é construído responde a necessidades reais e promove critérios de sustentabilidade”.

Na mesa redonda sobre regulamentação, Josep Ferrer Riba, co-diretor da Cátedra de Estudos de Habitação de Barcelona, centrou-se na utilização crescente de contratos de arrendamento temporário como forma de evitar as garantias que protegem os arrendamentos regulares. Face a esta situação, propõe o estabelecimento de critérios claros e objetivos para os contratos temporários, exigindo que a razão do contrato seja justificada e que, se tal não acontecer, o contrato seja considerado permanente. Defende ainda que “devem estar sujeitos ao mesmo quadro de proteção que o arrendamento regular, tanto em termos de duração, como de regulação de preços e outros direitos do arrendatário”.

A jornada terminou com a mesa redonda sobre a Habitação e a União Europeia, uma perspetiva habitualmente esquecida, com representantes de instituições europeias que estudam e influenciam as questões da habitação. Foi analisado o conceito europeu de serviço de interesse geral, já incorporado na legislação espanhola e catalã, mas ainda muito desconhecido, ligado à ideia de serviço público. Foi sublinhada a necessidade de a UE utilizar as suas competências atuais para trabalhar com os Estados-Membros da UE na luta pela habitação, associada às políticas sociais, em ligação com medidas adequadas sobre as alterações climáticas e contra os sem-abrigo e a segregação urbana.

Kath Scanlon (LSE) encerrou o dia com uma reflexão sobre duas inovações no domínio da habitação que têm merecido a atenção do meio académico nos últimos anos. Por um lado, a habitação colaborativa, vista como uma inovação positiva, e, por outro, a financeirização, vista como negativa. Com base em exemplos da sua própria investigação e em estudos europeus comparativos, Scanlon resumiu as provas dos efeitos destas inovações nos residentes e nos bairros.

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Americanos injetam 11 milhões na sociedade que investe no Benfica

Lenore Sports Partner recebeu duas injeções de capital durante o mês de maio, mês que marcou a entrada na SAD do Benfica. Ações disparam para o valor mais elevado de sempre.

A Lenore Sports Partners (LSP), o veículo financeiro através do qual os americanos Jean-Marc Chapus e Elliot Hayes estão a investir na SAD do Benfica, recebeu duas injeções de capital no valor total de 11,5 milhões de euros este mês, segundo os documentos enviados às autoridades britânicas.

As informações enviadas à Companies House, a agência do Departamento do Comércio do Governo britânico, mostram que a LSP Lisbon (Scotland) realizou um primeiro aumento de capital no valor de 4,4 milhões de euros no dia 1 de maio. O capital da sociedade foi posteriormente reforçado para 11,5 milhões de euros numa operação que teve lugar no passado dia 23 de maio.

Contactada pelo ECO, a LSP não quis dar informações sobre estas operações, nomeadamente sobre os investidores que participaram nestes aumentos de capital e se o dinheiro injetado na sociedade se destinará ao reforço da participação na SAD encarnada.

Em agosto, a agência Bloomberg noticiou que o grupo americano estava a tentar levantar junto dos investidores cerca de 50 milhões de euros para comprar uma participação superior a 16% na SAD do clube português.

Atualmente, a LSP já controla mais de 5% da SAD do Benfica, segundo as últimas informações públicas, incluindo o lote de ações correspondentes a 3,28% do capital que os americanos adquiriram ao antigo presidente das águias Luís Filipe Vieira ao preço de 7,07 euros por ação no leilão realizado a 7 de maio e cuja transação está a ser contestada pelo clube liderado por Rui Costa, que alega que não lhe foi dada a oportunidade de exercer o direito de preferência.

Os americanos já são o terceiro maior acionista da SAD encarnada, apenas atrás do clube (63,66%) e do empresário José António dos Santos (16,38%), sendo que o restante capital está disperso no mercado.

Após ter anunciado a entrada na estrutura acionista das águias, o grupo americano apenas disse que quer ser um “parceiro produtivo” do clube português e assegurou que não se intrometerá na gestão desportiva. Mas vai manter-se em silêncio até ao terminar da época desportiva.

Ações em máximos históricos

É no contexto da entrada do novo investidor americano na SAD que as ações do Benfica estão a valorizar de forma expressiva nas últimas sessões e estão a cotar em máximos históricos. Esta terça-feira, os títulos dispararam 13,33% para os 6,12 euros, a cotação mais elevada de sempre. Foi a sessão mais movimentada desde 8 de setembro de 2021, com mais de 44 mil títulos a trocarem de mãos, mais de dez vezes mais do que a média diária dos últimos três meses.

Só neste mês de maio, a SAD encarnada acumula uma valorização de 65% em bolsa, que lhe confere uma capitalização bolsista de 140,76 milhões de euros — um valor bem acima do valor de mercado da SAD dos rivais do FC Porto e do que empresas como a construtora Teixeira Duarte.

O que estará por detrás deste entusiasmo em torno das ações das águias? A presença de um investidor que aceitou pagar 7,07 euros por ação e pretende reforçar a sua posição? Ou porque a LSP estará a adquirir títulos na bolsa? O ECO questionou a LSP se está a comprar ações na bolsa, mas não respondeu a esta questão.

Dentro de campo, os resultados não são tão interessantes. O Benfica acabou de perder o campeonato (e o acesso direto à Liga dos Campeões) e a Taça de Portugal para o Sporting. A época para os encarnados ainda não terminou, pois daqui a semanas participam no Mundial de Clubes da FIFA, e só depois vão de férias.

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“Habemus” Governo com a viabilização do PS. Marcelo indigita Montenegro

Com a contagem dos votos da emigração fechada, Belém chama novamente AD, PS e Chega para confirmar que há condições de governabilidade. Executivo pode tomar posse já na próxima semana.

Luís Montenegro, presidente do PSD, acompanhado (à esquerda) por Leonor Beleza, foi recebido pelo Presidente da República a 20 de maio, depois das eleições legislativas.Lusa

Ainda sem maioria absoluta, mas com um reforço dos votos, o Governo da AD – coligação PSD/CDS volta a passar pelo crivo de Belém com a garantia do PS, dada por José Luís Carneiro, de que dará condições de governabilidade através da viabilização do programa do Executivo no Parlamento.

O presidente do Chega também já disse que seria um “farol de estabilidade” mas, ao mesmo tempo, lançou três linhas vermelhas e anunciou que iria apresentar “um Governo alternativo”. Resta saber com quem Luís Montenegro quer dançar. Nesta fase, continua a insistir num diálogo com todos, fechando apenas a porta a acordos de coligação ou de incidência parlamentar com o partido de André Ventura.

A contagem dos votos da emigração, dos círculos da Europa e Fora da Europa, que dão mais quatro deputados às forças políticas, termina esta quarta-feira e, se não se repetir o desastre das legislativas de 2022, em que foi necessário repetir todo o processo, Marcelo Rebelo de Sousa recebe novamente AD, PS e Chega, esta quinta-feira da parte da tarde e, no mesmo dia, tenciona indigitar Luís Montenegro como primeiro-ministro.

O novo Parlamento terá a primeira sessão plenária a 3 de junho, próxima terça-feira, ou, o mais tardar, no dia 5, quinta-feira. E o Governo poderá ser empossado logo a seguir, a 6 de junho ou só depois do feriado de 10 de junho, Dia de Portugal. José Pedro Aguiar-Branco, presidente da Assembleia da República na legislatura cessante, deverá ser recandidato ao mesmo cargo, como o próprio já anunciou.

Até ao final do dia desta terça-feira, 27 de maio, as 150 mesas, instaladas na FIL, no Parque das Nações, em Lisboa, já tinham recebido 300.937 votos da emigração, isto é, 19,05% de um total de 1.579.507 eleitores recenseados, segundo o site da Secretaria-geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI). Dos cerca de 301 mil boletins, 82,85%, o que corresponde a 249.329 envelopes, vêm do círculo da Europa e apenas 17,15% ou 51.608 têm origem no resto do mundo.

“Para já, tudo está a correr dentro da normalidade, mas já foram anulados alguns votos por falta da cópia do documento de identificação”, revelou ao ECO o porta-voz da Comissão Nacional de Eleições (CNE), André Wemans. O mesmo responsável lembrou que, nas eleições de 2024, “cerca de 30% não foram contabilizados por falta de documentação”.

O resultado final será conhecido ao final do dia desta quarta-feira e vai definir quem fica em segundo lugar, PS ou Chega, desempatando assim as duas bancadas, que tinham conseguido o mesmo número de deputados, 58, pelos círculos nacionais. Nas eleições legislativas de 2024, o partido de extrema-direita ficou em primeiro lugar no estrangeiro, com um eleito pela Europa e outro Fora da Europa. Os restantes dois mandatos foram distribuídos pela AD, que elegeu um por Fora da Europa, e pelo PS, com um deputado na Europa.

Caso não se verifiquem as ilegalidades que ocorreram nas legislativas de 2022 por causa da contagem de boletins sem a cópia de identificação do eleitor, e que motivaram a repetição da eleição e o adiamento do registo dos votos, o apuramento dos resultados deverá ficar fechado até ao final desta quarta-feira, 28 de maio. Neste cenário de normalidade, o Presidente da República conta receber AD, PS e Chega na quinta-feira, às 15h, 16h e 17h.

“Vou ouvir primeiro os três partidos. Se eu tiver condições para logo nesse dia fazer sair uma nota de indigitação, faço”, indicou esta segunda-feira Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações à Lusa. Questionado se tenciona receber José Luís Carneiro, candidato a secretário-geral do PS, o Chefe de Estado respondeu: “Eu vou falar com a delegação que vier do PS, quem escolhe são eles”.

No mesmo dia, e depois de auscultados os três partidos mais votados, o Presidente da República tenciona indigitar Luís Montenegro como primeiro-ministro. “A ideia é logo que possa”, repetiu.

Um processo rápido que acontecerá caso Marcelo Rebelo de Sousa tenha a confirmação por parte dos dois partidos da oposição mais votados, PS e Chega, de que irão dar condições de governabilidade à AD, viabilizando o seu programa. O mais certo é Montenegro contar com a mão de José Luís Carneiro, que se tem mostrado mais assertivo do que Ventura, que tanto diz ser um “farol de estabilidade” como um “farol de mudança”.

José Luís Carneiro, candidato único à liderança do PSLusa

O candidato único à liderança do PS, depois da demissão de Pedro Nuno Santos, já disse ‘sim’ ao diálogo e ‘não’, para já, à comissão parlamentar de inquérito à Spinumviva, defendida pelo ex-secretário-geral, que abandonou o cargo no sábado, ficando o presidente do partido, Carlos César, como interino até às eleições internas de 27 e 28 de junho.

“O PS deve ser aquilo que sempre foi, um fator de estabilidade e de confiança no futuro. Temos de ter a capacidade de, em sede parlamentar, sermos capazes de assentar compromissos, PS e AD. E o PS deve ser claro na garantia de viabilização do Governo, porque é isso que os cidadãos nos pedem”, sublinhou José Luís Carneiro, antigo ministro da Administração Interna e atual membro da comissão política nacional do PS, em entrevista à CNN Portugal, um dia depois das legislativas de 18 de maio e da hecatombe eleitoral que sofreram os socialistas. Porém, é contra um bloco central, porque “seria prejudicial aos dois partidos subsumirem-se”.

Quanto à comissão parlamentar de inquérito (CPI) ao caso Spinumviva, José Luís Carneiro já tinha defendido, em março, em entrevista ao JN/TSF, a sua posição “contrária à continuidade da comissão de inquérito”, já que “competirá às instâncias da Justiça averiguar os termos em que essas inquirições devem ocorrer”, argumentou na altura.

O antigo ministro da Administração Interna defendeu que o assunto deve ser “tratado pela justiça”. “É aquilo que me parece adequado, razoável, sensato à luz daquilo que são as informações que dispomos nesta altura”, voltou a insistir esta terça-feira. Contudo, reconheceu que “o PS não pode abdicar de nenhum dos instrumentos de escrutínio da ação do Governo”. “As comissões de inquérito são um dos instrumentos de escrutínio do Governo”, frisou.

Do lado do Chega, André Ventura tem mostrado um comportamento mais catatónico. Ora quer ser “um farol de estabilidade”, desde que Montenegro não pise três linhas vermelhas, ora um “farol de mudança”, acenando já com um “Governo alternativo”, afirmou na semana passada, no final da primeira reunião em Belém, após as legislativas antecipadas.

André Ventura, presidente do ChegaLusa

Se tudo se confirmar, o Chega será o partido líder de oposição e apresentaremos um Governo alternativo”, destacou Ventura, mostrando-se “confiante que será o segundo partido mais votado” depois da AD, nos círculos Europa e Fora da Europa.

Por outro lado, assegurou que será também um “farol de estabilidade e de mudança” e que não deixará que “o país caia numa nova crise” política, sem indicar, contudo, se viabiliza ou não o Governo da Aliança Democrática (AD) – coligação PSD/CSD. “O país não precisa de mais eleições, o país não quer mais eleições, o país precisa de um rumo e uma ordem. Procuraremos ser um farol de estabilidade, mas não a qualquer custo”, alertou. E traçou três linhas vermelhas que poderão determinar a viabilização ou não do Governo de Luís Montenegro.

“A luta contra corrupção é um pilar fundamental da nossa ação política; o combate a um país de portas abertas e a uma imigração descontrolada é um pilar fundamental; e o combate à subsidiodependência que tem destruído grande parte do tecido social, atribuindo subsídios a quem não precisa deles, permitindo que algumas minorias vivam à conta de subsídios e à custa de quem trabalha são linhas que nos separam dos dois partidos principais do sistema português”, destacou.

Mas o líder do partido de extrema-direita deixou bem claro que se os votos da emigração colocarem o Chega como a segunda força, “o xadrez político” vai mudar e “o Chega assumirá o papel de líder da oposição, que deve escrutinar, fiscalizar e apresentar uma alternativa de Governo”.

“Nos últimos meses, o Governo escolheu governar com o PS, aprovou o Orçamento do Estado com o PS, optou, nas grandes bandeiras, por governar com o PS e o que os eleitores disseram, nestas eleições, é que, sim senhor, este é o primeiro-ministro que temos e que conseguiu reforçar a votação, mas o partido que fez oposição e que procurou mudar o país foi premiado e ascendeu à categoria de líder da oposição e que tem de ter um governo pronto para governar a qualquer momento”, defendeu.

Próximos passos: Governo poderá tomar posse na primeira semana de junho

Com 89 lugares no Parlamento, nem com os nove da IL Luís Montenegro consegue uma maioria absoluta (116 deputados) para poder governar sem depender de negociações com, pelo menos, um dos dois maiores partidos da oposição: PS e Chega. Têm ambos 58 eleitos, sendo que ainda faltam atribuir os quatro mandatos da Europa e Fora da Europa.

Tudo parece apontar para a viabilização do Governo pelo PS de José Luís Carneiro que já garantiu que “tudo fará para contribuir para a estabilidade política”, começando por chumbar a moção de rejeição do PCP ao programa do Executivo. No entanto, ainda não desvendou como irá votar o Orçamento de Estado para 2026.

Estabilidade e governabilidade asseguradas, o Presidente da República espera indigitar Luís Montenegro como primeiro-ministro e convidá-lo a formar Governo, já esta quinta-feira. A primeira sessão plenária da Assembleia da República deverá ocorrer a 3 de junho ou, o mais tardar, no dia 5, segundo ficou decidido na conferência de líder da passada semana.

“A primeira data que equacionamos é o dia 3 de junho [uma terça-feira] e a data mais tardia será o dia 5 [uma quinta-feira]. Quanto à ordem do dia dessa primeira sessão plenária, abrirá, como é habitual, pelas 10h, para efeitos de leitura e votação do projeto de resolução para a constituição da Comissão Eventual de Verificação de Poderes dos Deputados Eleitos”, indicou o porta-voz da conferência de líderes e deputado social-democrata Jorge Paulo Oliveira.

Em princípio, partindo da perspetiva da mesa da Assembleia da República, vão sentar-se da direita para a esquerda Chega, CDS, Iniciativa Liberal e PSD. A partir do centro para a esquerda fica PAN, PS, JPP (Juntos Pelo Povo), Livre, PCP e Bloco de Esquerda. Tal como em anteriores legislaturas, os deputados únicos — nesta legislatura os do PAN, JPP e Bloco de Esquerda — ficam sentados num lugar da segunda fila do hemiciclo e não na primeira.

Nesta primeira sessão, deverão ser eleitos o presidente da Assembleia da República e a restante mesa do Parlamento, constituída por vice-presidentes, secretários e vice-secretários. Espera-se também que seja ainda eleito o Conselho de Administração da Assembleia da República, onde têm assento deputados representantes de todos os grupos parlamentares.

José Pedro Aguiar-Branco, presidente do Parlamento da última legislatura, deverá recandidatar-se. “A minha posição é simples, é uma posição de disponibilidade para poder também voltar a ser o presidente da Assembleia da República”, admitiu na semana passada.

Para ser eleito, o presidente da Assembleia da República, a segunda mais alta figura do Estado a seguir ao Presidente da República, precisa de obter pelo menos 116 votos favoráveis entre os 230 deputados. Recorde-se que, no ano passado, o antigo ministro só conseguiu o lugar à quarta tentativa por um acordo entre AD e PS, uma vez que o Chega acabou por rasgar o entendimento que tinha firmado com PSD e CDS e votou contra a escolha de Aguiar-Branco.

O Executivo deverá tomar posse a 6 de junho, sexta-feira, antes do 10 de junho, Dia de Portugal, tal como deseja Marcelo Rebelo de Sousa. Ou mais tarde, só depois depois do feriado.

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Novobanco tem prospeto para entrada em bolsa em fase avançada na CMVM

Mesmo com uma venda direta em cima da mesa, Lone Star continua a dar passos para uma operação em bolsa. Possibilidade de admissão à cotação é aprovada pelos acionistas na próxima semana.

O interesse do espanhol Caixabank no Novobanco veio reforçar a probabilidade de a Lone Star optar por uma venda direta, mas os preparativos para uma oferta pública na bolsa (IPO, na sigla em inglês) continuam. Ao que o ECO apurou, o banco já submeteu à CMVM o prospeto da operação e a análise está numa fase avançada.

Qualquer operação de venda de títulos aos investidores obriga à aprovação prévia de um prospeto pelo supervisor do mercado de capitais, com informação detalhada sobre a empresa, e a entrega de vários documentos. Normalmente, o processo obriga a várias trocas de informação entre a CMVM e o emitente, neste caso o Novobanco. A avaliação do prospeto está já numa fase avançada, segundo apurou o ECO.

Questionado sobre o processo, o supervisor responde que “a CMVM está sujeita a deveres de sigilo, pelo que não pode pronunciar-se sobre a existência ou não de eventuais procedimentos de aprovação de prospetos em curso” e assinala “que os prospetos aprovados pela CMVM são publicados no Sistema de Difusão de Informação da CMVM quando as entidades emitentes iniciam as respetivas ofertas de instrumentos financeiros”.

Os acionistas do Novobanco — o fundo norte-americano Lone Star, o Fundo de Resolução e a Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF) — vão deliberar na próxima quarta-feira, 4 de junho, a admissão à negociação das ações no mercado regulamentado da Euronext Lisbon. A assembleia geral extraordinária vai ainda aprovar uma “revisão integral dos estatutos”, de forma a cumprir os requisitos para estar cotado.

Existirão, por isso, condições para o Novobanco avançar com um IPO — que poderá envolver entre 25% e 30% do capital do banco — nas próximas semanas, se assim o entender, mas a janela de oportunidade está a fechar-se. A profundidade de mercado para este tipo de operações esmorece a partir de finais de junho e só regressa em setembro. Os planos do banco incluem a opção de só fazer a oferta depois do verão.

Apesar da volatilidade que tem marcado os últimos meses, o setor está em forte alta na bolsa, com o índice Euro Stoxx Banks a valorizar cerca de 38% desde o início do ano, o terceiro consecutivo de ganhos. O banco, que está a ser assessorado pelo Bank of America, o Deutsche Bank e o JPMorgan Chase, tem referido que o timing de um IPO será determinado pelas condições de mercado.

A opção pela dispersão em bolsa seria a mais ‘pacífica’, mas a possibilidade de uma venda direta tem ganho força perante o interesse do Caixabank, que em Portugal já é dono do BPI. O grupo espanhol já contratou o Morgan Stanley e a consultora Deloitte para avaliar a operação.

O Governo já deu nota pública de que não veria a operação com bons olhos. Em entrevista à RTP na semana passada, o ministro das Finanças afirmou que “é do interesse do país que não haja uma excessiva dependência, uma excessiva concentração do nosso setor bancário nas mãos de bancos de um único país como Espanha”. Fontes ouvidas pelo ECO admitem que as declarações podem fazer o grupo espanhol pensar duas vezes, mas não o deverá fazer desistir da operação.

A Caixa Geral de Depósitos também poderá entrar na equação. Ainda que considere que “a eventual questão do Novobanco passa pelo acionista”, ou seja o Estado, o CEO reiterou na última apresentação de resultados que o banco público irá analisar a operação, subscrevendo a visão do Governo de que “não é saudável para Portugal ter 50% da banca em mãos espanholas”. Paulo Macedo alertou, no entanto, para a complexidade da operação, já que, por questões de concorrência, alguns segmentos do negócio do Novobanco teriam de ser separados e vendidos a terceiros.

O tema foi abordado também pelo CEO do BCP na apresentação de resultados. Miguel Maya afirmou que o banco estará disponível para analisar a operação caso seja uma venda direta.

O Banco de Portugal tem mostrado preferência por uma solução que não represente uma concentração do risco. “Para nós é importante que haja concorrência e que idealmente não tenhamos os bancos exatamente iguais uns aos outros e dependentes das mesmas fontes de risco e acionistas”, disse a vice-presidente, Clara Raposo, durante a conferência Banking on Change, organizada pelo ECO a 6 de maio, em Lisboa. Uns meses antes, em fevereiro, o governador Mário Centeno exprimiu a preferência por um IPO: “Vejo uma [operação de ida para a bolsa] como um bom resultado para o funcionamento e competitividade do setor bancário.”

A avaliar a aquisição do Novobanco está também o Groupe BPCE, como o ECO noticiou em abril. O grupo francês é dono do banco de investimento Natixis, que tem em Portugal um centro de serviços partilhados e inovação tecnológica, além de instituições como o Banque Palatine, Caissed’Épargne, Banque Populaire e Le Crédit Coopératif.

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Viana do Castelo vai contrair empréstimo por atrasos nas verbas do PRR

  • Lusa
  • 27 Maio 2025

A autarquia vai pedir um empréstimo bancário, no valor de 2.543.140,35 euros, a 15 anos. Luís Nobre ponta para "dificuldade nas transferências das verbas do PRR".

A Câmara de Viana do Castelo vai contrair um empréstimo bancário de mais de 2,5 milhões de euros por falta de liquidez para vários projetos, situação que o presidente justificou com atrasos nas verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Na apresentação da proposta, aprovada por maioria, Luís Nobre disse que “se não houvesse dificuldade nas transferências das verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)” não propunha ao executivo municipal a contratação do empréstimo, que segundo disse, “vai permitir dar resposta a projetos emergentes para o concelho”.

“Não é fácil gerir a faturação do PRR que tem entrado na autarquia. Nesta altura, temos faturação no valor de 9,5 milhões de euros que temos de pagar (…) Se não fossem os atrasos nas transferências do PRR, a condição financeira da autarquia seria extraordinária”, realçou o autarca socialista.

Com aquele montante, a autarquia “pretende adquirir um conjunto de imóveis necessários à execução de vários projetos, como a ampliação do cemitério de Areosa, no valor de 238.566,55 euros, a construção de habitação a preços controlados em Darque, por 690 mil euros, e a ampliação do campo de jogos de Deocriste, por 200 mil euros”.

A compra, por 70 mil euros, de “um terreno para a construção do novo quartel da GNR de Lanheses, a compra da piscina ao centro social de Vila Nova de Anha, no valor de 850 mil euros” são outros projetos a concretizar com o empréstimo bancário aprovado esta terça. A autarquia pretende ainda comprar um imóvel para construção de túnel de ligação entre parque de estacionamento do antigo e do atual mercado municipal, no valor de 252.980 euros, e adquirir um prédio no Largo Vasco da Gama por 241.593,80 euros”.

A oposição levantou dúvidas quanto à pertinência de alguns investimentos como a aquisição da piscina de Vila Nova de Anha, alegando que foi construída com apoio de fundos comunitários. Na resposta, o autarca socialista adiantou que a aquisição da piscina não é ilegal por não haver alteração do fim do equipamento e garantiu que “todas as aquisições previstas são património que fica para o município”.

O vereador do PSD, Paulo Vale, votou contra por não concordar com o modelo de empréstimo bancário. “Para mim, o que faria sentido era abrir uma linha de crédito junto da banca para antecipar as verbas das obras financiadas pelo PRR para desafogar a tesouraria da Câmara. Não tinha problema nenhum de aprovar um empréstimo nesses moldes”, referiu.

A vereadora da CDU, Cláudia Marinho, que se absteve, disse não entender por que razão a maioria socialista “meteu todos estes projetos no mesmo bolo”, considerando que “uns que são mais prioritários do que outros”.

A vereadora do CDS-PP, Ilda Araújo Novo, votou contra, sentido de voto que estaria disposta a alterar “se, porventura, forem retirados os projetos respeitantes à aquisição da piscina, a ampliação do campo de jogos, assim como a aquisição não prioritária do prédio do Largo Vasco da Gama”.

Em nenhum destes casos assumir as respetivas despesas é uma boa gestão dos impostos, do dinheiro dos contribuintes”, afirmou. O vereador independente Eduardo Teixeira que rejeitou a contração do empréstimo acusou a maioria socialista de estar a “hipotecar os próximos mandatos autárquicos”.

A situação financeira da Câmara está a ficar completamente aflitiva. Isto é o que se chama gerir no fio da navalha. Pode dar mau resultado. O senhor presidente pode chegar ao fim do seu mandato com a Câmara falida”, referiu. Na proposta aprovada esta terça, a que a agência Lusa teve acesso, o valor da dívida total da autarquia a 31 de abril último era de 46.346.481 euros. Naquela data o município tinha uma margem disponível para endividamento de 8.384.700 euros.

O empréstimo bancário que a autarquia vai contrair, no valor de 2.543.140,35 euros, tem um prazo de vencimento de 15 anos e um prazo de utilização capital de dois anos.

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Banco de Portugal reduz requisitos de fundos próprios e passivos da CGD

  • Lusa
  • 27 Maio 2025

O banco público indica que os novos requisitos representam "uma redução face aos anteriores atendendo ao progresso efetuado pelo Grupo Caixa na sua prontidão operacional para um cenário de bail-in".

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) anunciou esta terça-feira que o Banco de Portugal reduziu os seus requisitos de fundos próprios e de passivos elegíveis, sendo que, a partir de 26 de maio, passam a ser de 25,68%.

De acordo com um comunicado, publicado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a CGD informou que “foi notificada pelo Banco de Portugal relativamente aos seus requisitos de fundos próprios e de passivos elegíveis (MREL – Minimum Requirement for own funds and Eligible Liabilities) conforme decisão do Conselho Único de Resolução”.

Segundo o banco público, “os requisitos agora aplicados representam uma redução face aos anteriores atendendo ao progresso efetuado pelo Grupo Caixa na sua prontidão operacional para um cenário de bail-in [recapitalização interna] e ao modelo de governo associado”.

Assim, a partir de 26 de maio de 2025, disse a CGD, o requisito de fundos próprios e de passivos elegíveis será equivalente a “22,37% do total de ativos ponderados pelo risco, adicionado de um requisito combinado de reserva de fundos próprios de 3,31%, correspondendo a um requisito total de 25,68% (uma redução de 65 pontos base face ao requisito anterior de 26,33%)” e a “6,30% da exposição total do rácio de alavancagem”.

Segundo a CGD, “os requisitos aplicam-se em base subconsolidada para o perímetro de resolução definido” sendo que à “Caixa não foi determinado o cumprimento do requisito de subordinação mínimo”.

A CGD disse ainda que “o rácio de MREL apurado a 31 de março de 2025 foi de 27,22% do total de ativos ponderados pelo risco e de 10,31% da exposição total do rácio de alavancagem, excedendo o requisito fixado”, sendo que o banco “prevê manter o cumprimento dos requisitos através da combinação de fundos próprios e de passivos elegíveis”.

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Laurel conquista 50ª marca que “honra” a carpintaria naval

"Cinquenta vozes que se unem num só propósito: elevar Portugal ao lugar que sempre mereceu no palco mundial da excelência". A Laurel acaba de chegar à meta dos 50 associados.

A associação portuguesa de marcas de excelência (Laurel) acaba de acolher a quinquagésima marca, a Absolute Projects. A empresa liderada por David Vieira “honra o mais antigo saber-fazer português, a carpintaria naval portuguesa”. “Cinquenta marcas que escolheram acreditar. Cinquenta vozes que se unem num só propósito: elevar Portugal ao lugar que sempre mereceu no palco mundial da excelência”, escreveu a associação numa publicação no LinkedIn. David Vieira passará a ser embaixador na Laurel.

Para a Laurel, a adesão da Absolute Projects, empresa fundada em 1997, simboliza a essência da associação: “olhar para as nossas raízes com orgulho e para o futuro com ambição. Honrar a tradição enquanto construímos inovação com coragem e empreendedorismo”, lê-se na mesma publicação.

O sonho de criar a Laurel nasceu em 2021 no salão do Ritz, em Lisboa. “Éramos apenas 11, mas carregávamos a convicção inabalável de que Portugal merecia mais, merecia uma associação à altura da grandeza do que aqui se cria e da mestria do que aqui se constrói“, escreve a associação liderada por Jorge Leitão, que é também CEO da Leitão e Irmão joalheiros.

Amorim Luxury, Vista Alegre, Renova, Sogrape e Viúva de Lamego são alguns dos 50 associados que integram a associação que nestes quatro anos de existência “não se limitou a sobreviver, floresceu, nacional e internacionalmente, consolidou-se, criou pontes, derrubou muros, abriu caminhos e provou ao mundo que Portugal não é apenas um país de história, mas um país que faz história”.

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EUA ordenam a embaixadas que suspendam processos de vistos de estudantes

  • Lusa
  • 27 Maio 2025

A ordem pode atrasar o processamento dos vistos de estudante, prejudicando muitas universidades que dependem das receitas de matrículas e propinas de estudantes estrangeiros.

O secretário de Estado norte-americano ordenou às embaixadas dos Estados Unidos que suspendam entrevistas para emissão de vistos a estudantes estrangeiros, até expansão da “verificação de antecedentes” e análise das redes sociais dos candidatos.

“Com efeito imediato, em preparação para a expansão da análise das redes sociais e da verificação de antecedentes, as secções consulares não devem adicionar mais marcações para vistos de estudante ou de intercâmbio estudantil até que sejam emitidas novas diretrizes”, afirma o secretário de Estado Marco Rubio numa diretiva citada pela agência Bloomberg.

A diretiva enviada a embaixadas e secções consulares é datada desta terça, segundo o site noticioso Politico. A mesma fonte adianta que a ordem poderá atrasar significativamente o processamento dos vistos de estudante, prejudicando muitas universidades que dependem das receitas de matrículas e propinas de estudantes estrangeiros.

Em meados de abril, e no âmbito de uma ação repressiva contra os protestos pró-palestinianos nos campus universitários norte-americanos, o The New York Times noticiou que o executivo de Donald Trump tinha ordenado aos funcionários que analisassem as contas das redes sociais de alguns requerentes de vistos.

A administração tinha anteriormente imposto alguns requisitos de rastreio das redes sociais, mas estes destinavam-se em grande parte a estudantes que regressavam ao país e que podiam ter participado em protestos contra as ações de Israel em Gaza.

Sob acusação de apoio ao movimento palestiniano Hamas, considerado terrorista por Washington, ou de antissemitismo, vários estudantes foram detidos e submetidos a processos de deportação ou impedidos de regressar ao país, depois de serem cancelados os seus vistos.

O telegrama de Rubio não explica diretamente o que de futuro será verificado nos antecedentes ou publicações dos candidatos a visto, mas faz alusão a ordens executivas que visam impedir a entrada de terroristas e combater o antissemitismo. Segundo o Politico, muitos funcionários do Departamento de Estado queixam-se, em privado, da falta de clareza de orientações anteriores sobre, por exemplo, examinar estudantes que possam ter participado em protestos em campus.

As universidades, sobretudo as de elite como Harvard, têm sido um alvo frequente do próprio Trump nalguns dos seus discursos, acusando-as de promover antissemitismo e ideologia de esquerda radical. A Universidade de Harvard contestou judicialmente na semana passada a decisão do executivo Trump de a proibir de matricular estudantes estrangeiros, considerando-a uma vingança política.

Numa ação judicial interposta num tribunal federal de Boston, a universidade alega que a medida viola a Primeira Emenda da Constituição e terá um “efeito imediato e devastador para Harvard e para mais de 7.000 titulares de vistos”.

Com uma simples assinatura, o Governo tenta eliminar um quarto do corpo estudantil de Harvard – estudantes internacionais que contribuem significativamente para a universidade e para a sua missão”, escreveu a instituição no processo.

Harvard informou que planeia apresentar uma providência cautelar para impedir o Departamento de Segurança Interna de aplicar as novas regras, que impedem a inscrição de estudantes estrangeiros naquela universidade e obriga os atuais alunos estrangeiros a pedir a transferência.

A administração republicana liderada por Trump justificou a decisão acusando Harvard de criar um ambiente inseguro no ‘campus’ ao permitir que “agitadores antiamericanos e pró-terroristas” ataquem estudantes judeus. O Governo acusa ainda Harvard de se coordenar com o Partido Comunista Chinês, alegando que a universidade acolheu e treinou membros de um grupo paramilitar chinês.

O presidente de Harvard, Alan Garber, disse que a universidade fez mudanças nas suas políticas internas, no último ano e meio, que incluem medidas para combater o antissemitismo. Garber acrescentou que Harvard não abdicaria dos seus “princípios fundamentais e legalmente protegidos”.

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Esta é a chave do Euromilhões. Jackpot é de 202 milhões de euros

  • ECO
  • 27 Maio 2025

O jackpot desta terça-feira é de 202 milhões de euros, depois de não terem sido registados vencedores do primeiro prémio no sorteio anterior.

Com um primeiro prémio no valor de 202 milhões de euros, decorreu esta terça-feira mais um sorteio do Euromilhões. O valor do jackpot subiu depois de não ter havido vencedores do primeiro prémio no sorteio anterior.

Veja a chave vencedora do sorteio desta terça-feira, 27 de maio:

Números: 12, 30, 38, 40 e 41

Estrelas: 4 e 12

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Ministério Público brasileiro processa chinesa BYD por trabalho escravo e tráfico de pessoas

  • Lusa
  • 27 Maio 2025

O processo também se estende às empresas de construção China JinJiang Construction Brazil e Tonghe Equipamentos Inteligentes do Brasil.

O Ministério Público do Trabalho (MPT) do Brasil anunciou esta terça-feira que iniciou uma ação civil na Justiça contra a empresa de montagem de automóveis chinesa Build Your Dreams (BYD) por trabalho escravo e tráfico de pessoas.

Num comunicado, o MPT brasileiro informou que o processo também se estende às empresas de construção China JinJiang Construction Brazil e Tonghe Equipamentos Inteligentes do Brasil (atualmente designada Tecmonta Equipamentos Inteligentes Brasil), que prestavam serviços exclusivos para a BYD no país.

De acordo com o MPT, em dezembro do ano passado, 220 trabalhadores chineses foram encontrados em situação análoga à escravidão e vítimas de tráfico internacional de pessoas. Eles foram contratados para construir a fábrica da BYD no município de Camaçari, no estado brasileiro da Baia.

“Todos os 220 trabalhadores entraram no país [Brasil] de forma irregular, com visto de trabalho para serviços especializados que não correspondiam às atividades efetivamente desenvolvidas na obra”, destacou o MPT. No estaleiro de obras do edifício industrial da BYD, agentes públicos encontraram trabalhadores amontoados em alojamentos sem as mínimas condições de conforto e higiene, com presença de vigilância armada e retenção de passaportes.

Os trabalhadores chineses resgatados no Brasil teriam sido mantidos com contratos de trabalho com cláusulas ilegais, jornadas exaustivas e sem descanso semanal e sujeitos a risco de acidentes por negligência às normas de saúde e segurança no trabalho.

O MPT brasileiro acrescentou que, na ação apresentada, pediu a condenação das empresas citadas ao pagamento de 257 milhões de reais (40,2 milhões de euros) a título de danos morais coletivos, o pagamento de dano moral individual equivalente a 21 vezes o salário contratual, acrescido de um valor por cada dia a que o trabalhador foi submetido a condição análoga à de escravo.

Os promotores brasileiros também exigem que as empresas façam a quitação das verbas rescisórias devidas, além de cumprirem as normas brasileiras de proteção ao trabalho e a não submeter trabalhadores a tráfico de pessoas e trabalho escravo. O órgão pede uma multa de 50 mil reais (7,8 mil euros) para cada item não cumprido, multiplicado pelo número de trabalhadores prejudicados.

Em outubro de 2024, o MPT iniciou a fiscalização das condições de trabalho na fábrica da BYD em Camaçari, após receber uma denúncia anónima. Quando o incidente se tornou conhecido, a BYD anunciou a rescisão de um contrato com o Jinjiang Group e declarou que “não tolera desrespeito à lei brasileira ou à dignidade humana”.

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Seguradoras entregaram 170 milhões de euros ao INEM em 2024

A taxa INEM pagas com os seguros de Vida, Acidentes, Saúde e Automóvel atingiram 170 milhões de euros no ano passado. O INEM quer mais, os mediadores de seguros estão preocupados.

As seguradoras portuguesas cobraram aos seus segurados com apólices Vida, Acidentes, Saúde e Automóvel cerca de 170 milhões de euros em 2024 para entregarem ao INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica, um valor 12,5% superior aos 151 milhões entregues em 2023.

Segundo fonte citada pelo Jornal de Notícias, o “orçamento do INEM está asfixiado por decisões estratégicas tomadas pelo Governo, sendo praticamente inevitável o aumento da taxa cobrada aos beneficiários de contratos de seguros dos ramos vida, doença e acidentes. A taxa terá de subir de 2,5% para 3%, pelo menos, para garantir uma receita adicional de cerca de 20 milhões de euros por ano”.

Segundo o jornal, o cumprimento da Lei do Orçamento do Estado 2025 determina que os subsídios pagos pelo INEM aos bombeiros e Cruz Vermelha devem tender a cobrir a totalidade das despesas dos parceiros com o socorro, quando no passado eram entendidos como um complemento.

“A ministra demonstrou sensibilidade para a necessidade deste aumento, só falta haver estabilidade política para ser concretizado”, referiu, ao JN, Sérgio Dias Janeiro, presidente do INEM.

Segundo o relatório anual 2023 do INEM, a taxa de 2,5% sobre os prémios ou contribuições relativas aos contratos de seguros “representa 99,1% do universo da receita cobrada” e logo a principal fonte de receita do Instituto.

Atuando apenas como entidades cobradoras, as seguradoras entregaram em 2024 quase 170 milhões de euros de taxa INEM ao Estado, disse a ECOseguros José Galamba de Oliveira, presidente da APS – Associação Portuguesa de Seguradores. Acrescenta que este valor mais do que duplicou de valor nos últimos 10 anos – entre 2014 e 2024 -, e “tudo indica que este crescimento, em torno dos 10% ao ano, se manterá em 2025, mesmo sem qualquer alteração da taxa, considerando a evolução dos prémios neste primeiro quadrimestre”, concluiu.

Por seu lado, Nuno Martins, presidente da APROSE, única associação que junta corretores e agentes de seguros em Portugal, “manifesta preocupação com a proposta de aumento da taxa que incide sobre os prémios de seguros a favor do INEM, dos atuais 2,5% para 3%”, justificando que a medida, embora ainda não concretizada, preocupa a APROSE, uma vez que “estas taxas, embora não relacionadas com o contrato de seguro, sobrecarregam o valor final a pagar pelo consumo, prejudicando a perceção de valor do próprio seguro”, afirmou a ECOseguros.

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Partidos chavistas vencem eleições com 83,42% na Venezuela

  • Lusa
  • 27 Maio 2025

Dos 24 estados do país, o chavismo governará em 23, incluindo a região de Essequibo, um território de quase 160 mil quilómetros quadrados disputado com a Guiana.

Os partidos chavistas, que integram a coligação no poder na Venezuela, venceram as eleições regionais e parlamentares realizadas no domingo, com 83,42% do total, anunciou esta terça-feira o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), aliado do regime de Nicolás Maduro.

Segundo este organismo, quando estavam apurados os votos de 99,88% das assembleias de votos, os partidos agrupados no bloco Grande Polo Patriótico tiveram 5.024.475 votos. O CNE indicou que a participação foi de 43,18% dos “eleitores ativos”.

Por outro lado, a Aliança Democrática – composta por partidos intervencionados e minoritários – obteve 361.769 votos, 6,01% do total; o grupo Um Novo Tempo (UNT) – União e Mudança – formada por opositores dissidentes da maior coligação anti-Hugo Chávez, antigo presidente venezuelano, a Plataforma Unitária Democrática (PUD) – obteve 304.425 votos (5,05%); e a Força da Vizinhança obteve 141.588 votos (2,35%).

Outras organizações políticas obtiveram 181.926 votos, 3,02% do total, e foram registados 8.813 votos nulos, ou seja, 0,15%, segundo o vice-presidente do CNE, Carlos Quintero. No que diz respeito à Assembleia Nacional (parlamento), o CNE informou que 253 dos 285 assentos para deputados foram atribuídos ao chavismo.

A Aliança Democrática obteve 13 assentos; o UNT, 1; a Força da Vizinhança, quatro; e a Aliança do Lápis, um. Quintero salientou que estão por atribuir três lugares no parlamento, correspondentes à representação indígena, que serão eleitos no próximo domingo, assim como nove para os conselhos legislativos regionais.

Por outro lado, dos 24 estados do país, o chavismo governará em 23, incluindo a região de Essequibo, um território de quase 160 mil quilómetros quadrados disputado com a Guiana e que Caracas considera o seu 24.º estado. Apenas um estado ficará nas mãos da oposição, o estado ocidental de Cojedes (oeste), cujo governador, Alberto Galíndez, foi reeleito.

Estas eleições foram marcadas por uma forte rejeição da oposição, que afirma que a abstenção foi superior a 85%, e no meio de uma crise política acentuada após a detenção do antigo deputado opositor Juan Pablo Guanipa e de dezenas de outras pessoas, acusadas de um alegado plano de “boicote” a este processo.

Até ao momento, o CNE não publicou os resultados desagregados destas eleições, nem das presidenciais de julho de 2024, nas quais proclamou Nicolás Maduro como vencedor, algo rejeitado pela oposição, que reclama o triunfo do seu candidato, Edmundo González Urrutia, razão pela qual decidiu não participar nesta votação.

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