Empresários do Porto querem TAP privatizada “já a 100%”. “Esperar pode implicar mais dinheiro público”
Além da falta de um cronograma para a alienação do restante capital da TAP, a Associação Comercial do Porto alerta que a venda de uma posição minoritária pode “colocar em causa o sucesso da operação”.
Depois de o Governo ter dado o pontapé de saída para a privatização da TAP com a aprovação da venda de 49,9% do capital, com o Executivo a admitir que há contingências que vão afetar o valor a oferecer pelos interessados, a Associação Comercial do Porto (ACP-CCIP) veio defender que a companhia aérea devia ser privatizada “já a 100%”.
Em comunicado enviado às redações, a associação liderada por Nuno Botelho, que foi reconduzido esta semana no cargo, considera que “esperar mais tempo pode implicar mais dinheiro público numa companhia que não serve os interesses dos portugueses e é um sorvedouro de fundos públicos”.
“Ainda que esteja prevista a alienação do restante capital no futuro, a ACP-CCIP vê com muita preocupação que não exista uma previsão temporal para que essa operação possa decorrer. Além da falta de um cronograma, a venda da posição minoritária pode colocar em causa o sucesso da operação”, lê-se na mesma nota.

Para Nuno Botelho, “dividir a venda da TAP em duas fases significa colocar todo o processo com um conjunto de incertezas económicas, operacionais e sobretudo políticas, correndo-se o risco de tudo cair por terra”. E, sublinha ainda, “é insustentável que o país continue a ter de gastar recursos que não tem numa companhia que deixou há muito de defender o interesse nacional”.
“O dinheiro é de todos, mas a TAP é só de alguns. Quantos portugueses pagam a TAP sem nunca terem colocado um pé num dos seus aviões?”, questiona o líder da associação empresarial nortenha, sustentando ainda a “urgência” desta venda com o argumento de que a operação dificilmente permitirá reaver o dinheiro que os contribuintes já colocaram na transportadora.
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