Air France – KLM vai dizer ao Governo que ficará confortável com participação minoritária na TAP

O grupo franco-neerlandês vai transmitir ao Governo que, face ao contexto parlamentar, está disponível para adquirir uma participação inferior a 50% na privatização da companhia aérea.

A Air France – KLM vai reunir ainda este mês com o Governo sobre a privatização da TAP. No encontro, os responsáveis do grupo franco-neerlandês vão transmitir que estão confortáveis com a compra de uma posição minoritária na companhia portuguesa, apurou o ECO junto de fonte conhecedora do processo.

Ainda que a vontade de Luís Montenegro fosse privatizar a totalidade do capital da TAP, a atual geometria parlamentar impede que ela se concretize. Mesmo que o decreto-lei de privatização previsse essa possibilidade, os partidos pediriam a apreciação parlamentar, inviabilizando a alienação da maioria do capital, uma vez que só PSD e IL o defendem. Um contexto a que a Air France – KLM está atenta.

“Tendo em conta que estão a ser equacionados vários cenários para a aprovação, numa fase posterior, da privatização da TAP no Parlamento, a Air France – KLM mantém-se aberta a várias opções e também está confortável com a venda de uma participação minoritária da companhia“, afirma ao ECO a referida fonte.

O grupo usará como argumento a sua própria situação, que “evidencia capacidade para trabalhar em parceria” com os governos. O Estado francês mantém uma participação de 28% no capital da Air France – KLM e o neerlandês de 9,1%. O grupo entrou na SAS em agosto, ficando com uma participação minoritária de 19,9%, com o Estado dinamarquês a manter 25,8%.

A Air France – KLM não é a única a apontar para uma minoria do capital. O Corriere della Sera noticiou no início de setembro que a Lufthansa tinha na mira 19,9% do capital da TAP, percentagem que facilitaria também uma aprovação do negócio pelos reguladores, nomeadamente da União Europeia.

O Governo está a auscultar os principais interessados na privatização da companhia aérea, tendo já reunido com a Lufthansa e IAG, dona da British Airways e Iberia, segundo revelou o ministro das Finanças.

“Nesta fase estamos a ouvir estes três intervenientes. Já ouvimos a IAG e a Lufthansa. Vamos ouvir a Air France – KLM ainda no decorrer deste mês de outubro. E a partir daí desenharemos a nossa proposta de alienação da empresa”, afirmou Joaquim Miranda Sarmento, no programa Negócios da Semana da SIC Notícias. O objetivo é concluir a operação em 2025.

O CEO da Air France – KLM, Benjamin Smith, reiterou na última apresentação de resultados, o interesse em olhar para a venda da TAP. “Os detalhes do que o novo Governo quererá fazer ainda não são públicos. Dependendo do que forem as condições e o preço, estaremos em melhor posição para nos pronunciarmos. De um ponto de vista estratégico é um cenário que pode definitivamente encaixar com um crescimento da nossa rede, se as condições forem as certas”, disse.

Já este mês o grupo franco-neerlandês anunciou a contratação da equipa legal, com quem já está a trabalhar há muitos meses: a americana Skadden, apoiada em Portugal pela J+Legal.

Joaquim Miranda Sarmento anunciou também que o Governo pediu novas avaliações para a TAP. Um processo que está a cargo da Parpública, que entretanto avançou para um novo assessor financeiro, o Bank of America, como avançou o ECO.

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Abate trava interesse no apoio à compra de carro elétrico. Só 51 candidaturas na primeira semana

  • ECO
  • 25 Outubro 2024

Obrigatoriedade de entrega de uma viatura para abate diminui interesse dos portugueses pelos novos incentivos, que preveem comparticipação de 4.000 euros por veículo até aos 38.500 euros.

As alterações nos critérios para os incentivos à compra de veículos ligeiros de passageiros 100% elétricos por particulares, sobretudo a obrigatoriedade de entrega de uma viatura para abate, parecem ter diminuído o interesse dos portugueses por estes apoios. Na primeira semana desde o aviso publicado pelo Governo, a 17 de outubro, foram submetidas apenas 51 candidaturas nesta tipologia.

Destas candidaturas apresentadas, 23 foram aceites, mas 13 têm proposta de exclusão por não cumprirem os critérios, enquanto 11 aguardam documentação adicional, detalha o presidente da associação de utilizadores de veículos elétricos (UVE), citado pelo Jornal de Negócios (acesso pago). “Tal como temíamos, tudo indica que o programa não vai ter sucesso no que toca à retroatividade”, resume Pedro Faria.

O número de candidaturas fica bastante abaixo dos 1.050 apoios disponíveis e contrasta também com o registado em anos anteriores, quando os pedidos de incentivos superaram as disponibilidades em poucos dias. No caso dos ligeiros de passageiros, a comparticipação é de 4.000 euros por veículo até aos 38.500 euros, majorados para 5.000 euros se for usado por instituições particulares de solidariedade social (IPSS).

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Hoje nas notícias: Tróia, Sines e carros elétricos

  • ECO
  • 25 Outubro 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O grupo Sonae, através da SC Investments, está a negociar com a Arrow a venda de ativos imobiliários e turísticos em Tróia, que incluem a marina, o golfe, os ferries e a gestão de hotéis. Os promotores do centro de dados de Sines já receberam avaliação ambiental favorável para prosseguirem com as próximas fases do empreendimento. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta sexta-feira.

Sonae negoceia venda da marina e golfe de Tróia à Arrow

Desde junho que a SC Investments, que nasceu da reestruturação do portefólio da Sonae Capital, está em negociações com o fundo Arrow Global para a venda de ativos imobiliários e turísticos em Tróia. Entre eles incluem-se a concessão da Marina de Tróia (com espaço para 180 embarcações); o Tróia Golf; a concessão dos ferries; e a gestão dos hotéis Aqualuz Tróia Mar e The Editory By The Sea, bem como terrenos que estão divididos em UNOP – Unidades Operativa de Planeamento e Gestão, definidas no Plano de Pormenor de Tróia.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago)

Próximas fases do centro de dados de Sines com avaliação ambiental favorável

Os promotores do centro de dados em Sines já receberam os resultados da avaliação ambiental para avançar com o resto do empreendimento até 2028, com o relatório elaborado pela empresa de consultoria TPF a elogiar o “pilar central para a transição digital do país, indispensável para suportar o crescente volume de dados e a complexidade das operações digitais em setores essenciais como saúde, educação, administração pública e indústria”. O primeiro dos vários pavilhões do projeto, por sua vez, está em fase final de construção e começará a funcionar no início do próximo ano.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

Apoios para comprar carros elétricos com fraca procura

As mudanças nos critérios para os incentivos à compra de veículos ligeiros de passageiros 100% elétricos por particulares, em particular a obrigatoriedade de entrega de uma viatura para abate, parecem ter diminuído a procura de apoios face a anos anteriores. Na primeira semana desde o aviso publicado pelo Governo, a 17 de outubro, foram submetidas apenas 51 candidaturas nesta tipologia. Um número bastante abaixo dos 1.050 apoios disponíveis e que contrasta com o registado em anos anteriores, quando o número de pedidos de incentivos superava as disponibilidades em poucos dias.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Reservas de ouro do Banco de Portugal valorizam 7,6 mil milhões só este ano

Com a subida dos preços do ouro em mais de 30% desde janeiro, as reservas deste metal precioso que são detidas pelo Banco de Portugal são agora avaliadas em mais de 31 mil milhões de euros, tendo valorizado 7,6 mil milhões só este ano. São, no total, 383 toneladas, que fazem com que Portugal tenha a quinta maior reserva de ouro da Europa e a 13.ª maior do mundo.

Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago)

Relatório sobre fogos de setembro deteta “fragilidades”

O relatório de avaliação dos fogos rurais elaborado pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) admitiu que houve “constrangimentos” e “fragilidades” que é preciso resolver, embora o dispositivo de combate aos incêndios ocorridos entre 12 e 20 de setembro tenha demonstrado uma “capacidade de resposta robusta e bem coordenada”, mesmo com “condições meteorológicas adversas”. As “melhorias a implementar” são no DECIR (Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais), para fazer face à existência de demasiadas entidades a fazer a mesma missão e pouco recetivas à coordenação, comando e controlo da ANEPC.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso indisponível)

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Arrow e GFH lançam parceria para construir habitação acessível

Grupo Arrow e a imobiliária GFH acabaram de criar a Nexor para a promoção e gestão de habitação acessível. E já lançaram dois projetos para 500 apartamentos nas áreas metropolitanas do Porto e Lisboa.

O grupo Arrow e a imobiliária GFH acabaram de criar a Nexor para a promoção e gestão de habitação acessível e já lançaram dois projetos nas áreas metropolitanas do Porto e Lisboa somando mais de 500 apartamentos.

“Com o lançamento da Nexor pretendemos contribuir para o aumento da habitação disponível em Portugal, disponibilizando, não só, mais fogos no mercado, mas trazendo, também, imóveis modernos, sustentáveis e atrativos a custos acessíveis”, explica João Moreira, CEO da Nexor, em comunicado.

A Nexor tem mais projetos em preparação com o objetivo de chegar a 2030 com mais de 2.250 fogos entregues.

Para o grupo Arrow, que detém a Whitestar (malparado) e a Norfin (imobiliário), “a Nexor representa a continuidade da diversificação do negócio no país”. “Estamos muito entusiasmados com o lançamento desta nova plataforma, num tema que é muito caro ao país”, afirmou João Bugalho, CEO da Arrow Global.

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Marina Reche dá um concerto exclusivo na Casa ISDIN

  • Servimedia
  • 25 Outubro 2024

Marina Reche deu um concerto exclusivo para mais de cinquenta “isdinlovers” na CASA ISDIN, o espaço experimental do laboratório líder em dermatologia, situado no Paseo de Gracia, em Barcelona.

Os participantes tiveram a oportunidade de analisar a sua pele e descobrir as últimas novidades da gama Acniben da ISDIN para as peles com tendência acneica.

Partilharam também uma conversa com Marina Reche, onde a cantora explicou a sua experiência com a acne. “Existem marcas como a ISDIN que trabalham para que possamos normalizar todos os tipos de pele, ultrapassar as inseguranças e amarmo-nos tal como somos”, afirmou.

O ‘Skin Check corner’, conduzido pela equipa do Derma Lab, realizou check-ups personalizados e ofereceu recomendações e rotinas adaptadas a cada pessoa. Algumas iniciaram o tratamento na mesa de texturas, com produtos da linha Acniben. Além disso, tiveram a oportunidade de ganhar amostras gratuitas e sacos de toilette ISDIN no sorteio de prémios.

A empresa referiu que “a ‘Comunidade LOVE ISDIN’ estabeleceu-se como uma das comunidades de cuidados de pele mais ativas e fiéis em Espanha, com mais de 200.000 membros que usufruem de benefícios exclusivos. Estes incluem acesso antecipado a novos lançamentos, promoções especiais e a oportunidade de participar em eventos únicos, como o recente concerto de Marina Reche na CASA ISDIN. Além disso, os membros podem acumular pontos em cada compra, que depois trocam por recompensas personalizadas, desde kits de autocuidado a produtos premium. A LOVE ISDIN não está apenas focada nos cuidados dermatológicos, mas promove uma abordagem holística ao bem-estar, oferecendo experiências que combinam ciência, beleza e uma ligação especial com os seus membros”.

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A massa ganha terreno na alimentação dos espanhóis, com um aumento de 3,9% este ano

  • Servimedia
  • 25 Outubro 2024

Com um consumo de 4,14 kg de massa por pessoa e por ano em Espanha, de acordo com os dados recolhidos no último “Relatório sob o consumo alimentar em Espanha (2024)”.

Assim, enquanto as famílias espanholas consomem mais 1,2% de massa do que há cinco anos, segundo o relatório, durante 2024, o nível de consumo de massa cresceu 3,9%: tudo isto apesar do contexto de contração vivido, de acordo com dados da Nielsen.

Coincidindo com o Dia Mundial da Massa, o Grupo Gallo destacou a evolução do consumo deste produto, cuja presença nos lares espanhóis é o resultado de quase oitenta anos de fabrico de massas para o mercado com a introdução da sêmola de trigo duro em 1946 pelo fundador da empresa, José Espona. “Esta visão lançou as bases de um novo alimento: a massa feita para o paladar espanhol, com as suas próprias variedades de trigo duro, cultivadas no interior da Andaluzia”, afirmou a empresa.

“A proximidade, diretamente associada à naturalidade das nossas matérias-primas, é a chave da qualidade Gallo. Como resultado desta visão de naturalidade e proximidade, no Grupo Gallo trabalhamos na proximidade das nossas matérias-primas”, indicam fontes da empresa, acrescentando que ‘a fórmula única e estável das nossas massas, adaptada aos gostos e paladares dos espanhóis, responde a uma mistura única de trigos que garante a sua qualidade, mas também os seus atributos nutricionais e organolépticos’.

“Novas gamas, integrais, massas feitas a partir de vários cereais e leguminosas, massas para saladas, massas frescas, massas sem glúten… propostas com um denominador comum: praticidade, saúde e sabor. Qualidade ligada à confiança para novas utilizações, novas formas de consumir massa, que em vez de olhar para trás, criam novas tradições, um novo papel para a massa na alimentação. Este é o desafio de Gallo no século XXI, continuar a criar, continuar a desenvolver, continuar a acreditar na massa como o alimento ideal aqui e agora, no nosso país e no nosso tempo; um produto para tudo e para todos”, sublinha o Grupo Gallo.

CONSUMO DE MASSAS

Os agregados familiares com filhos, sobretudo nas faixas etárias intermédias e mais velhas, são responsáveis por 22,3% do volume de consumo de massas, seguidos pelas pessoas com mais de 65 anos, que no ano passado foram responsáveis por 17,84% do volume consumido.

Em relação à média per capita, verifica-se que são os jovens independentes os que mais consomem, com 6,50 kg por ano, uma quantidade que é mais de dois pontos superior à média espanhola. Seguem-se os jovens independentes, com um consumo médio anual de 5,01 kg por pessoa. Os reformados (4,47), as famílias monoparentais (4,36) e os casais jovens sem filhos (4,23) completam o top 5 dos grupos populacionais com um consumo superior à média anual.

Por área geográfica, a comunidade autónoma que mais consome massas é a Catalunha, com 20,34% do volume total do mercado de massas, seguida da Andaluzia (16,8%) e de Madrid, com 13,6%. Na mesma perspetiva, mas olhando para a média anual por habitante, a Catalunha é a região com o maior consumo per capita, com 5,27 kg por pessoa por ano. Seguem-se as Ilhas Baleares, com 5,27 kg, e a Galiza, com 4,62 kg. Acima da média espanhola estão também a Comunidade Valenciana (4,53 kg) e a Região de Múrcia (4,18 kg).

MANIFESTO

O manifesto do Grupo Gallo por ocasião do Dia Mundial da Massa afirma que “alimentar as famílias aqui e hoje, cuidando delas: esta é a nossa obsessão. Estar perto das famílias que vivem e desfrutam do quotidiano. Que se esforçam, que lutam, que trabalham, que estudam, que festejam, que partilham. Sejam elas quais forem: tradicionais, inovadoras, diferentes, originais… felizes. Para as famílias, em Gallo esforçamo-nos por transformar a alimentação, um direito fundamental, em algo importante, especial, único”.

“Com produtos pensados para todos: queremos que comer bem seja uma forma de cuidar de si e de se divertir: dar um toque de felicidade à rotina, às refeições do dia a dia… e também aos dias especiais e às férias. Com qualidade, com honestidade, com responsabilidade, em sintonia com os seus valores… com confiança. Nutrir, cuidar, trazer alegria: não queremos apenas estar com as famílias aqui e agora, queremos fazer parte delas”, acrescenta.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 25 de outubro

  • ECO
  • 25 Outubro 2024

Ao longo desta sexta-feira, 25 de outubro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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5 coisas que vão marcar o dia

Função Pública em greve e manifestação nacional. BdP divulga dados sobre economia portuguesa. São divulgação os dados da OPA à Greenvolt.

No mesmo dia em que a Função Pública está em greve e se manifesta por melhores salários, os deputados debatem o Plano Orçamental Estrutural de Médio Prazo 2025-2028 a requerimento urgente do PS. O BdP divulga dados sobre a economia portuguesa e o ministro da Economia visita o Centro de Produção de Alhandra da Cimpor. Nos mercados, destaque para a divulgação dos dados da OPA à Greenvolt.

Função Pública em greve

“Aumentar salários, valorizar carreiras, reforçar os serviços públicos” é o mote para o dia de greve e manifestação nacional agendada para esta sexta-feira pela Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública. Para reivindicar aumentos salariais de, pelo menos, 15%, com um mínimo de 150 euros por trabalhador, a partir de janeiro. A concentração está marcada para as 15h00, no Marquês de Pombal, seguida de manifestação até frente à Assembleia da República, com intervenção do secretário-geral Tiago Oliveira.

Cimpor apresenta plano estratégico de investimento

O ministro da Economia, Pedro Reis, visita o Centro de Produção de Alhandra da Cimpor, onde serão apresentados os planos estratégicos de investimento da empresa para Portugal. A iniciativa conta com a presença do chairman da Cimpor Global Holdings, Suat Calbiyik. Está programada igualmente uma visita às intervenções de remodelação do Centro de Produção de Alhandra.

BdP divulga dados sobre economia portuguesa

O Banco de Portugal (BPStat) divulga dados sobre os empréstimos e depósitos bancários. Também o Instituto Nacional de Estatística (INE) revela dados sobre o inquérito à avaliação bancária na habitação relativos ao mês de setembro.

Balanço final da OPA à Greenvolt

Um dia depois de terminar o prazo da oferta pública de aquisição (OPA) do fundo norte-americano KKR sobre a energética portuguesa Greenvolt serão divulgados os dados da operação após o fecho da bolsa de Lisboa. O fundo ofereceu 8,3107 euros por cada ação e se passar a deter mais de 90% do capital da Greenvolt, através desta OPA, tenciona retirar a empresa de bolsa.

Debate de urgência sobre o Plano Orçamental de Médio Prazo

Os deputados vão debater, a requerimento urgente do PS, o Plano Orçamental Estrutural de Médio Prazo 2025-2028 enviado à Comissão Europeia. No documento, o Governo compromete-se com excedentes orçamentais até 2028 e um teto da despesa em linha com o definido por Bruxelas.

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Rebuild Rehabilita 2024 encerra com 5.204 profissionais, marcando o início da nova era da regeneração urbana

  • Servimedia
  • 25 Outubro 2024

A primeira edição de Rebuild Rehabilita, a grande feira nacional de reabilitação, que conta com a colaboração da Consejería de Fomento, Ordenamento Territorial e Habitação da Junta da Andaluzia.

Segundo a Rebuild Rehabilita, o encontro foi a voz de um setor que exigiu a modernização dos edifícios, a recuperação do património histórico e a atualização dos bairros com base em sinergias entre agentes públicos e privados, a promoção de benefícios fiscais e o fomento de uma cultura que dá prioridade à melhoria do ambiente construído.

Desde terça-feira, a cimeira, que gerou um impacto económico de quatro milhões de euros para Sevilha, a cidade anfitriã, sublinhou a necessidade de continuar a reabilitar o parque habitacional do país para além dos fundos Next Generation, que têm como data limite 2026.

Desde terça-feira, a cimeira, que gerou um impacto económico de quatro milhões de euros para Sevilha, a cidade anfitriã, destacou a necessidade de continuar a reabilitar o parque habitacional do país para além dos fundos Next Generation, que têm como data limite 2026.

Nesse sentido, os 205 especialistas que se reuniram no evento concordaram com a importância de ter outras alavancas à disposição das administrações, como a eliminação do IVA ou o repensar do IBI e de outros impostos, para continuar a renovar a oferta imobiliária e, consequentemente, os espaços metropolitanos, para que o processo que foi incentivado com o crédito europeu culmine com resultados positivos.

Da mesma forma, outra das principais solicitações feitas pelo Rebuild Rehabilita foi a redução dos prazos para a realização de ações de reabilitação com vista a aumentar o ritmo das intervenções, priorizando assim o bem-estar do cidadão. Um cidadão que hoje ainda precisa de estar mais consciente do potencial da renovação, como foi explicado, e esta consciência é uma ferramenta fundamental para que a modernização se torne uma realidade nos próximos anos.

Paralelamente, a cimeira centrou-se nas metas de descarbonização definidas pela comunidade europeia para 2030 e 2050, e na nova Diretiva de Eficiência Energética, que deverá garantir que os ativos residenciais, no prazo de seis anos, tenham a classificação E, enquanto os ativos não residenciais têm a classificação D. Para implementar esta melhoria e intensificar a celeridade dos projetos, para além dos incentivos económicos e fiscais e da desburocratização, o Rebuild Rehabilita 2024 propôs como resposta a industrialização.

Neste sentido, foram analisadas as possibilidades oferecidas pelo novo modelo de construção, que contribui para a reabilitação de edifícios, reduzindo o impacto nas comunidades, embora atualmente seja necessária uma maior flexibilidade regulamentar nas instituições locais para o seu desenvolvimento.

Ao mesmo tempo, a feira apresentou casos de sucesso de BIM e gémeos digitais, soluções que, como foi salientado, criam novas opções de negócio no setor da construção e promovem uma melhor gestão, eficiência energética e experiência do utilizador.

ENERGIZAR AS COMUNIDADES

O terceiro dia do Rebuild Rehabilita 2024 centrou-se no impacto da reabilitação, não só no ativo em que é realizada, mas também na regeneração de bairros, distritos ou centros históricos inteiros, revitalizando assim o espaço público e melhorando a qualidade de vida de todos os residentes.

“As ações de reabilitação urbana facilitam a utilização dos espaços coletivos e as relações humanas, envolvem as comunidades de bairro, garantem o progresso, reduzem a poluição, recuperam os espaços naturais e travam o despovoamento rural”, afirmou Mari Ángel López, diretor do Observatório 2030 do Conselho Superior das Associações de Arquitetos de Espanha (Cscae).
Sob esta premissa, López, juntamente com Sergio García-Gasco, subdiretor deste Observatório, apresentou o Guia de Reabilitação de Bairros, no qual participaram mais de 140 profissionais de todas as áreas do planeamento urbano. Este documento estabelece uma metodologia de ação para os arquitetos, para que possam participar na reabilitação urbana integral. “O nosso fator diferenciador é que projetamos cidades e temos de o fazer com intervenções que sejam genuínas. Defendemos uma cidade compacta, local, polivalente, com espaços verdes fáceis de percorrer”, explicou López.

Além disso, durante esta quinta-feira, foram mostrados diferentes exemplos de transformação, como o caso da Erre Arquitetura, cujo Diretor de Comunicação, Javier García, explicou os detalhes do projeto que promoveram. Trata-se de um edifício único e histórico de Valência, que foi convertido no Centro de Arte Hortensia Herrero, protegendo o património da cidade e servindo para revitalizar um bairro e uma rua por onde passam atualmente 200.000 pessoas por ano.

Por outro lado, María San Juan, consultora de co-habitação da Habitat Colaborativo, apresentou a sua intervenção rural de “co-habitação” sénior nas montanhas de Madrid. Consiste na reabilitação de um hotel degradado para o converter numa residência para pessoas numa nova etapa das suas vidas. “Trata-se de uma iniciativa de inovação social, graças à qual promovemos novos espaços onde as pessoas podem viver de uma forma mais comunitária, recuperando modelos mais humanos. Além disso, o edifício foi descarbonizado e foram incluídos espaços de cuidados onde podem ser desenvolvidas atividades de lazer e cuidados, o que afetará tanto a aldeia como a área circundante em termos de emprego, serviços e repovoamento”, explicou.

Ao mesmo tempo, o arquiteto Xavier Vilalta apresentou a situação do seu próprio atelier, que se baseou nos seus valores de inovação e sustentabilidade a partir da regeneração industrial. Com este pano de fundo, converteram um armazém industrial abandonado num local de trabalho e de encontros de bairro. Da mesma forma, graças ao seu trabalho em matéria de eficiência energética, o Vilalta Studio tornou-se o primeiro gabinete de arquitetura em Barcelona a ser autossuficiente, o que também o torna um edifício mais rentável.

 

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Alemanha é o ‘elefante na sala’ a pressionar a economia europeia

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  • 25 Outubro 2024

Quebras no setor automóvel alemão afetam diversas indústrias europeias. Líderes empresariais discutiram esta e outras perspetivas no 15º Fórum Económico de Limassol, no Chipre.

O bloco económico europeu continua a crescer abaixo de outras regiões do mundo, como os Estados Unidos e a China. Apesar da resiliência que os países da União Europeia (UE) demonstraram durante e no pós-pandemia, o conjunto de desafios simultâneos com que se debatem – atraso ao nível da produtividade, demografia adversa, transição energética, tecnologia e questões geopolíticas – estão a dificultar o retorno do crescimento económico a níveis que permitam à região ser mais competitiva. “Não vamos para o precipício, mas ainda não se vislumbra como a Europa recuperará o crescimento”, disse Nikos Vettas. Para o diretor-geral da Fundação para a Pesquisa Económica e Industrial (IOBE), e professor na Universidade de Economia e Negócios de Atenas, que abriu a 15ª edição do Fórum Económico de Limassol, em 2025, a economia europeia apresentará alguns sinais de crescimento, mas manter-se-á fraca face aos Estados Unidos e à China.

As boas notícias, revela o professor, são que a inflação deverá estabilizar, e que as taxas de juro deverão chegar a uma percentagem um pouco abaixo dos 3%, consolidando a tendência descendente. Recorde-se que o Banco Central Europeu (BCE) reduziu as taxas diretoras em 0,25 pontos percentuais em setembro, e que tudo indica que repetirá a descida na revisão de dezembro. Em simultâneo, os preços da energia também desceram desde o pico atingido, em 2022, após a invasão da Ucrânia pela Rússia, o que ajuda a alavancar a atividade de alguns setores energeticamente mais intensivos.

Globalmente, os 27 não estão a conseguir reconstruir uma indústria forte e competitiva

Ainda assim, os custos com a energia continuam a ser mais elevados na Europa do que nos Estados Unidos, o que torna alguns produtos industriais europeus menos competitivos, uma vez que contam com custos de produção mais elevados. A indústria europeia, no seu conjunto, recuperou as perdas da pandemia, mas não está a renascer, como alguns tinham previsto. Em geral, afirmou Nikos Vettas, “até arrefeceu e o ‘elefante na sala’ é a Alemanha e o setor automóvel, que impacta em muitas outras indústrias europeias”. O diretor-geral do IOBE aponta, apesar de tudo, o exemplo positivo da Espanha, que “fez uma boa transição industrial de setores mais tradicionais para outros mais inovadores”, mas globalmente, os 27 não estão a conseguir reconstruir uma indústria forte e competitiva.

“Para ter sucesso é preciso falhar”

Nos negócios, como no Poker, é obrigatório estar atento às oportunidades. A dica, de Caspar Berry, jogador de Poker profissional, guionista de Hollywood e consultor empresarial especialista em risco e tomadas de decisão, aplica-se a todos os mercados e a todos os investidores. Assumir riscos faz parte da vida, pessoal e profissional, de todos, mas, apontou o especialista, “só quem está pronto para errar e recomeçar poderá ter sucesso”.

O jogador, que depois de uma palestra ‘a solo’ se juntou a um painel de empresários, para um debate, acredita que existe alguma previsibilidade no risco. No entanto, em previsões a médio ou longo prazo, nada mais existe do que dados históricos. “Tudo o resto é intuição”, aponta. Clea Evagorou, partner da Deloitte Atenas, e especialista em risco, concorda, mas acrescenta que “no risco, uma parte são dados, e outra é intuição”, e recomenda: “As decisões devem ser tomadas balanceando as duas”. Já para Vasileios Chatzikos, CEO da Siemens A.E., a tecnologia e a analítica de dados são extremamente úteis e fiáveis na gestão do risco financeiro nas empresas, nomeadamente para identificar e mitigar os riscos do mercado.

"As pessoas não são boas a prever o futuro, eu próprio cometo muitos erros a tentar prever o futuro, quase diariamente, e falho muitas vezes na tomada de decisões económicas”

Timur Turlov, CEO da Freedom Holding corp

Não ter medo da incerteza é, nas palavras de Timur Turlov, o mais importante nos negócios. “As pessoas não são boas a prever o futuro, eu próprio cometo muitos erros a tentar prever o futuro, quase diariamente, e falho muitas vezes na tomada de decisões económicas”, confessa o CEO da Freedom Holding corp., plataforma de investimentos que gere mais de seis mil milhões de ativos. Acima de tudo, diz, “é fundamental ser preciso nas previsões porque quando temos menos recursos e experiência, somos obrigados a arriscar mais”. Talvez por isso, acredita que muitos negócios falham no seu início.

Lidar com o erro também faz parte de assumir riscos pois é, muitas vezes uma consequência. “É preciso reduzir e limitar o prejuízo, e seguir em frente”, diz Clea Evagorou. Timur Turlov concorda e afirma que “tomar as decisões erradas tem, por vezes, consequências positivas, nem que seja porque aprendemos sempre alguma coisa”. De qualquer forma defende que os empresários têm de ser resistentes às perdas “porque se tivermos um negócio de sucesso significa que teremos muitas perdas ao longo do tempo”.

Uma inovação com 70 anos

A fechar uma manhã de partilha de experiências empresariais, o tema da inteligência artificial (IA), os seus desafios e oportunidades subiu a palco com Inma Martinez, que procurou desmistificar esta tecnologia de que todos falam, e o seu impacto nos negócios. “A IA tem 70 anos, não é uma coisa que surgiu de repente”, diz a cientista de IA e empreendedora que assegura que este é um tema que está atualmente no topo da agenda de Governos em todo o mundo. “A IA pode ser uma força para o bem e para a transformação”, salienta. Por exemplo, esta tecnologia já teve um papel muito importante na deteção das alterações climáticas, e agora pode contribuir para mitigar os seus efeitos. “A IA funciona bem porque tem por detrás mentes humanas criativas”, acrescenta a também consultora de vários Governos para o tema da inteligência artificial.

Entre os desafios Inma Martinez destaca a capacidade que esta tecnologia tem, e terá de ter, de resolver problemas reais, mas também a regulação que necessita de ter. Mas, como se faz esta regulação, garantindo que a Europa não fica para trás no campo da inovação? A resposta não é linear, nem simples, mas exige ação e equilíbrio. A falta de talento especializado nesta tecnologia é igualmente um desafio, transversal a todo o mundo, e a solução ideal para reverter esta situação parece não ser simples.

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Clientes, conteúdos e licenças 5G. Como a Nowo seduziu a Digi

Com via aberta para comprar a Nowo, a Digi já não partirá do zero quando entrar no mercado. Porque aceitou pagar 150 milhões de euros pela quarta operadora do setor?

Ao comprar a quarta maior operadora do mercado português, a Digi já não parte do zero quando se decidir lançar finalmente no mercado. Algo que deve estar para breve, pois já só falta um mês e poucos dias para terminar o prazo dado no âmbito do leilão do 5G.

Na quarta-feira a Autoridade da Concorrência decidiu não se opor ao negócio de 150 milhões de euros entre o grupo de origem romena e a empresa espanhola Lorca JVCo, dona da Nowo, que também controla metade da MásOrange no país vizinho. A viabilização foi célere, tendo demorado apenas cerca de dois meses entre a notificação e a decisão, e não pressupõe quaisquer remédios da parte da Digi.

A aprovação do negócio já era esperada pelo setor, depois dos pareceres positivos da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) e da Anacom, e também à luz da posição assumida pela Autoridade da Concorrência aquando da tentativa de compra da Nowo pela Vodafone — que, por comparação, levou ano e meio até ser aprovado o chumbo definitivo.

Para a autoridade, a Nowo tem um efeito concorrencial significativo sobre Meo, Nos e Vodafone, obrigando-as a praticar preços mais baixos em algumas geografias. Um efeito semelhante ao que se espera que a Digi também venha a ter, depois de a Anacom, em 2021, ter criado condições para a entrada de novos operadores em Portugal, decisão que foi bastante criticada pelas empresas incumbentes.

Aliás, na decisão em que explica o chumbo a oferta de compra da Nowo pela Vodafone, a Autoridade da Concorrência estimou que, sem essa transação com a Vodafone, a entrada da Digi poderia levar a uma descida dos preços de 7,4% no móvel e de até 3,4% nas ofertas convergentes (nesse caso, nos pacotes com três serviços). A análise não contempla o cenário em que a Digi compra a Nowo, mas permite entender que a união entre ambas não suscitou quaisquer preocupações do ponto de vista concorrencial ao regulador presidido por Nuno Cunha Rodrigues.

Mas como é que a Nowo seduziu a Digi, ao ponto de esta ter aceitado pagar 150 milhões de euros por ela, ainda mais quando, pouco antes, a Media Capital tenha estado prestes a fechar o mesmo negócio por um valor significativamente inferior?

Desde logo, a Nowo significa clientes. Num mercado em que as famílias, geralmente, estão sujeitas a períodos de fidelização de 24 meses, a nova operadora herda, desta forma, um portefólio de 270 mil clientes móveis e 130 mil clientes fixos, muitos deles particularmente sensíveis ao fator preço. Um catalisador importante para quem se está a estrear no mercado.

Depois, a Nowo também significa conteúdos. A empresa tem acordos de distribuição de canais por cabo e são públicas as dificuldades que a Digi tem tido no licenciamento de alguns canais, sobretudo a TVI e a CNN Portugal, mas não só. Pelo contrário, a Nowo já tem um serviço de televisão por subscrição que poderá representar um plano B caso a Digi não consiga fechar licenças de distribuição.

Outro fator que explica o interesse da Digi na Nowo são as licenças 5G, nas quais a Nowo investiu mais de 70 milhões de euros em 2021, concorrendo como “novo entrante” contra a própria Digi nesse procedimento. A ausência de compromissos exigidos pela Autoridade da Concorrência disponibiliza à nova operadora 20 MHz na faixa dos 1.800 MHz, 10 MHz na faixa dos 2,6 GHz e 40 MHz na apetecível faixa dos 3,6 GHz. A Digi poderá usar este espetro para melhorar a qualidade dos seus serviços móveis.

Além de tudo isto, o negócio também tem fibra. A Nowo, que já se chamou Cabovisão, detém ainda uma rede antiga de cabo e fibra ótica (híbrida) que chega a 900 mil casas e uma rede de fibra ótica FTTH moderna com 150 mil casas passadas. Estas redes próprias poderão ajudar a Digi a chegar a mais casas no país.

Quando anunciou a compra da Nowo, no início de agosto, fintando a Media Capital, que tinha o negócio praticamente fechado, a Digi admitiu que a operação era estratégica para os seus planos em Portugal: “Esta aquisição marca um passo estratégico significativo para a Digi, permitindo uma mais rápida expansão no mercado português. A combinação de forças com a Nowo permitirá à Digi oferecer uma gama completa de serviços de telecomunicações”, avançou a empresa num comunicado.

A operação ainda está sujeita “a ajustes habituais e a determinados eventos contingentes”. A Digi também ainda não confirmou se a marca Nowo irá desaparecer após a fusão. Mas, para muitos consumidores, a verdadeira notícia estará no momento em que a empresa anunciar os seus serviços. E essa data permanece em segredo.

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Barómetro ACEGE. Maioria dos empresários quer aumentar investimento

Confiança dos empresários sobre o futuro do país voltou a aumentar face ao último barómetro e 48% acreditam que a economia em 2025 vai crescer 2,1% como previsto no OE.

Com o fantasma do chumbo do Orçamento posto de parte, a descida das taxas de juro por parte do Banco Central e a garantia de que o vai continuar a fazer tendo em conta que quase já se “partiu o pescoço da inflação”, os empresários revelam que tencionam aumentar o investimento na empresa nos próximos 12 meses, de acordo com o Barómetro ACEGE de outubro.

A larga maioria dos empresários portugueses concorda com a descida de um ponto percentual da taxa de IRC, uma medida que o Executivo espera que não venha a ser desvirtuada nas negociações do Orçamento do Estado na especialidade. À questão “concorda com a proposta de alteração ao IRC para 2025, que desce a taxa geral em um ponto percentual?”, 78,53% dos empresários responderam que sim, contra 17,79% que não concordam.

A opinião dos empresários foi expressa entre os dias 22 e 24 de outubro, já após a apresentação da proposta do Orçamento do Estado para 2025 e da garantia de viabilização do mesmo por parte do Partido Socialista.

Quando questionados se acreditam que a economia em 2025 vai crescer 2,1% como previsto no OE, já que as maiores economias do euro estão a abrandar, as respostas dividem-se mais: 48% acredita nas previsões do Executivo, mas 39% não. O Fundo Monetário Internacional, divulgado segunda-feira, no World Economic Outlook, reviu em baixa o crescimento da Zona Euro para 0,8% este ano e 1,2% em 2025, menos uma décima e menos três décimas, respetivamente, face ao relatório de julho. A Alemanha, o principal motor da zona euro estagnar este ano, após uma contração de 0,3% em 2023 e deverá crescer 0,8% em 2025 (menos duas décimas e cinco décimas, respetivamente, face a julho). França deverá estabilizar numa progressão de 1,1% nos dois anos. E Espanha, o principal parceiro económico de Portugal, deverá registar uma progressão do PIB de 2,9% este ano (mais cinco décimas), desacelerando para 2,1% em 2025.

A influência externa sobre a economia nacional poderia vir também do resultado eleitoral nos EUA. Cerca de 84% dos inquiridos respondeu positivamente contra 14% que considera que não terá efeitos.

Com o corte de 0,25 pontos percentuais nas taxas de juro do Banco Central Europeu e a revisão em baixa das perspetivas de inflação, a maioria dos empresários revela que tenciona aumentar o investimento na empresa nos próximos 12 meses (57,06%) e apenas 22% responde negativamente à questão. Quase empatando com os que não sabem ou não respondem (20,86%).

Os empresários são claramente a favor da União Europeia aumentar a emissão de dívida pública comum para financiar a competitividade europeia (66,26%), contra 20,86% que rejeita a ideia.

O painel de empresários foi ainda questionado se concorda como a ideia de o Banco Português de Fomento ser integrado na Caixa Geral de Depósitos. Por uma margem curta, é o Não que vence. O barómetro revela que 37,42% discordam da integração e 33,13% concorda. Esta foi uma hipótese ponderada pelo Executivo antes de ter decidido pela continuação da instituição, ainda que com uma mudança do board.

Empresários mais otimista sobre futuro do país

A confiança dos empresários sobre o futuro do país voltou a aumentar face ao último barómetro, com 63,19% a afirmarem-se otimistas, contra 62,63% em julho e 57% em junho. Em detalhe, 4,91% está francamente otimista (eram 7% no anterior barómetro) e 58,28% moderadamente otimista (vs 55,56%). Já 12,88% não está nem pessimista, nem otimista. Por outro lado, 17,79% indica estar moderadamente pessimista (vs 15,15%) e 6,13% estão francamente pessimistas.

O nível de confiança em relação ao futuro das respetivas empresas continua nos níveis registados no ano passado. Sete em cada dez empresários estão na globalidade otimistas — com 10,43% francamente otimista e 60,12% moderadamente otimista, uma evolução positiva face aos dados do barómetro anterior. Já 20,25% estão moderadamente pessimistas e 6,75% francamente pessimista, um aumento também face aos dados de julho. Os empresários parecem mais definidos nas suas posições já que apenas 2,45% não estão nem pessimistas, nem otimistas.

Nota: O Barómetro é uma iniciativa mensal realizada em colaboração com o jornal ECO, Rádio Renascença e Netsonda, e tem como objetivo saber a opinião dos Associados da ACEGE sobre temas da atualidade, não sendo por isso uma sondagem de opinião. Foi enviado por email a 1.094 associados da ACEGE, através de uma plataforma da Netsonda, e esteve aberto 48h, nos dias 22 a 24 de outubro, tendo respondido 163 pessoas.

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