Ministro das Finanças defende que governação atual “é virtuosa e totalmente diferente” da do PS

  • Lusa
  • 19 Outubro 2024

"Nos próximos quatro anos, vamos continuar com todas as reformas estruturais de que o país precisa", afirma Joaquim Miranda Sarmento.

O ministro de Estado e das Finanças classificou este sábado a governação PSD/CDS-PP como “virtuosa e totalmente diferente” da do PS nos últimos oito anos, assegurando que o crescimento económico se mantém como “ponto central” do programa da AD.

Numa intervenção no 42.º Congresso do PSD, que decorre em Braga até domingo, Joaquim Miranda Sarmento disse que não falaria do Orçamento do Estado para 2025 porque este é apenas “um instrumento das políticas económicas do Governo”.

Quando nos perguntam que governação é esta, é de facto uma governação totalmente diferente da que assistimos nos últimos oito anos: é uma governação virtuosa que melhora a vida das pessoas, facilita a vida das empresas, melhora o Estado social e os serviços públicos, aumenta o investimento, mantendo o equilíbrio das contas públicas e a trajetória da redução da dívida pública“, considerou.

O ministro enumerou alguns dos programas anunciados pelo Governo nos primeiros seis meses, considerando que demonstram “uma inequívoca capacidade de reforma e de transformação da economia portuguesa“.

Em seis meses, mostrámos como um Governo pode e deve fazer diferente (…) O ponto central do nosso programa é o crescimento económico, a transformação e reformas estruturais da economia portuguesa“, frisou, defendendo que só o crescimento permitirá pagar melhores salários.

E deixou uma garantia: “Nos próximos quatro anos, vamos continuar com todas as reformas estruturais de que o país precisa”, assegurou, citando o mote do Congresso no palco atrás de si “Portugal no bom caminho”.

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Encerrado tempo do Orçamento o que “falta é pôr economia a crescer”, diz Pedro Reis

  • Lusa
  • 19 Outubro 2024

"Falta pôr a economia a crescer, acreditem que estamos profundamente focados nesta agenda e neste objetivo de gerar crescimento económico sustentável por todos e para todos", afirmou Pedro Reis.

O ministro da Economia, Pedro Reis, defendeu este sábado que, quando estiver encerrado o tempo do Orçamento do Estado, faltará “pôr a economia a crescer”, garantindo que o Governo está “profundamente focado” nesse objetivo.

Na primeira intervenção de um ministro do Governo PSD/CDS-PP no 42.º Congresso do PSD, Pedro Reis sustentou que a economia portuguesa não precisa “de instabilidade” ou de “calendários para votar”.

Encerrado que esteja o tempo do Orçamento do Estado, o país vai perguntar: com o Orçamento aprovado, com negociações em sede de concertação social e classes sócio profissionais bem encerradas, com o PRR e o PT2030 a entrar nos eixos, o que é que falta fazer?“, questionou.

E deu a resposta, que considerou claríssima: “Falta pôr a economia a crescer, acreditem que estamos profundamente focados nesta agenda e neste objetivo de gerar crescimento económico sustentável por todos e para todos”.

O ministro apontou como desafios essenciais “ter uma fiscalidade mais competitiva, licenciamento mais ágil e abastecimento energético mais robusto e mais talento“. “Num país de diagnósticos e de palavras, chegou momento de ação (…) O momento não podia ser mais crítico para a economia portuguesa”, defendeu.

Antes, o antigo secretário de Estado e atual coordenador das Relações Internacionais do PSD Luís Campos Ferreira considerou que este congresso servirá para “fazer a história de uma governação competente”.

Luís Montenegro fez mais em seis meses do que o PS em oito anos e vai fazer mais em quatro anos do que o PS fez em 18 anos neste século“, disse.

O antigo deputado deixou ainda um conselho ao secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, que anunciou na quinta-feira que irá propor à sua Comissão Política Nacional a abstenção do partido na votação do Orçamento do Estado para 2025.

Não se canse tanto dr. Pedro Nuno Santos, não se esfalfe tanto a dizer que este Orçamento não é do PS, não há um português que se engane. Este é um bom orçamento, se fosse do PS não era“, criticou.

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Mini Countryman SE ALL4 : Um kart elétrico para crescidos

Com 306 cavalos e um interior que grita "diversão", o novo Countryman elétrico carrega o espírito divertido da marca, mas torna-se apenas num sonho para a maioria das carteiras.

Esqueçam aquela ideia do Mini original, pequenino e apertadinho. O Countryman SE ALL4 equipado com o pack John Cooper Works é o Mini que comeu a sopa toda e cresceu para acomodar confortavelmente uma família inteira. Mas não se enganem, este “grandalhão” não perdeu nada da diversão que caracteriza a marca desde que Alec Issigonis começou a pensar nos primeiros modelos desta icônica marca britânica — que desde os anos 2000 faz parte do grupo BMW.

Com dois motores elétricos que debitam uns impressionantes 306 cavalos e um binário de 494 Nm, o Countryman acelera dos 0 aos 100 km/h em apenas 5,4 segundos, fazendo-nos sentir como se estivéssemos numa montanha-russa, mas com ar condicionado e um volante nas mãos.

A parceria entre a MINI e a John Cooper Works é como um casamento feliz entre um engenheiro excêntrico e um piloto de corridas. John Cooper, o lendário engenheiro e fabricante de carros de corrida britânico que transformou o Mini original num monstro de ralis nos anos da década de 1960, estaria certamente a sorrir ao ver o desempenho deste Countryman no asfalto.

O interior grita “John Cooper Works” por todos os cantos, com bancos desportivos que nos abraçam a cada curva e com pequenos apontamentos vermelhos por todos os lados, como o tecido no volante, nos bancos e no tablier. No entanto, o design está longe de agradar a toda a gente.

Com um preço final que chega quase aos 70 mil euros, dificilmente se pode considerar um brinquedo económico, tornando-o num kart elétrico demasiado caro para a maioria das carteiras, mesmo para aquelas que gostam de fazer viagens com emoção e alguma adrenalina.

Conduzi-lo é como brincar com um kart elétrico, mas com a vantagem de não termos de nos preocupar que gritem o nosso nome no sistema de som da pista informando-nos que o nosso tempo de corrida já terminou. A direção é precisa, a suspensão firme, e as curvas? Bem, digamos que este Mini as contorna como se tivesse cola nos pneus. Mas como em qualquer relação, há sempre alguns pontos de discórdia.

A autonomia de 400 quilómetros pode deixar-nos um pouco ansiosos em viagens mais longas. E aquele som futurista que o carro emite? Pode ser divertido ao início, mas após algumas horas pode fazer-nos sentir como se estivéssemos presos num jogo de arcade da década de 1980.

Com um preço final que chega quase aos 70 mil euros, dificilmente se pode considerar um brinquedo económico, tornando-o num kart elétrico demasiado caro para a maioria das carteiras, mesmo para aquelas que gostam de fazer viagens com emoção e alguma adrenalina.

O Mini Countryman SE ALL4 com a versão John Cooper Works é o carro para quem quer sentir-se jovem novamente, mas sem ter de desistir do conforto e do espaço. É o equivalente a usar ténis de corrida com um fato de executivo – um pouco excêntrico, mas incrivelmente cool.

Portanto, se procura um carro elétrico que o faça sorrir cada vez que carrega no acelerador e se a carteira não vos odiar após o comprarem, o MINI Countryman SE ALL4 John Cooper Works pode ser o seu próximo melhor amigo sobre rodas. Afinal, quem disse que crescer significa deixar de se divertir?

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Boeing e sindicatos chegam a acordo de princípio e põem fim à greve

  • Lusa
  • 19 Outubro 2024

A proposta agora apresentada garante um aumento dos salários em 35% durante os quatro anos de vigência do contrato, assim como aumentos das contribuições da empresa para os planos de reforma.

Os sindicatos anunciaram hoje que chegaram a um acordo de princípio com a gigante da indústria da aviação norte-americana Boeing, favorável aos seus 33 mil trabalhadores, que estão em greve há cinco semanas.

O acordo tem ainda de ser ratificado por uma maioria dos membros da Associação Internacional de Maquinistas antes de entrar em vigor e de os trabalhadores poderem regressar ao trabalho.

Recebemos uma proposta negociada de resolução da greve que merece ser analisada e apresentada aos nossos membros“, publicou na rede social X o sindicato que representa cerca de 33.000 grevistas, precisando que será submetida a votação na quarta-feira, 23 de outubro.

Os sindicatos já tinham rejeitado quase por unanimidade uma anterior tentativa de acordo, precipitando a primeira greve na empresa em 16 anos, mas a última declaração do sindicato realça que a nova oferta da empresa merece um voto dos seus membros, segundo a CNN.

De acordo com os termos, a proposta agora apresentada garante um aumento dos salários em 35% durante os quatro anos de vigência do contrato, assim como aumentos das contribuições da empresa para os planos de reforma dos colaboradores, embora não reponha o plano de pensões tradicional que foi retirado aos membros do sindicato há 10 anos.

O sindicato atribuiu o mérito da proposta à secretária do Trabalho norte-americana em exercício, Julie Su, por ter negociado o acordo em conversações indiretas entre o sindicato e a administração.

Su também negociou o fim da greve da International Longshoremen’s Association em dezenas de portos nas costas leste e do Golfo no início deste mês, após uma greve de três dias.

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O que é o “estatuto de maior acompanhado” que o Ministério Público pede para Salgado?

O Ministério Público "reconheceu a situação" de incapacidade de Salgado e requereu o regime de acompanhamento no âmbito do caso BES. Mas afinal que estatuto é este?

O Ministério Público “reconheceu a situação” de incapacidade de Ricardo Salgado – derivada da doença de Alzheimer – e requereu o regime de acompanhamento para o ex-líder do BES, no âmbito do julgamento do processo do BES/GES, que decorre. Ainda assim, o advogado do ex-líder do BES não considera que o estatuto de maior acompanhado resolva o problema. Mas afinal que estatuto é este?

O regime do acompanhamento tem como objetivo “garantir o bem-estar, a recuperação, o pleno exercício dos seus direitos e a observância dos deveres do adulto, focando-se na pessoa e não apenas no seu património”.

Raquel Caniço, advogada da Caniço Advogados, explica que este regime jurídico – em vigor em Portugal desde 2019 – revogou o anterior regime jurídico da Interdição e da Inabilitação.

“Este estatuto que pode ser pedido pelo próprio e por terceiros, designadamente o Ministério Público junto do tribunal, destina-se a pessoas adultas que não consigam, de um modo consciente, livre e autónomo, sem apoio ou intervenção de outra pessoa, cumprir as suas obrigações, cuidar dos seus bens e exercer os seus direitos”, diz a advogada. O acompanhamento “é decidido pelo tribunal, após audição pessoal e direta do beneficiário e ponderadas as provas, designadamente uma perícia às condições psíquicas do acompanhante”, acrescenta.

“Este regime limita-se ao mínimo necessário para que a autodeterminação e capacidades do beneficiário possam, dentro dos circunstancialismos, ser asseguradas; não haverá lugar a acompanhamento se os deveres de assistência e cooperação bastarem para a proteção da pessoa“, lê-se no site oficial do Ministério Público. Apenas por decisão judicial é que o acompanhamento cessa ou é alterado.

Para beneficiar deste regime basta ser maior de idade, impossibilitado, quer por razões de saúde, deficiência ou pelo seu comportamento, de exercer os seus direitos, de forma “plena pessoal e consciente ou cumprir os seus deveres”.

Cabe ao tribunal decidir se é adequado o acompanhamento ou não, podendo ser requerido, independentemente de autorização, pelo Ministério Público, mas também pelo próprio ou, mediante autorização deste, pelo cônjuge, pelo unido de facto ou por qualquer parente sucessível. Mas a autorização do beneficiário pode ser retirada pelo tribunal.

Em termos de prazos, o acompanhamento pode ser requerido no decorrer do ano anterior ao da maioridade do beneficiário, para que possa produzir efeitos a partir desta, ou a todo o tempo, na maioridade. “No caso de ser requerido na menoridade, as responsabilidades parentais ou a tutela manter-se-ão até haver decisão transitada em julgado sobre o acompanhamento”, explicam.

Será o acompanhado ou o seu representante legal que escolhem o acompanhamento. Mas, na falta de escolha, o acompanhamento é atribuído à pessoa que melhor proteja o interesse do beneficiário, havendo uma ordem de referência não taxativa. Por norma, o cônjuge, os descendentes e os ascendentes não se podem escusar ou ser exonerados. A lei prevê que pode ser designado mais do que um acompanhante em simultâneo repartindo as funções. “O acompanhante tem o dever de se abster de agir em situação de conflito de interesses com o acompanhado”, referem.

O acompanhamento deve limitar-se ao mínimo indispensável. Porém, em função de cada caso e independentemente do pedido, pode o tribunal atribuir ao acompanhante as funções associadas aos seguintes regimes: o exercício das responsabilidades parentais ou dos meios de as suprir; a representação geral ou representação especial com indicação expressa das categorias de atos para que seja necessária; a administração total ou parcial de bens; a autorização prévia para a prática de determinados atos ou categoria de atos e intervenções de outro tipo, que estejam devidamente explicitadas”, lê-se.

Entre as funções do acompanhante está o dever de assegurar o bem-estar e a reabilitação do acompanhando, “mantendo de forma permanente o contacto com ele”. No mínimo, as visitas devem ser mensais ou outra periodicidade considerada apropriada pelo tribunal. “O processo de acompanhamento tem natureza urgente e aplica-se-lhe as regras da jurisdição voluntária, com as necessárias adaptações”, explicam.

O pedido efetuado ao Ministério Público deve ser acompanhado de toda a documentação disponível relativamente ao beneficiário e ainda da respetiva família. Quando instaurada pelo Ministério Público, o adulto beneficiário de acompanhamento está isento de custas processuais. O tribunal revê as medidas de acompanhamento de acordo com a periodicidade que constar da sentença e, no mínimo, de cinco em cinco anos.

“Designa-se ‘acompanhante’ uma pessoa, maior e no pleno exercício dos seus direitos, que é escolhido pelo acompanhado ou pelo seu representante legal, sendo designado judicialmente. Na falta de escolha, o acompanhamento é deferido, no respectivo processo, à pessoa cuja designação melhor salvaguarde o interesse imperioso do beneficiário, podendo ser um cônjuge, um progenitor, um irmão, entre outros que a lei indica especificamente”, concluiu a advogada.

Este estatuto que pode ser pedido pelo próprio e por terceiros, designadamente o Ministério Público junto do tribunal, destina-se a pessoas adultas que não consigam, de um modo consciente, livre e autónomo, sem apoio ou intervenção de outra pessoa, cumprir as suas obrigações, cuidar dos seus bens e exercer os seus direitos. O acompanhamento é decidido pelo tribunal, após audição pessoal e directa do beneficiário e ponderadas as provas, designadamente uma perícia às condições psíquicas do acompanhante”

Raquel Caniço, advogada

 

O que considera a defesa de Salgado?

Para o advogado Francisco Proença de Carvalho, este estatuto “não altera nada”. Apesar de o Ministério Público ter proposto o estatuto de maior acompanhado para Ricardo Salgado, este “já tem a sua cuidadora informal”, que é a mulher, Maria João Salgado, a qual “é uma pessoa absolutamente essencial” para o seu cliente, disse.

A defesa admitiu que “não estava a contar” com esta iniciativa do Ministério Público, da qual ainda não foi notificado, mas disse que, com este requerimento, “finalmente, o Ministério Público reconhece a situação” de incapacidade de Ricardo Salgado, ou seja “aquilo que a defesa anda a dizer há três anos”.

“Dentro dos seus deveres de objetividade e de legalidade, o Ministério Público está a fazer o procedimento adequado. No fundo, reconhece aquilo que dizemos há muito tempo, que Ricardo Salgado não tem condições de se defender, não tem condições cognitivas de participar no processo e isso tem de ter os seus efeitos” e consequências, concluiu o causídico.

Francisco Proença de Carvalho referiu a propósito que na audiência de julgamento em que está a depor como testemunha o antigo presidente do Banco Espírito Santo Investimento, José Maria Ricciardi, que está a falar de factos ocorridos há mais de 10 anos, sobre os quais “só Ricardo Salgado poderia esclarecer”.

Neste contexto, o advogado considera assim que o direito de defesa de Ricardo Salgado “está esmagado”, sendo isso “uma evidência”. Francisco Proença de Carvalho entende ainda que, apesar do estatuto de maior acompanhado pedido pelo MP, Ricardo Salgado continua a “não ter condições de se defender”.

De acordo com o documento assinado pelos procuradores, o Ministério Público quer a emissão de certidão de documentos entregues pela defesa de Ricardo Salgado aquando da sua contestação e das suas declarações em tribunal realizadas na terça-feira, quando fez a identificação formal como arguido no julgamento, com vista à instauração do processo de maior acompanhado.

Ricardo Salgado está acusado de 62 crimes, alegadamente praticados entre 2009 e 2014, incluindo associação criminosa, corrupção ativa no setor privado, burla qualificada, infidelidade, manipulação de mercado, branqueamento de capitais e falsificação. A queda do GES causou prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.

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📹 Como vai ser o primeiro troço da linha de Alta Velocidade Porto – Lisboa

A construção e desenvolvimento do primeiro troço do TGV foi adjudicada ao consórcio Lusolav, que integra seis construtoras portuguesas. Conheça o projeto.

A primeira concessão da Linha de Alta Velocidade Porto – Lisboa, entre a estação da Campanhã e Oiã (Aveiro), foi adjudicada no dia 10 de outubro ao consórcio Lusolav, que inclui a Mota-Engil, Teixeira Duarte, Casais, Gabriel Couto, Alves Ribeiro e Conduril.

Com um total de 71 km, este troço é considerado o mais complexo, já que inclui 11,6 km em túnel e 20,2 km em pontes e viadutos, a modernização da estação da Campanhã, a construção de uma nova estação em Vila Nova de Gaia e uma nova travessia rodoferroviária sobre o Douro.

Veja aqui o vídeo do projeto feito pelo consórcio:

O valor base limite era de 1,66 mil milhões, em valor atual líquido, a que acrescem 480 milhões em fundos comunitários. Deverá estar pronto em 2030. O período de desenvolvimento é de cinco anos, seguindo-se 25 anos de disponibilização da infraestrutura pelo concessionário, findo o qual passa para o Estado.

“É mais uma decisão para gerações, que obriga a consenso, perenidade, previsibilidade. E há consenso na Alta Velocidade em Portugal. Arrancámos e não vamos parar“, disse o ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, na cerimónia de adjudicação, salientando que “as infraestruturas são a rede vascular da economia”.

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IA é uma “oportunidade que não devemos perder”, diz presidente da ACEPI

  • Lusa
  • 19 Outubro 2024

Alexandre Nilo Fonseca admite que a IA vai provocar a quebra de algum tipo de trabalho, mas "certamente também vai potenciar a existência de outro".

O presidente da Associação de Economia Digital de Portugal (ACEPI), Alexandre Nilo Fonseca, afirma, em declarações à Lusa, que a aposta na inteligência artificial (IA) é uma “oportunidade” que não se deve perder.

A IA “tem “muitos desafios que obviamente temos que ter em consideração”, desde a proteção de dados, ao impacto na educação, na saúde ou até numa forma que possa não ser correta, refere. Por outro lado, há também o “tema da utilização da inteligência artificial nos negócios” e a forma como estes aceleram a produtividade das empresas.

“Vivemos num mundo global em que os Estados Unidos não tendem a ter restrições tão grandes como a Europa tende a pôr com este ponto de vista da legislação e da regulação, a China então menos ainda“, sublinha o presidente da ACEPI, quando questionado sobre a aplicação da regulação europeia de IA (IA Act).

Não estou a dizer que não tenhamos que ter legislação“, agora “acho é que temos que ser só cuidadosos para não criar uma barreira à inovação e ao desenvolvimento da inteligência artificial na Europa e, concretamente aqui, em Portugal”, salienta.

Há “áreas que ganham muito pela possibilidade de podermos ter a inteligência artificial a seu favor: estou a pensar na área da saúde, onde podemos aumentar e acelerar o diagnóstico de áreas como o cancro, os enfartes”, prossegue, já que permite fazer a análise em grande escala de determinado tipo de exames “em que dificilmente com o olho humano se consegue detetar determinado tipo de variações”.

A máquina “consegue verificar, combinar, extrapolar e tirar partido de tudo aquilo que a inteligência artificial pode oferecer para melhorar o diagnóstico”, sublinha, defendendo que “essas áreas não devem ser travadas”.

Contudo, “temos que ter o cuidado” com aspetos como a privacidade e os dados e “também ter atenção se depois não nos colocamos num patamar em que não andamos tão depressa quanto devíamos quando dois dos nossos maiores concorrentes mundiais, que são os Estados Unidos e a China, podem atrasar a Europa”, adverte.

Agora, “a utilização da inteligência artificial do ponto de vista do trabalho deve ser incentivada e deve ser altamente promovida (…) porque o aumento da produtividade é aquilo que também vai acelerar a transformação do trabalho“, acrescenta o responsável.

Alexandre Nilo Fonseca admite que a IA vai provocar a quebra de algum tipo de trabalho, mas “certamente também vai potenciar a existência de outro”.

Por isso, é preciso “criar condições” para que os mais novos, que estão no secundário e no ensino universitário, aprendam “o que é que a inteligência artificial lhes pode oferecer e utilizá-la de uma forma que seja adequada”.

Porque tal como em outras situações, as pessoas podem utilizar a tecnologia para “praticar crime”, desde o ‘phsishing’ ao ‘ransomware’ (cibertaques). “O crime existe sempre, pessoas disponíveis a praticar crime existem sempre e as ferramentas que estão à disposição vão ser utilizadas como com a desinformação”, diz.

Agora, “o que nós não devemos é dizer que porque isso é possível, então vamos atrasar a sua implementação. Não. Temos é que (…) perceber e ter se calhar ferramentas para combater esses novos tipos de crime. Agora, isso não nos deve atrasar, até porque a Europa não está em condições neste momento de se atrasar em nada em relação aos Estados Unidos e à China”, insiste. Aliás, “já estamos muito atrasados em muitas coisas, se há uma que não podemos estar atrasados é, de facto, a inteligência artificial”, defende.

Portugal, “pela particularidade” de ter uma língua que é falada “por milhões e milhões e milhões de pessoas” – o crescimento da população em Angola, em Moçambique, em particular no Brasil “só vai potenciar o crescimento da língua portuguesa” – tem de “ter a capacidade de falar com quem produz o software e estas ferramentas para que estas sejam trabalhadas em português.

Há aqui uma série de coisas que têm que ser pensadas e têm que ser estruturadas para termos uma estratégia para a inteligência artificial que torne não só Portugal num país ganhador dentro da Europa, mas a Europa também, no fundo uma região ganhadora no mundo“, defende.

“Acho que a inteligência artificial é uma oportunidade que, de facto, não devemos perder”, remata Alexandre Nilo Fonseca.

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ECO Quiz. Trabalhadores pobres, Caso BES e ciberataque

  • Tiago Lopes
  • 19 Outubro 2024

Agora que termina mais uma semana, chegou a altura de testar o seu conhecimento. Está a par de tudo o que se passou durante a semana? Teste o seu conhecimento com o ECO Quiz.

Na semana que agora termina assinalou-se o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, e foram divulgados dados preocupantes junto da população empregada em Portugal. A semana também ficou marcada pelo início do julgamento do Caso BES, na terça-feira, uma década depois do fim do Grupo Espírito Santo (GES). O processo conta com 25 arguidos, 18 pessoas singulares e 7 empresas, entre eles Ricardo Salgado, acusado de 65 crimes, mas já só será julgado por 62.

O ECO publica todas as semanas um quiz que desafia a sua atenção. Tem a certeza que está a par de tudo o que se passou durante a semana? Teste o seu conhecimento com este quiz do ECO.

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“Nós não somos iguais. Viemos para mudar e estamos a mudar Portugal”

  • ECO e Lusa
  • 19 Outubro 2024

No discurso de cerca de 35 minutos, a mensagem de Montenegro centrou-se nas medidas destes primeiros seis meses de governo, nas diferenças em relação ao PS e na união que diz existir no partido. 

As pessoas estão fartas de intrigas, truques e malabarismos, a política não é dos políticos, é das pessoas e para as pessoas”, atirou Luís Montenegro, na sua intervenção da abertura do congresso do PSD. No discurso de cerca de 35 minutos, a mensagem centrou-se nas medidas destes primeiros seis meses de governos, nas diferenças em relação ao PS e na união que diz existir no partido.

Sei que é um ritmo forte, muito intenso. Sei que alguns que se dedicam mais à conversa do que à ação têm uma tendência de desvalorizar este ritmo. Mas cá estaremos para prestar contas e responder pelo prestígio da política, valor da palavra dada”, destacou, após elencar o conjunto de medidas que foram tomadas nestes cerca de 200 dias de governo.

“Chegamos aqui reforçados na unidade e coesão do partido, sem nunca perder a pluralidade, capacidade introspetiva e discussão livre de ideias”, afirmou Montenegro no início da sua intervenção, frisando que o PSD “não desperdiça valia dos quadros políticos”, mas destacando também o contributo de independentes. “Muitos continuam independentes, outros acabaram por aderir à nossa militância”. É o caso de Ana Gabriela Cabilhas e Sebastião Bugalho, anunciou, dando assim a primeira novidade do congresso.

Reconquistar liderança da Associação Nacional dos Municípios Portugueses e da Associação Nacional de Freguesias, foram os dois objetivos avançados em termos eleitorais.

As palavras do primeiro-ministro marcaram o arranque do 42º congresso do partido, que decorre este fim de semana em Braga. É o primeiro congresso, em 10 anos, com o PSD no poder. “Interessa assinalar que realizamos este Congresso 10 anos depois de sermos a força política no governo e com espírito de serviço e missão ao país“, afirmou o primeiro-ministro à chegada, momento em que também elogiou “o sentido de responsabilidade” de Pedro Nuno Santos.

Estou tranquilo, não vale a pena estar a criar esse tipo de perturbação“, disse. O líder do PS, recorde-se, afirmou este sábado que vai “entrar em nenhuma negociação” no processo de especialidade do Orçamento do Estado, nem está obrigado a aprovar tudo o que for apresentado pelo Governo ou o PSD. Eu não acredito que um partido com a história e a responsabilidade do PS anunciasse a viabilização de um Orçamento ao mesmo tempo que quisesse adulterá-lo ou descaracterizá-lo. Não acredito nisso, sinceramente”, enfatizou. “Nem sequer acho que seja edificante lançar sobre o secretário-geral do PS esse anátema de que ele vai ter uma escondida pretensão agora de aproveitar o trabalho na especialidade na Assembleia da República para contrariar o que disse que faria em nome do PS”, acrescentou Montenegro.

O Congresso social-democrata será sobretudo de balanço e de definição dos próximos desafios eleitorais. O encontro do fim de semana, na cidade bracarense, servirá para fazer um balanço do mandato da direção nacional de Montenegro e da “transformação profunda do partido” que ocorreu nos últimos dois anos. Ademais, os congressistas irão analisar os últimos resultados eleitorais – na Madeira, Açores, legislativas e europeias – e preparar o partido para um “relançamento para um novo ciclo eleitoral”, designadamente as eleições autárquicas, explicava no final da semana Hugo Soares ao ECO.

A moção de estratégia global do presidente do PSD, que será votada, traça como objetivo para o próximo mandato de dois anos vencer as autárquicas e apoiar um candidato presidencial abrangente e de preferência militante do partido.

A moção “Acreditar em Portugal” refere-se aos dois atos eleitorais previstos até 2026, estipulando como meta vencer as autárquicas de setembro/outubro de 2025: “Assumimos o objetivo de tornar a colocar o PSD na liderança da Associação Nacional de Municípios (ANMP) e da Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE)”.

Sobre as presidenciais de janeiro de 2026, o texto recorda tratar-se de “uma eleição unipessoal, onde as candidaturas surgem da vontade individual das personalidades que se propõem a desempenhar a função de Presidente da República”.

“No caso do PSD, seguiremos a tradição de aguardar as disponibilidades eventuais de militantes do partido com apetência e qualificação pessoal e política para o cargo”, refere-se.

A moção defende que há, nos quadros do PSD, “militantes com notoriedade e conhecimento profundo e transversal do país, das políticas públicas, das instituições democráticas e cívicas, da realidade geopolítica internacional, da nossa participação na Organização das Nações Unidas, na União Europeia, na Nato, na CPLP e em todas as plataformas internacionais em que intervimos”.

“Personalidades que dão garantias de isenção e competência para cumprir as responsabilidades que a Constituição da República atribui ao mais alto magistrado da Nação”, lê-se.

Ainda assim, ressalva-se que a opção apoiada pelo PSD será “necessariamente abrangente e merecedora da confiança de eleitores de outras áreas políticas ou sem vinculo de identidade política predefinida”.

Ainda não há candidatos declarados à sucessão de Marcelo Rebelo de Sousa, mas o ex-líder do PSD e comentador televisivo Luís Marques Mendes disse no final de agosto estar “mais próximo do que nunca” de tomar uma decisão sobre esse passo. Numa entrevista recente à SIC, Montenegro admitiu que o ex-líder do PSD é um dos potenciais candidatos que “encaixa melhor” no perfil traçado, embora dizendo não ser o único.

Na sua moção, o líder do PSD e recandidato ao cargo deixa algumas críticas ao que classifica de “inação socialista” dos anteriores governos e sugere caminhos para combater os partidos extremistas. “O combate à corrupção tem de ser uma prioridade. Não podemos deixar para os extremos o monopólio deste assunto. Se os moderados não se mobilizarem contra a corrupção, é natural que as pessoas se revoltem com os moderados”, refere o texto.

Sobre imigração, o texto alerta para “impactos perversos” em alguns territórios de quando esta é “desregulada, sem controlo e planeamento” e defende uma política focada na “integração, na previsibilidade e na adequação aos valores comuns”.

Na área da segurança social, alude-se a “uma reforma do sistema de pensões”, sem mais detalhes, bem como à “simplificação das regras de acesso aos apoios sociais e à criação de um Suplemento Remunerativo Solidário”, num texto em que se reitera o compromisso de aumentar o investimento em Defesa para os 2% do PIB até 2029.

Grande parte da moção é dedicada a recordar algumas das medidas já apresentados pelo executivo PSD/CDS-PP que tomou posse a 02 de abril, em áreas como a educação ou a saúde, área que se aponta como “prioridade máxima”.

Com várias citações do poeta Luís Vaz de Camões, a moção destaca que a atual direção do PSD venceu quatro das cinco eleições que disputou nos primeiros dois anos do seu mandato (a exceção foram as europeias).

“O PSD reergueu-se como o maior partido português”, conclui o texto, salientando que estes resultados foram conseguidos com dois novos partidos (IL e Chega, que nunca são referidos).

Ainda assim Montenegro promete uma separação entre os planos partidário e governativo: “Temos plena noção de que o Governo não deve confundir-se com o partido e o partido não deve confundir-se com o Governo. Não queremos e não iremos governamentalizar o partido nem partidarizar o Governo”, assegura.

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Líder do PS recusa negociações na especialidade e diz que não está obrigado a aprovar tudo

  • Lusa
  • 19 Outubro 2024

"Estamos livres. Vamos avaliar as propostas", referiu, recusando que o anúncio do sentido de voto para a votação final global vá condicionar essa liberdade.

O líder socialista afirmou este sábado que o PS não vai “entrar em nenhuma negociação” no processo de especialidade do Orçamento do Estado, nem está obrigado a aprovar tudo o que for apresentado pelo Governo ou o PSD.

Esta posição foi transmitida por Pedro Nuno Santos numa entrevista ao jornal Público e à Rádio Renascença, depois de na quinta-feira ter anunciado que vai propor à Comissão Política Nacional que o partido se abstenha na votação do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), quer na generalidade quer na votação final global.

Não quero que subsista nenhuma dúvida. Nós vamos fazer a nossa avaliação. Concluiremos, muito provavelmente, que há espaço para apresentarmos algumas propostas. No momento certo serão comunicadas, mas não vamos entrar em mais nenhum processo negocial”, afirmou.

Pedro Nuno Santos referiu que o PS vai ver até onde pode ir sem colocar em causa o saldo orçamental, mas recusou adiantar propostas concretas e se podem estar em causa medidas em que o Governo esteja contra.

Questionado sobre as suas palavras de quinta-feira, quando disse que o PS parte para a especialidade “com toda a liberdade”, o secretário-geral indicou que isso significa que os socialistas não estão “obrigados a votar tudo o que o Governo ou o PSD apresentam, ou obrigados a chumbar tudo aquilo que os outros partidos apresentam, ou obrigados a não apresentar propostas“.

“Estamos livres. Vamos avaliar as propostas”, referiu, recusando que o anúncio do sentido de voto para a votação final global vá condicionar essa liberdade.

Sobre a altura do anúncio, Pedro Nuno Santos disse que não queria o país “mais um mês em suspenso” e que para o PS “era claro” que o voto para a generalidade seria o mesmo para a votação final, “com a ressalva de que não haja grandes transformações face à proposta do Governo, nomeadamente de potenciais alianças à direita para aprovar algumas coisas”.

Nesta entrevista, o líder socialista justificou que a decisão não poderia ter sido anunciada mais cedo porque estava uma negociação em curso e mostrou-se convicto de que está afastada uma crise política.

Para mim, era sempre claro que o PS não podia passar cheques em branco. E, portanto, não pode, pelo menos com a minha liderança, viabilizar um orçamento sem que haja recuo por parte do Governo em matérias importantes“, sustentou.

Pedro Nuno Santos indicou que queria anunciar a sua proposta de sentido de voto antes da Comissão Política Nacional de segunda-feira e, “por respeito para com o PSD”, que está reunido em congresso hoje no domingo, achou errado fazê-lo neste fim de semana.

Já sobre ter dito em setembro que seria “praticamente impossível” o PS viabilizar o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), recusou ter duas posições, justificando que “praticamente impossível não é impossível” e que a posição dos socialistas “não é errática”.

Sobre a possibilidade de o PS ser penalizado nas urnas caso o OE2025 fosse rejeitado e fossem marcadas novas eleições legislativas, o líder socialista disse não estar certo de que isso pudesse acontecer e assinalou a “última sondagem dava o PS à frente”.

Quanto à divisão entre nomes do PS sobre a posição a tomar na votação do OE2025, Pedro Nuno defendeu que o partido está unido, mas avisou que “no meio de um processo negocial é importante que todos tenhamos consciência de que as nossas declarações têm consequências e que há afirmações que, num determinado sentido, fragilizam a posição negocial do PS”.

O secretário-geral do PS disse ainda que espera que BE e PCP respeitem a decisão do PS e que quer continuar a ter “boas relações” com estes partidos, recusando uma aproximação ao PSD.

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Montenegro abre primeira reunião magna como chefe do Governo

  • Lusa
  • 19 Outubro 2024

Com a questão do Orçamento aparentemente resolvida, o debate deverá centrar-se mais na governação e nos desafios eleitorais do partido para os próximos anos

O presidente do PSD, Luís Montenegro, abre este sábado o 42.º Congresso do partido, o primeiro numa década com os sociais-democratas no Governo, o que já não acontecia desde o 35.º, em fevereiro de 2014, no Coliseu dos Recreios.

Talvez por isso, de acordo com informação do PSD, o Congresso de Braga será o mais participado da última década, contando com 903 delegados, 197 participantes, 950 observadores, 145 convidados e mais de 2.000 observadores inscritos.

Luís Montenegro foi eleito pela primeira vez líder do PSD em julho de 2022, e reeleito em setembro passado com 97,45% dos votos, tendo chegado a primeiro-ministro em abril deste ano, na sequência da demissão de António Costa e das legislativas antecipadas, em que a AD (coligação PSD/CDS-PP/PPM) venceu o PS por cerca de 50 mil votos.

O Congresso tem arranque marcado para as 10:00, com uma intervenção do presidente do PSD, dois dias depois de o PS ter anunciado que viabilizará pela abstenção o Orçamento do Estado para 2025.

Numa antecipação, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, anunciou na quinta-feira à noite a proposta que levará à Comissão Política na segunda-feira de abstenção quer na generalidade, quer na votação final global do documento, apesar de dizer que parte para a fase da especialidade “com toda a liberdade”.

Numa primeira reação, em Bruxelas, no final do Conselho Europeu, o primeiro-ministro saudou “democraticamente” o anúncio feito pelo líder do PS, destacando o “sentido de responsabilidade” do principal partido da oposição, e disse não antever “problemas de maior” na fase da especialidade da discussão orçamental.

O Congresso seguirá com a votação de retificações estatutárias, depois de o Tribunal Constitucional ter “chumbado” a proposta de estatutos aprovada no último Congresso extraordinário do PSD em novembro, seguindo-se o período de discussão política, que deverá estender-se durante todo o dia.

Com a questão do Orçamento aparentemente resolvida, o debate deverá centrar-se mais na governação e nos desafios eleitorais do partido para os próximos anos: autárquicas no outono de 2025, que o líder já disse ter o objetivo de vencer, e presidenciais em janeiro de 2026, com passagem prevista por Braga de Luís Marques Mendes, um potencial candidato que Montenegro disse ser um dos que “encaixa melhor” no perfil que traçou para Belém.

As listas aos órgãos nacionais têm de ser entregues até às 18:00 e, na última reunião magna, seguindo uma tradição de anteriores presidentes, foi o próprio Luís Montenegro que anunciou do púlpito do Congresso as suas escolhas.

Será aí que o partido conhecerá o grau de renovação que o presidente fará, nomeadamente, na sua direção, em que dos atuais seis vice-presidentes quatro são ministros, bem como se manterá o líder do PSD-Madeira, Miguel Albuquerque (arguido num processo que envolve suspeitas de corrupção), à frente da mesa do Congresso do partido.

O primeiro dia de trabalhos deve terminar com a votação da moção de estratégia global do líder das 12 propostas temáticas, marcada para as 23:00, podendo prosseguir depois a discussão política, se ainda existirem inscritos.

Para domingo, está prevista a eleição dos órgãos Nacionais, por voto secreto, a proclamação de resultados e a sessão de encerramento, com novo discurso de Luís Montenegro, tradicionalmente mais virado para o país.

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Governo italiano insiste em centros de migrantes fora da UE

  • Lusa
  • 18 Outubro 2024

Meloni classificou a decisão dos juízes, que chumbaram envio de migrantes para a Albânia, de "preconceituosa". “O que estamos a fazer passará a ser lei europeia”, disse o ministro do Interior.

O governo italiano criticou esta sexta-feira a decisão judicial que declara ilegal a detenção na Albânia de migrantes transferidos de Itália, afirmando que vai recorrer dela e manter a prática, prevendo mesmo que seja consagrada na “lei europeia”.

“Penso que a decisão dos juízes de Roma é uma decisão preconceituosa, o que é demonstrado pelo facto de alguns desses juízes terem criticado o acordo com a Albânia mesmo antes da sua entrada em vigor”, disse a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, aos jornalistas em Beirute, onde se encontra para discutir o conflito no Médio Oriente.

Após a decisão do Tribunal, Meloni criticou os órgãos judiciais: “É muito difícil trabalhar e tentar dar respostas a esta nação, quando a oposição também faz parte das instituições que deveriam ajudar a responder aos problemas”.

“Espero que me digam como resolver este problema, como gerir a ordem pública, quem vai pagar os milhares de milhões de euros de acolhimento que teremos de dar, espero que sejam encontradas soluções, porque sou eu que tenho de encontrar as soluções e vou encontrar uma solução para este problema também”, acrescentou.

O ministro italiano do Interior, Matteo Piantedosi, afirmou que o plano cumpre a previsão da Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e de outros dirigentes da UE, de que será um modelo para outros países e que ficará consagrado na legislação da União Europeia (UE). “Não só avançaremos com os recursos legais, como também avançaremos com estas iniciativas, porque a partir de 2026 o que a Itália está a fazer na Albânia, e não só, passará a ser lei europeia”, afirmou. “O que estamos a fazer passará a ser lei europeia”, insistiu.

No final da audiência do processo em que é acusado de ter bloqueado em 2019, durante 20 dias, o desembarque de 147 imigrantes resgatados no Mediterrâneo central pela ONG espanhola Open Arms, o vice-primeiro-ministro, Matteo Salvini, atacou os “juízes que fazem política de esquerda”. Salvini criticou, sem citar expressamente, a decisão de hoje do Tribunal de Roma de ordenar a partida dos imigrantes detidos nos controversos centros de acolhimento construídos em território albanês para aliviar a pressão migratória.

“Se eu tiver de avaliar o que aconteceu agora, estamos nas mãos de juízes de esquerda, pró-imigrantes, pró-ONG, que tentam desmantelar as leis do Estado”, disse. “A alguns juízes, não a todos: se não gostam de nada do que o Governo faz, candidatem-se às eleições, se acreditam que as fronteiras de um Estado são algo que pode ser ultrapassado ou superado. Vocês não me assustam de forma alguma”, acrescentou.

A secção de imigração do tribunal de primeira instância de Roma decidiu hoje que os imigrantes que estavam retidos num centro de detenção na Albânia, depois de terem sido transferidos pelo Governo italiano, deviam ser devolvidos a Itália, uma vez que, entre outras questões, não consideraram juridicamente válido que a gestão dos seus casos esteja a ser processada a partir do território albanês.

“Os dois países de onde vêm os imigrantes, Bangladesh e Egito, não são seguros”, afirmaram os juízes, lembrando que, segundo o acordo assinado entre Roma e Tirana em 2023 para a criação na Albânia de dois centros de gestão dos processos de migrantes, a transferência das pessoas intercetadas nas costas italianas só pode acontecer se for provada a existência de três condições: que sejam homens adultos, com boa saúde e provenientes de países seguros.

Parte do grupo de 16 migrantes que desembarcou na Albânia já tinha recebido ordem de regresso à Itália, uma vez que foram detetados, já em terra, dois menores que não tinham dado corretamente a sua idade e outras duas pessoas classificadas como vulneráveis, que poderiam ser vítimas de tortura e violência nos seus países de origem.

Segundo a imprensa local, os migrantes serão devolvidos sábado ao território italiano. As forças da oposição italiana reagiram instando a primeira-ministra a pedir desculpa e a desmantelar os centros de detenção de imigrantes criados ao abrigo do controverso acordo com Tirana. “Dirijo-me ao Governo e a Giorgia Meloni (primeira-ministra): parem e recuem. Têm de desmantelar tudo e pedir desculpa aos italianos”, exigiu Elly Schlein, líder do Partido Democrático (centro-esquerda), a principal força da oposição.

Schlein reiterou que o sistema que Meloni criou na Albânia não é uma referência ou uma vanguarda na gestão dos fluxos migratórios, mas um acordo que “viola o direito internacional, europeu e nacional”. O ex-primeiro-ministro italiano e líder do partido Itália Viva, Matteo Renzi, criticou Meloni por “desperdiçar mil milhões de euros para transportar algumas dezenas de imigrantes de um lado para o outro na Albânia” e defendeu que o dinheiro gasto com esta ação deveria ser aplicado na saúde e noutros serviços públicos.

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