Época de resultados na bolsa revela fosso entre EUA e Europa

Wall Street brilha com 80% dos resultados das empresas do S&P 500 a superarem as estimativas dos analistas, enquanto as bolsas europeias sofrem com desilusões dos resultados dos gigantes LVMH e ASML.

Os resultados do terceiro trimestre das empresas norte-americanas estão a surpreender pela positiva, contrastando com as desilusões protagonizadas pelas congéneres europeias. Das 71 empresas do S&P 500 que já apresentaram contas, 83% superaram as expectativas dos analistas em matéria de lucros e 63% bateram as previsões para as receitas, de acordo com dados da LSEG.

Estes números contrastam com o desempenho dececionante de algumas das principais empresas europeias que já reportaram as suas contas relativamente às suas operações entre julho e setembro. Foi o caso da LVMH, líder mundial do luxo, que viu as ações afundarem 6,5% após reportar um crescimento das vendas de 9% no terceiro trimestre, abaixo dos 11,5% esperados pelos analistas. Já as ações da ASML, o gigante fabricante de equipamentos para semicondutores, caíram 3,5% na bolsa de Amesterdão após revelar uma queda de 30% nas encomendas.

Nos EUA, o cenário é diferente. O J.P. Morgan, um dos maiores bancos de Wall Street e dos EUA, reportou lucros de 4,33 dólares por ação, superando em 9,3% os 3,96 dólares esperados. O mesmo passou-se com a UnitedHealth, a gigante dos seguros de saúde, que apresentou um lucro por ação de 6,51 dólares, ficando 3% acima dos 6,33 dólares previstos pelos analistas

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Para as denominadas “7 Magníficas”, os analistas antecipam um crescimento homólogo de 18,1% dos lucros no terceiro trimestre. No entanto, retirando estas empresas da equação, a taxa de crescimento dos lucros combinada (resultados efetivos e estimados) para as restantes 493 empresas do S&P 500 é de 0,1%. No geral, a taxa combinada de crescimento dos lucros para todo o S&P 500 no terceiro trimestre de 2024 é de 3,4%, referem os mais recentes dados da Factset.

Esta semana, outras grandes empresas dos dois lados do Atlântico vão apresentar as contas do terceiro trimestre. Nos EUA, destaque para as contas da Tesla, Coca-Cola, IBM e Boeing na quarta-feira. Na Europa, os holofotes estarão virados para esta segunda-feira para os resultados da L’Oreal e na quarta-feira para as contas da farmacêutica Roche.

A temporada de resultados ganha ainda mais relevância depois de o Goldman Sachs ter cortado as previsões para os lucros das empresas europeias este ano. Os analistas do banco de investimento norte-americano reduziram a estimativa de crescimento dos lucros por ação do Stoxx 600 para este ano de 6% para 2%, citando a desaceleração económica e a força do euro como causas para esse corte.

Na Euronext Lisboa, depois de a Galp Energia ter aberto a época de resultados com a divulgação dos dados operacionais preliminares que revelaram uma queda de 68% da margem de refinação, segue-se esta quinta-feira a Navigator.

A época de resultados na bolsa nacional encerrará em novembro, com a apresentação dos resultados da Ibersol, sendo que 56% das empresas do PSI reportaram os números da sua atividade no terceiro trimestre do ano na próxima semana e seguinte.

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Miguel Esperança Pina sai da CMS para a CS’Associados

Conselho de Administração da CMS Portugal admite que foi feita "um reestruturação do departamento de contencioso", passando Rita Gouveia a assumir as funções de co-head, com Nuno Pena.

Miguel Esperança Pina sai da CMS Portugal para a CS’ Associados. O advogado era sócio das áreas de práticas de Resolução de Litígios e de Insolvência & Reestruturações da CMS Portugal.

Tem mais de 30 anos de experiência, no patrocínio de clientes em litígios comerciais e civis, bem como em arbitragens nacionais e internacionais, a uma escala global, nomeadamente em matéria de litígios comerciais, financeiros, energéticos, farmacêuticos, de financiamento de projetos, concessões públicas e construção.

Questionada pelo ECO/Advocatus, fonte do Conselho de Administração da CMS Portugal admite que “procedemos à reestruturação do departamento de contencioso, passando a Dra. Rita Gouveia a assumir as funções de co-head e coordenação do departamento, com o Dr. Nuno Pena“, explica. “Desejamos sucesso, ao Miguel Esperança Pina, e que consiga ter uma boa adaptação ao seu novo projeto”.

Advocatus Summit 2019 - 28MAI19
Miguel Esperança Pina.Hugo Amaral/ECO

Atua igualmente na qualidade de árbitro a nível nacional e internacional, na área da resolução judicial e extrajudicial de conflitos, no âmbito das relações empresariais, contratos de construção, contratos financeiros, distribuição comercial, serviços informáticos e de telecomunicações, aviação, produtos farmacêuticos, petróleo e gás, entre outros.

Miguel Esperança Pina foi coordenador do departamento de Dispute Resolution da Cuatrecasas, Gonçalves Pereira, entre 1998 e junho de 2018. Fundou a APA – Associação Portuguesa de Arbitragem.

É Presidente do Capítulo Português do Clube Espanhol de Arbitragem (Club Español del Arbitraje – CEA), membro fundador da Associação Portuguesa de Arbitragem, membro do ICC Portugal, Árbitro no Centro de Arbitragem da Associação Comercial de Lisboa e Árbitro no Centro de Mediação e Arbitragem da Câmara de Comércio Portuguesa no Brasil.

Miguel Esperança Pina foi individualmente reconhecido como Band 1 para Dispute Resolution pela Chambers Global e Europe, 2023 e foi reconhecido nos últimos 17 anos. É igualmente reconhecido como Leading Individual para Dispute Resolution e é recomendado para Insolvency and Restructuring pelo Legal 500, 2023. É ainda reconhecido nas categorias de Arbitration and Mediation, Insolvency and Reorganization Law e Litigation pela Best Lawyers, desde 2010, bem como Global Leader for Commercial Litigation by WWL, 2022. É igualmente distinguido como Highly Recommended para International Arbitration, White Collar Crime e como Excellent para Civil & Commercial Litigation e Restructuring & Insolvency pela Leaders League, 2023. Miguel é ainda distinguido na Private Practice Powerlist 2023, Arbitration – Iberia, do Legal 500.

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O futuro dos Açores entre as pessoas e a geopolítica

  • Local Online
  • 21 Outubro 2024

O Novobanco e o ECO Local promoveram o 11º encontro regional, desta vez para discutir o arquipélago dos Açores, o potencial regional e os entraves ao crescimento económico.

A economia dos Açores enfrenta um dos seus maiores desafios: a falta de mão-de-obra qualificada. Esta foi uma das principais conclusões do 11º debate ECO Local/novobanco, encontro que juntou empresárias e decisores no Novobanco dos Açores, em Ponta Delgada, para discutir o arquipélago, a geopolítica e os entraves ao crescimento regional. O debate, moderado por António Costa, Publisher do ECO, teve como convidados Miguel Monjardino, Professor Convidado de Geopolítica e Geoestratégia no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, Helga Barcelos, Administradora e Diretora da Quinta dos Açores e Vice-Presidente e porta-voz do Grupo Barcelos, e Benedita Branco, sócia e gerente da Lava Homes, além do administrador do novobanco, Luís Ribeiro.

Luís Ribeiro, administrador do novobanco, abriu o debate com uma análise detalhada sobre a economia dos Açores, destacando as características de uma região ultraperiférica que, apesar do crescimento, enfrenta desafios significativos. “O PIB per capita dos Açores é cerca de 10% abaixo da média nacional”, referiu, enfatizando a dependência do setor público, que representa 30% do valor acrescentado bruto da região, em comparação com 19% a nível nacional. O gestor destacou, depois, que o declínio da população ativa, que caiu 6% nos últimos censos, está a impedir a economia açoriana de atingir o seu pleno potencial. “Sem mão-de-obra e qualificação, não conseguimos crescer de forma sustentada”, afirmou. O gestor

"A população ativa nos Açores decresceu 6% nos últimos censos.”

Luís Ribeiro, administrador do novobanco

Helga Barcelos, administradora da Quinta dos Açores, reforçou esta preocupação, salientando que “na época alta, é muito difícil arranjar pessoas”, ao mesmo tempo que frisou a importância de uma aposta estratégica no ensino profissional, opinião também partilhada por Benedita Branco, sócia da Lava Homes, que lamentou a ausência de técnicos qualificados, uma carência que considera crítica para setores como o turismo e a restauração.

O papel do turismo e a sazonalidade

O turismo foi destacado como uma peça chave na economia dos Açores, que representa 25% do PIB regional, de acordo com Luís Ribeiro. Contudo, o especialista alertou para o desafio da sazonalidade, já que grande parte das receitas estão concentradas entre julho e setembro.

"Uma parte importante da receita do turismo dos Açores veio no período de julho a setembro – 39% na hotelaria e, se formos para alojamento local, até chega aos 45% neste período.”

Luís Ribeiro, administrador do novobanco

Uma parte importante da receita do turismo dos Açores veio no período de Julho a Setembro – 39% na hotelaria e, se formos para alojamento local, até chega aos 45% neste período. Há que combater esta sazonalidade para ter este crescimento mais sustentado”, disse.

Benedita Branco, que tem um resort no Pico, sublinhou a importância de investir no turismo sustentável e local, mencionando o seu próprio esforço em privilegiar produtos locais no seu restaurante: “Desisti de um prato que tinha camarão porque não há camarão no Pico”.

A importância do setor primário

Outro ponto importante do debate foi a interligação entre os diferentes setores da economia açoriana. Helga Barcelos destacou a relevância do setor primário, particularmente na agroindústria, afirmando que “não há setor terciário com valor se não existir setor primário a funcionar”.

Além disso, a administradora da Quinta dos Açores falou também sobre o sucesso dos seus produtos, como os gelados à base de leite local, como exemplo de como a região pode criar valor e oferecer produtos diferenciadores.

"É uma região em que muita desta indústria está ligada ao setor primário, ou seja, à agroindústria, o que compara com 17% da média nacional.”

Luís Ribeiro, administrador do novobanco

Sobre este tópico, Luís Ribeiro, administrador do novobanco, acrescentou: “É uma região em que 30% do valor acrescentado bruto veio do setor público (o que compara com 19% da média nacional), 9% vem do setor primário e a média nacional é de 2%. Apenas 7% vem da indústria, portanto é uma região em que muita desta indústria está ligada ao setor primário, ou seja, à agroindústria, o que compara com 17% da média nacional“.

Desafios globais com impacto local – qual o futuro?

À discussão foi ainda trazida uma perspetiva mais ampla por Miguel Monjardino, que referiu que a economia açoriana, como parte da região euro-atlântica, não está imune aos impactos das transformações globais. “Se as coisas piorarem no sentido da desordem, os Açores pagarão um preço elevado”, afirmou, destacando a importância de pensar a longo prazo e preparar a região para um futuro incerto, mas promissor.

Se, em contrapartida, caminharmos para uma solução em que ainda temos energia política dentro do sistema para o reformar, então isso será bom para nós. Ou seja, isto é um processo que durará muitos anos. Será um processo muito turbulento ao nível interno e externo, mas eu acho que se nós, região euro-atlântica, conseguirmos o início da década de 30 mais ou menos como estamos agora, o nosso futuro será muito promissor porque provavelmente teremos prevalecido na criação da ordem que mais nos interessa“, continuou o especialista em geopolítica internacional, e que vive na Terceira.

"Precisamos de projetos diferenciadores que gerem mais valor por cada hora trabalhada.”

Luís Ribeiro, administrador do novobanco

“Precisamos de projetos diferenciadores que gerem mais valor por cada hora trabalhada”, disse, ainda, Luís Ribeiro. O apelo à ação, com vista a conseguir uma maior qualificação da mão-de-obra, combater a sazonalidade no turismo e atrair investimentos estratégicos, bem como uma execução eficaz do PRR, foram pontos destacados como fundamentais para o futuro dos Açores.

Assista ao encontro na íntegra aqui:

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Livre vota contra orçamento que “não resolve problemas estruturais do país”

  • Lusa
  • 21 Outubro 2024

L"É um orçamento que vem na linha daquilo que é a política do Governo de agravamento de desigualdades, nomeadamente na redução do IRC e na implementação do IRS Jovem", explica o Livre.

O Livre vai votar contra a proposta de Orçamento do Estado para 2025, na generalidade, anunciou esta segunda-feira a líder parlamentar do partido, alegando que o documento “não resolve problemas estruturais do país”.

O Livre votará contra este Orçamento do Estado. Era já a indicação à qual o grupo parlamentar tinha chegado no âmbito da análise que fizemos do documento e ontem tivemos uma reunião da Assembleia do Livre [órgão máximo entre congressos] onde, por unanimidade, foi decidido que a indicação seria o voto contra”, anunciou a líder parlamentar do Livre, Isabel Mendes Lopes.

A líder parlamentar do Livre salientou que o partido – que até hoje nunca tinha votado contra um Orçamento do Estado – esperou que o documento fosse entregue na Assembleia da República para o analisar. Para Isabel Mendes Lopes, este orçamento, “de forma geral, não resolve os problemas estruturais do país”.

“É um orçamento que vem na linha daquilo que é a política do Governo de agravamento de desigualdades, nomeadamente na redução do IRC e na implementação do IRS Jovem”, sustentou. A votação na generalidade do orçamento – que já tem aprovação garantida com a abstenção do PS – está agendada para 31 de outubro.

Na ótica dos quatro deputados do Livre, a proposta apresentada pelo Governo “não responde à transição ecológica de Portugal”, “não responde à necessária valorização salarial da administração pública” e “não resolve a emergência na habitação, pelo contrário, agrava-a”. Isabel Mendes Lopes deixou ainda críticas ao processo que antecedeu a apresentação da proposta ao parlamento, acusando o Governo de ter simulado negociações com a oposição.

Interrogada sobre se o sentido de voto do partido pode mudar até à votação final global, Isabel Mendes Lopes respondeu que “dificilmente” tal acontecerá, mas realçou que a atual configuração parlamentar, na qual os partidos que representam o governo são minoritários, pode alterar significativamente o documento na especialidade.

A deputada adiantou algumas das propostas que o partido pretende apresentar na especialidade, como o alargamento da semana de quatro dias de trabalho, o aumento do abono de família e o reforço do programa 3 ‘C’ – Casa, Conforto e Clima, que visa combater a pobreza energética.

O Livre vai insistir também na criação de uma “herança social”, instrumento que visa permitir a um jovem entre os 18 e 35 anos aceder a uma quantia que pode ter origem na taxação heranças superiores a um milhão de euros, ou através da rentabilização de certificados de aforro. Isabel Mendes Lopes realçou que as intervenções que ouviu no 42.º Congresso do PSD, que decorreu no fim de semana, em Braga, “vieram reforçar ainda mais a convicção” do partido de que o voto seria contra.

“Preocupa-nos a deriva que o PSD está a ter para uma visão muito mais securitária e preconceituosa daquilo que é o país”, lamentou, antes de criticar a intenção do Governo de rever os conteúdos da disciplina de Educação para a Cidadania, anunciada pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro.

A deputada afirmou que existe “um problema muito grave na questão da violência sexual, no retrocesso na igualdade de género” no país, dando como exemplo a existência de um grupo na rede social Telegram, com 70 mil membros, no qual são partilhadas “imagens de mulheres, às vezes mulheres próximas, outras desconhecidas”.

“Sabemos que a forma estrutural de resolver isto é com educação e formação para a igualdade de género, para a redução da violência. Isso faz-se na disciplina de Educação para a Cidadania. Qualquer ataque que se faça a esta disciplina na escola, e ao papel que a escola tem na redução das desigualdades e na promoção de uma vida saudável, é uma grande irresponsabilidade”, acusou.

Isabel Mendes Lopes lamentou que o PSD “esteja a seguir este caminho que é claramente uma tentativa de colagem à extrema-direita, quando o caminho deveria ser exatamente o contrário”.

 

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Bruxelas obrigou Portugal a introduzir no PRR mecanismos de controlo do duplo financiamento

Portugal já tem em funcionamento a plataforma que permite identificar se existe duplo financiamento de projetos. Duas suspeitas de duplo financiamento na UE não envolvem Portugal.

Portugal foi um dos sete países cuja bazuca sofreu ajustamentos para incluir metas e marcos para evitar o duplo financiamento de projetos por fundos europeus. O Tribunal de Contas Europeu, no relatório publicado esta segunda-feira, alerta que as verbas da bazuca podem estar a cobrir os mesmos custos que outros fundos da União Europeia. Para reduzir este risco, a instituição liderada por Tony Murphy sugere que sejam criados mecanismos de controlo.

“Após a reavaliação dos sistemas de controlo dos Estados-membros no contexto da revisão dos PRR para integrar os capítulos REPowerEU e, em relação a alguns Estados-membros, tendo em conta as conclusões das suas auditorias, a Comissão introduziu marcos adicionais ou ajustou marcos existentes relacionados com o duplo financiamento para sete Estados-membros – Bélgica, Irlanda, Chipre, Áustria, Portugal, Finlândia e Suécia”, revela o Tribunal de Contas europeu.

De acordo com as regras, até que sejam cumpridas estas metas e marcos, mantém-se “as insuficiências conexas nos sistemas de controlo do duplo financiamento e os futuros pagamentos serão bloqueados”. Ou seja, não há lugar a pagamentos parciais.

Portugal já tem em funcionamento o cruzamento de dados entre fundos europeus. Foi um marco colocado pela Comissão Europeia aquando da reprogramação do PRR. Foi assinado um protocolo de partilha de dados entre a estrutura de Missão Recuperar Portugal, a Agência para o Desenvolvimento e Coesão, as várias autoridades de gestão e o IFAP para centralizar a informação e evitar situações de duplo financiamento, anunciou o presidente da Recuperar, Fernando Alfaiate no encontro anual do PRR em maio.

Fonte oficial da Recuperar Portugal confirmou ao ECO que a interoperabilidade de dados já está a funcionar, através da plataforma FinDup, mas não existem ainda dados sobre situações de duplo financiamento. A plataforma permite fazer análises específica a uma determinada entidade para detetar se tem operações apoiadas com outros programas. E as análises sistemáticas são feitas de seis em seis meses, explicou ainda Alfaite, sendo que os beneficiários intermediários, antes de tomarem decisões podem consultar ex-ante projetos que essa entidade tem noutros fundos”.

O Mecanismo de Recuperação e Resiliência (MRR) foi criado em resposta à pandemia de Covid-19 e, pela primeira vez, foi concedido apoio financeiro da UE em grande escala sem associação aos custos reais o que aumentou o risco de duplo financiamento dos mesmos resultados, segundo o Tribunal de Contas.

A auditoria do Tribunal aos sistemas criados pela Comissão Europeia e pelos Estados-membros para prevenir, detetar e corrigir situações de duplo financiamento entre o MRR e os fundos de coesão e o Mecanismo Interligar a Europa concluiu que “ainda não são suficientes para atenuar de forma adequada o risco acrescido de duplo financiamento”. “Tendo em conta as insuficiências do ambiente de controlo, dificilmente se detetará o duplo financiamento”, conclui o tribunal.

Mas, na verdade, já foram identificadas duas suspeitas de duplo financiamento, que estão sob sigilo. Mas o Tribunal de Contas Europeu garantiu ao ECO que não envolvem Portugal.

A preocupação do Tribunal de Contas Europeu reside no facto de haver “ângulos mortos”. O facto de alguns pagamentos da bazuca estarem associados a reformas, que não têm custos, leva a Comissão a ignorá-los por não correm o risco de duplo financiamento. Mas, o Tribunal identificou casos que nem sempre é assim. Malta tinha uma reforma que consistia em promover o trabalho à distância na Função Pública em todas as ilhas. Apesar de ser tida como uma medida de custo zero, a reforma exigiu operacionalizar pelo menos 140 postos de trabalho, “um investimento subjacente que implicava custos concretos, substanciais e facilmente mensuráveis”. Mas, de acordo com as autoridades maltesas, estes postos de trabalho foram financiados por fundos nacionais.

Num momento em que a parte mais “pesada” da bazuca ainda está por executar – ainda só foram executados 37% dos fundos – o tribunal alerta que é preciso agir para evitar erros como os detetados, por exemplo, ao nível da Política de Coesão.

Apesar de reconhecer que a Comissão teve muito pouco tempo para implementar um sistema de resposta à pandemia e que o objetivo era simplificar o a atribuição de fundos, a verdade é que as autoridades de gestão dizem ao tribunal que têm os mesmos custos administrativos com a bazuca como têm com os fundos estruturais. E para a entidade liderada por Tony Murphy a simplificação não pode ser feita à custa da verificação.

Para detetar os casos de duplo financiamento, o tribunal defende que é necessário adaptar a definição de duplo financiamento às especificidades do modelo de financiamento não associado aos custos, além de reforçar os controlos das medidas de custo zero. Ou seja, aquelas para as quais os Estados-membros não apresentaram estimativas de custos.

O Tribunal defende ainda a necessidade de “clarificar e ampliar os requisitos de controlo do duplo financiamento no âmbito dos programas e instrumentos que utilizam o modelo não associado aos custos”, isto porque os Estados auditados revelaram “um panorama informático fragmentado, que impede a realização de verificações cruzadas eficazes para detetar o duplo financiamento”; uma “reduzida utilização da Arachne ou de outras ferramentas de exploração de dados, bem como de bases de dados dos projetos; e à dificuldade de intercâmbio e correspondência de dados”. Os sistemas não falam entre si, lamenta o Tribunal.

Melhorar a coordenação entre os programas e instrumentos de financiamento, criar e utilizar sistemas informáticos integrados e interoperáveis e ferramentas de exploração de dados para todos os programas e instrumentos de financiamento e reforçar da garantia da ausência de duplo financiamento quando da utilização do modelo de financiamento não associado aos custos, são algumas das sugestões do Tribunal, sobretudo numa altura em se discute o novo modelo de funcionamento dos fundos a atribuir no pós-2027.

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Novobanco é o maior credor da Inapa Portugal com créditos de 16 milhões de euros (e há mais 67 credores)

O banco é o maior credor, com cerca de 36% dos 44,8 milhões de euros de dívida reconhecida na lista de credores da distribuidora de papel. CGD, com 8,4 milhões de euros, é o segundo maior.

O Novobanco e a CGD são os maiores credores da Inapa Portugal. De acordo com a lista de credores da distribuidora de papel, o banco liderado por Mark Bourke tem 16,04 milhões de euros de empréstimos concedidos à empresa, o equivalente a 35,78% dos cerca de 45 milhões de euros em créditos à empresa. Já o banco público emprestou 8,4 milhões de euros (18,75% do total) à empresa, que entregou um pedido de processo especial de revitalização no início de setembro, numa tentativa de recuperar a empresa, e cujo processo está a ser gerido pelo administrador Bruno da Costa Pereira.

A Inapa Portugal apresenta uma dívida total de 44,8 milhões de euros, segundo a lista provisória de credores elaborada pelo administrador Bruno Costa Pereira, que está também a gerir o processo de insolvência da holding Inapa IPG e cuja dívida é apenas uma parte dos créditos detidos pelo grupo. O Novobanco e a CGD destacam-se numa lista com 68 credores, contabilizando juntos mais de metade dos créditos da companhia.

Na lista dos maiores lesados destaca-se outro banco, o Caixa Económica Montepio Geral, com créditos de 3,95 milhões de euros, o equivalente a 8,81% do total em dívida da empresa, que está a tentar negociar um plano para recuperação operacional com os seus credores.

A lista de credores indica ainda um crédito no valor de 1,84 milhões de euros do Santander, um de 1,48 milhões de euros do Abanca e outro de 1,67 milhões atribuível ao Crédito Agricole Leasing & Factoring. Com uma exposição residual à distribuidora de papel surgem o BCP, BPI e Bankinter, com créditos de 95 mil euros, 200 mil euros e 600 mil euros, respetivamente.

A Navigator também está entre as entidades lesadas pela situação financeira da Inapa Portugal, com um crédito reconhecido de 1,57 milhões de euros.

O maior fundo imobiliário português, o CA Património Crescente, proprietário de dois armazéns onde a Inapa desenvolve ainda a sua atividade, também surge na lista de credores, com uma dívida a receber no valor de 241,9 mil euros.

A empresa de trabalho temporário ADECCO, empresas de fornecimento de papel e outras prestadoras de serviços, ou a empresa de segurança Securitas são outros dos nomes que constam da lista com mais de seis dezenas de credores.

A Inapa Portugal é a responsável pela distribuição de papel em Portugal e em Angola, detendo participação também na área da comunicação visual, e a empresa acredita que ainda poderá recuperar a empresa, apesar de a holding ter apresentado o seu pedido de insolvência no passado dia 29 de julho, com a assembleia de credores realizada no passado mês de setembro a aprovar duas propostas de venda no valor de 45 milhões de euros, cujas operações foram aprovadas entretanto.

A subsidiária Inapa Packaging SAS foi vendida à francesa Next Pack SAS por 20 milhões de euros e a Japan Pulp and Paper Co. (JPP) comprou o negócio de papel da Inapa em França por 25 milhões.

As ações da Inapa IPG serão excluídas da Euronext Lisbon a partir de 29 de outubro de 2024. Num comunicado ao mercado feito na quarta-feira, a empresa explicou que a decisão da Euronext se deve ao facto de a empresa ter sido declarada insolvente.

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Portos do Norte aliam-se à Galiza para dar “inteligência” à logística e alternativa nas energias

Da logística inteligente ao uso de hidrogénio e metanol como fontes de energia alternativa nas frotas, conheça os projetos da APDL para os portos do Norte.

Aumentar a competitividade do sistema logístico da região Galiza-Norte de Portugal através da digitalização, reduzir a poluição nas vias navegáveis ou usar hidrogénio e metanol como fontes de energia alternativa nas frotas portuárias são alguns dos projetos que a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) está a desenvolver em conjunto com vários parceiros.

“Há uma grande aposta da APDL na inovação e no desenvolvimento de novas tecnologias. (…) estamos a trabalhar em inovação para criar soluções e produtos que sejam efetivamente usados e que permitam dinamizar a economia nacional e local”, relata ao ECO/Local Online Filipe Martins, program manager da direção de desenvolvimento e sustentabilidade da APDL.

O responsável nota que um dos objetivos destes projetos passa por “criar condições para que as universidades, os centros de investigação e as startups saibam aquilo que vão ser as necessidades dos portos nacionais e até mundiais, e que consigam desenvolver a tempo a tecnologia necessária”, afirma Filipe Martins.

Estes projetos representam um investimento global de 265 milhões de euros de todos os parceiros. Foram apresentados no Port Innovation Days 2024, que decorreu na semana passada no Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões. O evento foi dedicado à inovação, logística inteligente, transição energética, sustentabilidade e digitalização no setor marítimo, logístico e nas vias navegáveis interiores.

Conheça os projetos

  • Digital CoLogistics. Projeto colaborativo que visa aumentar a competitividade do sistema logístico da região Galiza-Norte de Portugal através da digitalização. O objetivo principal é integrar digitalmente as cadeias de valor estratégicas, melhorar o posicionamento logístico da região e promover a transformação ambiental, adaptando-se às novas regulamentações ecológicas. Este projeto, que representa um investimento total de 1,9 milhões de euros por parte de todos os parceiros, já tem oito meses de execução e termina no início do próximo ano.
  • ReNEW: procura modernizar o transporte fluvial, tornando-o mais inteligente, ecológico e resistente às alterações climáticas, com o uso de tecnologias como blockchain para prevenir a poluição nos rios e digital twins para melhorar a segurança da navegação. O projeto tem o valor de 8,9 milhões de euros.
  • H2Driven: O projeto H2driven promove a Agenda Mobilizadora Portuguesa, e conta com o hidrogénio e metanol verdes para a descarbonização da indústria e da mobilidade pesada que, em conjunto, representam a fatia mais significativa das emissões diretas e indiretas nacionais de CO2. O projeto liderado pela Efacec incluiu a construção de uma fábrica de metanol verde em Mangualde, que vai dar origem ao metanol verde, um combustível sustentável que serve para abastecer navios – cerca de 10 numa fase inicial, em 2026. Organizado num consórcio de 17 parceiro, o H2Driven representa um investimento de 248 milhões de euros.
  • O HYDEA é liderado pela Fundación Centro Texnolóxico de Eficiencia e Sostenibilidad de Eficiencia Energética, de Vigo – os parceiros portugueses são a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e a APDL –, e apresentará um mapa interativo que identifica novas tecnologias para a utilização de hidrogénio no funcionamento dos portos de Brest (França), Leixões (Portugal), Vigo e Sevilha (Espanha). O objetivo é oferecer uma visão completa do potencial de investimentos nestes portos e demonstrar como a integração de energias limpas pode ser replicada em diferentes operações marítimas. O HYDEA é um projeto de 3,4 milhões de euros.
  • ENEPORTS. Projeto no valor de 2,8 milhões de euros, é liderado pelo Instituto Tecnológico de Galicia, na Corunha e tem como parceiro português a APDL. Mostrará como a aposta na inovação e em novas tecnologias para a descarbonização, utilizando as energias renováveis e a digitalização, contribuirá para uma gestão portuária mais eficaz.

Os projetos são apoiados pelo InterregAtlanticArea, programa europeu de cooperação transnacional, que, no período 2021-2027, está a executar 113 milhões de euros de Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.

A verba é aplicada em investimentos realizados em parceria entre instituições públicas e pequenas e médias empresas de Espanha, Irlanda, França e Portugal. Até à data, já aprovou 71 milhões de euros em 26 projetos em áreas como a economia azul, ambiente, turismo sustentável e cultura, que reúnem mais de 300 parceiros.

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Jaime Roriz abre escritório no Porto

O escritório de advogados Jaime Roriz completa este ano 10 anos de atividade.

O escritório de advogados Jaime Roriz completa este ano 10 anos de atividade. “Como parte desta etapa, vamos abrir um novo escritório no Porto, fortalecendo a nossa presença na região e permitindo-nos estar ainda mais próximos dos clientes”, segundo comunicado do escritório.

Ao longo destes 10 anos, “temos desenvolvido uma prática jurídica com foco nas necessidades dos nossos clientes, atuando em áreas como o Direito Comercial, Civil, Imobiliário e de Família. O novo espaço no Porto foi concebido para oferecer um ambiente acolhedor e funcional, adequado ao crescimento das solicitações no norte do país”, diz o mesmo comunicado.

“Este novo escritório no Porto permitirá que continuemos a apoiar os nossos clientes de forma próxima e eficaz, numa altura em que vemos um aumento na procura dos nossos serviços,” comenta Jaime Roriz, Chief Executive Officer.

A inauguração oficial terá lugar no dia 15 de novembro, às 17:00, na Rua de Gonçalo Cristóvão 347, Edifício Mapfre, Sala 501, 4000-270 Porto.

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Escola Básica de Ílhavo com financiamento de 2,85 milhões de euros para requalificação

  • ECO
  • 21 Outubro 2024

O investimento total na requalificação da Escola Básica Professor Fernando Martins vai superar os 3 milhões de euros, incluindo instalações provisórias e mobiliário.

A Escola Básica Professor Fernando Martins vai contar com obras de requalificação geral, adjudicadas por 2.849 mil euros. A obra tem um prazo de execução de 12 meses.

A requalificação da instituição de ensino da Gafanha da Nazaré, em Ílhavo, tem como objetivo substituir pavimentos interiores, melhorar espaços exteriores, ampliar áreas verdes, requalificar o edifício da portaria e instalar soluções de aquecimento e ventilação.

As fachadas e telhados da escola também vão ser revistos, nomeadamente na instalação de uma cobertura de ligação a todos os edifícios da instituição. As obras irão igualmente incidir na substituição dos vãos e permitir melhorar as acessibilidades.

Ao todo, o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) vai financiar a requalificação em 3,5 milhões de euros, valor que inclui mobiliário e as instalações provisórias destinadas a acolher a comunidade escolar durante o decurso da obra.

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Projeto Bridge AI recomenda inquérito nacional sobre literacia em IA

  • Lusa
  • 21 Outubro 2024

O projeto, que tem o apoio do PRR, também recomenda a criação de incentivos para reter especialistas em inteligência artificial (IA) em Portugal e repensar as Zonas Livres Tecnológicas.

O projeto Bridge AI é coordenado pela professora Helena MonizCortesia do Bridge AI

O projeto Bridge AI recomenda a realização de um inquérito nacional sobre literacia em inteligência artificial (IA), incentivos para reter especialistas neste âmbito em Portugal e repensar as Zonas Livres Tecnológicas. Estas são algumas das recomendações preliminares para apoiar decisores políticos na aplicação do regulamento europeu de IA (AI Act) que foram apresentadas na Conferência Bridge AI, que decorreu no sábado, em Lisboa.

Coordenado pelo INESC-ID em colaboração com a Fundação Champalimaud e a Unbabel, as conclusões do Bridge AI visam “colocar Portugal na vanguarda” da regulação da IA. Entre outras medidas, o projeto sugere o desenvolvimento de programas que “promovam o intercâmbio entres profissionais de várias áreas na sociedade e especialistas em IA” e o repensar as Zonas Livres Tecnológicas “para estarem mais alinhadas com outros modelos europeus, obedecendo a lógicas verticais e não geográficas”.

A criação de “red teams de AI”, especialistas que testem os produtos, avaliem os seus riscos e identifiquem as principais necessidades dentro da sua organização para manter a IA segura, com o intuito de proteger o utilizador final”, é outra das recomendações.

“Para chegar a estas conclusões preliminares, o projeto Bridge AI — comprometido a criar pontes entre o mundo académico, empresarial e o setor público para refletir sobre as implicações do AI Act –, promoveu uma metodologia de trabalho em grupo com especialistas nacionais e internacionais de referência que, ao longo de 2024, refletiram sobre os principais temas éticos, jurídicos, de literacia, e outros aspetos práticos da implementação da regulação” da IA, lê-se no comunicado.

O Bridge AI nasceu da vontade de três jovens gestores de ciência: António Novais e Nuno André, da Unbabel, e Joana Lamego, da Fundação Champalimaud, num projeto liderado por Helena Moniz.

Constituído em 2023 e coordenado pelo Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – Investigação e Desenvolvimento (INESC-ID), o projeto Bridge AI envolve dezenas de parceiros, entre os quais a Fundação Champalimaud e a Unbabel, o Alan Turing Institute e membros do AI Advisory Board das Nações Unidas e das Nações Unidas.

O projeto tem cinco grupos de trabalho: instrumentos de avaliação de risco; ética da IA nos processos de regulamentação; implementação do IA Act; formação avançada e literacia em IA; e iniciativas fora da UE.

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Mudança ao IBAN volta a estar disponível na Segurança Social Direta

  • Lusa
  • 21 Outubro 2024

A mudança do IBAN esteve suspensa duas semanas na sequência de burlas na Segurança Social Direta e qualquer alteração tinha de ser presencial. A opção volta agora a ser reativada.

O Instituto da Segurança Social (ISS) informou que “reativou a funcionalidade de registo e alteração de IBAN na Segurança Social Direta”, após o serviço ter estado suspenso durante cerca de duas semanas. O instituto liderado por Octávio de Oliveira adianta que “reativou a funcionalidade de registo e alteração de IBAN na Segurança Social Direta, após a suspensão temporária do serviço”, lê-se no comunicado, publicado no site do ISS, na sexta-feira.

Em 2 de outubro, a Segurança Social tinha informado, que, na sequência de burlas na Segurança Social Direta, tinha precedido “de imediato à inibição e bloqueio da inserção/alteração de IBAN nesta plataforma”. Como tal, durante as últimas duas semanas qualquer mudança de IBAN só podia ser feita presencialmente. O serviço é agora reativado e a “Segurança Social implementou novas soluções que reforçam a segurança no processo de inserção ou alteração de IBAN”, de modo a “garantir maior proteção e segurança aos beneficiários”, lê-se ainda no comunicado.

Deste modo, o instituto recomenda aos beneficiários que confirmem “se o IBAN registado corresponde ao pretendido”, sendo que “neste caso, não será necessário realizar qualquer intervenção”. Já se quiser voltar a registar ou alterar o IBAN na Segurança Social Direta no menu tem de aceder ao seu perfil, depois ir a conta bancária e aí registar o IBAN. Tem ainda que inserir o comprovativo de titularidade da conta bancária e aguardar pela validação do IBAN pelos serviços competentes, dado que o “IBAN não ficará imediatamente válido”.

“O titular será notificado na área ‘Mensagens’ da Segurança Social Direta após validação do processo por parte dos serviços da Segurança Social”, explica ainda o instituto. Segundo a Segurança Social, esta é ainda uma “solução provisória, enquanto não está disponível solução de conferência da titularidade da conta”.

À Lusa, o Instituto da Segurança Social tinha confirmado, no início de outubro, a existência de cerca de 90 situações de burla relacionadas com a alteração de IBAN na Segurança Social Direta sem intervenção dos beneficiários, estimando um impacto de 60 mil euros.

Nos últimos tempos, as burlas em nome de institutos públicos como a Segurança Social ou a Autoridade Tributária têm sido recorrentes. O último alerta publicado no site do ISS foi feito na passada quarta-feira e alertava “para a existência de sites não autorizados que alegam prestar serviços de consultoria e outros serviços relacionados com o Número de Identificação de Segurança Social (NISS) em Portugal”.

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Bruna Dias dos Santos reforça equipa de Fiscal da Sérvulo

Bruna Dias dos Santos integra a equipa de Direito Fiscal da Sérvulo, liderada por Teresa Pala Schwalbach e Ana Moutinho Nascimento. A advogada transita da J+Legal.

Bruna Dias dos Santos integra a equipa de Direito Fiscal da SÉRVULO, liderada por Teresa Pala Schwalbach e Ana Moutinho Nascimento.

A equipa de Direito Fiscal da Sérvulo & Associados acaba de integrar uma nova associada, Bruna Dias dos Santos, que transita da J+Legal, onde trabalhava as áreas de Tax & Private Clients, Tax litigation, International Taxation, Corporate and M&A, Dispute Resolution and Arbitration.

Licenciada em Direito pela Universidade de Lisboa, Bruna Dias dos Santos tem um mestrado e em Direito Fiscal pela Faculdade de Direito da Universidade Católica de Lisboa, sendo ainda pós-graduada em Direito da Arbitragem pelo CIDP – Centro de Investigação de Direito Privado.

A área de Direito Fiscal da Sérvulo conta já com uma equipa de dez advogados, vocacionada para a assessoria jurídica a grupos económicos nacionais e internacionais, instituições financeiras, fundos de investimento, fundações, private wealth e investidores privados, em questões de elevada complexidade técnica.

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