Desvalorização do setor ameaça encaixe na venda da TAP

Companhias de aviação desvalorizam 24% desde abril e colocam pressão sobre a avaliação da TAP, mas interesse dos maiores "players" europeus pode puxar pelo preço.

As companhias aéreas europeias perderam perto de um quarto do valor nos últimos quatro meses, com o aumento dos custos e a travagem do crescimento a penalizarem as perspetivas para o setor. A desvalorização, se não for revertida, pode baixar o encaixe do Estado na privatização da TAP. Há, no entanto, outros fatores que podem puxar pelo preço, como a forte concorrência esperada na corrida à aquisição da companhia portuguesa. Depois de frustrada a aquisição da Air Europa, o grupo IAG vai focar-se na TAP. A Lufthansa garante ao ECO que mantém o interesse, mesmo depois de ter fechado a aquisição de 41% da ITA.

“Durante o verão, o ambiente global para o preço dos bilhetes enfraqueceu. Isto aconteceu numa altura em que os encargos laborais, as taxas aeroportuárias e os custos de manutenção continuaram a aumentar. O impacto foi uma redução da expectativa para os resultados, o que levou a que o valor das companhias europeias tenha caído cerca de 20% desde maio”, afirma ao ECO Dudley Shanley, head of research da irlandesa Goodbody. “Isto sugere que a avaliação da TAP estará sob alguma pressão”, acrescenta.

As avaliações para as companhias aéreas estão muito baixas, com um rácio entre o valor bolsista e os lucros em torno de cinco vezes e de cerca de 3 vezes face ao EBITDA”, assinala também Stephen Furlong, analista sénior da Davy Capital Markets. Com a economia europeia quase estagnada e as taxas de juro a pesarem no bolso dos consumidores, o verão não está a correr como esperado. As margens estão a encolher e companhias como a Ryanair ou a Lufthansa já vieram rever em baixa as perspetivas para o terceiro trimestre, o mais forte para o setor, com reflexo na bolsa. O índice Stoxx Europe Airlines desvaloriza 24% desde o máximo do ano em abril.

Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

Para Neil Glynn, diretor da empresa de research independente Air Control Tower, “chegar a acordo para um preço de venda para a TAP pode ser difícil”. Um dos fatores que aponta é também que “as avaliações da indústria estão deprimidas a nível global, conferindo aos potenciais compradores menos poder de fogo para justificar o preço de aquisição”.

As avaliações da indústria estão deprimidas a nível global, conferindo aos potenciais compradores menos poder de fogo para justificar o preço de aquisição [da TAP].

Neil Glynn

Diretor da Air Control Tower

Caso este cenário não se altere, maximizar o encaixe da venda da TAP poderá ser uma tarefa mais difícil do que há alguns meses. O processo foi travado com o chumbo do Presidente da República ao decreto de reprivatização e a demissão do Executivo de António Costa, em novembro de 2023. O atual Governo vai avançar com a operação, mas não tem pressa. O presidente da companhia aérea, Luís Rodrigues, afirmou em julho que “o ministro [das Infraestruturas e Habitação] já tornou público que em setembro haveria novidades”. Miguel Pinto Luz disse que o processo está numa “fase de recato, de reavaliações, de definição de modelos” e será relançado em “momento oportuno”.

Compra de 41% da ITA não esmorece interesse da Lufthansa na TAP

Há, no entanto, outros fatores que podem puxar pelo preço. “Já só existe um pequeno número de oportunidades de consolidação no setor na Europa e a TAP tem um interesse particular dada a sua posição no aeroporto de Lisboa. Isso irá sustentar a avaliação”, considera Dudley Shanley, da Goodbody.

O verão foi intenso, com a Lufthansa a receber luz verde da Comissão Europeia para adquirir 41% da ITA Airways, por 325 milhões de euros, e o grupo IAG a desistir da compra de 80% da Air Europa, por 400 milhões de euros, perante os pesados remédios impostos por Bruxelas.

O Grupo Lufthansa e a TAP complementar-se-iam muito bem, especialmente com a rede de rotas da TAP de e para a América do Sul.

Fonte oficial da Lufthansa

Apesar do sucesso na aquisição da companhia italiana (a transação será concluída até ao final do ano), a vontade do grupo alemão em avaliar a compra da TAP não diminuiu. “Em geral, o Grupo Lufthansa procura sempre ter um papel ativo na consolidação do mercado. É por isso que a venda de uma participação na TAP é interessante para nós”, afirma ao ECO fonte oficial. “O Grupo Lufthansa e a TAP complementar-se-iam muito bem, especialmente com a rede de rotas da TAP de e para a América do Sul”, acrescenta.

A Air France – KLM, que está no processo de adquirir 19,9% da SAS, também não esconde o seu interesse na reprivatização. Na apresentação das contas do segundo trimestre, o CEO, Benjamin Smith, rejeitou que a quebra nos resultados e o “ambiente cada vez mais difícil para a aviação” diminuam o interesse da companhia aérea franco-neerlandesa na venda da TAP. “Do ponto de vista estratégico é interessante para nós“, reiterou.

Ainda assim, para Neil Glynn, o facto de os dois grupos estarem já envolvidos em processos de consolidação pode reduzir o apetite pela transportadora portuguesa. “A Air France – KLM e a Lufthansa adquiriram recentemente capital da ITA e SAS, respetivamente, e têm um trabalho significativo de reestruturação interna com maior impacto potencial para os resultados financeiros do que comprar a TAP”, considera o diretor da AIR Control Tower.

Stephen Furlong, da Davy Capital Markets, espera que ambas as companhias entrem na corrida. “A Lufthansa gostaria de crescer na América do Sul pelo que de certeza vão fazer uma oferta. A Air France – KLM também o vai fazer, muito provavelmente”, diz.

O grupo IAG espera poder usar a TAP para recriar em Madrid e Lisboa o modelo de hub dual que já tem em Londres e Dublin, com a aquisição da Aer Lingus.

Dudley Shanley

Head of research da irlandesa Goodbody

Frustrada a aquisição da Air Europa, o grupo IAG, dono de companhias como a British Airways e Iberia, deverá agora concentrar os esforços em Portugal, como foi apontado em vários jornais espanhóis. O CEO, Luís Galego, afirmou na apresentação dos resultados aos analistas que o grupo iria “analisar a atratividade da TAP”.

“Depois de desistir da compra da Air Europa, considero que a IAG continua muito interessada na aquisição da TAP. O grupo IAG espera poder usar a TAP para recriar em Madrid e Lisboa o modelo de hub dual que já tem em Londres e Dublin, com a aquisição da Aer Lingus”, aponta Dudley Shanley, da Goodbody.

Para Neil Glynn, o grupo IAG é, dos três, o mais bem posicionado para vencer a reprivatização. “A saúde financeira de cada empresa, os requisitos de reestruturação/transformação e os projetos de fusões e aquisições em curso sugerem que o IAG pode estar financeira e organizacionalmente melhor posicionado para adquirir a TAP, integrá-la com sucesso no grupo e posicionar a TAP para aumentar a capacidade e a rentabilidade”, afirma.

O diretor da Air Control Tower também desvaloriza os receios em Portugal sobre o impacto negativo que a aquisição pela dona da Iberia poderia ter no aeroporto de Lisboa. “O IAG teve sucesso na sua oferta para adquirir a Aer Lingus, apesar das relações históricas entre o Reino Unido e a Irlanda, e a Aer Lingus prosperou sob a propriedade do IAG”.

Quem também aposta numa vitória do IAG é o CEO da Ryanair. Para Michael O’Leary, o grupo com sede no Reino Unido é o mais bem posicionado para vencer a reprivatização, como afirmou em julho numa conferência de imprensa realizada em Lisboa.

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Sismo de magnitude 5,3 sentido em Portugal sem registo de vítimas ou grandes danos

  • Lusa e ECO
  • 26 Agosto 2024

Um sismo de magnitude 5,3 na escala de Richter foi registado esta madrugada ao largo de Sines. A Proteção Civil não tem registo de vítimas nem de grandes danos.

Um sismo de magnitude 5,3 na escala de Richter foi registado esta madrugada ao largo de Sines, avançou o Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA). De acordo com o IPMA, o epicentro do abalo foi registado às 5h11, a 60 quilómetros a oeste de Sines.

“Este sismo, de acordo com a informação disponível até ao momento, não causou danos pessoais ou materiais e foi sentido com intensidade máxima IV/V (escala de Mercalli modificada) na região de Sines, tendo sido sentido com menor intensidade na região de Setúbal e Lisboa”, lia-se, por volta das 6h17, num comunicado do IPMA.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) disse à Lusa ter recebido relatos de que o sismo tinha sido sentido em toda a zona metropolitana de Lisboa, incluindo a capital, mas também no distrito de Setúbal.

Epicentro a 60 quilómetros a oeste de Sines:

Fonte: Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA)

Autoridades sem registo de danos significativos

Uma hora depois do sismo moderado, a Proteção Civil não tinha registo de vítimas nem danos de maior.

A autoridade recebeu, contudo, um elevado número de chamadas telefónicas, da zona do Alentejo até Coimbra. “Recebemos muitas chamadas sobretudo de pessoas que queriam saber o que se passava e o que deviam fazer. A esta hora [6h00] ainda não conseguimos contabilizar o número de chamadas recebidas”, disse o comandante José Miranda, da ANEPC.

De acordo com José Miranda, não há registo de vítimas, nem danos de maior a esta hora. “Temos só informação a esta hora de uma situação numa rua de Sesimbra em que vão ser avaliadas possíveis fissuras em edifícios”, disse.

O sismo aconteceu a uma profundidade de 10,7 quilómetros, avançou o serviço geológico dos Estados Unidos, o USGS, que estimou uma magnitude de 5,4 na escala de Richter.

Já o Centro Sismológico Euro-Mediterrânico estimou o sismo como sendo de magnitude 5,1 na escala de Richter, com o epicentro a uma profundidade de cinco quilómetros.

(Notícia atualizada pela última vez às 8h20)

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Snowden condena detenção do criador do Telegram

  • Lusa
  • 25 Agosto 2024

O ex-analista que trabalhava para uma agência dos EUA e divulgou dados confidenciais, Edward Snowden, condenou a detenção em França de Pavel Durov, o criador da rede de mensagens encriptadas Telegram.

O ex-analista que trabalhava para uma agência de informação dos EUA e divulgou dados confidenciais, Edward Snowden, condenou a detenção em França de Pavel Durov, o criador da rede de mensagens encriptadas Telegram. “A detenção de Durov é um ataque aos direitos humanos básicos de liberdade de expressão e associação”, escreveu na rede social X. Snowden acrescentou: “estou chocado e profundamente triste que [o Presidente francês, Emmanuel] Macron tenha descido ao nível de fazer reféns como forma de aceder a mensagens privadas”.

Na opinião de Edward Snowden, a detenção de Durov “mina a dignidade” não só de França, mas de todo o mundo. Snowden, que também condenou a detenção do jornalista da oposição bielorrussa Roman Protasovich em Minsk, cujas autoridades forçaram a imobilização do avião da RyanAir em que viajava de Atenas para Vilnius, raramente faz declarações públicas.

O antigo analista norte-americano vive na Rússia desde que, em 2013, revelou pormenores sobre os programas de espionagem dos EUA, tendo-lhe sido concedida a cidadania em setembro de 2022.

Durov foi detido sábado à noite quando saía do seu avião privado na pista do aeroporto Paris – Le Bourget, proveniente do Azerbaijão.

O milionário franco-russo, de 39 anos, foi objeto de um mandado de captura francês emitido pela Direção Nacional de Investigação Criminal, com base numa investigação preliminar.

A justiça francesa argumenta que a falta de moderação no Telegram e a falta de cooperação de Durov com as autoridades, juntamente com as ferramentas que a plataforma oferece, como números descartáveis e criptografia, tornam-no cúmplice de crimes como o tráfico de droga, a pedofilia e a fraude.

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Pedro Reis vai ao Qatar para ‘vender’ economia portuguesa

  • ECO
  • 25 Agosto 2024

O ministro da Economia vai iniciar na terça-feira uma visita ao Qatar, mais uma no périplo da diplomacia económica.

O ministro da Economia vai visitar o Qatar para “reforçar as relações bilaterais, em particular as económicas”, e “atrair investimento” para áreas como indústria, energia, serviços e mobilidade, segundo uma nota oficial divulgada este domingo. De acordo com a informação do Ministério da Economia, a visita de Pedro Reis ao Qatar – que decorre de terça-feira, dia 27, a sexta-feira, dia 30 – enquadra-se num “périplo de diplomacia económica”, com vista a “captar investimento externo” e obter “apoio à internacionalização das empresas portuguesas em várias áreas”.

Acompanhado pelo embaixador de Portugal em Doha, Paulo Neves Pocinho, e pelo representante local da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), Manuel Couto Miranda, o responsável pela pasta da Economia irá encontrar-se com cinco ministros do Qatar (Finanças, Energia, Transportes, Comércio e Indústria e Comunicações e Tecnologias da informação) e tem previstas reuniões com os responsáveis pelos dois fundos soberanos do emirado (Qatar Investment Authority e Qatari Diar Real Estate Investment Company). “As relações comerciais entre Portugal e o Qatar têm um grande potencial de crescimento”, considera o Governo português, na nota enviada.

No primeiro semestre de 2024, Portugal era o 73º cliente do Qatar, importando sobretudo produtos químicos, na sua maioria plásticos, e o 76º fornecedor, exportando sobretudo máquinas, veículos, calçado, produtos agroalimentares e químicos, cerâmica e vidro.

O número de empresas exportadoras portuguesas para o Qatar tem seguido uma tendência crescente”, refere o Governo, contabilizando que em 2022 havia 390 empresas a exportarem para o país do Golfo Pérsico.

Os investimentos mais relevantes do Qatar em Portugal são participações na EDP e na VINCI Energies Portugal (ambas do fundo soberano do Qatar) e a estância “W Algarve”, que, segundo a nota do Governo, representa um investimento de 300 milhões de euros e prevê a criação de 300 postos de trabalho diretos e 200 indiretos.

O Qatar, que foi um protetorado britânico até 1971, é um dos países mais ricos do mundo, devido às receitas do petróleo e do gás natural. Classificado em 40.º lugar no Índice de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas (divulgado em março deste ano), o Qatar ainda é considerado um país “não livre” por organizações de defesa dos direitos humanos como a Freedom House.

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#21 As férias de Manuela Vaz. Tempo e um par de livros na bagagem

  • ECO
  • 25 Agosto 2024

Desligar mesmo em férias nem sempre é fácil, por isso, uma vez por dia, a CEO da Accenture consulta o email. Mas há que desligar o máximo para "recuperarmos as baterias".

  • Ao longo do mês de agosto, o ECO vai publicar a rubrica “Férias dos CEO”, onde questiona os gestores portugueses sobre como passam este momento de descanso e o que os espera no regresso.

Tempo de qualidade, boa disposição e um par de livros. São estes ingredientes que Manuela Vaz, CEO da Accenture, conta levar na bagagem para as suas férias. Uma vez por dia conta consultar o email, para qualquer urgência. Mas o objetivo é mesmo descansar o máximo possível. “Se não recuperarmos as baterias durante as férias teremos seguramente um ano mais difícil. E precisamos de equipas com muita energia!”, diz.

Que livros, séries e podcasts vai “levar na bagagem de férias” e porquê?

Vou acima de tudo levar tempo de qualidade e espero que muito boa disposição para “gastar” com família e amigos e pessoas diferentes que se cruzem connosco. Levo sempre também um par de livros que me relaxam e entretêm. Ainda não decidi mas tenho alguns bons candidatos (ex: “Heaven & Earth grocery store”, de James Mcbride; “Fabricante de Lágrimas”, de Erin Doom)

Desliga totalmente ou mantém contacto com as equipas durante as férias?

A minha forma de “desligar” passa por ter a certeza de que não há nenhuma questão que necessite da minha atenção urgente. Para isso, vejo o email tipicamente uma vez por dia –– descansa-me. Idealmente não encontro nada que necessite a minha atenção. Se algum cliente necessitar de alguma coisa de mim, sabe que pode contar comigo. Relativamente às equipas, só incomodo se de todo não poder evitar. Se não recuperarmos as baterias durante as férias teremos seguramente um ano mais difícil. E precisamos de equipas com muita energia!

As férias são um momento para refletir sobre decisões estratégicas ou da carreira pessoal?

Tipicamente não. A minha carreira tem sido uma consequência do trabalho que tenho vindo a fazer. As decisões estratégicas são tomadas com a minha equipa na comissão executiva. Antes das férias preparamos o nosso plano para o ano seguinte e depois de férias refinamos e executamos (o nosso ano fiscal termina em agosto).

Que temas vão marcar o seu setor na rentrée?

O nosso setor está, como tantos outros a transformar-se, e nós estamos a preparar-nos para o impacto que estas transformações vão ter tanto no nosso negócio como no negócio dos nossos clientes. A Accenture mais do que nunca vai tirar partido de todos os seus serviços desde a estratégia, consultoria, tecnologia, operações e a nossa agência criativa para entregar propostas de valor únicas que são diferenciadoras e fazem a diferença para o negócio dos nossos clientes.

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Albuquerque rejeita mudanças no executivo por causa dos incêndios

  • Lusa
  • 25 Agosto 2024

O presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, não fará remodelações por causa das críticas ao combate aos incêndios. Secretário que tutela a Proteção Civil vai manter-se no cargo.

O presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, garante que não fará mudanças no executivo com base nas críticas à gestão do combate ao incêndio e assegurou que o secretário que tutela a Proteção Civil vai manter-se no cargo. “[Demitir] o Pedro Ramos? Era o que faltava!”, disse aos jornalistas, reiterando que as decisões tomadas durante o combate ao fogo, que deflagrou a 14 de agosto e hoje está em fase de rescaldo, foram “corretas”.

Miguel Albuquerque falava à margem da sessão solene comemorativa do dia do concelho de São Vicente, na costa norte da ilha, onde assegurou que o secretário regional da Saúde e Proteção Civil vai manter-se no cargo. “O PSD é um governo minoritário, por isso mesmo é que algumas forças políticas estavam à espera que isto corresse mal, que era para deitar o Governo abaixo“, afirmou, para logo realçar: “O que está em questão não é o incêndio, o que está em questão é a ambição de certas criaturas pelo poder.”

Questionado sobre críticas feitas também por elementos do partido, Albuquerque respondeu que nunca os viu a enfrentar um incêndio.

Já em relação ao CDS-PP, partido que assinou um acordo de incidência parlamentar com o PSD e e indicou que vai propor a criação de uma comissão independente para avaliar a gestão do combate ao incêndio, o governante disse não haver problema, mas não esclareceu se a iniciativa terá apoio dos sociais-democratas no parlamento. “Não tem nenhum problema, acho que podem averiguar o que quiserem“, afirmou, para logo acrescentar: “As decisões que foram tomadas, como eu já disse foram decisões em função daquilo que é a experiência da Proteção Civil, aquilo que são os ditames técnicos de ataque a um incêndio desta natureza, portanto, não tem nenhum problema“.

Miguel Albuquerque admite, no entanto, a possibilidade de o Governo regional cair por falta de apoio na Assembleia Legislativa da Madeira, onde conta com 19 deputados num total de 47 que compõem o hemiciclo.

“Nós somos um Governo minoritário que depende do apoio parlamentar, esse apoio parlamentar depende do apoio político de um conjunto de forças. Portanto, neste momento, uma das forças políticas, se nos retirar o apoio e apresentar uma moção de censura, o Governo cai”, explicou. O governante insiste, no entanto, que o combate ao incêndio e a gestão das operações devem ser avaliada em função dos resultados.

“Isto não é uma questão política, isto é uma questão de salvaguarda das pessoas, da integridade física, das vidas humanas, das habitações, das infraestruturas públicas e do património natural e os resultados estão à vista”, disse, reiterando não haver feridos, nem casas destruídas, nem infraestruturas públicas essenciais danificadas.

Em relação às suas férias no Porto Santo durante o incêndio, considerou ser tudo “conversa fiada”, vincando ter acompanhado a situação “desde a primeira hora”. “Isso é apenas tentar aproveitar situações de gravidade e complexidade, que gera de facto uma emoção, as pessoas ficam preocupadas, aproveitar essa situação para tirar dividendos políticos“, considerou.

Miguel Albuquerque agradeceu às famílias dos residentes nas áreas afetadas pelo fogo a “compreensão pelos incómodos”, sublinhando que o seu dever “está cumprido”. “A minha obrigação enquanto presidente do Governo é, numa situação destas, acompanhar a situação e fazer todo o possível para salvaguardar aqueles que são os valores essenciais de uma sociedade civilizada“, vincou.

O chefe do executivo madeirense disse, por outro lado, que o incêndio está hoje dominado e que os meios estão a ser desmobilizados, sendo que os dois avições Canadair da Força Aérea de Espanha, disponibilizados através do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, deixam a ilha esta tarde.

O incêndio rural na ilha da Madeira deflagrou a 14 de agosto nas serras do município da Ribeira Brava, propagando-se progressivamente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e Santana. Hoje de manhã, ao 11.º dia, a Proteção Civil regional indicou que o fogo está controlado e que os operacionais se mantêm no terreno em operações de rescaldo, controlando alguns pontos quentes.

Nestes dias as autoridades deram indicação a perto de 200 pessoas para saírem das suas habitações por precaução e disponibilizaram equipamentos públicos de acolhimento, mas muitos moradores foram regressando a casa.

O combate às chamas foi dificultado pelo vento e pelas temperaturas elevadas, mas, segundo o Governo Regional, não há registo de feridos ou da destruição de casas e infraestruturas públicas essenciais, embora algumas pequenas produções agrícolas tenham sido atingidas, além de áreas florestais. Os dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais apontam para mais de 5.045 hectares de área ardida.

A Polícia Judiciária está a investigar as causas do incêndio, mas o presidente do executivo madeirense, Miguel Albuquerque, disse tratar-se de fogo posto.

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Falta talento na área da Inteligência Artificial

  • Lusa
  • 25 Agosto 2024

A inteligência artificial (IA) é a área com "mais carência de talento" em Portugal e prevê que a procura "aumente mais de 20% ao ano até 2026", afirma o 'country manager' da IDC Portugal.

A inteligência artificial (IA) é a área com “mais carência de talento” em Portugal e prevê que a procura “aumente mais de 20% ao ano até 2026”, afirma o ‘country manager’ da IDC Portugal diz, em entrevista à Lusa. A área que apresenta “mais carência de talento em Portugal é a área de IA (a IDC prevê que a procura por estes profissionais aumente mais de 20% ao ano até 2026), seguida pela área de análise de dados (procura está a aumentar 11% ao ano”, afirma Gabriel Coimbra, que também é vice-presidente do grupo. Outra área é a da cibersegurança, cuja procura é de 10% ao ano, e desenvolvimento de ‘software’ (8% ao ano).

“Com o aumento das ameaças digitais, a procura por especialistas em cibersegurança disparou, mas a oferta de profissionais qualificados não tem acompanhado esse crescimento”, aponta Gabriel Coimbra. A crescente digitalização e o aumento do uso de IA e ‘big data’ “também aumentaram a necessidade de programadores e analistas de dados, áreas onde a procura excede a oferta de talentos disponíveis no mercado”, sublinha o responsável.

Para Gabriel Coimbra, “a captação e retenção de talentos é um desafio crescente em Portugal”, especialmente no setor das tecnologias de informação. “Na nossa opinião, existem algumas melhorias que podem ser realizadas”, entre as quais a fiscalidade, programas de imigração, ensino e formação, em termos macro, elenca.

O contexto fiscal “é um fator crítico para reter os talentos nacionais e atrair talentos internacionais para Portugal”, sendo que “todos os programas e benefícios fiscais que incentivem a retenção e captação de talento são bem-vindos”.

Em termos de programas de imigração, defende a continuação da aposta em programas como o “Tech Visa, que tem como objetivo garantir que quadros qualificados, especialmente da área tecnológica, estrangeiros à União Europeia, possam aceder aos empregos criados pelas empresas em Portugal de forma simplificada”.

Além disso, defende que “o desenvolvimento e o investimento no setor do ensino e formação público e privada é fundamental para a qualificação e requalificação da população portuguesa, quer através do financiamento direto a instituições de ensino e formação, quer através do financiamento direto às empresas e população”.

Já no que respeita a medidas micro, as empresas devem investir em formação contínua, ou seja, “em programas de desenvolvimento profissional e formação para os seus colaboradores, o que não só aumenta as competências da equipa, mas também melhora a retenção”, como também “oferecer condições de trabalho flexíveis, como a possibilidade de trabalho remoto ou híbrido e horários flexíveis”, o que “pode tornar as empresas mais atraentes para os talentos, principalmente, para as novas gerações”, detalha.

Outras medidas passam por “assegurar que os salários e benefícios oferecidos estão alinhados com o mercado global pode ajudar a atrair talentos qualificados”, promover uma cultura de inovação e um ambiente de trabalho colaborativo pode aumentar o compromisso dos colaboradores e atrair profissionais talentosos” e parcerias com instituições de ensino. Ou seja, “colaborar com universidades e centros de formação para identificar e formar futuros talentos pode ajudar a reduzir a lacuna de competências no mercado”.

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Políticas anti-imigração afastam talento da Finlândia

  • Lusa
  • 25 Agosto 2024

Eleita sete vezes como o país mais feliz do mundo, a Finlândia está a perder capacidade de atrair talento estrangeiro, preocupado com as políticas anti-imigração.

Eleita sete vezes como o país mais feliz do mundo, a Finlândia está a perder capacidade de atrair talento estrangeiro, preocupado com as políticas anti-imigração, mas as autoridades defendem que “todos são responsáveis por criar um discurso aberto”. Uma sondagem publicada este mês pela Associação de Engenheiros e Arquitetos da Finlândia (TEK) e pelo Sindicato dos Engenheiros revela que 89% dos trabalhadores altamente qualificados consideram que o debate sobre a imigração lançado pelo Governo de Petteri Orpo é preocupante e 81% pensam que a situação dos estrangeiros vai piorar nos próximos cinco anos.

O estudo, que abrangeu 1.044 peritos estrangeiros que vivem no país nórdico, mostra que apenas 52% recomendariam a Finlândia como um local para viver e trabalhar, um número que evidencia a crescente desilusão dos trabalhadores estrangeiros qualificados que vivem no país nórdico.

No que diz respeito à discriminação no trabalho, 41% dos homens e 43% das mulheres admitiram ter sido vítimas de discriminação, especialmente durante o processo de recrutamento, com uma maior incidência entre os profissionais de África e da Ásia.

As razões mais comuns para esta discriminação – de acordo com o inquérito – são a falta de conhecimentos da língua finlandesa e o facto de o mercado de trabalho do país não valorizar suficientemente os estudos académicos e a experiência profissional adquirida no estrangeiro.

A situação é insustentável. A Finlândia está a expulsar precisamente as pessoas que estão a criar o futuro crescimento económico do país.

Juhani Nokela, diretor de assuntos públicos da TEK

“A situação é insustentável. A Finlândia está a expulsar precisamente as pessoas que estão a criar o futuro crescimento económico do país”, lamentou Juhani Nokela, diretor de assuntos públicos da TEK, num comunicado. Muitas empresas finlandesas, especialmente no setor da tecnologia, têm lamentado publicamente que o Governo não esteja a fazer o suficiente para atrair trabalhadores estrangeiros altamente qualificados num dos países mais envelhecidos da Europa.

O Governo finlandês, por iniciativa do partido de extrema-direita Partido dos Finlandeses, está a endurecer as políticas de imigração e asilo para limitar a chegada de migrantes e refugiados, especialmente de fora do espaço Schengen.

Entre outras medidas, pretende-se reduzir o subsídio de acolhimento que os refugiados recebem e aumentar de cinco para oito anos o período mínimo de residência necessário para obter a cidadania finlandesa.

Ainda assim, o que mais preocupa os especialistas estrangeiros é a alteração legislativa, que ainda está pendente no parlamento, que prevê a possibilidade de serem expulsos do país se perderem o emprego e não encontrarem outro no prazo de três meses, uma medida que afetaria os cidadãos não europeus.

Outro estudo recente, o ‘Expat Insider’, realizado pela Internations, organização que presta apoio a expatriados a nível mundial, colocou a Finlândia em 51.º lugar, apenas à frente da Turquia e do Kuwait, quando antes se encontrava no 16.º.

Os dados são conhecidos pelas autoridades: “Trazem pontos relevantes que a Finlândia precisa de levar a sério e são também uma mensagem clara para o Governo relativamente às alterações legislativas que foram acordadas no programa”, disse Laura Lindeman, que lidera o programa de atração de talento estrangeiro ‘Work in Finland’, integrado no ‘Business Finland’ (equivalente à AICEP-Portugal Global).

“Compreendemos a preocupação dos talentos internacionais aqui na Finlândia relativamente às alterações legislativas em curso no que diz respeito ao prazo para conseguir um novo emprego se ficar desempregado”, referiu à Lusa a responsável, acrescentando que, após a aprovação destas propostas, “a legislação passará a estar em paralelo com a de outros países da União Europeia”.

“O discurso negativo sobre a imigração é sempre desencorajador e todos na Finlândia são responsáveis por criar um discurso aberto e acolhedor”, defendeu Laura Lindeman. O país, acrescentou, “está a enfrentar uma recessão económica”, com efeitos no recrutamento, mas “a situação económica parece estar a melhorar no final deste ano”.

“A Finlândia precisa de talentos internacionais para o mercado de trabalho e para apoiar o crescimento, a inovação e a internacionalização das empresas, o que conduzirá à criação de novos empregos”, considerou Lindeman. A responsável destacou que o seu organismo tem em marcha o programa “Trabalhar na Finlândia” com o objetivo de “apoiar as empresas na sua preparação para a diversidade cultural e no recrutamento de talentos internacionais, quer estejam já na Finlândia ou ainda no estrangeiro”.

“O Governo está empenhado em promover a atração de talentos e considera que a Finlândia precisa de talentos internacionais. A migração de mão-de-obra tem vindo a aumentar desde há alguns anos e o crescimento parece continuar”, salientou.

Aquela responsável destacou ainda os “pontos fortes” da Finlândia: “um ambiente seguro e protegido, qualidade de vida com equilíbrio entre a vida profissional e o tempo livre e espaço para vaguear na natureza”. “Muitos dos nossos pontos fortes não estão a mudar devido a este processo legislativo”, assegurou.

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#20 As férias de Vasco Antunes Pereira. A pensar no estado da Saúde

O CEO da Lusíadas Saúde leva na bagagem o livro 'Outlive: A Arte e a Ciência de Viver Mais e Melhor', com ferramentas sobre como gerir a saúde. Um tema nacional que vai marcar a rentrée.

  • Ao longo do mês de agosto, o ECO vai publicar a rubrica “Férias dos CEO”, onde questiona os gestores portugueses sobre como passam este momento de descanso e o que os espera no regresso.

Vasco Antunes Pereira, CEO da Lusíadas Saúde, aproveita as férias para “passar o máximo de tempo” com a família. A execução do Plano de Emergência e Transformação na Saúde e o Orçamento do Estado para 2025 são temas que vão dominar a rentrée.

Que livros, séries e podcasts vai “levar na bagagem de férias” e porquê?

Nestas férias, levo na bagagem o livro ‘Outlive: A Arte e a Ciência de Viver Mais e Melhor‘. Decidi rever esta obra de Peter Attia, porque apresenta importantes reflexões sobre longevidade. Neste livro, encontramos todas as ferramentas para gerir a saúde de forma holística e integrada, com um maior foco na promoção da saúde em vez da mera prevenção de doenças.

O podcast “The Rest Is…” da Goalhanger Podcasts é outro companheiro indispensável neste verão. Esta coleção lança, diariamente, episódios sobre política, economia, entretenimento, futebol e história, mantendo-me informado e entretido.

Como adoro uma boa comédia, vou aproveitar o final dos dias para assistir à série-fenómeno ‘Beef‘.

Desliga totalmente ou mantém contacto com as equipas durante as férias?

Tento desligar tanto quanto possível, para poder recarregar energias e aproveitar ao máximo o tempo com a minha família. No entanto, estou ciente da responsabilidade das minhas funções e é importante que as minhas equipas saibam que estou disponível para qualquer eventualidade. Acredito que o segredo está em encontrar o ponto de equilíbrio entre o necessário descanso e o tempo em família, mantendo-me disponível para apoiar nas questões mais importantes. Para os temas do dia a dia, confio plenamente nas equipas clínicas e não clínicas da Lusíadas Saúde.

As férias são um momento para refletir sobre decisões estratégicas ou da carreira pessoal?

Gosto de pensar nas férias de verão como um momento de pausa do quotidiano e da vida profissional, onde posso efetivamente descansar e aproveitar este período para passar o máximo de tempo com as pessoas que são mais importantes para mim: a minha família.

Esta é uma visão que partilho com a própria Lusíadas Saúde, onde o nosso foco está em cuidar das pessoas – não apenas daqueles que nos procuram, mas também (e em primeira linha) daqueles que fazem parte da nossa casa. Este sentido de cuidado passa por darmos espaço para que cada pessoa possa encontrar um equilíbrio entre a vida pessoal e profissional e, assim, contribuir positivamente para a sua saúde mental – uma das nossas grandes prioridades.

Que temas vão marcar o seu setor na rentrée?

O setor da saúde vai continuar a ser o grande foco da atualidade. Prova disso é a última sondagem da Universidade Católica, que revelou que os portugueses elegem a saúde como o principal problema em Portugal. Este facto obriga-nos, inevitavelmente, a refletir sobre a necessidade de reforçar o acesso dos portugueses ao sistema nacional de saúde.

Este cenário traz uma responsabilidade e uma obrigatoriedade de articulação e coordenação entre os setores público e privado. Um dos temas em destaque nesta rentrée será a execução do Plano de Emergência e Transformação na Saúde, para a qual estaremos particularmente atentos para perceber o real impacto das medidas nas necessidades dos portugueses.

Outro tema relevante será a proposta de Orçamento do Estado para 2025, o primeiro do novo governo, o que nos deixa com alguma expectativa para perceber de que forma o executivo vai refletir a sua ambição para este setor no seu plano orçamental.

Na Lusíadas Saúde, estamos atentos a estes temas e comprometidos em contribuir para soluções que beneficiem todos os portugueses. Acreditamos que, com uma abordagem colaborativa e inovadora, é possível enfrentar estes desafios e melhorar significativamente a qualidade e o acesso aos cuidados de saúde no país.

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IL critica Montenegro por não apresentar Orçamento com desagravamento fiscal para todos

  • Lusa
  • 25 Agosto 2024

Rui Rocha garante que "não viabilizará orçamentos que representem mais do mesmo". "Que mal fizeram as pessoas com mais de 35 anos para serem punidas fiscalmente", questiona.

O presidente da Iniciativa Liberal (IL) criticou sábado o primeiro-ministro, Luís Montenegro, por não apresentar um Orçamento “com um desagravamento fiscal para todos”, num país em que a arrecadação fiscal cresceu a dois dígitos nos dois últimos anos.

Em declarações aos jornalistas à entrada para o jantar que assinala a ‘rentrée’ política do partido, em Quarteira, no Algarve, Rui Rocha afirmou que “o discurso de Luís Montenegro na festa do Pontal, foi mais do mesmo“.

A arrecadação fiscal do Estado em 2022 e 2023 cresceu a dois dígitos e nem assim a Aliança Democrática (AD) consegue apresentar um Orçamento [do Estado] em que o desagravamento fiscal, seja um desagravamento para todos“, realçou Rui Rocha.

Segundo o presidente da IL, as pessoas que ouviram o discurso de Luís Montenegro há um ano, “aqui em Quarteira, em que prometeu baixar os impostos, essas pessoas com menos de 35 anos e que olham agora para as mãos não veem, nada”.

Para Rui Rocha, “não existiram mudanças estruturais” do ponto de vista fiscal desde há um ano, e questiona o porquê de “o país estar agora numa deriva de punir [fiscalmente] quem tem mais de 35 anos“.

“Como é que essas pessoas poderão entender como é que não haja um esforço do Estado que permita aliviá-los a eles também. Que mal fizeram as pessoas com mais de 35 anos para serem punidas fiscalmente“, apontou.

Rui Rocha lembrou que a posição da IL “está totalmente em aberto” em relação ao Orçamento do Estado, assegurando que o partido “não viabilizará orçamentos que representem mais do mesmo”.

“Não temos tempo em Portugal em insistir em soluções que não funcionem, nem em atrasar mais o país. Ou a AD apresenta um Orçamento que é fiel a essa ideia de mudança que as pessoas quiseram nas eleições ou nós não viabilizaremos, isso é claro”, afirmou.

A Iniciativa Liberal assinalou sábado a sua ‘rentrée’ política com a quarta edição da festa “A’gosto da Liberdade”, na Praça do Mar, em Quarteira, no concelho de Loulé, no distrito de Faro.

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Cursos de Engenharia Aeroespacial e Matemática Aplicada têm as médias mais altas. Veja a lista

Nota do último aluno colocado nestes cursos ronda os 19 valores. Inteligência Artificial, Engenharia e Gestão Industrial seguem-se no ranking, segundo os resultados da primeira fase do concurso.

Engenharia Aeroespacial e Matemática Aplicada à Economia e Gestão são os cursos com as médias mais elevadas, a rondar os 19 valores. A primeira fase do concurso nacional de acesso ao Ensino Superior público mostra que o último aluno da licenciatura de Engenharia Aeroespacial da Faculdade de Engenheira da Universidade do Porto entrou com 19,45 valores. Na Universidade do Minho, para o mesmo curso, a média do último estudante colocado foi de 19,14 valores, segundo os dados divulgados pelo Ministério da Educação, Ciência e Inovação.

A completar o pódio, surge a licenciatura de Matemática Aplicada à Economia e Gestão do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) da Universidade de Lisboa com média de 18,9 valores. No ranking, seguem-se o curso em Inteligência Artificial e Ciência de Dados da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, com 18,75, e novamente a licenciatura de Engenharia Aeroespacial, mas agora do Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa, com 18,73 valores.

Em sexto lugar, posiciona-se o curso de Engenharia e Gestão Industrial da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, cujo último aluno entrou com média de 18,63 valores, e em sétimo, está a licenciatura de Arquitetura da Universidade do Porto, com 18,60 valores.

Medicina continua entre os 10 cursos com médias mais elevadas. A licenciatura do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto está em 8.º lugar e é a que apresenta a nota do último colocado mais alta entre os curso de Medicina: 18,55 valores. Segue-se o curso da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, com 18,48, e o da Universidade do Minho, com 18,38.

O último colocado em Medicina na Universidade de Aveiro tinha uma média de 18,20, o da Faculdade de Coimbra apresentou uma nota de 18,02 e o da Universidade Nova de Lisboa de 17,93. Surge depois a licenciatura da Universidade de Lisboa com a média do último aluno colocado a chegar aos 17,77 valores. A nota mais baixa, de 17,70 valores, foi registada na Universidade da Beira Interior com a nota a fixar-se nos 17,70.

Número de estudantes colocados em medicina bate recorde

O número de estudantes que ingressaram em cursos de medicina, na primeira fase do concurso nacional de acesso ao Ensino Superior público, bateu todos os recordes. “Foram colocados 1.661 estudantes, o que representa o maior número de sempre, registando-se mais 66 colocados face ao ano passado”, adianta fonte oficial do Ministério da Educação, Ciência e Inovação.

O aumento de alunos colocados em medicina nos cursos das universidades públicas resultou sobretudo do “acréscimo de vagas sobrantes dos concursos especiais de ingresso em medicina para licenciados”, justifica o gabinete do ministro Fernando Alexandre.

De lembrar que o Governo quer aumentar o número de vagas em medicina para compensar as aposentações do médicos e criar de dois novos cursos em Évora e Vila Real. Este ano abriram 1.684 vagas para novos estudantes de Medicina, “ao mesmo tempo que 1.500 médicos se vão aposentar” este ano e nos próximos, afirmou o primeiro-ministro e líder do PSD, Luís Montenegro, na Festa do Pontal, para justificar a abertura de mais lugares para formar clínicos.

Cerca de 50 mil alunos colocados na primeira fase

Ao todo, isto é, considerando todos os cursos, foram admitidos admitidos 49.963 novos estudantes, na primeira fase do concurso nacional de acesso, o que corresponde a um aumento de 1,1% em relação a 2023. A taxa de colocação de candidatos também melhorou, subindo dois pontos percentuais, de 83,7% para 85,7%. Ou seja, a grande fatia dos candidatos já foi admitida na primeira fase.

“Entre 2022 e 2024 a taxa de colocação aumentou de 81% para 85,7%, o que demonstra um crescente ajustamento entre a procura dos estudantes e a oferta das instituições”, indica a tutela.

Mais de metade dos alunos (56,1%) que concorreram, nesta primeira fase, “foram colocados na sua primeira opção e 87,8% numa das suas três primeiras opções de candidatura”, de acordo com os dados fornecidos. Para o Ministério, estes são “os valores mais elevados dos últimos anos e um dos fatores mais relevantes para o sucesso académico”.

O número de estudantes admitidos em licenciaturas em Educação Básica aumentou 8%, com 997 estudantes colocados nesta fase, e ocupando 100% das vagas disponibilizadas. Nos últimos três anos, verificou-se um crescimento de 56,3% nos estudantes que ingressaram em cursos de Educação Básica, “o que demonstra o crescente interesse dos estudantes por estas formações”, sinaliza o ministério.

As instituições localizadas em regiões com menor procura e menor pressão demográfica, como o Interior, colocaram 12.868 estudantes, uma quebra de 2%. No entanto, diversas universidades conseguiram aumentar o número de alunos admitidos, designadamente a dos Açores, da Madeira, do Algarve, da Beira Interior e os institutos politécnicos de Beja, de Portalegre, de Viana do Castelo e de Viseu.

No âmbito dos cursos apoiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) ingressaram 8.040 estudantes, o que demonstra um crescimento de 5,5% face ao ano anterior. Estes alunos ocuparam 90,2% das vagas disponibilizadas. As licenciaturas estão orientadas “para reforçar a formação superior inicial e aumentar o número de graduados em área STEAM (STEAM- Science, Technology, Engineering, Arts and Mathematics)”, detalhe o Ministério da Educação.

Apesar de, no seu conjunto, as colocações terem aumentado, o número de estudantes que concorreram nesta primeira fase caiu. “Apresentaram-se a concurso 58.301 candidatos, representando uma diminuição de 1,3% face à mesma fase do ano anterior”, observa a tutela.

“Das 54.666 vagas colocadas a concurso, sobraram 4.996 vagas para a segunda etapa, representando uma diminuição de 4,1% em relação ao ano anterior”, segundo os dados enviados pelo Governo.

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Número de estudantes colocados em cursos de medicina é o maior de sempre

Universidades públicas vão receber 1.661 aspirantes a médicos, como resultado da primeira fase do concurso nacional de acesso ao Ensino Superior. Último aluno admitido entrou com nota de 17,7 valores.

O número de estudantes que ingressaram em cursos de medicina, na primeira fase do concurso nacional de acesso ao Ensino Superior público, bateu todos os recordes. “Foram colocados 1.661 estudantes, o que representa o maior número de sempre, registando-se mais 66 colocados face ao ano passado”, adianta fonte oficial do Ministério da Educação, Ciência e Inovação. O último aluno admitido entrou com média de 17,70 valores, na Universidade da Beira Interior.

O aumento de alunos colocados em medicina nos cursos das universidades públicas resultou sobretudo do “acréscimo de vagas sobrantes dos concursos especiais de ingresso em medicina para licenciados”, justifica o gabinete do ministro Fernando Alexandre.

Medicina continua entre os 10 cursos com médias mais elevadas. A licenciatura do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto está em 8.º lugar e é a que apresenta a nota do último colocado mais alta entre os curso de Medicina: 18,55 valores. Segue-se o curso da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, com 18,48, e o da Universidade do Minho, com 18,38.

O último colocado em Medicina na Universidade de Aveiro tinha uma média de 18,20, o da Faculdade de Coimbra apresentou uma nota de 18,02 e o da Universidade Nova de Lisboa de 17,93. Mais abaixo na tabela, surgem as licenciaturas da Universidade de Lisboa com a média do último aluno colocado a chegar aos 17,77 valores e da Universidade da Beira Interior com a nota a fixar-se nos 17,70.

De lembrar que o Governo quer aumentar o número de vagas em medicina para compensar as aposentações do médicos e criar de dois novos cursos em Évora e Vila Real. Este ano abriram 1.684 vagas para novos estudantes de Medicina, “ao mesmo tempo que 1.500 médicos se vão aposentar” este ano e nos próximos, afirmou o primeiro-ministro e líder do PSD, Luís Montenegro, na Festa do Pontal, para justificar a abertura de mais lugares para formar clínicos.

Cerca de 50 mil alunos colocados na primeira fase

Ao todo, isto é, considerando todos os cursos, foram admitidos admitidos 49.963 novos estudantes, na primeira fase do concurso nacional de acesso, o que corresponde a um aumento de 1,1% em relação a 2023. A taxa de colocação de candidatos também melhorou, subindo dois pontos percentuais, de 83,7% para 85,7%. Ou seja, a grande fatia dos candidatos já foi admitida na primeira fase.

“Entre 2022 e 2024 a taxa de colocação aumentou de 81% para 85,7%, o que demonstra um crescente ajustamento entre a procura dos estudantes e a oferta das instituições”, indica a tutela.

Mais de metade dos alunos (56,1%) que concorreram, nesta primeira fase, “foram colocados na sua primeira opção e 87,8% numa das suas três primeiras opções de candidatura”, de acordo com os dados fornecidos. Para o Ministério, estes são “os valores mais elevados dos últimos anos e um dos fatores mais relevantes para o sucesso académico”.

O número de estudantes admitidos em licenciaturas em Educação Básica aumentou 8%, com 997 estudantes colocados nesta fase, e ocupando 100% das vagas disponibilizadas. Nos últimos três anos, verificou-se um crescimento de 56,3% nos estudantes que ingressaram em cursos de Educação Básica, “o que demonstra o crescente interesse dos estudantes por estas formações”, sinaliza o ministério.

As instituições localizadas em regiões com menor procura e menor pressão demográfica, como o Interior, colocaram 12.868 estudantes, uma quebra de 2%. No entanto, diversas universidades conseguiram aumentar o número de alunos admitidos, designadamente a dos Açores, da Madeira, do Algarve, da Beira Interior e os institutos politécnicos de Beja, de Portalegre, de Viana do Castelo e de Viseu.

No âmbito dos cursos apoiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) ingressaram 8.040 estudantes, o que demonstra um crescimento de 5,5% face ao ano anterior. Estes alunos ocuparam 90,2% das vagas disponibilizadas. As licenciaturas estão orientadas “para reforçar a formação superior inicial e aumentar o número de graduados em área STEAM (STEAM- Science, Technology, Engineering, Arts and Mathematics)”, detalhe o Ministério da Educação.

Apesar de, no seu conjunto, as colocações terem aumentado, o número de estudantes que concorreram nesta primeira fase caiu. “Apresentaram-se a concurso 58.301 candidatos, representando uma diminuição de 1,3% face à mesma fase do ano anterior”, observa a tutela.

“Das 54.666 vagas colocadas a concurso, sobraram 4.996 vagas para a segunda etapa, representando uma diminuição de 4,1% em relação ao ano anterior”, segundo os dados enviados pelo Governo.

Matrículas decorrem entre 26 e 29 de agosto

O Ministério da Educação esclarece que “as matrículas dos estudantes agora colocados realizam-se entre 26 e 29 de agosto”. “Pela segunda vez, o calendário de colocações do concurso nacional de acesso foi antecipado para o final do mês de agosto, garantindo um período mínimo de 15 dias de intervalo entre a colocação da primeira fase, o início da atividade letiva e as colocações de todos os estudantes colocados, durante o mês de setembro”, sublinha.

Deste modo, a tutela garante “o início de atividade letiva praticamente em simultâneo para todos os novos estudantes, evitando a perda de cerca de três semanas de aulas para estudantes colocados na segunda fase e cerca de seis semanas de aulas para estudantes colocados na terceira fase”, sustenta.

Serão ainda “antecipadas para a fase de colocação as decisões dos requerimentos de bolsas de estudo submetidos pelos estudantes colocados na primeira fase que sejam beneficiários de abono de família até ao terceiro escalão, de modo a “assegurar melhores condições de início de ano letivo para estudantes carenciados”, indica.

Em seguida serão “decididas e notificadas as relativas à atribuição das bolsas +Superior, que visam apoiar a frequência do ensino superior e contribuir para a fixação de jovens em regiões do país com menor procura e menor pressão demográfica”, acrescenta.

De 26 de agosto a 4 de setembro decorrerá a candidatura à segunda fase do concurso nacional de acesso ao Ensino Superior público.

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