Fisco penhora 86 mil salários por dívidas

  • ECO
  • 9 Julho 2025

Entre as mais de 600 mil penhoras originadas por dívidas fiscais de cidadãos e empresas, incluem-se 86.045 vencimentos e salários alvo de apreensão. Nos créditos houve 110.005 penhoras.

A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) registou 624.932 penhoras originadas por dívidas fiscais de cidadãos e empresas em 2024, menos 3,7% do que em 2023, revela o Jornal de Notícias. Desse valor, 86.045 correspondem a vencimentos e salários que foram alvo de apreensão, o que traduz uma redução de 14,5% face ao ano anterior, de acordo com o relatório sobre o combate à fraude e à evasão fiscais e aduaneiras do ano passado.

Na lista de bens apreendidos pelo Fisco estão também os créditos, sobre os quais incidiram 110.005 penhoras, tendo ainda havido 22.525 imóveis penhorados — ligeiramente acima do valor de 2023 (22.484) –, 12.146 pensões, 5.756 veículos, 3.125 rendas e 1.261 móveis. Com menor incidência estão as penhoras sobre certificados de aforro (429), barcos (38) e lojas (nove).

Ainda assim, a categoria que mais se destaca na lista de bens arrestados pelo Fisco é a dos “outros valores e rendimentos”, com 383.593 penhoras registadas (61% do total). Aqui incluem-se produtos como joias, obras de arte, objetos de valor e equipamentos eletrónicos — desde que não sejam indispensáveis à subsistência do devedor e da sua atividade profissional –, depósitos bancários, dinheiro em espécie, heranças e, no caso das empresas, mercadorias e outro stock.

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CIP quer preço definido para compra de dias de férias

  • ECO
  • 9 Julho 2025

A Confederação Empresarial de Portugal defende que um dia adicional de ausência do trabalho deve implicar um desconto no salário equivalente ao de uma falta não remunerada.

A CIP – Confederação Empresarial de Portugal quer que o Governo defina o valor da “compra” de dias adicionais de férias, de modo a evitar que seja deixado à negociação, quer da parte do trabalhador, quer da parte do empregador, avança o Jornal de Negócios.

No entender da estrutura associativa, o desconto no salário deve ser igual ao que se aplica no caso de uma falta não remunerada. O valor irá depender do nível salarial, mas, aplicando a fórmula legal defendida, numa retribuição mensal de mil euros e com um horário de 40 horas semanais, o corte seria de 46,15 euros por cada dia (em valores brutos).

Questionada, fonte oficial do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social considera “prematuro” esclarecer o que se pretende, sublinhando que as questões serão desenvolvidas, primeiro, dentro do Governo e, depois, no seio da concertação social.

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Ministra da Saúde autoriza SNS a pagar até 50% mais aos tarefeiros em “situações excecionais”

Ana Paula Martins assina despacho que autoriza o SNS a pagar a médicos tarefeiros até 50% mais à hora do que o limite previsto no Orçamento do Estado, só em "situações excecionais" e "fundamentadas".

A ministra da Saúde determina, num despacho publicado esta quarta-feira, que passa a ser possível pagar aos médicos tarefeiros, em “situações excecionais devidamente fundamentadas”, um valor à hora superior ao teto máximo atualmente previsto no Orçamento do Estado (OE) para 2025, com um limite de até 50% mais.

Segundo o despacho, o OE determina que “o valor/hora a pagar aos médicos em regime de prestação de serviços não deve exceder o valor/hora mais elevado previsto na tabela remuneratória aplicável aos trabalhadores integrados na carreira médica ou especial médica, ou seja, a remuneração correspondente à última posição remuneratória da categoria de assistente graduado sénior, para o regime de 40 horas”.

Doravante, se se entender que é necessário, o valor/hora pode exceder em até 50% esse limite: “Admite-se que, em casos excecionais devidamente fundamentados […], pode o preço hora a pagar pela aquisição de serviços médicos ser superior ao anteriormente referido”, lê-se no despacho assinado por Ana Paula Martins a 2 de julho de 2025, com efeito retrativo a 1 de janeiro deste ano.

Segundo a ministra, esta medida vai permitir “agilizar a cadeia decisória“, ao delegar esta competência nos “órgãos máximos de gestão dos estabelecimentos e serviços integrados” no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Contudo, é exigido um parecer da Direção Executiva do SNS e autorização do Ministério da Saúde para ultrapassar o teto definido.

Ao optarem por pagar mais do que o limite, os órgãos decisores terão de avaliar fatores como “a disponibilidade de trabalhadores médicos e a capacidade de fixação e retenção destes profissionais nas entidades”, bem como “o perfil assistencial das entidades, no âmbito das redes de referenciação em vigor no SNS”. Deve ainda ser tido em conta “o período durante o qual a atividade deva ser assegurada”.

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Trump ameaça impor tarifas de 50% às importações de cobre

Presidente dos EUA disse na noite de terça-feira que "um mínimo de sete" avisos tarifários serão divulgados esta quarta-feira de manhã e mais à tarde, sem no entanto dar mais detalhes.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou na terça-feira que vai impor uma tarifa de 50% sobre o cobre importado e introduzir, em breve, taxas há muito ameaçadas sobre os semicondutores e os produtos farmacêuticos, alargando assim a guerra comercial que tem estado a agitar os mercados. O cobre está a valorizar 3,97%, mas os contratos futuros de cobre nos EUA chegaram a disparar 17%.

Um dia depois de ter pressionado 14 parceiros comerciais, incluindo poderosos fornecedores americanos como a Coreia do Sul e o Japão, com novas cartas tarifárias, Trump reiterou a sua ameaça de impor tarifas de 10% sobre produtos do Brasil, Índia e outros membros do grupo BRICS. Disse ainda que as negociações comerciais estão a correr bem com a União Europeia e a China, embora tenha acrescentado que está a poucos dias de enviar uma carta tarifária à UE.

Os comentários de Trump, feitos durante uma reunião de gabinete na Casa Branca, podem aumentar ainda mais instabilidade na economia mundial.

O cobre é essencial para o fabrico de veículos elétricos, equipamento militar, redes elétricas e muitos bens de consumo. Estas tarifas somariam às já em vigor para as importações de aço, alumínio e automóveis, embora não seja claro quando é que as novas tarifas entrariam em vigor.

As ações das farmacêuticas nos EUA também caíram após a ameaça de Trump de impor tarifas de 200% sobre as importações de medicamentos, que, segundo ele, poderiam ser adiadas por cerca de um ano.

A Administração Trump prometeu “90 acordos em 90 dias” depois de revelar uma série de tarifas específicas para cada país no início de abril. Até à data, apenas foram assinados dois acordos, com o Reino Unido e o Vietname. Contudo, Trump disse que um acordo com a Índia está próximo e tem apelado aos países para negociarem, até porque decidiu adiar o prazo de imposição de tarifas desta quarta-feira para 1 de agosto.

“Já era tempo de os Estados Unidos da América começarem a cobrar dinheiro aos países que nos estavam a enganar… e a rir-se nas costas de como éramos estúpidos”, disse.

Trump disse na noite de terça-feira que “um mínimo de sete” avisos tarifários seriam divulgados esta quarta-feira de manhã e mais à tarde, sem no entanto dar mais detalhes na rede social Truth Social.

Os países têm-se queixado que tem sido difícil negociar até mesmo acordos-quadro com os EUA, dada a forma aleatória como as novas tarifas são anunciadas, complicando as suas discussões internas sobre concessões.

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Portal das Finanças passa a ter autenticação reforçada com código por SMS

  • Lusa
  • 9 Julho 2025

Para um cidadão aderir ao duplo fator, "deve ter o contacto telefónico registado e confirmado junto da AT".

O Portal das Finanças passa a contar, a partir de desta quarta-feira, com um sistema de autenticação reforçada para os contribuintes entrarem na sua página pessoal, através do envio de um SMS com um código de verificação.

Numa nota enviada à Lusa, o Ministério das Finanças explica que a autenticação reforçada acontece através da exigência de um duplo fator de verificação.

A funcionalidade, a que os contribuintes podem aderir, “adiciona uma camada extra de proteção no acesso à área reservada do contribuinte no Portal das Finanças”, procurando prevenir “acessos não autorizados”, explica o Ministério que tem a direção sobre a AT.

Esta modalidade ainda não estará disponível para todos os contribuintes. “A adesão ao duplo fator de autenticação já está disponível para os contribuintes sem atividade empresarial e irá ser gradualmente disponibilizada aos contribuintes individuais com atividade empresarial e às pessoas coletivas”, refere o ministério.

Para um cidadão aderir ao duplo fator, “deve ter o contacto telefónico registado e confirmado junto da AT”.

Depois de aderir, “sempre que se autenticar no Portal das Finanças, com o NIF e a senha de acesso, a AT envia, por SMS, um código de verificação único que o contribuinte terá de introduzir para aceder à sua área reservada”, refere ainda o ministério.

Neste momento, é possível entrar na área pessoal colocando o NIF e o código de acesso, ou fazendo a autenticação com o Cartão de Cidadão ou a Chave Móvel Digital.

Neste último caso, além de ser necessário colocar o código já associado a esta funcionalidade, é exigido colocar o código enviado por SMS para o telemóvel associado, já implicando uma autenticação por duplo fator).

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Hoje nas notícias: Férias, TAP e salários

  • ECO
  • 9 Julho 2025

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A CIP defende que o valor pago pela “compra” de dias adicionais de férias, proposta pelo Governo, seja deixado à negociação, seja do trabalhador ou do empregador. O papel que o Estado pretende manter na administração da TAP após a entrada dos privados e até que ponto se irão aplicar as regras do setor público serão fatores decisivos para a privatização. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta quarta-feira.

CIP quer preço definido na “compra de férias”

A CIP – Confederação Empresarial de Portugal quer que o Governo defina o valor da “compra” de dias adicionais de férias, de modo a evitar que seja deixado à negociação. No entender da estrutura associativa, o desconto no salário deve ser igual ao que se aplica no caso de uma falta não remunerada. O valor irá depender do nível salarial, mas, aplicando a fórmula legal defendida, numa retribuição mensal de mil euros e com um horário de 40 horas semanais, o corte seria de 46,15 euros por cada dia (em valores brutos).

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Papel que o Estado vai manter na TAP será fator decisivo na privatização

O Governo prepara-se para aprovar o caderno de encargos da privatização da TAP, com vista a lançar a operação durante as próximas semanas. O documento vai especificar a percentagem de capital a alienar, sendo certo que esta será inferior a 50%. Embora a privatização seja parcial e incida sobre uma participação minoritária, o interesse dos grandes grupos que estão na corrida deverá manter-se, mas outros aspetos do caderno de encargos serão igualmente decisivos, como o papel que o Estado pretende manter na administração da companhia aérea após a entrada dos privados e até que ponto se irão aplicar as regras do setor público, nomeadamente no que diz respeito ao controlo pelo Tribunal de Contas e às regras relativas aos salários dos gestores, uma vez que a TAP vai continuar inserida na esfera pública, com o Estado a deter mais de metade do capital.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

Fisco penhorara 86 mil salários por dívidas

A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) registou 624.932 penhoras originadas por dívidas fiscais de cidadãos e empresas em 2024, menos 3,7% do que em 2023. Desse valor, 86.045 correspondem a vencimentos e salários que foram alvo de apreensão, de acordo com o relatório sobre o combate à fraude e à evasão fiscais e aduaneiras do ano passado, o que traduz uma redução de 14,5% face ao ano anterior. Na lista de bens apreendidos pelo Fisco estão ainda os créditos, sobre os quais incidiram 110.005 penhoras, tendo ainda havido 22.525 imóveis penhorados — ligeiramente acima do valor de 2023 (22.484) –, 12.146 pensões, 5.756 veículos, 3.125 rendas e 1.261 móveis.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago)

Banco Montepio ainda não conseguiu vender o BEM

Em setembro de 2023, o presidente executivo do Banco Montepio anunciava o acordo para a venda do Banco de Empresas Montepio (BEM) à empresa tecnológica que presta serviços financeiros Rauva, por cerca de 35 milhões de euros, faltando apenas as autorizações regulatórias. Porém, quase dois anos depois, a venda ainda não se concretizou. O BEM foi esvaziado dos ativos e dos passivos, que foram integrados na casa-mãe, o Banco Montepio, tendo o mesmo acontecido com os trabalhadores, tal como planeado, mas as autorizações ainda não chegaram. Não obstante, ambas as partes garantem que a operação ainda é para avançar.

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Vieira da Silva apela a Sampaio da Nóvoa para avançar com candidatura a Belém

José António Vieira da Silva apela a António Sampaio da Nóvoa para que se candidate às eleições presidenciais de 2026. Em declarações ao Diário de Notícias, o antigo ministro socialista diz não ter dúvidas em juntar-se aos que apoiam uma candidatura do professor catedrático: “Faço este apelo a Sampaio da Nóvoa, sabendo que dará, com toda a certeza, mais consistência ao debate”. Apontando que bons candidatos poderão dar maus presidentes e vice-versa, Vieira da Silva defende que o professor catedrático faz o pleno. “Um bom candidato e bom presidente, com elevado sentido cívico, capaz de unir as esquerdas”, defende, considerando os atuais candidatos “jogadores de padel a competir num torneio de ténis”. Ainda que já exista um socialista na corrida (António José Seguro), o ex-governante lembra que as presidenciais são eleições individuais, criticando “que se lance um anátema contra quem não apoia um determinado candidato”.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

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Gestão de resíduos no Algarve entre a inovação tecnológica e os entraves burocráticos

  • ECO
  • 9 Julho 2025

Robôs, algoritmos e circularidade esbarram em regras desajustadas. Participantes no segundo painel da conferência ECO Cidade Albufeira alertam para risco de colapso na gestão de resíduos na região.

A gestão de resíduos urbanos no Algarve enfrenta um momento crítico. O alerta foi lançado no segundo painel da conferência ECO Cidade Albufeira, dedicada à inovação na resposta aos resíduos, onde responsáveis de entidades públicas e privadas identificaram falhas estruturais, desafios sazonais e bloqueios regulatórios como entraves à sustentabilidade.

Isabel Trigo de Morais, CEO da Sociedade Ponto Verde (SPV) alertou que “o sistema não está dimensionado para as necessidades reais da população — nem da residente, nem da flutuante. Vamos andar a passear camiões de resíduos pelo país”. A responsável apontou ainda a injustiça do atual modelo tarifário, indexado ao consumo de água per capita, que penaliza residentes permanentes durante os picos turísticos.

"Não podemos ter uma estratégia única. É preciso adaptar as respostas às diferentes realidades — zonas urbanas, áreas dispersas, territórios turísticos”

José António Pacheco, vice-presidente da CCDR Algarve

José António Pacheco, vice-presidente da CCDR Algarve, reforçou a necessidade de criar soluções segmentadas: “Não podemos ter uma estratégia única. É preciso adaptar as respostas às diferentes realidades — zonas urbanas, áreas dispersas, territórios turísticos”. Destacou ainda os investimentos em curso — cerca de 600 mil euros em projetos de circularidade — mas alertou para os obstáculos burocráticos: “Quando conseguimos aprovar um projeto, muitas vezes já perdeu utilidade. Os processos arrastam-se entre pareceres, concursos e empresas que não concorrem”.

A inovação tecnológica foi um dos pontos centrais do painel. Miguel Nunes, responsável da área técnica e de I&D da Algar, revelou que a empresa já tem em curso dois projetos práticos: a instalação de braços robóticos para triagem de resíduos e sistemas de otimização de rotas de recolha baseados em dados. “A tecnologia existe e pode ser aplicada. Mas temos de resolver o que bloqueia a sua adoção. O problema não é técnico, é estrutural.”

O representante da Algar denunciou ainda as limitações impostas pelo regulador do setor: “Mesmo quando os municípios querem aumentar o número de equipas de recolha para responder ao verão, não podem. Se estão aprovadas 20 equipas na tarifa, não se contratam 40. E se o salário aprovado é 1.000€, não podemos pagar os 1.200€ que o mercado exige. O sistema é pouco flexível para uma economia que muda muito rápido”.

Miguel Nunes destacou igualmente que a adesão das populações continua a ser o maior desafio: “A separação começa em casa. A União Europeia quer fluidez seletiva, mas isso não acontece se os cidadãos não participarem. E não basta investir em tratamento mecânico porque isso não conta para as metas”.

Em estudo está, contudo, uma proposta inovadora: usar dados reais de produção de resíduos para apoiar decisões políticas, como a definição de taxas turísticas ajustadas ao impacto ambiental real. “Há municípios com muita pressão turística que precisam de ferramentas para justificar custos e investimentos. A tecnologia pode dar esse suporte”, explicou Miguel Nunes.

Isabel Trigo de Morais acrescentou que já estão a ser testados modelos de triagem automatizada com inteligência artificial, e defendeu que a inovação tem de premiar quem faz bem. “Mas nem isso conseguimos. Preciso de autorização para pagar melhor desempenho. Levo sete meses a conseguir”.

Apesar das dificuldades, os intervenientes sublinharam a importância de atuar com urgência. “Estamos em incumprimento com Bruxelas nas metas de reciclagem”, lembrou Isabel Trigo de Morais. José António Pacheco concluiu com um apelo à articulação: “Precisamos de visão estratégica, mas também de simplificação. Caso contrário, andamos sempre atrás do prejuízo”.

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Albufeira debate sustentabilidade com foco no turismo e na gestão de resíduos

  • ECO
  • 9 Julho 2025

Conferência ECO Cidade Albufeira debateu esta semana os desafios e soluções sustentáveis para o turismo, resíduos e água no Algarve.

A conferência ECO Cidade, que decorreu esta quarta-feira em Albufeira, reuniu autarcas e representantes de entidades nacionais para debater os impactos do turismo no ambiente e as estratégias de sustentabilidade urbana, com especial foco na gestão de resíduos e da água.

Na sessão de abertura, Ana Isabel Trigo Morais, CEO da Sociedade Ponto Verde, destacou o papel crítico do turismo na geração de resíduos, sobretudo no Algarve, onde “só neste mês de abril, entraram pelo aeroporto de Faro um milhão de passageiros, um aumento de 13,6% face a 2024”. Sublinhando a necessidade de agir, afirmou: “Temos de pensar em soluções diferenciadoras, adaptadas às caraterísticas únicas dos territórios.”

A responsável defendeu que “a diversidade de comunicação” sobre reciclagem é essencial para abranger residentes e visitantes, apontando as diferenças culturais na separação de resíduos. “Por exemplo, em França o contentor amarelo serve para outro tipo de embalagens do que em Portugal.

"Acreditamos que é possível alinhar o desenvolvimento económico com a responsabilidade ambiental e social, mas isso só se consegue com o envolvimento ativo de todos os agentes”

Ana Isabel Trigo Morais, CEO da Sociedade Ponto Verde

Ana Isabel Trigo Morais sublinhou ainda que “Portugal nunca cumpriu as metas europeias da reciclagem dos resíduos urbanos”, excetuando o fluxo das embalagens, e apelou a um esforço coletivo: “Acreditamos que é possível alinhar o desenvolvimento económico com a responsabilidade ambiental e social, mas isso só se consegue com o envolvimento ativo de todos os agentes.”

André Gomes, presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA), frisou a importância de um planeamento estratégico que equilibre crescimento e sustentabilidade. “Temos aqui uma pressão crescente não só dos turistas tradicionais, mas também de novos mercados. E essa pressão é uma oportunidade para diversificar e combater a sazonalidade”, afirmou.

O responsável da RTA referiu ainda que, em 2024, 70% das 21 milhões de dormidas da região concentraram-se em apenas três concelhos (Albufeira, Loulé e Lagoa), alertando para a necessidade de gerir melhor os fluxos turísticos: “Felizmente temos feito um trabalho de diversificação da nossa oferta, que contribui para contrariar a sazonalidade.”

José Carlos Rolo, presidente da Câmara Municipal de Albufeira, recordou os desafios enfrentados pelo concelho durante as crises financeiras e a pandemia: “Durante dois anos estivemos praticamente fechados. Houve um esforço enorme, investimos 25 milhões de euros em apoios, saúde e segurança.”

Com uma população residente de cerca de 45 mil pessoas, Albufeira chega a receber entre 400 e 500 mil pessoas nos meses de verão. O autarca criticou a atual Lei das Finanças Locais, que não considera o número real de pessoas que os municípios servem: “É uma injustiça. Os cálculos são feitos com base no número de eleitores e não nas reais necessidades das autarquias durante o pico turístico.”

O Presidente da Câmara alertou ainda para limitações na recolha seletiva de resíduos, mencionando que “muitas vezes as pessoas querem reciclar, mas os contentores estão cheios”. Apelou ao reforço da infraestrutura e campanhas educativas nas escolas e hotéis, defendendo que “qualquer hotel português devia ter já práticas sustentáveis”.

A conferência reforçou a urgência de soluções integradas que respondam à pressão ambiental do turismo. Os participantes lembraram que sustentabilidade não é apenas uma responsabilidade ambiental, mas também social e económica, e alertaram para a necessidade de promover mais e melhor literacia sobre o tema.

A iniciativa ECO Cidade continuará a percorrer o país, promovendo a proximidade com os territórios e a construção de respostas adaptadas à realidade local.

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Algarve debate crescimento turístico sustentável e desafios habitacionais

  • ECO
  • 9 Julho 2025

Players do setor defendem gestão equilibrada do turismo e alertam para a pressão sobre habitação, serviços e recursos no primeiro painel da conferência ECO Cidade Albufeira.

O primeiro painel da conferência ECO Cidade Albufeira, realizada a 2 de julho, juntou responsáveis políticos e empresariais para discutir os desafios da sustentabilidade no turismo algarvio. A crescente pressão turística, sobretudo nos meses de verão, a necessidade de diversificar a oferta e os problemas de habitação para trabalhadores do setor estiveram no centro do debate.

José Carlos Rolo, presidente da Câmara Municipal de Albufeira, destacou o impacto de crises na região, como a crise financeira de 2008 e a pandemia de COVID-19, salientando o esforço e a resiliência das autarquias: “Durante dois anos tivemos um Algarve fechado, sem clientes, sem ninguém. Só em apoios diretos e perdas, falamos de cerca de 25 milhões de euros.” O autarca alertou ainda para a sobrecarga dos serviços durante o verão, em que o concelho de Albufeira, com cerca de 45 mil residentes, pode atingir até meio milhão de pessoas. “É um crescimento exagerado que não é acompanhado por outras estruturas”, afirmou, apelando à revisão da lei das finanças locais.

Já André Gomes, presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA), reforçou a necessidade de articulação entre entidades para uma gestão eficaz do território. Referindo a redução do consumo de água e os esforços de sensibilização ambiental, defendeu: “Só conseguimos dar contributos efetivos com o envolvimento de todas as entidades.” Sobre a sazonalidade, apontou avanços com a diversificação de segmentos turísticos e novos mercados: “Contrariar a sazonalidade tem sido um trabalho de anos. Hoje já não vivemos apenas do sol e praia.”

"70% dos 21 milhões de dormidas em 2024 ocorreram nestes três concelhos. Isso exige uma gestão mais equilibrada dos fluxos turísticos”

André Gomes, Presidente da Região Turismo do Algarve

A concentração da procura em três concelhos — Albufeira, Loulé e Portimão — foi destacada pelo Presidente da RTA, que referiu: “70% dos 21 milhões de dormidas em 2024 ocorreram nestes três concelhos. Isso exige uma gestão mais equilibrada dos fluxos turísticos.” Apesar dos desafios, defendeu que o crescimento do turismo é desejável, desde que sustentável: “Sustentabilidade não é só ambiente. Também é social e económica. E sabemos o contributo que o turismo dá à economia nacional.

Rosário Ribeiro, representante do setor hoteleiro, trouxe a perspetiva empresarial. Explicou a aposta do grupo Vila Galé no interior algarvio como forma de aliviar a pressão do litoral e de fomentar o desenvolvimento regional. “Investimos em Tavira quando não era destino procurado. Hoje é uma aposta ganha”, referiu. Mas o maior desafio, sublinhou, é garantir alojamento para os trabalhadores, especialmente na época alta. “Estamos a falar de contratos anuais, aluguer de longa duração, transformar quartos em alojamentos. Sem isso, não conseguimos manter mão de obra qualificada.”

A diretora de operações do Grupo Vila Galé alertou também para a insatisfação dos colaboradores devido a más condições habitacionais: “Se os nossos colaboradores não estão satisfeitos, não estão motivados. Não podemos ter dez pessoas num quarto sem luz natural.” E lançou um apelo aos decisores públicos: “Enquanto não tivermos soluções melhores, temos de improvisar. Mas precisamos urgentemente de apoio para alojamento.”

O painel terminou com um consenso: é essencial repensar o crescimento turístico para garantir qualidade de vida aos residentes, boas condições de trabalho e uma experiência positiva para os visitantes. A sustentabilidade, reforçaram os intervenientes, deve ser construída em conjunto — setor público, privado e comunidade.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 9 Julho 2025

Termina esta quarta-feira o prazo para a União Europeia e os EUA fecharem um acordo comercial. Já o Parlamento Europeu vai debater o orçamento de longo prazo da UE pós-2027.

Esta quarta-feira, termina o prazo para a UE e os Estados Unidos fecharem um acordo comercial. Já o Parlamento Europeu vai debater o orçamento de longo prazo da UE pós-2027. A marcar o dia está ainda a revelação das atas da última reunião da Fed que darão pistas aos investidores sobre as taxas de juro.

Termina o prazo para acordo comercial entre UE e EUA

A União Europeia (UE) e os EUA têm até esta quarta-feira para fecharem um acordo comercial. Se não for alcançado, o Presidente norte-americano poderá duplicar as taxas das importações da UE para 20%, ou mesmo aumentá-las para 50%, como anunciou em maio. Atualmente, 379 mil milhões de euros em exportações da UE para os EUA, o equivalente a 70% do total, estão sujeitos às novas tarifas (incluindo as suspensas temporariamente) desde que a nova administração dos Estados Unidos tomou posse, em janeiro passado.

Parlamento Europeu debate orçamento de longo prazo da UE pós-2027

O Parlamento Europeu vai debater esta quarta-feira o próximo quadro financeiro plurianual. Na sessão, os eurodeputados definirão as suas posições e expectativas para o orçamento de longo prazo da União Europeia pós-2027. Em maio, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução na qual pedia um orçamento “significativamente mais ambicioso”, argumentando que o atual limite máximo de despesas de 1% do rendimento nacional bruto da UE-27 é insuficiente.

Reveladas atas da Fed

Serão conhecidas esta quarta-feira as atas da última reunião do Comité do Mercado Aberto da Reserva Federal norte-americana (Fed). Os investidores vão procurar pistas sobre qual será o momento do primeiro corte de juros deste ano nos EUA. Em junho, a Fed decidiu manter as taxas de juro no intervalo entre 4,25% e 4,50% pela quarta reunião consecutiva do Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC), confirmando as expectativas amplamente consensuais dos mercados financeiros.

Ex-diretor de Dermatologia do Santa Maria ouvido na Comissão de Saúde

Esta quarta-feira, pelas 9h00, o ex-diretor do Serviço de Dermatologia do Hospital Santa Maria, Paulo Filipe, vai ser ouvido na Comissão da Saúde a requerimento da Iniciativa Liberal e do Chega. Em causa está o caso das cirurgias em produção adicional, onde um dermatologista ganhou 400 mil euros em dez sábados.

IGCP volta ao mercado com leilões de Obrigações do Tesouro

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) vai realizar esta quarta-feira, pelas 10h30, dois leilões de Obrigações do Tesouro (OT) com maturidade em outubro de 2031 e em abril de 2052, com um montante indicativo global entre 1.000 milhões e 1.250 milhões de euros.

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Os “20 melhores hotéis com alma” em Lisboa, Sintra, Cascais e Comporta

  • Servimedia
  • 9 Julho 2025

O meio de comunicação português ‘ECO.pt’ publicou a sua lista definitiva de alojamentos “com alma” no coração de Portugal, uma referência para o verão de 2025.

Portugal tem muitas opções e entre elas estão as que convergem em Lisboa, Sintra, Cascais e Comporta. Quatro destinos que, unidos num raio de pouco mais de uma hora, oferecem ao viajante uma experiência completa: cultura e vanguarda, palácios e falésias, vida urbana e refúgio natural, passado imperial e luxo contemporâneo.

O ECO.pt apresenta uma lista de alojamentos “únicos, históricos e independentes”, pensados para quem “quer ser viajante e não apenas turista”. Em Lisboa, destaca a história, o design e os rooftops com personalidade: Convent Square Hotel (Rossio), Palácio Ludovice Wine Hotel (Bairro Alto), Sublime Lisboa (Amoreiras), Toctoctoc Lisboa (Estrela), Bairro Alto Hotel (Chiado/Bairro Alto) e Pátio do Tijolo (Bairro Alto).

Em Sintra as quintas, palácios e moradias românticas: Tivoli Palácio de Seteais, Chalet Saudade, Casa Holstein Quinta de São Sebastião, Sintra Marmòris Palace e Casa da Estefânea. Em Cascais, o glamour à beira-mar: The Pergola Boutique Hotel, Artsy Cascais e Charm Nature (Azóia). Na Comporta, o “luxo natural”, o retiro e a arquitetura: Independente Comporta, Spatia Comporta, Sublime Comporta, Vermelho Hotel Melides, Quinta da Comporta e Pa.te.os.

Cada um destes locais foi selecionado pela sua capacidade de transformar a sua estadia numa experiência sensorial completa. Todos têm críticas muito positivas no Booking.com e no Google. A análise dos comentários revela hotéis com pontuações muito acima da média europeia. É sobretudo em Sintra e na Comporta-Melides que se concentram os estabelecimentos mais bem classificados do país. A chave: design, experiência e “alma do lugar”. Lisboa está perto de 10; Sintra está acima de 9,5; Cascais está perto de 10; e Comporta e Melides estão perto de 9,5.

O ‘Top 5’ de classificações segundo a ‘Booking.com’ em meados de junho de 2025 era: Sublime Lisboa 10,0; Pa.te.os (Melides) 9,9; Casa da Estefânea (Sintra) 9,6; Palácio de Sintra Marmòris (Sintra) 9,5; e Toctoctoc Lisboa 9,5.

 

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PS quer coordenador da UTAO escolhido através de concurso

A proposta ocorre numa altura em que a Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública debate o processo de nomeação do sucessor de Rui Nuno Baleiras. 

O PS defende que o coordenador da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), que dá apoio aos deputados, passe a ser escolhido através de concurso. A proposta ocorre numa altura em que a Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública (COFAP) debate o processo de nomeação do sucessor de Rui Nuno Baleiras.

A UTAO é a uma unidade especializada que funciona sob a orientação da COFAP, prestando-lhe apoio pela elaboração de estudos e documentos de trabalho técnico sobre a gestão orçamental e financeira pública. Criada em 2006, apesar ter tido as competências reforçadas ao longo do tempo, não tem estatutos que definam as regras para a designação do seu coordenador, o que está a suscitar um debate sobre como deve ser escolhido o novo líder, após a saída de Rui Nuno Baleiras para a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), em abril.

Assim, o PS propôs que exista um “concurso público” ao invés de a nomeação ser feita por escolha dos deputados da comissão à porta fechada. Porém, é preciso apurar juntos dos serviços da Assembleia da República em que moldes poderia funcionar essa solução. “Não faz sentido que os outros partidos defendam concursos para as entidades independentes, nomeadamente os reguladores, e depois não para a UTAO. É a maneira mais credível de termos uma figura independente para um organismo importante”, argumentou Miguel Costa Matos, deputado do PS, em declarações ao ECO.

Em declarações ao ECO, Rui Afonso, presidente da COFAP e deputado do Chega, defendeu que “a escolha deve ser técnica e não política”, porque “são funções para as quais é necessário um perfil especializado e com competências específicas”.

Segundo várias fontes ouvidas pelo ECO, o tema já foi discutido na última reunião de mesa e coordenadores, mas ainda não há uma decisão final sobre o processo de seleção.

Como o ECO recorda aqui, a falta de um coordenador não é inédita. Antes de Baleiras, a UTAO esteve cinco meses sem liderança, após a saída de João Miguel Coelho, em fevereiro de 2018, do cargo de coordenador. Em julho do mesmo ano, Baleiras ficou aos comandos da UTAO, por convite da então presidente da Comissão de Orçamento e Finanças (COF), Teresa Leal Coelho, à época deputada do PSD.

Em declarações ao ECO, Rui Afonso, presidente da COFAP e deputado do Chega, defendeu que “a escolha deve ser técnica e não política”, porque “são funções para as quais é necessário um perfil especializado e com competências específicas”. “Essa será a minha principal preocupação. E teremos uma solução consensualizada”, disse o parlamentar que assumiu nesta legislatura as funções de presidência que couberam nos últimos anos ao deputado socialista Filipe Neto Brandão.

PS propõe grupo de trabalho para estudar a revisão da LEO

O PS propõe também, no âmbito das atividades da COFAP, a criação de um grupo de trabalho para a revisão da Lei de Enquadramento Orçamental (LEO), numa altura em que o Governo já anunciou que irá avançar com uma proposta.

No Parlamento, poderemos fazer esse debate não só quando vier a proposta do Governo, mas desde já estudar e acompanhar esse tema. Faz todo o sentido que possamos fazer essa avaliação. Em alternativa, vamos ter uma avaliação à pressa”, explica Miguel Costa Matos, considerando essencial que a revisão da LEO reflita uma adaptação às novas regras orçamentais europeias, à Lei de Bases do Clima e aposte no reforço dos programas plurianuais.

Em dezembro do ano passado, o Governo sinalizou que estava a preparar uma revisão da LEO para ser apresentada ainda no primeiro trimestre. Contudo, o tema acabou adiado com a queda do primeiro Executivo de Luís Montenegro e a dissolução da Assembleia da República.

Paralelamente, os socialistas defendem também a criação no Parlamento de um grupo de trabalho para análise dos benefícios fiscais, na sequência da criação da UTAX e de uma eventual revisão pelo Governo, bem como a audição do Inspetor-Geral das Finanças (IGF).

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