Despacho que cortou apoio às rendas já é “legal”. Governo corrigiu diploma

Publicada norma interpretativa que determina que o conceito de rendimento abrange também pensões de alimentos e rendimentos de capitais, uma técnica legislativa "questionável", alertam peritos.

Sete meses depois, o Governo finalmente corrigiu o decreto-lei original que cria o apoio extraordinário às rendas, legalizando o despacho interno das Finanças que mandou apertar as regras na concessão do subsídio, levando à exclusão de famílias ou à redução do apoio. A alteração consta do diploma publicado esta quinta-feira em Diário da República, no mesmo dia em que o Chefe de Estado o promulgou e em que anunciou a dissolução do Parlamento e a convocação de eleições antecipadas.

Recorde-se que a norma interna das Finanças definiu que, no apuramento do rendimento dos inquilinos, também deveriam ser considerados rendimentos prediais, de capitais obtidos no exterior, pensões de alimentos e deduções específicas, para além de salários de trabalho dependente, rendimentos a recibos verde ou de reformas.

Como o bolo das retribuições a ter em conta é maior, a taxa de esforço tende a baixar assim como pode ser ultrapassado o limite de rendimentos para a elegibilidade da medida, o que ditava a exclusão de famílias da medida ou a redução do montante do apoio.

Em causa estão o apoio extraordinário, que começou a ser pago este ano, e que pode ir até 200 euros por mês, para inquilinos com taxa de esforço acima de 35%, e um novo subsídio adicional que, no próximo ano, irá cobrir até 4,94% do aumento das rendas de até 6,94% — atualização que decorre da fórmula legal e automática –, de modo a garantir que estas famílias só pagam 2% da subida da prestação.

Para ter direito à medida, os titulares dos contratos de arrendamento não podem ter rendimentos superiores ao 6.º escalão de IRS, ou seja, até 38.632 euros anuais (cerca de 2,760 euros líquidos por mês).

O decreto-lei corrige, com retroativos a 1 de janeiro, o conceito inicial sobre “rendimento para determinação da taxa de IRS”, vertendo na letra de lei o despacho das Finanças, assinado a 31 de maio pelo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Nuno Félix.

A norma interpretativa das Finanças determina que devem ser considerados não apenas a remuneração líquida mas também remunerações prediais ou de capitais obtidos no exterior bem como a dedução específica, de 4.104 euros ou as contribuições sociais, quando superiores, contrariando o decreto-lei de março, que considera que aqueles ganhos devem ser excluídos, o que reduzia o montante apurado, e, consequentemente, aumentava o valor do apoio às rendas e a abrangência da medida.

Vários fiscalistas, como Luís Leon, co-fundador da ILYA, e João Espanha, sócio fundador da Espanha e Associados, alertaram para a ilegalidade de um despacho interno se sobrepor a um decreto-lei. Por isso, os socialistas e o Executivo apressaram-se a anunciar que iriam alterar o diploma. Mas só agora, sete meses depois do tal despacho, é que o decreto é revisto através de um aditamento que é acrescentado ao diploma.

“O conceito de rendimento anual deve entender-se como incluindo os rendimentos considerados para determinação da taxa geral de IRS aplicável, incluindo as deduções específicas aos rendimentos de IRS considerados para determinação da taxa, bem como os rendimentos considerados para efeitos da aplicação das taxas especiais”, de acordo com o diploma.

E a mudança tem efeitos retroativos a 1 de janeiro de 2023, data em que entrou em vigor o apoio, o que poderia levantar questões legais ou constitucionais. Mas o Governo escuda-se no facto de tal artigo ter “caráter interpretativo, ficando salvaguardados todos os efeitos já produzidos decorrentes da execução do presente decreto-lei”, segundo o diploma.

Mas, para o fiscalista Luís Leon, “o Governo usou uma técnica legislativa no mínimo questionável para resolver o problema de 2023”. “Criou uma regra interpretativa que, na prática, é uma alteração legislativa com efeitos retroativos à data da publicação original da lei para dar cobertura legal à fórmula de cálculo do apoio às rendas que aplicou em 2023 e que estava num despacho que era claramente contrário ao texto da lei”, explicou ao ECO.

O constitucionalista Jorge Pereira da Silva considera que “não existe risco de inconstitucionalidade porque uma norma interpretativa produz efeitos desde que o diploma entrou em vigor”. “A questão é se se trata de uma falsa norma interpretativa uma vez que deriva de um despacho que não tem força de lei”, destaca.

“Como Portugal é um país com pouca litigância e o apoio é destinado a quem tem menos recursos económicos, não se deve passar nada”, rematou Luís Leon.

Recorde-se que o PS chegou a remeter ao Parlamento uma proposta de alteração para acomodar a lei à norma, no âmbito do debate do pacote Mais Habitação, mas acabou por retirá-la na altura das votações finais, dada a contestação social, devolvendo a batata quente ao Governo de maioria absoluta socialista. Depois, a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, disse, em julho, que “o Governo clarificará o que há a clarificar num diploma próprio”. Esse diploma foi publicado esta quinta-feira em Diário da República.

O apoio extraordinário e o subsídio adicional vigoram até 2028 e só se aplicam a contratos de arrendamento assinados até 15 de março de 2023. Pelas contas do Governo, poderão beneficiar desta medida mais de 185 mil famílias.

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Seguro admite que tem sido incentivado a candidatar-se à liderança do PS

  • Lusa
  • 10 Novembro 2023

"O país merece muito mais e merece melhor do que aquilo com que temos sido confrontados", diz o ex-secretário-geral do PS António José Seguro .

O ex-secretário-geral do PS António José Seguro afirmou esta sexta-feira que tem sido incentivado a candidatar-se novamente à liderança dos socialistas e considerou que partilha com a esmagadora maioria dos portugueses um sentimento de tristeza e inquietação. António José Seguro transmitiu estas posições em declarações aos jornalistas no final de uma conferência em que participou na Lousã, distrito de Coimbra.

Interrogado se tenciona candidatar-se às eleições diretas para o cargo de secretário-geral do PS, marcadas para os dias 15 e 16 de dezembro, o ex-líder socialista referiu-se a um famoso episódio político do verão de 1985, quando Aníbal Cavaco Silva foi ao congresso do PSD na Figueira da Foz fazer a rodagem do seu Citroën e saiu de lá líder dos sociais-democratas.

“É normal que neste turbilhão o meu telefone tenha tocado e recebido mensagens mais vezes. Mas não tenho nenhum Citroën para fazer a rodagem”, respondeu.

Já sobre o caso judicial que motivou a demissão de António Costa das funções de primeiro-ministro e a decisão do Presidente da República de convocar eleições legislativas antecipadas para 10 de março, António José Seguro começou por salientar que tem estado “fora da vida política nacional”, mas em maio passado abriu uma exceção ao comentar a situação que então se vivia no país.

“Em maio, abri uma exceção e fiz uma declaração dizendo que estava perplexo quando olhava para o país. Com aquilo que está a acontecer esta semana e que aconteceu esta semana, não só fico perplexo como partilho o sentimento da esmagadora maioria dos portugueses de tristeza e de inquietação”, declarou.

O ex-secretário-geral do PS deixou ainda uma dura crítica: “O país merece muito mais e merece melhor do que aquilo com que temos sido confrontados”.

António José Seguro, professor universitário, afastou-se da vida política depois de ter sido derrotado por António Costa, então presidente da Câmara de Lisboa, nas eleições primárias do PS de setembro de 2014 para a escolha do candidato a primeiro-ministro deste partido às legislativas de 2015.

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Governo aperta regras para acesso ao apoio às rendas

Mais famílias arriscam ser excluídas da medida ou receber um subsídio inferior, porque o rendimento a ter em conta pelo Fisco vai passar a incluir ganhos de capitais, prestações sociais e bolsas.

O Governo reforçou o apoio às rendas, mas, em contrapartida, apertou os critérios para as famílias acederem ao subsídio, a partir de 2024, ao passar a considerar mais rendimentos para o apuramento da taxa de esforço, como ganhos de capitais, prestações sociais que não sejam pensões ou bolsas de investigação, segundo o decreto-lei publicado esta quinta-feira em Diário da República, no mesmo dia em que o Chefe de Estado promulgou o diploma e em que anunciou a dissolução do Parlamento e a convocação de eleições antecipadas.

Como o bolo das retribuições a ter em conta será maior, a taxa de esforço tenderá a baixar assim como pode ser ultrapassado o limite de rendimentos para a elegibilidade da medida, o que ditará a exclusão de mais famílias da medida ou a redução do montante do apoio. O ECO já pediu esclarecimentos aos ministérios da Habitação e das Finanças e aguarda uma resposta.

Em causa está não só o apoio extraordinário, que começou a ser pago este ano, e que pode ir até 200 euros por mês, para inquilinos com taxa de esforço acima de 35%, mas também um novo subsídio adicional que, no próximo ano, irá cobrir até 4,94% do aumento das rendas de até 6,94% – atualização que decorre da fórmula legal e automática –, de modo a garantir que estas famílias só pagam 2% da subida da prestação.

Para ter direito à medida, os titulares dos contratos de arrendamento não podem ter rendimentos superiores ao 6.º escalão de IRS, ou seja, até 38.632 euros anuais (cerca de 2,760 euros líquidos por mês).

É na definição do tipo de ganhos a considerar que surge o problema, o qual tem impacto tanto no limite dos rendimentos como na taxa de esforço com os encargos com a renda. Este ano, o legislador considera “rendimento anual o total do rendimento para determinação da taxa apurado pela Autoridade Tributária na liquidação do IRS do beneficiário referente ao último período de tributação disponível”, segundo o diploma original, publicado em março. O entendimento do Fisco é que, aqui, cabem salários por trabalho dependente, rendimentos de recibos verdes, reformas e ainda pensões de alimentos e rendimentos prediais e de capitais estrangeiros.

O decreto-lei agora publicado vem alterar este conceito, com efeitos a 1 de janeiro de 2024, juntando-lhe mais rendimentos, desde ganhos de capitais obtidos em Portugal, rendimentos de ex-residentes, que estão em parte isentos, no âmbito do programa Regressar, remunerações do estrangeiro que não pagam imposto e ainda subsídios que não sejam pensões, como licença parental ou subsídio de desemprego, e bolsas de investigação científica atribuídas pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, segundo os esclarecimentos prestados aos ECO pelos fiscalistas Luís Leon, co-founder da ILYA, e João Espanha, sócio fundador da Espanha e Associados.

“Consideram-se, ainda, (…) os seguintes rendimentos: rendimentos sujeitos a retenção na fonte a título definitivo, mediante aplicação de taxa liberatória, que não tenham sido englobados; rendimentos excluídos de tributação ao abrigo do artigo 12.º-A do Código do IRS; rendimentos obtidos no estrangeiro a que seja aplicado o método de isenção para efeitos de eliminação da dupla tributação jurídica internacional; e os montantes de prestações sociais reportadas na declaração modelo 43”, de acordo com o diploma. E é acrescentado mais um ponto para esclarecer que também “é considerado o total de rendimentos apurados pela Caixa Geral de Aposentações ou pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, para o agregado familiar titular do contrato, com base nos três meses precedentes”.

“Estas regras vão limitar o acesso à medida e o valor do apoio”, conclui Luís Leon. Do mesmo modo, João Espanha afirma que “mais famílias podem perder o acesso ao subsídio”.

O apoio extraordinário e o subsídio adicional vigoram até 2028 e só se aplicam a contratos de arrendamento assinados até 15 de março de 2023. Pelas contas do Governo, poderão beneficiar desta medida mais de 185 mil famílias.

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Partidos já entregaram 500 propostas de alteração ao OE mesmo com Governo demissionário

Os partidos continuam a entregar propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2024, mesmo numa altura em que as negociações ficam limitadas pelo facto de o Governo estar de saída.

Os partidos já entregaram 500 propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2024, mesmo numa altura em que as habituais negociações têm do outro lado um Governo demissionário – que se vai manter em funções até à dissolução do Parlamento, em janeiro. O prazo limite para a entrega de propostas é 14 de novembro.

Já deram entrada nos serviços do Parlamento 500 propostas de alteração até esta sexta-feira, sendo de recordar que habitualmente há muitas que são entregues apenas no último dia do prazo.

Entre as que já se podem consultar, as do PCP estão em maioria: são no total 214 propostas para alterar o documento entregue pelo Governo no Parlamento a 10 de outubro. Paula Santos defendeu, em reação à decisão de Marcelo Rebelo de Sousa, que o OE2024 “não dá resposta aos problemas prementes dos trabalhadores, povo e país”.

Segue-se o Chega, que avançou com 193 propostas. O partido sinalizou esta quinta-feira que iria apresentar as cerca de 200 propostas na discussão da especialidade mesmo “reconhecendo que o PS não estará aberto a nenhuma delas”.

Já o PAN, que foi dos únicos partidos a manifestar-se a favor de aprovar ainda este Orçamento, que apesar de “não ser um Orçamento PAN, pode ser um Orçamento da Assembleia da República”, como disse Inês Sousa Real, conta já com 63 propostas. A líder do PAN disse que “não atira a toalha ao chão” e garantiu que vai apresentar propostas de alteração para que “o PS saia da bolha da maioria absoluta”.

Por sua vez, o Livre avançou com 13 propostas até agora, sendo que os números podem ainda mudar até à próxima terça-feira. Rui Tavares argumentou que “as audições com os ministros não têm novidade nenhuma, não há nenhum ministro ou ministra que se sinta mandatado para responder às ideias que o Livre todos os dias traz para cima da mesa”, esta quinta-feira. Mesmo assim, assumiu que “também há argumentos ponderosos a favor de fechar este orçamento e tê-lo aprovado”.

Finalmente, o PSD avançou já com nove medidas para alterar o Orçamento socialista. O líder do partido disse que não iria obstaculizar a aprovação caso o Presidente o decidisse, mas já sinalizou que apresentaria um Orçamento retificativo caso vença as eleições.

Os restantes partidos ainda não avançaram com as suas propostas, mas asseguraram que o iam fazer, na sequência da decisão de Marcelo Rebelo de Sousa. É de recordar que nos últimos anos se tem batido recordes no número de propostas de alteração entregues, sendo que no ano passado atingiram as 1.800.

Este ano, o calendário orçamental vai ficar intacto mesmo depois do anúncio de eleições antecipadas do Presidente da República – que quis assim permitir a aprovação do Orçamento do Estado para impedir que o país ficasse em duodécimos até ser eleito um novo Governo.

Desta forma, as propostas vão ser discutidas e votadas na especialidade a partir de dia 23 de novembro, culminando na votação final global a 29 de novembro. A aprovação está garantida pela maioria socialista, já que se mantêm em funções até à dissolução da Assembleia da República.

O Parlamento será dissolvido a 15 de janeiro de 2024 e as eleições antecipadas vão realizar-se no dia 10 de março — uma data escolhida pelo Presidente da República para dar tempo ao PS de eleger um novo secretário-geral.

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REN cooptou Dulce Jorge Jacinto para administradora não executiva

  • Lusa
  • 10 Novembro 2023

Dulce Maria Pereira Mota Jorge Jacinto foi cooptada para o cargo de administradora não executiva independente até ao final do mandato este ano.

A REN deliberou cooptar Dulce Maria Pereira Mota Jorge Jacinto para o cargo de administradora não executiva independente, adiantou a empresa, em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Na nota, a empresa indicou que “na reunião de dia 10 de novembro [hoje], o Conselho de Administração deliberou cooptar para o cargo de administradora não executiva e independente da REN, até ao final do mandato em curso, Dulce Maria Pereira Mota Jorge Jacinto”.

De acordo com informação no site da empresa, o atual mandato termina este ano.

A REN registou lucros de 96,2 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, um aumento de 18,2% em relação ao período homólogo, adiantou a empresa, em comunicado à CMVM.

 

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GED Ventures investe 2 milhões na Hope Care que monitoriza doentes crónicos à distância

Investimento vai permitir à startup com sede em Óbidos "a consolidação no mercado europeu e na introdução da sua inovação na área da saúde digital".

Equipa da Hope Care. Startup tem sede em Óbidos

A GED Ventures investiu “cerca de dois milhões de euros” na Hope Care, startup portuguesa que desenvolveu uma solução que monitoriza à distância pacientes com doenças crónicas, evitando deslocações desnecessárias ao hospital.

“Através do fundo GED TEch Seed, decidimos investir na Hope Care, startup portuguesa com grande potencial de crescimento, que recorre a soluções digitais inovadoras para melhorar a qualidade de vida dos doentes e promover, simultaneamente, a sustentabilidade do sistema de saúde”, explica Bibi Sattar Marques, partner e membro do Conselho de Administração da GED Ventures Portugal, citado em comunicado. Um investimento de “cerca de dois milhões de euros”, adianta fonte oficial ao ECO.

“Este importante investimento vai permitir à Hope Care a consolidação no mercado europeu e na introdução da sua inovação na área da saúde digital”, diz o CEO José Paulo Carvalho, citado em comunicado. A startup tem como missão “construir um hospital, através de tecnologia, proporcionando acesso universal aos cuidados de saúde em casa”, segundo o também fundador da startup.

Com sede em Óbidos, a startup desenvolveu um sistema de triagem de monitorização remota que permite aos prestadores de serviços de saúde acompanhar a situação clínica de doentes crónicos à distância. A solução recolhe “mais de uma centena de pontos de dados provenientes de aparelhos disponíveis no mercado” – como balanças, smart watch ou termómetros –, que ficam armazenados numa plataforma, informação que pode ser usada por entidades de saúde e pacientes.

“Com uma combinação de monitorização remota, telemedicina e apoio social, a solução da Hope Care permite aos pacientes receberem cuidados essenciais em casa, evitando deslocações desnecessárias ao hospital”, refere a GED Ventures.

É a “primeira empresa da União Europeia a obter a certificação EU MDR Classe IIb para várias condições de saúde como Software as a Medical Device (SaMD)”.

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Lucros da Glintt crescem 11% até setembro

  • Lusa
  • 10 Novembro 2023

O volume de negócios consolidado da tecnológica atingiu 90,1 milhões de euros, o que representa um crescimento homólogo de 7,8%.

A tecnológica Glintt registou, nos primeiros nove meses deste ano, lucros de 2,53 milhões de euros, um crescimento de 10,9% em termos homólogos, adiantou, a empresa à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). De acordo com o grupo, o seu volume de negócios consolidado atingiu 90,1 milhões de euros, o que representa um crescimento homólogo de 7,8%.

“O crescimento do volume de negócios no mercado nacional foi de 6%, tendo o mercado internacional continuado a crescer a um ritmo superior de 11%”, destacou a empresa, indicando que “estas evoluções resultam de crescimento orgânico quer nas áreas de farmácia em Portugal e em Espanha, em especial na venda e instalação de equipamentos, quer na área de software hospitalar em Espanha”.

A Glintt disse ainda que o EBITDA (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) deste período foi de cerca de 15,2 milhões de euros, tendo crescido 13,5%, em relação ao período homólogo de 2022.

“O crescimento do EBITDA resulta não só do aumento do volume de negócios verificado, mas também da melhoria na margem EBITDA (de 16,1% para 16,9%) fruto do forte empenho da Glintt na obtenção de maior eficiência operacional e da melhor adequação da oferta comercial aos clientes”, adiantou, garantindo que “mantém um forte investimento na qualificação, formação e organização do trabalho das equipas das várias unidades”.

Por fim, a dívida líquida da empresa, em 30 de setembro de 2023, ascendia a cerca de 38,8 milhões de euros, uma redução de um milhão de euros face a 31 de dezembro de 2022, adiantou.

“No presente ano de 2023, a Glintt espera manter um crescimento sustentado no que respeita ao volume de negócios, ao EBITDA e ao resultado líquido. A sólida posição de tesouraria e um nível de endividamento moderado sustentam um equilíbrio financeiro que permitirá aproveitar oportunidades de investimento, caso surjam”, destacou.

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Administrador financeiro está de saída da Nos

  • ECO
  • 10 Novembro 2023

Sai o administrador financeiro José Pereira da Costa e entra José Koch Ferreira na comissão executiva da operadora Nos.

Após dez anos na Nos, José Pereira da Costa renunciou ao cargo de administrador financeiro (CFO) na empresa. “A renúncia produzirá efeitos no dia 31 de dezembro de 2023”, informa a empresa em comunicado no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

“A Nos agradece a José Pedro Pereira da Costa o seu valioso contributo enquanto CFO para o crescimento da sociedade”, assinala a empresa, antes de acrescentar o “elevado padrão pessoal e profissional” do executivo.

Para a comissão executiva vai entrar José Koch Ferreira até ao fim do mandato em curso 2022-24, indica outra nota da empresa. A cooptação de Koch Ferreira, atual managing diretor e partner da Boston Consulting Group Portugal, deve “produzir efeitos no dia 1 de janeiro de 2024”.

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Portugueses ouviram 3 horas e 9 minutos de rádio diariamente no último semestre

Segundo o estudo da Marktest, 5 milhões e 288 mil residentes em Portugal continental com 15 e mais anos ouvem rádio.

Os ouvintes de rádio portugueses dedicaram, em média, três horas e nove minutos diariamente à rádio ao longo do primeiro semestre do ano. Este valor, no entanto, difere consoante a região, género, idade ou classe social dos ouvintes.

A duração máxima diária – três horas e 58 minutos – foi registada entre os indivíduos dos 34 aos 44 anos, tendo os consumos de rádio mais elevados sido registados junto dos homens, dos indivíduos entre os 35 e os 54 anos, e da classe social média baixa. Os dados são do Bareme Rádio, da Marktest.

Fonte: Marktest

Analisando por regiões, os ouvintes residentes no Litoral Centro foram os que mais tempo dedicaram a ouvir rádio no último semestre, com três horas e 17 minutos (mais oito minutos que a média). No Litoral Norte (03h09) e no Interior Norte (03h11) também se observaram valores acima da média.

Na Grande Lisboa o tempo registado é igual à média nacional. O Sul, registando um tempo de três horas e três minutos ficou abaixo da média (menos seis minutos que a média) e o Grande Porto foi a região que registou a duração média diária mais baixa (02h58).

Segundo o mesmo estudo, 5 milhões e 288 mil residentes em Portugal continental com 15 e mais anos ouvem rádio (audiência acumulada de véspera – AAV), número que representa 61,6% do universo em análise.

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Crise política tem pouco impacto na bolsa e na dívida pública

Tanto o mercado de ações como o mercado de dívida pública revela sinais de neutralidade face à queda do Governo e à antecipação da data de realização das eleições legislativas.

Depois de um primeiro embate, os investidores estão a ter uma atitude neutral perante a crise política que se está a viver em Portugal, referem os especialistas contactados pelo ECO.

“Após o sell-off, a bolsa portuguesa tem estabilizado”, refere Henrique Tomé, analista da XTB, notando que “as últimas duas sessões têm sido marcadas por ganhos moderados, com os compradores a tentarem recuperar parte das perdas, e as empresas mais afetadas a recuperarem quase as suas quedas iniciais.”

Recorde-se que a 7 de novembro, assim que logo de manhã se soube das buscas e detenções em torno do negócio da concessão do hidrogénio verde e do lítio, e de negócios envolvendo a criação de um data center em Sines pela empresa Start Campus, que o PSI começou a resvalar, contabilizando perdas de quase 3% nesse dia.

No entanto, o PSI acabou por recuperar algumas dessas perdas no dia seguinte e, deste então até ao início da tarde desta sexta-feira, acumulava uma valorização de 0,44%, ao mesmo tempo que as yields das obrigações do Tesouro continuam a alongar a dinâmica de queda que estava a ser construída.

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As yields de referência a 10 anos continuam a recuar e, pelo menos para já, afastam o cenário de perda de credibilidade do país nos mercados internacionais, o que poderia ter um impacto negativo nos juros da dívida portuguesa”, refere Henrique Tomé.

Recentemente, a Standard & Poor’s afirmou que a demissão de António Costa não representa riscos imediatos para a avaliação do risco creditício do país pela agência à dívida soberana portuguesa, atualmente em ‘BBB+’.

Para Mário Martins, analista da ActivTrades, “não obstante a demissão do primeiro-ministro ter sido um evento disruptivo para a vida política, ao nível económico no curto prazo as consequências são limitadas, tendo em conta a decisão do Presidente da República em manter o executivo até pelo menos ser aprovado o Orçamento de Estado.

O mercado continua a tomar decisões de investimento e de desinvestimento mais com base nas variáveis macroeconómicas do que em situações políticas.

João Queiroz

Head of trading do Banco Carregosa

Os mais recentes dados do mercado acionista como do mercado secundário de dívida revelam que a crise política não está a influenciar as tomadas de decisões dos investidores. “É praticamente neutral”, refere João Queiroz, head of trading do Banco Carregosa, notando ainda que “o mercado continua a tomar decisões de investimento e de desinvestimento mais com base nas variáveis macroeconómicas do que em situações políticas“.

Mário Martins acredita que apesar de poder haver alguma reação adversa no imediato, “tanto o PSI como as yields das obrigações do Tesouro deverão estabilizar rapidamente”, sublinhando que “não é expectável grandes oscilações [nos mercados] mesmo no pior dos cenários, visto que a dívida pública, devido ao aumento da inflação, tem estado a reduzir-se versus o PIB.”

Para João Queiroz, o risco para os mercados e para os investidores advirá da instabilidade e da incerteza que possam sair dos resultados eleitorais na eventualidade de daí surgir um “elenco disruptivo daquilo que se espera”.

O mesmo foco de alerta é apresentado pela agência de rating Standard & Poor’s que, no relatório publicado na quarta-feira, notou que, do resultado das eleições legislativas que terão lugar a 10 de março de 2024, poderá sair um Governo com uma política económica que possa “levar a um desvio do longo historial de prudência orçamental de Portugal após 2024 e desacelerar a redução da dívida pública”.

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Xiaomi quer redescobrir ofícios ancestrais através da fotografia

  • + M
  • 10 Novembro 2023

A iniciativa, que pretende redescobrir e homenagear profissões ancestrais que estão a desaparecer, conta com um curso de fotografia online e um workshop presencial.

Inserindo-se dentro de uma campanha global da marca que chega pela primeira vez a Portugal, a Xiaomi quer redescobrir e homenagear os guardadores de rebanhos e chocalheiros dos Açores, enquanto profissões ancestrais que estão a desaparecer, através da fotografia.

Para isso a marca conta com a participação, ideia criativa e execução de Rui Caria, fotojornalista e formador, que tem como objetivo documentar as vidas de um guardador de rebanhos e de um chocalheiro, registando-as num documentário em vídeo e numa fotogaleria que visa imortalizar e homenagear parte da história e cultura portuguesa.

“A visão da Xiaomi Master Class é criar uma plataforma para que os mestres fotógrafos partilhem e inspirem pessoas de todo o mundo a explorar as infinitas possibilidades da fotografia mobile. Para este projeto contamos com a especial colaboração do Rui Caria, que é uma pessoa capaz de absorver o ambiente e retratá-lo fielmente através de narrativas visuais impactantes”, diz Tiago Flores, country cirector da Xiaomi em Portugal, citado em comunicado.

Já Rui Caria diz que “esta é a redescoberta de um tema por vezes ofuscado ou esquecido na vertigem das sociedades modernas. A ideia criativa para esta campanha surgiu pela observação da cultura que me rodeia e este tipo de documentários e de galerias de imagens são essenciais para preservar parte da nossa história, da nossa cultura e até mesmo do nosso património“.

“Para mim, enquanto fotógrafo e entusiasta da fotografia, ter a oportunidade de filmar e fotografar com qualidade profissional utilizando apenas um smartphone, que me acompanhou no dia-a-dia, permite mostrar a tremenda evolução tecnológica no campo da fotografia mobile”, acrescenta.

No âmbito do projeto vai ser disponibilizada online uma série de conteúdos, onde Rui Caria partilha histórias sobre a sua experiência como fotógrafo e a sua visão para a fotografia. O fotógrafo vai ainda explicar a abordagem aos temas, preparação, relação com as pessoas e o impacto que a fotografia pode criar na sociedade atual.

Já no dia 21 de novembro, Rui Caria dá uma Xiaomi Master Class presencial na Xiaomi Store do Colombo, onde irá expor a sua visão para a fotografia, explicando o seu processo de criação e a experiência em fotografar com um smartphone. No workshop – limitado às primeiras 25 inscrições, gratuitas e que podem ser feitas aqui – vai também ser abordado o conceito da campanha, a escolha das histórias e a redescoberta de temas que podem ser transformados em narrativas criativas que ajudam na preservação do património cultural do país.

“Baseada no conceito global da redescoberta, e pela primeira vez em Portugal, a Xiaomi Master Class consiste numa série de cursos de fotografia, tanto online como presenciais, desenvolvidos em conjunto com fotógrafos mundialmente reconhecidos. Este projeto da Xiaomi permite a partilha de experiências de vários fotógrafos Leica com os diversos utilizadores e entusiastas da imagem”, explica-se em nota de imprensa.

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Trabalhadores da RTP voltam a marcar greve de sete dias a partir de sábado

  • Lusa
  • 10 Novembro 2023

O Sinttav prometeu continuar a marcar paralisações até o Conselho de Administração da RTP "se sentar à mesa", tendo já realizado diversas paralisações.

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisuais (Sinttav) voltou a enviar um pré-aviso de greve à RTP, de mais sete dias, a partir de sábado, adiantou, num comunicado divulgado esta sexta-feira.

Na nota, o sindicato disse que “enviou à RTP um pré-aviso de greve de 07 dias, abrangendo todos os trabalhadores” do canal público “com início às 00:00 horas do dia 11 de novembro de 2023 até às 23:59 do dia 17 de novembro de 2023”.

O comunicado indica que “tal como aprovado em plenário de trabalhadores no dia 06 de novembro de 2023 a direção do Sinttav transmitiu formalmente nota do conflito ao Ministério do Trabalho, aguardando marcação de reunião entre as partes, no âmbito das atribuições legais da DGERT [Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho]”.

Por fim, o sindicato lembra que se mantém “em vigor, por tempo indeterminado, a greve a todo e qualquer tipo de trabalho prestado em dia feriado bem como a todo o trabalho suplementar”.

O Sinttav prometeu continuar a marcar paralisações até o Conselho de Administração da RTP “se sentar à mesa”, tendo já realizado diversas paralisações.

No dia 03 de novembro, a secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha, acusou, em Gaia (Porto), a administração da RTP de cometer ilegalidades ao não efetivar trabalhadores precários e defendeu o fim da precariedade naquela empresa pública.

Além disso, a secretária-geral da CGTP disse que o “direito à greve tem de ser respeitado, e naturalmente que uma empresa pública tem toda a obrigação de respeitar e de não exercer pressões ou coações, que são proibidas por Lei, quando os trabalhadores o estão a exercer”.

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