Lugares de chefia em autarquias e escolas atingem novo máximo

Municípios, freguesias e Educação concentram 13.117 trabalhadores em cargos políticos, um aumento de 87% desde a troika. São agora metade dos 26,5 mil que existem em todas as entidades do Estado.

Os cargos políticos em autarquias e escolas atingiram um novo máximo, no final do ano passado, e já com o Executivo de Luís Montenegro ao leme do país. São agora 13.117 funcionários públicos em lugares de dirigente, de representante do poder político ou em comissão de serviço, um aumento de 87% face aos 7.013 registados em dezembro de 2015, ano que marca o fim da troika e o início da governação de António Costa, indicam os dados mais recentes referentes a dezembro de 2024 da Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP).

Analisando o período desde que Montenegro tomou posse, em abril do ano passado, até dezembro, o crescimento não foi tão expressivo, mas o número de funcionários com este tipo de vínculo em autarquias e educação continuou a aumentar: em apenas cinco meses, subiu 6,8% face aos 12.280 trabalhadores registados em junho.

O peso dos dirigentes nas câmaras municipais, juntas de freguesia e no Ministério da Educação no total dos cargos políticos de todas as entidades do Estado também cresceu significativamente, passando de 39,3%, em 2015, para 49,6%, no final do ano passado. Neste momento, quase metade dos 26.459 dos lugares de chefia está concentrada na administração local e no setor educativo.

Este movimento ascendente arrancou sob a tutela socialista, mas manteve-se desde que o Executivo de Montenegro assumiu funções, tendo batido um novo recorde da série estatística que remonta a dezembro de 2011, era que antecedeu o resgate financeiro. Nessa altura, 8.882 trabalhadores das autarquias e das escolas estavam em postos de chefia, em comissão de serviço ou eram representantes do poder legislativo, que englobam, por exemplo, os de presidentes de câmara, vereadores e presidentes de juntas de freguesia, no caso da administração local. Se alargarmos o escopo à administração central, teríamos ainda os lugares de Presidente da República, Presidente da Assembleia da República, primeiro-ministro, ministros e seus secretários de Estado, deputados e presidentes dos governos regionais.

Analisando a distribuição dos cargos entre autarquias e escolas, os municípios lideram com 7.624 trabalhadores nesses lugares de chefia, uma subida de 73,5% face aos 4.395 registados em 2015. As freguesias posicionam-se em segundo lugar com 2.862 funcionários nessas funções, o que corresponde a um incremento de mais de 200% em comparação com os 861 cargos existentes há 10 anos.

Para esta evolução, contribuíram algumas alterações legislativas. “Houve um grande aumento dos ‘representantes do poder legislativo’ a partir de 2022, devido à implementação da Lei n.º 69/2021, de 20 de outubro, com efeitos a partir de 1 de janeiro de 2022, da qual resultou um aumento do registo de eleitos locais, sobretudo nas juntas de freguesia, que anteriormente tinham um vínculo distinto que não era contabilizado nesta estatística”, explicou ao ECO o diretor executivo do Instituto Mais Liberdade, André Pinção Lucas, que vai publicar um estudo sobre a variação dos funcionários públicos em comissão de serviço, em cargos políticos ou designados para mandatos.

Além disso, outras mudanças na forma como os funcionários públicos são contabilizados por carreira poderão ter inflacionado o número de lugares. “Até ao quarto trimestre de 2015, não havia registo de qualquer polícia municipal, mas, no trimestre seguinte, já eram 396. Na carreira de docente universitário também houve um salto de 24% (+56 docentes), entre o primeiro e o segundo trimestres de 2022″, exemplifica André Pinção Lucas.

A completar o pódio das áreas do Estado com mais cargos políticos está o setor da Educação, Ciência e Inovação, com 2.631 trabalhadores nessas funções, no final do ano passado, o que representa um salto de 52,3% face aos 1.728 contabilizados em dezembro de 2015.

Em relação à carreira onde se registou uma subida mais acentuada de trabalhadores com este tipo de vínculo, André Pinção Lucas destaca a de dirigente superior, com 1.854 funcionários: “Houve um aumento de 245 nos dirigentes superiores, o que corresponde a mais 15% desde o final de 2015”. “Apesar disso, o número de dirigentes superiores ainda está abaixo do valor pré-troika. Entre 2011 e final de 2015, houve uma redução de 332 dirigentes superiores”, aponta.

O aumento é mais notório no caso dos dirigentes intermédios. Depois de uma redução, entre 2011 e 2015, verificou-se uma subida de mais de 50%, entre 2015 e 2024, elevando o número das chefias intermédias de 8.517 para 13.116. A alteração ao regime de funcionamento das freguesias, que permitiu a remuneração dos presidentes de junta e, desse modo, contabilizá-los como representantes do poder legislativo, “pode explicar uma parte deste aumento”, conclui André Pinção Lucas.

Ainda assim, o Instituto Mais Liberdade tem dificuldade em encontrar uma razão cabal para fundamentar o aumento acentuado de cargos políticos no Estado. “Infelizmente os dados públicos carecem de algum detalhe que permita de forma clara perceber os motivos“, sublinha o mesmo responsável.

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Salários da Função Pública crescem mais que os do setor privado

Salário médio da Função Pública aumentou 7,5% em 2024, acelerando face à subida registada em 2023 e chegando aos 2.234 euros mensais. No privado, salário cresceu 6,2% e nem chegou a 1.500 euros

Há vários anos que os salários da Administração Pública não só vinham crescendo menos do que os do setor privado em termos nominais, como estavam a ser mais castigados pela inflação. Mas em 2024 a tendência inverteu-se: os ordenados pagos pelo Estado aceleraram, enquanto os do privado abrandaram.

De acordo com os dados disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), desde 2016 que a remuneração bruta total média por trabalhador da Administração Pública estava a crescer menos do que o ordenado médio do privado. Por exemplo, em 2023, o salário médio do setor público aumentou 6,2%, quando o vencimento médio do privado cresceu 7,2%.

Os salários do Estado estavam também a ser mais castigados pela inflação do que os do privado. Em 2023, por exemplo, o aumento real do ordenado médio da Administração Pública foi de 2%. O do setor privado? A subida foi quase de 3%.

O ano de 2024 foi, contudo, sinónimo de uma inversão destas trajetórias. No que diz respeito à evolução nominal, os dados agora conhecidos mostram que os salários do setor públicos não só crescerem mais do que os do privado, como aceleraram enquanto estes últimos abrandaram.

Na Administração Pública, 2024 trouxe um aumento de 7,5% da remuneração bruta total média por trabalhador, passando de 2.078 euros em 2023 para os 2.234 euros. Em 2023, a subida tinha sido de 6,2%.

Já no setor privado, o salário médio cresceu 6,2% em 2024, de 1.396 euros para 1.482 euros. Um ano antes, o aumento tinha sido de 7,2%.

Por outro lado, considerando o efeito da inflação (isto é, em termos reais), tanto os salários do privado como os do setor público aceleraram em 2024, mas os segundos mais do que os primeiros.

“A remuneração total da Administração Pública aumentou 4,9% entre 2023 e 2024 (tinha aumentado 2,0% entre 2022 e 2023). No setor privado, o aumento anual real, em 2024, foi de 3,7% (tinha aumentado 2,9% em 2023)”, destaca o INE. Contas feitas, no privado, houve uma aceleração de 0,8 pontos percentuais, enquanto no público foi de 2,9 pontos percentuais.

Convém notar que, apesar de os ordenados do privado terem crescido nos últimos anos mais do que os do setor público, os vencimentos assegurados pelo Estado tendem a ser mais expressivos, diferença que o INE justifica com, nomeadamente, as diferenças no tipo de trabalho realizado, a composição etária e as qualificações dos trabalhadores.

Salários do público tendem a ser mais elevados

Fonte: INE

Verifica-se que os trabalhadores do setor das Administrações Públicas têm, em média, níveis de escolaridade mais elevados: 55,7% dos trabalhadores neste setor tinham ensino superior (25,5% no setor privado), 27,1% tinham completado o ensino secundário ou pós-secundário (33,6% no setor privado) e 17,2% tinham um nível de escolaridade correspondente, no máximo, ao terceiro ciclo do ensino básico (40,9% no setor privado)”, detalha o gabinete de estatísticas.

Quanto aos aumentos salariais registados em 2024, há dois pontos a destacar. No setor privado, o referencial para o aumento dos salários que foi acordado na Concertação Social foi de 5%, e os dados indicam que o salário médio até cresceu mais do que esse valor.

Já na Função Pública, importa lembrar que os aumentos nominais dos salários acordados variaram entre 6,8% para quem estava na base da tabela remuneratória e foram progressivamente descendo (em termos percentuais), estabilizando em 3% a partir dos 1.754 euros.

2025, que aumentos estão previstos?

Os funcionários públicos vão sentir na carteira a partir deste mês os aumentos salariais a que o Governo deu “luz verde” para 2025. Conforme escreveu o ECO, o diploma não foi publicado a tempo de ser incorporado nos salários de janeiro, pelo que os reforços acordados com duas das estruturas sindicais só começam a ser notados agora (e trazem os retroativos relativos ao início do ano).

No referido entendimento, está previsto, primeiro, a subida da base remuneratório do Estado — isto é, do “salário mínimo” da Função Pública — de 821,83 euros para 878,41 euros. Ou seja, um aumento de cerca de 6,9%.

Para os demais funcionários públicos, ficou previsto que os vencimentos até 2.630 euros terão um incremento de 57,58 euros, enquanto os ordenados superiores terão um aumento de 2,15%.

E no privado? Neste caso, os aumentos salariais não são, claro, decididos pelo Governo. É ao Executivo que cabe, contudo, fixar o salário mínimo nacional, que este ano passou de 820 euros para 870 euros, o correspondente a um aumento de cerca de 6%.

Além disso, o Governo chegou a acordo com as confederações patronais e a UGT quanto a um referencial para os aumentos dos salários do privado: 4,7%. Esse valor não é vinculativo, mas deve servir de guia, nomeadamente, à negociação coletiva.

As previsões que já são conhecidas — a empresa de recursos humanos Hays, por exemplo, ouviu 900 empregadores nacionais — indicam que a maioria das empresas está mesmo a contar dar aumentos até 5% este ano. Ao ECO, o economista Pedro Martins explicava recentemente que 2025 deverá ser um ano ainda de níveis de desemprego relativamente baixos e de dificuldades no recrutamento, o que deverá resultar em reforços salariais.

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Instituto AP é apresentado com o apoio dos principais representantes dos assuntos públicos em Espanha

  • Servimedia
  • 18 Fevereiro 2025

Promovido pela Universidade Nebrija e por consultoras como a LLYC, Acento, Rud Pedersen, Atrevia e Estrategos, foi criado com a ambição de se tornar uma referência europeia na formação de líderes.

Madrid prepara-se para acolher um novo centro de reflexão e formação que pretende ser uma referência na Europa, seguindo os passos de instituições como a London School of Economics and Political Science no Reino Unido, Sciences Po (Paris) em França, a Hertie School (Berlim) na Alemanha e o Instituto Universitário Europeu (Florença) em Itália. O Instituto Europeu de Assuntos Públicos e Governo (Instituto AP) foi criado com o objetivo de se tornar um ponto de referência para o diálogo sobre políticas públicas e para a formação de futuros profissionais.

A cerimónia de apresentação, que teve lugar no Campus Madrid-Princesa da Universidade Nebrija e foi presidida pela jornalista Marta García Aller, reuniu personalidades de relevo do âmbito institucional, empresarial e académico, entre as quais a ex-vice-presidente Soraya Sáenz de Santamaría e ex-ministros como Cristina Narbona e Jordi Sevilla ou Alberto Garzón, marcando o início deste ambicioso projeto nascido da aliança entre a Universidade Nebrija e os principais atores do setor dos assuntos públicos.

“Os assuntos públicos são uma disciplina fundamental nas democracias modernas, onde a interação entre as esferas pública e privada é essencial”, afirmou Joan Navarro, presidente do Instituto AP, que informou que ”já existem vinte entidades, organizações e empresas associadas ao Instituto AP, e mais de 60 professores no corpo docente, com os quais pretendemos preencher uma lacuna existente na formação em assuntos públicos em Espanha. Esta nova instituição foi criada para preencher uma lacuna na formação especializada neste domínio, com uma abordagem prática e profissional.

O instituto conta com o apoio das principais consultoras de assuntos públicos do país: LLYC, Acento, Rud Pedersen, Estrategos, Atrevia, entre outras, bem como de instituições de referência como a UNICEF e a Political Watch, e de importantes associações sectoriais como a AMETIC, a Autocontrol e a FIAB. A Demócrata participará como media partner do instituto.

“Se queremos transformar a realidade, temos que entender muito bem o que está acontecendo. A formação deve ser um estado de espírito permanente para compreender o que queremos transformar”, afirmou Cristina Narbona, Presidente do PSOE, antiga Vice-Presidente do Senado e antiga Ministra do Ambiente.

A oferta académica inicial inclui um Executive Master em Public Affairs destinado a profissionais ativos, um Master em Public Affairs and Government para licenciados, e vários programas especializados em áreas como a gestão de gabinetes políticos, o sector da saúde ou da alimentação ou a aplicação da inteligência artificial nos assuntos públicos.

O Instituto AP foi criado com uma clara vocação de excelência e transversalidade, mas não uma excelência qualquer. “O Instituto AP vem ocupar uma área que não estava coberta. A interação entre os setores público e privado é essencial numa sociedade democrática”, afirmou José Muñiz, Reitor da Universidade de Nebrija, que quis ‘felicitar sinceramente os promotores desta iniciativa pioneira’.

Para encerrar o evento, Joan Navarro, Presidente do Instituto AP, apelou à colaboração de todos os setores envolvidos nos assuntos públicos. “A política espanhola carece de humor. Não há assim tantas coisas que nos separem e, se as houver, é melhor trabalhar em conjunto para as resolver”, afirmou.

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Ranking: Saiba quem mais ganhou com a ressurreição dos seguros de Vida

O mercado dos seguros de Vida cresceu 35% em Portugal no ano passado. Fidelidade reforçou liderança e quota, mas houve companhias que duplicaram vendas. Veja o Ranking.

Se quase todo o mercado segurador aumentou vendas em 2024, no segmento Vida as seguradoras Mapfre, Real Vida, Generali Tranquilidade e BPI Vida e Pensões levaram essa subida ao extremo. Fidelidade reforçou liderança e tem uma quota de 30,7% do mercado e a Ocidental Vida levou o grupo Ageas Portugal a um crescimento de 59% e à manutenção do 2º lugar do ranking.

Quem melhor aproveitou ventos de feição para os seguros de Vida foram Isabel Castelo Branco (BPI VeP), Pedro Carvalho (Generali Tranquilidade), Marta Graça Ferreira (Real Vida) enquanto Luis Anula (Mapfre) fez crescer os prémios em 111%.

O BPI Vida e Pensões cresceu 63% para 745 milhões de euros de prémios emitidos em seguros de vida, com fortes posições nos produtos unit linked que lhes deu a liderança de mercado seja em formato PPR ou de seguro convencional.

No total, venda de seguros de Vida no ano passado atingiu 7.127 milhões de euros, superando por pouco o valor de 2019, o ano completo pré-Covid 19. No entanto, foram identificadas algumas causas como o aumento em 41% da subscrição de produtos de capitalização e de quase 50% em PPR.

Nos produtos de sucesso verificou-se que o aumento das taxas de juro proporcionou competitividade para investimentos em produtos de seguro de vida, tornando-os mais atrativos para os consumidores, situação que agora se começa a esbater. Também o lançamento de produtos dual, em que uma parte do investimento usufrui de garantia de capital e até de rendimento, e uma parte é unit linked (ligada a fundos de investimento), diminuiu a perceção de risco de muitos investidores mais prudentes e incentivou vendas.

O canal bancário continua a ser o mais utilizado na venda de seguros de Vida. Grandes ligações existem entre a Fidelidade e a CGD, a Ageas e o Millennium bcp, a BPI Vida e Pensões e o Santander Seguros com os bancos dos seus grupos, a GamaLife com o Novobanco, a Mapfre com o Bankinter e a Generali Tranquilidade a dar os primeiros passos no acordo com o Banco CTT. Ainda a Lusitania tem o acordo com a sua proprietária Montepio e a CA Vida distribui através do Crédito Agrícola.

No entanto, em 2025 também se deu um crescimento de vendas de 30% de produtos Vida pela mediação de seguros, acelerando a importância deste canal também no ramo Vida.

Quem utiliza bem este canal de mediação é a Real Vida, que não tem banco associado, e voltou em 2024 a ser um fenómeno ascender ao 6º lugar do ranking depois de ter quase duplicado o seu negócio para 490 milhões de euros. O crescimento deveu-se aos seus produtos não ligados, mas entrou no segmento dos produtos unit linked – aproveitando o know how em gestão de ativos que detém através da administração de Fundos de Pensões – e faturou 64 milhões de euros no primeiro ano.

A Mapfre subiu dois lugares para 7ª do ranking, com forte incidência na Bankinter Vida, uma seguradora ligada ao banco, mas totalmente gerida pela seguradora espanhola em Portugal.

A Generali Tranquilidade também começou a dar passos importantes na área dos seguros de Vida após começar a utilizar a rede dos CTT e do Banco CTT. Embora o segmento Vida seja a maior área de atividade da Generali a nível global, em Portugal a falta de canal bancário estava a atrasar o crescimento desta área. A Liberty – por enquanto sucursal designada Generali Seguros y Reaseguros – quebrou vendas.

A fechar o top 10 estão Zurich e Lusitania que, com crescimentos de 5% perderam três lugares no ranking. Ainda em relação a subidas de notar os 50% da Allianz que subiu um lugar, o mesmo sucedendo com a MetLife, apesar de uma subida de apenas 3%.

Foram 25 as companhias que fizeram seguros de Vida em Portugal, agrupáveis por ECOseguros – pela sua propriedade e gestão – em 21 diferentes de grupos. Os três primeiros grupos concentraram 59% das vendas, os cinco primeiros totalizaram 74% de quota de mercado, os dez primeiros 92,6%.

Veja o ranking:

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Alemanha e Países Baixos rejeitam aumentar a dívida da UE para gastar em defesa

  • Lusa
  • 17 Fevereiro 2025

“Estamos céticos de que a cláusula de salvaguarda seja uma regra viável, porque exige um grande abrandamento económico que não contemplámos”, disse o ministro das Finanças alemão.

Os ministros das Finanças da Alemanha e dos Países Baixos rejeitaram esta segunda-feira o aumento da dívida da União Europeia (UE) para reforçar os gastos com a defesa, uma opção que países como Espanha e Bélgica apoiam.

Os ministros alemão e holandês mostraram assim relutância face ao plano da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, de permitir maior margem orçamental para investimentos nesta área com a ativação da cláusula de salvaguarda incluída nos regulamentos para casos excecionais.

“Estamos céticos de que a cláusula de salvaguarda seja uma regra viável, porque exige um grande abrandamento económico que não contemplámos”, disse o ministro das Finanças alemão, Jorg Kukies, que acredita que o bloco deve “estar consciente de que qualquer mudança tem de respeitar o princípio da estabilidade orçamental”.

Foi assim que o ministro reagiu, na sexta-feira passada, à proposta de von der Leyen de congelar as regras orçamentais da UE para investimentos na defesa, tal como já fez em 2020 para facilitar medidas de combate à propagação da pandemia de Covid-19.

“Nos próximos dias e semanas explicaremos os detalhes”, disse o comissário europeu para a Economia, Valdis Dombrovskis, que reconheceu que uma maior flexibilidade em questões de defesa nos orçamentos dos Estados-membros, “irá sem dúvida alterar a situação orçamental europeia, embora ainda não se saiba até que ponto”.

Fontes diplomáticas indicaram à Europa Press que, por enquanto, o plano de von der Leyen é “apenas uma linha num discurso”, mas que “em última análise, dívida é dívida”.

“Ainda não vi nenhuma proposta sobre a mesa, por isso não posso reagir”, acrescentou o ministro das Finanças holandês, Eelco Heinen, que admitiu que “todos os Estados-membros procuram espaço orçamental”, embora tenha alertado que para encontrá-lo “devem ser tomadas decisões difíceis em questões orçamentais”.

“Não é fácil, admito, mas tem de ser feito porque o dinheiro não é de graça. Se o gastamos num ponto, não o podemos gastar noutro”, acrescentou o holandês, que também rejeitou a ideia de que “mais empréstimos comuns ou mais dívida são o caminho a seguir para a Europa”.

Da mesma forma, mostrou preocupação com o pagamento da dívida que a UE já contraiu com a criação do fundo anti-crise para enfrentar a pandemia e que, segundo a própria von der Leyen, exigirá entre 25.000 e 30.000 milhões de euros por ano durante os próximos sete anos do orçamento da UE.

Por outro lado, os ministros das Finanças de Espanha e da Bélgica são favoráveis ao aumento do endividamento da UE para aumentar a despesa em defesa, tendo em conta o panorama geopolítico atual.

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Marcelo elogia Portugal e Brasil em “tempos de oligarquias”

  • Lusa
  • 17 Fevereiro 2025

O Presidente da República descreveu Portugal e Brasil como dois países unidos em "fazer paz no meio das guerras mais violentas e mais injustas, mas a verdadeira paz, a paz da justiça e da dignidade".

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, descreveu esta segunda-feira Portugal e Brasil como dois países unidos pela defesa da paz, livres e solidários em tempos de oligarquias e de começo de um novo ciclo histórico.

O chefe de Estado discursava numa cerimónia na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco (UEFP), no Recife, em que lhe foi atribuído um doutoramento honoris causa.

Neste novo ciclo histórico a amanhecer, e em que, por entre o lusco-fusco, desaparece outro, o que o nos une e unirá, Brasil e Portugal, é incomensurável: o sermos ambos universais, o sermos ambos plataforma, ponte entre culturas, civilizações, povos, oceanos e continentes, o querermos fazer paz no meio das guerras mais violentas e mais injustas, mas a verdadeira paz, a paz da justiça e da dignidade”, afirmou.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, os dois países destacam-se por serem “visceralmente livres e solidários, mesmo em tempos de oligarquias, de securitarismos, de desigualdades”, e também estão unidos pela “preocupação climática e o zelo pela natureza”.

Marcelo Rebelo de Sousa realçou que Portugal e Brasil partilham “uma das línguas mais faladas no mundo” e considerou que têm também em comum aliarem “a emoção à razão, a aventura às raízes, a clarividência e inovação literária, artística, musical à científica e tecnológica” e “o viver habitualmente com os rasgos dos heroísmos extremos e inesperados”.

“Somos assim e seremos assim, cada qual na sua dimensão territorial, ambos numa gigantesca dimensão espiritual”, acrescentou.

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Mais pessimista sobre crescimento, Bruxelas avisa para ambiente internacional “imprevisível”

Comissário europeu sinalizou que crescimento da União Europeia será revisto em baixa e advertiu para a elevada incerteza, sobretudo das políticas comerciais.

A economia da União Europeia irá crescer a um ritmo mais lento do que o esperado, refletindo o impacto das políticas protecionistas norte-americanas. O aviso é do comissário europeu responsável pela pasta do Comércio, Valdis Dombrovskis, que alertou os países da moeda única para se prepararem para um contexto internacional com maior imprevisibilidade.

A posição do comissário europeu foi transmitida esta sexta-feira aos jornalistas, em conferência de imprensa, após a reunião do Eurogrupo, na qual o crescimento económico e a política orçamental estiveram em cima da mesa de debate. “No geral, esperamos que a economia da UE cresça em um ritmo mais lento em comparação ao que projetamos na previsão de outono”, afirmou.

Em novembro do ano passado, Bruxelas previu um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da União Europeia (UE) de 0,9% em 2024 e de 1,5% em 2025 e da Zona Euro de 0,8% no ano passado e de 1,3% este ano. Os dados do Eurostat apontam para uma taxa de crescimento de 0,9% na UE e de 0,7% na Zona Euro em 2024.

Dombrovskis salientou que a incerteza é “elevada” e que aumentou substancialmente, sobretudo associada às políticas comerciais resultado da posição norte-americana, destacando que “limita o investimento e reduz as perspetivas” externas para a economia europeia.

Ademais, sinalizou, os preços da energia aumentaram novamente nos últimos meses, o que está a pesar no desempenho da economia. “No entanto, apesar de todos esses desafios, as condições para uma recuperação gradual do ímpeto de crescimento ao longo deste ano continuam”, disse. Ainda assim, defendeu que “a Zona Euro deve preparar-se para um ambiente internacional cada vez mais imprevisível”.

“Precisaremos fazer um uso total dos nossos pontos fortes e abordar os nossos pontos fracos com a máxima urgência. Teremos que assumir mais responsabilidade no que toca à nossa segurança e defesa e melhorar nossa competitividade e fundamentos económicos”, elencou.

O comissário europeu indicou ainda que os ministros dos países da moeda única responsáveis pelas Finanças endossaram a orientação orçamental que deve guiar os Estados-membros. “A recomendação deste ano destaca a necessidade urgente de abordar a produtividade e a inovação em atraso, enfatizando a importância de continuar os nossos esforços para aumentar a competitividade da Zona Euro”, sublinhou.

Paralelamente, a recomendação coloca uma forte ênfase na necessidade de fortalecer o Mercado Único.

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Ucrânia. Zelensky alerta para risco de ‘Afeganistão 2.0’

  • Lusa
  • 17 Fevereiro 2025

Volodymyr Zelensky opôs-se a negociações de paz que retirem a adesão da Ucrânia à NATO.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, advertiu esta segunda-feira que o fim da guerra poderia resultar num cenário semelhante ao do Afeganistão em 2021 e opôs-se a negociações de paz que retirem a adesão da Ucrânia à NATO. “Não se pode retirar a adesão à NATO. Não é assim que funciona. Acho que ninguém está interessado num Afeganistão 2.0”, afirmou Zelensky à ARD, a principal emissora pública alemã.

De acordo com Zelensky, a “falta de respeito pela vida humana” levou à “tragédia” que resultou no regresso dos talibãs ao poder no Afeganistão em agosto de 2021, resultante da retirada caótica das tropas norte-americanas do país. “A experiência mostra o que acontece quando alguém põe fim a algo sem pensar bem e se retira demasiado depressa”, sublinhou o líder ucraniano.

Zelensky referiu ainda que, apesar de a Ucrânia ter conseguido desenvolver a sua própria indústria de defesa ao longo dos três anos de guerra contra a Rússia, “não será possível alcançar uma vitória ucraniana sem o apoio dos Estados Unidos”. Segundo o líder ucraniano, as negociações de cessar-fogo também teriam de incluir garantias de segurança.

Numa altura em que o Presidente norte-americano, Donald Trump, propõe um contingente europeu para ajudar a Ucrânia, Zelensky contrapôs que “os norte-americanos deveriam estar lá”. O Presidente ucraniano voltou igualmente a rejeitar qualquer acordo sem a Ucrânia.

É “inútil porque, infelizmente, a guerra está a decorrer no nosso solo”, sublinhou, explicando que a Rússia e os Estados Unidos só podem chegar a acordo sobre as suas relações bilaterais. “Não podem certamente negociar sobre o nosso povo e as nossas vidas. Sobre o fim da guerra sem nós. Somos um Estado independente”, reiterou Zelensky.

“Legalmente, não abdicaremos dos nossos territórios”, afirmou o líder ucraniano, mostrando-se confiante de que as partes do país que foram conquistadas e anexadas pela Rússia, em violação do direito internacional, voltarão um dia a fazer parte da Ucrânia. “É claro que vamos recuperar tudo. O respeito pelo direito internacional regressará. Se não for hoje, será amanhã”, sublinhou.

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Ferramenta que calcula exposição dos bens a riscos climáticos em consulta pública

  • ECO Seguros
  • 17 Fevereiro 2025

A EIOPA quer facilitar o acesso a ferramenta que calcula o risco climático dos bens imóveis dos cidadãos europeus e que lhes indique medidas de prevenção e mitigação dos riscos.

A Autoridade Europeia dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma (EIOPA) lançou para consulta pública, até 28 de fevereiro, a iniciativa de criar uma ferramenta para todos os cidadãos europeus poderem conhecer a exposições dos seus bens imóveis a riscos climáticos.

Segundo avança a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), a iniciativa centra-se nos riscos mais comuns e potencialmente mais devastadores como o risco sísmico, incêndios florestais, inundações decorrentes da subida do nível dos rios, inundações costeiras e ações dos ventos.

A ferramenta calcularia a exposição ao risco com base na localização do imóvel através da atribuição de pontuação aos riscos.

Além de mostrar aos utilizadores os riscos climáticos que enfrentam, também aconselharia na adoção de medidas de prevenção e mitigação e sensibilizaria para a necessidade de consultar atentamente os termos da apólice de seguros, com especial atenção para as exclusões dos contratos.

A EIOPA visa com esta ferramenta ajudar “os cidadãos a compreender melhor em que medida os seus bens imóveis estão sujeitos a riscos de catástrofes naturais, quais os benefícios de uma cobertura de seguro adequada e quais as medidas de prevenção que podem tomar de forma a reduzir possíveis perdas (antes, durante e após a ocorrência do evento de catástrofe natural)”. O regulador defende que a literacia para os seguros é uma das formas de reduzir as lacunas de proteção.

Pode submeter comentários nesta consulta pública aqui.

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Primeiro capacete tecnológico com seguro integrado lançado em Portugal

  • ECO Seguros
  • 17 Fevereiro 2025

O Fusion+ combina o capacete conectado Cosmo Fusion, que inclui uma luz traseira inteligente com deteção de quedas e sinalização ativa, com um seguro de acidentes pessoais da Allianz Partners.

A Allianz Partners e a Cosmo Connected unem-se para o lançamento de uma oferta que combina um capacete conectado de alta tecnologia e um ano de seguro de acidentes pessoais incorporado, anunciou a seguradora em comunicado.

Mais que a luz traseira inteligente com deteção de quedas e sinalização ativa – o capacete incorpora um seguro de acidentes pessoais fornecido pela Allianz Partners, que cobre as despesas médicas e as perdas financeiras em caso de acidente do proprietário.

O Fusion+ é uma novidade na Europa que visa combater a lacuna de proteção nos seguros pessoais do uso de veículos de mobilidade pessoal ao garantir “proteção física e financeira aos utilizadores”. “Ao integrarmos diretamente o seguro de acidentes, simplificamos o acesso a uma cobertura essencial e damos uma resposta clara aos crescentes desafios de segurança da micromobilidade”, afirmou Romain Afflelou, fundador e CEO da Cosmo Connected.

O produto está disponível em Portugal e também em Espanha, Alemanha, Itália e Países Baixos prometendo uma expansão gradual para restantes países europeus.

Expansão que não se limita a países mas à própria parceria. O fundador e CEO da Cosmo Connected confirmou que este lançamento “é apenas o começo” e que ambas estão “já a trabalhar na implementação de soluções de seguros adicionais, incluindo cobertura de responsabilidade civil, para melhorar ainda mais a proteção e proporcionar maior tranquilidade aos utilizadores”.

O Fusion+ combina o capacete conectado Cosmo Fusion – que inclui uma luz traseira inteligente com deteção de quedas e sinalização ativa – com um seguro de acidentes pessoais fornecido pela Allianz Partners, que cobre as despesas médicas e as perdas financeiras em caso de acidente do proprietário do capacete, indica a seguradora em comunicado.

O Fusion+ vai estar disponível para compra em mais de 500 lojas de retalho e online, incluindo a Fnac e a Amazon.

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Seguradora Emose avisa que prejuízos dos protestos em Moçambique não são cobertos

  • Lusa
  • 17 Fevereiro 2025

"À luz da apólice, as manifestações causadas por eventos políticos não são cobertas” declarou o presidente do conselho de administração da Empresa Moçambicana de Seguros (Emose), Janfar Abdulai.

A seguradora estatal moçambicana Emose avisou esta segunda-feira que os prejuízos provocados pelas manifestações pós-eleitorais no país não são cobertas pelas apólices de seguro, apesar das “solicitações” que tem recebido.

De forma geral não são cobertas”, afirmou o presidente do conselho de administração da Empresa Moçambicana de Seguros (Emose), Janfar Abdulai, embora admita que, pontualmente, algumas empresas têm apólices que contemplam exceções.

“Importa referir que à luz da apólice, as manifestações causadas por eventos políticos não são cobertas”, disse o administrador, que falava aos jornalistas, em Maputo, à margem da 34.ª reunião nacional de gestores e quadros daquela seguradora, uma das maiores do país, detida pelo Estado.

A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) estimou em 30 de dezembro à Lusa que mais de 500 empresas foram vandalizadas durante as manifestações pós-eleitorais em Moçambique, desde 21 de outubro, e pelo menos 12 mil pessoas ficaram sem emprego.

Pelo menos 327 pessoas morreram, incluindo cerca de duas dezenas de menores, e cerca de 750 foram baleadas durante os protestos, de acordo com a plataforma eleitoral Decide, organização não-governamental que acompanha os processos eleitorais.

São manifestações e paralisações que têm provocado a destruição generalizada de equipamentos públicos e privados, convocadas pelo então candidato presidencial Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados oficiais das eleições gerais de 9 de outubro.

Na intervenção na reunião desta segunda-feira da Emose, Janfar Abdulai afirmou que o contexto atual do setor dos seguros em Moçambique exige “uma postura proativa, informada e estrategicamente ajustada à dinâmica do mercado”.

“O ano que passou colocou-nos à prova, com desafios complexos impulsionados por fatores sociopolíticos e económicos. No entanto, soubemos responder com rigor e competência, garantindo a continuidade das operações e fortalecendo a confiança dos nossos clientes, parceiros e ‘stakeholders’. Mas sejamos claros: o que nos trouxe até aqui não será suficiente para nos levar adiante”, afirmou o presidente do conselho de administração.

“O setor segurador está em constante transformação. A concorrência intensifica-se, as exigências regulatórias tornam-se mais rigorosas e os riscos assumem novas configurações. Diante desta realidade, não podemos apenas reagir. Devemos antecipar, planear com precisão e executar com eficiência”, apontou ainda.

A Lusa noticiou anteriormente que a Emose reverteu os prejuízos dos últimos anos (até 2022), passando em 2023 a registar lucros, de 43,4 milhões de meticais (65 mil euros), apesar de perder quota de mercado e a liderança.

Segundo o relatório e contas de 2023 da Emose, a que a Lusa teve acesso, a seguradora registou prejuízos de mais de 1.193 milhões de meticais (17,8 milhões de euros) em 2021 e de 52,5 milhões de meticais em 2022 (784 mil euros).

A emissão de prémios brutos nos seguros vida da Emose recuou em 2023 0,5%, para 3.208 milhões de meticais (46,1 milhões de euros), enquanto nos seguros não vida caíram 0,4%, para 19.037 milhões de meticais (274 milhões de euros).

Com isto, a quota da Emosa no mercado segurador moçambicano caiu 3,6 pontos percentuais, de 18 para 14,4% (em 2023), ficando atrás da Hollard (16,5% de quota) e da portuguesa Fidelidade (14,8%).

O Estado moçambicano detém uma participação de 31% diretamente no capital social da Emose e, através do Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE), outra de 39%. Entre outros pequenos acionistas, contam-se ainda a Cooperativa dos Gestores Técnicos e Trabalhadores da Emose, com uma quota de 20%.

O mercado segurador de Moçambique conta com 19 empresas autorizadas e era liderado há mais de 40 anos pela Emose, criada dois anos após a independência nacional através da nacionalização e fusão das seguradoras Lusitânia, Tranquilidade de Moçambique e a Nauticus.

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Projeto-lei quer seguradoras a pagar 100% do recheio das casas após incêndios nos EUA

  • ECO Seguros
  • 17 Fevereiro 2025

Se esta lei for aprovada, a Califórnia será o primeiro e único estado dos EUA a exigir pagamento 100% da cobertura sem a apresentação do inventário de perdas.

O Comissário dos Seguros da Califórnia, Ricardo Lara, uniu-se ao ao legislador estadual, Ben Allen, para propor uma nova lei que forçaria as seguradoras a pagar a totalidade da cobertura para o recheio das habitações destruídas nos incêndios que assolaram a região em janeiro.

Segundo avançou o The New York Times (acesso pago), esta medida garantiria que os segurados não precisariam de passar pelo trauma de se relembrarem do que perderam ao escrever o inventário dos prejuízos para enviar às empresas de seguros.

Se esta lei for aprovada, a Califórnia será o primeiro e único estado dos EUA a exigir pagamento 100% da cobertura sem a apresentação do inventário de perdas. Esta medida abrange apenas as casas que apenas foram destruídas em desastres, de acordo com o promotor do projeto-lei, Ricardo Lara, e o autor, Ben Allen.

“A ideia que nos transmitimos aqui é que ‘olhe, este é o plano de seguro que possui. Teve uma perda total e não o vamos obrigar a desenhar esta lista de itens neste momento de grande dor e vulnerabilidade”, declarou Ben Allen, cujo distrito inclui as áreas ardidas do Pacific Palisades.

A proposta de lei surge uma semana após o comissário ter emitido um pedido às empresas de seguro para pagarem voluntariamente 100% da cobertura aos segurados afetados pelos incêndios. Esta notificação não é vinculativa e nem tem a força de uma lei e o comissário afirmou ser clara a necessidade de se ir mais longe nesta matéria.

A proposta passará agora pelo processo legislativo da Califórnia, que tipicamente vota na primavera. Ben Allen indicou que poderá solicitar um voto adiantado. Várias seguradoras já pagaram o limite.

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