Empresários, futebolistas e estrelas da TV. As caras da administração Trump

Ultraconservadores, estrelas da televisão ou empresários, mas todos republicanos leais a Trump e à sua agenda. Presidente eleito já está a juntar as peças para a próxima administração. Saiba quem são.

O 47.º Presidente dos EUA toma posse em menos de 60 dias e já começou a montar a equipa que vai levar para a Casa Branca. Durante a campanha, Trump evitou confirmar quaisquer nomeações, mas deu frequentemente a entender quem gostaria de ter na equipa de topo. Embora alguns nomes já sejam conhecidos, os nomeados têm de passar por uma audição no Senado antes de serem aprovados. Mas os republicanos têm pleno poder, dominando as duas câmaras do Congresso, o que poderá facilitar o escrutínio dos candidatos, numa tentativa de não empatar a Administração Trump.

Porém, mesmo com a direita no controlo, algumas das nomeações para a futura administração são controversas e podem ser bloqueadas, seja por serem consideradas ultraconservadoras, seja por serem estrelas de televisão e empresários com fraco, ou inexistente, percurso político. Mas também por constarem na lista nomes envolvidos em processos criminais, envolvendo acusações de agressão e de tráfico sexual de menores. O futuro diretor de comunicação da Casa Branca, Steven Cheung, rejeita as críticas e garante que os nomes escolhidos contemplam “candidatos de alto calibre e extremamente qualificados para servir na sua administração”. Quem são eles?

Mark Rubio, secretário de Estado

Marco RubioLusa

Marco Rubio, senador da Florida, foi apontado para suceder a Anthony Blinken na chefia da diplomacia norte-americana. Depois de ter disputado a candidatura presidencial pelos republicanos em 2016 contra Donald Trump, Rubio é agora chamado a atuar como principal conselheiro do Presidente para os negócios estrangeiros e o principal diplomata do país.

O primeiro latino-americano a presidir o cargo é conhecido por ter visões sobre uma política externa conservadora no que toca à Ucrânia — foi um dos 15 senadores republicanos a votar contra um pacote de ajuda militar de 95 mil milhões de dólares a Kiev — e a China — é apologista de uma postura mais agressiva em relação ao principal rival comercial norte-americano, indo além das tarifas que deverão ser adotadas.

Além de ser responsável por gerir a posição política norte-americana em relação à Ucrânia e a China, Rubio ficará encarregue de definir a política diplomática no que toca ao Médio Oriente e à NATO, trabalhando diretamente com Elsie Stefanik, indicada para embaixadora das Nações Unidas e Matthew Whitaker, candidato a embaixador da NATO.

Trump mostrou-se confiante na escolha, argumentando que Rubio é um líder “respeitado”, “destemido” e com uma voz “forte pela liberdade”. Se aprovado, Rubio promete gerir o cargo com “responsabilidade” e “confiança” colocando os interesses dos norte-americanos “acima de todos os outros”.

Scott Bessent, secretário do Tesouro

Scott Bessent, secretário do TesouroWikipedia

O investidor Scott Bessent foi o escolhido de Donald Trump para o cargo de secretário do Tesouro, o equivalente em Portugal a ministro das Finanças. O líder do hedge fund Key Square Capital Management foi um dos principais conselheiros económicos da campanha do Presidente eleito e terá agora uma palavra a dizer sobre a política económica do país. Besset terá um papel essencial na aplicação do programa económico de Trump e já se manifestou a favor da desregulamentação e de reformas fiscais.

Na rede social que detém, a Truth Social, Trump escreveu que Bessent vai ajudar a administração a “inaugurar uma nova era de ouro para os EUA, à medida que o país fortalece a posição como “principal economia do mundo, centro de inovação e empreendedorismo, destino para o capital, enquanto sempre, e sem dúvida, mantendo o dólar americano como moeda de reserva do mundo”, escreveu Donald Trump.

Russell Vought, chefe do Gabinete de Gestão e Orçamento

Russell Vought, chefe do Gabinete de Gestão e OrçamentoEPA/Stefani Reynolds / POOL

Russel Thurlow Vought, um dos arquitetos do programa governamental ultraconservador Projeto 2025, foi escolhido para chefiar o Gabinete de Gestão e Orçamento do futuro Governo, repetindo a proeza durante o primeiro mandato presidencial de Trump (2017-2021). O Projeto 2025, elaborado pelo grupo ultraconservador Heritage Foundation, mas do qual Trump se distanciou, prevê um enorme corte na Função Pública e o desmantelamento das agências federais.

“Fez um excelente trabalho: eliminámos quatro regulamentos por cada novo regulamento e foi um grande sucesso!”, afirmou Trump, na rede social Truth Social, recordando que Vought passou muitos anos a trabalhar em políticas públicas em Washington e é um “agressivo cortador de custos e desregulador” que ajudará o seu governo a implementar a sua agenda “América Primeiro” em todas as agências.

Howard Lutnick, secretário do Comércio

Howard Lutnick, secretário do ComércioEPA/SARAH YENESEL Copyright:© 2024 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A

O multimilionário Howard Lutnick, CEO da financeira Cantor Fitzgerald, foi a escolha de Trump para ser o próximo secretário do Comércio. Com 63 anos, Lutnick tem sido uma personalidade próxima de Trump e assumirá agora este departamento que é responsável pela gestão da dívida pública, regulação de instituições financeiras e implementação de políticas económicas.

A probabilidade de os Estados Unidos imporem novos impostos sobre as importações dos produtos estrangeiros, incluindo da União Europeia, torna-se assim mais real. Lutnik ficou conhecido por defender uma imposição de tarifas de 60% sobre produtos chineses e de 10% sobre bens de outros países, e por sugerir que as criptomoedas poderiam ser usadas como forma de pagamento de impostos, uma proposta que gerou controvérsia na comunidade financeira.

Além de CEO da Cantor Fitzgerald, uma das principais empresas de serviços financeiros do mundo, Howard Lutnick é ainda presidente e diretor executivo do BGC Group e presidente do Newmark Group, um líder mundial em serviços imobiliários comerciais.

Sean Duffy, secretário dos Transportes

Sean Duffy, secretário dos TransportesWikipedia

Outrora uma cara familiar nas televisões, Sean Duffy foi chamado a presidir o departamento dos Transportes, ficando encarregue de regular sobre os setores da aviação, automóvel, ferrovia e aviação, e de gerir um orçamento que deverá superar os 100 mil milhões de dólares.

Depois de vários anos na política, primeiro na Câmara de Wisconsin e depois no Congresso, transitou para o mundo do entretenimento. Duffy era um dos defensores mais visíveis de Trump nas notícias por cabo. Foi o apresentador de “The Bottom Line” na Fox Business e, antes, participou num reality show da MTV onde conheceu a sua mulher, a coapresentadora do “Fox and Friends Weekend” Rachel Campos-Duffy. O casal tem nove filhos.

Chris Wright, secretário da Energia

Chris Wright, secretário da Energialibertyenergy.com

O governador de Dakota do Norte, antes pouco conhecido fora do seu estado, é um ex-candidato republicano às primárias presidenciais e um forte apoiante de Donald Trump. Chegou a ser considerado para vice-presidente, mas, no final, J.D Vance acabou o escolhido. Wright foi CEO da petrolífera Liberty Energy, tem laços estreitos com líderes da indústria de energia e tem uma visão negacionista em relação à transição energética, uma vantagem para Trump, que pretende aumentar a produção de combustíveis fósseis na maior economia do mundo.

Num vídeo publicado no LinkedIn, Chris Wright afirmou: “Não existe crise climática e não estamos a meio de uma transição energética.”

Lori Chavez-DeRemer, secretária do Trabalho

Lori Chavez-DeRemer
Lori Chavez-DeRemer, secretária do TrabalhoWikipedia

Trump escolheu a congressista do Oregon, Lori Chavez-DeRemer, de origem hispânica, para ser a próxima secretária do Trabalho, departamento que supervisiona a saúde e segurança dos trabalhadores, as leis laborais, a gestão do desemprego e a compensação dos trabalhadores.

Em comunicado citado pela imprensa norte-americana, Trump considera que Chavez-DeRemer “trabalhou incansavelmente com o setor empresarial e laboral para desenvolver a força de trabalho dos Estados Unidos e apoiar os homens e mulheres trabalhadores”.

Linda McMahon, secretária da Educação

Linda McMahon, secretária da EducaçãoEPA/SHAWN THEW Copyright:© 2024 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

A multimilionária magnata do wrestling profissional (WWE) vai voltar a integrar a Administração Trump. A aliada de longa data do presidente republicano, Linda McMahon, presidiu a Administração de Pequenas Empresas durante o primeiro mandato do republicano e doou milhões de dólares à sua campanha presidencial.

Ficará encarregue do Departamento de Educação — um órgão que Donald Trump ameaçou desmontar durante a campanha eleitoral, face às “ameaças ideológicas” da ala mais democrata. Aos olhos do Presidente eleito, McMahon vai “liderar” o esforço para “devolver a Educação aos Estados” e “lutar incansavelmente para capacitar os pais a tomarem as melhores decisões educativas para as suas famílias”.

Scott Turner, secretário da Habitação

Scott Turner, secretário da HabitaçãoEPA/ERIK S. LESSER

Para dar resposta à crise na habitação e executar as promessas nesta matéria patentes no Project 2025, Donald Trump escolheu um veterano da liga desportiva de futebol americano, NFL, e orador motivacional, Scott Turner. Ex-diretor executivo do Conselho de Oportunidades e Revitalização durante o primeiro mandato de Trump.

Durante a sua carreira de nove anos na NFL, iniciada em 1995, Turner jogou pelos Washington Redskins, San Diego Chargers e Denver Broncos. No final de carreira, virou-se para a política, tendo já um percurso que já dura há duas décadas.

Turner é o primeiro afro-americano nomeado para o Gabinete de Trump na sua próxima Administração. E embora não tenha origens na Florida, como a maioria dos membros da equipa, é proveniente de um estado altamente conservador, o Texas.

Brooke Rollins, secretária da Agricultura

Brooke Rollins
Brooke Rollins, secretária da AgriculturaWikipedia

A cofundadora e diretora do America First Policy Institute, um grupo de reflexão apoiado pelo movimento Make America Great Again (MAGA), vai liderar o departamento responsável pela gestão da Agricultura. Brooke Rollins regressa agora à Casa Branca depois de ter sido diretora do Gabinete de Inovação Americana e diretora interina do Conselho de Política Interna, no primeiro mandato de Donald Trump.

Doug Collins, secretário dos Assuntos dos Veteranos

Doug Collins, secretário dos Assuntos dos VeteranosEPA/ERIK S. LESSER Copyright:© 2020 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

Congressista da Geórgia, entre 2012 e 2021, veterano da guerra do Iraque e atualmente capelão do Comando da Reserva da Força Aérea dos Estados Unidos, Collins foi escolhido para dirigir o Departamento de Assuntos dos Veteranos dos EUA na próxima Presidência.

Como republicano e membro do Comité Judiciário da Câmara, o veterano ganhou atenção nacional como um dos apoiantes mais vocais do então Presidente Donald Trump durante o primeiro inquérito de impeachment (destituição) de Trump em 2019.

Agora vai para presidir o departamento dos Assuntos dos Veteranos, cargo que Trump garante estar bem entregue. “Temos de cuidar dos nossos corajosos homens e mulheres de uniforme, e o Doug será um grande defensor dos nossos militares no ativo, veteranos e famílias de militares para garantir que têm o apoio de que necessitam“, publicou o presidente eleito na sua rede social.

Pete Hegseth, secretário da Defesa

Pete Hegseth, secretário da DefesaEPA/Albin Lohr-Jones / POOL Copyright:© 2016 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

Pete Hegseth, apresentador da Fox News, foi escolhido para liderar o Departamento da Defesa, numa altura em que as tensões geopolíticas sobem de tom.

Antigo major do exército norte-americano e veterano condecorado das guerras no Iraque e no Afeganistão, Hegseth não tem experiência política, mas, para o Presidente eleito, isso não é um problema. “Ninguém defende mais as tropas” que Hegseth, disse Trump.

O passado complicado torna a nomeação uma das mais polémicas. Hegseth foi investigado, em 2017, por uma alegada agressão sexual. Apesar de nunca ter sido detido e acusado, a polémica ganhou força depois de o seu advogado ter confirmado que, no mesmo ano, Hegseth pagou a uma mulher para se manter em silêncio sobre uma alegada agressão que temia que lhe custasse o emprego na Fox News. Mais uma vez, negou qualquer irregularidade.

Agora, e mais próximo de um lugar na Casa Branca, Hegseth afasta qualquer risco e desvaloriza as polémicas. “É muito simples. A questão foi completamente investigada, e fui ilibado, e mais não digo“, afirmou recentemente, em declarações aos jornalistas.

Se for confirmado pelo Senado, herdará o cargo mais alto durante uma série de crises globais — desde a guerra da Rússia na Ucrânia e os ataques em curso no Médio Oriente por representantes iranianos até à pressão para um cessar-fogo entre Israel, o Hamas e o Hezbollah e a escalada de preocupações com a crescente aliança entre a Rússia e a Coreia do Norte.

Kristi Noem, secretária de Segurança Interna

Kristi Noem, secretária de Segurança InternaEPA/SHAWN THEW Copyright:© 2024 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

A antiga governadora do Dakota do Sul ficou conhecida por ser das poucas governantes que não impôs restrições durante a pandemia da Covid-19. Em vez disso, declarou o seu Estado “aberto à atividade”. Aliás, Noem permitiu que Trump realizasse um comício com fogo-de-artifício no Monte Rushmore em julho de 2020, uma das primeiras grandes concentrações da pandemia.

Agora, ficará responsável por presidir o principal cargo de supervisão da segurança dos EUA, que inclui a gestão de fronteiras, ameaças cibernéticas, terrorismo e a gestão da agenda contra a imigração.

Ademais, ficará responsável por diversas agências do setor, desde a Alfândega e Proteção das Fronteiras até à Agência Federal de Gestão de Emergências, passando pelos Serviços Secretos dos EUA e os agentes da Administração de Segurança dos Transportes que trabalham nos aeroportos.

Mike Waltz, conselheiro da Defesa Nacional

Mike Waltz, conselheiro da Defesa NacionalEPA/AARON SCHWARTZ

Veterano das Forças Especiais do Exército, que serviu em várias missões de combate no Afeganistão, Médio Oriente e África, e também trabalhou no Pentágono como conselheiro político quando Donald Rumsfeld e Robert Gates eram chefes de defesa. Mike Waltz será o principal arquiteto da política externa do Presidente, que prometeu acabar rapidamente com as guerras na Ucrânia e no Médio Oriente.

Defensor de uma política mais agressiva contra a China, país que descreveu como uma “ameaça existencial”, Waltz é da opinião que a ajuda dos Estados Unidos a Kiev deve continuar e condena, veementemente, a agressão de Moscovo. Quanto ao Médio Oriente, o futuro conselheiro da Defesa Nacional acredita que os EUA devem manter uma aliança sólida com Israel e com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, uma vez que é a favor do direito à autodefesa do Estado israelita.

Robert Kennedy Jr., secretário da Saúde

Robert Kennedy Jr., secretário da Saúde EPA/DAVID BLAKEMAN Copyright:© 2024 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

Depois de ter desistido de concorrer contra Donald Trump, Robert Kennedy, sobrinho do antigo presidente John F Kennedy, foi chamado para presidir o departamento de saúde.

Conhecido por ser um defensor de teorias de conspiração e de questionar as políticas de vacinação, sobretudo na altura da pandemia da Covid-19, o ex-candidato Presidencial será o responsável por gerir a Administração de Alimentos e Medicamentos, os Centros para o Controlo e Prevenção de Doenças e o Medicare.

Donald Trump não poupou nos elogios ao antigo advogado. Na rede social Truth Social, o Presidente eleito sublinha que Kennedy é “um sujeito fantástico”, capaz de garantir que os consumidores norte-americanos ficarão protegidos contra “produtos nocivos, poluentes, pesticidas, produtos farmacêuticos e outros aditivos perigosos”, sem detalhar a quais se refere.

Apesar do aval de Trump, Kennedy é um dos nomes que poderão ficar pelo caminho nas audições no Senado. Além de não ter experiência prévia na saúde, muitos especialistas médicos expressaram sérias preocupações com a sua nomeação, argumentando ser uma fonte de desinformação no que toca às vacinas e a outras questões de saúde. Ademais, tem-se especulado sobre controvérsias passadas, incluindo o despejo de uma carcaça de urso no Central Park de Nova Iorque.

Mehmet Oz, administrador dos Centros de Serviços Medicare e Medicaid

Dr. Mehmet Oz
Mehmet Oz, administrador dos Centros de Serviços Medicare e Medicaid EPA/SHAWN THEW

Ainda no setor da saúde, Donald Trump chamou o apresentador de televisão Mehmet Oz, mais conhecido por Dr. Oz, para liderar os centros de serviços do Medicare, um programa de saúde dos EUA para pessoas com mais de 65 anos e para portadores de deficiência, e o Medicaid, um programa de saúde dos EUA para pessoas com baixos rendimentos. O Presidente eleito garante que os dois programas de saúde estarão em boas mãos dada a experiência de Oz, antecipando um “corte na despesa e uma redução na fraude” naquela que é a terceira maior agência governamental dos Estados Unidos.

Com uma carreira televisiva de várias décadas, Oz despediu-se do seu programa dedicado à saúde em 2022. Nesse ano, entrou no mundo da política, concorrendo para o Senado, em representação do estado da Pensilvânia.

Susie Wiles, chefe de gabinete

Susie Wiles (segunda pessoa à esquerda) aplaude durante o discurso do presidente eleito Donald J. Trump, em West Palm Beach.EPA/CRISTOBAL HERRERA-ULASHKEVICH

Susie Wiles será a primeira mulher a ocupar o cargo de chefe de gabinete de um Presidente nos EUA, e foi o primeiro nome anunciado por Donald Trump nesta nova era, ainda que não seja, formalmente, um membro da Administração. Willies, embora tivesse passado a maior parte do tempo na sombra das duas campanhas Presidenciais que geriu do candidato republicano, é encarada como uma peça central do seu sucesso. E Trump fez questão de apontar esse mérito no discurso de vitória das eleições, no passado dia 6 de novembro.

Dias depois, era anunciada a escolha de Wiles para chefiar o gabinete do presidente na Casa Branca, considerando ser uma pessoa “dura, esperta, inovadora” e “respeitada”.

A mulher de 67 anos, residente do estado da Florida, tem uma carreira política na ala republicana que se estende por décadas, mas tem-se mantido afastada da ribalta e raramente dá entrevistas. Nem quando Trump ganhou a eleição pela primeira vez, em 2016, quis ser mencionada. Agora estará no centro das decisões políticas do futuro presidente por, pelo menos, dois anos.

Karoline Leavitt, secretária de imprensa da Casa Branca

Karoline Leavitt, secretária de imprensa da Casa BrancaEPA/JABIN BOTSFORD / POOL

Karoline Leavitt tem 27 anos e será a secretária de imprensa mais nova de sempre no cargo.

Leavitt foi anteriormente secretária de imprensa adjunta durante a última parte do primeiro mandato de Donald Trump, mas agora dará a cara na sala de conferências de imprensa da Casa Branca — um espaço que levou a inúmeras trocas tensas entre jornalistas e funcionários na primeira Administração Trump.

Antes, a jovem republicana candidatou-se ao Congresso, ganhando a nomeação republicana para o New Hampshire em 2022, perdendo apenas nas eleições gerais para o democrata Chris Pappas.

Pam Bondi, procuradora-geral

Pam Bondi, Procuradora-geralLusa

Depois de o congressista da Florida, Matt Gaetz, ter desistido da corrida a procurador-geral, o Presidente eleito nomeou Pam Bondi para procuradora-geral dos Estados Unidos. A substituição ocorreu cerca de seis horas depois da retirada de Gaetz, que desistiu do cargo por suspeitas numa investigação federal sobre tráfico sexual.

Pam Bond, aliada de longa data de Trump, foi uma das suas advogadas durante o primeiro julgamento de destituição quando o republicano foi acusado. Foi também procuradora-geral da Florida, entre 2011 e 2019, e ainda presidente do America First Policy Institute, um grupo de reflexão criado por antigos funcionários da anterior Administração Trump.

Além de ser uma republicana da ala mais conservadora, opondo-se, nomeadamente, ao casamento entre homossexuais, Bondi junta dois elementos comuns a outras nomeações feitas por Trump nos últimos dias: a ligação à Florida e à televisão. Bondi foi comentadora assídua e apresentadora na Fox News.

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Trump ameaça impor taxas aduaneiras de 100% contra bloco de economias emergentes

  • Lusa
  • 30 Novembro 2024

O Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou impor taxas aduaneiras de 100% contra o bloco de nove países com economias emergentes se estes agirem para minar o dólar americano.

O Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou hoje impor taxas aduaneiras de 100% contra o bloco de nove países com economias emergentes se estes agirem para minar o dólar americano. “Exigimos um compromisso destes países em como não vão criar uma nova moeda BRICS, nem apoiar qualquer outra moeda para substituir o poderoso dólar americano, ou vão enfrentar tarifas de 100% e esperar ‘dizer adeus às vendas para a maravilhosa economia dos Estados Unidos“, afirmou Trump na rede social Truth Social, que o próprio criou.

A ameaça de Trump, eleito Presidente dos Estados Unidos em 05 de novembro, foi dirigida aos países que formam a aliança BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irão). Para o Presidente eleito norte-americano, “não há hipótese” de os países BRICS substituírem o dólar norte-americano no comércio global e qualquer nação que tente fazê-lo “deve dizer adeus à América”.

Em outubro, numa cimeira das nações BRICS, o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou os Estados Unidos de “armarem” o dólar, descrevendo isso como um “grande erro”. “Não somos nós que recusamos a usar o dólar. Mas se não nos deixam trabalhar, o que podemos fazer? Somos obrigados a procurar alternativas“, disse na altura Putin.

A Rússia pressionou especificamente para a criação de um novo sistema de pagamentos que oferecesse uma alternativa à rede global de mensagens bancárias, SWIFT, e permitisse a Moscovo evitar sanções ocidentais e negociar com parceiros.

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Marcelo contra fim do corte de 5% dos vencimentos aplicado já a titulares políticos

  • Lusa
  • 30 Novembro 2024

O Presidente é contra a medida do Orçamento que aplica já aos atuais titulares políticos o fim do corte de 5% dos seus vencimentos, defendendo que apenas se deveria aplicar aos mandatos futuros.

O Presidente da República é contra a medida do Orçamento que aplica já aos atuais titulares políticos o fim do corte de 5% dos seus vencimentos, defendendo que apenas se deveria aplicar aos mandatos futuros. Esta posição foi transmitida por Marcelo Rebelo de Sousa em declarações aos jornalistas no final de uma visita ao Banco Alimentar Contra a Fome, em Lisboa, ocasião em que também realçou que não levará essa discordância ao ponto de vetar o Orçamento do Estado para 2025 — diploma do Governo aprovado em votação final global na sexta-feira passada.

“Trata-se de um ponto no meio de um Orçamento, mas teria preferido que fosse aplicável só aos mandatos futuros dos titulares de cargos políticos e não já aos mandatos em curso”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa.

Questionado se poderá vetar o primeiro Orçamento do Governo PSD/CDS, o chefe de Estado respondeu que “esse problema não existirá” e acrescentou mesmo que mal o receba, estará em condições de o promulgar — “e o país precisa disso”. “Respeito as opiniões que dizem que para o futuro devia haver uma normalização a pensar, não no Presidente da República, nem no Governo, mas em autarcas e em outros responsáveis da administração pública que estão ligados a estes limites no vencimento”, referiu.

No seu caso pessoal, o chefe de Estado disse que não contava nem conta com esses 5% suplementares no seu vencimento”. “Mas, se a lei estiver em vigor, respeito a lei. Na minha cabeça, já tinha abdicado, quer dizer, eu já não fazia tensões de no próximo ano e três meses contar” com esse acréscimo salarial, completou.

Na votação em sede de especialidade, na quinta-feira, na Assembleia da República, o fim do corte do vencimento de titulares de cargos políticos – medida que foi iniciada em 2010 no âmbito do chamado PEC [Programa de Estabilidade e Crescimento] II — teve a aprovação do PSD, PS, CDS e os votos contra do Chega, IL, Livre e BE, e a abstenção do PCP.

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📹 Quanto custa um internamento hospitalar pelo mundo?

Os custos hospitalares variam muito entre países e nalguns são muito superiores aos praticados em Portugal. Se está a pensar viajar, é aconselhável verificar as coberturas de saúde.

Os viajantes devem estar informados sobre os custos em que podem incorrer no acesso à assistência médica fora do seu país. Contratar um seguro de acordo com as necessidades pode ser uma opção. Este estudo da Hellosfe compara as tarifas hospitalares em 196 países. Veja o Top10 no vídeo.

http://videos.sapo.pt/1mGuqI2CwWDcPclilrRQ

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Lisboa reabilita Almirante Reis a partir de 2026. Veja aqui o projeto

Parques subterrâneos, coabitação de carros, bicicletas, peões e esplanadas, plantação de árvores e até deslocar uma saída de metropolitano. A lisboeta Almirante Reis vai estar em obras até 2030.

Quando Carlos Moedas chegou à Praça do Município, em Lisboa, trazia a promessa de acabar com a ciclovia nas faixas centrais da Avenida Almirante Reis, mas o autarca acabaria por deixar cair a promessa pouco depois. Ao longo de 2022 falou várias vezes do tema, por pressão dos media ou em resposta a críticas da oposição.

Em novembro de 2022 lançou uma discussão pública, à qual responderam mais de 2.500 pessoas, com queixas e contributos.

A proposta de resolução do problema surgiu esta semana, com a revelação de um projeto que divide os 2,9 km de extensão do eixo em duas fases de obra, com início dos trabalhos em 2026 e conclusão prevista para 2030. Ao todo, os projetos custarão 1,3 milhões de euros, a que acrescem 20,24 milhões de euros aplicados na concretização do plano da equipa de Carlos Moedas.

A estreiteza da Almirante Reis – 25,05 metros, menos de metade dos 60 metros da Avenida da República e menos de um terço dos 90 metros da Avenida da Liberdade parece ter sido resolvida.

Joana Almeida, engenheira do território e vereadora do Urbanismo na Câmara Municipal de Lisboa, explicou, em conversa com o ECO/Local Online, alguns dos pontos em conflito: espaço público, ambiente, mobilidade, segurança, higiene urbana, iluminação pública, saneamento, Carris, Metro, PSP e bombeiros. E ainda a ciclovia, ponto alto da discórdia de início de mandato entre Carlos Moedas e a oposição. Durante a conversa, enunciou a forma como o Executivo de Moedas se propõe tornar o eixo da Almirante Reis, que contempla a Avenida Almirante Reis e a Rua da Palma, numa reta de 2,9 km apta ao desfrute do espaço público e com qualidade urbanística e rodoviária.

Veja o resultado final na galeria.

 

 

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Amigo de ‘Harry Potter’ tem de pagar 2,1 milhões de euros ao fisco britânico

  • Lusa
  • 30 Novembro 2024

O antigo ator da saga Harry Potter Rupert Grint vai ter de pagar 1,8 milhões de libras depois de ter perdido uma batalha legal contra as autoridades tributárias britânicas.

O antigo ator da saga Harry Potter Rupert Grint vai ter de pagar 1,8 milhões de libras depois de ter perdido uma batalha legal contra as autoridades tributárias britânicas, noticia hoje a Associated Press.

Rupert Grint ganhou 29 milhões de libras como Ron Weasley nos 11 filmes em participou ao lado de “Harry Potter”.

Grint, que interpretou o jovem Ron Weasley na série de filmes, foi condenado em 2019 a pagar 1,8 milhões de libras, o equivalente hoje a 2,1 milhões de euros, depois de as autoridades tributárias do Reino Unido terem investigado a sua declaração de imposto 2012.

O fisco britânico argumentou que Grint tinha classificado erradamente 4,5 milhões de libras provenientes dos filmes – dinheiro das vendas de DVD, da distribuição televisiva, dos direitos de transmissão online e de outras fontes – como um ativo de capital e não como rendimento, que está sujeito a uma taxa de imposto muito mais elevada.

Os advogados de Grint recorreram, mas após anos de disputas, a juíza Harriet Morgan decidiu contra o ator, vincando que o dinheiro “derivou substancialmente todo o seu valor das atividades do Sr. Grint” e, portanto, “é tributável como rendimento”.

Grint, de 36 anos, participou nos oito filmes de Harry Potter entre 2001 e 2011 como o melhor amigo do rapaz feiticeiro e calcula-se que tenha ganho cerca de 24 milhões de libras (quase 29 milhões de euros) com o papel.

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Stellantis de Mangualde com aumento de produção de 2,6% até outubro

  • Lusa
  • 30 Novembro 2024

A fábrica de Mangualde do grupo Stellantis produz o Citroën ë-Berlingo e ë-Berlingo Van, Fiat e-Doblò, Opel Combo-e e Peugeot E-Partner e E-Rifter.

A fábrica de Mangualde do grupo Stellantis registou, entre janeiro e outubro deste ano, um aumento de produção de 2,6% comparativamente ao mesmo período de 2023, avançou à agência Lusa fonte da empresa.

Fábrica da Stellantis em Mangualde já produziu 72 mil viaturas de janeiro a outubro deste ano. Foi a primeira fábrica do grupo a produzir veículos de passageiros e veículos comerciais ligeiros elétricos em série.

Questionada sobre a crise no setor automóvel sentida na Europa, a mesma fonte referiu que, “na fábrica de Mangualde, até agora, não está a haver nenhum impacto”.

“A fábrica de Mangualde continua a produzir as viaturas comerciais ligeiras da Stellantis que são neste momento líderes de mercado europeu e também especificamente líderes no mercado português. A produção entre janeiro e outubro regista um ligeiro aumento de 2,6% em relação a 2023″, afirmou.

Neste momento, a fábrica de Mangualde, no distrito de Viseu, tem cerca de 900 colaboradores e este ano já produziu 72.477 viaturas (dados de janeiro a outubro).

Também a produção de veículos elétricos “está a correr como previsto”, sendo que o volume “dependerá dos pedidos do mercado”, adiantou.

A produção em série de viaturas elétricas na fábrica de Mangualde da Stellantis arrancou no início de outubro, nas versões de passageiros e comerciais ligeiros, destinadas aos mercados doméstico e de exportação.

Foi a primeira fábrica a produzir veículos de passageiros e veículos comerciais ligeiros elétricos a bateria, de grande série, em Portugal, no âmbito de um investimento de 119 milhões de euros, obtido através de uma das agendas mobilizadoras para a inovação empresarial de que a Stellantis é líder — o projeto “GreenAuto”.

Naquele que, para o grupo Stellantis, foi um “momento histórico”, começaram a ser produzidos em série veículos 100% elétricos Citroën ë-Berlingo e ë-Berlingo Van, Fiat e-Doblò, Opel Combo-e e Peugeot E-Partner e E-Rifter.

Em julho deste ano, antecipando em quase um ano os planos iniciais do grupo Stellantis, o seu centro de Mangualde tinha começado a produção das primeiras unidades pré-série dos novos veículos 100% elétricos.

No âmbito deste investimento, foi criada uma nova linha de montagem de baterias para os veículos elétricos produzidos em Mangualde e uma área de mais de 800 metros quadrados que “levou à criação de 63 novos empregos e à formação específica de toda a equipa técnica”.

No que respeita ao próximo ano, e perante a possibilidade de as dificuldades no setor automóvel se manterem, a Stellantis não avançou previsões, porque a sua produção “depende dos pedidos do mercado que vão oscilando ao longo do ano”.

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IMT suspende licença de TVDE exclusiva para mulheres

  • Lusa
  • 30 Novembro 2024

A licença da Pinker, nova plataforma TVDE exclusiva para mulheres, foi suspensa pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) até serem prestados os esclarecimentos pedidos por esta entidade.

A licença da Pinker, nova plataforma TVDE exclusiva para mulheres, foi suspensa pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) até serem prestados os esclarecimentos pedidos por esta entidade, disse este sábado à Lusa a fundadora do projeto. “A empresa não está suspensa, apenas a licença foi suspensa até serem prestados os esclarecimentos necessários”, adiantou Mónica Faneco em resposta escrita a questões colocadas pela Lusa.

Esta decisão do IMT, da qual a responsável discorda, visa garantir que “todas as dúvidas sejam devidamente esclarecidas e que a operação esteja alinhada com as exigências legais aplicáveis ao setor”, explicou.

“Naturalmente que não podemos concordar com a decisão tomada pelo IMT ontem [sexta-feira], pelo que, neste momento, estamos numa fase de trabalho com o IMT por forma a dissipar toda e qualquer dúvida quanto à legalidade deste projeto, no qual acreditamos de forma muito convicta”, insistiu.

O jornal Público noticia, na sua edição de hoje, que o IMT questionou a legalidade da TVDE só para mulheres porque, de acordo com a lei deste setor, “não pode haver discriminação na atividade de transporte individual e remunerado de passageiros”.

Este instituto público, encarregado de analisar e registar as plataformas, operadores e motoristas de TVDE, remete para os termos do artigo 7.º da Lei n.º 45/2018, de 10 de Agosto, sobre “não discriminação”.

“Os utilizadores, efetivos e potenciais, têm igualdade de acesso aos serviços de TVDE, não podendo os mesmos ser recusados pelo prestador em razão, nomeadamente de ascendência, idade, sexo“, diz a lei, estando em causa esta última referência, acrescenta aquele diário.

Mónica Faneco referiu “continuar empenhada” em colaborar com as autoridades competentes para resolver esta situação de forma célere e transparente.

“Pinker é um conceito inovador e diferenciado no mercado português de TVDE, pelo que, é muito natural que suscite muita curiosidade, expectativa e até dúvidas”, frisou.

No início da semana, a fundadora do projeto revelou que a Pinker, que pretende dar segurança às mulheres quando pedem um veículo que será conduzido exclusivamente por mulheres, iria ficar operacional nos próximos dias.

A nova plataforma eletrónica de transporte em veículos descaracterizados assume como principal diferença perante as suas concorrentes a operar em Portugal, Uber e Bolt, só aceitar motoristas do sexo feminino e ser para uso exclusivo de mulheres.

“Queremos trazer segurança, confiança às mulheres, nos nossos serviços, sendo uma alternativa ao que já existe”, explicou a empresária, recusando qualificar o serviço das aplicações já a operar em questões de segurança.

Mónica Faneco referiu ainda que a Pinker já se encontra licenciada tanto em Portugal, como na Europa, e tem “mais de mil motoristas interessadas”.

Até ao momento, seis anos após a entrada em vigor da lei, publicada em Diário da República em agosto de 2018, que rege a atividade dos TVDE são duas as plataformas a trabalhar em Portugal: Uber e Bolt.

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Metropolitano de Lisboa bate recorde de passageiros transportados

  • ECO
  • 30 Novembro 2024

A gratuitidade do título navegante Metropolitano fez crescer os clientes e já este domingo começa uma nova gratuitidade para todos os cidadãos até aos 23 anos, estudantes ou não.

O Metropolitano de Lisboa transportou cerca de 126 milhões de passageiros nos três primeiros trimestres de 2024, o que constitui o número mais elevado de sempre verificado nos primeiros nove meses do ano, informou este sábado a empresa.

Em termos acumulados, de janeiro a setembro do corrente ano, foram registados 126,2 milhões de passageiros com título válido, mais 7,4 milhões relativos ao mesmo período de 2023 e mais 419,6 mil relativos ao período homólogo de 2019, correspondendo a um aumento de 6,2% e de 0,3% respetivamente.

A empresa explica que, para estes resultados, contribuíram significativamente a entrada em vigor em janeiro de 2024 da gratuitidade do título navegante Metropolitano para os perfis sub18 e sub23 estudantes – que originou um aumento acentuado da procura – e uma maior articulação entre operadores da rede de mobilidade da Área Metropolitana de Lisboa.

A entrada em vigor, no próximo domingo, dia 1 de dezembro, da nova gratuitidade para todos os cidadãos até aos 23 anos, estudantes e não estudantes, oferece condições para que esta tendência de crescimento do número de passageiros do Metropolitano de Lisboa se mantenha e seja reforçada.

Comparando apenas o mês de setembro de 2024, o Metropolitano de Lisboa registou 14,8 milhões de passageiros com título válido, mais 972,7 mil de passageiros do que no período homólogo de 2023 e mais 77,4 mil passageiros relativamente ao mesmo período de 2019 (pré pandemia), o que corresponde a um aumento respetivamente de 7,0% e de 0,5%.

O número recorde de clientes registado surge num contexto especialmente exigente para a empresa, em que o serviço de transporte tem sido condicionado pelas intervenções em curso para a expansão da rede, instalação do novo sistema de sinalização de última geração (CBTC -Communications-based Train Control) e o plano de acessibilidades.

A linha Circular que fará a ligação entre Rato e Cais do Sodré com duas novas estações e mais dois quilómetros de rede, contará com um acréscimo de 9 milhões de novos clientes e menos 4,2 mil toneladas CO2. Já o prolongamento da linha Vermelha a Alcântara, contará com quatro novas estações e mais quatro quilómetros de rede, um acréscimo de 8 milhões de novos clientes (dos quais cerca de 87,7% do acréscimo de procura estimado corresponde aos atuais utilizadores do Transporte Coletivo) e retirará de circulação 3,7 mil viaturas de transporte individual diariamente com uma poupança de 6,2 mil toneladas de CO2..

A concretização destes prolongamentos e a modernização da rede e a aquisição de uma nova frota de material circulante, vão traduzir-se – diz a Metroplitano de Lisboa – no aumento da frequência dos comboios e na consequente redução dos tempos de espera, mais fiabilidade e rapidez de serviço, maior comodidade e aumento da qualidade global do serviço prestado.

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Oposição francesa ameaça derrubar Governo de Barnier com discussão do orçamento

  • Lusa
  • 30 Novembro 2024

Na segunda-feira, ocorre a votação do orçamento da segurança social e, se o PM Barnier impuser a sua aprovação, os deputados franceses terão 48 horas para apresentar uma moção de censura,

A França, fortemente endividada, pode estar à beira da maior crise política nos últimos 60 anos, com a ameaça do chumbo do orçamento e de uma moção de censura ao governo minoritário de centro-direita de Michel Barnier.

“Nos próximos dias, é possível que se verifique uma conjugação circunstancial de forças na oposição para derrubar um governo minoritário incapaz, nesta fase, de fazer as concessões necessárias”, disse à Lusa Émeric Bréhier, diretor do Observatório da Vida Política da Fundação Jean-Jaurès, acrescentando que a França pode “entrar num momento político que não via desde 1958”.

Segundo o analista, “até à data, o governo de Michel Barnier, que tem uma base parlamentar muito fraca [os três grupos da maioria presidencial têm 164 deputados e a direita republicana tem 47], não conseguiu alargar a sua base de apoio”.

O Governo minoritário formado em 21 de setembro pode ser derrubado por uma moção de censura se o partido de extrema-direita União Nacional (RN, sigla em francês) se unir à oposição de esquerda, assim que o primeiro-ministro francês utilizar o artigo 49.3 (mecanismo constitucional) para aprovar o orçamento sem votação.

Se conseguir ultrapassar esta ameaça de moção de censura, Michel Barnier, o antigo negociador do Brexit para a União Europeia, completará 100 dias da sua tomada de posse do Governo francês no dia 13 de dezembro.

Com 124 deputados, a extrema-direita ofereceu um apoio tático e incerto a Barnier, impondo que este respeite “as suas linhas vermelhas” em matéria de poder de compra, segurança e imigração.

Contudo, o RN está sob “dois tipos de pressão”: o julgamento contra os seus dirigentes, incluindo Marine Le Pen, por desvio de fundos do Parlamento Europeu para pagar a assistentes fictícios, e a pressão de alguns dos seus eleitores, que não compreendem o apoio ao atual Governo, segundo Émeric Bréhier.

O antigo deputado socialista defendeu que Barnier, cuja prioridade é reduzir o défice orçamental, optou assim por ceder na quinta-feira em relação ao orçamento, nomeadamente nas tarifas de eletricidade e pensões, “a fim de conseguir que o RN se abstenha de votar o projeto de lei da segurança social e, em seguida, o projeto de lei das finanças”.

“Com certeza, essa cedência era um dos pedidos de Le Pen”, afirmou Émeric Bréhier, defendendo que o recuo procura persuadir a extrema-direita e impedir uma “tempestade” económica e financeira.

O orçamento, composto por dois projetos de lei (da Segurança Social e do Estado) tem de ser adotado até ao final do ano, incluindo 40 mil milhões de euros em cortes e 20 mil milhões de euros em aumentos de impostos para reduzir o défice do país para 5% do produto interno bruto (PIB), contra 5,5% em 2023 e 6,1% em 2024.

“Nunca é fácil elaborar um orçamento que responda simultaneamente às exigências de controlo do défice e, portanto, da dívida, e que mantenha as políticas essenciais para o futuro. No entanto, conseguir limitar o aumento de 60 mil milhões da despesa pública – já que é esse o objetivo que o Governo se propôs – não parece insuperável”, defendeu o politólogo.

A Comissão Europeia receia que, se não forem tomadas medidas como Barnier propôs, a dívida e o défice da segunda maior economia da Europa continuem a aumentar nos próximos anos, com sanções associadas ao incumprimento dos objetivos.

Segundo o polítologo, é necessário compromissos entre as forças políticas francesas que “não deram qualquer prova” de o quererem, desde a nomeação de conservador Michel Barnier pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, no dia 5 de setembro, após 60 dias de impasse na sequência das eleições legislativas de julho.

Já a coligação de esquerda Nova Frente Popular (NFP), que se uniu para tentar derrubar a extrema-direita, opõe-se a Michel Barnier desde a sua nomeação, por alegar ser vencedora nas legislativas que deram origem a uma Assembleia Nacional muito fragmentada.

No entanto, a esquerda apresenta uma fragilidade com as tensões “muito fortes” entre os deputados socialistas e os deputados da França Insubmissa (LFI), nomeadamente com o projeto de lei que revoga as duas últimas reformas das pensões, incluindo a do Presidente François Hollande (socialista eleito entre 2012–2017).

“A preparação das eleições municipais de março de 2026 e a perspetiva das próximas eleições do Partido Socialista, na primavera do próximo ano, aumentam estas tensões e os grupos de esquerda ainda não demonstraram a sua capacidade de alargar a sua base parlamentar”, defendeu Émeric Bréhier.

Na quarta-feira, a porta-voz do Governo, Maud Bregeon, tentou dissuadir o Partido Socialista de votar uma moção de censura, recordando a “responsabilidade sem precedentes” enquanto partido anteriormente no poder e instando-o a “livrar-se das ligações” ao LFI.

Além disso, Maud Bregeon afirmou que a esquerda e a extrema-direita, ao derrubarem o governo, “terão de assumir a responsabilidade por um enfraquecimento duradouro” da França a nível internacional, prevendo riscos nos mercados financeiros, que afetarão também a estabilidade da zona euro.

Na segunda-feira, ocorre a votação do orçamento da segurança social e se Barnier utilizar o artigo 49.3, os deputados franceses terão 48 horas para apresentar uma moção de censura, que uma vez apresentada deve ser votada no prazo de três dias.

Se a Assembleia Nacional aprovar uma moção de censura (ou seja, se pelo menos 289 dos 577 deputados da Assembleia Nacional votarem a favor), “o primeiro-ministro deverá automaticamente apresentar a sua demissão ao Presidente da República”, disse Émeric Bréhier.

Macron poderá então “optar por reconduzir Michel Barnier” ao cargo, “escolher outra figura política mais suscetível de alargar a base maioritária” ou ainda nomear alguém para chefiar um governo técnico, já que “não pode decidir dissolver a Assembleia Nacional, pelo menos, até julho” de acordo com a Constituição, referiu o politólogo.

Para Émeric Bréhier, o Presidente francês está “singularmente inibido” na crise política, já que muitos dos deputados da sua antiga maioria “não compreenderam a sua decisão de dissolver o governo” e já se preparam para as presidenciais previstas para 2027.

De acordo com uma sondagem do instituto Elabe em novembro, a popularidade de Macron está no nível mais baixo desde a sua eleição em 2017 e 63% dos franceses são a favor da sua demissão se o governo de Barnier cair, embora o Presidente não demonstre essa intenção.

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UE investe 600 milhões para concluir Corredor do Lobito

  • Lusa
  • 30 Novembro 2024

O comboio que liga Angola, Zâmbia e República Democrática do Congo quer aumentar a circulação de bens e promover a circulação de cidadãos.

A União Europeia (UE) classificou o Corredor do Lobito como uma “infraestrutura crucial” e o bloco comunitário investiu cerca de 600 milhões de euros no projeto, disse à Lusa fonte da Comissão Europeia.

O corredor estará recuperado nos primeiros 1.300 km até à Zâmbia. e será explorado por um consórcio que inclui a Mota Engil. Numa segunda fase haverá ligação costa a costa.

“A UE está a apoiar veementemente o Corredor do Lobito, uma infraestrutura crucial que vai melhorar as possibilidades de exportação para a Zâmbia, Angola e República Democrática do Congo, aumentar a circulação de bens e promover a circulação de cidadãos”, disse à Lusa fonte do executivo comunitário.

A mesma fonte acrescentou que a UE investiu “cerca de 600 milhões de euros” neste projeto e que o investimento faz parte da “abordagem 360 graus” da União Europeia.

“Para acelerar o desenvolvimento do Corredor do Lobito, a UE, em conjunto com os países [do bloco comunitário], ao abrigo da Equipa Europa, está a trabalhar para uma abordagem mais abrangente […], que incluiu a valorização das cadeias de valor agrícolas, matérias-primas críticas, produção de energias renováveis e sua transmissão, educação e competências”, acrescentou fonte da Comissão Europeia.

Deste modo, a UE esperar auxiliar os três países de África a “desbloquearem a totalidade do seu potencial”, assim como na “diversificação económica” e a criação de empregos.

A União Europeia estratificou a cooperação neste corredor em três áreas: investimento em infraestruturas de transporte; medidas para facilitar o comércio, desenvolvimento económico e trânsito; apoiar a longo prazo o investimento nestes países para um “crescimento económico sustentável e inclusivo”.

A conclusão do Corredor do Lobito também vai possibilitar as trocas comerciais entre a Europa, Ásia e o resto de África, admitiu fonte da Comissão Europeia.

Em maio de 2023, a Comissão Europeia assinou um acordo de cooperação com os três países (Angola, Zâmbia e República Democrática do Congo) para auxiliar o investimento e desenvolvimento do Corredor do Lobito, que conecta Kabwe, na Zâmbia, a Lobito, em Angola.

O corredor deverá passar por um total de 16 localidades, entre os três países.

O Corredor do Lobito é o primeiro corredor económico estratégico lançado sob a égide da Parceria para as Infraestruturas e Investimento Global do G7 (PGI), em maio de 2023, a que se seguiu a assinatura de uma declaração conjunta entre a União Europeia e os Estados Unidos, à margem da Cimeira do G20 de setembro de 2023 em Nova Deli, de apoio ao desenvolvimento da infraestrutura.

Já em setembro deste ano foi assinado um acordo colocando a AFC como promotora principal do projeto que vai ligar os três países africanos.

Prevê-se que a linha férrea a recuperar e prolongar crie benefícios económicos de aproximadamente três mil milhões de dólares (cerca de 2,7 mil milhões de euros) para os países e crie mais de 1.250 postos de trabalho durante a sua construção e as operações.

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Volkswagen diz que plano para fechar fábricas na Alemanha não afeta Autoeuropa

  • Lusa
  • 30 Novembro 2024

Fonte do construtor alemão afirma que a redução de atividade não vai afetar a Autoeuropa que se prepara para fabricar o novo T-Roc.

A fábrica de automóveis da Autoeuropa, em Palmela, não deverá ser afetada pela redução de postos de trabalho e encerramento de algumas fábricas da Volkswagen na Alemanha, afirmou este sábado uma fonte oficial do grupo alemão do setor automóvel.

O T-ROC da VW vai continuar a sair da fábrica de Palmela. Estão a fabricar 1.005 veículos por dia.

“Os planos de cortar empregos e fechar fábricas dizem respeito apenas à Alemanha. No momento, não há impacto na nossa fábrica em Palmela”, disse o responsável de comunicação corporativa da Volkswagen em Wolfsburg, na Alemanha, em resposta a perguntas da agência Lusa.

A administração da Autoeuropa não se quis pronunciar, remetendo qualquer esclarecimento sobre a matéria para a casa mãe do grupo Volkswagen na Alemanha, mas a Comissão de Trabalhadores acredita que a fábrica de automóveis de Palmela, no distrito de Setúbal, poderá continuar a laborar normalmente nos próximos tempos.

“À data de hoje, não existe nenhum indicador que nos leve a pensar que a situação que se passa nas fábricas da Volkswagen na Alemanha tenha algum impacto, quer na produção prevista, quer também no que diz respeito ao futuro da Autoeuropa”, disse à agência Lusa o coordenador da Comissão de Trabalhadores, Rogério Nogueira.

O representante dos trabalhadores lembrou ainda que a Autoeuropa “está em fase de lançamento do novo T-Roc” e “tem em curso um conjunto de investimentos, que a breve prazo, deverão permitir também a produção de veículos elétricos na fábrica de Palmela”.

No que respeita à situação nas fábricas da Volkswagen na Alemanha, Rogério Nogueira disse que a CT da Autoeuropa “mantém um contacto diário com os colegas da Alemanha e continua solidária com a sua luta, acreditando que se irá alcançar um acordo que garanta os postos de trabalho”.

A fábrica da Autoeuropa, que no ano passado produziu um total de 220.100 automóveis, mais 14% do que em 2022, está a produzir 1.005 veículos por dia do modelo T-ROC, que tem sido um dos mais vendidos em toda a Europa.

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