Novo primeiro-ministro francês pede estabilidade política

  • Lusa
  • 3 Janeiro 2025

François Bayrou terá estabelecido uma meta de défice de 5,4% do PIB este ano, segundo os media franceses. No dia 14 de janeiro, fará a sua primeira apresentação de política geral.

O primeiro-ministro francês, François Bayrou, disse esta sexta-feira que há “um caminho” para sair da instabilidade política, antes do seu primeiro Conselho de Ministros, no qual o Presidente Emmanuel Macron pediu unidade, audácia e aprovação rápida do orçamento.

“Há um caminho”, declarou François Bayrou aos seus ministros, segundo o seu gabinete, acrescentando: “Está ainda mais bem definido do que pensamos”. O primeiro-ministro centrista, de 73 anos, colocou 2025 sob os auspícios da “reconciliação, ação e estabilidade”.

O Presidente Emmanuel Macron, por sua vez, pediu aos ministros unidade e audácia, informou a porta-voz do Governo, Sophie Primas. Expressou ainda a sua “preocupação com a instabilidade que as democracias estão a viver”, acrescentou uma fonte governamental citada pela agência France Presse (AFP), e alertou para “golpes políticos que colocariam o país em perigo”.

Bayrou foi o quarto primeiro-ministro francês em funções em 2024. O executivo do seu antecessor, Michel Barnier, durou três meses, antes de ser deposto por uma aliança de deputados de esquerda e de extrema-direita, num ciclo de instabilidade política que não se via em França há décadas.

A Assembleia Nacional (parlamento) está dividida em três blocos (esquerda, macronistas/direita e a extrema-direita da União Nacional) e nenhum tem maioria absoluta. O primeiro desafio do novo Governo será aprovar um orçamento do Estado para 2025 na Assembleia Nacional, sob pressão da oposição e dos mercados financeiros.

Com um défice claramente decrescente, de 6,2% do Produto Interno Bruto (PIB) previsto para este ano, a França está na cauda da Europa neste indicador, ao apresentar o pior desempenho dos 27 do bloco comunitário, com exceção da Roménia, longe do limite máximo de 3% autorizado pelas regras da União Europeia.

Segundo o jornal Le Monde, Bayrou terá estabelecido uma meta de défice de 5,4% do PIB. No dia 14 de janeiro, fará a sua primeira apresentação de política geral.

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Ex-advogado de Jorge Mendes desiste de queixa contra Rui Pinto

  • ADVOCATUS
  • 3 Janeiro 2025

Carlos Osório de Castro informou o tribunal que vai desistir da queixa apresentada contra Rui Pinto. Em causa estava o acesso do hacker em 2017 ao e-mail do ex-advogado do empresário Jorge Mendes.

Carlos Osório de Castro informou o tribunal que vai desistir da queixa apresentada contra o hacker Rui Pinto, avança o Now. Em causa estava o acesso do hacker em 2017 ao email do ex-advogado do empresário Jorge Mendes, que configurou-o para “exfiltrar e aceder sem restrição até 16 de janeiro de 2019”.

Pelo correio eletrónico do advogado Carlos Osório de Castro circulavam comunicações com clientes e colegas, documentos pessoais e contratos, incluindo informação de Cristiano Ronaldo. Segundo o Ministério Público, após exfiltrar, Rui Pinto acedeu ao conteúdo do email sem restrições e teve ainda acesso às credenciais das contas particulares de correio eletrónico de Carlos Osório de Castro.

O julgamento do segundo processo contra o criador do Football Leaks, Rui Pinto, arranca no próximo dia 13 de janeiro, pelas 14h00, no qual responde por 242 crimes relacionados com o acesso a emails do Benfica e de outras entidades. A juíza Tânia Loureiro Gomes marcou mais 16 sessões até início de maio.

Para as sessões de 13 e 15 de janeiro estão previstas eventuais exposições introdutórias e tomada de declarações de Rui Pinto. O hacker vai responder em julgamento por 201 crimes de acesso ilegítimo qualificado, 23 crimes de violação de correspondência agravados e 18 crimes de dano informático. Além do Benfica, entre as figuras e instituições visadas encontram-se também outros clubes, Liga, empresas, sociedades de advogados, juízes, procuradores, Autoridade Tributária e Rede Nacional de Segurança Interna.

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Estamos loucos com os choux desta nova pâtisserie francesa nas Amoreiras

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 3 Janeiro 2025

Abriu há menos de um mês mas já não conseguimos largar este spot. Para almoços rápidos, brunchs em família ou sempre que dá aquela vontade de comer um doce, tome nota: BomBom Pâtisserie.

É verdade que acabámos de passar pelo mês mais calórico do ano e que estamos a ressacar de todos os abusos cometidos à mesa das festividades. Mas não podemos deixar passar em branco a abertura, há menos de um mês, da BomBom Pâtisserie, no bairro das Amoreiras, e que tem tudo para se tornar na referência da pastelaria francesa em Lisboa. Com uma proposta que alia sabor à inovação, criatividade e design, o espaço é um tributo à confeitaria francesa, com produtos de alta qualidade num ambiente cool e moderno. Idealizada pelo casal de luso-descendentes – Sandra Castro e Pedro Oliveira –, que até há três anos vivia em Paris e escolheu Lisboa para se estabelecer, a BomBom é fruto da paixão pela pastelaria. Decididos a iniciar um projeto nesta área, faltava, a Sandra e a Pedro, o terceiro elemento deste negócio: a chef-pasteleira francesa Juliette Bayen, também residente em Portugal, que conheceram em Abril. Movidos, os três, pelo objetivo de trazer a excelência da pastelaria francesa para Lisboa, oferecendo uma experiência que honra as suas tradições clássicas, mas com um toque divertido, formaram equipa e em poucos meses encontraram o lugar certo para fazer nascer a BomBom Pâtisserie.

Sob a orientação da chef Juliette, a jovem equipa da BomBom é reconhecida pela sua habilidade nas técnicas da pastelaria francesa, que seguem métodos rigorosos para garantir a precisão e a qualidade em cada criação. A marca valoriza a utilização de ingredientes locais e sazonais, incorporando esta abordagem no desenvolvimento do menu, com uma atenção especial à frescura e sustentabilidade. “O nome ‘BomBom’, inspirado numa das músicas da artista Mayra Andrade, reflete o nosso desejo de criar uma experiência francesa autêntica e versátil, em vários momentos do dia”, esclarece Sandra Castro. “Com um ambiente acolhedor e contemporâneo, o espaço mistura a sofisticação da pastelaria com a energia do centro de Lisboa, tornando-se o local ideal para encontros casuais ou para quem procura um ambiente para trabalhar remotamente”, acrescenta Pedro Oliveira, explicando ainda que o target deste novo espaço não são os turistas mas sim a comunidade local.

Uma chef ‘comme il faut’

Juliette Bayen iniciou a sua carreira nas áreas de Letras e Ciências Políticas, e trabalhou no universo da arte contemporânea entre o Brasil, França e Portugal. Após cinco anos a viver em Portugal, decidiu regressar a França para aperfeiçoar a sua formação na arte da pastelaria, na prestigiada (e hiper exigente) École Ducasse. Perfecionisca como é, as dez horas diárias de curso não lhe chegavam. Voltava para casa e treinava mais três ou quatro horas, até achar o ponto perfeito. Da sua equipa não exige menos que a perfeição, e isso nota-se. Depois de trabalhar com chefs estrelados e em pâtisseries de renome em Paris é na BomBom que podemos encontrar a chef Juliette, focada nos sabores, nas texturas e nos visuais das suas criações. Curiosamente, não é apreciadora de doces. Será possível não gostar de açúcar e ser capaz de criar uma oferta tão diversificada de pâtisserie fine, com tartes de assinatura, choux de variados sabores e todos incríveis – como o de café, o Paris brest, o de chocolate, o de baunilha ou o de limão (3€), bolos e cookies, além dos dos clássicos franceses como os croissants e o pain au chocolat? Pelo visto, é – e bem. Pedro, aliás, diz que esse é um dos temas que pretende desmitificar na BomBom Pâtisserie: “os chefs-pasteleiros, em Portugal, são bastante injustiçados, vivem à sombra dos chefs de cozinha, não é dado muito destaque ao trabalho deles. É pena, porque a alta pastelaria é uma área muito criativa. Em França, por exemplo, já se democratizou e é bastante valorizada. Queremos fazer o mesmo por cá”.

Para além das opções de pastelaria, a loja tem um menu de pequeno-almoço, servido das 08h00 às 11h00, e a partir das 09h00 oferece ainda croissants recheados, entre outras opções. Das 12h00 às 15h00, os clientes podem optar pelo prato do dia para o almoço, ou por tartines (a não perder a Tartine Portuguesa, feita com bacalhau, 12,80€), croque monsieur (9,50€), quiche (5,50€), ou uma sanduíche baguete Le Parisien (6,50€), disponível para takeaway. Aos sábados, é servido brunch. E, para acompanhar estas propostas, o menu inclui uma variedade de bebidas quentes, sumos naturais e ainda opções com álcool, como vinhos e sidras, sem deixar de lado a oferta vegan, sem glúten e sem lactose. Durante as épocas festivas e temáticas, como o Natal, os Reis e o Dia dos Namorados, a BomBom Pâtisserie apresenta criações especiais e limitadas, dedicadas a essas ocasiões.

É possível ainda adquirir outros produtos franceses premium, como chocolates da Le Chocolat des Français e chás da Kusmi Tea, apresentados numa mercearia gourmet e que Sandra e Pedro querem fazer crescer. A BomBom Pâtisserie conta com diversas parcerias, incluindo com produtos de renome como os sumos de fruta e as kombuchas da Alain Milliat, o pão de massa-mãe da The Millstone Sourdough e ou o café de especialidade da The Royal Rawness. Para além disso, oferece também um serviço de catering para eventos, com menus feitos à medida, ajustados às necessidades de cada cliente.

A identidade visual da BomBom Pâtisserie, criada pelo designer Afonso Almeida, nasceu de uma abordagem ousada, que mistura geometria e cores vibrantes, inspiradas pelos bolos da carta, com detalhes clássicos no espaço, como a pedra do balcão. A loja, com 200 m2 e capacidade para 40 pessoas, foi projetada em colaboração com o StudioBom, de forma a refletir os valores e a essência da marca, criando um ambiente acolhedor para que os visitantes possam aproveitar uma experiência agradável com a família, amigos ou colegas de trabalho – já que, ao redor, não faltam escritórios e empresas. Não esquecendo ainda que Campo de Ourique é a zona da cidade com mais expatriados franceses por metro quadrado (coroada pela presença, a escassos metros, do Liceu Francês). Tudo tão bom que só podia ser a dobrar: BomBom.

BomBom Pâtisserie
Rua Professor Sousa da Câmara 128 Loja E,
1070-217 Lisboa
E-mail: [email protected]

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Estação ferroviária de Coimbra encerra ao fim de 160 anos já no próximo dia 12

Metro Mondego confirma dia 12 como o último com comboios no centro da cidade. Defensores da ligação ferroviária ribeirinha não conseguiram travar encerramento.

Quando passarem vinte minutos da meia-noite de domingo, dia 12, um último comboio partirá da estação de Coimbra-A, 160 anos depois da inauguração ocorrida ainda em tempo da monarquia, quando se trouxe a ferrovia ao centro da cidade. Citada pela Lusa, a empresa Metro Mondego, responsável pelo sistema de mobilidade que percorrerá o antigo Ramal da Lousã até Serpins e fará a ligação do centro da cidade até ao hospital, confirmou o encerramento há muito anunciado da estação. Dali partem diariamente quase 50 comboios, numa viagem de três minutos ao longo da marginal do Mondego até Coimbra B, a estação da Linha do Norte.

Pelo caminho ficou a ilusão dos defensores da “estação nova”, ou “Coimbra-A”, como também é conhecida. Luís Neto, responsável do Movimento Cívico pela Estação Nova, promotor de uma petição que alcançou 3.500 assinaturas, lamenta a ausência de disponibilidade da parte dos ministros das Infraestruturas do atual e anterior governos para receberem o movimento e ouvirem os argumentos de quem pretendia evitar aquilo que está marcado para dia 12. “É incompreensível. A petição era também dirigida ao ministro das infraestruturas”, aponta Luís Neto.

O caso chegou a ser debatido em comissão parlamentar de economia e obras públicas a 30 de novembro de 2022, era Pedro Nuno Santos o ministro da tutela, mas acabou por nunca ir a plenário da AR para discussão pelos 230 deputados. “Toda a gente na sala concordou connosco, mas o deputado relator escolheu não levar a questão a plenário e não houve alteração”, afirma o defensor da presença da ferrovia no centro de Coimbra.

Da parte do Executivo municipal, acionista da Metro Mondego, houve uma audiência, diz Luís Neto, mas sem um apoio necessário à continuação da estação.

De acordo com a Metro Mondego, a ligação entre as duas estações de Coimbra será assegurada por autocarro, de forma gratuita e com pessoal a bordo para ajudar os passageiros, até que entre em funcionamento o Sistema de Mobilidade do Mondego. Com uma frequência superior aos atuais comboios urbanos e regionais, chegando ao máximo de 12 movimentos por hora, este serviço deverá durar até final do atual ano, quando o metrobus – solução alternativa ao metropolitano inicialmente previsto para o Ramal da Lousã, cujos carris foram levantados em 2010 – entrar ao serviço.

Sobre a solução do metrobus, Ana Paula Vitorino, que foi Secretária de Estado dos Transportes no primeiro Governo de José Sócrates, quando se decidiu retirar os carris do comboio e tornar a ligação em metropolitano de superfície, assegurou ao ECO/Local Online que as obras no canal deixaram-no preparado para receber um metropolitano de superfície – apesar da paragem das obras no final de 2010, uns meses antes da chegada da troika a Portugal. Falando à margem de um evento realizado em dezembro, lamentou a decisão que incidiu na solução rodoviária dos autocarros elétricos do sistema metrobus.

Tudo visto, é a solução que vai servir melhor todo este território e as populações. Tínhamos 17 frequências de comboio, vamos ter mais de 50 frequências diárias de deslocação da Lousã para Coimbra e, sobretudo, a solução do metrobus é a solução em que esse sistema se insere de forma mais harmoniosa no tecido urbano da cidade de Coimbra.

António Costa

Primeiro-ministro de Portugal

Há um ano, ainda enquanto primeiro-ministro, António Costa afirmou que o Sistema de Mobilidade do Mondego é a solução que melhor serve o território e população, com a dupla valência de transformar o tecido urbano de Coimbra – que deixará de ter a linha de comboio a separar a cidade do rio – e ligando-a aos municípios da Lousã e Miranda do Corvo.

“Tudo visto, é a solução que vai servir melhor todo este território e as populações. Tínhamos 17 frequências de comboio, vamos ter mais de 50 frequências diárias de deslocação da Lousã para Coimbra e, sobretudo, a solução do metrobus é a solução em que esse sistema se insere de forma mais harmoniosa no tecido urbano da cidade de Coimbra”, afirmou António Costa.

No total, os veículos do Sistema de Mobilidade do Mondego percorrerão 42 quilómetros por viagem, na ligação de Serpins a Coimbra, passando por Lousã e Miranda do Corvo.

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Sete serviços de urgência fechados no sábado e cinco no domingo

  • Lusa
  • 3 Janeiro 2025

No sábado haverá ainda 12 serviços com condicionamentos, encontrando-se reservados às urgências internas e casos remetidos pelo CODU/INEM e pela Linha SNS24.

Sete serviços de urgência vão estar encerrados no sábado e cinco no domingo, nas áreas de Ginecologia e Obstetrícia e Pediatria, de acordo com as escalas do Serviço Nacional de Saúde (SNS) disponíveis online.

O Hospital de Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro, vai ter a urgência de Ginecologia e Obstetrícia fechada no sábado, assim como a de Pediatria, o mesmo se passando com a urgência de Obstetrícia do Hospital de São Bernardo, em Setúbal, e da mesma especialidade no Garcia de Orta, em Almada, além da Ginecologia.

O Hospital de Santo André, em Leiria, vai ter igualmente encerrada a urgência de Ginecologia e Obstetrícia. No Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, não funcionará a urgência de Pediatria. No total, estarão 188 urgências abertas.

No domingo, estarão encerrados cinco serviços de urgência nestas especialidades: Garcia de Orta (Almada), Hospital do Barreiro (também em Pediatria), Hospital de Torres Vedras (Pediatria), Setúbal (Obstetrícia) e Leiria (Ginecologia e Obstetrícia).

No sábado, haverá 12 serviços com condicionamentos, encontrando-se reservados às urgências internas e casos remetidos pelo CODU/INEM e pela Linha SNS24. Nesta circunstância encontra-se o Hospital de Cascais, na urgência de Ginecologia e Obstetrícia (das 00:00 às 24:00 sábado e domingo) e o Amadora-Sintra (também em Pediatria, das 00:00 às 08:00).

A urgência de Ginecologia e Obstetrícia Hospital de Vila Franca de Xira está assim referenciada das 00:00 às 21:00, bem como a do Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, das 00:00 às 24:00, do Hospital de Loures, no mesmo horário, do Hospital de Abrantes (09:00 — 24:00), do Hospital das Caldas da Rainha (00:00 – 00:24) e de Santa Maria (por igual período).

Estão igualmente referenciadas neste horário as urgências desta especialidade no Centro Materno Infantil do Norte e na Maternidade Alfredo da Costa.

No domingo, mantém-se os condicionamentos nestes serviços e na urgência geral do Hospital de Beja, das 08:00 às 24:00. Os serviços de saúde recomendam aos utentes que liguem para a Linha SNS 24 antes de se dirigirem à urgência.

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Avião da Easyjet faz aterragem de emergência em Faro

  • Lusa
  • 3 Janeiro 2025

O voo partiu de Londres com destino à cidade algarvia e “declarou emergência devido a problemas técnicos”. O avião aterrou em Faro, “em segurança", indica a ANA.

Um voo da companhia área EasyJet aterrou esta sexta-feira de emergência em Faro, mas em segurança, informou a ANA – Aeroportos de Portugal, responsável pela gestão dos aeroportos portugueses.

O voo partiu de Londres com destino à cidade algarvia e “declarou emergência devido a problemas técnicos”, mas o avião pôde aterrar no aeroporto internacional Gago Coutinho, em Faro, “em segurança, às 14:18”, adiantou fonte da ANA à agência Lusa.

A ANA não avançou mais detalhes nem revelou o número de passageiros a bordo, mas indicou que “foram ativados, pelo Aeroporto Gago Coutinho-Faro, os meios necessários adequados a este tipo de situação” de emergência.

Entre as ações previstas para casos de aterragem de emergência estão a colocação prévia de equipas e carros de bombeiros que permitam dar uma resposta de socorro rápida em caso de incidentes durante o contacto e a chegada da aeronave a terra.

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Vereador Diogo Moura regressa à Câmara de Lisboa e Moedas assegura legalidade

  • Lusa
  • 3 Janeiro 2025

Diogo Moura, do CDS-PP, suspendeu o mandato em maio devido a um processo judicial. Carlos Moedas assegura que "o executivo esteve sempre legal, dentro da legalidade".

O vereador Diogo Moura (CDS-PP) na Câmara de Lisboa, que suspendeu o mandato em maio devido a um processo judicial, regressou ao executivo municipal, confirmou esta sexta-feira o presidente da autarquia, assegurando a legalidade na composição do executivo camarário.

Dou as boas-vindas ao vereador Diogo Moura e mais não posso fazer, mas sempre atuámos dentro da legalidade”, afirmou Carlos Moedas (PSD), à margem de uma conferência de imprensa nos Paços do Concelho para balanço da greve dos trabalhadores da higiene urbana.

O regresso de Diogo Moura ao executivo municipal de Lisboa foi noticiado pelo jornal Expresso, referindo que, assim, Carlos Moedas “repõe a legalidade” quanto à composição deste órgão colegial, apesar de a gestão PSD/CDS-PP rejeitar qualquer situação de ilegalidade. “O executivo esteve sempre legal, dentro da legalidade, e isso é muito importante, e essa legalidade do executivo foi sempre cumprida e foi reiterada por um parecer jurídico da própria câmara municipal”, declarou Carlos Moedas.

Em resposta à Lusa, a Câmara Municipal de Lisboa (CML) informou que Diogo Moura regressou no dia 1 de janeiro, “na sequência do fim da suspensão do mandato”, que tinha começado em maio, a pedido de Carlos Moedas, no âmbito de uma acusação do Ministério Público sobre alegada fraude em eleições internas do CDS-PP, sobre a qual foi, entretanto, ilibado na instrução do processo, que foi arquivado.

Antes da suspensão de mandato, Diogo Moura tinha os pelouros da Economia e da Cultura, mas este último passou para alçada de Carlos Moedas, desconhecendo-se para já se voltará a ser assumido pelo eleito do CDS-PP.

Relativamente à suposta ilegalidade na composição do executivo municipal, a mesma está relacionada com a substituição do vereador Diogo Moura (CDS-PP) por Joana Oliveira Costa (CDS-PP), suplente na lista de candidatos dos “Novos Tempos” (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança) nas eleições autárquicas de 2021, apesar de o próximo da lista ser Nuno da Rocha Correia (CDS-PP), que nunca recusou por escrito o mandato e continuou a participar em reuniões de câmara, em substituição de vereadores do seu partido.

Depois de a situação ser denunciada, a liderança municipal PSD/CDS-PP pediu um parecer aos serviços jurídicos sobre a eventual existência de irregularidades na composição do executivo, tendo o Departamento Jurídico da Câmara de Lisboa concluído não haver dúvidas sobre a “conformidade do exercício do cargo pela vereadora Joana Oliveira Costa”, do CDS-PP, que em maio substituiu Diogo Moura, disse à Lusa fonte da autarquia, em 26 de dezembro.

Nesse mesmo dia, na última reunião do executivo municipal, a oposição na CML pediu o parecer dos serviços jurídicos, mas sem sucesso, tendo os vereadores do PS se ausentado da sessão por considerarem que as deliberações estão “feridas de ilegalidade e podem ser consideradas nulas” e exigido “uma solução que reponha a legalidade e que Carlos Moedas deixe de se comportar como se estivesse acima da lei e do escrutínio político e público”.

Também os vereadores do Livre e do Bloco de Esquerda exigiram que as dúvidas quanto à legalidade da tomada de posse da vereadora Joana Oliveira Costa fossem sanadas, sugerindo a consulta de entidades externas independentes à autarquia. Perante a notícia do regresso de Diogo Moura, o presidente da CML disse que está “aberto a qualquer auditoria dentro da câmara”, apesar de ficar “sempre um pouco espantado”, associando as propostas da oposição para uma auditoria a interesses partidários.

“No fundo, temos aqui um ataque apenas na secretaria ao presidente da câmara”, expôs Carlos Moedas, considerando que o assunto é “algo sem importância” e que “já foi perfeitamente clarificado que a câmara sempre teve legal”.

O executivo da Câmara de Lisboa, que é composto por 17 membros, integra sete eleitos da coligação “Novos Tempos” (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança) – que são os únicos com pelouros atribuídos e que governam sem maioria absoluta -, três do PS, três do Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), dois do PCP, um do Livre e um do BE.

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Liga Portuguesa Contra o Cancro lança campanha de incentivo a deixar de fumar

  • + M
  • 3 Janeiro 2025

Assinada pela Famtone e produzida pela MP Produções, a campanha centra-se na mensagem de se ganhar tempo para as coisas boas da vida e na importância desta resolução de ano novo ser bem-sucedida.

A Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) lançou uma campanha de sensibilização antitabágica, incentivando os fumadores a deixarem de fumar enquanto resolução de ano novo.

O objetivo passa por “contribuir para combater o vício do tabaco, o principal fator de risco para contrair cancro do pulmão, e informar sobre o tipo de ajuda que a LPCC disponibiliza, nomeadamente consultas de cessação tabágica gratuitas”.

“Além do cancro do pulmão, o vício do tabaco encontra-se também relacionado com o desenvolvimento de outras três doenças crónicas: doença respiratória crónica, diabetes e doenças cerebrovasculares. É por isso muito importante, disponibilizarmos toda a ajuda possível para o combater”, refere Vítor Veloso, presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro, citado em comunicado.

O responsável alerta ainda para a incidência do cancro do pulmão, que conta com uma taxa de sobrevivência que varia entre 15% e 18%, cinco anos após o diagnóstico.

Com “Foi desta. Deixei de fumar e ganhei tempo para: as boas notícias, as novidades, os meus netos, os planos de sempre” enquanto assinatura, o spot centra-se na mensagem de ganhar tempo para as coisas boas da vida e na importância desta resolução de ano novo ser bem-sucedida.

Assinada pela Famtone e produzida pela MP Produções, a campanha marca presença em televisão, rádio e mupis. A mesma conta ainda com o apoio da Central Models, Indigo, Kool Dream, Paulo Design de Interiores e Rondinart.

Enquanto segunda parte da sua mais recente campanha de sensibilização antitabágica, este spot visa completar a mensagem inicial “Da boca para fora é fácil. Da boca para dentro é que são elas”.

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⛽ Preços dos combustíveis sobem na próxima semana até 2,5 cêntimos

O preço do gasóleo deverá subir, em média, 2,5 cêntimos, enquanto a gasolina deverá ficar mais cara 2 cêntimos por litro.

Os preços dos combustíveis vão aumentar na próxima semana, quer se trate de gasóleo ou gasolina, de acordo com fontes do setor citadas pelo Automóvel Club de Portugal (ACP).

Na previsão apresentada pelo ACP, o gasóleo, o combustível mais utilizado em Portugal, fica mais caro, em média, 2,5 cêntimos por litro na próxima segunda-feira. Este combustível terá um aumento superior ao da gasolina, cujo valor deve subir uma média de 2 cêntimos por cada litro.

Neste sentido, na hora e abastecer, o litro do gasóleo simples deverá custar 1,637 euros a partir de segunda-feira, enquanto o litro de gasolina simples 95 deverá marcar em média 1,745 euros. Estas previsões têm por base os dados dos preços médios dos combustíveis divulgados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG).

Estes valores já têm em conta os descontos aplicados pelas gasolineiras e a revisão das medidas fiscais temporárias para ajudar a mitigar o aumento dos preços dos combustíveis.

Existem mexidas na fiscalidade que estão a ser aplicadas desde o dia 1 de janeiro, mas o Governo garantiu que essas alterações não se traduziriam num aumento dos preços dos combustíveis, procurando antes um efeito de neutralidade. A estabilidade fiscal foi confirmada ao ECO por fonte do mercado.

Apesar de dia 1 de janeiro entrar em vigor uma nova taxa de carbono, que desce para 67,395 euros/tonelada de CO2, face aos 81 euros agora em vigor, as taxas de Imposto Sobre os Produtos Petrolíferos (ISP) são agravadas para 481,26 euros por mil litros de gasolina e de 337,21 euros no caso do gasóleo – até aqui, os automobilistas pagavam 460,36 euros de ISP por cada mil litros de gasolina e 323,54 euros por mil litros de diesel.

Os preços podem ainda sofrer alterações para ter em conta o fecho das cotações do petróleo Brent esta sexta-feira e o comportamento do mercado cambial. Mas também porque os preços finais resultam da média dos valores praticados por todas as gasolineiras. Além disso, os preços cobrados ao consumidor final podem variar consoante o posto de abastecimento.

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Quinta São José do Barrilário, um refúgio no Douro digno de um quadro de parede

Em Armamar, o cinco estrelas Douro Wine Hotel & Spa da Quinta São José do Barrilário convida à tranquilidade e reencontro com a natureza.

Estamos em pleno Douro Vinhateiro com uma paisagem de socalcos de vinhas serpenteada pelo rio. Para trás deixamos a Estrada Nacional 222, entre a Régua e o Pinhão, com um percurso por entre curvas para embarcamos numa viagem sensorial no luxuoso Douro Wine Hotel & Spa da Quinta São José do Barrilário, em Armamar.

Rendemo-nos ao silêncio de uma vista de cortar a respiração digna de uma pintura de parede, ao perfume do campo num retiro de excelência, à degustação dos vinhos e dos pratos tradicionais, com destaque para a maçã de Armamar que é rainha nesta região, juntamente com o vinho e o azeite.

À chegada somos abraçados por um edificado de arquitetura moderna, com assinatura do arquiteto Henrique Gouveia Pinto e pontuado com detalhes que aludem às tradições desta região vinhateira, onde até as camas dos quartos, com a recriação das formas de barris, nos remetem para o mundo vitivinícola.

Apreciamos as fachadas e a estrutura do edifício de granito, a madeira aplicada nas varandas e arcadas. Foi tudo pensado ao pormenor e nem o ferro faltou no reforço da estrutura existente e como elemento decorativo neste retiro em plena região demarcada do Douro, Património da Humanidade pela Unesco.

Ficamos instalados num dos 31 quartos, o nosso de dimensões generosas com uma varanda voltada para uma esplendorosa paisagem com o rio Douro a correr ao fundo e a montanha a perder-se no horizonte. Uma intensa neblina iria escondê-la na manhã seguinte mas, ainda assim, não perderia o encanto com esta espécie de cortina de algodão.

Este é o segundo cinco estrelas no Douro dos donos da Quinta da Pacheca (Lamego), a cerca de 11 quilómetros dali, considerado um ícone da marca no setor vitícola e do enoturismo, que agora empresta o nome à empresa-mãe – até aqui conhecida como Grupo Terras & Terroir.

O agora Pacheca Group deslumbra-nos com este retiro especial em Armamar: o Douro Wine Hotel & Spa da Quinta São José do Barrilário, cuja história nos remete para o ano de 1747. Ficamos a conhecer a pitoresca lenda que, anos antes, deu origem ao nome desta quinta quando um trabalhador terá caído dentro de um barril que rolou monte abaixo até ao rio. Quando parou finalmente, o funcionário agradeceu a São José, o santo padroeiro da capela — agora recuperada –, soltando a voz aliviada no final, ao escapar a uma tragédia: “Enquanto eu caía, só chamava pelo meu São José”.

Do relaxamento no Spa aos passeios nas vinhas

Começamos por explorar o interior da unidade hoteleira, onde o Terroir Vineyard Spa convida ao relaxamento e à recuperação de energia com uma panóplia de tratamentos em carta, sauna, banho turco, duches sensoriais e um circuito de águas.

Já no exterior, é da piscina infinita, bar e esplanada, que temos a melhor vista. O restaurante, com o talento do chefe Luís Guedes, onde viríamos a jantar, também não fica atrás. Há ainda uma casa senhorial que foi recuperada para acolher eventos.

Sugerem-nos um passeio de bicicleta elétrica em terra batida e uma caminhada pelas vinhas. Para finalizar, uma prova de vinhos a começar por um São José do Barrilário reserva branco de 2022 — castas Viosinho (70) e Gouveio (30%) — de cor citrina esverdeada com aroma de fruta fresca como alperce e citrinos, flor de laranjeira, intenso e elegante. Segue-se o vinho São José do Barrilário reserva tinto 2020 de castas Touriga Francesa (60%), Sousão (15%), Touriga Nacional (15%) e Tinta Roriz (10%). Com aroma intenso, fruta vermelha e preta (morango, ameixa, amora, cassis) envolta em notas de madeira delicada, este vinho apresenta notas de pimenta, e é intenso e fresco na boca.

Estes vinhos da “casa” acabariam, mais tarde, por harmonizar os pratos gastronómicos ao jantar com um peito de pato fumado — ou telha de linhaça na versão vegetariana — com húmus de grão-de-bico e espuma de matcha como entrada. O chef Luís Guedes busca as raízes desta região com o cabrito assado, o arroz caldoso de bacalhau e coentros, o frango do campo biológico com arroz de forno ou o rodovalho e trufa de Trás-os-Montes.

Regressamos, na manhã seguinte, à mesma sala do restaurante panorâmico para o pequeno-almoço. Temos à nossa espera um buffet, ovos à carta e muito mais iguarias enquanto nos rendemos à paisagem de fundo que temos à nossa frente, longe da azáfama citadina.

Douro Wine Hotel & Spa Quinta São José do Barrilário
R. de São Joaninho – Vacalar
5110-661 Armamar
Tel.: 254 103 328

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Nas mensagens de Natal e de Ano Novo, Montenegro e Marcelo falaram de países diferentes

  • Joana Abrantes Gomes
  • 3 Janeiro 2025

Na sua primeira mensagem de Natal, Luís Montenegro deu destaque às medidas implementadas desde que tomou posse em abril passado. O Presidente da República traçou o que ainda está por fazer.

Um discurso conjuntural e político versus um discurso estrutural e generalista. As habituais mensagens do primeiro-ministro e do Presidente da República no Natal e no Ano Novo, respetivamente, evidenciam diferenças: enquanto Luís Montenegro destacou os avanços alcançados em menos de um ano desde que tomou posse, particularmente em matéria fiscal e de valorização dos salários, Marcelo Rebelo de Sousa, em final de mandato, deu ênfase ao que ainda há por fazer, nomeadamente no que diz respeito ao combate à pobreza.

“Podemos dizer que descrevem dois países diferentes“, considera a politóloga Paula Espírito Santo, em declarações ao ECO, apontando que a retórica “voltada para as etapas concluídas” na primeira mensagem de Natal de Luís Montenegro como líder do Governo contrasta com a repetição por dez vezes da expressão “precisamos de/que” no penúltimo discurso de Marcelo no Ano Novo.

Montenegro caracterizou 2024 como um ano “de viragem e de mudança”, após quase uma década de governação socialista, e passou em revista várias das medidas implementadas ao longo dos primeiros nove meses como chefe do Executivo: desde o alargamento da isenção no IRS e a criação de uma garantia pública no crédito à habitação para jovens, à atualização das pensões e ao aumento do complemento solidário para idosos, além do acordo tripartido com os parceiros sociais.

A mensagem do primeiro-ministro é muito baseada em avanços do ponto de vista dos grandes temas que tinha no programa [de Governo], mas que são avanços que acabam por ser mais conjunturais e menos estruturais. Ou seja, há metas que se vão atingindo, mas que estão muito distantes do horizonte mais consolidado no plano da igualdade social e do desenvolvimento económico“, argumenta Paula Espírito Santo, notando ainda que os passos referidos por Luís Montenegro são, em parte, uma “continuidade” da política do Executivo anterior.

Enquanto o líder do Governo se dirigiu aos portugueses exaltando a resolução “sem truques” e com “rigor orçamental” de “questões mais urgentes”, o Presidente da República, por seu lado, pôs a tónica num “problema estrutural” que a democracia portuguesa, no ano em que celebrou o seu 50.º aniversário, “não conseguiu resolver”: a pobreza em que se encontram cerca de dois milhões de pessoas no país.

Evocando o cinquentenário do 25 de Abril – “é olhar para o futuro, não é repetir o passado” –, Marcelo discorreu sobre a sua “visão ambiciosa” no plano nacional, quando falta pouco mais de um ano para as eleições que vão decidir o seu sucessor no Palácio de Belém, sublinha ao ECO a também professora do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa (ISCSP-UL).

Na mensagem transmitida na noite de 1 de janeiro, o Chefe de Estado delineou que, além de “menos pobreza”, Portugal precisa de “mais igualdade social e territorial”; “ainda mais educação, melhor saúde e melhor habitação”; “qualificar mais os recursos humanos, inovar mais, competir com mais produtividade, continuar a antecipar no domínio da energia limpa, no domínio do digital, na tecnologia de ponta”.

A mensagem do primeiro-ministro é muito baseada em avanços do ponto de vista dos grandes temas que tinha no programa [de Governo], mas que são avanços que acabam por ser mais conjunturais e menos estruturais (…), enquanto o Presidente da República tem uma visão estrutural dos problemas de fundo da sociedade, acentuando, por exemplo, a desigualdade e a pobreza.

Paula Espírito Santo

Professora no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa (ISCSP-UL)

Ao “não falar tanto do que já temos”, mas antes do que “ainda está por desenvolver”, Paula Espírito Santo considera que o discurso de “não conformismo” de Marcelo Rebelo de Sousa está relacionado com a forma como o próprio “encara a vida e a política”. “É alguém para quem, no fundo, as suas missões nunca estão terminadas, estão sempre em evolução”, reforça.

Contudo, no entender do cientista político António Costa Pinto, o país descrito nas mensagens do primeiro-ministro e do Presidente da República “é exatamente o mesmo”, apenas “falam de locais institucionais diferentes”: Luís Montenegro, que lidera um Executivo minoritário com apenas nove meses de vida e que viu o seu primeiro Orçamento aprovado, “fez sobretudo um discurso político, de defesa do seu Governo” — o que considera ser “relativamente natural” –, enquanto o de Marcelo foi “mais generalista”.

Para o investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-UL), o discurso do Chefe de Estado foi “consensual”, tanto do ponto de vista da política europeia, como do ponto de vista dos desafios institucionais, e remete para uma “posição estratégica que se encontra entre o PSD e o PS, mas que é, simultaneamente, a posição que sempre teve Marcelo Rebelo de Sousa“.

Do ponto de vista financeiro, a mensagem de Marcelo foi igualmente acentuada no futuro, mas mais na ótica da consolidação das contas públicas e de que os 16 mil milhões do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que o país terá para gastar nos próximos dois anos “sejam mesmo usados”.

Este “recado” do Presidente da República acerca do PRR é, segundo António Costa Pinto, a única parte do seu discurso que diz respeito a políticas concretas, ou seja, de algo que o Governo pode concretizar no imediato, contrariamente aos objetivos da erradicação da pobreza ou de pôr Portugal a crescer acima da média europeia.

O PRR “é um desafio que foi importante para o [anterior] Governo do PS e que é dramático para o [atual] Governo do PSD/CDS”, realça o também professor catedrático no ISCTE, assinalando que, “à medida que se encontra próximo do fim, parece ser mais desesperante” para Marcelo “a inoperância em utilizá-lo“.

O país é exatamente o mesmo, mas o primeiro-ministro e o Presidente da República falam de locais institucionais diferentes.

António Costa Pinto

Cientista político e professor catedrático no ISCTE

O cientista político ressalva, porém, que analisar esta mensagem do Chefe de Estado “não tem grande significado”, tendo em conta que Marcelo “pulverizou os locais da sua mensagem política”, de “caráter quase constante e quotidiano”, enquanto os seus antecessores — como, por exemplo, Cavaco Silva — desenvolviam os seus discursos políticos apenas “nos lugares e nos períodos rituais” da Presidência da República, tais como nas cerimónias do 25 de Abril ou na mensagem de Ano Novo.

As diferenças para com a mensagem de Natal do primeiro-ministro ficaram também evidentes na breve referência do Presidente da República às eleições autárquicas, que deverão ocorrer na segunda metade do ano e que não receberam qualquer menção por parte de Luís Montenegro. Quando diz que, “como sempre, em 2025, o povo será o juiz supremo da nossa resposta perante tantos desafios”, Marcelo “convoca todos” na sua “aspiração por uma sociedade e um Estado melhor”, diz ainda Paula Espírito Santo.

Assim, a “mensagem conjuntural” do primeiro-ministro no Natal “identificou passos importantes que foram dados, mas que não foram suficientes para se concretizar o crescimento que Portugal deve ter para consolidar a sua democracia”, o que o Presidente da República contrapôs, na sua oitava e penúltima mensagem de Ano Novo, com uma visão “de reforma do próprio sistema”, apostando em “causas como a renovação da democracia e o rejuvenescimento da população”.

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Adolfo Mesquita Nunes no Conselho Consultivo para a Digitalização na Administração Pública

O sócio da Pérez-Llorca foi designado pelo Governo português para integrar o Conselho responsável pela coordenação da Estratégia Digital Nacional na Administração Pública.

Adolfo Mesquita Nunes, sócio da área de Direito Público e Regulatório da Pérez-Llorca e ex-secretário de Estado do Turismo, foi designado como membro do Conselho Consultivo para a Digitalização na Administração Pública (CDAP).

O Conselho Consultivo para a Digitalização na Administração Pública, criado no âmbito da Reforma da Administração Pública liderada pelo XXIV Governo Constitucional, tem como missão partilhar orientações relativas às principais tendências, desafios e oportunidades a endereçar ao nível da transição digital, da modernização administrativa e das tecnologias emergentes, contribuindo com a partilha de boas práticas internacionais e pronunciar-se sobre os objetivos, as prioridades e os desafios na implementação da Estratégia Digital Nacional e dos planos de ação para a digitalização e modernização da Administração Pública, incluindo os planos setoriais. Este esforço está alinhado com os objetivos da Década Digital Europeia e com as metas do Plano de Recuperação e Resiliência, visando transformar os serviços públicos em processos mais simples, eficientes e centrados nas necessidades dos cidadãos e das empresas.

O CDAP é composto por cinco especialistas independentes, reconhecidos pelo seu prestígio nas áreas da modernização administrativa e das tecnologias digitais. Além de Adolfo Mesquita Nunes, o Conselho é integrado por: Delfina Soares, Filipe Manuel Simões dos Santos, Luís Alfredo Martins do Amaral e Luísa Ribeiro Lopes.

Enquanto sócio da Pérez-Llorca, Adolfo Mesquita Nunes tem liderado as áreas de prática relativas às tecnologias emergentes, em particular assessorando entidades públicas e privadas nas suas estratégias éticas e legais de conformidade da utilização e desenvolvimento de IA. Para Adolfo Mesquita Nunes, a possibilidade de participar deste Conselho “representa uma oportunidade única para sensibilizar o Estado e as entidades públicas para os riscos e oportunidades na utilização de IA, e para a necessidade de serem definidas regras, e eventualmente revistos os enquadramentos regulatórios, para que essa utilização seja feita da melhor forma”.

Com mais de 20 anos de experiência, Adolfo Mesquita Nunes é especialista em políticas públicas, contratação pública e contencioso administrativo, com vasta experiência em contratação pública e na representação de várias autoridades públicas e entidades privadas em litígios administrativos. Nos últimos anos, tem-se dedicado ao estudo da inteligência artificial, em particular à sua regulamentação e aos desafios que esta tecnologia coloca às empresas e à sociedade.

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