Desafio Global vence três prémios no BEA World com evento para a Deloitte

  • + M
  • 2 Dezembro 2024

Em shortlist estavam também eventos das agências Multilem Worldwide, GR8 Events e UPPartner 27Names. A Desafio Global tinha ainda outro trabalho em shortlist, também para a Deloitte.

A Desafio Global conquistou três prémios no BEA World – The International Festival of Events and Live Communication, com o evento Deloitte IRGA Awards 2024. Foi a única agência portuguesa premiada.

As distinções conquistadas na 19ª edição do BEA World foram a de ouro na categoria “B2B” e prata na categoria de “Uso de Inteligência Artificial” e de “prémio do público”.

“Ser a única agência portuguesa premiada no BEA World é um testemunho do talento e da visão da nossa equipa. Temos um enorme orgulho em representar Portugal a nível global, mostrando que é possível unir tecnologia e emoção para criar experiências que impactam pessoas em todo o mundo. Estes prémios não são apenas um reconhecimento do nosso trabalho, mas uma celebração do potencial da criatividade portuguesa no panorama mundial dos eventos“, diz Pedro Rodrigues, diretor geral da Desafio Global, citado em comunicado.

Tendo como tema “Upscaling Human Strength”, o evento premiado decorreu no Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, e “apresentou uma abordagem inovadora ao integrar a inteligência artificial com uma forte componente emocional”. O objetivo passou por “criar uma simbiose perfeita entre tecnologia e emoção, resultando num dos projetos mais desafiantes e impactantes da Desafio Global”, explica-se em nota de imprensa.

Em shortlist, por Portugal, estavam também nomeadas as agências Multilem Worldwide (com o o evento Google Cloud Day 2024 na categoria de “Congress/Conference”), GR8 Events (com o evento VIII Caixa Fora da Caixa Annual Meeting, na categoria “Convention”), e UPPartner 27Names (com o evento NEO – Taste the future, para a Nescafé Dolce Gusto, nas categorias “Press & PR Event” e “Product/Service Launch”).

A Desafio Global tinha ainda outro trabalho em shortlist, também para a Deloitte. O evento “Deloitte-All Aboard For The Christmas Spirit” estava nomeado para a categoria “B2I Event”.

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Barnier quer adotar lei da segurança social sem votação mas arrisca queda do Governo

  • Lusa
  • 2 Dezembro 2024

Se a esquerda e a União Nacional, o maior grupo da Assembleia, juntarem os votos, o governo francês cairá pela primeira vez desde a queda do Governo de Georges Pompidou em 1962.

O primeiro-ministro francês quer responsabilizar o Governo pelo financiamento da Segurança Social, adotando o projeto de lei com base num artigo da Constituição que permite que não seja votado, mas que expõe o executivo a uma moção de censura. A esquerda unida na Nova Frente Popular prometeu apresentar uma moção de censura ao Governo, à qual a União Nacional (extrema-direita) indicou querer aderir, o que pode levar à queda do governo minoritário de centro-direita.

Se a esquerda e a União Nacional, o maior grupo da Assembleia, juntarem os votos, o governo francês cairá pela primeira vez desde a queda do Governo de Georges Pompidou em 1962. O Governo de Barnier tornar-se-ia então o mais curto da história da Quinta República.

A Assembleia Nacional vai votar a leitura final do orçamento da Segurança Social, resultado de um compromisso entre uma comissão de senadores e deputados. Na ausência de uma maioria, o Governo deverá anunciar o recurso ao artigo 49.3 da Constituição, numa tentativa de aprovar o texto sem votação.

A França, fortemente endividada, pode entrar assim na maior crise política nos últimos 60 anos. Se conseguir ultrapassar esta ameaça de moção de censura, Michel Barnier, o antigo negociador do ‘Brexit’ para a União Europeia, completará 100 dias da sua tomada de posse do Governo francês no dia 13 de dezembro.

O orçamento, composto por dois projetos de lei (da Segurança Social e do Estado) tem de ser adotado até ao final do ano, incluindo 40 mil milhões de euros em cortes e 20 mil milhões de euros em aumentos de impostos para reduzir o défice do país para 05% do produto interno bruto (PIB), contra 05,5% em 2023 e 06,1% em 2024.

A Comissão Europeia receia que, se não forem tomadas medidas como Barnier propôs, a dívida e o défice da segunda maior economia da Europa continuem a aumentar nos próximos anos, com sanções associadas ao incumprimento dos objetivos.

Caso Barnier use o artigo 49.3 na votação do orçamento da segurança social, os deputados franceses terão 48 horas para apresentar uma moção de censura, que uma vez apresentada deve ser votada no prazo de três dias.

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Consumo de eletricidade diminui 1,8% em novembro e produção renovável cai quase 25%

  • Lusa
  • 2 Dezembro 2024

A produção de eletricidade por fontes não renováveis teve um aumento de 4,8%, destacou a Adene.

O consumo de eletricidade diminuiu 1,8%, em novembro, face ao mesmo mês de 2023, e a produção renovável caiu 24,7%, devido à queda de 53,9% da hídrica, divulgou esta segunda-feira a Adene – Agência para a Energia. No mês em análise, a produção de eletricidade por fontes não renováveis teve um aumento de 4,8%, destacou a Adene, em comunicado.

As energias renováveis abasteceram 67,7% do consumo de eletricidade, enquanto as não renováveis 13,7% e o saldo importador foi de 18,6%.

Segundo dados da REN – Redes Energéticas Nacionais, citados na mesma nota, a produção renovável teve a seguinte repartição: eólica 33,7%, hídrica 22,6%, solar fotovoltaico 6,1% e a biomassa 5,2%.

Em novembro, os aumentos de 35% da produção solar fotovoltaica, de 12,5% da biomassa e de 6,4% da eólica não foram suficientes para compensar a forte quebra na produção hídrica (-53,9%), fazendo com que a produção total de eletricidade a partir de fontes renováveis tenha diminuído em cerca de 24,7%, em termos homólogos.

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Investigação a casa de Montenegro arquivada pelo DIAP do Porto

Ministério Público conclui que não há indícios de que a relação entre a autarquia de Espinho e o atual primeiro-ministro tem suporte ilegal e que não houve interferências.

O Ministério Público arquivou o inquérito relativo a alegadas ilegalidades na atribuição de benefícios fiscais a Luís Montenegro, processo de licenciamento da sua moradia, em Espinho, segundo comunicado da PGR.

“Realizadas as necessárias diligências de investigação, o Ministério Público ponderou o resultado da prova obtida à luz do quadro legal vigente à data dos factos e da jurisprudência que sobre ele se pronunciou, considerando que a intervenção efetuada enquadra uma reabilitação de edifício localizada em área de reabilitação e que, em consequência, os benefícios fiscais atribuídos ao particular tiveram suporte no reconhecimento administrativo dessa condição de beneficiário”, segundo o comunicado.

“O Ministério Público concluiu, assim, a partir da prova indiciária recolhida: (i) não haver indícios de que a relação administrativa que se estabeleceu entre a administração municipal e o particular em causa tenha excedido o estrito quadro decisório de base técnico-jurídica que a deve pautar; (ii) que têm suporte legal os requerimentos e decisões proferidas, sendo estas fundamentadas; (iii) e que não há qualquer confirmação indiciária de interferências ilícitas no processo de decisão”, concluiu.

A investigação começou devido a uma denúncia anónima em que dizia que o presidente do PSD, Luís Montenegro, terá assinado uma declaração falsa sobre a reabilitação da sua casa de Espinho para beneficiar do IVA reduzido nas obras e da isenção de IMI.

O presidente do PSD, Luis Montenegro, à chegada ao encerramento do 42.º Congresso Nacional do PSD realizado em Braga, 20 de outubro de 2024. HUGO DELGADO/LUSA

Montenegro comprou o prédio, dos anos 30 do século XX, em 2014, que foi demolido integralmente para construir uma nova casa com seis pisos e vista para o mar. Para beneficiar do IVA reduzido e isenção de IMI, a obra teria de ser reconhecida como sendo de reabilitação urbana, segundo a mesma estação televisiva.

Assim, em outubro de 2020, Montenegro requereu ao então presidente da Câmara de Espinho, Joaquim Pinto Moreira, também do PSD, para classificar a obra como sendo de reabilitação urbana. Porém, o projeto que deu entrada na autarquia, em 2016, mostra que o prédio era para ser integralmente demolido e não reabilitado.

 

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Governo recusa alterar lei para forçar contratos de trabalho a estafetas

Em Espanha, a Glovo lançou um novo modelo para integrar os colaboradores. Mas, em Portugal, o ministério do Trabalho vai continuar a guiar-se pelas decisões judiciais, sem definir uma regra.

A ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho, recusa alterações à lei que regula a atividade dos estafetas das plataformas digitais para estabelecer uma regra que reconheça um vínculo entre os trabalhadores e as próprias plataformas. Em Espanha, a Glovo lançou um novo modelo que vai permitir operações através de uma frota de estafetas contratados e aplicado nas mais de 900 cidades em que a plataforma opera no país.

“Essa matéria tem sido tratada pelos tribunais de forma que ainda não dá para avaliar. A grande maioria das decisões vão no sentido do não reconhecimento do contrato de trabalho e vamos seguir as decisões dos tribunais”, respondeu, a partir de Bruxelas, à margem do Conselho da União Europeia, quando questionada sobre obrigar as plataformas a fazerem o que fez a Glovo no país vizinho.

Em pouco mais de um ano, os tribunais portugueses recusaram reconhecer contratos de trabalho entre 66 estafetas e as plataformas digitais. Ainda assim, 29 estafetas viram reconhecido um vínculo de trabalho, com base na lei que entrou em vigor em maio do ano passado, segundo um balanço realizado em outubro pela inspetora-geral da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), Maria Fernanda Campos, numa audição no Parlamento.

Na base destas decisões judiciais está a lei que veio alterar o Código do Trabalho em maio do ano passado, abrindo a porta a que os estafetas sejam considerados trabalhadores (dependentes) das plataformas, desde que haja indícios de subordinação, como a organização do tempo de trabalho e a estipulação das remunerações.

De acordo com essa norma, a ACT lançou uma ação inspetiva (sobretudo entre junho e dezembro do ano passado, precisou a inspetora-geral esta terça-feira), que envolveu 403 inspetores do trabalho, e mais de três mil horas de formação. Nessas ações, a ACT identificou um total de 2.798 estafetas, sendo que a maioria eram estrangeiros oriundos de países terceiros à União Europeia.

A lei dita que a ACT tinha não só de fazer uma “uma campanha extraordinária e específica de fiscalização” do trabalho nas plataformas entre maio de 2023 e maio de 2024, como elaborar um relatório a ser entregue à Assembleia da República.

Esta segunda-feira, a Glovo anunciou em Espanha que irá lançar um novo modelo para integrar os seus estafetas, numa altura em que o seu CEO, Oscar Pierre, está a ser investigado num processo criminal por delito contra os direitos dos trabalhadores, segundo o El País.

Governo avalia se o bónus é “acomodável” com o aumento extraordinário das pensões

Na mesma ocasião, a ministra falou sobre as pensões. Em relação ao aumento extraordinário em 1,25 pontos percentuais acima da atualização regular anual, Maria do Rosário Palma Ramalho reconheceu que “o Governo terá de acomodar no conjunto os dois aumentos: a atualização que já íamos fazer em cumprimento da lei e esse aumento”. “Vamos ter que acomodar tal qual como foi estabelecido pela Assembleia da República”, frisou.

À revelia dos partidos (PSD e CDS) que suportam o Executivo da Aliança Democrática (AD), o PS, com a ajuda do Chega, conseguiu aprovar no Orçamento do Estado para 2025 uma subida suplementar a estrutural em 1,25 pontos das reformas até cerca de 1.565 euros.

Pelas contas da ministra, os dois aumentos representam uma fatura que “ultrapassa os mil milhões de euros”. Em bom rigor, devem corresponder a 1,87 mil milhões de euros: o relatório do OE2025 indica que a atualização regular anual vai custar 1,6 mil milhões a que se deve somar o aumento suplementar do PS, que terá um impacto de cerca de 274 milhões de euros, segundo as contas da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO).

Quanto ao bónus único entre 100 e 200 euros que o Governo pretendia repetir este ano e cujo compromisso PSD e CDS inscreveram no OE2025, caso haja margem orçamental, a governante não deu garantias.

“O pagamento desse suplemento único depende em exclusivo da execução orçamental. E terá de ser avaliado na altura própria se, com este aumento extraordinário mais estrutural que foi agora aprovado, como será acomodável“, justificou.

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Lusa corta acesso ao DN após dívidas. Global Media acusa agência de boicote

  • Lusa
  • 2 Dezembro 2024

A Global Media acusou a Lusa de boicote por ter cortado o serviço noticioso ao DN, enquanto para o presidente da Lusa foi "uma decisão de gestão" após vários meses de dívida.

A Global Media acusou esta segunda-feira a agência Lusa de boicote por ter cortado o serviço noticioso ao DN, enquanto para o presidente da Lusa foi “uma decisão de gestão” após vários meses de dívida.

Em comunicado, a Global Media informou que, “na última sexta-feira, pelas 17h30, o acesso do Diário de Notícias aos serviços informativos da agência Lusa foi unilateralmente bloqueado pela administração da mesma”, considerando esta decisão um “ataque à informação livre e ao jornalismo produzido pela equipa editorial do Diário de Notícias“.

O presidente do Conselho de Administração da Lusa, Joaquim Carreira, afirmou que esta foi uma decisão de gestão após vários meses de dívida e em que a Global Media não respondeu devidamente aos contactos feitos pela Lusa no sentido de encontrar uma solução.

“Não existe boicote, foi uma decisão de gestão dado o incumprimento contratual e a ausência de resposta, face aos vários pedidos de reunião e recuperação da dívida que tínhamos feito”, afirmou Joaquim Carreira à Lusa.

Por seu lado, no comunicado, a dona do Diário de Notícias indica vários dados financeiros, que considera necessários “em nome da transparência e para dar contexto à situação atual”.

Refere que o Grupo Global Media comprou 23,36% do capital da Lusa em 2013 por 1,426 milhões de euros e que vendeu a mesma percentagem este ano por 1,276 milhões de euros. Quanto à dívida, revela que a dívida acumulada era em janeiro de 2024 (na vigência da anterior administração da Global Media) de 905 mil euros e que então “em nenhum momento foi o serviço suspenso ou sequer posto em causa”.

A Global Media diz ainda que renegociou o contrato com a Lusa em setembro e que então foram alterados os prazos de pagamento de 90 para 30 dias e que estão “estão neste momento em dívida três meses de atividade (num total de 27.297 euros), a ser pago no decorrer das normais operações contabilísticas em função do acerto dos prazos”.

Segundo o grupo de comunicação social, “outros títulos terão dívidas correntes à agência Lusa, mas só o DN foi boicotado”, o que considera um “claro ataque à informação livre e incómoda que o título continua a produzir, graças à excelente equipa de jornalistas que possui”.

No final, o grupo volta a considerar que “sofrer este ataque ao fim da tarde de uma sexta-feira, numa altura em que a equipa acionista e a administração estão empenhadas em salvar o título histórico que se presta a cumprir 160 anos de vida, é revelador sobre a forma como a informação livre é vista neste país”.

Segundo o presidente do Conselho de Administração da Lusa, com o negócio em que o Estado adquiriu as participações da Global Media e da Páginas Civilizadas na Lusa (por 2,49 milhões de euros, em final de julho) a dívida anteriormente acumulada pelo grupo Global Media ficou limpa.

O que se passou entretanto, explicou, é que “não foi paga nenhuma fatura desde agosto”. “O que se passa é que não foi paga nenhuma fatura desde agosto. Agosto, setembro e outubro estão vencidas. O que veio a prejudicar ainda mais a situação é que tentámos várias vezes o contacto com a administração, chamando a atenção para o agravamento da situação, e não tem havido feedback, disse.

Sobre outros títulos que também têm dívidas à Lusa, e que não têm serviço cortado, Joaquim Carreira disse que “a grande diferença é que os outros títulos têm valores em dívida mas pagaram alguma coisa”. “O que está em causa é uma situação extrema de uma empresa que não fez qualquer liquidação de faturas”, vincou.

Já quanto ao facto de a Lusa não ter cortado o serviço à Global Media quando a dívida acumulada era superior (905 mil euros em janeiro de 2024, segundo o comunicado da Global Media), o gestor disse que então foi equacionada essa possibilidade, mas não foi tomada a decisão porque estava em cima da mesa o negócio de o Estado comprar as participações da Global Media e da Páginas Civilizadas na Lusa e tal decisão podia ser um obstáculo.

“Não houve suspensão, porque havia um negócio de maior importância que estava para ser realizado”, disse.

O Estado português detém atualmente 95,86% do capital da Lusa, depois de, em 31 de julho, ter comprado os 45,71% da participação da Global Media e da Páginas Civilizadas na agência de notícias.

Em novembro, no Parlamento, o ministro dos Assuntos Parlamentares disse que o Governo já fez uma proposta para adquirir o restante do capital social da Lusa que ainda não detém, por um valor correspondente à avaliação da agência no âmbito das outras aquisições, e que está a aguardar.

“O Estado não está disponível para regatear ou negociar, é um valor que foi encontrado e daí não sairemos”, afirmou Pedro Duarte. O ministro já tinha apontado, no início de outubro, o desejo do Governo de “clarificar a estrutura acionista [da Lusa]”.

Os acionistas minoritários da Lusa não a NP – Notícias de Portugal (2,72%), o Público (1,38%), a RTP (0,03%) e a Empresa do Diário do Minho, Lda., cada um 0,01%.

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Câmara do Porto aprova regulamento do Alojamento Local. Entra em vigor este mês

Vereador da Economia fala em "vitória de um regulamento feito com ampla discussão, baseado em estudos científicos independentes".

A câmara do Porto aprovou por maioria, na reunião do Executivo nesta segunda-feira, o regulamento de Alojamento Local (AL), voltando, assim, a entrar em funcionamento o anterior documento, que esteve em vigor entre maio e novembro de 2023 que diferencia áreas de crescimento sustentável e zonas de contenção mediante a “pressão” de cada freguesia. “Esperemos que antes do Natal tenhamos o regulamento em vigor na cidade do Porto“, afirmou o vereador da Economia, Ricardo Valente, no final da reunião.

“Tínhamos a proposta de revogar a revogação do AL que nós deliberámos em novembro, fruto do pacote Mais Habitação e, portanto, é de saudar que tenhamos tido uma votação praticamente unânime”, assinalou o vereador, destacando os 12 votos a favor e apenas uma abstenção. “O que é demonstrativo do consenso na cidade relativamente ao regulamento que temos em cima da mesa, um regulamento que é equilibrado e que considera toda a cidade como passível de ser gerida pelo município.”

Já horas antes, Ricardo Valente anunciava a medida na sua conta na rede social Linkedin: “Acabei de aprovar o Regulamento de AL da cidade do Porto, repristinando o Regulamento anterior com exceção de algumas normas”. O autarca considerava ainda tratar-se de uma “vitória de um regulamento feito com ampla discussão, baseado em estudos científicos independentes e assente num princípio de regulação equilibrada e proporcional e por isso sem qualquer voto contra agora na votação em Executivo”.

Há cerca de um ano, o regulamento, que estava em vigor desde maio, e determinava áreas de contenção, foi suspenso, na sequência da entrada em vigor de medidas restritivas ao AL promovidas pelo anterior Governo, no âmbito do programa Mais Habitação. A este propósito, o vereador disse: “Nós somos o primeiro município em Portugal a criar as zonas de crescimento sustentável. Fomos precursores”.

O regulamento do AL diferenciava áreas de crescimento sustentável e zonas de contenção mediante a “pressão” de cada freguesia. Entre as “áreas de contenção” estão as freguesias da Vitória, São Nicolau, Sé, Santo Ildefonso e Miragaia por apresentarem um rácio de pressão igual ou superior a 15%. Já as áreas de crescimento sustentável são Aldoar, Bonfim, Campanhã, Foz do Douro, Lordelo do Ouro, Massarelos, Paranhos, Nevogilde, Ramalde e Cedofeita.

Ricardo Valente referiu ainda que durante os sete meses em que o regulamento esteve em vigor, “o mercado já tinha estabilizado, ou seja, teve o efeito que se esperava do ponto de vista do que era conter o crescimento, sobretudo nas zonas que estavam definidas como áreas de contenção”.

Um regulamento que é equilibrado e que considera toda a cidade como passível de ser gerida pelo município.

Ricardo Valente

Vereador das Atividades Económicas, Finanças e Fiscalização da Câmara Municipal do Porto

Com o decreto-lei 76/2024, de 23 de outubro, são repostas as competências reguladoras das câmaras nos seus territórios. “Esteve bem este Governo em alterar o enquadramento legal, trazendo para a esfera municipal as competências de gestão desta atividade económica no território”, sublinhou Ricardo Valente na mesma rede social.

Dei nota de que não podemos tornar o Alojamento Local o fator da crise de habitação no país, devendo os decisores políticos olhar para o colapso da oferta de habitação no país, para a penalização fiscal absurda provocada pelo Iva a 23% e para os fenómenos de imigração que pressionam de forma clara a procura de habitação”, assinalou ainda o vereador na página do Linkedin.

O regulamento, que foi esta segunda-feira aprovado, mantém algumas normas revogadas, sobretudo por já estarem incluídas na lei, como é o caso da questão da transmissibilidade ou do período objeto de contrato de arrendamento, da análise dos pedidos de instalação do Alojamento Local e da plataforma de entrada de pedidos e de tramitação.

Este regulamento, que ainda vai a deliberação da Assembleia da República a 9 de dezembro, será revisto de dois em dois anos.

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Adclick Group anuncia Bruno Salomão como novo CEO

  • + M
  • 2 Dezembro 2024

Chief growth officer do Adclick Group desde janeiro deste ano, Bruno Salomão é agora o novo CEO do grupo. Substitui Nuno Soares, que desempenhava o cargo desde 2020.

Bruno Salomão é o novo CEO do Adclick Group, substituindo Nuno Soares, que ocupava a posição desde 2020.

“Assumir a liderança da Adclick Group é uma honra e uma oportunidade de dar continuidade a um legado extraordinário. Acredito profundamente na força da nossa equipa e na nossa capacidade de entregar soluções que transformam negócios e geram valor para os nossos clientes e parceiros. O que é feito nesta casa é muito bem feito, tal como comprovam as relações de confiança e a longevidade das parcerias que temos vindo a construir ao longo dos anos”, diz Bruno Salomão, citado em comunicado.

Tendo passado por esta organização em 2016 e 2018 e regressado no início de 2024, após a venda da Inphluent à holding Impacting Group, proprietária do Adclick Group, sinto-me ainda mais motivado e confiante para enfrentar os desafios e oportunidades que nos aguardam. Este percurso e a ligação às pessoas e ao grupo dão-me o estímulo e a responsabilidade necessários para liderar com paixão e uma visão estratégica focada no futuro”, acrescenta.

Bruno Salomão iniciou a sua carreira em Madrid, na área de marketing da Bosch e passou depois, ao longo do seu percurso, por outras marcas internacionais, como a E-goi, KFC ou Impacting Group, já em Portugal.

Entrou no mundo das agências em 2018, tendo desempenhado o cargo de country manager do mercado português e, posteriormente, head of strategy & business em França, Reino Unido, Itália e EUA da SocialPubli. Em 2022, fundou a Inphluent. Era chief growth officer do Adclick Group desde janeiro deste ano.

Agora, a nomeação de Bruno Salomão para CEO “reflete o compromisso do grupo em reforçar a sua posição como agência de referência especializada em criação de conteúdo, performance e marketing de influência, especialmente após a fusão entre a Adclick, a Inphluent e a Wace, dando origem ao Adclick Group em junho deste ano”, refere-se em nota de imprensa.

A nova direção “está agora focada em garantir que todas as decisões e ações vão ao encontro da missão e da visão estratégica da empresa, alinhando tendências como sustentabilidade e diversidade. Ao nível da inovação e da transformação, procura também orientar o grupo na adaptação a mudanças tecnológicas e de mercado, bem como promover uma cultura de criatividade e melhoria contínua”, lê-se na mesma informação.

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Guterres descreve situação em Gaza como “terrível e apocalíptica”

  • Lusa
  • 2 Dezembro 2024

"A catástrofe em Gaza é nada menos do que um colapso total da nossa humanidade comum. O pesadelo tem de acabar. Não podemos continuar a olhar para o outro lado”, disse o secretário-geral da ONU.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, classificou esta segunda-feira a situação em Gaza como “terrível e apocalíptica”, durante uma conferência no Cairo para acelerar a ajuda humanitária ao território palestiniano mergulhado em guerra há 13 meses.

A catástrofe em Gaza é nada menos do que um colapso total da nossa humanidade comum. O pesadelo tem de acabar. Não podemos continuar a olhar para o outro lado. É tempo de agir“, afirmou, num discurso lido pela secretária-geral adjunta, Amina Mohammed.

A Faixa de Gaza, onde a guerra entre Israel e o Hamas dura há mais de um ano, tem agora “o maior número de crianças amputadas per capita do mundo”, sublinhou.

“Muitos perdem membros e são submetidos a operações cirúrgicas sem sequer anestesia. O que estamos a testemunhar pode muito bem ser um dos crimes internacionais mais graves” do momento, disse António Guterres no discurso lido.

O secretário-geral da ONU instou, por isso, a comunidade internacional a “lançar as bases para uma paz duradoura em Gaza e em todo o Médio Oriente”.

Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, mais de 44 mil pessoas foram mortas em quase 14 meses de guerra entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas, destacando o custo devastador do conflito e a necessidade urgente de ação internacional.

“A subnutrição é endémica… A fome é iminente. E o sistema de saúde entrou em colapso”, alertou.

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“Aumentar oferta de terrenos de construção vai baixar preços” das casas, acredita ministro Castro Almeida

"Se um promotor fizer um prédio com dez apartamentos, sete têm de ser obrigatoriamente vendidos a preços moderados. Restantes três podem ser vendidos a preços de mercado", calcula ao ECO o ministro.

O Governo criou um regime especial de reclassificação para solo urbano para que as câmaras possam atribuir mais áreas à construção de habitações públicas ou de valor moderado. Pelo menos 70% das casas construídas deverão ser vendidas a “preços moderados” para permitir o acesso à classe média. Este valor é calculado com base no valor mediano de vendas do último semestre de casas novas, que corresponde a 1.661 euros/m2, a nível nacional, ou 125% da mediana do respetivo concelho, avançou o Jornal Económico na sexta-feira e o Jornal de Negócios esta segunda-feira.

Nos concelhos mais caros é estabelecido um valor máximo, correspondente a 225% da mediana nacional, ou seja, 3.737 euros. E mesmo que a mediana do concelho seja superior, este é o teto definido. Em Lisboa e Cascais, as únicas câmaras que têm valores superiores a este segundo limite — de 4.203 e 4.023 euros, respetivamente –, terão de vender as casas dentro deste limite de 225%.

Esta lei aprovada ontem em Conselho de Ministros “é feita para aumentar a oferta de terrenos de construção, o que irá baixar os preços”, salientou ao ECO o ministro Adjunto e da Coesão Territorial, precisando que, pelo menos, 70% das casas construídas terão de ser vendidas a preços moderados. “Se um promotor fizer um prédio com dez apartamentos, sete têm de ser obrigatoriamente vendido a preços moderados, e os restantes três podem ser vendidos ou arrendados a preço de mercado”, explicou Manuel Castro Almeida.

Se um promotor fizer um prédio com dez apartamentos, sete têm de ser obrigatoriamente vendido a preços moderados, e os restantes três podem ser vendidos ou arrendados a preço de mercado.

Castro Almeida

Ministro Adjunto e da Coesão

A opção de não introduzir limites ao preço das rendas deve-se ao facto de os arrendatários poderem recorrer aos mecanismos de apoio existentes, acrescentou o responsável. O apoio é dado quando a taxa de esforço para pagamento da renda pelo agregado familiar é igual ou superior a 35% e o rendimento anual não pode ser superior a 39.791 euros, o que corresponde ao limite máximo do sexto escalão do IRS.

“Esta medida vai aumentar a construção de habitação em todos os concelhos, assegurando que as casas são acessíveis para as famílias da classe média e, ao mesmo tempo, rentáveis para as empresas do setor imobiliário. A falta de terrenos tem sido uma das principais causas do elevado custo da habitação”, diz o ministro Adjunto e da Coesão, em comunicado. Segundo o Instituto Nacional de Estatística, em 2002, construíram-se 125 mil fogos, número que caiu para 22 mil em 2022. O objetivo do decreto-lei é “permitirá inverter esta tendência e promover uma nova oferta habitacional a preços não especulativos”.

Hoje o mercado está frio. O objetivo foi criar um mecanismo que também é atrativo para construir casas, mas limita o preço de venda para evitar a especulação“, sublinhou Castro Almeida. “Apesar de o Estado estar a construir casas a preço acessível, essa não é a solução de fundo. A solução de fundo é dinamizar o mercado e a melhor forma de o fazer é aumentar a oferta de terrenos”, elencou, recordando que o preço dos terrenos é uma das principais componentes no custo final do imóvel.

“A decisão de libertar terrenos para a habitação dependerá apenas das câmaras municipais e das assembleias municipais – sem necessidade de aprovação por outras instâncias”, esclareceu Castro Almeida, sublinhando que as “alterações do PDM demoravam muitos anos”. A simplificação introduzida é “um exercício de confiança nos eleitos locais”.

Mas há limites. “Continua em vigor a proibição de construção em unidades de terra com elevada aptidão para uso agrícola, nos termos da Reserva Agrícola Nacional. Quanto à Reserva Ecológica Nacional, permanecem salvaguardados os valores e funções naturais fundamentais, assim como a prevenção de riscos para pessoas e bens”, lê-se no preâmbulo do decreto.

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Cimeira sobre geoeconomia junta antigos governantes na Faculdade de Economia do Porto

  • ECO
  • 2 Dezembro 2024

Passos Coelho, Augusto Santos Silva, Vieira da Silva, Zita Seabra e Luís Filipe Menezes são alguns dos nomes que vão participar a 4 de dezembro nesta cimeira organizada por cinco estudantes da FEP.

Um grupo de estudantes da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP) vai organizar esta quarta-feira, 4 de dezembro, uma ‘cimeira’ sobre geoeconomia e política internacional. A iniciativa conta com um total de 14 oradores, incluindo vários antigos governantes.

Entre os nomes confirmados constam o antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, o ex-presidente da Câmara de Vila de Nova de Gaia Luís Filipe Menezes, o secretário de Estado da Economia, João Rui Ferreira, o ex-presidente da Assembleia da República Augusto Santos Silva, a antiga deputada Zita Seabra e o antigo ministro do Trabalho José Vieira da Silva.

A economia e a política internacional estão profundamente ligadas e a discussão de uma não deve estar dissociada da outra“, descreve, em comunicado de imprensa o grupo de cinco estudantes da FEP responsável pela organização desta conferência, agendada para as instalações da faculdade portuense. O ECO é media partner deste evento.

A iniciativa acontece um mês depois de Donald Trump ter vencido as eleições presidenciais norte-americanas e numa altura em que entra em funções a nova Comissão Europeia. Neste “contexto tão decisivo para o futuro das relações internacionais”, os estudantes defendem que “os jovens devem fazer parte da discussão e devem contribuir para o debate público de ideias”, sendo “imperativo refletir sobre o futuro da cooperação e da governança global”.

“Não podemos esquecer que o comércio internacional e as relações entre as nações impactam diretamente as nossas vidas nas mais variadas formas. Não precisamos de imaginar situações extremas como guerras para concluir que o equilíbrio na ordem global influencia os nossos padrões de consumo e até mesmo o nosso custo de vida“, salientam os organizadores.

A sessão de abertura da cimeira ficará a cargo de Pedro Passos Coelho, enquanto o encerramento caberá ao atual secretário de Estado da Economia. “China e Sudeste Asiático: Economias Emergentes, Potências do Futuro”, “EUA: As consequências do Novo Mundo” e “Europa: Oportunidades e Desafios” são os três painéis de discussão.

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Satélite da Universidade do Minho lançado em 2025 “à boleia” de Elon Musk

Prometheus-1 representa a terceira licença espacial da Anacom, após os recentes satélites MH-1 e ISTSat-1. Lançamento com a Space X vai deixá-lo a aproximadamente 500 quilómetros de altitude.

Estudantes participam na missão da Universidade do Minho para colocar um satélite em órbita2 dezembro, 2024

Depois de Portugal estar sob os holofotes do mundo com o lançamento dos satélites MH-1 (consórcio nacional Aeros) e ISTSat-1 (do Instituto Superior Técnico), a proeza repete-se em janeiro de 2025, desta feita pela Universidade do Minho (UMinho). A instituição deverá colocar em órbita o satélite Prometheus-1, a partir do porto espacial Vanderberg, na Califórnia, EUA, “à boleia” de um foguetão da Space X, de Elon Musk.

Os lançamentos dos satélites MH1, ISTsat-1 e agora do Prometheus-1 são relevantes para consolidar uma base de conhecimento e de experiência nas universidades e nas unidades de investigação, que é fundamental para alavancar Portugal no setor espacial”, assinala Alexandre Ferreira da Silva, do departamento de Eletrónica Industrial da Escola de Engenharia da UMinho.

Prometheus-1 é a terceira licença espacial da Anacom, após os recentes satélites MH-1 e ISTSat-1. O satélite vai ficar a aproximadamente 500 quilómetros de altitude e recolher dados para as comunidades académica e científica.

Para a Anacom, citada num comunicado enviado às redações, este projeto “é um marco nesta nova fase do desenvolvimento do ecossistema espacial nacional, na qual voltam a ser lançados para a órbita terrestre satélites inteiramente desenvolvidos e construídos em Portugal”.

Este projeto começou a ser delineado há três anos, quando a UMinho arrancou com os programas de ensino em Engenharia Aeroespacial. A ideia inicial era usar o satélite como caso de estudo em várias disciplinas dos estudantes, desde a validação da plataforma e o licenciamento até à recolha de dados.

Os lançamentos dos satélites MH1, ISTsat-1 e agora do Prometheus-1 são relevantes para consolidar uma base de conhecimento e de experiência nas universidades e nas unidades de investigação, que é fundamental para alavancar Portugal no setor espacial.

Alexandre Ferreira da Silva

investigador do departamento de Eletrónica Industrial da Escola de Engenharia da UMinho

Esta nossa primeira missão permitirá levar o espaço à sala de aula, seja para os estudantes de Engenharia Aeroespacial ou de Engenharia Eletrónica, por exemplo, ao colocarem pela primeira vez as mãos neste tipo de objetos”, detalha Alexandre Ferreira da Silva, também investigador do Centro de Sistemas Microelectromecânicos (CMEMS) da universidade minhota.

O satélite é como um cubo de Rubik, tem cinco centímetros de lado e 250 gramas. Contém sistemas de gestão de bateria e orientação, microcontroladores e câmara similar à de um telemóvel para captar imagens”, descreve a UMinho na mesma nota. Vai permitir avaliar um conjunto de itens a partir da Terra, nomeadamente o posicionamento e eventuais erros do software, explana a instituição de Ensino Superior.

O consórcio é liderado por Alexandre Ferreira da Silva, do departamento de Eletrónica Industrial da Escola de Engenharia da UMinho, em parceria com as equipas de Zachary Manchester, da Universidade de Carnegie Mellon (EUA), que idealizou a plataforma inicial, e de Rodrigo Ventura e Rui Rocha, do Instituto Superior Técnico, que contribuíram com o segmento terrestre e partilharam a experiência do ISTsat-1, lançado em julho. “As empresas Alba Orbital e Fossa Systems também colaboraram na integração do satélite”, que conta com financiamento da Fundação Portuguesa para a Ciência e a Tecnologia, adianta a universidade.

Simulação do satélite da Universidade do Minho em órbita.2 dezembro, 2024

Refira-se que os centros científicos e interfaces da UMinho já têm dado provas na área aeroespacial, como é o caso da conceção de uma cápsula espacial ou o desenho de um fato de astronauta para Marte.

A UMinho é ainda sede do Programa MIT-Portugal, com vários projetos sobre o espaço, e colabora nestas matérias com o CEiiA – Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (Brasil) ou as universidades de Massachusetts Lowell (EUA) e Vigo (Espanha).

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