Delta House faz-se à estrada para mostrar todas as marcas do grupo Nabeiro e “reforçar posicionamento de proximidade”

O Delta House On Tour promove ações de sampling, degustações, exposições e showrooms de produtos para dar a conhecer as marcas do grupo, objetivo também da recém-lançada marca umbrella Delta House.

É com o objetivo de apresentar a Delta House — a recente marca que agrega todas as marcas alimentares do Grupo Nabeiro sob uma identidade única — que o Delta House On Tour, um camião roadshow, vai percorrer o país de norte a sul. “Vai ser muito bom para darmos a conhecer as marcas” do grupo, entende o CEO, Rui Miguel Nabeiro.

O Delta House on Tour “vem reforçar o posicionamento de proximidade, com os nossos clientes, consumidores e parceiros. No fundo queremos aproximar e envolver os consumidores, reforçar a regionalidade com impacto, criar experiências imersivas dentro do camião com as marcas da Delta House”, disse numa apresentação aos jornalistas, esta terça-feira.

Este roadshow, que arrancou com uma presença no Nos Alive, vai viajar por um total de 36 localidades de 24 cidades, durante 33 semanas, até 26 de fevereiro. Durante este período, o Delta House On Tour promove ações de sampling, degustações com baristas, exposições, showroom de produtos e outras experiências.

Recuando no tempo, Rui Miguel Nabeiro explicou que numa altura em que a Delta ainda era dedicada 100% ao café “bateu-lhe” à porta a Nutrexpa, uma empresa espanhola que desafiou a Delta a distribuir em Portugal um produto à base de chocolate denominado Phoskitos. Embora essa aposta tenha sido um “fracasso”, marcou o início do caminho do grupo para a diversificação, uma vez que “percebemos que tínhamos aqui uma oportunidade”, explicou Rui Miguel Nabeiro numa apresentação junto ao Jardim da Praça do Império, em Belém.

Seguiu-se a Tetley, tendo depois o Grupo Nabeiro começado a representar diversas marcas internacionais e lançado outras marcas próprias. Atualmente, para além do café, o grupo conta com um portefólio com mais de 70 marcas no segmento alimentar — entre produtos como snacks, cogumelos, gelados, bebidas achocolatadas, águas, cervejas ou azeite e azeitonas — que representam 22% das vendas e uma faturação de cerca de 120 milhões de euros.

“Com esta multiplicidade de marcas, de territórios, de segmentos, sentimos que era o momento de agregar, organizar e consolidar, no fundo, reunir todas estas marcas sob o mesmo teto e criar uma casa para todas elas. Foi assim que apareceu a Delta House, criada com este propósito de consolidar todas as marcas do Grupo Nabeiro na área da distribuição alimentar, sob uma identidade única”, afirmou o responsável.

“No fundo, mais do que uma marca, é a materialização daquilo que é a nossa estratégia multicategoria café, alimentação e bebidas, e da nossa ambição de sermos reconhecidos em Portugal e, obviamente, além de fronteiras, como uma referência na distribuição e gestão de marcas alimentares“, acrescentou.

O grande objetivo é que se “perceba que há aqui um umbrella que dá a chancela de qualidade do grupo de Nabeiro a todas as marcas que representamos. Essa é a grande vantagem da Delta House — ‘arrumar’ o portefólio e dar a credibilidade que estas marcas merecem“, explicou ainda depois Rui Miguel Nabeiro aos jornalistas, à margem do evento.

A Delta House consegue assim “potenciar a estratégia de diversificação” do grupo, unificando as marcas num só sítio, “facilitar a abordagem das equipas comerciais“, e “promover um modelo flexível para integrar estas novas categorias e segmentos do setor alimentar, tornando-os atrativos para outras marcas e empresas que procurem representação dos seus produtos”, disse.

Delta Cafés, Delta Q, Go Chill, Belíssimo, Adega Mayor, Tetley, Corona, Stella Artois, Budweiser, Qampo, Monchique, Alardo, ou Unboring Snacks são algumas das marcas do universo do grupo agregadas agora nesta marca umbrella.

Esta estratégia materializa-se também no site thedeltahouse.com, que já substituiu o site da Delta Q, pelo que os consumidores já podem fazer online compras de todas as categorias e produtos da Delta House. Esta possibilidade de compra vai também ser alargada a outros países como França, Espanha ou Brasil. A plataforma foi também pensada numa ótica B2B (business-to-business), com os profissionais a poderem fazer as compras e encomendas através do site, assim como pedir assistência ou consultar documentação.

Com uma média de 10 mil visitantes diários, a nova casa digital do Grupo Nabeiro registou um crescimento de 20% no valor médio de compras desde o seu lançamento, adianta o grupo em comunicado.

Esta estratégia acarretou um “grande investimento“, apontou Rui Miguel Nabeiro. “Obrigou-nos a mudar não só a estrutura do site mas a plataforma que usámos. Adotámos uma plataforma internacional que nos vai ajudar a elevar as nossas vendas, o ticket, a experiência de compra dentro da loja online. E para já os resultados são muito animadores”, disse aos jornalistas.

“Estamos muito contentes com esta mudança porque permitimos às pessoas perceber que o grupo de Nabeiro tem um conjunto de marcas mais alargado do que apenas a Delta, que é a marca mais conhecida. E a Delta House serve também para proteger a Delta, porque a marca Delta é uma marca de cafés. Muitas vezes diz-se que Delta lançou gelados, mas a Delta não lançou gelados, neste caso a Delta House lança gelados, sim, mas a Delta é uma marca de café”, acrescentou.

Em relação à ambição de colocar a Delta no top 10 das marcas de café a nível global — para o qual ainda faltam escalar 12 andares — Rui Miguel Nabeiro acredita que esta estratégia “também vai ajudar nesse caminho”. “Quando hoje chegamos a um cliente já não vendemos só café, temos um portfólio muito interessante. Temos marcas conhecidas e muito fortes e acabam por ajudar-nos na relação com o cliente e a facilitar a vida ao cliente. Isso dá-nos também mais poder negocial e mais capacidade de alavancar as vendas“, explicou aos jornalistas.

Fazendo uma avaliação do negócio no primeiro semestre, Rui Miguel Nabeiro explicou que, do ponto de vista de faturação, “o número é grande”, embora tal se deva também à subida dos preços. “Crescemos 18% no primeiro semestre mas, tenho que dizer isto, muito alavancados por aumentos de preço, porque a matéria-prima obrigou-nos a subir. Mas não me posso queixar, não foi um primeiro semestre mau, não caímos em volume, que era uma preocupação muito grande com estes aumentos”.

“Estamos preocupados com estes aumentos mas não me posso queixar. Ficámos muito satisfeitos e, em particular, com uma ótima performance no primeiro semestre em Espanha, que continua a crescer acima de 20%, o que é muito bom. A Biedronka também, na Polónia, com uma ótima performance, já perto dos 30% de quota de mercado. Foi, de facto, um bom primeiro semestre”, diz o líder do grupo que registou uma faturação de 570 milhões de euros em 2024.

Para o segundo semestre, as perspetivas passam por “continuar este bom ritmo e fechar bem o ano”, aponta Rui Miguel Nabeiro, que se mostra “otimista”. “Acho que este é um bom kick-off que estamos a dar para o segundo semestre“, conclui.

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Bancos dos EUA batem previsões, mas cresce o nervosismo entre os banqueiros

Os resultados do segundo trimestre do JP Morgan e do Wells Fargo confirmam a robustez do sistema financeiro, mas os seus líderes alertam para a persistência de “riscos significativos” no horizonte.

O Welss Fargo é um dos quatro grandes bancos dos EUA, juntamente com o JPMorgan Chase, o Bank of America e o Citigroup.

Dois dos maiores bancos norte-americanos apresentaram esta terça-feira os resultados do segundo trimestre, que mostraram números acima da maioria das previsões dos analistas, confirmando a solidez do sistema financeiro norte-americano numa altura de crescentes incertezas económicas globais.

O Wells Fargo registou lucros de 5,49 mil milhões de dólares no segundo trimestre, que corresponde a 1,60 dólares por ação, batendo em 13,4% a estimativa média dos analistas (1,41 dólares). “Os nossos resultados do segundo trimestre refletem o progresso que estamos a fazer para produzir consistentemente resultados financeiros mais fortes, com lucro líquido e lucro por ação diluído superiores tanto ao primeiro trimestre quanto ao ano anterior”, refere Charlie Scharf, CEO do Wells Fargo, em comunicado, sublinhando ainda que o banco recomprou mais de 6 mil milhões de dólares em ações no semestre e o plano de aumentar o dividendo no terceiro trimestre — sujeito a aprovação do conselho de administração.

Já o JP Morgan Chase fechou as contas do segundo trimestre com lucros de 15 mil milhões de dólares, cerca de 5,24 dólares por ação, superando em 17,2% as previsões dos analistas que apontavam para 4,47 dólares por ação. “Reportámos outro trimestre de resultados sólidos, gerando lucro líquido de 15 mil milhões de dólares ou lucro líquido de 14,2 mil milhões de dólares excluindo um item significativo”, refere Jamie Dimon, CEO e chairman do JP Morgan em comunicado.

Apesar de salientar que “a economia dos EUA manteve-se resiliente no trimestre” e que “a finalização da reforma fiscal e a potencial desregulamentação são positivas para as perspetivas económicas”, o banqueiro alerta para a persistência de “riscos significativos”, “incluindo tarifas e incerteza comercial, condições geopolíticas em deterioração, défices fiscais elevados e preços de ativos elevados”, antecipando “volatilidade e incerteza contínuas” nos próximos meses.

O Well Fargo baixou o guidance para o resto do ano, após mais um trimestre de baixo crescimento da margem financeira, apontando agora para um crescimento em linha com o registado em 2024.

As contas do segundo trimestre do Wells Fargo revelam ainda receitas de quase 21 mil milhões de dólares, superando as estimativas de 20,75 mil milhões de dólares dos analistas que acompanham o banco. A provisão para perdas de crédito ficou em 1,01 mil milhões de dólares, abaixo dos 1,16 mil milhões esperados pelos analistas, e o retorno sobre o capital próprio (ROE) atingiu 12,8%, superando as previsões de 11,3%.

Porém, o Well Fargo baixou o guidance para o resto do ano, após mais um trimestre de baixo crescimento da margem financeira. O banco liderado por Charlie Scharf fechou o segundo trimestre com uma margem financeira de 11,7 mil milhões de dólares, ficando ligeiramente aquém das estimativas de 11,8 mil milhões de dólares dos analistas. Isso levou o Wells Fargo a reduzir sua meta de crescimento da margem financeira para 2025, ficando assim em linha com o crescimento de 2024, abaixo da orientação anterior de crescimento de 1% a 3%.

No JPMorgan, as receitas ajustadas alcançaram 45,68 mil milhões de dólares, batendo as estimativas de 44,05 mil milhões dos analistas. O banco beneficiou de um crescimento de 5% nos empréstimos médios em base anual e de 6% nos depósitos médios, referem as contas. A provisão para perdas de crédito foi de 2,85 mil milhões de dólares, inferior às previsões de 3,22 mil milhões.

O setor bancário americano entra assim no segundo semestre com sinais de solidez financeira, mas com os banqueiros a manterem um olhar atento às incertezas macroeconómicas globais e às potenciais mudanças nas políticas comerciais que podem impactar o crescimento económico nos próximos trimestres.

A cerca de duas horas da abertura de Wall Street, as ações do Wells Fargo estão a cair 2,6% e os títulos do JP Morgan registam uma valorização de cerca de 1% no pré-mercado.

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Dona da Sagres com nova liderança em Portugal

Desde 2008 parte do grupo Heineken, a SCC tem três unidades de produção, uma empresa de distribuição e cerca de 1.600 trabalhadores.

Julien Haex é o novo managing director da Sociedade Central de Cervejas e Bebidas (SCC), a dona da Sagres e água Luso, substituindo no cargo Boris Miloushev que irá liderar a Heineken na Roménia.

“É uma honra assumir a liderança de uma empresa com tanta história e tradição e tão bem enraizada na sociedade portuguesa como a Central de Cervejas, com marcas fortes e uma equipa com enorme talento. Estou entusiasmado por liderar esta organização rumo ao crescimento sustentável nos próximos anos e garantir que somos a primeira escolha dos clientes e consumidores”, afirma Julien Haex, managing director da SCC, citado em comunicado.

No grupo Heineken desde 2009, altura em que entrou no departamento financeiro, o profissional tem vindo a desempenhar diversas funções ao longo de mais de uma década nas áreas Comercial e Gestão de Receitas em diferentes países da América, África e Europa, destaca o grupo. Antes de assumir este mês de julho funções na SCC, empresa detida pela Heineken, liderava a Heineken Peru.

Com 38 anos, licenciado em Economia pela Universidade de Utrecht, Julien Haex tem ainda um mestrado em Gestão Internacional pela IE Business School de Madrid.

Desde 2008 parte do grupo Heineken, a SCC tem três unidades de produção — uma em Vialonga, para as área de cervejas e sidras, bem como duas de captação e engarrafamento da água Luso, a água de nascente do Cruzeiro e a água mineral natural gaseificada Castello. Tem ainda uma empresa de distribuição, a Novadis. Conta com cerca de 1.600 colaboradores.

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Santana sugere que reforço do investimento em Defesa pode implicar cortes na ferrovia

  • Lusa
  • 15 Julho 2025

Autarca da Figueira da Foz diz que “ou a economia cresce” ou há um “zunzum” de que os cortes para reforçar o investimento na Defesa podem ser na ferrovia. Tal seria um "erro crasso”, defende.

O antigo primeiro-ministro Pedro Santana Lopes disse esta terça-feira esperar que o reforço anunciado do investimento em Defesa não signifique cortes na ferrovia, dizendo ter ouvido “um zunzum de alta fonte” nesse sentido.

O presidente da Câmara da Figueira da Foz, independente mas recandidato com o apoio do PSD, foi um dos oradores nas jornadas parlamentares do PSD/CDS-PP, que terminam esta terça-feira em Évora, num painel sobre “O Poder Local e a Reforma do Estado”.

“Há um zunzum, um zunzum, mas de alta fonte, de que não se mexe no Estado Social para reforçar o investimento na Defesa. Então mexe-se onde? Ou a economia cresce ou há um zunzum de que o corte pode ser na ferrovia. Nalgum lado tem que haver corte, eu só quero dizer que na ferrovia é um erro crasso“, avisou.

Sobre o tema do painel, Santana Lopes admitiu que “é uma ousadia” o segundo Governo de Luís Montenegro ter criado um ministério próprio para a Reforma do Estado, mas disse ter cada vez mais dúvidas sobre os poderes das estruturas intermédias.

“Eu que, até certa altura, sempre admiti o caminho da regionalização, hoje em dia tenho mais medo das entidades regionais do que da dependência do poder central“, afirmou.

Por isso, defendeu, a guerra não pode ser “só à burocracia, tem de ser aos pequenos poderes, aos ditadorezinhos”, que considera existirem por vezes nas estruturas intermédias.

O outro orador do painel, o candidato do PSD/CDS-PP/IL à Câmara Municipal do Porto, Pedro Duarte, mostrou-se mais entusiasmado com a reforma do Estado, dizendo ter uma confiança “total e absoluta” na visão do primeiro-ministro, que classificou como “uma mudança de chip”.

“Depois de oito anos em que também nesta matéria houve uma absoluta apatia, aqueles onze meses de aprendizagem já permitiram que o próprio primeiro-ministro tenha percebido de forma absolutamente clara e inequívoca que esta é uma matéria fundamental para o futuro do país e está a assumi-la como tal”, defendeu.

Pedro Duarte considerou que a reforma do Estado pode ser “uma grande oportunidade” também para os autarcas, onde espera incluir-se a partir das eleições de 12 de outubro.

“E já agora, se for preciso uns projetos-piloto para experimentar este aprofundamento da descentralização, o Porto estará disponível para darmos o pontapé de saída, como eu estou certo que outros estarão”, disse.

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Exportações da metalurgia para EUA estão a cair “todos os meses a dois dígitos”

As exportações para os EUA da metalomecânica e metalurgia, o setor mais exportador da economia portuguesa, desceram mais de 14% até maio, de 320 milhões de euros para 274 milhões.

A imposição de tarifas por parte da administração norte-americana já está a ter impacto nas exportações para os Estados Unidos. O setor da metalurgia e metalomecânica, o mais exportador da economia nacional, tem registado quedas mensais de dois dígitos nas vendas para o país. No acumulado dos primeiros cinco meses do ano, as exportações do setor que tiveram como destino os EUA recuaram mais de 14%.

Estamos a decrescer nas exportações para os EUA todos os meses a dois dígitos“, adianta ao ECO Rafael Campos Pereira, vice-presidente da Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP).

Depois de anos a crescer para os EUA e com exportações de mil milhões de euros para o país, as vendas da metalurgia e metalomecânica para esta geografia recuaram 14,3% nos primeiros cinco meses do ano, passando de 320 para 274 milhões de euros até maio, detalha o responsável.

Estamos a decrescer nas exportações para os EUA todos os meses a dois dígitos. [O anúncio de tarifas de 30%] vem agravar uma situação que já era complicada.

Rafael Campos Pereira

Vice-presidente da AIMMAP

Rafael Campos Pereira destaca que o anúncio de tarifas de 30% sobre todos os bens exportados da União Europeia para os EUA, a partir do dia 1 de agosto, “vem agravar uma situação que já era complicada“. Do lado das empresas, diz, “o que estão a fazer é procurar alternativas”.

Há algumas empresas [que já têm unidades industriais no país] que estão a produzir mais internamente, como a Metologalva ou a JS Moreira, e outras estão a procurar países que possam ser veículos” para pagar taxas aduaneiras mais baixas, explica o vice-presidente da AIMMAP.

Apesar do travão nas vendas para os EUA, o setor tem vindo “a crescer noutros mercados, como por exemplo o Canadá e Marrocos”. Em termos globais, o setor registou, até maio, 10,3 mil milhões de euros em exportações, o que representa uma ligeira desaceleração de 0,6% face ao período homólogo.

A “segurar” o volume de exportações estiveram países como a Turquia, onde as vendas passaram de 100 para 216 milhões de euros, ou o Canadá, com um crescimento de 25 para 50 milhões de euros. Olhando apenas para o mês de maio, a indústria exportou 2,3 mil milhões de euros, mais 9% que no mesmo período do ano passado e o quinto melhor mês de sempre.

Perante os números registados nos primeiros cinco meses do ano, o vice-presidente da associação está confiante que o setor irá conseguir, pelo menos, manter as exportações de 24 mil milhões de euros registadas no ano passado.

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Já pode pagar por aproximação com o iPhone através do MB Way

  • ECO
  • 15 Julho 2025

Pagamentos contactless através da tecnologia NFC já estão disponíveis para os utilizadores da app MB Way com equipamento iOS (iPhone).

Os pagamentos contactless através da tecnologia NFC (Near Field Communication) já estão disponíveis para os utilizadores da app MB Way com equipamentos iOS (iPhone) –algo que já era possível em dispositivos Android.

Até agora, esta funcionalidade só se encontrava reservada para soluções desenvolvidas pela Apple. Mas a entrada em vigor da Lei dos Mercados Digitais (DMA) da União Europeia obrigou a fabricante do iPhone a abrir o acesso à tecnologia de pagamento por aproximação a aplicações desenvolvidos por terceiros, como anunciou agora o MB Way, que destaca que se trata da primeira app da Zona Euro a permitir pagamentos NFC em iOS.

“Acreditamos que este é um avanço importante para o mercado dos pagamentos digitais em Portugal e na Europa”, afirma Madalena Cascais Tomé, CEO da SIBS.

“Através desta atualização conseguimos garantir aos utilizadores do MB WAY em iOS a mesma experiência que já era possível em dispositivos Android, promovendo maior equidade e opções de escolha”, acrescenta.

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Portugal está mais inovador, mas continua a meio da tabela da UE

Painel Europeu da Inovação, divulgado esta terça-feira, classifica Portugal como “Inovador Moderado” com um desempenho de 90,7% da média europeia em 2025. Tecnologia na nuvem e apoios a I&D ajudaram.

Portugal está a inovar mais, mas mantém-se a meio da tabela na União Europeia (UE), ocupando a 16ª posição entre os Estados-membros na tabela da inovação. O Painel Europeu da Inovação (PEI), divulgado esta terça-feira, classifica Portugal como “Inovador Moderado” com um desempenho de 90,7% da média europeia em 2025.

O desempenho nacional está acima da média dos outros Inovadores Moderados da UE (90,7% versus 85,9%) devido aos aumentos de nove e três pontos percentuais em relação a 2018 e a 2024, respetivamente. É neste campeonato dos moderados que também jogam países como Espanha ou Itália.

Onde é que Portugal mais pontua em relação a outros Estados-membros? No apoio (direto e indireto) do Governo para I&D nas empresas, nas vendas de produtos e serviços novos no mercado ou introdução de métodos/bens inovadores nas empresas e na ligação da economia ao ambiente (PIB gerado por unidade de dióxido de carbono emitida).

Por outro lado, Portugal tem alguns indicadores com classificação mais baixa comparativamente com os outros países, como as despesas com inovação por pessoa empregada, as exportações de serviços conhecidos como “intensivos em conhecimento” (com elevado valor intelectual) e as exportações de produtos de média e alta tecnologia.

Analisando os últimos sete anos, registaram-se progressos essencialmente na área de computação na nuvem (cloud computing), auxílios estatais à I&D nos negócios e CO2 emitido em relação à quantidade de bens ou serviços produzidos pelo país. Quanto aos retrocessos, foram mais notórios ao nível da introdução de inovações por parte de pequenas e médias empresas (PME), gastos com inovação não relacionadas com I&D e emprego em empresas inovadoras, entre 2018 e 2025.

De 2024 para este ano, as mudanças (positivas e negativas) foram semelhantes, mas registou-se um recuo no movimento dos profissionais da ciência e tecnologia de um emprego para outro.

Maior inovação na Europa vem da Suécia

A posição cimeira do ranking pertence à Suécia, que recuperou a posição de principal inovador da UE, com mais 12,9 pontos percentuais desde 2018 devido aos progressos na aprendizagem ao longo da vida, despesas de I&D das empresas e cloud computing. A Croácia destacou-se ao passar para o grupo dos Inovadores Moderados, após um aumento de 19,4 pontos desde 2018.

A comissária europeia de Startups, Investigação e Inovação considera que este relatório confirma os “progressos a longo prazo” da UE, porém também evidencia a “necessidade urgente de fazer mais e colmatar as disparidades persistentes entre as diferentes partes da Europa”.

“Já estamos a dar passos significativos em frente, através das nossas estratégias para as startups e scale-ups [empresas em fase de expansão], as ciências da vida e a IA na ciência”, referiu Ekaterina Zaharieva, acrescentando que a investigação e a inovação “estão no cerne” da estratégia europeia de competitividade.

De facto, o desempenho da UE em matéria de inovação tem aumentado (+12,6 pontos percentuais desde 2018) por causa do contributo de todos os países, embora a diferentes velocidades, que variam entre os 0,9 pontos no Luxemburgo e os 30 pontos na Estónia.

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Meta anuncia novos centros de dados para desenvolver “superinteligência” de IA

  • Lusa
  • 15 Julho 2025

A operacionalização do primeiro centro está prevista para 2026. A Meta vai investir "centenas de milhares de dólares" em computação.

A Meta está a construir vários centros de dados com mais de um gigawatt (GW) de potência para aumentar as suas capacidades de Inteligência Artificial (IA), estando a operacionalização do primeiro centro prevista para 2026.

A informação revelada pelo presidente executivo (CEO) da Meta, Mark Zuckerberg, refere que a empresa está focada em avançar para o desenvolvimento da “superinteligência” de IA e em aumentar as suas capacidades de infraestrutura.

Neste sentido, a Meta planeia investir “centenas de milhares de milhões de dólares” em computação, através do desenvolvimento de novos centros de dados que terão uma potência superior a um gigawatt.

Segundo o responsável da gigante tecnológica, o primeiro destes centros estará localizado em Ohio, nos Estados Unidos da América, estando a sua operacionalização prevista para 2026.

Além deste centro, Zuckerberg detalhou que a empresa vai ainda construir outro centro de dados com mais potência. O executivo explicou que o desenvolvimento destas infraestruturas tem como objetivo impulsionar as capacidades de IA da Meta, pelo que os novos centros de dados terão “níveis de computação líderes na indústria”, bem como “de longe a maior capacidade de computação por investigador”.

 

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Gonçalo Cerejeira Namora é o novo sócio da Cerejeira Namora, Marinho Falcão

Gonçalo Cerejeira Namora é o novo sócio da Cerejeira Namora. O advogado coordena as áreas de Privacy, Digital and Technology e Corporate, em simultâneo com a função de Chief Operating Officer.

A sociedade de advogados Cerejeira Namora, Marinho Falcão nomeou Gonçalo Cerejeira Namora como sócio.

“Ao Gonçalo nada foi dado, tudo foi merecido. São 10 anos de trabalho, de crescimento e de entrega, que deixaram uma marca indelével na nossa organização, não apenas junto dos clientes, mas, sobretudo, junto da nossa equipa, que reconhece o seu compromisso e determinação”, refere em comunicado o sócio fundador Pedro Marinho Falcão.

No escritório desde 2015, o advogado coordena as áreas de Privacy, Digital and Technology e Corporate, em simultâneo com a função de Chief Operating Officer (COO), com responsabilidade na gestão transversal da organização, profissionalização e projeto de expansão internacional.

“A nomeação do Gonçalo representa mais do que um reconhecimento pessoal, é um sinal claro do compromisso da organização com a excelência, a continuidade e a valorização do talento interno”, acrescenta Pedro Marinho Falcão.

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Provedora de justiça europeia analisa mudanças em regras de sustentabilidade para as empresas

  • Lusa
  • 15 Julho 2025

A provedora investiga uma queixa de não cumprimento, pelo executivo comunitário, das suas "orientações para legislar melhor" no que toca à simplificação de diplomas de sustentabilidade.

A provedora de Justiça europeia, Teresa Anjinho, pediu à Comissão Europeia informação sobre a preparação das novas regras para simplificar as regras de sustentabilidade da União Europeia (UE) para as empresas.

Segundo um comunicado de imprensa, a provedora investiga uma queixa relativa ao não cumprimento, pelo executivo comunitário, das suas “orientações para legislar melhor” na preparação de uma proposta legislativa sobre a divulgação de informações sobre a sustentabilidade das empresas e o dever de diligência, que faz parte do seu pacote de simplificação ‘Omnibus’.

Teresa Anjinho pediu à Comissão que explicasse as razões que a levaram a não realizar uma avaliação de impacto, uma consulta pública ou uma avaliação da coerência climática, bem como o motivo pelo qual uma consulta interna entre os serviços do executivo sobre o projeto de proposta durou apenas 24 horas.

O pedido de mais informações vem na sequência de um pedido de inspeção de documentos relevantes e de uma reunião entre representantes da Provedoria de Justiça Europeia e a Comissão, em junho, durante a qual Bruxelas explicou como tinha elaborado a proposta legislativa para alterar a diretiva relativa aos relatórios de sustentabilidade das empresas e a diretiva relativa à diligência devida em matéria de sustentabilidade das empresas.

Na carta, a Provedoria considera que, “embora a proposta legislativa em causa devesse, em princípio, ter exigido uma avaliação completa de impacto, a Comissão não a efetuou, tendo elaborado um documento analítico, sob a forma de um documento de trabalho dos serviços comunitários”. A Comissão tem até 15 de setembro para responder.

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Crédito ao consumo sobe 12,1% em maio à boleia do crédito automóvel

O volume de novos créditos ao consumo em Portugal atingiu 809 milhões de euros em maio, com destaque para o crescimento de 14,3% do crédito automóvel e de 12,9% do crédito pessoal.

O volume de crédito ao consumo não para de crescer. Em maio, o volume dos novos créditos ao consumo registou um aumento homólogo de 12,1%, segundo dados divulgados esta terça-feira pelo Banco de Portugal, atingindo um montante de 809 milhões de euros.

Estes números foram particularmente impulsionados pelo dinamismo do crédito automóvel, com o volume de novos créditos a apresentar uma expansão de 14,3% face ao mesmo mês do ano anterior, passando de 287,1 milhões de euros para 328,3 milhões de euros, enquanto o número de contratos de crédito cresceu 9,8% no mesmo período.

O volume concedido em novos créditos pessoais também demonstrou uma evolução favorável, com um crescimento homólogo de 12,9%, passando de 314,5 milhões de euros em maio de 2024 para 354,9 milhões de euros em maio deste ano, enquanto o número de contratos registou um aumento anual de 16,6%, no mesmo período.

Esta categoria engloba os empréstimos para educação, saúde, transição energética e outros fins pessoais, refletindo uma maior procura por parte das famílias portuguesas para financiar diferentes projetos e necessidades.

“Os valores apresentados baseiam-se nos dados reportados para efeitos de supervisão comportamental por todas as instituições financeiras que concedem crédito aos consumidores”, refere o Banco de Portugal.

A mesma dinâmica de crescimento do crédito ao consumo verificou-se no comportamento em cadeia, com o volume de crédito ao consumo a crescer 13,2% entre abril e maio deste ano. Este crescimento sequencial demonstra o dinamismo crescente do setor.

“Estes valores respeitam apenas a novas operações de crédito, não incluem valores relativos a renegociações de contratos de crédito”, refere o Banco de Portugal em comunicado, o que confere maior robustez aos dados apresentados, focando-se exclusivamente na nova procura por crédito.

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Youtube enfraquece moderação de conteúdos devido a “interesse público”

  • Lusa
  • 15 Julho 2025

A abordagem alinha-se com a tendência crescente entre as plataformas sociais, como a Meta ou o X, que estão a reduzir as suas iniciativas de moderação de conteúdo.

O YouTube enfraqueceu a sua política de moderação de conteúdo, passando a permitir a permanência online de vídeos que violam as suas próprias regras, desde que sejam consideradas de “interesse público”, segundo o The New York Times.

O jornal americano refere que a mudança implementada em dezembro de 2024, permite que vídeos com até 50% de conteúdo que viole as normas da plataforma possam permanecer disponíveis, enquanto o limite anterior era de 25%. As mudanças abrangem temas políticos, sociais e culturais, destacando eleições, pandemias, imigração, género e liberdade de expressão, incluindo transmissões de audiências públicas, comícios ou debates.

Apesar da alteração, o YouTube não divulgou publicamente o novo critério de tolerância nem esclareceu como define o que é interesse público ou quais os limites que considera aceitáveis para este tipo de conteúdo.

De acordo com o jornal, a nova postura da empresa marca um recuo em relação às diretrizes mais rígidas adotadas durante a pandemia de covid-19, quando o YouTube chegou a remover vídeos com debates de autoridades e transmissões de câmaras municipais sob acusação de disseminação de desinformação médica.

A abordagem alinha-se com a tendência crescente entre as plataformas sociais, como a Meta ou o X, que estão a reduzir as suas iniciativas de moderação de conteúdo para evitar críticas políticas e aumentar o engajamento dos utilizadores.

No primeiro trimestre de 2025, o YouTube removeu mais de 190.000 vídeos por conteúdo ofensivo ou abusivo.

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