Lucros do Haitong Bank descem 70% para 5 milhões de euros em 2024

  • Lusa
  • 15 Março 2025

Produto bancário desceu 13% para 66 milhões de euros, enquanto os custos caíram 3,3% para 58 milhões de euros.

O Haitong Bank teve lucros de 5,0 milhões de euros em 2024, uma queda de 70% face aos 17 milhões de euros de 2023, disse o banco de investimento em comunicado ao mercado.

No comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), divulgado na sexta-feira à noite, o banco justificou o resultado líquido por a atividade ter sido “afetada pela debilidade dos mercados ‘cross-border’ chineses e pela instabilidade no Brasil”.

Ainda assim, considerou que conseguiu manter “um desempenho positivo neste contexto adverso graças ao negócio desenvolvido pelas suas operações locais”, tendo os principais contributos sido dados pelas “atividades de crédito, renda fixa, mercados de dívida e tesouraria”.

No ano passado, o produto bancário desceu 13% para 66 milhões de euros, enquanto os custos caíram 3,3% para 58 milhões de euros e as imparidades e provisões constituídas reduziram-se 82% para 2,0 milhões de euros.

O Haitong Bank tinha 331 trabalhadores no fim de 2024, menos 25 do que em 2023.

A carteira de crédito (bruto) subiu de 696 milhões em 2023 para 724 milhões de euros em 2024.

Aquando do regaste do Banco Espírito Santo (BES), em agosto de 2014, o BES Investimento foi integrado no Novo Banco, tendo sido vendido em setembro de 2015 ao grupo chinês Haitong por 379 milhões de euros e denominado Haitong Bank.

O presidente executivo do Haitong Bank é atualmente Wu Min.

Sediado em Portugal, o banco de investimento está presente em Espanha, Polónia, Reino Unido, Macau, Brasil e França.

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Populações sitiadas recebem ajuda alimentar por via aérea após ciclone em Moçambique

  • Lusa
  • 15 Março 2025

Pelo menos 14 pessoas morreram e outras 60 ficaram feridas devido à passagem do ciclone Jude por Moçambique na segunda-feira.

Algumas comunidades sitiadas após a passagem do ciclone Jude na Ilha de Moçambique, província de Nampula, estão a receber assistência alimentar por via aérea desde sexta-feira, disse hoje o Presidente de Moçambique, que sobrevoou as zonas afetadas.

“Ainda temos uma população sitiada e ontem fez-se assistência via aérea a essa população para entregar alimentos e conseguiu-se entregar papas para as crianças. (…) Tínhamos lá pessoas, crianças que há dois ou três dias não comiam, mas a partir de ontem começaram a comer porque conseguimos colocar lá arroz e fizeram imediatamente papas quentes”, declarou Daniel Chapo aos jornalistas.

Daniel Chapo, que se encontra na província de Nampula a visitar zonas afetadas pelo ciclone que atingiu o país na segunda-feira, destacou igualmente o “resgate paulatino” das pessoas sitiadas em alguns distritos da província de Nampula, indicando que a prioridade neste momento é disponibilizar alimentação às populações.

Daniel Chapo prometeu ainda trabalhar para a “reposição de emergência” das principais vias, incluindo estradas e pontes, que ligam os distritos às capitais provinciais afetadas pelo ciclone, indicando que a interrupção da circulação de pessoas e bens afeta a economia nacional.

“Aquilo que nós vimos do voo que fizemos é que os danos são preocupantes e temos de trabalhar para recuperar a província”, disse Chapo.

Pelo menos 14 pessoas morreram e outras 60 ficaram feridas devido à passagem do ciclone Jude por Moçambique, segundo a última atualização feita na sexta-feira pelo Governo.

O número de pessoas afetadas subiu para 100.410 e o de famílias para 19.961, dados que agora incluem também as províncias centrais de Tete e Manica, além de Zambézia, Nampula, Niassa e Cabo Delgado, as três últimas do norte de Moçambique.

O Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) aponta ainda, em dados até quarta-feira, 20.244 casas total e parcialmente destruídas e 22 edifícios de culto afetados.

Um total de 59 escolas, 182 salas de aulas, 17.401 alunos e 264 professores estão também entre os afetados pelo Jude, havendo ainda seis pontes, um aqueduto e 1.262 áreas agrícolas fustigadas pela intempérie.

Moçambique está em plena época chuvosa, que decorre entre outubro e abril, período em que foram já registados os ciclones Chido e Dikeledi, que afetaram igualmente o norte do país.

Os ciclones atingiram Moçambique entre dezembro do ano passado e janeiro último, com maior impacto nas províncias de Cabo Delgado e Nampula, tendo afetado cerca de 736.000 pessoas e causado a destruição de infraestruturas públicas e privadas.

Eventos extremos, como ciclones e tempestades, provocaram pelo menos 1.016 mortos em Moçambique entre 2019 e 2023, afetando cerca de 4,9 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

O país africano é considerado um dos mais severamente afetados pelas alterações climáticas globais, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, mas também períodos prolongados de seca severa.

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15 de março de 1975: Revolução nacionaliza seguros

Faz 50 anos que o setor segurador nacional foi nacionalizado nas ondas revolucionárias de estatização da economia. Qual foi o destino de 32 marcas, para só sobreviverem duas.

Passavam quatro dias da tentativa de golpe de Estado de 11 de março e um dia após a publicação do decreto-lei que nacionalizou os bancos, quando o IV Governo provisório, tendo Vasco Gonçalves como primeiro-ministro, publicou o DL 135-A/75 que nacionalizava o setor segurador em Portugal. “Visto e aprovado em Conselho da Revolução” e promulgado pelo Presidente da República, Costa Gomes, este último considerou-as como “a medida mais revolucionária de Portugal contemporâneo”.

Vasco Gonçalves, primeiro-ministro do IV Governo provisório foi a cara das nacionalizações. Também das companhias de seguros.

Uma tese corrente na altura defendia que esta nacionalização foi desenhada – consta que pelos economistas da esquerda mais radical do “Quelhas”, à época a designação paroquial do atual ISEG, envolvendo Cravinho, Murteira, Ferro Rodrigues, Pereira de Moura – no sentido de conseguir extinguir os grupos económicos portugueses. Através dos bancos e das seguradoras seria possível o controlo indireto pelo Estado de centenas de empresas relevantes para a economia.

No entanto, as justificações oficiais para o ato escritas no preâmbulo do diploma apontavam razões abstratamente concretas da escolha política radical. Governo, Conselho da Revolução e Costa Gomes explicavam que:

  • “Considerando o elevado volume de poupança privada retido pelas sociedades de seguros e que tem sido aplicado não em benefício das classes trabalhadoras mas com fins especulativos e em manifesto proveito dos grandes grupos económicos”;
  • “Considerando a proliferação de sociedades de seguros constituídas, que têm conduzido a uma concorrência desleal com perigo até para a própria solvabilidade dessas empresas”;
  • “Considerando a necessidade de proporcionar maior segurança aos capitais confiados às sociedades de seguros através dos prémios arrecadados, garantindo, assim, o integral pagamento dos capitais seguros”;
  • “Considerando que as elevadas somas de capital em poder das sociedades de seguros devem ser aplicadas em investimentos com interesse nacional e, portanto, em benefício das camadas da população mais desfavorecidas, no cumprimento do Programa do Movimento das Forças Armadas”;
  • “Considerando a necessidade de tais medidas terem em atenção a realidade nacional e a capacidade demonstrada pelos trabalhadores de seguros na apreciação de situações irregulares no domínio da gestão que ocorreram em algumas companhias de seguros e que já haviam imposto até a intervenção do Estado”;

Logo nesse decreto-lei foram nomeadas as companhias de seguros a nacionalizar e uma promessa de “legislação a publicar pelo Governo dentro de noventa dias” para definir “as condições de reembolso dos acionistas das companhias nacionalizadas e a orgânica de gestão e fiscalização dessas companhias”

Seriam de imediato nomeados pelo primeiro-ministro (Vasco Gonçalves), ouvido o ministro das Finanças (José Joaquim Fragoso), delegados do Governo para as companhias porque eram “dissolvidos os actuais órgãos sociais das companhias de seguros nacionalizadas”, ficando os membros dos conselhos de administração, de gerência ou fiscal “obrigados a prestar às comissões administrativas as informações e esclarecimentos que se tornarem necessários para o normal exercício das suas funções, sob pena de incorrerem no crime de desobediência qualificada”.

De quem eram e onde acabaram as 32 nacionalizadas

Das 32 empresas privadas de capitais portugueses que existiam em 1973 – em que as cinco maiores Império, Tranquilidade, Mundial, Confiança e Comércio e Indústria detinham cerca de 45% do mercado total e 50% do mercado abrangido por empresas nacionais – apenas restavam oito em 1977.

Apesar do entusiasmo revolucionário, o poder político decidiu apenas nacionalizar as empresas de capital português. Assim, em 15 de março de 1975, passavam para a propriedade do Estado todas as seguradoras exceto, nomeando-as no diploma, as companhias de seguros Europeia, Metrópole, Portugal, Portugal Previdente, A Social, Sociedade Portuguesa de Seguros e O Trabalho, dada a significativa participação de companhias de seguros estrangeiras no seu capital.

No entanto, a Garantia reclamou e nova nota referiu que “por provável lapso do legislador, o decreto-lei não considerou devidamente o caso da Companhia de Seguros Garantia. Com efeito, a Compagnie Suisse de Reassurances provou perante o Ministério das Finanças a sua participação no capital da Companhia de Seguros Garantia em 26,5% dentro do prazo estabelecido”.

Assim, a Garantia foi corretamente incluída no grupo do “sector de economia mista”, constituído pelas seguradoras com capital estrangeiro, ficando um “sector totalmente privado”, constituído pelas mútuas de seguros e pelas agências de empresas de seguros estrangeiras estabelecidas em Portugal.

O setor público segurador constitui-se através das seguradoras nacionalizadas agregando-as em 1978 e 1979 em seis grandes grupos públicos:

  • A aliança Seguradora EP (Empresa Pública) resultou da nacionalização das seguradoras Argus, Mutual, a Douro e Tagus (ambas da CUF) e a Ourique (BPA) tendo sido reunidas na Aliança Seguradora. A Aliança passou para o controlo da UAP em 1991, mudou designação para Aliança UAP e em 1997 foi adquirida pela AXA e, finalmente em 2016, pelo grupo belga Ageas;
  • Mundial e Confiança, ambas do grupo Champalimaud, foram fundidas em 1975 e juntas à Companhia Portuguesa de Resseguros. Privatizadas em 1992, voltaram à propriedade de António Champalimaud. Em 2002, a Mundial Confiança foi adquirida pela Caixa Geral de Depósitos e fundida com a Fidelidade. A Companhia Portuguesa de Resseguros passou também para o controlo da Caixa Geral de Depósitos através da Fidelidade, mas manteve a sua marca própria;
  • A Império EP juntou essa seguradora com a Sagres e a Universal de Resseguros (todas do grupo CUF) e também a seguradora O Alentejo. Regressou à propriedade do Grupo Mello em 1992. Em 2000, a Império foi adquirida pelo grupo BCP e, no ano seguinte, fundida com a Bonança;
  • A Bonança EP reuniu a Comércio e Indústria, a Ultramarina (BNU) e a União (Espírito Santo). Foi privatizada em três fases entre 1990 e 1994 tendo o controlo sido adquirido pelo grupo BCP. Em 2012, a Bonança foi comprada pela Caixa Geral de Depósitos ao grupo BCP e fundida com a Fidelidade;
  • A Tranquilidade EP uniu a original da família Espírito Santo, com a Garantia Funchalense e A Nacional (CUF). Reprivatizada em duas fases, a última em 1990, regressando à propriedade do Grupo Espírito Santo. Com os problemas do BES foram as seguradoras entregues ao Novobanco e depois à Seguradoras Unidas. Hoje é do grupo Generali;
  • A Fidelidade EP foi a que mais juntou seguradoras nacionalizadas. Logo em 1975, as companhias do grupo Pinto de Magalhães – Aliança Madeirense, a Mutualidade e a Soberana – constituíram a MSA, EP, que integraram o grupo com a própria Fidelidade (grupo BNU), a Atlas (Banco Borges & Irmão) e A Seguradora Industrial (Banco Fonsecas & Burnay). Foi privatizada em 1988 passando para o controlo da Caixa Geral de Depósitos;
  • A Açoreana também foi nacionalizada em 1975 e manteve-se sozinha até ser privatizada em 1991 e passando para o controlo do Banco Comercial dos Açores do grupo Banif. Também se juntou à Seguradoras Unidas e hoje o seu património é da Generali;
  • A Portugal Re juntou a Câmara Resseguradora, a Continental de Resseguros, a Equidade, a Prudência e a Vitalícia, foi transformada em 1982 na Companhia Portuguesa de Resseguros e hoje é Fidelidade Re;
  • A Companhia de Seguros de Crédito EP, passou a designar-se COSEC – Companhia de Seguro de Créditos SA, em 1980. Foi vendida em 1982 e o controlo foi adquirido pelo grupo BPI que se juntou em parceria com a Allianz que em 2023 se tornou única acionista.

Mas, entre a nacionalização e reorganização dos grupos, o regime revolucionário já em estertor conseguiu lançar uma maldição: os seguros, tal como outros setores, nunca voltariam a ser privados.

Irreversibilidade das nacionalizações e a delimitação de setores

Na consequência das nacionalizações o perfil dos seguros em Portugal sofreu uma mudança drástica. As empresas privadas portuguesas, que detinham 86,7% da produção em 1973, representavam, quatro anos depois, apenas 13,1%. Em contrapartida, nesse mesmo ano de 1977, as empresas nacionalizadas retinham já mais de três quartos da produção. As mútuas viram o seu peso reduzir-se a um terço ao longo nos anos seguintes de 3%.

Para manter tudo assim, a Constituição Política da República Portuguesa aprovada em 4 de abril de 1976, a nacionalização dos seguros foi declarada irreversível pela versão inicial da Constituição Política da República Portuguesa aprovada em 4 de abril de 1976, com entrada em vigor no dia em que revolução fez dois anos.

Mais tarde, a Lei n.º 46/77 garantiu que a atividade seguradora, entre outras, era vedada à iniciativa privada.

Finalmente, na sequência da revisão da Constituição Política da República Portuguesa pela Lei Constitucional n.º 1/82 de 30 de setembro, o setor dos seguros foi reaberto à iniciativa privada e as empresas públicas de seguros puderam ser privatizadas.

Em 1986, foi criada a Lusitania, a primeira seguradora com capitais privados 100% nacionais, a nascer após a revolução de 1974, quebrava o feitiço de não voltarem a existir companhias portuguesas. Ainda hoje a Lusitania pertence ao Montepio e é nacional.

Indemnizações lentas, dúbias acabando úteis

A promessa de indemnizar os antigos proprietários das seguradoras nacionalizadas tardou, o momento político nunca era adequado a tratar publicamente do tema.

O valor das indemnizações foi fixado com base no património líquido das empresas à data da nacionalização ou, na sua falta, no último balanço aprovado. Este processo de avaliação e pagamento foi complexo e prolongado, refletindo as dificuldades inerentes à transição económica e política que Portugal atravessava na época.

Finalmente em 1979, o secretário de Estado Fernando Faria de Oliveira, fixou os valores definitivos das indemnizações a atribuir aos acionistas pelas nacionalizações realizadas quatro anos antes.

Os valores foram pagos através da emissão das “Obrigações do Tesouro, 1977 – Nacionalizações e Expropriações”, títulos de dívida pública usados para indemnizar os proprietários de bens nacionalizados ou expropriados durante o período revolucionário de 1975. A Lei n.º 80/77, de 26 de outubro, autorizou o Governo a emitir este empréstimo interno, amortizável, destinado exclusivamente ao pagamento dessas indemnizações.

A emissão foi de 100 milhões de contos de 1979 (cerca de 500 milhões de euros com valor atualizado por simulador do INE a março de 2025), com amortização faseada até 20 anos e uma taxa fixa baixa para um período em que inflação e taxas de juro variáveis atingiam valores superiores a 20% e mesmo 30% ao ano. Cotada na bolsa de Lisboa, as cotações de um décimo ou um quinto do valor nominal refletiam esse desfasamento da remuneração pela taxa de juro.

No entanto, a Portaria n.º 494/83, de 30 de abril permitiu a mobilização destes títulos, pelo valor nominal, para investimentos, permitindo aos titulares utilizá-las como forma de financiamento em projetos produtivos.

Estas obrigações acabaram por ser mais tarde utilizadas nas operações de privatização, acabando por beneficiar financeiramente os expropriados de 15 de março de 1975.

De há 50 anos sobrevivem duas marcas: Fidelidade e Tranquilidade, esta já na companhia da Generali. A COSEC está em transição para Allianz Trade e a Companhia Portuguesa de Resseguros acaba de mudar para Fidelidade Re. Todas as outras, algumas muitas fortes, morreram no processo.

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Taxistas com apoio de um milhão de euros para viaturas elétricas

  • Lusa
  • 15 Março 2025

O IMT lançou um concurso para a compra de viaturas elétricas para o setor do táxi na sequência do Fundo de Transportes, que disponibiliza um milhão de euros, anunciou hoje o Governo.

O Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) lançou um concurso para a compra de viaturas elétricas para o setor do táxi na sequência do Fundo de Transportes, que disponibiliza um milhão de euros, anunciou o Governo.

Em comunicado, o Ministério das Infraestruturas e Habitação esclarece que o Fundo para o Serviço Público de Transportes disponibiliza um milhão de euros para o setor do táxi.

O aviso, publicado pelo IMT, privilegia as áreas de baixa densidade e “mais deficitárias” em termos de oferta de transportes.

Para a aquisição de veículos elétricos, o apoio será de 5.000 euros por veículo, sendo que o apoio sobe para os 6.000 euros se a licença do táxi for emitida num município de baixa densidade.

O apoio será atribuído a um máximo de 10 táxis por beneficiário, ou 100.000 euros.

Já para o abate de viaturas com mais de 10 anos, é estipulado um apoio de 6.000 euros e a aquisição de equipamento de carregamento é comparticipada em 75% até ao limite máximo de 750 euros.

Na área da digitalização, o apoio comparticipa 50%, até ao limite de 5.000 euros por beneficiário, as compras de taxímetros, impressoras para faturas, aplicações eletrónicas para carregamento e dispositivos para emitir faturas por correio eletrónico.

O aviso do concurso, que estabelece as condições de admissibilidade e regras, está disponível no ‘site’ do IMT e as candidaturas podem ser submetidas até 31 de outubro.

No comunicado, o Governo salienta que o apoio para a descarbonização e digitalização do setor “representa a duplicação da verba prevista inicialmente para 2024”.

“Este montante pode ser reforçado com base na procura efetiva verificada e na disponibilidade orçamental do Fundo dos Transportes, à semelhança do que aconteceu no ano passado que teve um aumento de 750 mil euros”, assinala.

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Jerónimo Martins quer expandir a sua cadeia Hebe para a Chéquia e Eslováquia

  • Lusa
  • 15 Março 2025

O presidente executivo da Hebe, cadeia polaca de saúde e beleza do grupo Jerónimo Martins, está "à procura de oportunidades" para expandir lojas na Chéquia e Eslováquia.

O presidente executivo (CEO) da Hebe, cadeia polaca de saúde e beleza do grupo Jerónimo Martins, disse em entrevista à Lusa que está “à procura de oportunidades” para expandir o número de lojas na Chéquia e Eslováquia.

“Temos duas lojas na Eslováquia, uma em Bratislava e outra em Presov”, sendo que a primeira abriu em novembro e a segunda em dezembro, afirmou Sacha Djokic, adiantando que o negócio neste mercado está a “crescer mês após mês”.

“Está de acordo com a expectativa, embora esteja no início, mas a cada mês está melhor”, prosseguiu o gestor.

Agora, é um processo de conhecimento do mercado, “mas estou muito confiante” quanto ao negócio da Hebe na Eslováquia, acrescentou.

O conceito é bom, creio que adaptado. Temos uma experiência muito boa da Polónia. Depois, só precisamos de fazer o nosso trabalho explicando realmente a nossa proposta de valor e o que estamos a propor aos clientes”, referiu Sacha Djokic.

Queremos abrir numa boa localização e temos muita paciência porque podemos ter o melhor conceito do mundo, a melhor proposta de valor, mas se tivermos a localização errada não vai funcionar.

Sacha Djokic

Presidente-executivo da Hebe

No início deste mês, a cadeia de retalho polaca Biedronka, da Jerónimo Martins, expandiu o negócio para aquele país.

A Hebe começou a vender ‘online’ para a Eslováquia em dezembro de 2022 e o desempenho neste canal “é muito bom”.

Também as vendas na Chéquia estão a crescer “mês após mês”, como planeado, referiu o CEO, referindo que neste mercado tem “quatro lojas”, três em Praga e uma em Ostrava. A primeira loja em Praga abriu em dezembro de 2023.

“Estou muito confiante com o futuro porque no fim o consumidor é que irá decidir se somos bem-sucedidos ou não. E honestamente, baseado no que vi até agora, estou muito confiante“, salientou.

Questionado sobre se vai abrir mais lojas na Eslováquia e na Chéquia nos próximos 12 meses, Sasha Djokic foi perentório: “Sim, estamos a planear, estamos à procura de muitas oportunidades”. Até porque “queremos abrir numa boa localização e temos muita paciência porque podemos ter o melhor conceito do mundo, a melhor proposta de valor, mas se tivermos a localização errada não vai funcionar”, argumentou.

Por conseguinte, “estamos em discussão com muitos parceiros eslovacos e checos. Esta discussão leva tempo porque temos critérios muito específicos, digamos assim”, salientou o líder da Hebe. Mas, “assim que tivermos boa localização, abrimos”.

Questionado sobre se o desempenho das vendas ‘online’ está a correr melhor do que nas lojas, o responsável adiantou que é “difícil de comparar”. “Prefiro olhar desde um ponto de partida, como estamos a crescer. Todos os dias, semana após semana, mês após mês”, referiu o responsável.

O ‘online’ “está a ter um desempenho muito, muito bom em termos de crescimento”, salientou. Quanto a vender por esta via para o mercado português, tal não está previsto para já.

A Hebe conta com um total de 381 lojas e cerca de 4.000 trabalhadores.

A Jerónimo Martins registou vendas de 33.465 milhões de euros em 2024, um aumento de 9,3%, sendo que a cadeia polaca Biedronka obteve um crescimento de 9,6% para 23.570 milhões de euros, o Pingo Doce subiu 4,5% para 5.073 milhões de euros e a Ara avançou 17% para 2.850 milhões de euros.

As vendas do Recheio subiram 1,9% para 1.357 milhões de euros e as da Hebe cresceram 24,3% para 583 milhões.

Os resultados anuais são divulgados em 19 de março.

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ECO Quiz. Moção de confiança, Autoeuropa e tarifas de Trump

  • Tiago Lopes
  • 15 Março 2025

Agora que termina mais uma semana, chegou a altura de testar o seu conhecimento. Está a par de tudo o que se passou?

Esta semana ficou marcada pela moção de confiança apresentada por Luís Montenegro. Na origem da polémica está a empresa familiar do primeiro-ministro, a Spinumviva, e um potencial conflito de interesses. Entre os clientes destaca-se o grupo Solverde, uma vez que, entre 2018 e 2022, ou seja, antes de ser presidente do PSD e primeiro-ministro, Montenegro liderou as negociações com o anterior Governo para estender o contrato de concessão dos casinos de Espinho e do Algarve ao mesmo grupo.

A Volkswagen e a Autoeuropa anunciaram esta semana uma importante decisão para o futuro da economia portuguesa.

A administração de Donald Trump anunciou mais tarifas. Desta feita o alvo são as bebidas alcoólicas. Uma medida que afetará diretamente o setor vinícola português, que tem nos EUA o segundo maior mercado de exportação.

O ECO publica todas as semanas um quiz, que desafia a sua atenção. Tem a certeza que está a par de tudo o que se passou durante a semana? Teste o seu conhecimento.

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O futuro da Política de Coesão após 2027

Manter a atribuição dos fundos de Coesão ou introduzir uma lógica PRR nesta política comunitária? A nova Comissão vai ter de decidir, mas pende para a atribuição de fundos de acordo com metas e marcos

  • Este artigo integra a 12.ª edição do ECO magazine. Pode comprar aqui.

“Trazer para a Coesão o que de melhor a lógica do PRR tem.” É desta forma que o ministro da Coesão, Manuel Castro Almeida, sintetiza à ECO Magazine a forma como gostaria de ver evoluir a aplicação dos fundos no próximo quadro comunitário de apoio.

Ainda falta bastante tempo para terminar a vigência do Portugal 2030, mas os dados há muito que já foram lançados e com a entrada em funções na nova equipa de Ursula von der Leyen estão reunidas as condições para decidir o futuro da Política de Coesão após 2027.

De forma muito simplista, em cima da mesa estão duas visões: manter a atribuição dos fundos de Coesão como até aqui ou adotar na Coesão o princípio de metas e marcos que foi introduzido no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). O que distingue as duas abordagens?

Na primeira, são os Estados-membros, de forma mais descentralizada, que vão definindo quais devem ser as prioridades da Política de Coesão em cada região, sempre balizadas pelos princípios estratégicos delineados pela própria Comissão. Quem não se recorda de máximas como: nem mais um euro para financiar estradas em Portugal; as grandes empresas não são elegíveis para apoios no PT2030 (salvo raras exceções); prioridade máxima para o combate às alterações climáticas e para fomentar a inovação?

Na segunda é Bruxelas que negoceia com cada Estado-membro, de modo centralizado, um conjunto de metas e marcos (reformas e investimentos) de cujo cumprimento está dependente o desembolso das verbas comunitárias. No caso da tradicional Política de Coesão os beneficiários só recebem os apoios depois de apresentada a fatura que comprova a realização do investimento. O desligamento da lógica de pagamento contra fratura leva mesmo o Tribunal de Contas europeu a alertar para os riscos de incumprimento das regras nacionais e europeias e de ausência de controlo efetivo.

Disparidades territoriais

A questão financeira não é de somenos importância, sobretudo quando os países ditos frugais, os contribuintes líquidos da União Europeia (UE), mostram cada vez mais indisponibilidade para aumentar o esforço financeiro para o orçamento comunitário num contexto de solicitações crescentes. É, aliás, o aspeto político que gera mais discussão.

Nas recomendações políticas que o Comité das Regiões fez sobre o pós-2027 a primeira constatação é de que “em toda a UE subsistem disparidades territoriais, de tipos muito diversos que, se não forem devidamente combatidas, comprometem as suas perspetivas económicas e sociais, tanto mais que a convergência regional abrandou e surgiram recentemente novos fatores de desigualdade”. Pandemia, guerra na Ucrânia, transições ecológica e digital, mudança demográfica e alterações climáticas são fatores que só vieram agravar os riscos de assimetrias, sublinha o mesmo documento assinado pelo deputado dos Açores Vasco Cordeiro. “O custo da não coesão seria um golpe decisivo na ideia de uma Europa mais forte e mais unida, suscetível de alimentar ainda mais uma ‘geografia do descontentamento’ e de alhear os europeus da União Europeia”, lê-se.

Significa isto que deve ficar tudo na mesma porque a Política de Coesão ainda não cumpriu os seus objetivos? “Claro que não”, diz o ministro Adjunto e da Coesão. “Sou um grande defensor do modelo da Coesão, mas precisa de ajustes.”

Castro Almeida dá um exemplo muito concreto. A Comissão criou a Plataforma de Tecnologias Estratégicas para a Europa (STEP) com o objetivo de apoiar a indústria europeia e impulsionar o investimento em tecnologias críticas na Europa. Assim, o financiamento é direcionado para três áreas de investimento: tecnologias digitais e inovação em tecnologia profunda; tecnologias limpas e eficientes em termos de recursos e biotecnologias. Mas depois Bruxelas impede regiões desenvolvidas como Lisboa de acederem a determinados fundos temáticos.

“Não entendo que se queira fazer aceleração tecnológica do país apostando em Portalegre, Bragança ou Viseu, deixando de fora Lisboa. Os programas operacionais temáticos não tocam em Lisboa”, já tinha dito Manuel Castro Almeida na sessão de encerramento do Lisboa 2020. “Se concebo isto para infraestruturas municipais, não entendo que se mude o perfil tecnológico do país longe dos grandes centros tecnológicos”, acrescentou, defendendo que “há ajustamentos a fazer na Política de Coesão (…) com ponderação e seriedade”.

Os ajustamentos devem ainda ter em conta a realidade do alargamento da UE que ditará quase por certo uma redução do PIB per capita — a bitola usada na definição das elegibilidades. Por isso, o Comité das Regiões pede à Comissão que faça uma avaliação pormenorizada antes de propor um novo regulamento, para que a Política de Coesão possa continuar a apoiar todas as regiões e “lidar eficazmente com as repercussões negativas de um ‘efeito estatístico’” que acabará por excluir países que ainda precisam dela.

Já a comissária europeia da Coesão e Reformas cessante, Elisa Ferreira, considera que “uma tentativa de assimilar, de comparar, o apoio de emergência de curto prazo” que caracteriza o PRR, “com a Política de Coesão, e de substituir uma pela outra”, é “absolutamente errado e muito perigoso”. No ECO dos Fundos, o podcast quinzenal do ECO, alertou que aplicar a mesma lógica do PRR seria “fatal” para a Política de Coesão e defende que a solução deve passar por dar a esta política estrutural “uma dimensão muito mais estratégica”.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, já apresentou “Roteiro para o Próximo Quadro Financeiro Plurianual” que estará em consulta pública até 7 de maio. EPA/JOHN THYS / POOLEPA/JOHN THYS / POOL

Comissão pende para o modelo PRR

A Comissão Europeia deve avançar em julho com a sua proposta de Quadro Financeiro Plurianual 2028-2034, iniciando-se depois as negociações entre os colegisladores (Parlamento e Conselho). Entretanto, já publicou o “Roteiro para o Próximo Quadro Financeiro Plurianual”, no qual explica que “a nova abordagem para um orçamento moderno da UE deve incluir um plano para cada país com as principais reformas e investimentos, que será concebido e executado em parceria com as autoridades nacionais, regionais e locais”. Uma clara aproximação ao modelo PRR, e que se distancia da filosofia seguida até aqui, de distribuir os montantes atribuídos a cada Estado-membro através de programas regionais e temáticos com diferentes critérios de elegibilidade.

“A UE deve maximizar o impacto de cada euro que gasta, centrando-se nas prioridades e objetivos da UE em que a sua ação é mais necessária”, lê-se no documento que descreve os principais desafios políticos e orçamentais que irão moldar a conceção do próximo Quadro Financeiro Plurianual (QFP), o que lança as bases para reflexões sobre a forma de adaptar o orçamento de longo prazo da UE à evolução das necessidades e prioridades.

“A execução em curso do atual quadro financeiro permite retirar alguns ensinamentos sobre a forma de agilizar o orçamento da UE e de o alinhar melhor pelas suas prioridades e objetivos”, diz a Comissão Europeia. “Para garantir capacidade orçamental, é fundamental dispor de flexibilidade, de modo a poder responder a uma realidade em constante mutação. No entanto, tal não será possível se praticamente todos os fundos da UE forem pré-programados abinício”, frisa o documento. “Para maximizar o impacto do financiamento da UE, num momento em que decorre uma reflexão sobre o futuro quadro financeiro, importa direcionar e simplificar mais, desde o início”, concluiu.

Por outro lado, em defesa do modelo PRR, a Comissão sublinha que “a fragmentação do panorama financeiro traduz-se, igualmente, em demasiados documentos de programação, que exigem a utilização intensiva de recursos por todas as administrações envolvidas. O atual quadro financeiro inclui mais de dez fundos pré-afetados, que requerem esforços de planeamento e programação separados”.

A Comissão lançou, entretanto, uma consulta pública, na qual as partes interessadas e os cidadãos podem, até 7 de maio, dar contributos para a discussão sobre o futuro orçamento da UE e as políticas que este deve apoiar.

Nota: Artigo atualizado com os desenvolvimentos nesta matéria desde a publicação no ECO Magazine

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Auto-estradas gratuitas em Espanha são para manter, diz Governo de Sánchez

  • Lusa
  • 15 Março 2025

Anualmente, os utiilizadores ficam isentos de mais de mil milhões de euros de taxas de portagens. Gratuitidade, decidida pelo Governo de Sánchez em 2018, continuará, assegura o Executivo.

O governo espanhol excluiu nesta sexta-feira a possibilidade de reintroduzir portagens na rede estatal de autoestradas, afirmando que pretende privilegiar um “modelo de financiamento” que não penalize os automobilistas que utilizam as vias.

“O Governo afasta qualquer possibilidade de tomar medidas para alargar ou modificar o sistema de pagamento por utilização nas autoestradas, vias rápidas ou estradas convencionais do Estado”, afirma o Ministério dos Transportes em comunicado.

O executivo, a quem foi pedida a transposição de uma diretiva europeia sobre o financiamento das redes rodoviárias, quer manter a abolição das portagens, que proporciona “poupanças anuais de 1,4 mil milhões de euros” aos cidadãos, acrescenta o comunicado.

Desde que chegou ao poder em 2018, o primeiro-ministro socialista Pedro Sánchez decidiu não prorrogar as concessões e abolir as portagens, a fim de combater as disparidades regionais na rede rodoviária espanhola.

No âmbito desta medida, quase mil quilómetros de autoestrada foram tornados gratuitos, incluindo a autoestrada AP-7 entre a fronteira com França e Barcelona, uma rota popular para os turistas europeus, que voltou a ser propriedade do Estado espanhol em 2021, de acordo com o ministério.

No entanto, a abolição das portagens, que significaria que todos os contribuintes pagariam a manutenção das autoestradas, suscitou um amplo debate no país devido ao seu impacto nas finanças públicas.

Em Espanha quase 85% das vias rápidas estão atualmente isentas de portagens.

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Musk quer enviar robô Tesla Optimus a Marte em 2026. Humanos viajam no fim da década

  • Lusa
  • 15 Março 2025

Teste efetuado pela Space X a 7 de março voltou a falhar, mas Musk acredita que dentro de ano e meio pode iniciar os voos para Marte. Do sucesso depende a utilização da nave pela NASA.

O fundador da SpaceX anunciou que o megafoguetão Starship descolará para Marte no final de 2026 com o robô humanoide Tesla Optimus a bordo. Na sua estimativa, três a cinco anos depois será a vez dos humanos.

O multimilionário Elon Musk disse na sua rede social X que se as aterragens em Marte correrem bem, então “as aterragens humanas podem começar já em 2029, embora 2031 seja mais provável”.

Com 123 metros de altura, o tamanho de um edifício com cerca de 40 andares, o Starship é o maior e mais poderoso foguetão do mundo. O seu desenvolvimento é essencial para a ambição de Elon Musk de desenvolver viagens à Lua e a Marte.

A agência espacial norte-americana NASA também espera uma versão modificada da nave espacial para o seu programa Artemis, que visa levar astronautas de volta à Lua nesta década.

Mas antes de poder completar estas missões com sucesso, a SpaceX tem de provar que o megafoguetão é fiável, seguro para a tripulação e capaz de reabastecimentos complexos em órbita, o que é essencial para missões no espaço profundo. No entanto, a empresa de Elon Musk sofreu um novo revés a 7 de março, durante o seu último voo de teste.

Tal como no teste anterior, em janeiro, a Starship explodiu em altitude, espalhando destroços sobre as Caraíbas, que interromperam brevemente o tráfego aéreo.

Ainda assim, a SpaceX conseguiu fazer regressar e aterrar o propulsor, com recurso a dois braços mecânicos na plataforma de lançamento do Texas, numa manobra espetacular que só a SpaceX consegue dominar.

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Capitão de cargueiro com bandeira portuguesa que colidiu com petroleiro acusado de homicídio por negligência

  • Lusa
  • 15 Março 2025

Cargueiro Solong, registado em Portugal, colidiu na segunda-feira no mar do Norte, ao largo do leste de Inglaterra, com o Stena Immaculate, um petroleiro norte-americano.

O capitão russo de um navio porta-contentores registado na Madeira e que colidiu na segunda-feira com um petroleiro no mar do Norte, na costa inglesa, foi acusado de homicídio por negligência grave, revelou a polícia britânica.

“O capitão do navio Solong, Vladimir Motin, de 59 anos, de (…) São Petersburgo, na Rússia, foi acusado de homicídio voluntário por negligência grave e mantido sob custódia, antes de comparecer no Tribunal de Magistrados de Hull” no sábado, destacou a Polícia de Humberside, em comunicado.

“Autorizámos a Polícia de Humberside a acusar um cidadão russo em ligação com uma colisão envolvendo duas embarcações no mar do Norte, na costa leste de Inglaterra”, acrescentou Frank Ferguson, chefe da Divisão de Crimes e Combate ao Terrorismo do Ministério Público.

O cargueiro Solong, registado em Portugal, colidiu na segunda-feira no mar do Norte, ao largo do leste de Inglaterra, com o Stena Immaculate, um petroleiro norte-americano que transportava combustível para as forças armadas norte-americanas, incendiando ambos os navios.

De acordo com a sua página eletrónica, dos 33 navios que a empresa alemã Ernst Russ possui, total ou parcialmente, 22 estão registados na Madeira, em Portugal.

Motin foi detido no nordeste de Inglaterra na terça-feira, um dia após a colisão com o MV Stena Immaculate.

A polícia de Humberside confirmou que o membro da tripulação desaparecido “é agora considerado morto” após uma extensa busca. O comunicado informou que a família está a ser apoiada por polícias treinados e especializados para estes casos.

O Ministério Público disse que o cidadão filipino Mark Angelo Pernia, de 38 anos, foi identificado como o membro da tripulação que terá morrido na colisão.

A empresa de navegação Ernst Russ, proprietária do Solong, disse anteriormente que os 14 tripulantes do navio eram uma mistura de cidadãos russos e filipinos.

As autoridades do Reino Unido disseram que não há nada até ao momento que indique que o incidente esteja relacionado com a segurança nacional.

O Departamento de Investigação de Acidentes Marítimos do Reino Unido está também envolvido na investigação do que fez com que o Solong, com destino a Grangemouth, na Escócia, para Roterdão, nos Países Baixos, atingisse o petroleiro parado, que estava ancorado a cerca de 16 quilómetros da costa inglesa.

A investigação está a ser liderada pelos EUA e por Portugal, os países onde os navios têm bandeira.

Os documentos de inspeção portuária mostram que o Solong falhou as verificações de segurança relacionadas com a condução em Dublin, na Irlanda, em julho, com as “comunicações de posição de condução de emergência/leitura da bússola” da embarcação ilegíveis.

Uma inspeção na Escócia, em outubro, encontrou outras duas deficiências. O navio não foi retido após nenhuma das inspeções.

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Fitch mantém inalterado rating de Portugal

  • ECO
  • 14 Março 2025

A agência norte-americana, a primeira a avaliar a notação da dívida portuguesa após a queda do Governo, nota a "instabilidade relacionada com as eleições que pode impedir a execução do PRR".

A agência norte-americana Fitch decidiu esta sexta-feira, não mexer no rating de Portugal, que se mantém assim em A-, com perspetiva positiva.

A decisão da agência, a primeira a avaliar a dívida soberana do país após a queda do Governo, espera que a economia portuguesa mostre resiliência “apesar dos riscos externos elevados e da incerteza relacionada com os desenvolvimentos políticos”. Ainda assim, a Fitch sublinha que prevê a “redução contínua” da dívida pública e dívida externa.

A Fitch projeta um crescimento de 2,2% para Portugal em 2026, alinhado com as previsões medianas ‘A’ (2,4%) e excedendo as taxas de crescimento da zona do euro (1,3%). No entanto, refere a existência de riscos ao crescimento, tanto ao nível externo como interno.

Internamente, a agência norte-americana destaca a instabilidade relacionada com as eleições que pode impedir a execução do PRR, o que pode, por sua vez, “atrasar projetos críticos”, com consequências negativas para o crescimento. “Além disso, pode enfraquecer a confiança do consumidor e das empresas, levando as famílias e as empresas a adotar estratégias de gastos e investimentos mais cautelosas“, refere.

Ainda sobre o chumbo da moção de confiança que levou às eleições antecipadas agendadas para 18 de maio, a agência de rating destaca que este é o terceiro ato eleitoral no país em três anos, o que “enfatiza a recorrente volatilidade política“. A Fitch prevê ainda que um partido centrista ganhe as eleições e mantenha “políticas orçamentais prudentes”.

“No entanto, apesar do bom histórico de disciplina orçamental do país ao longo de várias mudanças governamentais, o próximo período eleitoral pode afetar a implementação de medidas, potencialmente minando a posição orçamental de Portugal“, alerta.

Já a nível externo, a agência de rating destaca os desafios decorrentes das “crescentes tensões comerciais” entre a União Europeia e os EUA, bem como questões geopolíticas, que “podem prejudicar as exportações e reduzir o crescimento”.

A canadiana DBRS foi a primeira do ano a avaliar Portugal, ao subir o rating do país para A (elevado), com perspetiva estável, a 17 de janeiro. Seguiu-se a S&P, a 28 de fevereiro, também a rever em alta a notação da dívida soberana, de A- para A, com perspetiva positiva. A Moody’s é a próxima a avaliar Portugal, a 16 de maio.

(notícia atualizada às 21h23)

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“Revolução colorida” visa derrubar o Governo, diz presidente sérvio

  • Lusa
  • 14 Março 2025

Estudantes universitários têm chegado de todo o país a Belgrado para participarem na manifestação de sábado, à qual se prevê a adesão de dezenas de milhares de pessoas.

O Presidente sérvio, Aleksandar Vucic, acusou os protestos dos últimos meses de visarem o derrube do Governo com “uma revolução colorida”, apesar dos seus esforços para esclarecer a tragédia mortal de Novi Sad e satisfazer as exigências da população. “Em meados de dezembro, sabíamos que não seria suficiente e que nunca nada seria suficiente, porque o objetivo era uma revolução colorida”, afirmou esta sexta-feira o Presidente da Sérvia num discurso à nação.

Milhares de pessoas reuniram-se em Belgrado, a capital da Sérvia, na véspera de uma grande manifestação antigovernamental que decorrerá na capital do país, apesar dos avisos oficiais de que se prevê violência e dos alarmes do Governo destinados a dissuadir os manifestantes de comparecerem.

Estudantes universitários têm chegado de todo o país a Belgrado para participarem na manifestação de sábado, à qual se prevê a adesão de dezenas de milhares de pessoas. O protesto é visto como o culminar de meses de manifestações contra a corrupção no país dos Balcãs e um teste ao Governo de direita do Presidente Aleksandar Vucic, que tem enfrentado um crescente descontentamento popular.

Vucic advertiu que esta mobilização é “ilegal”, mas prometeu respeitar o direito dos cidadãos de protestar pacificamente. “Somos um país claramente democrático”, afirmou Vucic, criticando países como a Alemanha e a França de “usarem cassetetes” em contextos semelhantes.

O Presidente sérvio garantiu que os participantes poderão manifestar-se pacificamente, mas que os organizadores terão de enfrentar as consequências legais de terem convocado manifestações sem autorização e os eventuais distúrbios que possam surgir. “O Estado da Sérvia tomará todas as medidas necessárias para garantir a paz. Aqueles que perturbarem a paz serão detidos e severamente punidos”, sublinhou Vucic, que fez um apelo “a todos os cidadãos da Sérvia” para que não provoquem distúrbios.

“Esqueçam esses jogos sobre a rendição da polícia, do exército, essas histórias infantis de revoluções coloridas. É demasiado estúpido”, frisou Vucic.

Nos últimos meses, os estudantes e os partidos da oposição têm pedido a demissão do Presidente sérvio, após o colapso do telhado de uma estação de comboios na cidade de Novi Sad, que causou a morte de 15 pessoas e que serviu como meio de expor outras reivindicações da sociedade sérvia.

O Governo tentou pacificar os manifestantes com a aprovação de novas leis ou demitindo altos funcionários, como o primeiro-ministro Milos Vucevic e o ministro da Construção e dos Transportes Goran Vesic.

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