Tarifas. Bruxelas pede “nível adicional de compromisso por parte dos EUA para manter a bola a rolar”

  • Lusa
  • 15 Abril 2025

Comissão Europeia fala em "reunião muito concentrada e produtiva" entre os dois blocos transatlânticos, mas pede "uma ideia mais clara sobre quais são os resultados preferidos" dos norte-americanos.

A Comissão Europeia pediu esta terça-feira, um dia após uma primeira reunião, o envolvimento dos Estados Unidos nas negociações com a União Europeia (UE) sobre o comércio transatlântico, após anúncios norte-americanos de pesadas tarifas, admitindo alargar a oferta comunitária.

“Estamos dispostos a analisar uma série de outras áreas também [para a oferta de tarifas zero sobre bens industriais], mas precisaríamos de um nível adicional de compromisso por parte dos Estados Unidos para manter a bola a rolar”, disse o porta-voz do executivo comunitário para a área do Comércio, Olof Gill.

O responsável falava na conferência de imprensa diária da instituição, em Bruxelas, um dia após uma “reunião muito concentrada e produtiva” entre os dois blocos transatlânticos, na qual a UE esteve representada pelo comissário europeu do Comércio, Maros Sefcovic, e os Estados Unidos pelo Secretário do Comércio norte-americano, Howard Lutnick.

“Precisamos de ouvir mais da parte dos americanos. […] Precisamos de ter uma ideia mais clara sobre quais são os seus resultados preferidos nestas negociações”, insistiu o porta-voz.

Da parte europeia, “a oferta continua claramente em cima da mesa”, assentando em tarifas zero sobre produtos industriais, incluindo automóveis, e poderá ser alargada, adiantou Olof Gill sem especificar.

As contramedidas anunciadas pela UE para responder às tarifas aduaneiras impostas pelos Estados Unidos ao aço e alumínio comunitários estão suspensas até 14 de julho para permitir negociações, oficializou na segunda-feira a Comissão Europeia.

A UE prefere dialogar com o seu parceiro transatlântico e, por isso, o comissário europeu do Comércio, Maros Sefcovic, esteve na segunda-feira em Washington para reuniões com os seus homólogos norte-americanos a fim de explorar o terreno para uma solução negociada.

A reunião aconteceu num momento de acentuadas tensões comerciais depois dos anúncios do Presidente norte-americano, Donald Trump, de imposição de taxas de 25% para o aço, o alumínio e os automóveis europeus e de 20% em tarifas recíprocas ao bloco comunitário, estas últimas entretanto suspensas por 90 dias.

Esta suspensão acalmou os mercados, que têm vindo a registar graves perdas, e foi saudada e secundada pela UE, que suspendeu, durante o mesmo período, as tarifas de 25% a produtos norte-americanos que havia aprovado na quarta-feira em resposta às aplicadas pelos Estados Unidos ao aço e alumínio europeus.

“Transparência e justiça” no comércio global

Também esta terça-feira, a presidente da Comissão Europeia insistiu na “importância da previsibilidade, transparência e justiça” do sistema global de comércio e no aprofundamento da cooperação transpacífica.

Em comunicado, a Comissão Europeia indicou que Ursula von der Leyen conversou com primeiro-ministro de Singapura, Lawrence Wong.

Durante a conversa, a presidente do executivo comunitário alertou para a “importância da previsibilidade, transparência e justiça do sistema global de comércio”, considerando ser a “única maneira de o sistema funcionar, crescer e beneficiar todos”.

“A presidente [da Comissão Europeia] discutiu a possibilidade de uma cooperação mais estreita” entre a União Europeia e os parceiros transpacíficos. Sobre este tópico foi anunciado um contacto esta semana com o primeiro-ministro da Nova Zelândia, Christopher Luxon.

As conversas que Ursula von der Leyen tem mantido com os líderes de outros países fazem parte da estratégia da União Europeia de expandir a sua esfera comercial e de parceiros para diminuir as dependências, por exemplo, aos Estados Unidos da América.

Cálculos da Comissão Europeia dão conta de que os novos direitos aduaneiros norte-americanos podem implicar perdas de 0,8% a 1,4% no Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA até 2027, sendo esta percentagem de 0,2% do PIB no caso da UE.

No pior cenário, isto é, se os direitos aduaneiros forem permanentes ou se houver outras contramedidas, as consequências económicas serão mais negativas, de até 3,1% a 3,3% para os Estados Unidos e de 0,5% a 0,6% para a UE.

Em termos globais, o executivo comunitário estima uma perda de 1,2% no PIB mundial e uma queda de 7,7% no comércio mundial em três anos.

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Primeiro-ministro francês alerta para situação económica e anuncia plano de choque

  • Lusa
  • 15 Abril 2025

François Bayrou estima que "será, sem dúvida, necessário um esforço de cerca de três mil milhões de euros suplementares" no orçamento da Defesa em 2026.

O primeiro-ministro francês, François Bayrou, alertou para a situação da economia sobre-endividada do país, sem produção suficiente e com um nível de emprego inferior ao dos seus concorrentes, e anunciou um plano de choque imediato.

“Há datas cruciais na agenda política do governo, há horas decisivas, e esta é uma delas”, afirmou François Bayrou numa conferência de imprensa para assinalar o lançamento do Comité de Alerta para o Orçamento de 2026, em que referiu que quer “falar a linguagem da verdade” para os franceses.

Numa conferência com os membros do seu Governo, Bayrou apontou que a situação do país é agravada pelas crises internacionais, que obrigam a um aumento do esforço de Defesa, e pela guerra comercial lançada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Perante a guerra na Ucrânia e a reviravolta estratégica dos Estados Unidos, “a União Europeia tem o dever imperativo de construir uma defesa autónoma”, graças a “um imenso esforço partilhado, necessário por parte dos outros países europeus”, no qual “o esforço francês” será reforçado, declarou o chefe do governo.

Por essa razão, o chefe de Governo francês estimou que “será sem dúvida necessário um esforço de cerca de três mil milhões de euros suplementares” no orçamento da Defesa de 2026 para garantir a “independência em termos de segurança e defesa” da França e da União Europeia.

Numa altura em que pretende economizar 40 mil milhões de euros até 2026, entre aumento de receitas e redução de despesas, para reduzir o défice público de 5,4% do Produto Interno Bruto (PIB) para 4,6%, o objetivo do chefe de Governo francês é ainda produzir mais para financiar os serviços públicos franceses.

“Se a nossa produção per capita estivesse ao nível dos nossos vizinhos europeus, não teríamos um défice orçamental e os nossos concidadãos que ganham cerca de 2.000 euros por mês aproximar-se-iam dos 2.500 euros”, afirmou Bayrou, defendendo que a França é “o país do mundo que gasta mais dinheiro público”.

Apesar disso, o país “está longe de estar no topo da classificação da OCDE em termos de nível de vida, de taxa de desemprego ou de desigualdade”, acrescentou o primeiro-ministro, considerando que “é possível um reequilíbrio das finanças públicas”.

“A inevitabilidade de uma dívida excessiva é inaceitável porque não seremos capazes de suportar sustentavelmente o fardo”, que poderá “atingir 100 mil milhões de euros em 2029”, contra 67 mil milhões em 2025, segundo Bayrou, que insiste que a espiral da dívida é “um círculo vicioso, uma armadilha perigosa, potencialmente irreversível”.

François Bayrou, que considera que “aumentar os impostos” para reequilibrar as finanças públicas é “insustentável”, convocou ainda uma reunião para 14 de julho para propor “grandes orientações” e as “grandes escolhas” decorrentes do diagnóstico.

“O nosso objetivo é propô-las até 14 de julho, para que possamos ter uma visão mais clara das possibilidades e oportunidades que temos pela frente”, afirmou.

Com as sondagens e acusações de inação após quatro meses de mandato, o centrista François Bayrou pretende agora iniciar um método de “corresponsabilidade” com os franceses.

O esforço monetário de 40 milhões de euros suplementares para o Orçamento de 2026 corre o risco de uma moção de censura por parte dos partidos de extrema-direita União Nacional (RN) e da esquerda radical França Insubmissa (LFI).

“Se o plano é pedir aos franceses que apertem o cinto sem que o Estado faça economias em termos de imigração, de custo de vida do Estado e das coletividades locais, faremos tudo para o censurar”, afirmou antes da conferência o vice-presidente do RN, Sébastien Chenu.

Por outro lado, a esquerda está preocupada com o “impacto recessivo” das novas economias sobre um crescimento já enfraquecido pelas incertezas ligadas à política protecionista dos Estados Unidos.

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Cerca de 800 mil portugueses assistiram ao frente a frente entre Luís Montenegro e Rui Rocha

  • + M
  • 15 Abril 2025

O debate mais visto continua a ser o que opôs Mariana Mortágua e Pedro Nuno Santos, com 1,057 mil telespectadores.

O frente a frente entre o ainda primeiro-ministro e cabeça de lista da AD e Rui Rocha foi acompanhado por um total de 800,5 mil telespectadores. Transmitido em simultâneo na RTP1 e RTP3, o debate reuniu cerca de 727,3 mil telespectadores na RTP1, aos quais se juntaram 73,2 mil no canal de informação do operador de serviço público, mostra a análise da Dentsu para o +M.

Decorreu também, na noite desta segunda-feira, o frente a frente entre Mariana Mortágua e Rui Tavares. Os cabeça de lista do BE e do Livre foram acompanhados por 137,7 mil telespectadores na SIC Notícias e, em diferido, por 2,3 mil pessoas na RTP3.

O debate entre Mariana Mortágua e Pedro Nuno Santos, na terça-feira da última semana na SIC e SIC Notícias e mais tarde na RTP3, continua a ser o mais visto. O confronto teve uma audiência de 1,057 mil telespectadores, mais 216 mil do que os que assistiram ao frente a frente entre Paulo Raimundo e Luís Montenegro, que abriu esta ronda de debates para as legislativas de 18 de maio.

Veja aqui o calendário de todos os debates.

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Builtrix expande para Espanha e aponta mira aos Países Baixos e Reino Unido

Startup que desenvolveu solução que usa IA para monitorizar gastos de energia em edifícios, permitindo a sua otimização, prepara ainda uma ronda de capital.

Da esquerda para a direita, Mojtaba Kamarlouie, CTO e cofundador, e Javad Hatami, CEO e cofundador, da Builtrix.

A Builtrix, startup portuguesa que usa inteligência artificial (IA) para ajudar empresas a reduzir custos energéticos e alcançar metas ESG, prepara-se para expandir a operação para Espanha no terceiro trimestre e para os Países Baixos e o Reino Unido em 2026. Pretende levantar até dois milhões de euros para alimentar a expansão internacional.

No mercado externo, a empresa já tem clientes em Itália, Suíça e França. Agora prepara-se para dar o salto para Espanha. “A expansão internacional é uma prioridade estratégica da Builtrix para 2025. Além dos projetos internacionais já desenvolvidos, vamos começar por Espanha no 3.º trimestre de 2025, onde identificamos uma forte convergência nos regulamentos ESG e desafios semelhantes em eficiência energética e conformidade — especialmente nos setores imobiliário e hoteleiro. Espanha é uma extensão natural das nossas operações, tanto geograficamente como estrategicamente”, adianta Javad Hatami, cofundador e CEO da Builtrix.

No mercado espanhol, onde estão a “intensificar os esforços comerciais”, a Builtrix espera “angariar os primeiros três a cinco clientes até ao final de 2025, principalmente nos setores imobiliário e hoteleiro, impulsionados por exigências regulatórias e pressão dos investidores”, estima o CEO. “Com base no nosso modelo de preços e nas conversas iniciais, prevemos que Espanha possa representar 15% a 20% da nossa receita anual dentro de dois anos“, estima.

Até 2027, esperamos duplicar a nossa base de clientes internacionais e gerar 40–50% da receita fora de Portugal.

Depois de Espanha, vários outros mercados europeus estão identificados e já com data. “Em 2026, pretendemos expandir para os Países Baixos e o Reino Unido, com o objetivo de escalar posteriormente para o Norte da Europa. Estes são mercados com pressão crescente em ESG e onde existe procura por soluções digitais para descarbonizar portefólios imobiliários”, revela.

“Estes mercados têm elevada maturidade digital, o que se alinha com o nosso modelo ‘sem hardware. Até 2027, esperamos duplicar a nossa base de clientes internacionais e gerar 40–50% da receita fora de Portugal”, aponta.

“A nossa ambição a longo prazo é tornar-nos a plataforma líder de inteligência energética para ESG em edifícios no Sul e Oeste da Europa — com forte presença nos setores do retalho, hotelaria e investimento imobiliário”, aponta.

Nesta fase, a expansão assenta em “parcerias locais”, não passando pela abertura de sucursais físicas. “Acreditamos num crescimento inteligente. Em vez de abrir escritórios em cada país, estamos a construir parcerias locais com consultores energéticos, especialistas ESG e empresas de gestão de edifícios com experiência e redes nos setores alvo. Isso permite-nos entregar expertise local com menor custo operacional”, justifica.

“A médio prazo, caso atinjam massa crítica num mercado — especialmente em Espanha — podemos considerar estabelecer uma presença local, com um responsável comercial ou uma equipa satélite. Mas, por agora, o nosso foco está num crescimento ágil e eficiente em termos de capital, que nos permita validar cada mercado com o mínimo de fricção possível”, admite.

Por agora, a equipa em Portugal continuará a liderar as operações centrais — incluindo produto, suporte e sucesso do cliente.

Ronda para alimentar expansão

Para alimentar este plano de expansão, a startup está a preparar uma nova ronda de investimento. “A entrada em novos mercados — especialmente Espanha e Países Baixos — requer investimento em vendas, parcerias, adaptação ao mercado e conformidade regulatória”, justifica o CEO.

Estamos a planear uma ronda seed+ ou pré-série A no segundo semestre de 2025, com um objetivo de 1,5 milhões a 2 milhões de euros”, adianta. Para isso, já estão em “conversações iniciais com impact-driven VC e investidores estratégicos nas áreas de energia, SaaS e proptech“, acrescenta.

“O nosso foco não está apenas no capital, mas sim em capital inteligente — parceiros que compreendam a oportunidade de longo prazo na descarbonização dos edifícios e na infraestrutura digital para ESG”, ressalva.

Estamos a planear uma ronda seed+ ou pré-série A no segundo semestre de 2025, com um objetivo de 1,5 milhões a 2 milhões de euros. (..) Para isso, já estão em “conversações iniciais com impact-driven VC e investidores estratégicos nas áreas de energia, SaaS e proptech.

Essa futura injeção de capital — a que se junta ao meio milhão já angariado pela empresa no mercado — servirá para “expandir os esforços comerciais em Espanha”, “construir parcerias estratégicas nos Países Baixos e Reino Unido”, melhorar funcionalidades da plataforma, bem como “reforçar as equipas técnicas e de serviço ao cliente em Portugal”.

“A ronda também nos ajudará a acelerar a posição da Builtrix como a principal plataforma de inteligência energética para edifícios, especialmente nos setores do imobiliário, hotelaria e retalho — setores que enfrentam uma pressão real em termos de ESG e descarbonização”, diz.

A liderar o projeto europeu WeForming — iniciativa que envolve seis países, estando a realizar pilotos em “edifícios comerciais, residenciais e públicos (incluindo um demonstrador em Portugal, que envolve um grande centro comercial em Viseu com geração interna e armazenamento de energia)” —, a startup desenvolveu uma plataforma que se integra com fornecedores de energia e sistemas dos edifícios para recolher automaticamente dados de eletricidade, gás e água, permitindo detetar ineficiências, acompanhar o desempenho ao longo do tempo e definir metas de descarbonização.

Em simultâneo, ajuda os clientes a “prepararem-se para a nova vaga de relatórios de sustentabilidade (como o CSRD na UE), estruturando os dados em conformidade com os protocolos GEE e os padrões europeus. Isso reduz riscos legais e aumenta a confiança dos investidores”, descreve o CEO.

Uma solução que tem tido adesão do setor imobiliário, hoteleiro, retalhista ou administração pública. O HF Hotels, Grupo Visabeira, Montebelo Hotels & Resorts, Município de Cascais, Details Hotels & Resorts, “além de conhecidas lojas de conveniência e retalho localizadas nas autoestradas portuguesas” são alguns dos clientes em carteira.

“Em todo o país, gerimos mais de 200 contadores e localizações ativas”, diz. No total, a plataforma já “monitorizou mais de 1.000 edifícios e contadores em toda a Europa, cobrindo mais de três milhões de metros quadrados, com um valor estimado de ativos de 10 mil milhões de euros“. E já ajudou a “gerir emissões de mais de 1,2 milhões de toneladas métricas de CO2, dando aos nossos clientes a visibilidade necessária para cumprir exigências regulatórias e metas de sustentabilidade”.

Reforço de equipa

Fundada em 2020 e hoje com uma equipa de seis pessoas, a trabalhar num modelo híbrido, que combina trabalho no escritório com flexibilidade remota, em particular para equipas de produto, a startup tem planos para reforçar o número de trabalhadores.

“Planeamos expandir a equipa em 2025 como parte da estratégia internacional”, diz o CEO. A startup quer reforçar na área de desenvolvimento de negócios & vendas (Espanha e Sul da Europa), com perfis “com experiência em SaaS B2B ou soluções de sustentabilidade, de preferência com ligações aos setores imobiliário, hoteleiro ou retalhista” e em que a fluência em espanhol é “prioritária”; procura ainda analistas de energia & ESG, engenheiros de software & integração de dados e para apoio ao cliente e onboarding.

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China ordena a companhias aéreas que deixem de aceitar entregas da Boeing

  • Lusa
  • 15 Abril 2025

Decisão surge depois de EUA terem implementado uma tarifa total de 145% sobre as importações chinesas, enquanto Pequim aumentou as tarifas sobre os produtos norte-americanos para 125%.

A China ordenou às suas companhias aéreas que deixem de aceitar entregas de aviões Boeing, no meio de uma guerra tarifária com os Estados Unidos (EUA), avançou esta terça-feira a Bloomberg, que cita fontes próximas do processo.

Segundo a Bloomberg, Pequim pediu ainda às companhias aéreas chinesas que suspendam “quaisquer compras de equipamento e peças de aviões a empresas americanas”.

Os EUA impuseram uma tarifa total de 145% sobre as importações chinesas, enquanto Pequim aumentou as tarifas sobre os produtos norte-americanos para 125%.

Nas últimas semanas, alguns analistas têm apontado o setor da aviação dos EUA como um dos mais afetados pela guerra das tarifas, sobretudo a Boeing.

A empresa sediada em Arlington, Virgínia, poderá ver o preço das suas aeronaves aumentar em comparação com os seus dois principais concorrentes, a europeia Airbus e a Commercial Aircraft Corporation of China (COMAC), que procura ganhar terreno no mercado doméstico com o apoio estatal.

A Boeing foi poupada às tarifas durante o último episódio da guerra comercial, durante a primeira presidência de Trump (2017-2021), mas as suas vendas ao ‘gigante’ asiático têm vindo a cair desde 2019.

Em 2022, a expectativa era que 25% das entregas internacionais da Boeing fossem para a China, mas em 2023 o número desceu para 9%.

Por outro lado, os especialistas acreditam que a escalada da guerra comercial fará com que as empresas americanas de todos os setores vejam preços mais elevados por peças e matérias-primas que compram à China, o que significa que enfrentarão o duplo desafio de ter de realocar parte da sua produção e perder competitividade no mercado chinês.

A guerra comercial desencadeada por Donald Trump intensificou-se a 2 de abril, com o anúncio de “tarifas recíprocas” para os seus parceiros comerciais, uma medida que reverteu uma semana depois, face à queda dos mercados e ao aumento dos custos de financiamento da dívida dos EUA.

Mas, ao mesmo tempo que suavizou a sua ofensiva contra a maioria dos países, aplicando uma tarifa generalizada de 10%, decidiu aumentar as tarifas sobre os produtos chineses, por ter respondido com retaliações.

Os EUA decidiram deixar vários produtos tecnológicos chineses sem impostos, mas Trump disse, no domingo, que as tarifas sobre os semicondutores serão implementadas “num futuro próximo”.

A China pediu a Washington que cancelasse completamente as tarifas, afirmando que “ninguém ganha numa guerra comercial” e que “o protecionismo não tem saída”.

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Nova SBE lança formações em competências digitais. Formandos podem pedir reembolso a 100% ao IEFP

A Nova SBE Executive Education acaba de lançar três novas formações, que podem ser financiadas pelo cheque de formação digital, isto é, formandos podem pedir reembolso total do investimento ao IEFP.

A Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa (Nova SBE) acaba de lançar três novas formações especializadas em competências digitais, que podem ser financiadas a 100% pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). Isto porque exigem um investimento de 750 euros, o mesmo valor previsto no cheque de formação digital. Quem não recorrer a esse apoio, pode pagar a formação em prestações.

“A Formação de Executivos da Nova SBE reforça o seu compromisso com a capacitação digital e a empregabilidade dos profissionais em Portugal através da iniciativa Nova Digital powered by Nova SBE Executive Education. Foi concebida para responder às exigências do mercado e às necessidades digitais dos profissionais, promovendo o acesso à qualificação através do programa de financiamento do Governo de Portugal e do IEFP“, informa a escola de negócios, numa nota enviada esta terça-feira às redações.

As formações em causa duram 30 horas cada e versam sobre três temas: introdução à Inteligência Artificial (como utilizar estas ferramentas para otimizar tarefas, gerar conteúdo e resolver problemas), ferramentas de produtividade digital (como utilizar ferramentas digitais para melhorar a eficiência, a organização e a colaboração no contexto profissional) e marketing e vendas digitais (como aplicar estratégias e ferramentas de marketing digital para impulsionar as vendas e aumentar a presença online).

“Alinhada com o compromisso conjunto do Governo de Portugal e do IEFP, a Nova SBE Executive Education, desenvolveu formações cujo investimento está ajustado ao mercado e à exigência do programa governamental“, destaca a escola de negócios.

Num primeiro momento, os formandos têm de pagar os 750 euros para acederem à formação, mas podem, depois, pedir o reembolso na íntegra ao IEFP. Caso não sejam elegíveis para o cheque de formação digital, podem optar pelo parcelamento em até 12 prestações sem juros.

Anunciado no verão de 2023 ainda pelo Governo de António Costa, o cheque de formação digital é uma medida que visa apoiar o “desenvolvimento de competências e qualificações no domínio digital dos trabalhadores” através da atribuição de um apoio de 750 euros (financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência) a quem fizer formação em áreas como cibersegurança ou marketing digital.

Este cheque destina-se a todos os trabalhadores “independentemente do vínculo”, isto é, sejam eles dependentes de uma entidade empregadora, independentes, empresários em nome individual ou sócios de sociedade unipessoais.

As candidaturas arrancaram a 8 de setembro de 2023 e prolongam-se até 30 de setembro de 2025, o que significa que estão agora a poucos meses do fim.

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SRS Legal reforça equipa de TMT

Raquel Gomes Chainho é a nova associada da SRS Legal. A advogada reforça a equipa de Tecnologia, Media e Telecomunicações e Proteção de Dados e Cibersegurança.

Raquel Gomes Chainho reforçou a equipa de Tecnologia, Media e Telecomunicações (TMT) e Proteção de Dados e Cibersegurança da SRS Legal na qualidade de associada.

“A integração da Raquel reforça o nosso compromisso com áreas críticas para os nossos clientes, como a proteção de dados, a cibersegurança e a regulação tecnológica, cujos recursos e competências têm sido cada vez mais necessários face ao contexto global e nacional”, sublinham em comunicado os managing partners César Sá Esteves e Octávio Castelo Paulo.

A nova associada da SRS Legal conta experiência em matérias de proteção de dados, cibersegurança, tecnologias da informação e inteligência artificial, assessorando clientes nacionais e internacionais em temas regulatórios e contratuais. No seu percurso destaca-se a passagem pela Rubis Energia Portugal, S.A., tendo prestado assessoria jurídica global ao Grupo Rubis em Portugal.

“Com uma abordagem transversal e atualizada sobre os desafios tecnológicos e jurídicos do digital, a Raquel traz uma mais-valia importante num contexto de crescente complexidade normativa e de inovação tecnológica acelerada“, refere o sócio responsável pelas áreas de TMT e de Proteção de Dados e Cibersegurança Luís Neto Galvão.

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ASF pede rapidez às seguradoras nos processos de habitação após “número significativo” de queixas

  • Lusa
  • 15 Abril 2025

A ASF quer que as seguradoras entrem em contacto com o segurado ou lesado no máximo quatro dias após a queixa e até 40 dias para avisar se assumem ou não a responsabilidade pelo sinistro.

A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) emitiu esta terça-feira um novo conjunto de recomendações às empresas para acelerar processos de sinistros em seguros habitação, após um “número significativo” de reclamações sobre atrasos.

“Estas recomendações surgem na sequência do número significativo de reclamações recebidas pela ASF relativas a atrasos na regularização de sinistros associados a este tipo de seguros, designadamente no âmbito do ramo Incêndio e outros danos”, referiu a entidade, em comunicado.

Entre as principais recomendações, destacam-se o cumprimento de um prazo máximo de quatro dias úteis para o primeiro contacto da empresa de seguros com o segurado ou lesado, após receção da participação do sinistro, e de um prazo máximo de 25 a 40 dias úteis (consoante as coberturas acionadas) para a empresa comunicar se assume ou não a responsabilidade pelo sinistro e o valor dos danos reconhecidos.

A ASF recomenda também a possibilidade de alargamento dos prazos em situações excecionais, como catástrofes naturais, sinistros em que são acionados seguros de condomínios ou ativação de coberturas como incêndio ou fenómenos sísmicos, bem como a suspensão dos prazos em caso de suspeita fundamentada de fraude ou de dificuldade comprovada de contacto com o consumidor.

As empresas de seguros devem ainda estar obrigadas a prestar informação pré-contratual clara sobre os procedimentos e prazos médios de regularização de sinistros e manter uma comunicação transparente durante o processo de regularização, incluindo atualizações regulares ao segurado.

A ASF sublinhou que as empresas não estão obrigadas a adotar estas recomendações, mas devem informar aquela autoridade da sua decisão no prazo de dois meses a contar da sua publicação e, caso autorizem, a mesma será publicada no ‘site‘ da ASF e no Portal do Consumidor.

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O know-how e a arte de bem-fazer

  • Francisco Noriega Carvalheira
  • 15 Abril 2025

80% das marcas de luxo & excelência são dependentes do trabalho do artífice, salienta Francisco Noriega Carvalheira, secretário-geral da Associação Portuguesa de Marcas de Excelência (LAUREL).

Savoir-faire é a expressão de origem francesa que mundialmente é aceite como a melhor forma de exprimir a espinha dorsal do luxo. O saber-fazer é único, pode ser transmitido, mas o que distingue o trabalho e a arte de um Mestre Artífice é que, na sua produção, duas peças nunca são exatamente iguais, mas todas tem a alma de quem as produz.

Num mundo em que a produção em massa e a tecnologia dominam a cena, a arte do bem‐fazer surge como uma homenagem à tradição, à precisão e à paixão que se transmitem de geração em geração. Do mestre relojoeiro, que com as suas mãos habilidosas monta cada engrenagem com meticulosa precisão, ao costureiro de haute-couture, que transforma tecidos em obras de arte, o savoir‐faire é um património que reflete o valor do trabalho manual e a excelência artesanal europeia.

Portugal possui dos saber-fazer mais antigos da Europa. Falamos da carpintaria naval, um conhecimento que através das gerações vem sendo transmitido desde o tempo em que começamos a construir os primeiros navios, a genesis da aventura portuguesa pelos mares nunca dantes navegados. Presume-se que date dos séculos XI e XII a criação dos primeiros estaleiros no concelho de Vila do Conde.

A transmissão de conhecimento entre gerações é essencial para a preservação da autenticidade e da qualidade. Marcas icónicas como Hermès, Cartier ou Rolls-Royce, investem na formação de novos artífices para assegurar que os seus padrões de excelência são perpetuados. O artesanato manual, ao contrário da produção industrial, confere uma singularidade inigualável a cada peça, refletindo a dedicação e o saber-fazer humano.

Em ateliers e oficinas, o diálogo entre mestre e aprendiz cria um ambiente onde o saber se perpetua e se reinventa. Este contacto próximo permite que segredos e métodos, muitas vezes passados de pais para filhos, sobrevivam à modernidade e às tendências efémeras. Assim, o legado de experiências manuais continua a ser partilhado, contribuindo para um mercado onde a qualidade e a originalidade permanecem inabaláveis.

Mas se nada for feito, este conhecimento, que está no nosso ADN, desaparece.

O know‐how e a arte de bem‐fazer são muito mais do que técnicas – são a expressão de uma cultura que valoriza o detalhe, a dedicação e o respeito pelo passado. Ao perpetuarem métodos tradicionais, os artífices não só mantêm viva a sua herança, como também inspiram novas gerações a reconhecer a beleza do trabalho feito com alma e cuidado.

Um país que investe, protege e divulga o trabalho dos artífices, perpetua a sua cultura e identidade enquanto país, protegendo assim seu ADN.

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Tarifas dos EUA fazem AIE baixar estimativa da procura mundial de petróleo para 2025 e 2026

  • Lusa
  • 15 Abril 2025

A guerra comercial lançada pela Casa Branca justifica uma revisão em baixa da procura, face à avançada no mês anterior.

A Agência Internacional de Energia (AIE) baixou a estimativa da procura mundial de petróleo para 2025 e 2026, em relação à que fez há um mês, devido ao impacto que considera que terá a guerra comercial desencadeada pelos EUA.

No relatório mensal sobre o mercado, a AIE prevê que o consumo de petróleo aumente este ano 730.000 barris por dia em relação a 2024, para 103,54 milhões de barris, menos 300.000 barris por dia do que tinha estimado em março. Mas também antecipa que o aumento da procura será ainda menor em 2026 (com apenas mais 690.000 barris por dia, para 104,23 milhões), porque, embora o preço do petróleo tenha baixado significativamente (no início de abril estava em mínimos de quatro anos, abaixo dos 60 dólares por barril), isso não será suficiente para compensar o efeito de condições económicas menos favoráveis.

Na segunda-feira, também no relatório mensal, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) reviu igualmente em baixa as suas previsões para a procura de petróleo bruto, mas de forma muito mais modesta. Concretamente, o cartel petrolífero reduziu as estimativas de há um mês em 150.000 barris por dia para 2025, para 105,20 milhões, e em 300.000 barris por dia para 2026, para 106,63 milhões.

A AIE considera que o golpe da guerra tarifária iniciada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, será muito mais duro e prevê que quase metade do corte nas suas expectativas para 2025 virá dos EUA e da China. Em 2026, a maior parte do aumento da procura global virá das economias asiáticas (590.000 do total de 690.000), enquanto diminuirá em todas as regiões do mundo desenvolvido.

Os autores deste relatório sublinham que o risco da escalada das tarifas já se fez sentir em março na moral dos consumidores nos Estados Unidos, mas que, além deste impacto imediato, é provável que pese nas decisões de investimento a longo prazo e nos fluxos de capitais.

Quanto ao colapso do preço do barril de petróleo (no mercado de futuros, a queda foi superior a 15 dólares e ficou abaixo da marca dos 60 dólares, um mínimo de quatro anos), a agência atribui-o à inflexão das perspetivas económicas, mas também à decisão surpresa da OPEP+. Oito membros deste grupo, que participam nos cortes voluntários de produção desde novembro de 2023, programaram uma triplicação dos aumentos previstos para maio (de 138.000 para 411.000 barris adicionais por dia), o que reforçou a impressão de que o excesso de oferta deverá aumentar ainda mais.

No entanto, a AIE salienta que o excesso poderá ser menor porque alguns dos países envolvidos, nomeadamente o Cazaquistão, os Emirados Árabes Unidos e o Iraque, estão a colocar no mercado quantidades acima dos seus objetivos e outros comprometeram-se a compensar a sobreprodução anterior. O colapso dos preços das últimas semanas tem um efeito direto na rentabilidade de muitas empresas, como as empresas de xisto dos EUA, que avisaram que, para perfurar novos poços, precisam que o preço seja de pelo menos 65 dólares por barril. Neste contexto, os autores do relatório reduziram as suas anteriores expectativas de produção para este ano em 260.000 barris por dia, dos quais 150.000 barris por dia provenientes dos EUA.

 

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Hermès destrona dona da Louis Vuitton e torna-se a mais valiosa no luxo

A marca de luxo francesa ultrapassou a capitalização bolsista da dona da Louis Vuitton, depois de a empresa ter revelado um conjunto de resultados desapontantes, levando as ações a desvalorizar.

Há um novo campeão no luxo europeu. A francesa Hermès ultrapassou esta terça-feira o valor de mercado da LVMH, a dona da Louis Vuitton e da Dior, tornando-se a mais valiosa em bolsa no segmento de luxo, 15 anos depois de a rival ter entrado em segredo no capital da Hermès e ter tentado a sua aquisição.

Este feito da dona das malas Birkin e Kelly surge depois de a concorrente detida por Bernard Arnault ter reportado um conjunto de resultados que ficou abaixo das expectativas, levando as ações a afundar mais de 8% em bolsa.

Esta desvalorização conduziu a capitalização bolsista da companhia para 243,9 mil milhões de euros, um valor inferior à capitalização de 244,4 mil milhões de euros da Hermès. Ainda assim, o domínio da Hermès foi de curta duração, uma vez que os títulos da LVMH recuperaram, avaliando a empresa em 247 mil milhões de euros.

As famílias que detêm as duas empresas mais valiosas do setor do luxo europeu não se enfrentam apenas nos mercados. A rivalidade entre os dois grupos escalou há cerca de 15 anos, quando a LVMH, de Bernard Arnault, comunicou, em 2010, que comprou uma participação superior a 17% no capital da Hermès. Esta posição aumentaria até aos 23%, à revelia da família fundadora, que se uniu para forçar Arnault a sair do capital da empresa.

Nos anos seguintes, o valor de mercado da Hermès escalou, com a estratégia de exclusividade da companhia a mostrar-se vencedora. Contudo, a política comercial de Trump está a afetar o setor como um todo, com os títulos das empresas de luxo sob pressão nos mercados financeiros, pressionados pelos receios que as tarifas impostas pelos EUA — e entretanto suspensas — levem a uma contração do consumo.

As ações do setor seguem a negociar em queda, com a Kering, que detém a Gucci, a recuar 2,6%, enquanto a Hermès desce 1,5%. Já a suíça Richemont desvaloriza 2,5% e a italiana Brunello Cucinelli recua 2,6%.

Os resultados reportados pela LVMH, que detém marcas como a Louis Vuitton, Dior, Tiffany & Co. e a Sephora, já mostram uma contração da procura, com os clientes a retraírem-se perante a expectativa que o aumento das taxas aduaneiras se reflita em preços mais elevados. As vendas da empresa caíram 3% nos primeiros três meses do ano, contrariando as estimativas dos analistas, que apontavam para um crescimento de 2%.

Os receios de uma guerra comercial têm mantido as empresas do setor sob pressão. Desde o final de março, a LVMH, Kering e Burberry descem cerca de 14%, a Richemont baixa 13% e a Hermès recua 5%.

Os analistas têm emitido perspetivas mais cautelosas para o setor. A Bernstein reduziu recentemente a sua previsão de vendas para o setor para este ano, antecipando agora uma queda de 2%, contra uma previsão anterior de crescimento de 5%. A confirmar-se esta contração, será a maior desaceleração do setor em mais de duas décadas.

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Novo crédito ao consumo supera 1,4 mil milhões até fevereiro

Empréstimos para a aquisição de automóvel continuam a puxar pelo mercado de crédito ao consumidor. Novas operações superaram os 1,4 mil milhões de euros nos dois primeiros meses do ano.

O novo crédito ao consumo superou os 1,4 mil milhões de euros nos dois primeiros meses do ano, subindo 6% em comparação com o mesmo período de 2024, impulsionado pelos empréstimos para a compra de automóvel.

Os dados divulgados esta terça-feira pelo Banco de Portugal mostram que em fevereiro os bancos e financeiras concederam 736,8 milhões de euros em novas operações de crédito junto dos consumidores. Em janeiro este montante foi de 700,4 milhões.

Os dois primeiros meses somam assim 1,437 mil milhões de euros de empréstimos às famílias com a finalidade de consumo, o valor mais alto desde 2013, data a partir da qual o supervisor começou a compilar estes dados.

Empréstimos ao consumo em alta

Fonte: Banco de Portugal

Todos os segmentos do crédito aos consumidores registaram subidas, com a exceção dos empréstimos concedidos por cartão de crédito, que teve uma quebra de 2% para 229,6 milhões de euros em janeiro e fevereiro.

Já os empréstimos para a aquisição de carro continuam a impulsionar o mercado: as novas operações ascenderam a 546,6 milhões de euros, refletindo um aumento de 11% em comparação com o ano anterior. Tanto os carros usados como os novos tiveram aumentos no que toca ao crédito concedido para a sua aquisição.

No crédito pessoal, que representa 45% do total do empréstimo ao consumo, os empréstimos sem finalidade específica, lar, consolidado e outras finalidades subiram 6% para 661 milhões de euros nos dois primeiros meses do ano.

(Notícia atualizada às 11h36)

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