Drones e robôs ‘cuidam’ dos painéis da EDP e reduzem custos até 80%

A EDP está a testar o uso de drones e robôs para a operação e manutenção de parques solares. O objetivo é escalar e reduzir os custos de manutenção dos projetos solares até 80%.

A EDP apresentou esta terça-feira um projeto piloto para a automatização da operação e manutenção de painéis solares: drones inspecionam e detetam as falhas, comunicam-nas e, se for necessário atuar, são os robôs de limpeza que são chamados à ação. O objetivo é escalar para todos os parques acima de 100 megawatts-hora pico, procurando uma redução nos custos operacionais associados à manutenção dos parques em até 80%.

O ecossistema de automatização está a ser testado no parque solar de Cruz de Hierro, em Villacastin, Espanha. Em primeiro lugar, conta com drones equipados com inteligência artificial (IA) que identificam os painéis ou filas de painéis que tenham sujidade acumulada ou vegetação superior a 30 centímetros.

Os incidentes detetados pelos drones são enviados para uma plataforma da EDP, que analisa o local em causa e avalia se existem condições para enviar robôs ao terreno para realizar operações de corte ou limpeza. A decisão tem em conta dados como a posição dos painéis e as condições meteorológicas em tempo real — bem como em previsões meteorológicas para os sete dias seguintes.

Por exemplo, se se anteciparem ventos persistentes, que poderão acumular ainda mais poeiras, ou chuvas intensas, que podem limpar naturalmente os painéis, a operação é adiada até nova inspeção. Caso se confirmem condições adequadas, a plataforma atribui automaticamente missões específicas a cada robô.

Chega assim a vez de os robôs entrarem em ação. Há dois tipos: os robôs de limpeza e os de corte de vegetação. Depois de requisitados pela plataforma, os primeiros deslocam-se autonomamente do ponto de partida até ao local da limpeza e limpam a fila de painéis identificada. Os segundos fazem o mesmo caminho autónomo para cortarem a vegetação da área em causa.

Este modelo de intervenção autónoma muda um pouco o paradigma das intervenções atuais de operação e manutenção.

EDP

Fonte oficial

Além dos drones, plataforma e dos dois tipos de robôs, há um quinto elemento que compõe este ecossistema e que permite o seu correto funcionamento: a infraestrutura de comunicações. Esta permite monitorizar continuamente em relação aos robôs informações como localização, nível de bateria, combustível e alarmes.

Além disso, é necessário ter a capacidade de interromper remotamente a operação a qualquer momento. Por isso, foi implantada uma infraestrutura privada de comunicação, assegurando conectividade constante entre os robôs e os sistemas de supervisão.

Este modelo de intervenção autónoma muda um pouco o paradigma das intervenções atuais de operação e manutenção”, explica a EDP, em resposta ao ECO/Capital Verde. Isto porque, em vez de operações de limpeza e corte de vegetação em massa, onde os parques são varridos de ponta a ponta por grandes equipas operacionais numa lógica quase preventiva e de forma manual, nas operações automatizadas as intervenções são cirúrgicas e destinadas apenas a resolver os problemas concretos identificados.

A escala quer-se global. Custos reduzem até 80%

O projeto está ainda numa fase piloto, pelo que “ainda há diversos componentes que passarão pela curva de aprendizagem” antes de o processo poder ser replicado nos restantes ativos solares. No entanto, a ambição é escalar a solução para todos os parques com mais de 100 megawatts-pico (MWp), e já tem novos pilotos previstos. A solução deve estender-se a 25 centrais já no próximo ano. A plataforma foi concebida para uso global, adaptando-se às especificidades de cada geografia.

Estamos num setor em forte crescimento, onde a procura por megawatts cresce a um ritmo acelerado. A única forma de equilibrar este desafio é aumentar significativamente a produtividade, tirando partido da tecnologia.

EDP

Fonte oficial

“Estamos num setor em forte crescimento, onde a procura por megawatts cresce a um ritmo acelerado. A única forma de equilibrar este desafio é aumentar significativamente a produtividade, tirando partido da tecnologia”, salienta a EDP. As atividades de limpeza de painéis e controlo de vegetação representam, atualmente, mais de 20% dos custos operacionais totais dos projetos solares. Com a introdução de tecnologias automatizadas, a expectativa é que estes custos sejam reduzidos em até 80%, dependendo das características locais de cada parque.

Sobre a mão de obra, a elétrica garante que a “proposta não é reduzir a quantidade de funcionários”, já que “a tecnologia não visa substituir trabalhadores, mas sim libertá-los de tarefas pesadas e rotineiras frequentemente em condições meteorológicas extremas”, “abrindo espaço para atividades mais estratégicas e qualificadas” e aumentando “significativamente” a produtividade.

As funções de supervisão das máquinas e software deverão ser desempenhadas por pessoas. Por exemplo, haverá pelo menos 15% de intervenção manual na atividade de gestão da vegetação.

Além disso, estes ecossistemas digitais exigem coordenação humana e serão aplicados a parques tendencialmente maiores, mantendo-se os processos de operação e manutenção atuais em parques de pequena e média dimensão, uma vez que “colocam menos desafios ao nível da extensão e do peso operacional das tarefas”.

Por fim, haverá sempre locais que pela sensibilidade ou pouca manobrabilidade serão dificilmente acessíveis para os robôs, tendo de ser intervencionadas por pessoas, reconhece a elétrica.

Tendo em conta a fase preliminar em que se encontra, o investimento para já “não é significativo”, indica fonte oficial. O piloto é suportado integralmente com fundos da EDP. Contudo, a elétrica admite que poderá ser elegível para incentivos fiscais previstos na legislação espanhola, destinados a atividades de investigação e desenvolvimento tecnológico.

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SNS gastou 465 milhões de euros com trabalho suplementar em 2024

  • Lusa
  • 1 Julho 2025

No ano passado houve 17,9 milhões de horas de trabalho suplementar no SNS, mais 5,3% que em 2023.

As unidades do SNS gastaram 465 milhões de euros com o pagamento de 17,9 milhões de horas de trabalho suplementar em 2024, ano em que a contratação de serviços médicos custou quase 230 milhões de euros aos hospitais.

Os dados constam do relatório do Conselho das Finanças Públicas (CFP) sobre o desempenho do Serviço Nacional de Saúde (SNS) no último ano, divulgado esta terça-feira, e que indica que os 17,9 milhões de horas de trabalho suplementar feitas em 2024 representaram um aumento de 5,3% em relação 2023.

“No entanto, o encargo com as horas suplementares apenas aumentou 0,12% ao registar um total de 465 milhões de euros”, adianta a entidade independente que fiscaliza o cumprimento das regras orçamentais e a sustentabilidade das finanças públicas em Portugal. O documento avança que, do total de horas de trabalho suplementar, 36% foram prestados por médicos (6,4 milhões de horas), enquanto os enfermeiros asseguraram 5,6 milhões de horas.

As instituições do SNS com maior volume de trabalho suplementar foram as Unidades Locais de Saúde (ULS) de Coimbra (1,9 milhões de horas), de Santa Maria (1,3 milhões) e São José (1,2 milhões). O relatório justifica a concentração nestas três ULS com o facto de disponibilizarem um elevado nível de diferenciação de cuidados e de valências clínicas, o que atrai uma procura muito superior nas respetivas áreas de influência.

As três ULS tiveram uma despesa superior a 114 milhões de euros com trabalho suplementar, o que representa cerca de 25% do montante global despendido com este tipo de trabalho no SNS, refere o CFP.

Relativamente à contratação de serviços médicos, para colmatar a falta de especialistas das ULS, o relatório refere que se registou no último ano um crescimento de 3,6% no total de horas contratadas, correspondendo uma despesa de quase 230 milhões de euros, mais 11,7% do que em 2023.

No último ano, foram contratados 6,3 milhões de horas, dos quais 5,1 milhões de horas referem-se a serviços prestados por médicos ‘tarefeiros’, principalmente nas ULS do Algarve, Médio Tejo e Arrábida. O CFP avançou também que a taxa média de absentismo nas entidades do SNS foi de 12,9%, sensivelmente a mesma percentagem do que em 2023.

“O absentismo assume particular relevância pelo seu impacto na despesa, dado que pode implicar a necessidade de recorrer a contratação temporária e intensificar o recurso ao trabalho suplementar”, alerta o documento, ao adiantar que se registaram taxas mais elevadas entre os médicos internos (17,7%), os assistentes operacionais (17%) e os enfermeiros (15,3%).

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Défice do SNS atinge “valor mais elevado” em 2024, superior ao período da pandemia

  • Lusa
  • 1 Julho 2025

No ano passado, houve uma deterioração de 741 milhões no défice do Serviço Nacional de Saúde( SNS) relativamente a 2023, indica o Conselho das Finanças Públicas.

O Serviço Nacional de Saúde (SNS) registou em 2024 um défice de cerca de 1.377 milhões de euros, representando uma deterioração de 741 milhões relativamente a 2023, anunciou esta terça-feira o Conselho das Finanças Públicas (CFP).

Entre 2015 e 2024, o saldo do SNS foi sistematicamente negativo, atingindo em 2024 o valor mais elevado, ultrapassando mesmo os níveis registados durante o período de pandemia, não obstante o orçamento aprovado prever um saldo nulo”, alerta o relatório sobre o desempenho do serviço público de saúde no último ano.

Segundo a entidade independente que fiscaliza o cumprimento das regras orçamentais e a sustentabilidade das finanças públicas, esta evolução desfavorável resultou de um aumento da despesa de cerca de 1.298 milhões de euros face a 2023, que superou significativamente o crescimento da receita de 557 milhões de euros.

O CFP adianta que a despesa do SNS totalizou 15.553 milhões de euros em 2024, um aumento de 9,1% face ao ano anterior, devido a despesas com pessoal, fornecimento de serviços externos e compras de inventários. A despesa do SNS corresponde já a 5,5% do produto interno bruto (PIB) e a 12,8% da despesa pública total do país.

De acordo com o relatório, no último ano, a despesa com pessoal totalizou 6.520 milhões de euros, um aumento de 12,1% (cerca de 704 milhões) relativamente a 2023, explicando mais de metade do crescimento da despesa do SNS. O número de trabalhadores das entidades que integram o SNS atingiu os 154.635, um acréscimo de 1.435 em relação a 2023, e o SNS representava mais de 20% do emprego total das administrações públicas no final de 2024.

O CFP avisa ainda que a despesa de capital representou apenas 2,4% da despesa total do SNS em 2024, o que reflete o “reduzido peso estrutural do investimento no setor da saúde, face à predominância de despesas correntes”. Nesse ano, o investimento no SNS registou um decréscimo de quatro milhões de euros, totalizando cerca de 375 milhões de euros, contrariando a tendência de crescimento registada nos dois anos anteriores.

Quanto à receita, o relatório indica que ascendeu a 14.175 milhões de euros, representando um aumento de 557 milhões face a 2023, com o Orçamento do Estado a contribuir com 95% desse montante, o que coloca Portugal como um dos países europeus com maior percentagem de financiamento do sistema de saúde com receitas públicas.

Os dados do CFP indicam também que a dívida a fornecedores do SNS aumentou 237 milhões de euros em relação a 2023, situando-se nos 1,4 mil milhões de euros, um acréscimo que resulta de um aumento da dívida vincenda em 395 milhões de euros, que não foi totalmente compensada pela redução da dívida vencida em 158 milhões.

Em 2024, o prazo médio de pagamento das entidades do SNS ascendeu a 77 dias, menos 19 em comparação com o ano anterior, e, nesse ano, apenas 20 das 52 entidades integradas do SNS cumpriram o objetivo de manter esse prazo inferior a 60 dias.

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Francisco Pedro Balsemão admite entrada de novos acionistas na Impresa

A sustentabilidade do setor dos media foi o tema central no debate que juntou, no congresso da APDC, os líderes da Impresa, MediaLivre, RTP e Media Capital.

Francisco Pedro Balsemão, CEO do grupo Impresa, admitiu esta terça-feira a entrada de novos acionistas no grupo. “Não estamos fechados à entrada de entidades ou pessoas de fora. Se for uma relação win-win, não fechamos essa porta“, afirmou no 34.º Congresso da APDC, no painel “Debate da Nação dos Media”, que juntou ao início da tarde os administradores dos quatro grupos de media com televisão.

Balsemão lembrou, no entanto, que a entrada e saída de acionistas não tem sido inédita ao longo dos anos. A venda do edifício, inscrita no plano de reestruturação do grupo e em vias de se concretizar, também foi abordada. “É gestão financeira”, resume o responsável.

Com os quatro responsáveis de acordo quanto às ameaças ao setor – como a quebra das receitas de publicidade, a fragmentação do consumo e a concorrência, quase desregulada, das plataformas internacionais, às quais se junta agora a forma como os sistemas de IA utilizam os conteúdos dos media –, Luís Santana, CEO da MediaLivre, apontou a diminuição de receitas como o principal problema dos media.

“A maior dificuldade é conseguir ter receitas estabilizadas. Há muito tempo que a perda é efetiva”, referiu o responsável pelo grupo dono da CMTV e do Now. “Quem tem papel ainda sente mais, porque para além das receitas de publicidade há quebra na circulação”, descreveu. Mesmo assim prossegue, fazer jornais continua a ser rentável.

“Não temos produtos que não tenham margem de contribuição positiva para os resultados do grupo. Se existem, é porque têm margem”, garantiu o administrador do grupo também dono do Record ou da Sábado. “Temos sempre resultados positivos, desde o início. Estamos organizados desde sempre com uma equipa muito focada em resultados, cumprindo orçamentos e acreditando na criação de novas soluções e novos produtos”, acrescentou Luís Santana.

Começando por defender que o presente dos media é “sólido e estável”, com “a RTP bem financiada pelo Estado, mantendo os custos sob controlo, e os dois grupos privados maiores – Media Capital e Impresa – numa luta intensa e muito competitiva, numa guerra para oferecer o melhor conteúdo” e ainda “o grupo Medialivre impulsionado pelos acionistas e em crescimento“, Pedro Morais Leitão, CEO da Media Capital, não se mostrou tão otimista quanto ao futuro.

“O futuro está ameaçado pelas tendências de mercado. Como a IA, que está a normalizar-se nos grupos de comunicação social. A preocupação tem a ver mais com a publicidade digital, onde sempre tivemos mais dificuldades em concorrer. Esta guerra parece estar a travar-se entre as gigantes mundiais da IA, o que cria uma preocupação grande, pois é uma guerra que afeta o mundo da comunicação social em termos globais. Estamos atentos aos que os demais grupos estão a fazer, mas o que pedimos à CE e ao Governo é para estarem particularmente atentos, para evitar o caminho das pedras que já seguimos com os motores de busca“, alertou o responsável do grupo dono da TVI, da CNN Portugal ou da Plural.

Com a Impresa em reestruturação e a RTP a “enxugar a casa”, como descreve o presidente do grupo, Nicolau Santos, Pedro Morais Leitão lembrou que a Media Capital é proprietária de um ativo, a TVI, “que já faliu duas vezes” – no início, quando era da Igreja, e antes de ser vendida a Mário Ferreira.

O facto de termos passado por isso cria uma grande consciência de que é preciso estar permanentemente a pensar em reestruturações, para não acontecer outra vez”, referiu.

O grupo está a pagar dividendos regularmente, temos feito aumentos ao pessoal e acreditamos que estamos a contribuir para a sociedade. Temos a preocupação de o fazer num horizonte a cinco anos e é aí que começamos a ficar preocupados. A nova vaga tecnológica da IA, num mundo mais global e aberto, terá um impacto muito mais rápido. Temos de estar particularmente atentos, porque o tempo de reação tem de ser muito mais rápido. Não podemos demorar 20 anos a criar uma lei de proteção dos direitos de autor no digital”, reforçou.

Na RTP, que na última semana foi notícia pela demissão do diretor de informação e eliminação de 11 direções, Nicolau Santos frisa que não está em curso uma reestruturação, mas “um novo organograma e um novo olhar para a empresa”.

Tínhamos a estrutura pesada, grande. Na RTP as coisas não podem ser feitas muito de repente“, diz inclusive sobre o plano de rescisões voluntárias, que termina esta terça-feira e se salda pela saída de 97 funcionários”. Agora, para saírem mais 47 – que pretendem aderir –, é preciso nova autorização da tutela e também um financiamento de 2,4 milhões de euros.

O plano [de rescisões] não teve luz verde com o Governo socialista, só no anterior Governo”, recorda, lembrando também que a tutela da comunicação social passou dos Assuntos Parlamentares para a Presidência, para mais próximo do primeiro-ministro.

Não sabemos o que o novo ministro pensa do Plano de Acão para os Media. Precisamos de atualizar a legislação do setor – é fundamental que tal aconteça. Até agora, as ideias que surgiram em outubro de 2024 ainda não avançaram“, apontou o presidente da RTP, empresa que este ano, pela primeira vez em 15, terá “resultados significativamente negativos, mas em 2026 espera voltar a resultados positivos.

Apesar de todas as dificuldades e desafios, a nota final foi positiva. “Os media são um negócio de futuro. Temos de ter consciência de todas as dificuldades, mas temos uma da indústria das mais sexys. E ainda bem que tem futuro, a democracia tem muito que ver com a vitalidade de que os media beneficiam”, concluiu Luís Santana.

(atualizada às 16h15)

 

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Declarações de rendimentos. Marcelo “não está ainda preocupado” com Montenegro

  • Lusa
  • 1 Julho 2025

O Presidente da Repúblico disse que ia tentar saber o que se passou relativamente aos pedidos de oposição de Luís Montenegro à consulta pública das suas declarações de rendimentos.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou esta terça-feira que vai “tentar saber o que se passou” com o primeiro-ministro, Luís Montenegro, para ter pedido que seja negada a consulta pública das suas declarações de rendimentos.

“Vou tentar saber o que se passou. Não sabia de nada, não posso responder”, declarou o chefe de Estado, ao ser questionado pelos jornalistas sobre este assunto, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

“Aqui do que se trata é de saber exatamente o que se passou, para saber se é uma realidade que seja de uma certa envergadura ou de outra envergadura. Quer dizer, ao longo da vida tenho encontrado realidades que são pormenores e outras que são pesadas, são importantes e têm mais efeitos políticos”, acrescentou.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, submeteu pedidos de oposição à consulta pública das suas declarações de rendimentos, que está suspensa até uma decisão final do Tribunal Constitucional, informou esta terça-feira a Entidade para a Transparência (EpT).

Interrogado se está preocupado com a envergadura deste caso, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: “Não sei, não estou ainda preocupado, pois se eu ainda não conheço o caso, só depois é que posso estar preocupado“.

Segundo o Presidente da República, “é bem possível que isso também seja falado” na audiência desta semana com o primeiro-ministro, que será na “quinta ou sexta-feira”.

Marcelo Rebelo de Sousa reiterou que não dispunha de dados para responder sobre este assunto e, quanto aos efeitos que pode ter, defendeu que “é importante que o Governo tenha estabilidade, é importante que execute o seu programa, tal como está a Europa e o mundo”.

Quando lhe perguntaram se vai pedir explicações a Luís Montenegro na audiência desta semana, o chefe de Estado contrapôs: “Não é pedir explicações. Eu falo de tudo aquilo que é importante e o senhor primeiro-ministro fala de tudo o que é importante na atualidade nacional e internacional, é bem possível que isso também seja falado”.

Em resposta à agência Lusa, a Entidade para a Transparência (EpT) confirmou hoje que a consulta pública das declarações únicas de rendimentos, património, interesses, incompatibilidades e impedimentos do primeiro-ministro, Luís Montenegro, se encontra suspensa, até haver uma decisão do Tribunal Constitucional sobre “pedidos de oposição” feitos pelo próprio. Estes pedidos foram inicialmente noticiados pelo Correio da Manhã e confirmados à Lusa.

“A decisão de alguns dos pedidos de oposição às declarações únicas apresentados pelo senhor primeiro-ministro está dependente da apreciação, pelo Tribunal Constitucional, da ação de impugnação das deliberações da Entidade para a Transparência, a qual possui, nos termos do n.º 3 do artigo 111.º da Lei de Organização, Funcionamento e Processo do Tribunal Constitucional, efeitos suspensivos”, lê-se na resposta da EdT.

Entretanto, o gabinete do primeiro-ministro informou que foi pedida por Luís Montenegro oposição à consulta pública apenas de “alguns elementos” das declarações de rendimentos, que integram o recurso interposto no Tribunal Constitucional.

Perante notícias incorretas e equívocas vindas a público nos últimos dias, o gabinete do primeiro-ministro esclarece que o pedido de oposição relativamente a alguns elementos na declaração única junto da Entidade para a Transparência diz somente respeito às questões que integram o recurso interposto no Tribunal Constitucional”, lê-se numa resposta enviada à agência Lusa.

Segundo o gabinete de Luís Montenegro, “o primeiro-ministro fez apenas uma impugnação parcial de elementos, que já são do conhecimento público (lista de clientes)”.

A EdT referiu que a legislação que regula o exercício de funções de cargos políticos prevê este tipo de pedidos, nomeadamente quando está em causa o “interesse de terceiros ou a salvaguarda da reserva da vida privada”, e que até haver decisão sobre os pedidos “o acesso aos elementos sobre os quais recaiu a oposição e a sua eventual publicitação ficam suspensos”.

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Entram hoje em vigor alterações ao regime do IVA de Caixa

O novo regime, que permite entregar o IVA ao Estado só quando os clientes pagam a fatura, alarga o acesso a empresas com faturação anual até dois milhões de euros, face a 500 mil euros anteriormente.

As empresas com uma faturação até dois milhões de euros por ano podem, a partir de hoje, entregar o IVA ao Estado apenas quando receberem o pagamento dos clientes. Até agora, isto apenas era possível para empresas com um volume de negócios até aos 500 mil euros.

“Entendendo o Governo estarem reunidas as condições para se proceder ao alargamento do âmbito do regime do IVA de caixa, o regime passa a abranger os sujeitos passivos de IVA com um volume de negócios anual não superior a 2.000.000 euros”, segundo o diploma publicado em março, em Diário da República, que produz efeitos a partir de 1 de julho de 2025.

Este regime, que foi introduzido em 2013, abrangia, até agora, apenas os sujeitos passivos de IVA com um volume de negócios anual até 500 mil euros.

De acordo com o mesmo decreto-lei, “proporciona-se dessa forma aos sujeitos passivos de IVA que cumpram as condições de acesso ao regime, a possibilidade de exercer essa opção, abrindo o regime a um número significativo de agentes económicos, que se insiram nos ramos empresariais e profissionais, contribuindo dessa forma para melhorar a sua gestão financeira”.

As empresas interessadas podem aderir, através do portal das Finanças, durante o mês de outubro, com a medida a começar a contar a partir de 2026. As que estariam excluídas, a 1 de julho de 2025, por terem ultrapassado o teto de 500 mil euros também passam a estar abrangidas, segundo o diploma. Independentemente deste mecanismo, ao fim de 12 meses da emissão do recibo, a empresa tem de entregar o IVA ao Estado, mesmo que o cliente não pague a fatura.

O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, defendeu, em julho do ano passado, durante a apresentação do programa ‘Acelerar a Economia’, que a medida iria permitir “a mais empresas aderir” ao regime e beneficiarem de uma “tesouraria mais flexível e mais eficiente”.

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Municípios vão entregar ao Governo dezenas de propostas para reforma do Estado

  • Lusa
  • 1 Julho 2025

"A A ANMP irá trabalhar para apoiar o Governo nesse grande objetivo de reformar o Estado", diz Luísa Salgueiro.

A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) vai entregar ao Governo dezenas de contributos para o processo de reforma do Estado, que devem estar concluídos no dia 22, disse esta terça-feira a presidente da organização, Luísa Salgueiro.

Estamos a ultimar um documento com as propostas base da associação relativamente a esse tema [reforma do Estado]. São muitos contributos, de simplificação administrativa, de todas as áreas com as quais a associação está a trabalhar”, informou.

À saída de uma reunião do conselho diretivo, a presidente da ANMP explicou à agência Lusa que se trata de um documento muito extenso, com dezenas de propostas, de várias áreas.

“A associação entende que tem vários contributos que pode dar ao Governo, do trabalho que já vem realizando ao longo dos anos. Portanto, estamos a prepará-los para remeter ao Governo, no sentido de aproximar as posições que a associação tem assumido ao longo destes anos com esta intenção que o Governo tem da reforma do Estado e que tem impacto nos municípios“, sustentou.

A ANMP irá trabalhar para apoiar o Governo nesse grande objetivo de reformar o Estado.

Luísa Salgueiro

Presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP)

Segundo a também presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, o documento com as propostas deverá ser enviado ao Governo depois da próxima reunião do conselho diretivo da ANMP, que está agendada para dia 22.

Provavelmente só validaremos a versão final na próxima reunião. Agora, durante este período, os vários colegas vão dar contributos e depois validaremos na próxima reunião do conselho diretivo [da ANMP]”, referiu.

Já em meados de junho, a presidente da ANMP tinha deixado a garantia de que os municípios estão empenhados em colaborar no processo de reforma do Estado. “A ANMP irá trabalhar para apoiar o Governo nesse grande objetivo de reformar o Estado”, assegurou.

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Ataques de Trump? “Estou 100% focado no meu trabalho”, respondeu Powell, aplaudido pelos outros banqueiros centrais

Apesar da pressão de Trump para aliviar os juros, Jerome Powell reitera que Fed vai esperar por mais dados sobre o impacto das tarifas antes de começar a cortar taxas.

O presidente da Reserva Federal americana, Jerome Powell, foi aplaudido pelos seus pares, incluindo Christine Lagarde do Banco Central Europeu (BCE), quando desvalorizou os ataques constantes de Donald Trump à sua atuação, mostrando-se “100% focado” no seu trabalho.

Os ataques pessoais de Trump tornam o seu trabalho mais difícil?”, questionou a jornalista Francine Lacqua, que moderou o Policy Painel, no Forum BCE, em Sintra.

“Estou muito focado no meu trabalho. As coisas que interessam são: usar as nossas ferramentas para atingir as metas que o congresso nos deu, máximo emprego, estabilidade de preços e estabilidade financeira. É nisso que estamos 100% focados”, respondeu Powell, recebendo depois uma pequena ovação dos outros banqueiros centrais que também participaram no painel: Christine Lagarde (BCE), Andrew Bailey (Bank of England), Kazuo Ueda (Bank of Japan) e Chang Yong Rhee (Bank of Korea).

Powell tem sido constantemente criticado pelo Presidente americano por ainda não ter cortado as taxas de juro da Fed. Trump inclusivamente já ameaçou retirá-lo da liderança do banco central.

A jornalista abordou depois Lagarde sobre o que faria se estivesse no lugar de Powell: “Penso que falo por todos aqui, faríamos exatamente o mesmo que o nosso colega”, respondeu a presidente do BCE. Nova ronda de aplausos na sala.

Esta terça-feira, o presidente da Fed reiterou que vai esperar por mais dados sobre o impacto das tarifas antes de começar a aliviar a política monetária na maior economia do mundo — mostrando-se indiferente às pressões de Trump.

Ganhar tempo

“Estamos simplesmente a ganhar algum tempo. (…) Desde que a economia americana esteja numa boa forma, a coisa mais prudente é esperar e aprender mais em relação ao impacto das tarifas”, disse Powell no Fórum BCE.

Powell admitiu que ainda não se vislumbra grandes efeitos das tarifas nos preços e no mercado de trabalho. Ainda assim, revelou que, se não fossem as tarifas anunciadas por Trump, a Fed já teria cortado as taxas de juro por esta altura.

“Fizemos uma pausa quando vimos a dimensão das tarifas. As previsões para a inflação subiram de forma material por conta das tarifas”, atirou.

Powell não antecipa quando a Fed pode reduzir as taxas de juro, ressalvando que dependerá da evolução dos dados no verão. Mas lembrou que os membros do comité do banco central apontam para um corte no final do ano.

(Notícia atualizada às 15h46)

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Lagarde assinala que meta de inflação de 2% do BCE foi atingida

Presidente do Banco Central Europeu defendeu que a missão sobre a inflação não está completa, mas a meta de 2% foi atingida. No entanto, sublinhou que é preciso continuar vigilante.

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, alertou esta terça-feira que, apesar dos progressos, a instituição deverá continuar a ser extremamente vigilante sobre a inflação. Ainda assim, destacou que a meta de 2% do banco central foi atingida.

Não digo que a missão está completa, mas a meta foi atingida“, afirmou a responsável do banco central durante o painel de governadores do Fórum do BCE, em Sintra.

As declarações de Lagarde ocorrem no dia em que o Eurostat divulgou que a inflação homóloga da Zona Euro acelerou ligeiramente para 2% em junho, contra 1,9% em maio e 2,5% no mês homólogo de 2024. O organismo de estatística europeu apontam para uma taxa de inflação mais elevada nos serviços em junho (3,3%, em comparação com 3,2% em maio), seguidos pelos produtos alimentares, álcool e tabaco (3,1%, face aos 3,2% em maio), bens industriais não energéticos (0,5% em comparação com 0,6% em maio) e energia (-2,7%, que se comparam com -3,6% em maio).

Lagarde alertou, contudo, que o mundo enfrenta “o risco de instabilidade”, de “fragmentação”, a que se junta a “preocupação geopolítica”. “Temos de continuar a ser extremamente vigilantes sobre a inflação”, disse, acrescentando que a instituição está “em boa posição” para “navegar em águas turbulentas“.

@2025 European Central Bank@2025 European Central Bank

Tal como tem feito noutras ocasiões, a presidente do BCE reiterou que as decisões do banco central serão tomadas reunião e a reunião, dependendo dos dados. Uma posição partilhada com o presidente da Reserva Federal norte-americana (Fed), Jerome Powell, com quem partilhou o painel.

Questionada sobre se faria alguma coisa diferente de Powell, Lagarde manifestou apoio ao homólogo americano, afirmando que provavelmente “todos” os outros governadores “estariam a fazer o mesmo”, em referência aos restantes colegas de painel: Andrew Bailey (Bank of England), Kazuo Ueda (Bank of Japan) e Chang Yong Rhee (Bank of Korea).

A presidente do BCE defendeu ainda que a subida do euro face ao dólar “reflete as condições de mercado”, mas também “a força da economia” europeia. O euro tem estado a beneficiar de uma depreciação do dólar, numa tendência que Christine Lagarde classificou como “contraintuitiva, mas justificada”.

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João Pedro Borges confirmado como CEO da CA Seguros

Tiago Corrêa juntou-se à equipa como vogal. Continuam nos mesmos cargos Teresa Barreira e João Pedro Borges, a liderar a seguradora que é a oitava maior Não Vida em Portugal.

A CA seguros anunciou a nova composição do conselho de administração para o triénio 2025-2027 confirmando João Pedro Borges como presidente do conselho de Administração Executivo.

O conselho de Administração Executivo da CA Seguros é composto por Tiago Corrêa que se juntou à equipa como vogal onde já estava Teresa Barreira também vogal enquanto João Pedro Borges continua a liderar a seguradora.

Também Teresa Barreira foi nomeada pelo Conselho Geral de Supervisão vogal na liderança da CA Seguros. À equipa junta-se Tiago Corrêa que até agora era responsável para direção de subscrição, substituindo Margarida Couto que é agora diretora do departamento de organização, Qualidade e Inovação da seguradora.

O facto do novo membro vir dos quadros da organização “representa uma valorização clara da experiência desenvolvida na CA Seguros.”, indica a companhia em comunicado.

Há frente da CA seguros desde 2013, João Pedro Borges, foi durante mais de 17 anos diretor financeiro e chief risk officer da seguradora.

Com mais de 600 agências e 450 mil clientes, a seguradora do Grupo Crédito Agrícola registou cerca 175 milhões de euros em prémios emitidos no ano passado, mais 10,1% face ao ano anterior, ocupando a oitava posição das principais seguradoras Não Vida.

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Fundos de investimento e startups europeias pedem “pausa” ao IA ACT

Cerca de 30 líderes da indústria europeia, entre startups e fundos de investimento, pedem pausa na implementação, receando impacto na competitividade do continente.

Cerca de três dezenas de startups e fundos de investimento europeus estão a pedir que a União Europeia ponha em pausa a implementação do IA ACT. Querem proteger a competitividade das empresas europeias.

“Uma pausa bem calibrada não significa adiar por adiar. Trata-se de entregar um plano de implementação com que se possa trabalhar — e não uma bomba relógio apressada — que reforce a credibilidade e competitividade da Europa a nível global”, pode ler-se na carta, citada pela Sifted (contéudo em inglês, acesso não reservado), uma iniciativa de Johannes Schildt, fundador e antigo CEO da sueca healthtech Kry, e subscrita por cerca de 30 líderes da indústria entre os quais Anton Osika, cofundador da Lovable, ou Harry Stebbings, fundador do fundo 20VC.

Fredrik Hjelm (CEO da Voi); Steffen Tjerrild (COO da Synthesia); Max Junestrand (CEO Legora), Judith Dada (general partner da Visionaries Club) são outros dos subscritores.

“Parece ridículo aprovar uma lei que pode prejudicar a competitividade das empresas europeias na Europa, quanto mais globalmente”, diz Kitty Mayo, CEO do Project Europe, um dos signatários, citada pela Sifted.

Em finais de junho, antes de uma reunião com líderes da UE, o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, referiu que o IA ACT era “confuso”, considerando que a sua implementação levaria a um atraso tecnológico para o continente e com que aplicações específicas não ficassem disponíveis na região, segundo noticia o Politico (conteúdo em inglês, acesso livre).

Na mesma altura, o grupo de lobby CCIA Europe, cujos membros incluem a Alphabet (dona do Google), a Meta (dona do Facebook) e a Apple, urgiram a UE para suspender a implementação do IA ACT.

“Com partes críticas do IA ACT ainda em falta apenas semanas das regras começarem em efeito, precisamos de uma pausa para ter um ACT certo, ou arriscamos a estagnar a inovação”, disse Daniel Friedlaender, senior vice president da CCIA Europe, citado pela Reuters. (conteúdo em inglês, acesso livre).

O IA ACT entrou em vigor em 2024, mas está a ser implementado ao longo de dois anos: regras sobre sobre modelos e IA de finalidade geral (GPAI) deveriam estar a ser implementadas desde 2 de maio, mas estão a ser adiadas. Em maio, a Politico noticiou que a simplificação das regras estava a ser equacionada por Bruxelas. (conteúdo em inglês, acesso não reservado).

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Imobiliária d’Os Mosqueteiros muda sociedade e escolhe Lynx para gerir fundos

  • ECO
  • 1 Julho 2025

Alcapredial, braço imobiliário da dona do Intermarché em Portugal, concluiu o processo de conversão em Sociedade de Investimento Coletivo, que será gerida em exclusivo pela Lynx Asset Managers.

A Alcapredial, braço imobiliário do Grupo Mosqueteiros em Portugal, anunciou esta terça-feira que concluiu o seu processo de conversão em Sociedade de Investimento Coletivo (SIC), um género de organismo de investimento imobiliário que pode ter autogestão (pelos órgãos sociais) e um enquadramento fiscal considerado favorável pelo mercado.

A mudança surge no âmbito da compra de uma participação de 49% pela LeadCrest Capital Partners, noticiada em primeira mão pelo ECO, e pretende reforçar a governação institucional da Alcapredial através de uma gestão “mais profissional” dos seus ativos imobiliários, que estão ao serviço das marcas Intermarché, Bricomarché e Roady no mercado nacional.

A operação foi avaliada em cerca de 500 milhões de euros em dezembro de 2024. O portefólio atual da Alcapredial integra mais de 260 ativos comerciais, entre os quais se incluem supermercados, lojas de bricolage e centros auto, distribuídos por 18 distritos portugueses. Estes ativos representam mais de dois terços da presença imobiliária do Grupo Mosqueteiros em Portugal.

Em simultâneo, a Lynx Asset Managers, sociedade gestora de Organismos de Investimento Coletivo (OIC), assumiu a gestão exclusiva da SIC, após validação da Autoridade da Concorrência. António Aranha, administrador da Lynx, garantiu que a empresa pôs todo o “empenho, conhecimento, dedicação e experiência” nesta parceria com o Grupo Mosqueteiros e a LeadCrest. “Refletem os valores fundamentais da nossa empresa”, assinalou o gestor, citado em comunicado de imprensa.

Segundo o responsável por Investimentos no sul da Europa da LeadCrest Capital Partners, a “conversão do portefólio da Alcapredial em SIC, assim como a nomeação da Lynx Asset Managers como futura parceira na gestão dos ativos, representa um marco importante”. Diego Vidal Ponte diz que permite dar continuidade e dinâmica à próxima fase deste “percurso conjunto”.

“A sua experiência financeira no mercado português e o compromisso assumido com o grupo são fundamentais para a expansão da nossa rede em Portugal. A Lynx revela-se um parceiro estratégico, totalmente alinhado com os nossos valores e com as nossas ambições”, referem Pedro Subtil, presidente do conselho de administração da ITMP Portugal, e Romain Bedu, chairman da Immo Mousquetaires.

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