Cadastro da propriedade já permitiu dois milhões de registos, adianta Costa

  • Lusa
  • 11 Janeiro 2024

Em Portugal, onde 97% da propriedade é privada, o cadastro é "absolutamente fundamental", diz o primeiro-ministro demissionário.

O primeiro-ministro António Costa destacou esta quinta-feira que o seu Governo conseguiu lançar o cadastro da propriedade rústica, responsável até ao momento por mais de dois milhões de registos e que tem uma dimensão central na reforma em curso da floresta.

Hoje vejo que o trabalho desenvolvido pelo ministério da Justiça e Instituto dos Registos e Notariado na criação do Balcão Único do Prédio (BUPi) já nos permitiu, nos 144 municípios aderentes, cadastrar mais de dois milhões de propriedades que estavam por cadastrar”, sublinhou António Costa.

O chefe do executivo, que encerrava a conferência “A Floresta no Caminho da Sustentabilidade”, no concelho da Lousã, distrito de Coimbra, considerou que, num país como Portugal, onde 97% da propriedade é privada, o cadastro é “absolutamente fundamental”.

Segundo António Costa, a reforma em curso tem uma “dimensão central, que é conhecer a floresta”, daí que o “grande investimento” tenha sido realizar o cadastro do país, “algo que durante décadas se falou e nem mesmo o Estado Novo conseguiu passar para norte do Tejo”.

O governante salientou que os múltiplos programas inseridos na reforma da floresta iniciada em 2016 têm como objetivo ordenar o espaço florestal, tornando-o mais resiliente, evitar os incêndios rurais e devolver economia e rentabilidade aos proprietários. O primeiro-ministro salientou que, nestes últimos sete anos, foram transferidos investimentos para a prevenção e combate aos incêndios florestais “com resultados muito concretos”.

“Desde que se criou o Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais, aumentámos em 273% o investimento na prevenção e combate aos incêndios florestais, mas a grande diferença é que aumentámos na prevenção 1.050%, tendo passado de 28 milhões de euros em 2017 para 322 milhões em 2022”, enfatizou.

No combate, o acréscimo de investimento foi de 81%, passando de 114 para 206 milhões de euros, “mas o que fez a diferença foi o aumento do investimento na prevenção”, sustentou. “Os incêndios evitam-se através da reforma estrutural em curso, que queremos valorizar e que não deve ser parada”, sublinhou o governante, defendendo que “é importante seguir a estratégia” iniciada em 2016.

De acordo com António Costa, a estratégia adotada já demonstra “ganhos muito significativos, porque em anos sucessivos em que o risco de incêndio foi sempre tão ou mais elevado do que o ano de 2017, a verdade é que tivemos em 2023 uma área ardida 72% inferior e um número de incêndios 64% inferior à média da década”.

(Notícia atualizada pela última vez às 16h41)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Eletricidade renovável mundial aumentou 50% entre 2022 e 2023, mas ritmo é insuficiente

  • Lusa
  • 11 Janeiro 2024

Agência Internacional de Energia alerta que as políticas publicas atuais não vão permitir a triplicação de renováveis até 2030, tal como ficou acordado na COP28.

A capacidade elétrica renovável mundial aumentou 50% entre 2022 e 2023, segundo a Agência Internacional de Energia, que alerta que com as políticas atuais a capacidade de produção não vai triplicar até 2030, objetivo definido na última cimeira do clima das Nações Unidas, no Dubai (COP28).

De acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE), que divulga o relatório Renováveis 2023, no ano passado entraram em funcionamento cerca de 507 gigawatts (GW), mais 50% do que em 2022, sendo que três quartos destas novas instalações foram de energia fotovoltaica.

A China foi, mais uma vez, o motor deste crescimento, com mais 66% de turbinas eólicas do que há um ano, por exemplo, mas a Europa, os Estados Unidos e o Brasil também atingiram níveis sem precedentes.

Nos próximos cinco anos, a AIE prevê o “crescimento mais forte” registado nos últimos 30 anos.

“A capacidade de produção de eletricidade renovável nunca se expandiu tão rapidamente em 30 anos, o que nos dá uma hipótese real de atingir o objetivo que os governos estabeleceram na COP28 de triplicar a capacidade global até 2030″, sublinha a AIE.

No entanto, este ritmo ainda não é suficiente, acrescenta a agência, que aponta em particular para a necessidade de financiamento para os países emergentes e em desenvolvimento.

“Nas atuais condições de mercado e políticas, a capacidade global aumentaria 2,5 vezes até 2030. Isto ainda não é suficiente para cumprir o objetivo da COP28 de triplicar a capacidade, mas estamos a aproximar-nos e os governos têm as ferramentas necessárias para compensar a diferença”, resume Fatih Birol, diretor da AIE.

Nas atuais circunstâncias, seria possível chegar a 2028 com 7.300 GW de potencia instalada, não alcançando por pouco o mínimo de 11 mil GW definidos para 2030 como meta pelos 198 governos que participaram na COP28 há um mês.

Para além do contexto macroeconómico, para Birol “o desafio mais importante para a comunidade internacional é aumentar rapidamente o financiamento e a implantação das energias renováveis na maioria das economias emergentes e em desenvolvimento, muitas das quais estão a ficar para trás na nova economia energética”.

Os membros do G20, que reúne as 20 maiores economias do mundo, incluindo os principais países desenvolvidos, mas também as principais potências emergentes (como a China e a Índia), são atualmente responsáveis por quase 90% das energias renováveis instaladas, quando representam dois terços da população mundial.

Reforçando a aplicação das políticas atuais, o G20 poderia triplicar as suas capacidades em matéria de energias renováveis até 2030, o que contribuiria para o objetivo global, mas teria de ser complementado por uma aceleração noutros países, especialmente nos países em desenvolvimento, que não têm objetivos em matéria de energias renováveis nem políticas de apoio.

Nos próximos cinco anos, a energia solar fotovoltaica e a energia eólica em terra continuarão a representar a maior parte das novas instalações (96% em termos de capacidade), porque estas tecnologias têm custos de produção mais baixos do que os combustíveis fósseis e outras alternativas e porque existem políticas públicas de apoio em muitos países.

Por outro lado, os autores do estudo estimam que, até 2025, as energias renováveis ultrapassarão as centrais a carvão na produção mundial de eletricidade e que, a partir de 2025, só a energia eólica ultrapassará a nuclear, tal como a energia solar fotovoltaica a partir de 2026, que estará à frente da eólica em 2028.

Segundo a AIE, a China representará sozinha quase 60% das novas energias renováveis a nível mundial até 2028, apesar do desaparecimento dos subsídios em 2020 e 2021. O gigante asiático produzirá então quase metade da eletricidade renovável do mundo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

ACT já fez 861 participações ao Ministério Público sobre trabalho nas plataformas digitais

Inspetora-geral apresentou balanço provisório da ação da ACT em 2023, destacando que foram identificados 2.609 "alegados prestadores de atividade" em 16 plataformas.

A Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) já fez quase 900 participações ao Ministério Público relativas ao potencial reconhecimento de vínculos de trabalho dependente entre os estafetas e as plataformas digitais. Este número foi avançado esta quinta-feira pela inspetora-geral Fernanda Campos, num balanço provisório do trabalho feito pela ACT ao longo de 2023.

“Fizemos até ao momento 861 participações ao Ministério Público“, adiantou a responsável, que revelou também que, no total, os inspetores da ACT identificaram, entre junho e dezembro, 2.609 “alegados prestadores de atividade” (isto é, estafetas) em 16 plataformas e 593 locais de trabalho (isto é, sítios com maior concentração de estafetas).

Na base destas ações da ACT, está a alteração ao Código do Trabalho, que entrou em vigor a 1 de maio e veio abrir a porta a que os estafetas sejam considerados trabalhadores por conta de outrem das plataformas digitais, como a Glovo e a Uber Eats.

Ainda antes dessa mexida, a lei laboral já previa um mecanismo de presunção de contrato de trabalho, mas este não estava adaptado às características especiais da relação entre os estafetas e as plataformas.

Ora, numa altura em que em diversos países se discute se está em causa ou não uma relação de trabalho dependente, Portugal decidiu avançar com um mecanismo de presunção de contrato de trabalho específico, que determina que o estafeta pode ser considerado trabalhador dependente, caso sejam identificados indícios de subordinação. Por exemplo, se a plataforma fixar a retribuição ou tiver poder disciplinar, pode estar em causa um laço de subordinação.

A meio de novembro, a ministra do Trabalho anunciou no Parlamento que já tinham sido desencadeadas cerca de mil ações de reconhecimento de contratos de trabalho entre os estafetas e as plataformas digitais.

Esta quinta-feira, a inspetora-geral da ACT precisou que em 2023 foram feitas 1.133 notificações, neste âmbito. Porém, perante a recusa das plataformas em integrar os estafetas enquanto estafetas, estas ações estão agora a ser encaminhadas para o Ministério Público, a quem cabe “nos termos legais impulsionar a ação de reconhecimento da existência de um contrato de trabalho“, explicou Fernanda Campos.

Em reação a estes dados, a ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, deixou claro que “não podemos permitir que as novas formas de trabalho sejam velhas formas de escravatura“. “A ACT é o grande agente que dá voz a milhares de pessoas, que tradicionalmente não têm voz”, salientou a governante.

Também o secretário de Estado do Trabalho, Miguel Fontes, comentou estes dados, sublinhando que “há espaço para as plataformas“, mas é preciso que respeitem as boas práticas e “não nos tomem a todos por incautos” dizendo que estão em causa apenas prestadores de serviço, “o que não é certamente o caso”.

ACT quer fazer 50 mil visitas inspetivas em 2024

PAULO NOVAIS/LUSA PAULO NOVAIS/LUSA

Na sessão desta quinta-feira, a inspetora-geral da ACT aproveitou também para avançar os dados provisórios das demais ações realizadas ao longo de 2023 e destacar as metas para 2024.

No que diz respeito às visitas inspetivas, em 2023 a meta estava fixada em 40 mil, o que ficou alinhado com o efetivamente registado. Já em 2024 a intenção da ACT é fazer 50 mil visitas inspetivas. “Temos uma proposta ambiciosa para um objetivo de alcançarmos as 50 mil visitas inspetivas“, sublinha Fernanda Campos.

Por outro lado, quanto às entidades intervencionadas, a meta estava fixada em 26.200. No total, foram intervencionadas em 2023 28 mil entidades empregadoras, ou seja, superou-se a meta. Já para 2024 o objetivo é agora chegar a 35 empregadores intervencionados.

“Estamos absolutamente apostados — porque também temos a certeza que a equipa consegue fazer — em pelo menos atingir a meta de 35 mil entidades empregadoras intervencionadas pela ACT. Não queremos só estar com as empresas que estão no radar. Temos de ampliar a eficácia do radar. Temos de ser bastante assertivos e competentes”, defendeu a inspetora-geral.

Por outro lado, quanto aos trabalhadores abrangidos pelas ações da ACT, a meta para 2023 estava em 350 mil. Ora, os dados provisórios apontam para 300 mil abrangidos em 2023, mas Fernanda Campos sublinhou que estes dados ainda podem ser revistos. O objetivo para 2024 é agora chegar aos 400 mil trabalhadores abrangidos.

“Os trabalhadores são sujeitos de direitos e deveres. Quanto melhor informados estiverem, melhor exercem os seus direitos de cidadania“, sublinhou Fernanda Campos, que acrescentou ainda que em 2023 foram registados 37.700 procedimentos inspetivos e foram aplicadas 13.500 sanções.

Já quanto ao pessoal da ACT, é importante notar que, neste momento, há 44 dirigentes superiores e intermédios (de 44 vagas), 239 técnicos superiores (de 285 vagas), 455 inspetores do trabalho (de 493 vagas), 14 informáticos (de 22 vagas), 166 assistentes técnicos (de 204 vagas) e 25 assistentes operacionais (de 31 vagas).

“Nos inspetores de trabalho, nos últimos anos tem havido um investimento enorme no treino e capacitação de novos inspetores“, notou a inspetora-geral, reconhecendo, ainda assim, que há margem para crescer (visto que há ainda vagas por preencher).

Por outro lado, a sessão desta quinta-feira serviu para dar conta da transformação digital em curso na ACT, que visa, nomeadamente, tornar o trabalho mais eficiente, libertar recursos e prestar um melhor serviço aos cidadãos e às empresas, enumerou o subinspetor-geral Nelson Ferreira.

Em jeito de balanço, esse responsável adiantou que em 2023 o novo portal online da ACT contou com 16 milhões, os simuladores digitais com seis milhões de acessos e o chatbot com meio milhão de interações. Para este ano, o foco estará no novo sistema de gestão de processos inspetivos, revelou Nelson Ferreira.

Atualizada às 16h04

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Carregamentos na rede Mobi.E batem recorde em 2023 ao atingir 3,7 milhões

  • Lusa
  • 11 Janeiro 2024

Os carregamentos de mobilidade elétrica na rede Mobi.E atingiram 3,7 milhões, um aumento de 68% em relação a 2022,fazendo deste um novo recorde.

Os carregamentos de mobilidade elétrica na rede Mobi.E atingiram 3,7 milhões, um aumento de 68% em relação a 2022, um novo recorde, indicou a entidade em comunicado.

A rede Mobi.E volta a superar os recordes anuais em 2023, com o novo melhor ano de sempre da mobilidade elétrica em Portugal“, lê-se na mesma nota, na qual indicou que, “em termos acumulados, registaram-se mais de 3.727.000 carregamentos de veículos elétricos na rede Mobi.E, o que representa um aumento de 68% face ao ano anterior“.

Segundo a entidade, “os consumos de energia, face ao período homólogo aumentaram 95%, fixando-se em cerca de 71.500 MWh [megawatts hora]”, sendo que “o número de utilizadores também cresce 69%, com um total de 174.500” a “carregarem o seu veículo pelo menos uma vez num dos pontos da rede, durante o ano passado”.

No ano passado, destacou, “a infraestrutura de carregamento de acesso público continuou a crescer a ritmo acelerado numa média de 25 postos instalados por semana, aumentando cerca de 1.300 postos no total do ano”.

Assim, no final do ano, a rede Mobi.E tinha cerca de 4.450 postos de carregamento e mais de 7.800 pontos de carregamento de acesso público.

A organização referiu ainda que “em termos de potência disponível, ronda atualmente os 248 mil kW [quilowatts], cerca de 13% acima do imposto pelo Regulamento Europeu”, destacando que neste momento, “37% da rede Mobi.E de acesso público é constituída por postos de carregamento rápido ou ultrarrápido, isto é, com potências superiores a 22 kW”.

A Mobi.E registou ainda “o significativo aumento dos postos de acesso privado ligados à rede”, denominados Detentores de Pontos de Carregamento (DPC), que, ao longo do ano, mais do que duplicaram (+110%) ultrapassando, no final de 2023, os 1.700″.

A Mobi.E, S.A. é uma empresa pública desde 2015, tendo assumido “a responsabilidade no mercado regulado da mobilidade elétrica pela gestão e monitorização da rede de postos de carregamento elétrico”, recordou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Marinha do Irão apreende petroleiro norte-americano por decisão judicial

  • Lusa
  • 11 Janeiro 2024

O navio esteve envolvido numa disputa de um ano que acabou por levar o Departamento de Justiça norte-americano a confiscar um milhão de barris de petróleo bruto iraniano.

A Marinha iraniana apreendeu esta quinta-feira no Golfo de Omã um petroleiro norte-americano que motivou uma grave crise entre Teerão e Washington, anunciaram as autoridades, uma medida que agrava as tensões no Médio Oriente. “A marinha da República Islâmica do Irão apreendeu um petroleiro norte-americano nas águas do Mar Arábico, de acordo com uma decisão judicial”, informou a agência noticiosa oficial Irna.

A Agência de Segurança Marítima do Reino Unido (UKMTO) e a empresa privada Ambrey tinham anunciado anteriormente que homens armados “uniformes pretos de estilo militar com máscaras pretas” tinham abordado um petroleiro no Golfo de Omã. O navio era conhecido como “Suez Rajan” e esteve envolvido numa disputa de um ano que acabou por levar o Departamento de Justiça norte-americano a confiscar um milhão de barris de petróleo bruto iraniano.

A apreensão ocorre também após semanas de ataques dos rebeldes Huthi do Iémen, apoiados pelo Irão, contra a navegação no Mar Vermelho, incluindo o maior bombardeamento de sempre de drones e mísseis, lançado na terça-feira. Este ataque aumentou o risco de possíveis retaliações por parte das forças lideradas pelos EUA, que atualmente patrulham aquela via navegável vital, especialmente depois de uma votação do Conselho de Segurança das Nações Unidas na quarta-feira, condenando os Huthis e quando responsáveis norte-americanos e britânicos alertaram para as potenciais consequências dos ataques.

A agência marítima britânica, organismo que alerta os marinheiros no Médio Oriente, informou que a apreensão começou de manhã cedo, nas águas entre Omã e o Irão, numa zona onde transitam os navios que entram e saem do Estreito de Ormuz, a estreita foz do Golfo Pérsico através da qual um quinto de todo o petróleo comercializado é transportado.

A empresa de segurança privada Ambrey disse que “quatro a cinco pessoas armadas” entraram a bordo do navio, que identificou como o petroleiro “St. Nicolas”. Segundo a empresa, os homens cobriram as câmaras de vigilância quando entraram a bordo. O petroleiro encontrava-se ao largo da cidade de Bassora, no Iraque, a carregar petróleo bruto com destino a Aliaga, na Turquia, para a refinaria turca Tupras.

Os dados de localização por satélite analisados pela agência The Associated Press mostraram que o petroleiro, com pavilhão das Ilhas Marshall, tinha virado e se dirigia para o porto de Bandar-e Jask, no Irão. “St. Nicolas” foi anteriormente batizado de “Suez Rajan”, associado à companhia de navegação grega Empire Navigation.

Numa declaração à AP, a Empire Navigation, com sede em Atenas, reconheceu ter perdido o contacto com o navio, que tem uma tripulação de 18 filipinos e um cidadão grego. A empresa não entrou em pormenores. A Empire Navigation especificou ainda que “o fretador do navio é a [petrolífera turca] Tupras” e confirmou a ativação de “um plano de emergência”.

“Notificámos as autoridades competentes e estamos a envidar todos os esforços para restabelecer as comunicações com o ‘St. Nikolas'”, referiu a empresa, citada pela agência Europa Press. As atenções começaram a centrar-se no “Suez Rajan” em fevereiro de 2022, quando o grupo de defesa do ambiente United Against Nuclear Iran disse suspeitar que o petroleiro transportava petróleo da ilha iraniana de Khargh, o seu principal terminal de distribuição de petróleo no Golfo Pérsico.

Durante meses, o navio permaneceu no Mar da China Meridional, ao largo da costa nordeste de Singapura, antes de se dirigir subitamente para a costa do Texas sem qualquer explicação. O navio descarregou a sua carga para outro petroleiro em agosto, que libertou o seu petróleo em Houston como parte de uma ordem do Departamento de Justiça.

Em setembro, a Empire Navigation declarou-se culpada de contrabando de petróleo bruto iraniano sancionado e concordou em pagar uma multa de 2,4 milhões de dólares (cerca de 2,2 milhões de euros) por um caso que envolvia o petroleiro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Primetag capta 3,5 milhões para expandir plataforma que avalia influenciadores

Plataforma, que ajuda as marcas a medir o desempenho dos influenciadores, está presente em mais de 50 mercados. Espanha, Itália, Reino Unido, Alemanha, França, EUA e México são as geografias na mira.

A Primetag, plataforma de marketing que ajuda as marcas a avaliar o desempenho dos influenciadores, fechou uma ronda de 3,5 milhões de euros, coliderada pela Iberis Capital e pela Indico Capital Partners. Desenvolvimento de produtos e expansão para novos mercados são os objetivos com este reforço de capital. Espanha, Itália, Reino Unido, Alemanha, França, EUA e México são as geografias na mira, adianta fonte oficial ao ECO.

“Há já algum tempo que estamos a aperfeiçoar a nossa plataforma e sentimos estar agora na posição certa para que o nosso produto principal escale a nível global. Esta ronda vai permitir este movimento e também que continuemos a acrescentar mais capacidade de análise de dados aos nossos clientes globais”, afirma Manuel Albuquerque, CEO da Primetag, citado em comunicado.

Fundada em 2016, com sede em Aveiro e escritórios em Lisboa, a plataforma da Primetag permite fazer o planeamento de marketing e medição e otimização de campanhas e influenciadores, cobrindo com as suas soluções e serviços mais de 50 mercados, segundo informa a empresa.

“O setor de marketing de influencers continua a registar um crescimento rápido, transformando fundamentalmente as estratégias de publicidade das marcas. À medida que esta indústria evolui, a procura por análises de dados personalizadas e sofisticadas aumenta. O software da Primetag está na vanguarda desta transformação, oferecendo soluções potenciadas pela análise de dados de desempenho de marketing de influencers. Estamos entusiasmados por apoiar a empresa no seu caminho para se tornar um líder global no setor”, refere Stephan Morais, presidente da Indico Capital Partners, citado em comunicado.

A injeção de capital irá permitir à empresa acelerar o crescimento da oferta de produtos, aumentar capacidade de vendas e lançar “uma nova linha de negócio.”

“A Primetag combina uma proposta tecnológica fortemente diferenciada que permite a marcas, agências e criadores, um salto na profissionalização da gestão deste meio cada vez mais relevante. Alia a essa componente tecnológica uma equipa de gestão com conhecimento profundo do mercado, experiência e ambição global que lhe permite legitimamente ambicionar uma posição de liderança neste espaço. A Iberis tem muito orgulho em fazer parte deste caminho da Primetag”, João Henriques, sócio da Iberis Capital, citado em comunicado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal regista excesso muito elevado de mortalidade na primeira semana do ano

  • Lusa
  • 11 Janeiro 2024

O nosso País é o único, entre os 25 da rede europeia EuroMOMO, com o nível mais alto de óbitos relacionados com gripe, covid-19, diferenças de temperatura e outras ameaças à saúde pública.

Portugal é o país com o maior excesso de óbitos na primeira semana de 2024, entre os 25 que constituem a rede europeia EuroMOMO, que calcula semanalmente os números da mortalidade dos países membros.

Os dados, consultados esta quinta-feira pela agência Lusa, revelam que Portugal é o único membro da EuroMOMO registado com a designação “excesso muito elevado”, tendo uma pontuação de 12,14.

Os números recolhidos pela EuroMOMO, do instituto dinamarquês de prevenção de doenças contagiosas Statens Serum Institut, permitem a comparação do desvio padrão da mortalidade nos diferentes países (z-scores), medindo o excesso de mortes relacionadas com a gripe, covid-19, diferenças de temperatura e outras ameaças à saúde pública.

A medição inicia-se na base zero, sendo que os valores entre -2 e 2 encontram-se dentro do intervalo normal, enquanto a partir de 4 já é considerado “excesso moderado”.

De 2 a 4 é considerado “excesso reduzido”; de 7 a 10 “excesso elevado”; de 10 a 15 “excesso muito elevado”; e mais de 15 “excesso extraordinariamente elevado”.

Portugal tem vindo a registar “um excesso muito elevado” de mortalidade desde a última semana de 2023.

No mapa em que é identificado o caso português, apenas a Escócia e a Grécia se destacam por aparecerem com “excesso moderado”. Espanha e Alemanha também surgem assinaladas, mas com “excesso reduzido”.

O grupo de países da EuroMOMO inclui Portugal, Espanha, França, Itália, Suíça, Áustria, Alemanha, Luxemburgo, Países Baixos, Hungria, Eslovénia, Malta, Grécia, Ucrânia, Dinamarca, Estónia, Finlândia, Suécia, Inglaterra, País de Gales, Irlanda, Irlanda do Norte, Escócia, Chipre e Israel.

A rede EuroMOMO tem sido apoiada e trabalhado desde 2016 em estreita colaboração com o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) e o escritório regional para a Europa da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Metrobus entre Serpins e Coimbra entra em funcionamento no final do ano

  • Lusa
  • 11 Janeiro 2024

Metrobus "vai servir uma procura da ordem dos 13 milhões de passageiros por ano", diz João Marrana. Estão em curso quatro empreitadas das infraestruturas de base da responsabilidade da IP.

O presidente da Metro Mondego, João Marrana, garantiu esta quinta-feira que a primeira fase do Sistema de Mobilidade do Mondego, entre Serpins (concelho da Lousã) e a Portagem (concelho de Coimbra), entrará em funcionamento no final do ano. “A nossa expectativa é que no final do corrente ano se possa colocar em serviço a primeira fase, operando o metrobus entre Serpins, no Concelho da Lousã, e a Portagem no concelho de Coimbra”, evidenciou.

A garantia do presidente da Metro Mondego foi deixada no final da manhã desta quinta-feira, na Antiga Estação Ferroviária da Lousã, depois de uma visita às obras do Sistema de Mobilidade do Mondego, que contou com a presença do primeiro-ministro, António Costa, bem como da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa.

Nesta ocasião, João Marrana fez o ponto de situação do projeto, que tem atualmente em curso quatro empreitadas das infraestruturas de base da responsabilidade da Infraestruturas de Portugal (IP), bem como a empreitada de fornecimento de sistemas técnicos, adjudicada pela IP e pela Metro Mondego.

Todas estas intervenções, que correspondem a um investimento global de cerca de 200 milhões de euros, são um pouco como as peças de um relógio. Podem ser maiores ou menores, mas todas têm que estar prontas e no seu lugar para que o sistema possa funcionar.

João Marrana

Presidente da Metro Mondego

Em curso está também a intervenção no canal da Baixa da cidade de Coimbra, o fornecimento de material circulante e dos respetivos sistemas de carregamento, o fornecimento e instalação dos abrigos de passageiros, a empreitada de construção dos postos de transformação, o fornecimento do sistema de bética e a construção do parque de materiais e oficinas.

“Todas estas intervenções, que correspondem a um investimento global de cerca de 200 milhões de euros, são um pouco como as peças de um relógio. Podem ser maiores ou menores, mas todas têm que estar prontas e no seu lugar para que o sistema possa funcionar”, sustentou.

Para que a primeira fase das obras esteja concluída, “muitos passos importantes terão ainda de ser dados”. Entre eles figuram a conclusão da componente das instalações físicas da empreitada entre Serpins e Alto de João e Alto de São João e Portagem, bem como ultimar a colocação dos abrigos e terminar a empreitada do parque de materiais e oficinas.

No que concerne aos equipamentos e sistemas, será necessário efetuar a receção e os testes de integração dos veículos, num total de 35, “o que deverá acontecer a partir do próximo mês”.

No seu entender, a colocação em serviço do Metrobus irá melhorar de forma muito expressiva as ligações entre Coimbra, Lousã e Miranda do Corvo. “Vai servir uma procura da ordem dos 13 milhões de passageiros por ano. Vão ter acesso a um meio de transporte transporte acessível, oferecendo um elevado padrão de conforto, com uma frequência muito superior à atual e articulando-se com os restantes operadores através de um sistema de bilhete e tarifário integrados”, apontou.

João Marrana destacou ainda que, para além da população passar a dispor de melhor mobilidade, a região terá também maior atratividade. “A pegada ecológica do sistema de transporte irá ser expressivamente reduzida”, concluiu.

Metro Mondego é solução que melhor serve território, diz Costa

Para o primeiro-ministro, o Sistema de Mobilidade do Mondego é a solução que melhor serve território e população, transformando profundamente o tecido urbano de Coimbra e ligando-a aos concelhos vizinhos da Lousã e Miranda do Corvo. “Tudo visto, é a solução que vai servir melhor todo este território e as populações. Tínhamos 17 frequências de comboio, vamos ter mais de 50 frequências diárias de deslocação da Lousã para Coimbra e, sobretudo, a solução do metrobus é a solução em que esse sistema se insere de forma mais harmoniosa no tecido urbano da cidade de Coimbra”, destacou António Costa.

No seu entender, o Sistema de Mobilidade do Mondego cumpre a dupla função de ligar as populações da Lousã e de Miranda do Corvo, a Coimbra, permitindo ainda “transformar profundamente” o tecido urbano de Coimbra e o sistema de mobilidade no interior da própria cidade.

“Vamos ter uma nova forma de ligação entre a Baixa e a Alta [da cidade de Coimbra]. Com a ligação, desde logo a todo o sistema fundamental do nosso Sistema Nacional de Saúde, que são os hospitais: o da cidade de Coimbra, o Hospital Pediátrico e a futura maternidade, cujo projeto de execução foi agora concluído”, sustentou.

Aos presentes, e depois de recordar o difícil percurso, de oito anos, para se chegar a esta solução, António Costa frisou ainda que o Metro Mondego é também um contributo fundamental para se conseguir vencer o maior desafio que a humanidade tem pela frente, que “é o das alterações climáticas”. “Vai retirar qualquer coisa como 17 mil toneladas de CO2 que continuamos a emitir anualmente”, concluiu.

O Sistema de Mobilidade do Mondego, terá uma extensão de 42 quilómetros, ligando Serpins, Lousã e Miranda do Corvo a Coimbra.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Medway queixa-se de concorrência desleal da rodovia com ferrovia de mercadorias

  • Lusa
  • 11 Janeiro 2024

O presidente da Medway avisou que o país corre o risco de investir milhões na rede e não ter comboios de carga a circular por não ser competitivo.

O presidente da Medway queixou-se hoje de concorrência desleal entre rodovia e ferrovia de mercadorias e avisou que o país corre o risco de investir milhões na rede e não ter comboios de carga a circular por não ser competitivo.

“Podemos chegar ao extremo de ter uma excelente rede ferroviária onde não circularão quaisquer comboios de mercadorias, face à gritante discriminação de medidas que apoiam a rodovia e penalizam a ferrovia“, afirmou Carlos Vasconcelos, em Lisboa, durante a cerimónia de apresentação das novas locomotivas Stadler Euro 6000, as primeiras quatro de um total de 16 locomotivas adquiridas há dois anos, num investimento total superior a 90 milhões de euros.

O presidente da Medway, antiga CP Carga, considerou mesmo que Portugal é um país “esquizofrénico” em termos ferroviários, que corre o risco de investir “milhares de milhões numa excelente rede”, mas “os operadores ferroviários de mercadorias terão mudado o seu material circulante para o país vizinho que desenvolve uma verdadeira política de incentivo à transferência modal”.

Em concreto, a Medway acusou o Governo de fazer “declarações de amor” à ferrovia, mas depois adotar medidas que beneficiam a rodovia, como por exemplo a taxa de utilização imputada aos operadores ferroviários de mercadorias, enquanto “a maior parte da rede rodoviária não tem qualquer portagem para carga”.

Carlos Vasconcelos realçou também que os operadores ferroviários suportam a quase totalidade dos custos de manutenção da infraestrutura, enquanto os rodoviários não, e que a rodovia recebe subsídios para a renovação da sua frota com camiões mais eficientes e sustentáveis e a ferrovia não.

“A rodovia recebeu as compensações pelo aumento dos custos dos combustíveis em 2022 e 2023, como sabem foram aumentos absolutamente exorbitantes, e a ferrovia? Nada. Nem um cêntimo. Porquê? Não sabemos. O Governo anunciou em 2022 estes apoios também para ferrovia e renovou-os para 2023 tal como o fez para a rodovia. Prometeu, mas não cumpriu, mas a rodovia já recebeu os seus apoios”, lamentou o presidente da Medway.

Outras das medidas que comprovam, para a transportadora, a concorrência desleal com a rodovia é a redução de portagens em nome da coesão territorial, mas, por outro lado, o transporte de mercadorias por comboio teve um aumento médio de 22%, a que se somarão mais 8% em 2025.

“Espanha cobra uma taxa de uso de 23 cêntimos por quilómetro, Portugal cobra 1.87 euros este ano, ou seja, é oito vezes mais caro transportar em Portugal do que em Espanha”, destacou o responsável, dando ainda como exemplo a Áustria, que isentou a cobrança de taxa de uso às empresas de transporte ferroviário de mercadorias, no âmbito das políticas de redução das emissões de dióxido de carbono.

As novas quatro locomotivas da Medway, encomendadas à fabricante suíça Stadler, são elétricas e, como habitual na empresa, vão receber o nome de filhas ou netas de trabalhadores.

Defender mudança de bitola é “ignorância”

O presidente da Medway, Carlos Vasconcelos, considerou, por outro lado, que falar em mudança da bitola, da ibérica para europeia, é ignorância e demonstra desconhecimento do mercado ferroviário. “Quem fala disso [da mudança da bitola] são ignorantes que não conhecem o mercado ferroviário, não conhecem as mercadorias e falam sem saber, não quero pensar que seja por outras razões”, afirmou o presidente da Medway, antiga CP Carga, em declarações aos jornalistas à margem da cerimónia de apresentação das novas locomotivas Stadler Euro 6000, em Lisboa.

Questionado sobre se a bitola ibérica, usada em Portugal e Espanha, é a razão para não se avançar com transporte de mercadorias por comboio para lá dos Pirenéus, que separam a Península Ibérica do resto da Europa, Carlos Vasconcelos foi perentório: “A bitola não é o problema”, mas sim a falta de rede para que seja competitivo transportar carga por esta via.

“A rede espanhola para mercadorias é exclusivamente bitola ibérica, as ligações a Portugal são todas de bitola ibérica. A Adif [administradora espanhola de Infraestruturas ferroviárias] não tem projetos nos próximos 10, nos próximos 20 anos para alterar esta situação, quem disser o contrário mente abertamente e está a tentar enganar as pessoas”, apontou o presidente da Medway.

Carlos Vasconcelos explicou também que construir bitola europeia em Portugal, sem que haja planos em Espanha para fazer a mesma mudança, iria obrigar a fazer dois transbordos de carga, um na fronteira com Espanha e outro na fronteira espanhola com França.

Questionado ainda sobre se a nova linha de alta velocidade entre Lisboa e Porto devia permitir também a passagem de comboios de mercadorias, o responsável defendeu que a nova linha deve ser exclusiva para passageiros, para resolver os congestionamentos atuais.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Miguel Alves satisfeito por contar verdade dos factos e confiante na justiça

  • Lusa
  • 11 Janeiro 2024

O MP acusa Miguel Alves - que se demitiu do cargo de secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro após saber da acusação – de ter violado as normas de contratação pública.

O ex-presidente da Câmara de Caminha, Miguel Alves, disse estar muito satisfeito por, finalmente, poder contar a verdade dos factos, em tribunal, manifestando absoluta confiança de que se fará justiça. Em declarações aos jornalistas à saída do Tribunal de Viana do Castelo, onde juntamente com a empresária Manuela Sousa começou a ser julgado por alegada prevaricação, negou todos os factos que constam da acusação do Ministério Público (MP).

“Estou muito satisfeito por poder, finalmente, dar conta da verdade dos factos e poder estar a esclarecer tudo o que se passou. Permite-me estar confiante que se realizará justiça”, afirmou. Para o ex-autarca socialista, “é muito importante” que se esclareça “a matéria” do processo. “Vamos continuar a falar. As testemunhas vão prestar declarações, todos vão poder falar. O que vos quero dizer é a absoluta satisfação por poder estar a esclarecer esta matéria. É muito importante que o façamos. Também a absoluta confiança de que se realizará justiça. Tudo ficará absolutamente esclarecido”, afirmou, após a interrupção dos trabalhos para almoço.

Já a arguida Manuela Sousa escudou-se a prestar declarações aos jornalistas no final da sessão da manhã. “Respeito muito o vosso trabalho, mas não vou prestar declarações”, disse.

O MP acusa Miguel Alves – que se demitiu do cargo de secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro após saber da acusação – de ter violado as normas de contratação pública quando acordou com a empresária serviços de assessoria de comunicação para o município “sem qualquer procedimento de contratação pública”.

Segundo a acusação, em 2014, Miguel Alves e Manuela Sousa, que à data dos factos usava o apelido Couto, “mantiveram contactos com vista à prestação de serviços de comunicação, gestão de imagem e assessoria de comunicação à autarquia pelas sociedades MIT e Mediana”, detidas e controladas pela arguida.

O despacho de acusação refere que Miguel Alves e a empresária, em reunião realizada a 4 de julho de 2014 na Câmara Municipal de Caminha, acordaram que uma das empresas “começaria, de imediato, a prestar serviços de assessoria de comunicação ao município”.

O MP diz que, pelo menos, durante o mês de julho de 2014 e a partir daquela data, a arguida “determinou que funcionárias das suas empresas, nomeadamente da MIT e da Mediana, prestassem serviços de assessoria de imprensa e promoção do município de Caminha, o que fez com conhecimento e acordo do arguido Miguel Alves”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Developer “inconformado” com recrutamento já vende 13,5 milhões e emprega 300 consultores

A Kwan, portuguesa especializada em outsourcing e nearshoring de perfis tech, emprega 300 pessoas e fatura 13,5 milhões de euros. Até 2026, a tecnológica quer ter na sua estrutura 500 pessoas.

Fundada em 2017 por Rui Pedro Alves, a Kwan, consultora portuguesa especializada em outsourcing e nearshoring de perfis tecnológicos, que integra o Grupo Rupeal, emprega 300 pessoas, fatura 13,5 milhões de euros e soma mais de 60 clientes de diversas áreas de negócio, sendo que os 14 clientes internacionais representam 30% do negócio.

“A Kwan existe porque um developer acreditou numa forma melhor de recrutar e gerir o talento tecnológico”, explica ao ECO/Local Online Duarte Fernandes, que assume agora o cargo de CEO. Antes de fundar a Kwan, Rui Pedro Alves, formado em Engenharia Informática pelo Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, tinha criado em 2007 a Rupeal, conhecida pelo software de faturação certificado InvoiceXpress.

A Kwan existe porque um developer acreditou numa forma melhor de recrutar e gerir o talento tecnológico.

Duarte Fernandes

CEO da Kwan

Duarte Fernandes conta que o developer, na altura com 27 anos, “percebeu que algumas empresas por onde passou contratavam os profissionais em processos pouco transparentes e com uma gestão de carreiras inexistente”. Na prática, sentia-se um número para muitas dessas empresas para as quais trabalhou”, explica. É dessa frustração que nasce a vontade do Rui Pedro fazer diferente e decide criar a Rupeal “onde as pessoas ocupam o primeiro lugar na equação”.

Rui Pedro Alves, fundador do Grupo Rupeal ao qual a Kwan pertence, transita de CEO para assumir a presidência do conselho de administração do grupo, mantendo a posição de CEO do software de faturação certificado InvoiceXpressKwan

Dez anos mais tarde, o developer decidiu criar a Kwan para ter “uma marca que refletisse melhor os valores de outsourcing”, detalha o atual CEO da empresa. O nome Kwan é inspirado no filme Jerry Maguire, de 1996, em que Tom Cruise interpreta o papel de um agente de desportistas que acaba por cansar-se de trabalhar para uma agência que só pensava no lucro.

“Se colocarmos as pessoas em primeiro lugar, o resto acaba por ser uma consequência disso“, destaca Duarte Fernandes que trabalhou para empresas como a Hays e a Multipessoal, até entrar em 2012 no grupo Rupeal, a convite de Rui Pedro Alves. O CEO, formado em Psicologia das Organizações pelo ISPA, realça que “2023 foi o maior ano de crescimento da empresa”. No ano passado, contabiliza, faturou 13,5 milhões de euros (mais 30% em termos homólogos), conquistou 30 novos clientes e contratou 153 novos consultores.

A Kwan arranca o ano de 2024 com uma nova estrutura de gestão. Rui Pedro Alves, fundador do Grupo Rupeal, ao qual a Kwan pertence, transita da função de CEO para assumir a presidência do conselho de administração do grupo, mantendo a posição de CEO do software de faturação certificado InvoiceXpress; Duarte Fernandes, que assumia o cargo de COO, sobe a CEO. E João Mauritti transita de head of operations para COO da Kwan.

Para este ano, a Kwan prevê contratar mais 200 consultores e alcançar os 18 milhões de euros de faturação. Até 2026, a tecnológica quer ter na sua estrutura um total de 500 consultores.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Já é possível embarcar só com imagem da face nos aeroportos de Lisboa e Porto

  • ECO
  • 11 Janeiro 2024

Sistema que facilita o embarque no avião já está a ser usado em voos selecionados da TAP dentro do espaço Schengen. Será alargado a mais companhias, destinos e aeroportos em Portugal.

A ANA instalou um sistema biométrico nos aeroportos de Lisboa e Porto que permite fazer o embarque apenas com a imagem da face, deixando de ser necessário mostrar o passaporte e a identificação. Solução vai ser alargada também a Faro, Madeira e Ponta Delgada.

O embarque biométrico está, por ora, limitado a voos selecionados da TAP dentro do espaço Schengen. “Numa segunda fase, juntar-se-ão outras companhias aéreas e mais destinos, incluindo voos extraeuropeus”, informa a concessionária dos aeroportos nacionais em comunicado. No segundo semestre, ficará disponível em Faro, Madeira e Ponta Delgada.

Para usar a Biometrics Experience desenvolvida pela Vinci Airports, dona da ANA, os passageiros têm de fazer o registo prévio num dispositivo móvel através de uma aplicação com o mesmo nome, disponível em IOS e Android. Podem também recorrer a um equipamento próprio no aeroporto, localizado à entrada do check-in, ou junto às portas de embarque, para passageiros em transferência de voos, indica a ANA.

O registo implica usar a aplicação ou o quiosque para fotografar “o cartão de embarque, o passaporte eletrónico ou o cartão do cidadão de nacionalidade portuguesa e tirar uma ‘selfie’, aceitando os termos e condições”, explica a concessionária. No embarque, basta dirigir-se à máquina que faz a leitura dos dados biométricos da face. Os dados são apagados após a partida do voo.

O sistema começou a ser instalado e testado no Aeroporto de Lyon, em 2022, e é apoiado pela União Europeia, através do programa NextGenerationEU. Segundo a ANA a tecnologia “está na vanguarda dos mais inovadores procedimentos de embarque nos aeroportos mundiais”. O valor do investimento não é mencionado.

“A tecnologia com o reconhecimento facial vai permitir uma viagem mais rápida, mais simples, em que o passageiro ganha conforto e tempo, com total segurança na confidencialidade dos seus dados e do processo”, afirma Thierry Ligonnière, CEO da ANA-Aeroportos de Portugal, citado no comunicado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.