FEI apoia fundos da Armilar, Faber e 33N com 90 milhões de euros

O Fundo Europeu de Investimento (FEI) acredita que estes três fundos portugueses de capital de risco conseguirão atrair mais de 400 milhões para acelerar startups de deeptech.

O Fundo Europeu de Investimento (FEI) vai alocar 90 milhões de euros a três fundos portugueses de capital de risco, com vista a acelerar o crescimento de startups em áreas como inteligência artificial e cibersegurança, entre outras ligadas à deep tech.

Armilar Venture Partners IV, Faber Tech III e 33N Cybersecurity and Infrastructure Software Fund são os três nomes agraciados pelo apoio. Com este investimento, a CEO do FEI, Marjut Falkstedt, espera conseguir mobilizar “mais de 400 milhões de euros para o ecossistema europeu de capital de risco”, anunciou numa conferência de imprensa inserida na Web Summit, em Lisboa.

Na mira destes investidores vão estar startups em fase de arranque, inseridas no mercado europeu. “O capital de risco não é um negócio nacional, é um negócio europeu”, afirmou a gestora, lembrando que o fundo 33N, de Carlos Alberto Silva e Carlos Moreira da Silva, apoiado pela primeira vez pelo FEI, também conta com o apoio de um fundo do Luxemburgo.

Num comunicado, o FEI revela que já existem “operações em andamento”. “O novo financiamento realça a confiança internacional em Portugal enquanto plataforma tecnológica, demonstrando simultaneamente o papel fundamental do FEI na promoção de investimentos estratégicos no setor tecnológico na Europa”, acrescenta.

Esta operação do FEI tem o apoio do programa InvestEU da Comissão Europeia, que também pretende mobilizar mais 372 mil milhões de euros, pelo menos, em investimentos adicionais até 2027. O investimento do FEI é apoiado pela garantia de 26,2 mil milhões de euros do InvestEU, explicou também, na Web Summit, António Vicente, vice-líder da Representação da Comissão Europeia em Portugal.

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Shell vence recurso que obrigava a petrolífera a reduzir emissões de CO2

  • Lusa
  • 12 Novembro 2024

Tribunal de Recurso dos Países Baixos considerou que não se pode exigir apenas à empresa Shell que deixe de vender petróleo e gás, uma vez que "essa parte do negócio seria assumida pela concorrência".

A Shell ganhou o recurso interposto pela Justiça holandesa e que obrigava a petrolífera a reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO2) em 45% até 2030 anulando uma decisão de 2021 e que foi considerada uma vitória histórica na luta contra as alterações climáticas.

O Tribunal de Recurso dos Países Baixos considerou que não se pode exigir apenas à empresa Shell que deixe de vender petróleo e gás, uma vez que “essa parte do negócio seria então assumida pela concorrência”.

Mesmo assim, o tribunal referiu que não está isenta da luta contra o aquecimento global e “foram precisamente os produtos de empresas como a Shell que geraram o problema climático”.

Em 2021, a organização não-governamental holandesa Amigos da Terra (Milieudefensie) tinha conseguido vencer o processo contra a Shell, que obrigava a petrolífera a reduzir as emissões de CO2 em 45% até 2030, uma decisão que teve um grande impacto internacional.

A Shell deixou os Países Baixos pouco depois da decisão e mudou a sede para Londres.

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Portugal envia para Valência força conjunta da Proteção Civil e Forças Armadas

  • ECO
  • 12 Novembro 2024

A partida da coluna terrestre com 100 operacionais e meios para Espanha está prevista para esta terça-feira em Vendas Novas. Portugal disponibilizou ajuda no próprio dia da tragédia em Valência.

Portugal vai enviar uma força conjunta de Proteção Civil e das Forças Armadas (FOCON) para apoiar a situação no terreno em Valência (Espanha), ao abrigo do pedido de ajuda internacional ao Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia.

De acordo com um comunicado conjunto do Ministério da Defesa Nacional e do Ministério da Administração Interna, a FOCON será constituída por 101 operacionais oriundos da Proteção Civil, Sapadores de Lisboa, bombeiros voluntários, INEM e 28 militares dos três ramos das Forças Armadas.

A força conjunta tem uma capacidade de sustentação mínima de sete dias. “Portugal disponibilizou ajuda no próprio dia da tragédia em Valência. A ativação efetiva ocorreu no tempo determinado pelo mecanismo europeu”, detalha. A partida da coluna terrestre para o país vizinho está prevista para esta terça-feira, em Vendas Novas.

Estará equipada com 40 veículos, dos quais 28 são operados por elementos da Proteção Civil, entre os quais três retroescavadoras, uma motobomba de lama alto débito, seis eletrobombas de esgoto, uma motobomba esgoto de alto débito, um modulo de bombagem de lamas, cinco eletrobombas para lama.

Por sua vez, Marinha, Exército e Força Aérea enviam 12 veículos: duas retroescavadoras, uma bomba de esgoto alto débito, duas motobombas esgoto, duas bombas esgoto pequeno débito, uma escavadora giratória, uma pá carregadora de rodas, dois camiões de transporte de terras e um bobcat.

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Euribor a seis e a 12 meses descem para novos mínimos

  • Lusa
  • 12 Novembro 2024

Com as alterações desta terça-feira, a taxa a três meses, que recuou para 3,034%, continuou acima da taxa a seis meses (2,797%) e da taxa a 12 meses (2,502%).

A Euribor desceu esta terça-feira a três, a seis e a 12 meses, nos dois prazos mais longos para novos mínimos desde janeiro de 2023 e outubro de 2022. Com estas alterações, a taxa a três meses, que recuou para 3,034%, continuou acima da taxa a seis meses (2,797%) e da taxa a 12 meses (2,502%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro de 2023, baixou esta terça-feira para 2,797%, menos 0,034 pontos e um novo mínimo desde 05 de janeiro de 2023. Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a setembro mostram que a Euribor a seis meses representava 37,26% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representavam 33,37% e 25,46%, respetivamente.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro de 2022, baixou esta terça-feira para 2,502%, menos 0,026 pontos do que na segunda-feira e um novo mínimo desde 06 de outubro de 2022.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses caiu esta terça-feira, ao ser fixada em 3,034%, menos 0,006 pontos do que na sessão anterior.

A média da Euribor em outubro desceu a três, a seis e a 12 meses, mais acentuadamente do que em setembro e com mais intensidade nos prazos mais curtos.

Em 17 de outubro, o BCE cortou as taxas de juro em um quarto de ponto pela terceira vez este ano, a segunda consecutiva, para 3,25%, face a uma inflação que considera estar “no bom caminho” e a uma atividade económica pior do que o previsto.

Depois do encontro de 17 de outubro na Eslovénia, o BCE tem marcada para 12 de dezembro a última reunião de política monetária deste ano.

Em 18 de setembro foi a vez de a Reserva Federal norte-americana (Fed) cortar os juros em 50 pontos base, naquela que foi a primeira descida desde 2020.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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EDP aposta em futuros líderes do setor energético e doa bilhetes para Web Summit à Escola 42 Lisboa

  • BRANDS' ECO
  • 12 Novembro 2024

A iniciativa integra-se numa estratégia mais ampla da EDP para capacitar e recrutar jovens inovadores e promover o desenvolvimento de soluções sustentáveis.

A EDP uniu-se à Escola 42 Lisboa para proporcionar uma experiência educativa e oportunidades de candidatura para estágios curriculares e profissionais, no âmbito da Web Summit 2024, que decorre de 11 a 14 de novembro, em Lisboa. A iniciativa integra-se numa estratégia mais ampla da EDP para capacitar e recrutar jovens, apoiando um modelo de ensino futurista e inovador, e proporcionando a oportunidade de experienciar a maior feira de tecnologia do mundo.

A parceria consiste na oferta de 15 bilhetes para a Web Summit aos alunos da 42 Lisboa, uma escola inovadora que desafia os modelos tradicionais de ensino e promove um ambiente de aprendizagem baseado na prática e na colaboração, e também a possibilidade de recrutamento para estágios na EDP.

Inês Vieira Brodheim, Diretora de Desenvolvimento de Inovação da EDP (à esquerda) e os alunos da 42 Lisboa

Antes do evento, os alunos participarão num webinar que fará uma introdução sobre a EDP e sobre a sua participação no Web Summit. Será ainda promovida uma conversa, destinada aos alunos da 42 Lisboa que estão na fase final do curso e que pretendam ingressar no mercado de trabalho, permitindo-lhes conhecer melhor a equipa de recrutamento e os programas de estágio disponíveis. Durante o evento, os alunos terão a oportunidade de participar em “speed interviews” com a equipa de recrutamento da EDP para partilhar as suas motivações e conhecer as oportunidades mais ajustadas ao seu perfil.

Com esta colaboração, a EDP não só reforça seu compromisso com a educação e a inovação, mas também abre oportunidades de estágio para os jovens da Escola 42 Lisboa. Ao apoiar um modelo de ensino futurista baseado no peer-to-peer learning, a EDP oferece aos alunos a oportunidade de se prepararem para os desafios futuros do setor energético. Através desta iniciativa, a empresa reforça o investimento na formação de novos talentos, contribuindo para um ecossistema energético mais inovador.

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Centeno fala em “números enganadores” e diz que Portugal consegue reter licenciados

  • Lusa
  • 12 Novembro 2024

Segundo Mário Centeno, Portugal tem conseguido ser um recetor líquido de diplomados com o ensino superior, havendo equívocos nos dados sobre emigração jovem.

O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, disse esta terça-feira que há “números enganadores” quanto à capacidade de Portugal reter jovens qualificados e disse que o país consegue ser um recetor líquido de licenciados.

Mário Centeno fez a intervenção inicial na conferência do Banco de Portugal dedicada à educação e qualificações, em Lisboa, considerando que por vezes “o país vive focado numa realidade que é descrita com números enganadores” e que cabe a uma entidade com a responsabilidade do Banco de Portugal “alertar para isso”, pois não é possível fazer “boas políticas económicas sem bons dados e boa análise económica”.

Segundo o governador do BdP, nos últimos oito anos a população ativa com formação superior aumentou em média 70 mil indivíduos por ano e das universidades portuguesas (públicas e privadas) saem por ano pouco mais de 50 mil pelo que, concluiu, “Portugal tem conseguido ser um recetor líquido de diplomados” com o ensino superior.

Centeno disse ainda que os dados do Eurostat “mostram que a percentagem de jovens portugueses que emigram é inferior – menos de metade – da que se observa em países como Alemanha, Dinamarca ou Países Baixos”.

"A percentagem de jovens portugueses que emigram é inferior – menos de metade – da que se observa em países como Alemanha, Dinamarca ou Países Baixos.”

Mário Centeno

Governador do Banco de Portugal

Em várias ocasiões públicas Centeno tem falado da capacidade de Portugal reter talento jovem, considerando que há equívocos nos dados sobre emigração jovem.

Há precisamente um ano, em novembro de 2023, o ex-ministro das Finanças de governos PS (de António Costa) alertava para números estatísticos errados sobre licenciados na população ativa, um erro que — disse então — estava a deixar “quase todos no divã do psicanalista”.

“Onde estão os nossos licenciados? Estão cá. Desde 2013 o número de licenciados na população portuguesa aumentou de 1,3 milhões para 2,0 milhões. O INE dizia-nos (…) que no segundo trimestre deste ano havia menos 180 licenciados em Portugal, o que não era verdade. Segundo a versão corrigida do INE, o número de licenciados terá aumentado 71 mil em termos homólogos”, afirmou então Centeno, que é economista especialista em mercado de trabalho, na CNN Portugal Summit.

Hoje, na conferência, Centeno apelidou o progresso que Portugal tem feito na educação de “revolução silenciosa“, depois de um “regime que reduziu [o país] à ignorância”. Contudo, alertou, esta “nunca é uma revolução conquistada, definitiva ou terminada mesmo” e estimou que falta pelo menos mais 20 anos para Portugal recuperar do atraso acumulado.

Para Centeno, entre as apostas atuais deve estar o ensino pré-escolar e a recuperação dos estudantes impactados pela crise pandémica (em que o ensino se fez à distância), considerando que se não se conseguir corrigir o atraso dos jovens cuja instrução sofreu devido à crise da covid-19 tal terá impacto na sua vida ativa com menos capacidade de competir no mercado de trabalho com outras gerações.

“A educação é, sem dúvida, o maior investimento que podemos fazer para construir Portugal como sociedade mais forte, mais unidade e mais bem preparada para desafios do futuro”, disse Centeno.

O governador do Banco de Portugal afirmou ainda que para garantir o futuro das novas gerações e da democracia é preciso garantir a estabilidade do país, “desde logo a financeira, mas também a económica e a institucional”.

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Alemanha vai a eleições a 23 de fevereiro se Scholz falhar moção de confiança

  • Joana Abrantes Gomes e Lusa
  • 12 Novembro 2024

A maior economia da Zona Euro enfrenta um cenário de incerteza política após a demissão do ministro das Finanças, Christian Lindner. Moção de confiança ao Governo alemão vai ser votada no Bundestag.

Apesar de ainda não estar confirmada a data para a moção de confiança ao Governo alemão a ser votada no Bundestag, os deputados do Partido Social Democrata (SPD, na sigla em inglês), do chanceler Olaf Scholz, e da oposição acordaram que as eleições antecipadas decorram em 23 de fevereiro, avançam a Bloomberg e o Politico.

A Alemanha já teria eleições legislativas no próximo ano, previstas para 28 de setembro. Mas, depois da demissão do ministro das Finanças, Christian Lindner, na semana passada, que ditou o colapso da coligação governamental, a ida às urnas deverá ser antecipada se o Executivo liderado por Olaf Scholz perder a moção de confiança, que deverá ter lugar na primeira quinzena de dezembro, antes do Natal.

No mesmo dia em que demitiu Lindner, do Partido Democrático Liberal (FDP, na sigla em inglês), o chanceler alemão chegou a anunciar que iria pedir um voto de confiança ao Bundestag para 15 de janeiro. No entanto, o líder do maior partido da oposição, Friedrich Merz (CDU – União Democrata-Cristã), pressionou Scholz a antecipar a votação da moção de confiança.

Apesar de as sondagens apontarem, neste momento, para uma vitória da aliança conservadora CDU/CSU nas eleições legislativas, o líder do Governo alemão tem-se mostrado confiante em voltar a contrariar as baixas intenções de voto no seu partido, que está atrás da Alternativa para a Alemanha (AfD, extrema-direita) e do qual Olaf Scholz espera ter o apoio para concorrer a outro mandato.

Depois das eleições, a formação de um novo Governo de coligação poderá demorar semanas ou meses. A CDU prometeu não formar uma coligação federal com a AfD, o que torna provável uma coligação com o SPD. Mas, com base nas sondagens e tendo em conta a crescente fragmentação política, os conservadores e os sociais-democratas poderão precisar de um terceiro partido para governar.

Confiança dos investidores cai após colapso do Governo de Scholz

A confiança dos investidores na Alemanha caiu em novembro face a outubro, perdendo parte do terreno recuperado no mês anterior, após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA e a rutura do Governo de coligação alemão.

De acordo com um comunicado do Centro de Investigação Económica Europeia (ZEW), divulgado esta terça-feira, o índice de confiança do investimento no país situou-se em 7,4 pontos, menos 5,7 pontos do que no mês anterior.

As expectativas económicas para a Alemanha foram ofuscadas pela vitória de Trump e pelo colapso do Governo de coligação alemão. Na pesquisa atual, o sentimento económico diminuiu, com o resultado da eleição presidencial dos EUA provavelmente a ser a principal razão”, disse o ZEW.

A agência disse ainda que, nos últimos dias, se ouviram opiniões mais otimistas, que esperam que as perspetivas melhorem com a aproximação das eleições antecipadas na Alemanha, que foram marcadas para 23 de fevereiro de 2025.

Juntamente com a queda das expectativas, a avaliação da atual situação económica na Alemanha também piorou. Este indicador caiu 4,5 pontos em novembro em comparação com o mês anterior, para -91,4 pontos, o valor mais baixo desde maio de 2020, no auge da pandemia do coronavírus.

No que diz respeito à Zona Euro, o sentimento entre os especialistas do mercado financeiro caiu para 12,5 pontos, menos 7,6 pontos que no mês anterior, enquanto a avaliação da situação atual desceu de -40,8 para -43,8 pontos.

(Notícia atualizada pela última vez às 12h19)

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SIBS leva o futuro dos pagamentos à Web Summit 2024

  • BRANDS' ECO
  • 12 Novembro 2024

A SIBS volta a associar-se à Web Summit Lisboa como Exclusive Cashless Partner, garantindo uma vez mais os pagamentos cashless durante o evento.

Este ano, além das soluções disponíveis no evento, a SIBS, com o MB WAY, irá marcar a história dos pagamentos europeus, com a apresentação do projeto EuroPA – European Payments Alliance.

A participação da SIBS na Web Summit 2024 vai estar centrada num stand que, além da exibição de algumas das mais recentes inovações SIBS, contará ainda com a presença de parceiros nacionais e internacionais para demonstrar soluções que têm sido desenvolvidas em conjunto com o objetivo de facilitar a vida quotidiana de pessoas e empresas.

A SIBS está presente na Web Summit desde o primeiro ano que esta se realizou em Portugal. Na edição de 2023, o SIBS Analytics revelou que, durante o evento, foram feitas mais de 85 mil compras, tendo 81% destas sido realizadas por cartões estrangeiros de 111 nacionalidades diferentes

Ao longo dos três dias em que o espaço de exposição da Web Summit está disponível ao público, a SIBS irá ainda realizar no seu espaço algumas talks com convidados externos, nacionais e internacionais, sobre o mercado europeu dos pagamentos.

A participação da SIBS na Web Summit 2024 vai estar centrada num stand que, além da exibição de algumas das mais recentes inovações SIBS, contará ainda com a presença de parceiros nacionais e internacionais para demonstrar soluções que têm sido desenvolvidas em conjunto com o objetivo de facilitar a vida quotidiana de pessoas e empresas

“Este ano, a nossa presença na Web Summit Lisboa será garantidamente ainda mais especial. Para além de voltarmos a ser parceiros do maior evento de inovação e empreendedorismo da Europa, vamos ainda apresentar uma iniciativa pioneira, que coloca a SIBS e o MB WAY na vanguarda do setor dos pagamentos europeus”, refere Madalena Cascais Tomé, CEO do Grupo SIBS. “Queremos também receber todos os visitantes no nosso stand onde, em conjunto com os nossos parceiros, iremos apresentar algumas das mais recentes evoluções SIBS e MB WAY, que se destacam pela inovação e segurança, a pensar no impacto no dia a dia de pessoas e empresas.”

A SIBS está presente na Web Summit desde o primeiro ano que esta se realizou em Portugal. Na edição de 2023, o SIBS Analytics revelou que, durante o evento, foram feitas mais de 85 mil compras, tendo 81% destas sido realizadas por cartões estrangeiros de 111 nacionalidades diferentes.

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Guterres defende novos impostos sobre transporte marítimo e aviação

  • Lusa
  • 12 Novembro 2024

"Os poluidores devem pagar", disse o secretário-geral da ONU no discurso de abertura da COP29, lembrando que são os países pobres que menos contribuem para o aquecimento global.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou esta terça-feira em Baku a novos impostos sobre o transporte marítimo e de aviação para ajudar os países pobres a financiar a transição climática.

Os poluidores devem pagar“, disse Guterres no seu discurso de abertura da COP29, que se concentrou em grande parte nos problemas de financiamento que o mundo em desenvolvimento enfrenta na sua transição dos combustíveis fósseis para as energias renováveis, quando são também os países pobres que menos contribuem para o aquecimento global.

António Guterres, que colocou a crise climática no centro das suas preocupações desde o seu primeiro mandato, recorreu mais uma vez à retórica alarmista para sublinhar a urgência de tomar decisões: “Vamos ouvir o tiquetaque do relógio. Estamos em contagem decrescente para limitar o aumento das temperaturas para 1,5 graus e o tempo não está do nosso lado“.

Lembrou que o mundo já atingiu o seu recorde de dia mais quente, também o seu mês mais quente “e este vai ser certamente o ano mais quente“, disse, recorrendo a um inquérito da Universidade de Oxford e do PNUD (Organização das Nações Unidas).

Os ricos causam o problema e os pobres pagam o preço mais alto“, sublinhou, referindo-se a um relatório da Oxfam segundo o qual “os bilionários mais ricos emitem mais carbono em uma hora e meia do que uma pessoa média emite em toda a sua vida”.

Guterres recordou também os problemas que os países pobres enfrentam para conceber uma adaptação às energias limpas.

“A diferença entre as necessidades de adaptação e as finanças pode atingir 359 mil milhões em 2030”, e isto significa que os países em desenvolvimento terão de alocar um mínimo de 40 mil milhões anuais de 2025 com esse objetivo, o que não conseguirão fazer sozinhos. O financiamento climático não é caridade”, frisou.

António Guterres não apontou o dedo a nenhum governo, mas lançou um dardo aos países ou políticos que se agarram aos combustíveis fósseis.

“A revolução da energia limpa está aqui. Não há nenhum grupo, nenhuma empresa, nenhum governo que a possa travar”, referiu, lembrando que o mundo inteiro está a assistir a “uma aula magistral de destruição climática. Nenhum país está seguro”, disse.

A 29.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Clima´ticas (COP29) arrancou na segunda-feira em Baku, no Azerbaijão, e vai decorrer até dia 22.

Nem o presidente cessante dos Estados Unidos, Joe Biden, nem o seu sucessor, o republicano Donald Trump, vão participar na reunião de Baku, ausências a que se juntam as do chefe do Kremlin, Vladimir Putin, do chinês Xi Jinping, e do brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, também recusou o convite bem como o chanceler alemão, Olaf Scholz, e a presidente da Comissão Europeia, Úrsula von der Leyen.

Na segunda-feira, primeiro dia da cimeira do clima, os países adotaram as novas regras da ONU para o controverso mercado dos créditos de carbono, um passo fundamental para ajudar os países a cumprir as obrigações climáticas.

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Como preparar a reforma? Descubra o novo PPR do Banco CTT

  • BRANDS' ECO
  • 12 Novembro 2024

Em Portugal, planear uma reforma segura exige poupança consciente e diversificada. Saiba como o novo PPR Futuro Ativo pode ajudar a garantir estabilidade financeira.

A crescente longevidade em Portugal levanta novas questões sobre segurança financeira durante a reforma. Com mais anos de vida após o fim da carreira, é essencial que a população portuguesa encontre formas eficazes e seguras de poupar para garantir qualidade de vida a longo prazo. Esta realidade leva muitos a explorar produtos financeiros, como os Planos Poupança Reforma (PPR), que permitem um reforço gradual da segurança financeira, para além da segurança social.

Planear a reforma, no entanto, requer mais do que uma conta poupança. O aumento da incerteza económica global e as variações do mercado tornam necessário que se opte por produtos financeiros que tenham uma política de investimento diversificada e focada em maximizar a valorização do capital de forma equilibrada. Dentro desse contexto, o novo PPR Futuro Ativo do Banco CTT, em parceria com a Generali, apresenta uma abordagem sustentável e diversificada para ajudar os investidores a construir um futuro financeiro mais seguro, destacando-se pelos benefícios fiscais no ano da subscrição e aquando das entregas suplementares (possibilidade de dedução em sede de IRS de 20% do valor investido anualmente, considerando os limites máximos previstos na lei; e possibilidade de redução de impostos tributados sobre os rendimentos) e, ainda, a opção de entregas programadas a partir de 25 euros por mês, facilitando o acesso a um plano de poupança mensal sem a necessidade de grandes investimentos iniciais.

PPR Futuro Ativo: uma abordagem dinâmica e sustentável

No Banco CTT, a estrutura do PPR Futuro Ativo foi pensada para responder a dois aspetos fundamentais das necessidades atuais de poupança para a reforma: a diversificação e a sustentabilidade. O fundo autónomo onde o PPR Futuro Ativo investe em unidades de participação de fundos de investimento harmonizados, conhecidos como UCITS (Undertakings for the Collective Investment in Transferable Securities), que garantem um padrão regulamentar europeu de segurança e transparência. A estratégia deste PPR é aumentar o valor do capital investido a médio e longo prazo, mantendo um perfil de risco moderado a conservador, com uma classificação de risco 3 numa escala de 1 a 7, equilibrando assim a segurança e a possibilidade de rentabilidade ao longo do tempo.

Este produto apresenta uma estratégia de investimento adaptável ao contexto de mercado, respondendo de forma dinâmica à evolução das condições económicas. O PPR Futuro Ativo do Banco CTT, em parceria com a Generali, foca-se em integrar riscos relacionados com fatores de sustentabilidade, alinhando-se com a crescente importância atribuída ao impacto ambiental e social no setor financeiro. Esta preocupação com a sustentabilidade não só acompanha uma tendência de mercado, como também representa uma resposta prática a investidores que procuram produtos que equilibrem rentabilidade e responsabilidade social.

Diversificação e flexibilidade para uma reforma segura

A diversificação é um dos pilares de uma estratégia financeira robusta para a reforma, e o PPR Futuro Ativo do Banco CTT assenta precisamente nessa premissa. Com limites bem definidos, o fundo distribui os investimentos em várias categorias de ativos:

  • Ações e fundos de ações: até 55% da carteira, para aproveitar o potencial de crescimento dos mercados de capitais.
  • Obrigações e fundos de obrigações: limite de 70%, oferecendo uma base de rendimento fixo que suaviza a volatilidade.
  • Imobiliário e fundos imobiliários: até 20%, para expor o fundo a ativos tangíveis e de rendimento mais estável.
  • Fundos alternativos e fundos de mercado monetário: limitados a 20% cada, permitindo flexibilidade e proteção em períodos de incerteza.

Além disso, o fundo reserva a possibilidade de recorrer a instrumentos derivados com o objetivo exclusivo de cobertura de riscos, proporcionando uma proteção adicional em tempos de maior oscilação nos mercados financeiros.

Flexibilidade, estabilidade e transparência: os pilares do PPR Futuro Ativo

Os produtos PPR, ao serem regulados por normas rigorosas em Portugal, já beneficiam de um enquadramento jurídico que protege o investidor. No Banco CTT, o PPR Futuro Ativo segue estas diretrizes e adiciona ainda a capacidade de investir sem restrições geográficas ou setoriais, aplicando-se tanto a ativos denominados em euros (EUR) como em dólares (USD). Este é um fator que amplia o leque de oportunidades de rentabilidade e permite uma maior flexibilidade ao fundo, que pode assim ajustar-se a diferentes condições económicas globais, respeitando os limites de exposição definidos.

A integração de riscos de sustentabilidade no processo de investimento é também uma inovação importante. Esta abordagem permite que os investidores acedam a um fundo que, ao mesmo tempo que gere riscos e potencia a rentabilidade, considera o impacto de fatores como mudanças climáticas e práticas empresariais éticas nas suas decisões de investimento.

Construir o futuro com um plano bem definido

Num contexto onde a reforma e a longevidade assumem importância crescente, a preparação financeira de longo prazo é uma prioridade. Ter um plano que equilibre crescimento e segurança, e que, ao mesmo tempo, esteja alinhado com os valores de sustentabilidade é essencial para muitos portugueses. O PPR Futuro Ativo do Banco CTT oferece uma solução que se destaca pela adaptabilidade e pelo compromisso com a transparência, características que são cada vez mais valorizadas na gestão de poupanças.

Este produto representa uma resposta para quem quer preparar-se para a reforma com um portefólio diversificado e atento aos riscos, adaptável às variações do mercado, e capaz de contribuir para um impacto positivo a nível social e ambiental.

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JinkoSolar associa-se ao Manchester City Football Club num campo com painéis solares

  • BRAND'S CAPITAL VERDE
  • 12 Novembro 2024

A Jinko Solar vai alimentar o campo de treinos do Manchester City com painéis fotovoltaicos Tiger Neo, com o objetivo de abrir caminho para um futuro de zero emissões no futebol.

A JinkoSolar, um dos principais fornecedores mundiais de sistemas fotovoltaicos e de armazenamento de energia, anunciou uma parceria global de vários anos com o Manchester City Football Club, na qual irá fornecer mais de 10500 painéis fotovoltaicos avançados Tiger Neo para alimentar o campo de treinos do Manchester City – a City Football Academy.

Esta colaboração contribuirá para melhorar as infraestruturas e as operações do estádio do Manchester City, permitindo ao clube produzir energia renovável suficiente para compensar as suas necessidades anuais de eletricidade.

Ao ser submetido a uma atualização abrangente, com o apoio técnico da JinkoSolar, o projeto fará com que o clube se torne um dos maiores produtores de energia renovável no futebol mundial. Esta parceria representa não só uma inovação no mundo do futebol, mas também um passo fundamental para um Net-Zero para o clube.

“Estamos entusiasmados por colaborar com o Manchester City Football Club e contribuir para o seu percurso sustentável. Este projeto apoiará o objetivo Net Zero do Man City para 2030 e representa um passo importante na missão da JinkoSolar de otimizar o portfólio de energia e impulsionar a transformação energética a nível global. Ao instalar os módulos fotovoltaicos Tiger Neo no campo de treinos do Manchester City, esperamos mostrar o imenso potencial das energias renováveis no desporto e inspirar mais pessoas a adotar um estilo de vida sustentável”, referiu Dany Qian, Vice-Presidente da JinkoSolar.

A confiança na JinkoSolar surgiu devido às suas capacidades de I&D e ao seu vasto alcance no mercado. Inclusivamente, no último relatório trimestral 2024 Q2 ModuleTech Bankability Ratings Report da PV Tech, a JinkoSolar voltou a liderar a lista, obtendo a classificação máxima “AAA”. Esta distinção reflete a competitividade da JinkoSolar no mercado global e mostra as contribuições ativas da empresa para a promoção da transição energética global.

Até à data, os envios globais de painéis Tiger Neo ultrapassaram os 120 GW, com envios acumulados de painéis de mais de 280 GW. No caso dos painéis Tiger Neo de 54 células, utilizados no campo de treinos do Manchester City, estes contam com a tecnologia TOPCon de tipo N, oferecendo múltiplas vantagens e adaptando-se perfeitamente às condições ambientais variáveis de Manchester.

Tendo em conta que Manchester fica localizada numa região de elevada latitude, regista alterações sazonais significativas, com horas de luz do dia mais curtas no inverno. Mas, mesmo em condições de baixa radiação solar, a Tiger Neo maximiza a eficiência da produção de energia devido ao seu bom desempenho em condições de pouca luz. Além disso, o clima nublado, chuvoso e ventoso da cidade apresenta requisitos mais elevados para a dissipação de calor e estabilidade dos módulos fotovoltaicos. Contudo, as características de vedação e anti-PID da Tiger Neo garantirão energia limpa e estável para o campo de treinos do Manchester City.

“Todos no clube estão entusiasmados com a instalação de mais de 10500 painéis solares na Academia de Futebol do City. Embora continuemos a beneficiar de energia 100% renovável ao abrigo de um contrato de aquisição de energia, a transição para o autoabastecimento de energia renovável transformará a forma como alimentamos as nossas operações quotidianas, garantindo um fornecimento consistente de energia limpa“, disse Pete Bradshaw, Diretor de Sustentabilidade do Manchester City.

Globalmente, a instalação de painéis solares está a ser dividida em duas fases. A primeira fase envolve a colocação de painéis nos telhados de vários edifícios da City Football Academy e prevê-se que esteja concluída até ao final de 2024. A segunda fase incluirá a adição de milhares de painéis montados no solo em toda a instalação de treino, com conclusão prevista antes da conclusão da época 2024/25.

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Ministra da Saúde assume “total responsabilidade pelo que correu menos bem” e promete “refundar” o INEM

Ministra da Saúde lamenta as mortes provocadas pelos atrasos no socorro, revelando que a 4 de novembro "houve duas greves e, pelo menos, um dos turnos de oito horas não cumpriu os serviços mínimos".

“Assumo total responsabilidade pelo que correu menos bem e comprometo-me a refundar o INEM”, afirmou esta terça-feira a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, no Parlamento, no âmbito da apreciação na especialidade do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025). A governante indicou que “a 4 de novembro, houve em simultâneo duas greves e, pelo menos, um dos turnos de oito horas não cumpriu os serviços mínimos por falta de recursos humanos”.

“Lamento profundamente a situação que muitas famílias viveram, os concidadãos para quem houve um desfecho fatal. Para as suas famílias, vai a nossa expressão de pesar pelas perdas sentida e a promessa solene que tudo faremos e em tudo colaboraremos para determinar se houve uma relação entre estes acontecimentos fatais e a falta ou atraso de meios de socorro e de emergência”, declarou, durante uma audição na Comissão de Orçamento e Administração Pública (COFAP) da Assembleia da República.

Ana Paula Martins espera que “os inquéritos em curso possam clarificar estas dúvidas”. Para além disso, “foi aberta uma inspeção pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS), porque é muito importante que haja uma avaliação aprofundada, tendo em conta a gravidade da situação, sobre se os serviços mínimos foram ou não cumpridos, foram ou não convocados em tempo útil e se todos os procedimentos aconteceram”, sinalizou. Para a governante, “esta dúvida não pode subsistir, porque poderia indiciar negligência dos trabalhadores ou do INEM”. Da informação de que dispõe, e, tendo em conta “a muito falta de profissionais no CODU, é difícil garantir os serviços mínimos, que são 80%, sobretudo quando duas greves se juntam, mesmo mobilizando todos os técnicos para o CODU”, reconhece.

Uma vez quem um turno corresponde a oito horas, “basta um não cumprir os serviços mínimos para criar muitíssimas dificuldades e ter impactos muito sérios”, sublinhou. A mesma responsável referiu ainda que, “durante os turnos”, é possível “monitorizar as chamadas do ponto de vista digital”. Assim, “toda esta investigação vai ser feita para saber se houve um padrão assimétrico nesses dias”, destacou.

Responsabilizando o anterior Executivo, de António Costa, pela degradação do INEM, a ministra diz que o instituto “esteve praticamente abandonado” nos últimos anos, a ministra indicou que “o número de chamadas diárias tem aumentado, sendo hoje quatro mil por dia e o número de técnicos do INEM no CODU [Centros de Orientação de Doentes Urgentes] tem diminuído. Temos hoje menos 483 técnicos face ao previsto, que deviam ser 1.341″, assinalou. Para colmatar a falta de recursos humanos, a ministra afirmou que vão ser contratados 200 técnicos e será aberto “um segundo concurso, no início do ano,” para recrutar mais 200 funcionários. A governante explicou ainda que “não é possível integrar” no imediato os 400 técnicos, porque não é possível formar todos os profissionais ao mesmo tempo, uma vez que essa competência é exclusiva do próprio do INEM.

Para além disso, “os tempos de atendimento das chamadas tem aumentado”, sinalizou. Em 2022, eram 12 segundos, em 2023 passou para 36 segundos e, em 2024, aumentou para 68 segundos.

Reconhecendo que são “necessários investimentos fundamentais”, a governante sublinhou que, “no dia 7 de novembro, foi assinado o primeiro acordo de sempre de negociação com o Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-hospitalar”. “No próximo dia 22, está marcada uma reunião para dar início às negociações, começando pela grelha salarial para que se devolva a paz ao INEM e as condições de vida a todos os trabalhadores que fazem este instituto funcionar”, acrescentou.

Ana Paula Martins prefere “continuar a trabalhar para resolver o que está mal”. E rejeita demitir-se do seu cargo: “Não fujo, não minto, não me escondo. Continuarei o trajeto que estamos a fazer, de resultado em resultados. Saberei sempre interpretar a minha capacidade de liderar este processo”. No entanto, a governante sublinhou que saberá “interpretar os resultados” dos inquéritos que foram instaurados às mortes provocadas pelos atrasos no socorro durante a greve às horas extraordinárias do INEM.

Não dependo deste lugar para sobreviver e para viver. Se houver responsabilidades que a ministra da Saúde entenda que podia ter evitado, pode ter a certeza que saberei interpretar esses resultados.

Ana Paula Martins

Ministra da Saúde

“Desejo profundamente que estes inquéritos apurem o mais depressa possível as responsabilidades que ocorreram por falta de meios socorro ou que chegaram tarde ou que foram inadequados para que fique claro o sacar de responsabilidades. Não dependo deste lugar para sobreviver e para viver. Se houver responsabilidades que a ministra da Saúde entenda que podia ter evitado, pode ter a certeza que saberei interpretar esses resultados“, afirmou em resposta ao deputado do CDS, João Almeida.

Questionada pelo deputado socialista, João Paulo Correio, por que razão não tentou evitar a paralisação às horas extraordinárias, a ministra da Saúde indicou que, “desde junho”, a tutela estava a trabalhar para “iniciar uma negociação sindical”. “Não reunimos antes com os técnicos por uma razão: precisávamos de uma tabela salarial absolutamente sólida para propormos ao sindicato”, esclareceu. E voltou mostrar-se surpreendida com “as duas greves em simultâneo no mesmo dia”. Além da paralisação dos técnicos superiores de emergência pré-hospitalar às horas extraordinárias, “houve também uma greve da Administração Pública a 4 de novembro e não era suposto ter impacto no INEM”, anotou.

Ana Paula Martins explicou ainda que o INEM “tem receitas próprias, não vive de verbas do Orçamento do Estado e esse orçamento que foi dedicado ao INEM vive dos seguros rodoviários e do seguros de vida têm que ser investidos no INEM”. “Desde o momento que entramos, estamos a procurar fazer duas coisas: a transição de saldos de 2023 que pertencem ao INEM e que não foram transitados e a possibilidade de custear tudo o que estamos a fazer este ano”, afirmou.

A governante referiu ainda que o Governo espera poder “usar os certificados de dívida pública que foram comprados anteriormente com dinheiro do INEM e que foram retirados ao INEM nas suas capacidades de investimento em meios humanos”. “É nossa prioridade que o orçamento do INEM esteja disponível, porque nunca o esteve”, acrescentou.

Deputados acusam ministra de “esconder” a conta do SNS

As deputadas do PS, Mariana Vieira da Silva, e do PCP, Paula Santos, criticaram ainda o envio tardio da nota explicativa do Orçamento do Estado para Saúde, pelas 19h desta segunda-feira, e a ausência da conta consolidada do SNS no mesmo documento.

“A equipa governativa que lidera já não tem qualquer credibilidade. Pela primeira vez, a nota explicativa não tem uma estimativa da conta para o SNS, ninguém sabe quanto vai crescer o investimento, o Parlamento não sabe nada, toda a informação foi escondida. Vamos ter acesso à conta consolidada do SNS? E qual a despesa prevista para a portaria das convenções [com os privados]? Não sabemos quanto custa e é uma inversão na política de internalização”, criticou a antiga ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva.

Na resposta, a ministra da Saúde garantiu que “aquilo que possa faltar será enviado antes do final do dia aos deputados”. “Não há nenhuma intenção de esconder coisa nenhuma”, sublinhou. Ana Paula Martins anotou ainda que “o Orçamento do Estado para a Saúde, em 2025, é o maior de sempre, é de 16,8 mil milhões de euros”. Trata-se de um aumento de 9% face a 2024.

Entretanto, pelas 11h30, o Ministério da Saúde já enviou aos deputados o quadro em falta na nota explicativa sobre o orçamento do SNS.

A deputada do BE, Marisa Matias, questionou a governante se, na Saúde, também será aplicada a regra de um para um, no que diz respeito à contratação de funcionários públicos, isto é, se haverá também um congelamento no recrutamento tal como o Governo prevê para o resto da Administração Pública em 2025. Ana Paula Martins respondeu que, as últimas projeções da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), e que “entram em linha de conta com as reformas”, apontam para 3.300 novas contratações podendo ir até sete mil, até 2026″, sendo que poderão ir até “13 mil”. “Só no caso dos médicos, desde que entrámos, já foram contratados 886 médicos especialistas. No caso dos enfermeiros, temos espaço para a contratação de enfermeiros para as ULS [Unidades Locais de Saúde], porque o inverno é muito duro para manter os serviços de urgências e camas abertas”, declarou.

Governo promete rever a carreira dos técnicos de diagnóstico e terapêutica

Tal como o Governo avançou com a revisão da carreira dos técnicos de emergência pré-hospitalar, que irá aumentar salários, também os técnicos superiores de diagnóstica e terapêutica (TSDT) serão incluídos neste “plano de motivação dos profissionais de saúde”, revelou a ministra da Saúde.

“Os TSDT são carreiras com enorme importância, são o cimento dentro da saúde, porque são profissões com enorme diferenciação, em todo o ciclo, desde a prevenção até à reabilitação e até mesmo nos cuidados paliativos. Os TSDT não deixarão de ser incluídos nas conversas e negociações que o Ministério da Saúde vai continuar a ter e isto liga-se ao plano de motivação das profissões de saúde”, indicou Ana Paula Martins.

Tal como ECO noticiou, o presidente do Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica (STSS), Luís Dupont, espera que, “até ao final do mês de novembro, o Ministério da Saúde arranque com as negociações para a valorização da carreira à semelhança do que já fez para outras carreiras especiais como a dos enfermeiros”. Caso contrário, o dirigente sindical admite “novas formas de luta, incluindo manifestações e greves”.

Apesar desta carreira ter sido revista em 2022, através de uma iniciativa do Parlamento, “a tabela remuneratória encontra-se desatualizada comparativamente com a de técnico superior da carreira geral e com a de enfermeiro”, refere Dupont. O salário de entrada de um técnico superior de diagnóstico começa no nível 15, o que corresponde a um vencimento mensal ilíquido de 1.333,35 euros, enquanto o ordenado mínimo de um técnico superior da carreira geral arranca no patamar 16, o que dá 1.385,99 euros por mês, de acordo com o sistema remuneratório da Administração Pública para 2024.

Os enfermeiros também estavam no nível remuneratório 15, mas a recente assinatura de acordo para a valorização da carreira permitiu elevar esse patamar, já com efeitos em novembro, para o número 18 da Tabela Remuneratória Única (TRU), o que fez crescer a base salarial desta profissão em 157,9 euros para 1.491,25 euros face aos 1.333,35 euros que estavam em vigor. Nos próximo anos e até ao final da legislatura, a carreira de enfermagem terá novas valorizações, de forma faseada, até o ordenado de entrada desta profissão atingir o nível 21, isto é, os 1.649,15 euros da TRU atual.

O STSS exige “uma atualização da tabela remuneratória da nossa carreira à luz dos princípios das carreiras especiais da saúde, nomeadamente a dos enfermeiros”. Mas o objetivo não é ficar nos 1.649,15 euros (nível remuneratório 21) para o salário de entrada, mas sim “chegar ao nível 23”, o que se traduz num vencimento de 1.754,41 euros, “tal como reivindicaram os enfermeiros”, salienta Luís Dupont. “Vamos ver até onde conseguimos nas negociações”, assinalou.

Para além da valorização salarial, “o plano de motivação” integra ainda matérias relacionadas com “progressões, reorganização dos modelos de trabalho e revisão dos modelos de avaliação”, referiu a governante. “Nós, enquanto Estado, não conseguimos acompanhar a modernidade que estas profissões necessitam. Deparamo-nos com modelos de avaliação para os médicos, técnicos de diagnóstica e terapêutica, enfermeiros, técnicos de emergência médica que não são iguais aos dos professores ou polícias”, destacou. Ou seja, a ministra admite também rever o modelo de avaliação destes profissionais, consoante as suas especificidades, distinguindo-o do sistema de avaliação geral dos funcionários da Administração Pública (SIADAP).

Aliás, outra das matérias que o sindicato dos técnicos de diagnóstico e terapêutica pretende ver “rapidamente resolvida” é “a correta contagem dos pontos para avaliação de desempenho dos técnicos pelas várias instituições do Serviço Nacional de Saúde e do setor empresarial do Estado, designadamente os hospitais”.

Em 2018, quando houve o descongelamento das carreiras da Função Pública, “o Ministério das Finanças e a DGAEP – Direção-Geral da Administração e do Emprego Público consideraram que o sistema de avaliação dos técnicos superiores de diagnóstico, que dá 1,5 pontos com satisfaz e -1 com não satisfaz, tinha caducado”, relata o sindicalista. “Desde então, várias instituições não têm dado o ponto e meio a quem teria direito, atribuindo só um ponto ou nenhum”, denuncia, exigindo que, no âmbito das negociações com a tutela, “esta matéria seja clarificada”. “Temos inclusivamente vários tribunais a dar razão aos trabalhadores, por isso, queremos que todos os pontos sejam contados com efeitos retroativos a 2018″, sublinha.

Mas o sindicato quer passar a ser “avaliado pelo novo SIADAP, porque é muito mais vantajoso”. Enquanto o regime dos técnicos de diagnóstico é trianual, exige 10 pontos para progredir na carreira e apenas tem duas menções (satisfaz que dá 1,5 pontos e não satisfaz que dá -1), o novo sistema integrado de gestão e avaliação do desempenho na Administração Pública (SIADAP) é anual, requer oito pontos para subir uma posição remuneratória e tem cinco classificações: excelente que dá três pontos; muito bom que atribui dois; bom com 1,5 pontos; regular com um ponto; e, na menção adequado, o trabalhador tem zero pontos, deixando de existir pontos negativos.

(Notícia atualizada às 14h58)

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