Euronext expande operações no Porto com 200 contratações e mudança de escritório

Agora a partir do centro da cidade, a gestora de bolsas vai reforçar competências e colaboradores no Porto, onde tem um centro tecnológico e uma unidade de liquidação e custódia de títulos.

A Euronext, a gestora de bolsas que controla a praça portuguesa, vai continuar a expandir a sua atividade em operações e em número de pessoas no Porto, onde detém o centro tecnológico e a antiga Interbolsa. A companhia emprega atualmente 350 pessoas na Invicta e vai mudar de instalações para o centro da cidade para acomodar o alargamento previsto, projetando contratar mais duas centenas de colaboradores nos próximos três anos.

Com duas empresas atualmente localizadas na avenida da Boavista — a Euronext Securities (liquidação e custódia de títulos) e a Euronext Technologies (centro tecnológico) –, o grupo que gere a bolsa de Lisboa vai mudar de instalações para um novo edifício em Cedofeita. Uma nova localização que oferece espaço e condições para acolher o reforço da equipa projetado para os próximos anos.

“A decisão de mudarmos para um novo edifício deve-se ao crescimento significativo das equipas no Porto, que atualmente ultrapassam os 350 colaboradores, com previsão de expansão nos próximos anos”, esclarece ao ECO fonte oficial da Euronext. É que “as instalações atuais já não comportam este crescimento e o layout em nove pisos torna-se inadequado para as necessidades operacionais, dificultando a proximidade física necessária entre as equipas para maximizar produtividade e eficiência.”

Com o novo edifício ainda em obras de remodelação para vir a acolher as equipas da Euronext na cidade, a empresa prevê que tenha condições para se transferir para as novas instalações na segunda metade de 2025, possivelmente mais próximo de final do ano.

A Euronext refere que “está previsto o crescimento da equipa para responder às necessidades da estratégia da empresa e à natural evolução na área da tecnologia”, apontando para um aumento de cerca de 200 colaboradores nos próximos três anos. O grosso destas contratações será para o centro tecnológico, avança ao ECO a mesma fonte do grupo liderado por Stéphane Boujnah, que irá apresentar esta quinta-feira o novo plano estratégico do grupo, assim como os resultados do terceiro trimestre do ano.

Apesar de a bolsa portuguesa ter vindo a perder dinamismo — só este ano já se despediu da Inapa e da Reditus e, recentemente, disse adeus à Greenvolt na sequência da aquisição pelos americanos da KKR, Portugal –, Portugal é estratégico para o grupo, com o centro tecnológico do Porto a assumir-se como uma das grandes apostas. Desde que foi transferido para Portugal, o centro tecnológico foi agregando mais serviços, como a cibersegurança, a gestão de infraestruturas ou os serviços aos colaboradores.

Stéphane Boujnah é CEO e Chairman da Euronext desde novembro de 2015

Inaugurado em 2017, o Euronext Technologies viu o número de colaboradores crescer de 70 para mais de 280, “refletindo a importância crescente desta unidade no Grupo Euronext, que presta serviços para diversas geografias dentro e fora da Europa“.

“O centro tecnológico permanece essencial para o bom funcionamento da Euronext, contribuindo com atividade centrada no desenvolvimento de tecnologia e ainda nas áreas de suporte e proteção da atividade, com impacto em todas as bolsas e outros negócios do grupo“, destaca fonte oficial, em resposta às perguntas do ECO.

Ainda que o principal foco da Euronext em Portugal seja o centro tecnológico, a Euronext Securities, a antiga Interbolsa, “também tem reforçado a sua equipa para responder a desafios tanto nacionais como internacionais”.

Hub no Porto é essencial para o bom funcionamento da Euronext, contribuindo no desenvolvimento de tecnologia e nas áreas de suporte e proteção, com impacto em todas as bolsas e outros negócios do grupo.

Fonte oficial da Euronext

De acordo com a gestora de bolsas, “as operações [no Porto] têm aumentado tanto pela ampliação das áreas em que as equipas operam, em colaboração com outras localizações, quanto pela evolução natural do grupo”. Atualmente, a Euronext cobre toda a cadeia de valor – desde a negociação e compensação até à liquidação e custódia. Esta diversificação dos negócios, acrescenta, tem sido “determinante para ajustar as equipas e alocar competências não só em Portugal, mas em todas as geografias onde o grupo está presente.”

A Euronext está atualmente presente em 18 países. Em Portugal tem equipas em Lisboa, onde está a Euronext Lisbon, e no Porto, sendo que Portugal é um dos países onde o grupo mais tem vindo a contratar. Portugal é atualmente a terceira maior localização em número de colaboradores, representando mais de 12% do total.

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Caixa a caminho de lucro recorde e novo ciclo

Banco público apresentará resultados que o colocam a caminho de lucros de 1,7 mil milhões em 2024, mas próximos anos serão "mais difíceis", avisou Paulo Macedo. Vem aí um novo ciclo na Caixa.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) apresenta esta quinta-feira os resultados dos primeiros nove meses do ano com o caminho apontado a um lucro recorde em 2024. Mas Paulo Macedo já avisou que, depois do resultado “significativo” deste ano, “não vai ser fácil” compensar a descida das taxas de juro em 2025. Que trará um novo ciclo no banco público, com possíveis mudanças na gestão. Após alcançar lucros de quase 900 milhões de euros na primeira metade do ano, o desempenho até setembro encaminhará a CGD para lucros históricos na casa dos 1,7 mil milhões de euros no conjunto do ano.

Pelo menos é esta a conta que o Governo (com base nas indicações do banco) está a fazer com base no dividendo de 670 milhões de euros que espera receber da Caixa no próximo ano (e que foi inscrito no Orçamento do Estado) e tendo em conta a habitual política de distribuição de 40% dos resultados ao acionista (que nos últimos dois anos foi mais generosa até).

Porém, apesar do resultado inédito que se prevê para este ano, o presidente da Caixa já deixou o aviso de que não se vai repetir devido ao ciclo de normalização da política monetária do Banco Central Europeu (BCE).

A descida das taxas de mercado que se verifica no último ano já está a pressionar a margem financeira dos bancos (como se viu nos resultados dos outros bancos privados), mas espera-se que o embate seja particularmente sentido nas contas do próximo ano, admitiu Paulo Macedo recentemente.

“Para o ano, a perspetiva é que os resultados sejam inferiores aos deste ano. Não será fácil compensar o cenário central que é de um corte 150 pontos base até 31 de dezembro do ano que vem”, avisou na conferência dos 40 anos da Associação Portuguesa de Bancos. “Da mesma maneira que estamos com um resultado que será outra vez bastante positivo, para o ano temos de nos preparar, e para os anos seguintes”, alertou na mesma ocasião.

Novo ciclo na Caixa após pagar recapitalização

O novo ciclo da política monetária na Zona Euro coincidirá de certa maneira com um novo capítulo na vida da Caixa. Depois da dura reestruturação que executou nos últimos anos e de ter reembolsado a totalidade dos 2,5 mil milhões de euros da injeção de dinheiro que recebeu em 2016 para tapar o buraco aberto por empréstimos ruinosos (que valeu uma penosa comissão de inquérito), o banco público olha agora para a próxima fase.

Nos tempos mais imediatos, isso passará pela nova equipa de gestão. A atual administração está em fim de mandato. Paulo Macedo, que assumiu o leme em 2017, já manifestou a intenção de continuar a liderar o maior banco em Portugal. Mas deverá haver administradores na porta da saída, por vários motivos, incluindo a chegada à idade da reforma.

“Já manifestei essa disponibilidade” ao Ministério das Finanças, assumiu Paulo Macedo em entrevista ao Jornal de Negócios em junho. “Ainda há muita coisa a fazer no banco”, acrescentou.

Segundo explicou, uma grandes prioridades será a digitalização do banco público — algo que vai ao encontro do que destacou esta semana a vice-governadora do Banco de Portugal, Clara Raposo, quando disse que o setor devia aproveitar os bons resultados para investir no futuro.

“O nível de serviço da Caixa é adequado, mas estamos conscientes que temos de fazer muito melhor e de que há toda esta parte hoje tecnológica que é um imperativo“, disse Paulo Macedo na entrevista apontando à forma como o banco quer tirar partido das novas tecnologias, incluindo Inteligência Artificial e big data.

Paulo Macedo, presidente da Caixa.Carlos M. Almeida/Lusa

Polémica com redução de serviços, nova sede e Novobanco

O trabalho de Paulo Macedo continuará ainda marcado pelo esforço de eficiência que os bancos têm imprimido nos últimos anos através do fecho de balcões e redução de quadros, perante uma procura cada vez maior nos canais digitais. Em algumas situações este esforço tem levado a polémicas como aconteceu com o episódio de fecho do balcão da Caixa em Almeida em 2017 e volta agora a repetir-se com a redução de serviços bancários em agências localizadas interior do país e nas ilhas. Por conta desta polémica, o presidente da CGD foi novamente chamado ao Parlamento. Déjà vu.

Na Caixa, o cost to income está abaixo dos 30%, um dos melhores do setor em Portugal, mas o banco quererá manter os custos controlados face ao ciclo de juros mais baixos.

Com o novo mandato a estender-se até 2028, a nova equipa de Paulo Macedo terá ainda outros dois grandes marcos pela frente: a potencial consolidação do setor com a venda do Novobanco a arrancar no próximo ano e ainda a mudança para a nova sede.

A Caixa está de saída do seu quartel-general dos últimos 40 anos, na Avenida João XXI, e onde mora agora o Governo, e prepara a mudança para o Parque das Nações previsivelmente daqui a dois anos. A nova morada será o Edifício WellBe.

Em relação ao Novobanco, o discurso de Paulo Macedo tem sobretudo abordado a questão da importância de manter um banco público com força para atuar no mercado, algo que poderá estar em causa se o banco da Lone Star for vendido a algum dos grandes concorrentes: BCP ou os espanhóis BPI ou Santander. “Interessa ser relevante. Não faz sentido ser um banco público com quota de 6% ou 7%. A Caixa claramente influencia as comissões ao ter das mais baratas, os spreads ao ter dos mais baratos, e as operações de médio e longo prazo onde é líder”, disse no ano passado. E não falta capital à Caixa (rácio acima de 20%), ao contrário do que aconteceu no passado.

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Kamala quer “transição pacífica” de poder. “Temos de aceitar os resultados das eleições”, diz

  • ECO
  • 6 Novembro 2024

"Sei que muitos pensam que estamos a entrar numa época escura, mas espero que, para bem de todos, não seja assim", disse Harris num discurso de derrota horas depois de declarada a vitória de Trump.

“Os resultados não são os que queríamos”, mas há que os “aceitar”, disse Kamala Harris, no discurso de derrota na universidade de Howard, em Washington, várias horas depois da contagem dos votos ter apontado para uma vitória clara de Donald Trump na corrida à Casa Branca. Até ao momento, Kamala conseguiu 47,5% ou 67,2 milhões de votos, contra os 51% ou 72 milhões de votos de Donald Trump. Os republicanos também estão à frente na eleição para a Câmara dos Representantes e no Senado.

A candidata democrata adiantou que já tinha telefonado a Trump para o felicitar pela vitória nas eleições e sublinhar que “ajudará na transição democrática para que seja uma transição pacífica” do poder. “Sei que muitos pensam que estamos a entrar numa época escura, mas espero que, para bem de todos, não seja assim”, disse Harris, num breve discurso, onde pediu aos seus apoiantes que encham o “céu de luz com mil milhões de estrelas, a luz do otimismo, da fé, da verdade”.

O discurso soou menos a uma derrota e mais a uma pausa na “batalha” que demorará tempo. “Isso não significa que não ganhemos. A chave é não nos rendermos, não deixar de tentar que o mundo seja um lugar melhor”, disse Kamala para os mais jovens, para quem é normal estarem a sentir-se “tristes”.

A ainda vice-presidente dos EUA disse ainda que a “luz da promessa norte-americana vai sempre brilhar”, desde que os americanos “não se rendam” e sigam “lutando”. Kamala afirmou que, embora concedesse a vitória da eleição, não abriria mão da “luta que motivou a sua campanha”, destacando a defesa dos direitos no aborto, democracia, Estado de Direito, justiça igualitária e prevenção da violência com armas.

Para Harris essa batalha continuará em diversos espaços, incluindo nas “urnas, tribunais e esferas públicas”. Comentou também que “por vezes, essa luta demora, mas isso não significa que não possa ser vitoriosa”, indicando à audiência que “é hora de arregaçar as mangas: mantenha-se organizado, envolvido, em defesa da liberdade.”

No seu discurso, reiterou que aceitar a derrota distingue a democracia da tirania e que a sua lealdade, mais do que para um partido político, é para com a Constituição do país.

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Há museus privados interessados em aderir ao modelo de gratuitidade do Estado

  • Lusa
  • 6 Novembro 2024

"Serão muito bem-vindas essas adesões", adiantou a ministra da Cultura, que admite existir uma "dificuldade instrumental, operativa" para a entrada dos privados no modelo de gratuitidade.

A ministra da Cultura revelou esta quarta-feira, no parlamento, que “alguns museus privados” já manifestaram ao Governo interesse em aderir ao modelo de entradas gratuitas aplicado desde agosto nos museus, monumentos e palácios tutelados pelo Estado.

“Serão muito bem-vindas essas adesões”, respondeu Dalila Rodrigues ao deputado do PCP António Filipe, quando questionada sobre a possibilidade de estender a outros museus “na órbita da Administração Central”, como o Museu de Marinha, ou a museus “onde o Estado tem uma forte intervenção financeira, designadamente a Fundação de Serralves”, o modelo de gratuitidade que entrou em vigor em 1 de agosto.

De acordo com Dalila Rodrigues, o Ministério da Cultura já recebeu “manifestação de interesse de alguns museus privados” em aderir ao atual regime.

“Só temos aqui uma dificuldade instrumental, operativa”, disse Dalila Rodrigues, referindo estar criada “uma base central de dados, porque a bilheteira dos 37 museus, monumentos e palácios tutelados pelo MC está em rede e isso permite fazer a contabilidade do número de entradas, a que tem direito, de forma muito simplificada, sendo apenas necessário uma única vez indicar o número de contribuinte e o cartão de cidadão”.

A entrada gratuita nos 37 museus, monumentos e palácios tutelados pelo Estado deixou de estar restringida aos domingos e feriados e passou a ser possível escolher-se 52 dias por ano de acesso grátis, desde 1 de agosto deste ano. De acordo com Dalila Rodrigues, desde 01 de agosto, já foram mais de 300 mil os visitantes que usufruíram da medida.

A ministra da Cultura esteve a ser ouvida esta quarta no Parlamento no âmbito da discussão na especialidade da proposta do Orçamento do Estado para 2025. A audição conjunta reúne deputados das comissões parlamentares da Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, e do Orçamento, Finanças e Administração Pública.

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Crise na coligação governamental alemã. Scholz deixa cair ministro das Finanças

  • ECO e Lusa
  • 6 Novembro 2024

Coligação governamental alemã colapsa com a saída do ministro das Finanças liberal. Christian Lindner defendia reformas económicas difíceis de aceitar pelos parceiros social-democratas e verdes.

O chanceler Olaf Scholz afastou esta quarta-feira o ministro das Finanças, confirmou o porta-voz do líder alemão. O líder liberal Christian Lindner está de saída do governo alemão, uma decisão que faz colapsar a coligação governamental entre os social-democratas de Scholz (SPD), os Verdes e os liberais (FDP).

Lindner defendia reformas económicas difíceis de aceitar pelos parceiros da coligação semáforo durante o debate do orçamento para o próximo ano. Redução de impostos e mudanças no sistema de pensões faziam parte dos planos do liberal, que agudizaram a divisão no executivo de Berlim. A maior economia da União Europeia parte assim para 2025 sem um orçamento aprovado – a reunião da comissão orçamental estava marcada para 14 de novembro – e submersa numa crise política que fragiliza a posição europeia no dia em que Donald Trump venceu as eleições nos EUA.

Em conferência de imprensa, após a reunião na chancelaria com os três partidos, Scholz acusou Lindner de ter como único interesse a política de clientelismo e a sobrevivência a curto prazo do seu próprio partido. “Um tal egoísmo é incompreensível. Já não há confiança em trabalhar com Lidner (…) Não quero que o nosso país passe por este tipo de comportamento”, sublinhando que “gostaria de ter poupado” o país a esta “decisão difícil”, especialmente em tempos difíceis.

Com a saída de Lindner, a coligação governamental deixa de ser suportada por uma maioria parlamentar no Bundestag. E, por isso, o chanceler anunciou que irá apresentar uma moção de confiança a 15 de janeiro, que provavelmente perderá, e precipitar as eleições para março. Em 2005, foi assim que Gerhard Schröder, também chanceler do SPD, antecipou as eleições que acabou por perder para Angela Merkel.

No caso de uma rejeição num voto de confiança em Scholz, o presidente alemão Frank-Walter Steinmeier tem 21 dias para decidir se dissolve o parlamento – e convocar eleições num prazo de 60 dias – ou convidar os partidos para uma outra solução política.

Até ao Natal, e com o fim da coligação “semáforo”, o chanceler alemão quer levar a votação todas as leis que não podem ser adiadas. Scholz adianta ainda que vai tentar “dialogar” com o líder da oposição, Friedrich Merz, da União Democrata-cristã (CDU), “muito rapidamente”.

A crise na coligação surge num momento de flirt da Alemanha com a recessão, o que trouxe ainda mais tensão no debate entre os membros do governo sobre um buraco de nove mil milhões de euros na despesa do país para 2025. Segundo Financial Times, os Verdes, através do ministro da Economia Robert Habeck, tentaram negociar com os subsídios prometidos à norte-americana Intel – agora congelados – para construir uma fábrica no este alemão. Mas sem sucesso.

As sondagens mostram que 82% dos inquiridos alemães não acreditam que a atual coligação consiga soluções para a crise económica.

(atualizada pela última vez às 22h21)

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Lisboa aprova início da elaboração do regulamento dos tuk tuk

  • Lusa
  • 6 Novembro 2024

O vereador da Mobilidade reforçou que o documento aprovado “marca o início do processo administrativo para a regulamentação das atividades dos veículos de animação turística”.

A Câmara Municipal de Lisboa (CML) aprovou esta quarta-feira o início da elaboração do projeto de regulamento dos veículos afetos à animação turística não pesados, inclusive tuk tuk, com a participação de eventuais interessados, num período de 20 dias úteis.

Apresentada pelo vice-presidente da câmara, Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP), que é responsável pelo pelouro da Mobilidade, a proposta foi discutida em reunião privada do executivo municipal e viabilizada por unanimidade, com os votos a favor de “Novos Tempos” (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança) – os únicos com pelouros atribuídos e que governam sem maioria absoluta –, PS, PCP, Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), Livre e BE.

A proposta determina o início da elaboração do projeto de “Regulamento dos Veículos Afetos à Animação Turística Não Pesados no Município de Lisboa”, para efeitos de participação procedimental de eventuais interessados, “a decorrer pelo período de 20 dias úteis, após a publicação no sítio institucional e, por meio de aviso, no Boletim Municipal de Lisboa, devendo as respetivas sugestões ser apresentadas por escrito, até ao final do mencionado prazo, a enviar por meio eletrónico para (consultapublica.veiculosturisticos@cm-lisboa.pt)”.

Em resposta à Lusa, o gabinete do vereador da Mobilidade reforçou que o documento aprovado “marca o início do processo administrativo para a regulamentação das atividades dos veículos de animação turística”, referindo que se trata de uma proposta “inovadora” para “regular a presença dos tuk tuk no espaço público da cidade”.

“É inovadora na medida em que queremos limitar a utilização do espaço público por parte dos veículos que só poderão estar estacionados ou parar num número limitado de veículos e exclusivamente em locais predefinidos. Só terão licença para estacionar os veículos que forem licenciados pela CML”, referiu o gabinete de Anacoreta Correia.

Com a aprovação do processo de auscultação pública, a câmara prevê que o regulamento seja discutido em reunião do executivo municipal “até ao final deste ano”. Em 31 de julho, a CML anunciou a intenção de limitar os locais de estacionamento dos tuk tuk e o número de licenças a atribuir a este tipo de veículos, de forma a regular a atividade na cidade.

De acordo com os considerandos da proposta hoje aprovada, a atividade turística na capital tem vindo a registar um crescimento significativo, incluindo a utilização de veículos alternativos para circuitos e roteiros turísticos, como motociclos, triciclos, quadriciclos, carros elétricos, jipes e veículos ligeiros, sendo que “tal dinâmica contribui para a diversificação da oferta turística e reforça o papel de Lisboa enquanto destino turístico de excelência”.

“A necessidade de criação de regras concretas e objetivas atinentes à circulação e estacionamento deste tipo de veículos é evidenciada pela sobrecarga que estes veículos causam na malha urbana da cidade, implicando potenciais impactos no tráfego, no ambiente sonoro e na qualidade de vida dos residentes”, lê-se no documento.

Referindo que os municípios têm a competência legal para condicionar o trânsito de diferentes tipos de veículos em vias públicas e que os transportes públicos rodoviários de passageiros destinados a viagens turísticas podem ser objeto de regulamentação especial, a CML defende que a criação de um regulamento específico para esta matéria é “imprescindível para garantir um quadro regulatório que assegure a conciliação entre a atividade turística e a preservação da qualidade ambiental e do espaço público de Lisboa, designadamente através da criação de Zonas de Emissões Reduzidas e da regulação do estacionamento e paragem de veículos turísticos”.

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Lisgráfica deixa de negociar em bolsa a 12 de novembro

  • Lusa
  • 6 Novembro 2024

O dia 12 de novembro será o último dia de negociação em bolsa da empresa insolvente.

A Lisgráfica anunciou que vai ser excluída do Euronext Lisbon a partir de 13 de novembro, na sequência de ter sido considerada insolvente, sendo o dia 12 o último dia de negociação.

Em comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobilíários (CMVM), a Lisgráfica – Impressão e Artes Gráficas “vem informar que por decisão da Euronext (…) as ações ordinárias emitidas” pela empresa “serão excluídas do Euronext Lisbon a partir de 13 de novembro, devido ao facto da empresa ter sido declarada insolvente”.

O último dia de negociação é 12 de novembro.

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Irlanda antecipa eleições para 29 de novembro

  • ECO
  • 6 Novembro 2024

Simon Harris, primeiro-ministro irlandês desde abril, anunciou eleições antecipadas num momento de fraqueza do Sinn Féin. Multa à Apple permitiu um bónus de 2,2 mil milhões aos irlandeses.

Os irlandeses voltam às urnas no final de novembro. O primeiro-ministro irlandês, Simon Harris, antecipou as eleições para o próximo dia 29 de novembro, avança o Politico, para tentar ampliar a vantagem no parlamento do seu partido, Fine Gael.

Nas últimas eleições, em 2020, o Fianna Fáil – que pertence à família dos liberais no parlamento Europeu – elegeu 35 deputados, contra 33 do partido da esquerda Sinn Féin e 32 do Fine Gael (da família europeia do PPE, onde está o PSD e CDS). Perante este cenário, o atual governo era uma grande coligação entre o Fianna Fáil, o Fine Gael e os Verdes.

Harris estava no cargo há menos de seis meses, depois de ter sido eleito líder do partido quando Leo Varadkar se demitiu. “Estou ansioso pelas próximas semanas e por pedir um mandato” aos irlandeses, disse Harris em entrevista à estação irlandesa RTÉ.

Os últimos meses têm sido difíceis para o Sinn Féin, com vários casos polémicos, que colocam em causa até a sobrevivência política da líder Mary Lou McDonald.

Ao antecipar as eleições, em vez de aguardar por março, Harris tenta capitalizar um bónus de 2,2 mil milhões de euros para os irlandeses, num momento em que os cofres públicos receberam 14 mil milhões de euros da Apple, numa multa decidida pela justiça europeia. O governo irlandês garante que ainda não tocou no cheque desta multa , que se destina a uma despesa “transformadora”.

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Presidente do INEM diz que faltam cerca de 80 profissionais nos centros de atendimento

  • Lusa
  • 6 Novembro 2024

Centros de atendimento contam em média com cerca de 45 profissionais, quando "o ideal seria entre 70 e 80", indica o presidente do INEM.

O presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), Sérgio Janeiro, reconheceu esta quarta-feira que os centros de orientação de doentes urgentes (CODU) estão “a trabalhar abaixo dos mínimos”, avançando que seriam necessários cerca de 80 profissionais para o atendimento.

“Estamos a trabalhar abaixo dos mínimos, mas com um esforço muito relevante por parte de quem está e que […], na esmagadora maioria das situações, a resposta é dada de forma atempada e o socorro é atempado e de forma célere”, disse Sérgio Janeiro, em declarações aos jornalistas na sede do INEM em Lisboa.

De acordo com o responsável, o CODU conta em média com cerca de 45 profissionais, “tanto no atendimento como no acionamento, como na receção de dados”, quando “o ideal seria entre 70 e 80 [profissionais] a nível nacional só para o atendimento”. Sérgio Janeiro esclareceu que a situação é “provocada pelo défice [de pessoal] nos quadros e está gravada nestes dias pela greve”.

“No dia-a-dia, já temos habitualmente um número muito abaixo do que é desejado. O grande afluxo de chamadas é entre as 10 da manhã e as 14:00 e estamos a tentar mobilizar internamente os técnicos que estavam a exercer outras funções. Neste momento, estamos a alocá-los ao CODU”, salientou.

Aos jornalistas, Sérgio Janeiro indicou ainda que o INEM está “a averiguar a possibilidade de pessoas que já foram técnicos de emergência pré-hospitalar e que, entretanto, se tornaram técnicos superiores poderem também colaborar nas escalas”. “É preciso reforçar 24 horas por dia, mas estamos a fazer um esforço suplementar para que estes períodos do turno da manhã, em que o afluxo de chamadas é maior, haja um maior número de pessoas a atender”, realçou.

Sobre as medidas imediatas que o INEM pretende implementar no curto prazo, como criação de uma triagem de emergência para chamadas com espera de três ou mais minutos, o presidente do instituto disse desconhecer o impacto que terão, mas garantiu que serão “monitorizadas diariamente”.

“Não consigo precisar o impacto que estas medidas irão ter. Vão ser monitorizadas diariamente. Tenho a certeza que com mais profissionais a atender chamadas e quanto mais motivados estiverem melhor será o serviço”, observou. Sérgio Janeiro assinalou que entre terça-feira e esta quarta “o tempo médio de espera esteve à volta dos dois minutos”.

“Está muito longe de ser o ideal. Não é de todo o nosso objetivo e estamos a trabalhar muito para diminuir esse número, para nunca entrarmos na situação de contingência em que a triagem é abaixo do ideal”, considerou. O presidente do INEM explicou que o organismo está “a ver em termos tecnológicos” o que “é preciso averiguar ao nível da compatibilização de alguns sistemas informáticos”, para saber “as possibilidades reais do sistema” de triagem.

“O nosso objetivo é que, em situações excecionais em que o tempo de atendimento […] se avizinha excessivo, haja um atendimento automatizado que possa fazer uma pré-triagem baseada em questões simples e possa tornar essa chamada mais prioritária para ser atendida no CODU, ou transferir, em algumas situações, para o SNS24″, vincou.

Em relação à entrada em vigor do sistema, Sérgio Janeiro afirmou que o INEM está a trabalhar em conjunto com a linha SNS24, esperando que “seja o mais brevemente possível”. “Nós vamos tentar ainda esta semana ou na próxima”, sustentou. O INEM anunciou esta quarta um conjunto de medidas de contingência para otimizar o funcionamento dos CODU, agravado pela greve dos Técnicos de Emergência Pré-hospitalar (TEPH) às horas extraordinárias, sem fim previsto, que tem “pontualmente condicionado o nível de resposta”.

Além do reforço do dispositivo de emergência médica com ambulâncias de socorro sediadas em corpos de bombeiros e delegações da Cruz Vermelha Portuguesa, anunciado na terça-feira, o INEM vai agora colocar em prática um conjunto de medidas que vão permitir concentrar a atividade dos TEPH nos CODU e meios de emergência, em detrimento de atividades não prioritárias.

Uma dessas medidas passa pela criação de uma triagem de emergência para chamadas com espera de três ou mais minutos.

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Figo Maduro faz escala no Montijo antes de aterrar em Alcochete

  • Lusa
  • 6 Novembro 2024

Nuno Melo adiantou que será celebrado um protocolo para um primeiro investimento na Base Aérea do Montijo, para onde provisoriamente será transferido o aeródromo de Figo Maduro.

O aeródromo militar de Figo Maduro vai instalar-se provisoriamente na Base Aérea do Montijo, em data ainda a definir, antes de passar de forma definitiva para Alcochete, anunciou esta quarta-feira o ministro da Defesa Nacional.

Até ao final do ano será celebrado um protocolo, com o senhor primeiro-ministro, para garantir a presença da Força Aérea no atual AT1 [Aeródromo de Trânsito n.1], a utilização do mesmo espaço onde está. De seguida, será assegurado num outro protocolo um primeiro investimento na Base Aérea do Montijo, para onde provisoriamente será transferido. E mais tarde, como é óbvio, definitivamente para Alcochete”, adiantou Nuno Melo.

O ministro da Defesa falava aos jornalistas à margem da cerimónia de abertura solene do ano letivo da Academia Militar, no concelho da Amadora, Lisboa. Interrogado sobre a dimensão deste investimento, Nuno Melo respondeu que o Governo ainda está “numa fase de avaliação”.

A SIC avançou na terça-feira que o Governo já chegou a acordo com a Força Aérea a saída do terminal militar, estando por definir os valores de compensação a pagar àquele ramo das Forças Armadas.

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Aumentos salariais e revisão de carreiras. O que vai mudar na Função Pública?

Em 2025, trabalhadores com ordenados até 2.620 euros vão ganhar mais 56,58 euros por mês ou 2,15% se tiverem um vencimento superior. O salário mínimo no Estado vai chegar a 1.056 euros em 2028.

O acordo plurianual para a valorização dos funcionários públicos 2025-2028, assinado esta quarta-feira pelo Governo de Luís Montenegro e pelas duas federações sindicais da UGT (Fesap e STE) – a Frente Comum, da CGTP, ficou novamente de fora –, prevê aumentos salariais em 2025 e 2026 de 56,58 euros para quem aufere até 2.620,23 euros. Para ordenados superiores, a atualização será de 2,15%. Em 2027 e 2028, os incrementos nominais até aquele nível (39) da Tabela Remuneratória Única (TRU) em vigor serão de 60,52 euros ou de 2,3% para vencimentos mais altos.

Em 2025, a maioria dos funcionários públicos, cerca de 87% dos 750 mil que o Estado emprega, vai ter aumentos salariais acima da inflação prevista para 2025, de 2,3%. Ou seja, ordenados entre 821,83 euros, que corresponde ao salário de entrada no setor público, e 2.457,57 euros terão um incremento, no próximo ano, entre 6,9% e 2,3%, resultante da valorização nominal de 56,58 euros.

Até ao final da legislatura, o Executivo quer dar, no conjunto dos anos, mais 234,20 euros aos funcionários públicos, avançar com a atualização de 13 carreiras ainda não revistas como a de bombeiro sapador, oficial de justiça ou de polícia municipal e arrancar, em 2027, com um novo processo negocial para a valorização das carreiras gerais de assistente operacional, assistente técnico e técnico superior.

Salário de entrada no Estado vai chegar a 1.056 euros brutos

É garantido que a Base Remuneratória da Administração Pública (BRAP), vulgo salário de entrada no Estado, vai acompanhar as atualizações mínimas nominais. Assim, em 2025, avança 56,58 euros ou 6,9%, de 821,83 para 878,41 euros brutos, ficando assim 8,41 euros acima da retribuição mínima do privado.

Em 2026, a BRAP terá um novo incremento de 56,58 euros, passando para os 934,99 euros. São mais 14,99 euros face ao salário mínimo de 920 euros. Nos dois anos seguintes, o salto será de 60,52 euros, o que significa que os trabalhadores que entrarem na Função Pública vão começar logo a ganhar 995,51 euros, em 2027, o que significa mais 25,51 euros em relação ao ordenado mínimo de 970 euros. Em 2028, vão receber 1.056,03 euros mensais brutos.

A base remuneratória irá distanciar-se significativamente do salário mínimo acordado com o Governo com os parceiros sociais para o privado. No final da legislatura, um trabalhador que entre na base remuneratória da Administração Pública terá logo um vencimento de 1.056 euros: são mais 31 euros do que o ordenado mínimo no privado, de 1.025 euros.

Ajudas de custo sobem 5% e serão atualizadas nos próximos anos

O acordo estabelece uma valorização imediata das ajudas de custo em 5% já em 2025, o que irá corresponder a aumentos entre cerca de dois e sete euros.

Trabalhadores em funções públicas a ganhar até 961,40 euros, o que corresponde ao nível oito da atual tabela remuneratória única (TRU), vão receber 49,20 euros por cada dia em que se encontram deslocados dentro do território nacional. Isto significa um aumento de 5% ou de 2,34 euros face aos 46,86 euros em vigor. Se o funcionário tiver que viajar para o estrangeiro, o subsídio diário passa de 111,88 euros para 117,47 euros, o que corresponde a uma atualização de 5% ou de 5,59 euros.

Funcionários a auferir entre 1.017,56 euros (posição nove) e 1.491,25 euros (posição 18) vão ter direito a uma ajuda de custo de 53,60 euros por cada dia de deslocação dentro de Portugal. Trata-se de um incremento de 5% ou de 2,55 euros face ao valor atual, de 51,05 euros. Se a deslocação for internacional, o abono sobe 5% ou 6,64 euros para 138,18 euros relativamente ao montante em vigor, de 131,54 euros.

Para ordenados superiores, isto é, a partir do nível remuneratório 19 (1.543,88), o subsídio diário sobe 5% ou 3,14 euros, passando de 62,75 euros para 65,89 euros, no caso de viagens em território português. Se a deslocação for para o estrangeiro, o abono diário aumenta para 156,36 euros, o que significa um aumento de 7,45 euros ou de 5% face ao montante atual, de 148,91 euros.

Valores das ajudas de custo já com o aumento de 5%.

O texto do documento, a que o ECO teve acesso, garante ainda que o Governo irá “revisitar integralmente o regime que estabelece normas relativas ao abono de ajudas de custo e de transporte pelas deslocações em serviço público durante o ano de 2026, com vista à sua aplicação progressiva durante 2027″.

Apesar das reivindicações das estruturas sindicatos, o subsídio de refeição não será atualizado, mantendo-se nos seis euros por dia. No entanto, o Governo “compromete-se a acompanhar a evolução da necessidade de atualização dos valores de expressão pecuniária relativos a subsídio de refeição” e “abono para falhas”, segundo o acordo.

Revisão de 13 carreiras não revistas como a de bombeiro ou polícia municipal

Acolhendo as exigências dos sindicatos, o Executivo de Luís Montenegro antecipou em cerca de um ano o calendário, inicialmente proposto, para a atualização de 13 carreiras, cuja revisão já estava prevista no anterior acordo plurianual 2022-2026 assinado com o Governo socialista de António Costa.

No último trimestre deste ano, Governo da Aliança Democrática (AD) vai avançar com a revisão das carreiras de administração hospitalar, de bombeiros sapadores e de oficial de justiça.

Para o primeiro semestre de 2025, está prevista a atualização das carreiras de técnico superior de saúde, de reinserção social e da carreira de técnico superior de reeducação. Na segunda metade do próximo ano, é a vez das carreiras de vigilante da natureza, de fiscalização e da carreira de polícia municipal.

No primeiro semestre de 2026, serão revistas as carreiras inspetivas e da administração prisional e, na segunda parte do ano, as de tripulantes de embarcações salva-vidas e de medicina legal.

Neste processo de valorização das carreiras não revistas, “o Governo compromete-se a realizar duas reuniões por ano, uma em janeiro e outra em julho de cada ano com as estruturas sindicais para acompanhamento e monitorização”, segundo o texto do acordo.

Negociações para a valorização das carreiras gerais arrancam em 2027

Foi ainda inscrito no pacto, subscrito pelas federações sindicais, uma nova valorização das carreiras gerais de assistente operacional, assistente técnico e de técnico superior, cujas negociações deverão arrancar em 2027.

Ou seja, é possível, até ao final da legislatura, um novo salto remuneratório para os trabalhadores destas carreiras que se irá somar aos aumentos salariais previstos no acordo de 56,58 euros ou 2,15% em 2025 e 2026 e de 60,52 euros ou de 2,3% em 2027 e 2028.

Recorde-se que, durante o anterior Governo de António Costa, estes funcionários públicos já beneficiaram de uma valorização extraordinária, em 2023, que chegou a dar até mais 121,25 euros aos técnicos superiores e até mais 104,23 euros aos assistentes técnicos.

No caso dos assistentes operacionais foram aprovadas benesses que permitem, por exemplo, a quem detenha entre 23 e 31 anos de serviço avançar uma posição remuneratória, o equivalente a cerca de 52 euros a mais no ordenado, para além da atualização regular dos ordenados.

Governo admite correções a “eventuais incongruências” do acelerador de carreiras

O acordo estabelece ainda que o Governo vai encetar uma avaliação do impacto do acelerador de carreiras, que permite dar um salto na tabela remuneratória com apenas seis pontos, em vez dos oito exigidos, a quem tenha pelo menos 18 anos de serviço e tenha sofrido os dois períodos de congelamento (de 2005 a 2007 e de 2011 a 2017), “com vista à identificação de eventuais incongruências no normal desenvolvimento das suas carreiras”. Neste contexto, o Executivo admite apresentar “propostas de ajustamentos considerados adequados”.

Federações sindicais como a Fesap têm defendido que os trabalhadores que sofreram um período de congelamento também devem ter acesso a esse acelerador de carreiras. Neste sentido, os sindicatos vão procurar que o Governo corrija aquilo que classificam como uma “injustiça”.

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Produção de citrinos no Algarve aumentou 10% na última campanha

  • Lusa
  • 6 Novembro 2024

"A última campanha "correu bem", segundo a maior associação portuguesa de operadores de citrinos, a AlgarOrange.

A maior associação portuguesa de operadores de citrinos, a AlgarOrange, estimou esta quarta-feira em 10% o aumento de produção do setor na campanha que terminou em setembro (2023-2024) em relação à média dos anos anteriores. “A produção deste ano poderá ter estado cerca de 10% acima do ano normal”, disse à agência Lusa o presidente da AlgarOrange, José Oliveira, à margem da conferência que teve lugar em Faro, sobre o Balanço de Campanha dos Citrinos 2023-2024.

Segundo este dirigente agrícola, a última campanha “correu bem”, apesar dos problemas que os produtores tiveram de enfrentar, nomeadamente a falta de água e as pragas que atacaram as árvores. José Oliveira previu, por outro lado, que “as expectativas para a próxima campanha [2024-2025] são muito idênticas àquela que terminou em setembro”.

As estimativas foram feitas a partir de uma amostra de um grupo de associados da AlgarOrange responsáveis por cerca de 30% da produção do Algarve. Essa amostra representativa do setor indica ainda que, da totalidade de citrinos produzidos, cerca de 84% foram laranjas, 8% tangerinas e clementinas e 7% limões.

Dados apresentados na conferência indicam, no entanto, que a produção estimada para a campanha 2023-2024, 335 mil toneladas, ficou abaixo das estimativas feitas em 2022 baseadas em dados da União Europeia, que apontava para 462 mil toneladas. Segundo a AlgarOrange, cerca de 74% da área e 88% da produção de citrinos do país está localizada no Algarve.

José Oliveira lamentou os impedimentos e entraves ao aumento da área de regadio e de plantação de citrinos, principalmente impostos pela falta de água no Algarve. “Nós não estamos em plano de igualdade com outros setores, como o do turismo, que continua a fazer projetos e a inaugurar resorts. O setor da agricultura está impedido de fazer novos pomares”, disse.

O presidente da AlgarOrange assegurou que “existe a vontade” de aumentar a área de produção, mas neste momento os associados “estão completamente condicionados”. José Oliveira referiu que a evolução do preço das laranjas é imprevisível, dependente das condições de um mercado internacional onde há muitos concorrentes.

“Provavelmente o desastre que aconteceu em Valência [Espanha] poderá ter influência nos preços, mas, por outro lado, temos as laranjas importadas do Egito e da África do Sul que também não sabemos exatamente” qual será o preço, afirmou. Os associados da AlgarOrange representam cerca de 40% da produção de citrinos no Algarve e 30% da produção nacional.

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