O dia em direto nos mercados e na economia – 10 de fevereiro

  • ECO
  • 10 Fevereiro 2025

Ao longo desta segunda-feira, 10 de fevereiro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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O mercado dos cosméticos ultrapassará os 750 mil milhões de euros em menos de dez anos

  • Servimedia
  • 10 Fevereiro 2025

66% dos consumidores consideram estes produtos essenciais, de acordo com o Global Beauty Report 2024 da GXO.

Até 2032, prevê-se que o mercado dos cosméticos duplique o seu valor para 758 mil milhões de euros. Dois terços dos inquiridos para o “Global Beauty Report 2024” realizado pelo operador logístico GXO afirmam que estes produtos são essenciais ou muito importantes para eles e um terço salienta que a sua rotina de beleza contribui para o seu bem-estar geral. Além disso, 66% afirmam que a utilização de produtos de beleza é relaxante e terapêutica.

O desafio para as empresas consiste em garantir a rapidez e a sustentabilidade, mantendo a eficiência das cadeias de abastecimento. Para muitas empresas de cosméticos, encontrar um parceiro logístico e tecnológico de referência tem sido o primeiro passo para enfrentar este desafio. Nesta linha, os operadores logísticos como a GXO oferecem soluções logísticas avançadas que permitem aos retalhistas e às marcas gerir os seus stocks e adaptar-se à evolução da procura.

Na procura constante do produto mais adequado e da moda, as redes sociais tornaram-se o principal canal de descoberta de tendências e 70% destas compras de produtos da moda provêm de um ou mais canais digitais. No caso da Geração Z, este valor sobe para 90%. Assim, as marcas são capazes de oferecer os produtos certos de acordo com as últimas tendências, tornando a agilidade e a adaptação das operações da cadeia de abastecimento fundamentais para obter uma vantagem sobre os concorrentes e satisfazer as expectativas dos utilizadores.

Entre as tendências mais proeminentes do ano estão a maquilhagem sem maquilhagem – um look natural – seguida por 35% dos inquiridos e o minimalismo e a beleza limpa – centrada em fórmulas sem ingredientes tóxicos – com 30%.

A digitalização do abastecimento de produtos e a sucessão contínua de tendências contrasta com os hábitos de compra. Apesar das tendências, tanto em linha como fora de linha, os consumidores dão prioridade ao preço e à qualidade em detrimento da quantidade, e estão cada vez mais informados e conscientes. De facto, 64% consideram que o preço e a qualidade são cruciais na escolha dos produtos de cuidados da pele, 57% na compra de maquilhagem e outros 64% nos produtos para o cabelo. Nesta linha, os inquiridos consomem em média quatro produtos de beleza e 58% deles são de gama média ou de luxo.

Quanto ao local de compra, a loja física continua a ser a mais escolhida para a beleza, com 72% e 76% dos consumidores para a maquilhagem. No entanto, o comércio eletrónico está a ganhar terreno e é preferido por quase metade dos utilizadores (47%) que responderam à análise realizada pela GXO.

Relativamente às compras na era digital, a empresa de logística salienta que envios rápidos e eficientes com devoluções simplificadas contribuem para a fidelização dos clientes. Por isso, estão a incorporar inovações tecnológicas baseadas na automatização de tarefas, na robotização e na utilização de RFID, o que simplifica muito a gestão e a rastreabilidade do stock e a preparação das encomendas. A nível global, está também a implementar melhorias baseadas na gestão de dados e na IA para controlar mais eficazmente o lançamento e a preparação das encomendas, facilitando o cumprimento dos prazos de entrega.

PERSONALIZAÇÃO

A personalização está a redefinir a indústria, permitindo mudanças em tudo, desde a embalagem aos ingredientes. De tal forma que 39% dos consumidores esperam recomendações personalizadas no ponto de compra e 28% procuram opções totalmente personalizadas com base nas suas necessidades específicas. Este facto desencadeou a necessidade de testadores virtuais, assistentes ou demonstrações em tempo real. De facto, a hiperpersonalização, que utiliza a inteligência artificial (IA) e a análise de dados para proporcionar experiências de compra únicas, é uma tendência crescente, de acordo com os especialistas da GXO.

Assim, as marcas que optaram por esta estratégia conseguiram fazer da experiência de compra um fator de fidelização dos clientes. Quanto melhor a marca se relaciona com o consumidor durante e após a compra – tanto na loja como fora dela – mais afinidade é criada.

Além disso, garantir a disponibilidade do produto no momento e no local certos, face a picos de procura inesperados, ou com o lançamento de uma campanha, juntamente com experiências de desembalagem envolventes, é fundamental para reforçar a relação com o cliente e melhorar a perceção da marca.

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Trump anuncia tarifas de 25% a importações de alumínio e aço

  • Lusa
  • 10 Fevereiro 2025

O Presidente dos EUA prometeu ainda anunciar esta semana medidas alfandegárias recíprocas para os parceiros comerciais. União Europeia irá retaliar.

O Presidente dos EUA pretende impor tarifas de 25% às importações de alumínio e aço a partir de segunda-feira, revelou Donald Trump este domingo, prometendo anunciar também, esta semana, medidas alfandegárias recíprocas para os parceiros comerciais. A confirmar-se, a União Europeia já prometeu que irá retaliar.

“Qualquer aço que entre nos Estados Unidos terá uma tarifa de 25%”, disse aos jornalistas a bordo do avião presidencial Air Force One, quando voava da Florida para Nova Orleães para assistir à final Super Bowl de futebol americano. “O alumínio também”, respondeu, quando questionado sobre esta matéria, numa medida que abrange os vizinhos México e Canadá.

Trump afirmou ainda que vai anunciar tarifas recíprocas — “provavelmente terça ou quarta-feira” — em relação a produtos que são taxados nos países parceiros. “Se eles nos estão a cobrar 130% e nós não lhes estamos a cobrar nada, não vai continuar assim”, disse aos jornalistas.

Nesse sentido, o político republicano disse que estas tarifas serão postas em prática “quase imediatamente” para “todos os países”.

Durante o seu primeiro mandato (2017-2021), o líder norte-americano impôs tarifas de 25% sobre o aço e de 10% sobre o alumínio, mas depois concedeu quotas isentas de impostos a vários parceiros comerciais, incluindo o Canadá, o México e o Brasil.

 

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Máxima paridade e emoção na LALIGA a 15 jornadas do fim, com o Real Madrid, o Barça e o Atlético de Madrid a lutarem pelo título por apenas dois pontos

  • Servimedia
  • 10 Fevereiro 2025

Esta edição da EA SPORTS LALIGA é uma das mais competitivas nesta fase dos últimos 38 anos, e é também a mais disputada das principais ligas europeias.

Após a conclusão da 23ª jornada da EA SPORTS LALIGA, a classificação no topo da tabela está a apertar. Três equipas, o atual líder Real Madrid, com 50 pontos, o Atlético de Madrid, com 49 pontos, e o FC Barcelona, com 48 pontos, estão apenas a dois pontos de distância, demonstrando mais uma vez a emocionante competitividade que tem rodeado o campeonato nacional nos últimos tempos. Esta situação de equilíbrio não tem atualmente paralelo em nenhuma outra grande liga do continente.

O empate deste fim de semana no DERBI DE MADRID, no Santiago Bernabéu, tornou a disputa pelo título mais renhida entre estes três clubes. O Athletic Club (44), a seis pontos do primeiro colocado, também está na briga e ainda tem chances de se manter na disputa.

De facto, esta paridade no topo da tabela não se verificava desde a época 2013/2014. Nessa época, o Atlético de Madrid acabou por conquistar o seu 11º título de campeão da época regular com apenas três pontos de vantagem sobre o FC Barcelona e o Real Madrid. De facto, na 23ª jornada, o Atlético de Madrid, o FC Barcelona e o Real Madrid estavam empatados com 57 pontos.

Além disso, das 38 edições da LALIGA com 20 equipas na classificação, esta é a quinta vez que se verifica esta igualdade a 15 jornadas do fim entre três equipas, com apenas dois pontos a separar três equipas.

Para além do campeonato de regularidade, os três clubes espanhóis atualmente na luta pelo título da LALIGA EA SPORTS estão a desempenhar um papel de destaque nas competições continentais. O FC Barcelona e o Atlético de Madrid conseguiram entrar no top 8 da Liga dos Campeões, com acesso direto aos oitavos de final. Por seu lado, o Real Madrid, após a sua última vitória no Stade Brestois, terá de disputar a fase preliminar contra o Manchester City, num duelo que se está a tornar uma tradição nas últimas épocas.

Assim, com o atual ritmo e tendência de pontos, é possível prever que esta época a LALIGA possa ser conquistada com 83 pontos, o valor mais baixo desde 2007. Um aspeto que realça a competitividade que existe entre todos os clubes, mesmo os que estão na parte intermédia e inferior da classificação, que lutam tanto para alcançar posições europeias como para evitar a zona de despromoção.

Neste contexto, o Real Madrid, o Atlético de Madrid e o FC Barcelona são os únicos clubes capazes de conquistar a cobiçada tríplice coroa. Neste contexto, Los Blancos, Los Colchoneros e Los Culés já estão nas meias-finais da Taça do Rei, uma fase final que a Real Sociedad também vai disputar.

Quanto à corrida para ser o melhor marcador do campeonato, o líder continua a ser Robert Lewandowski com 19 golos. No entanto, nas últimas jornadas, a estrela francesa do Real Madrid, Mbappé, reduziu a diferença para o avançado polaco do Barça, com 16 golos. Na baliza, o guarda-redes esloveno do Atlético de Madrid, Jan Oblak, parece não ter rival, tendo sofrido apenas 15 golos até agora nesta época.

A nível europeu, as outras grandes ligas não têm um nível de igualdade semelhante ao da liga espanhola. Neste sentido, a Premier League, a Bundesliga, a Serie A em Itália e a Ligue 1 em França têm todos líderes destacados, em alguns casos com uma diferença de até 10 pontos em relação ao segundo classificado.

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TÜV SÜD explica como se adaptar à nova Diretiva de Sustentabilidade Empresarial

  • Servimedia
  • 10 Fevereiro 2025

A empresa analisa o impacto imediato para as empresas espanholas e as medidas que devem adotar para cumprir os novos regulamentos.

A TÜV SÜD explica como se adaptar à nova Diretiva de Sustentabilidade Empresarial (CSRD). A empresa analisa o impacto imediato para as empresas espanholas e as medidas que devem adotar face à nova regulamentação.

A empresa indica que a iminente tramitação parlamentar da nova Diretiva de Sustentabilidade Empresarial “marcará um antes e um depois na forma como as empresas espanholas gerem e comunicam o seu desempenho em matéria de sustentabilidade”. Esta diretiva, que faz parte do Pacto Verde Europeu, tem como objetivo avançar para uma economia sustentável sem emissões de gases com efeito de estufa até 2050.

A CSRD alarga o âmbito da anterior Diretiva relativa aos relatórios não financeiros (NFRD) e exige que as empresas considerem a “dupla materialidade”, que implica a avaliação do impacto financeiro dos fatores ambientais, sociais e de governação, bem como os efeitos das atividades da organização no seu ambiente e na sociedade. Esta abordagem garante que os relatórios refletem uma visão holística que está alinhada com as expectativas dos investidores e de outras partes interessadas.

“A CSRD marca uma nova era na sustentabilidade empresarial. Não se trata apenas de uma questão de conformidade legal, mas de uma oportunidade para transformar modelos de negócio, ganhar competitividade e responder às exigências de investidores e consumidores cada vez mais conscientes”, afirmou Sandra Sancho, diretora de sustentabilidade da TÜV SÜD em Espanha.

As organizações afetadas terão de apresentar relatórios de acordo com as normas de relato desenvolvidas pelo European Financial Reporting Advisory Group (EFRAG), conhecidas como Normas Europeias de Relato de Sustentabilidade (ESRS).

A TÜV SÜD identifica cinco desafios imediatos para as empresas: acelerar a recolha e gestão de dados ESG: as empresas terão de implementar sistemas avançados para recolher, analisar e comunicar dados sobre a sua pegada de carbono, gestão da água, direitos laborais e outros indicadores de sustentabilidade; maior transparência e requisitos para as cadeias de abastecimento: a CSRD obrigará as empresas a avaliar o impacto dos seus fornecedores e parceiros comerciais; adaptação a novas auditorias externas: o requisito de verificação por terceiros acreditados constituirá um desafio imediato para as empresas garantirem a exatidão e a coerência dos seus relatórios; aumento dos riscos para a reputação e a regulamentação: as organizações que não se adaptarem às novas normas ficarão expostas a sanções financeiras e ao impacto na sua reputação; e acesso ao financiamento e aos mercados internacionais: o cumprimento da CSRD será essencial para aceder aos investidores e aos mercados que exigem compromissos sólidos em matéria de sustentabilidade.

O projeto de lei para a transposição da CSRD para o quadro legislativo espanhol estabelece uma implementação escalonada que permitirá às empresas adaptar os seus processos e assegurar o cumprimento com tempo suficiente. 1 de janeiro de 2025: grandes empresas que já comunicam informações ao abrigo da DRFP; 1 de janeiro de 2026: grandes empresas que não estavam anteriormente obrigadas a comunicar informações; 1 de janeiro de 2027: PME cotadas, exceto as que optarem pela isenção voluntária até 2028; e 1 de janeiro de 2028: empresas de países terceiros com operações significativas na UE.

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A querer criar experiências com a Nespresso, Mafalda Sttau Monteiro, na primeira pessoa

Após cinco anos na sede da Nespresso, na Suíça, regressou a Portugal para liderar o marketing da marca. Mãe de três filhos, e à espera do quarto, se não fosse o marketing seria advogada.

O foco da Nespresso em Portugal passa por encontrar as “parcerias certas” para estar perto do consumidor, procurando “trazer experiências mágicas“, descreve Mafalda Sttau Monteiro, diretora de marketing da marca em Portugal.

E este vai ser um ano em que vamos estar mais próximos do consumidor, onde vamos procurar eventos e parcerias, onde possamos transmitir exatamente os valores da marca — obviamente sempre alinhados com a estratégia global e com a campanha de George Clooney e o mistério do comboio — mas tenho a certeza que este mistério, mais do que nunca, vem também para o dia a dia dos portugueses”, refere em conversa com o +M.

Como exemplo deste desígnio, Mafalda Sttau Monteiro aponta o trabalho “excecional” que foi feito pela equipa em Portugal em termos de ecommerce, que reflete a ideia do café desaparecido e que convida à interação com o consumidor. “Todas estas ativações acabam por ser mais de experiência e é aí que vai estar o nosso grande foco da marca“, diz.

A diretora de marketing considera inclusive que a equipa em Portugal faz um “trabalho excelente” numa perspetiva “glocal”, ou seja, em adaptar as grandes estratégias globais e de as tornar relevantes para o consumidor português. “A equipa faz um grande esforço nesse sentido, de aproveitar as mais-valias, os assets –como o George Clooney — que fazem todo o sentido, que ligam com o charme da marca e trazem um grande valor, mas sempre com uma vertente muito local“, diz.

Nesta senda conta com uma equipa de 24 pessoas, que vão desde áreas como identidade e ativação de marca até relações públicas, eventos, produto e dados do consumidor, onde é trabalhada a “consumer experience” e analisados os dados de que a marca dispõe para “ter a certeza de que fala diretamente com o consumidor”. “Para termos a certeza de que é uma comunicação personalizada, pois hoje em dia essa é uma das grandes necessidades do consumidor: não receber spam, mas sim o que é mais adaptado às suas necessidades“, explica Mafalda Sttau Monteiro.

Em Portugal a marca conta ainda com a colaboração das agências Uzina (em termos de criatividade) Burson (relações públicas) e Wavemaker (digital e planeamento de meios).

Mas foi fora do território nacional que Mafalda Sttau Monteiro começou a trilhar o seu percurso na Nespresso, mais concretamente na sede da empresa, na Suíça, para onde se mudou, uma vez que o seu marido tinha ido para lá trabalhar.

Foi o primeiro momento da minha vida em que tive de me confrontar com uma decisão de escolha entre família e trabalho. Não estava nos planos realmente ir para fora, sempre foi uma das questões em que eu dizia que era portuguesa, que nasci em Portugal e que não ia sair do país e de perto da minha família, mas às vezes a vida traz-nos destas oportunidades e faz sentido aproveitar e ganhar novas experiências”, recorda.

Acabou, portanto, por se juntar à equipa de comunicação da Nespresso global, onde o desafio passou “principalmente” por ouvir os mais de 40 mercados com diferentes necessidades, mas também pelo desenvolvimento de campanhas de marketing e comunicação a nível global, em parceria com a estrela de cinema George Clooney, mas também com “grandes equipas de fotógrafos e realizadores”.

O período que esteve na Suíça foi “extremamente desafiante“, reconhece, desde logo porque quando se vai para um país novo é necessária “toda uma adaptação ao próprio país”. Além disso, apanhou também o período complicado da pandemia, cerca de quatro meses depois de ter assumido funções.

Outro desafio foi o de ter encontrado um ambiente muito multinacional. “Acabei por ter uma equipa onde também estavam alguns portugueses, mas com muitas nacionalidades diferentes. Acaba por ser um choque cultural — no bom sentido –, onde temos de nos adaptar a diferentes formas de estar, a diferentes formas de trabalhar. Eu diria que esse foi o meu segundo desafio de adaptação”, explica.

Numa perspetiva mais estritamente profissional, o desafio foi “passar da realidade do mercado português, mais operacional, onde se tem o negócio muito mais nas mãos, para um lado bastante mais estratégico, onde o dia a dia passava por ouvir 40 diferentes necessidades dos diferentes diretores de marketing e das suas equipas“.

Após cinco anos por terras helvéticas regressou então a Portugal para assumir a direção de marketing da Nespresso em território nacional. Já tinha os olhos no mercado português e fui mantendo contacto com a equipa, discutindo algumas campanhas locais, para ter a certeza que havia coordenação”, revela.

“Venho com este ângulo de grande entusiasmo, de vir liderar uma equipa fantástica e tão reconhecida. E obviamente que também trago valor e tenho algo a acrescentar”, diz.

Além disso, há também um lado pessoal que torna o regresso a Portugal “agradável”. Mãe de três filhos e grávida de sete meses, “é importante ter uma rede de suporte, que só é possível Portugal, com uma família próxima”. “E uma pessoa também sente sempre falta da nossa comida, do lado social, dos amigos. É mesmo com grande entusiasmo e um grande sorriso que volto a Portugal”, refere.

Antes de se juntar à Nespresso, Mafalda Sttau Monteiro começou por integrar a Central de Cervejas, onde trabalhou as marcas Luso de Fruta e Luso Tea, naquele que foi o seu primeiro contacto com “tudo o que era concorrência, o mundo empresarial e reuniões”.

Foi depois para a Danone Portugal, empresa onde esteve cerca de cinco anos e onde fez “amigos para a vida”. Considera que “teve a sorte” de trabalhar principalmente marcas locais, nomeadamente Corpos Danone.

Em termos pessoais, Mafalda Sttau Monteiro diz que já faz parte das famílias numerosas, uma vez que o seu agregado familiar é composto também pelo marido, pelo filho Tomás (de três anos) e pelas filhas gémeas Luísa e Francisca (um ano e três meses). A caminho vem também a Diana, para definir em seis o número de elementos da família. “Isto para despachar de manhã é uma aventura”, confessa, entre risos.

As três crianças — prestes a serem quatro — e a sua felicidade são o seu foco. “Mas também encontrar este balanço entre a carreira – que também é muito importante e toma obviamente muito do meu tempo -, tendo a certeza que dedico o tempo certo aos meus filhos“, diz.

“E essa é uma das questões que também me têm perguntado. Como consigo balancear esta ambição de carreira, com uma experiência internacional e viagens de trabalho, com criar três filhos, que não sintam a falta da mãe no dia a dia. E isto passa muito, obviamente, por uma grande parceria com o meu marido, por um grande suporte familiar (mais atualmente), mas também por muito pragmatismo”, refere.

Tendo em conta este cenário, o tempo livre é bastante reduzido, pelo que os hobbies de Mafalda Sttau Monteiro se resumem a ver uma série “apenas após as 22h”. Em termos de séries, “Desperate Housewives” sempre foi uma das suas preferidas.

Vindos de Lausanne, a família voltou para Carcavelos, onde Mafalda e o marido — com quem está desde os tempos de escola secundária — sempre viveram. Mafalda, aliás, adora viver perto da praia, sendo que para si “não há nada como a brisa do mar”.

Durante grande parte do seu percurso escolar, Mafalda Sttau Monteiro achou que iria ser advogada, desde logo pelo histórico familiar, avô e tios tinham trabalhado na área da advocacia, mas também pelo facto de a mãe sempre lhe ter dito que gostava de argumentar.

“Toda a vida construi o meu percurso escolar muito mais focada em letras do que em números”, refere. Até que a certa altura, disse à mãe, que curiosamente era psicóloga de orientação escolar, que esta talvez tivesse andado enganada, porque iria afinal para a área da economia. Acabou por tirar uma licenciatura em Gestão no ISCTE e um mestrado em Gestão com especialidade em Marketing na Católica.

Mas acho que nunca perdi este meu lado de querer ser advogada. Gosto de uma boa argumentação, de ser desafiada e de construir histórias. Mesmo em termos de séries, as que são relacionadas com advocacia estão sempre no meu top, porque acho que faz todo o sentido contar uma boa história, ter argumentos sólidos, para depois poder defender um ponto. Por isso digo também que a advocacia não é assim tão diferente do marketing“, afirma.

Mafalda Sttau Monteiro em discurso direto

1 – Que campanhas gostava de ter feito/aprovado? Porquê?

A saga de filmes do Chanel N°5 é um verdadeiro ícone da publicidade. O que me fascina é a capacidade de criar histórias intemporais, onde a sofisticação e a emoção se cruzam, elevando um simples perfume a um símbolo de desejo e mistério. Já em termos nacionais, as campanhas de amizade de algumas marcas de cerveja são brilhantes, porque tocam num insight universal: o poder dos laços humanos. A melhor publicidade não impõe, ela reflete quem somos – e essas campanhas fazem isso de forma memorável.

2 – Qual é a decisão mais difícil para um marketeer?

Saber quando deixar ir. Às vezes, a ideia mais apaixonante, o produto mais inovador, simplesmente não encontra o seu espaço. Aceitar que algo não funciona e tomar decisões difíceis – seja cortar um orçamento, descontinuar um produto ou reformular uma estratégia – exige coragem.

3 – No (seu) top of mind está sempre?

“Cuidar”. O cuidado é o ingrediente secreto de qualquer grande marca. Cuidar da experiência do consumidor, do impacto que deixamos no mundo, das pessoas que trabalham connosco. Porque marcas que cuidam, criam relações que duram.

4 – O briefing ideal deve…

Ser um desafio claro e estimulante. Deve caber numa folha e começar com uma pergunta poderosa: qual o problema que queremos resolver? Um bom briefing não deixa espaço para ambiguidades, mas abre caminho para ideias brilhantes.

5 – E a agência ideal é aquela que…

Não tem medo de desafiar. Que não faz apenas o que lhe é pedido, mas propõe aquilo que ninguém esperava – e que faz todo o sentido. Uma agência ideal vê mais longe e consegue traduzir a essência da marca de formas inesperadas.

6 – Em publicidade é mais importante jogar pelo seguro ou arriscar?

Uma marca forte sabe quando inovar e quando reforçar a sua essência. O segredo está no equilíbrio: há momentos para surpreender e há momentos para lembrar ao consumidor porque ele confia em nós. Aquele Arpeggio da manhã? Ele nunca falha. Mas talvez possamos encontrar uma nova forma de lhe contar essa história.

7 – O que faria se tivesse um orçamento ilimitado?

Criaria uma experiência que fizesse cada pessoa sentir o que significa realmente a marca. Não apenas ver, mas sentir. Uma campanha que invadisse a cidade, os sentidos e as conversas. Que criasse momentos que se tornassem memórias. Porque, no final, é disso que se trata – ser lembrado.

8 – A publicidade em Portugal, numa frase?

Um talento imenso, que merecia um palco maior. Criamos campanhas que são autênticas joias criativas, mas muitas vezes não chegam onde deviam. O mundo devia conhecer melhor a publicidade portuguesa.

9 – Construção de marca é?

A soma de cada detalhe. Desde a forma como um colaborador atende um cliente até ao tom de voz numa campanha, tudo comunica. A experiência Nespresso não é apenas um café – é o ritual, o toque, a estética, a promessa de um momento especial. Construir uma marca é garantir que essa promessa se cumpre, todos os dias.

10 – Que profissão teria, se não trabalhasse em marketing?

Advogada – porque há poucas coisas tão estimulantes como uma boa argumentação. No fundo, contar uma boa história, convencer e emocionar… talvez marketing e advocacia não sejam assim tão diferentes.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 10 Fevereiro 2025

Lagarde presta contas no Parlamento Europeu e o INE mostra como se comportou o comércio internacional em dezembro. Na justiça vai ser conhecida a decisão sobre os recursos no caso ‘cartel da banca'.

No início de uma semana marcada desde logo pelo aumento no preço dos combustíveis, é conhecida a decisão do tribunal sobre os recursos apresentados pelos bancos condenados no caso que ficou conhecido como ‘cartel da banca’. O INE divulga estatísticas sobre o comércio internacional referentes ao período de dezembro de 2024 e a presidente do Banco Central Europeu vai ao Parlamento Europeu apresentar o relatório anual de 2024.

Tribunal decide sobre recursos apresentados pelos bancos condenados no ‘cartel da banca’

O Tribunal da Relação de Lisboa decide esta segunda-feira sobre os recursos apresentados pelos bancos condenados no chamado caso do “cartel da banca”. Recorde-se que, em setembro, o Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão (TCRS) confirmou uma coima de 225 milhões de euros aos 11 bancos envolvidos no processo, considerando que houve conluio e “prática concertada”, falseando a concorrência.

Arranca a cimeira de inteligência artificial de Paris

Paris torna-se hoje e amanhã na capital da inteligência artificial ao acolher a cimeira mundial de inteligência artificial, que irá reunir chefes de Estado e de Governo, dirigentes de organizações internacionais, líderes de empresas, investigadores e artistas de uma centena de países para debater o presente e o futuro desta tecnologia. O evento conta também com a participação da ministra da Juventude e Modernização, Margarida Balseiro Lopes.

Como se comportou o comércio internacional?

O Instituto Nacional de Estatística divulga esta segunda-feira estatísticas sobre o comércio internacional referentes ao período de dezembro de 2024. Numa estimativa rápida divulgada no final de janeiro, o INE mostrou que as exportações cresceram 4,1% no último trimestre de 2024 e as importações 5,1%. O INE divulga ainda o índice de volume de negócios, emprego, remunerações e horas trabalhadas na indústria de dezembro.

Lagarde presta contas no Parlamento Europeu

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, vai ao Parlamento Europeu apresentar o relatório anual de 2024. A francesa irá informar os eurodeputados sobre o estado da economia europeia e mundial e das atividades da instituição que dirige.

Combustíveis mais caros esta semana

Os preços dos combustíveis vão ficar mais caros esta semana. A gasolina deverá subir um cêntimo e o gasóleo, o combustível mais usado em Portugal, deverá ficar meio cêntimo mais caro. Quando for abastecer, deverá passar a pagar 1,659 euros por litro de gasóleo simples e 1,773 euros por litro de gasolina simples 95, tendo em conta os valores médios praticados nas bombas à segunda-feira. O primeiro-ministro reiterou, no debate quinzenal da semana passada, que só admite tomar medidas se os preços dos combustíveis subirem para níveis “insuportáveis”.

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Ranking 2024: Fidelidade reforça quota em ano de sucesso das seguradoras Vida

Foi um ano bom para todas as seguradoras mas 2024 trouxe animação aos seguros de Vida. O ranking anual premiou as companhias que venderam mais PPR e produtos de capitalização.

As companhias que exploram o ramo Vida foram as que mais cresceram em 2024, segundo dados agora divulgados pela APS – Associação Portuguesa de Seguradores. Para um mercado total que cresceu 22% em relação a 2023, a posição relativa dos quatro primeiros grupos manteve-se, embora com ligeiras mexidas nas quotas de mercado.

O crescimento deveu-se ao ramo Vida que voltou a ganhar investidores e subiu 35% para quase 6,9 mil milhões de euros. Já os ramos Não Vida subiram para quase 6,5 mil milhões de euros, uma variação positiva de 10,4% muito acima da adição da taxa de inflação e do crescimento real do PIB no ano de 2024. Em conjunto emitiram-se de prémios de 14,6 mil milhões de euros, mais 2,6 mil milhões de euros em relação ao ano anterior.

Em 2024, foram 63 as seguradoras de direito português e sucursais de companhias de estrangeiras a fazer seguros em Portugal, mais duas do que um ano antes. Estas são agrupáveis – pelo ECOseguros – em 37 grupos empresariais que podem deter apenas uma companhia.

Como alterações, registe-se que a Liberty passou a designar-se Generali Seguros y Reaseguros, uma sucursal da companhia espanhola da seguradora italiana que no ano passado passou a deter os negócios da seguradora americana Liberty na Europa. As duas novas companhias que entraram no mercado foram a alemã HDI, do grupo Talanx e a MPS – Mutua Portuguesa de Saúde que já emitiram os seus primeiros prémios no final do ano.

O grupo Fidelidade reforçou a sua quota de mercado de liderança para 30,6%, devido à companhia principal, crescendo quase 23% enquanto a Generali , ainda bastante especializada nos ramos Não Vida, manteve o 3º lugar.

Mantendo o segundo lugar no ranking, o Grupo Ageas Portugal obteve uma subida significativa de 29,4% essencialmente devido à subida da Ocidental Vida que cresceu 59% com a sua ligação ao Millennium bcp.

A Allianz está no 4º lugar do ranking com um crescimento de 17,1% no ano passado, enquanto a BPI Vida e Pensões, representante portuguesa da líder espanhola VidaCaixa, subiu ao 5º lugar com um aumento de vendas de 63% em 2024. O grupo Santander, embora ultrapassado em prémios emitidos pelo BPI VeP subiu um lugar devido a um crescimento provocado mais pelas companhias que detém em parceria com a holandesa Aegon, que pela seguradora principal do grupo.

A Zurich baixou ao 7º lugar, com uma subida de 9% no seu segmento Não Vida, mas com crescimento menor nos seguros de vida. A GamaLife, cresceu 44% e ganhou um lugar no ranking à Lusitania que passou de 8º para 10º lugar.

Isto porque surgiu em 9º lugar do ranking a Mapfre depois de uma subida de 46% em um ano. Em destaque esteve a mais que duplicação para 265 milhões de euros apenas do negócio do Bankinter Vida, cujos seguros são explorados pela Mapfre.

Real Vida entra no TOP 10 das seguradoras

Ao 11º lugar entre os grupos subiu a Real Vida, a companhia portuguesa quase duplicou os seus negócios para 365 milhões de euros e enquanto companhia individual subiu do 14º para o 10º, enquanto as seguradoras do Crédito Agrícola perderam uma posição como grupo, estando agora no 12º. A CA Vida perdeu quase 20% de faturação em relação a um ano antes, mas mesmo a CA Seguros estagnou, o que permitiu à Caravela, que cresceu 17% apenas com negócio Não Vida, subir à 16ª posição no ranking geral.

Houve uma troca entre o grupo Victoria, que subiu 7,8% em prémios e UNA, que cresceu 3,1%.

Nas restantes posições destaque para o crescimento de 25% na Planicare que ganhou três posições enquanto grupo e para a RNA que aumentou as suas vendas em 45%.

Entre as seguradoras especializadas em crédito a Allianz Trade (ex-COSEC) faturou 46 milhões de euros, um crescimento de 4%; seguiu-se a Crédit y Cáución com 19 milhões de euros, a Coface com 12,6 milhões de euros e a CESCE com 11 milhões. A Azuaga, especializada em seguros de caução, cresceu prémios em 6% para 21,3 milhões de euros.

Veja o ranking por grupos seguradores:

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Novo portal dos contratos públicos deverá custar ao Estado 1,5 milhões de euros. Concurso lançado em junho

Financiamento será suportado pelo Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário e da Construção. Plataforma, que vai recorrer a IA, deverá ser lançada em abril de 2026, revelou o Governo.

A nova plataforma dos contratos públicos, que vai substituir o portal Base, deverá custar aos cofres do Estado 1,5 milhões de euros e será totalmente financiado pelo orçamento do Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário e da Construção (IMPIC), revelou ao ECO o Ministério das Infraestruturas e Habitação. A estimativa é que o concurso seja lançado em junho deste ano para o site estar operacional em abril de 2026, segundo a tutela. Até lá, mantém-se em funcionamento o atual portal Base.

“Se se cumprir o lançamento do procedimento em junho e contratualização em setembro ou outubro de 2025, a expectativa é de que o novo portal entre em produção em abril de 2026″, de acordo com o Ministério de Miguel Pinto Luz.

Tendo em conta de que se trata de “um desenvolvimento com vários módulos e integração de inteligência artificial (IA)/machine learning (ML), de personalização avançada, alto volume de usuários, interoperabilidade com outras plataformas e otimização de modelos, a estimativa” do custo de construção do site “é de 1.500.000 euros, mas só após a consulta preliminar ao mercado é que este valor será ajustado”, indicou a tutela.

No “início do ano”, “foi contratualizada a assessoria na fase de formação do contrato, desde a preparação do procedimento pré-contratual, em todas as suas componentes, que inclui a abordagem e consulta preliminar ao mercado e o apoio na elaboração de peças do procedimento em conjugação com as especificações técnicas, até à assinatura do contrato e obtenção de visto prévio pelo Tribunal de Contas, se aplicável”, segundo fonte oficial do Ministério de Pinto Luz.

De lembrar que, no final de 2023, o presidente do IMPIC, Fernando Batista, previa que o portal Base 2.0 pudesse estar em funcionamento já este ano. Mas os prazos derraparam dada a “complexidade” do processo e necessidade de desenvolvimento de “trabalhos preliminares”, justificou a tutela.

A nova plataforma vai manter o “âmbito e objetivo” do portal Base como “repositório dos contratos públicos para efeitos de transparência e accountability, recolha de dados para efeitos estatísticos e para apoio na tomada de decisões políticas e públicas”, assegurou.

Mas passará a recorrer “a tecnologias emergentes que aliviem a carga administrativa e automatizem ao máximo os registos, trazendo celeridade e fiabilidade nos dados recolhidos, o que se traduzirá em redução de custos e aumento de eficiência e eficácia”, segundo os esclarecimentos prestados pelo Ministério.

“Pretende-se que seja um sistema de multilanguage automático, com anonimização de dados pessoais, de apoio ao preenchimento com machine learning, de deteção da qualidade dos dados e apresentação de propostas de correção, de notificação dos utilizadores individualmente ou em grupo por parâmetros dinâmicos, de marcação de registos ‘eventualmente problemáticos’, de identificação de registos em falta, de alertas internos para a gestão do portal e de alterações aos registos, entre outros”, elencou fonte oficial do gabinete de Miguel Pinto Luz.

“O que queremos é que os dados não sejam carregados manualmente, para evitar alguns erros”, defendeu este mês o presidente do IMPIC, Fernando Batista, durante uma conferência que decorreu no Tribunal de Contas (TdC) para apresentar os resultados de um projeto que a instituição realizou nos últimos dois anos, com o apoio da OCDE, para melhorar a eficiência e a transparência da contratação pública.

Antes de ser lançado o novo site, o portal Base será ainda alvo de uma inovação para permitir que uma entidade pública registe de forma automática e agregadamente todos os ajustes diretos simplificados. Esta ferramenta deverá estar disponível até ao final deste ano.

“A agregação dos dados relativos aos ajustes diretos simplificados é para vigorar independentemente do novo portal Base”, salientou a tutela, dando conta que, “no dia 2 de janeiro, foi publicitado um aviso sobre o início do procedimento de elaboração do regulamento que estabelece as regras de transmissão de dados referentes aos ajustes diretos simplificados, de forma agregada, por entidade, até ao final do ano civil a que digam respeito”. “Após elaboração do projeto de regulamento, este será submetido a consulta pública”, indicou o Ministério de Pinto Luz.

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Empresas mantêm benefício fiscal mesmo com despedimento por mútuo acordo. Mas há limites

O crédito fiscal ao investimento proíbe a cessação de contratos de trabalho durante três anos, mas a rescisão por mútuo acordo escapa a esta regra, desde que não seja praticada de forma abusiva.

As empresas que beneficiem do crédito fiscal extraordinário ao investimento (CFEI II) estão impedidas de despedir trabalhadores durante três anos, mas a rescisão por mútuo acordo que dá acesso ao subsídio de desemprego é permitida, desde que não seja usada de forma abusiva, segundo uma informação vinculativa da Autoridade Tributária (AT) no portal das Finanças.

Este incentivo extraordinário permite abater à coleta de IRC 20% dos investimentos efetuados entre 1 de julho de 2020 e 30 de junho de 2021 com o limite de cinco milhões de euros. O regime, criado para ajudar as empresas na altura da pandemia da covid-19, já terminou. Porém, ainda é possível deduzir os custos realizados nos cinco anos seguintes, ou seja, até 2026.

Para poder ter o incentivo, a empresa está impedida de cessar contratos por extinção do posto de trabalho ou através de despedimentos coletivos, durante três anos. No entanto, é possível a rescisão, quando realizada por mútuo acordo do empregador e funcionário, segundo entendimento do Fisco.

“O regime do CFEI II determina que, para os sujeitos passivos de IRC beneficiarem deste regime, não poderão cessar contratos de trabalho”, durante três anos, “ao abrigo das modalidades de despedimento coletivo ou despedimento por extinção do posto de trabalho”, lê-se no esclarecimento da AT.

No entanto, “a rescisão por mútuo acordo, ainda que fundamentada em motivos que permitem o despedimento coletivo ou a extinção do posto de trabalho, […] não integra as modalidades de despedimento coletivo ou de extinção do posto de trabalho”, ressalva a AT.

Assim, o Fisco conclui que “a rescisão por mútuo acordo não impede o sujeito passivo de usufruir do benefício fiscal CFEI II, uma vez que não se enquadra numa das modalidades de despedimento expressamente mencionadas”.

Contudo, há limitações no recurso a esta figura para cessar contratos de trabalho e, ainda assim, manter o direito do trabalhador ao subsídio de desemprego, ressalva a AT, no ofício assinado pela subdiretora-geral para a área tributária dos rendimentos, Maria Helena Pegado Martins.

Citando um acórdão do Tribunal Central Administrativo de 2015, o Fisco escreve que para “prevenir que a entidade patronal pudesse, de conluio com um trabalhador até colaborante porque interessado em passar a receber, quanto antes melhor, as prestações do subsídio de desemprego”, foram estabelecidos limites. Os juízes alertam ainda que as empresas podem “abusar dos acordos de cessação” por mútuo acordo por ser “um meio mais barato de obter o fim de uma relação de emprego”.

Neste sentido, o decreto-Lei n.º 220/2006, de 3 de novembro “permite que a cessação do contrato de trabalho por acordo, fundamentada em motivos que permitam o recurso ao despedimento coletivo ou à extinção de posto de trabalho, seja considerada como despedimento involuntário” e assim poder dar direito ao subsídio de desemprego, “desde que cumpra, também, os estritos limites quantitativos impostos pelos n.ºs 4 e 5 do artigo 10.º”, salienta a AT.

O mesmo diploma estabelece que “as cessações do contrato de trabalho por acordo fundamentadas em motivos que permitam o recurso ao despedimento coletivo ou por extinção do posto de trabalho” devem obedecer aos seguintes limites:

– “Nas empresas que empreguem até 250 trabalhadores, são consideradas as cessações de contrato de trabalho até três trabalhadores inclusive ou até 25% do quadro de pessoal, em cada triénio;

– “Nas empresas que empreguem mais de 250 trabalhadores, são consideradas as cessações de contrato de trabalho até 62 trabalhadores inclusive, ou até 20% do quadro de pessoal, com um limite máximo de 80 trabalhadores em cada triénio”.

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Espanha prepara redução da semana de trabalho. E Portugal?

Espanha está a preparar a redução da semana de trabalho para 37,5 horas. Em Portugal, 40 horas são a norma, mas há exceções: em alguns casos, negociação coletiva fixou as 35 horas.

Os espanhóis preparam-se para trabalhar menos horas por semana. O Governo de Pedro Sánchez deu “luz verde” à redução da semana de trabalho para 37,5 horas, faltando ainda o “sim” do Parlamento. Em Portugal, a semana de trabalho está fixada em 40 horas no setor privado e as confederações empresariais avisam que, neste momento, não há condições para encolher. Ainda assim, em algumas empresas e em certos setores, a negociação coletiva já vai conseguindo fazer emagrecer a carga horária semanal de trabalho.

Yolanda Díaz, ministra do Trabalho no Executivo de EspanhaEPA/SERGIO PEREZ

Comecemos pelo que está a acontecer no outro lado da Península Ibérica. Depois de ter assinado em dezembro um acordo com os representantes dos trabalhadores, o Governo espanhol aprovou em Conselho de Ministros na última semana um diploma que prevê a redução da semana de trabalho das atuais 40 horas para 37,5 horas, medida que impactará cerca de 13 milhões de trabalhadores.

A ministra do Trabalho espanhola, Yolanda Díaz, considerou num “dia histórico” e lembrou que há mais de quatro décadas que a semana de trabalho não era alterada. Esta redução, explicou a governante, não é somente uma mudança económica ou laboral. É uma medida para modernizar o país, argumentou.

A diminuição da semana de trabalho está, portanto, preparada e seguirá agora para o Parlamento, sendo que, neste momento, ainda não estão garantidos os apoios necessários para que saia efetivamente do papel. Mesmo que o Governo consiga garantir o apoio, segundo a Bloomberg, as 37,5 horas só deverão chegar ao terreno no arranque do próximo ano.

Já em Portugal, o Código do Trabalho dita, no seu artigo 203.º, que o período normal de trabalho não pode exceder as oito horas por dia e quarenta horas por semana no setor privado. Em contraste, na Administração Pública, pratica-se a semana de trabalho de 35 horas.

Esta diferença já levou os partidos da esquerda a apresentarem várias vezes no Parlamento propostas de redução da semana de trabalho para 35 horas no setor privado, mas todas foram reprovadas.

Apesar dos chumbos, do lado dos sindicatos, a reivindicação mantém-se: é hora de encolher a carga horária semanal de trabalho. “A fixação das 35 horas como limite máximo da duração da semana de trabalho para todos os trabalhadores é uma reivindicação da CGTP. Com os desenvolvimentos da técnica e da tecnologia, nada justifica que se adie a redução do tempo de trabalho sem quaisquer perdas de retribuição“, sublinha Tiago Oliveira, secretário-geral da CGTP, em declarações ao ECO.

Com os desenvolvimentos da técnica e da tecnologia, nada justifica que se adie a redução do tempo de trabalho sem quaisquer perdas de retribuição.

Tiago Oliveira

Secretário-geral da CGTP

No mesmo sentido, Sérgio Monte, secretário-geral adjunto da UGT, frisa, em conversa com o ECO, que é preciso reduzir o horário de trabalho para se conseguir a tão defendida conciliação da vida pessoal e profissional. O sindicalista afirma que essa diminuição poderia ser feita pela negociação coletiva, mas, não se conseguindo, terá de ser ditada pela lei.

Por outro lado, ouvidas pelo ECO, todas as confederações patronais com assento na comissão permanente da Concertação Social rejeitam qualquer alteração global (isto é, por lei) à semana de trabalho do setor privado.

“Consideramos que o impacto da redução do horário semanal seria muito negativo“, salienta João Vieira Lopes. O presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) realça que redução dos horários “obrigaria à necessidade de contratar novos trabalhadores“, agravando os custos das empresas. Pior, neste momento, escasseia a mão-de-obra, o que tornaria esse recrutamento difícil, salienta o responsável.

Na agricultura, fonte oficial da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) defende que este setor “não pode nem deve avançar com uma redução da semana de trabalho ao nível do Código do Trabalho“, identificando também a “falta crónica de mão-de-obra” e o aumento dos custos como travões a essa eventual medida.

As razões determinantes para não se avançar relacionam-se com a falta crónica de mão-de-obra no setor e aumento de custos.

Fonte oficial da CAP

Na mesma linha, o diretor-geral da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), Rafael Rocha, alerta para o aumento dos custos unitários das empresas e para a redução potencial produtividade economia.

E no setor turístico fonte oficial da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), salienta que, “de forma administrativa ou por imperativo legal”, Portugal não deve seguir o exemplo espanhol. “Nos últimos anos, o capítulo da gestão e organização dos tempos de trabalho tem sido sucessivamente limitado e restringido pelo legislador no que diz respeito à capacidade de gestão desta matéria entre os atores sociais e entre as empresas e os seus trabalhadores”, frisa ainda a mesma fonte.

Questionado pelo ECO sobre este tema da redução da semana de trabalho, o Ministério do Trabalho disse não ter comentários a fazer.

Negociação coletiva já faz emagrecer horários semanais

Ainda que a regra dite uma semana de trabalho máxima de 40 horas no setor privado português, há exceções por via da negociação coletiva.

Aliás, todos os anos, o Centro de Relações Laborais elabora um relatório relativo à contratação coletiva e o tempo de trabalho é, regra geral, um dos temas analisados, uma vez que essa é uma das matérias que mais atenção gera nesse âmbito (a par dos salários).

O relatório publicado no último ano, que é relativo a 2023, indica que a definição da duração máxima do período normal de trabalho diário ou semanal consta “habitualmente do clausulado das primeiras convenções (95% em 2023) e das revisões globais publicadas (98% nesse mesmo ano)”.

A maioria das convenções (65%) fica-se pelo que está previsto na lei, isto é, as 40 horas semanais. Mas há uma fatia (28%) que determina uma duração semanal inferior.

Por exemplo, em empresas públicas, como a NAV Portugal, a carga horária semanal máxima é de 35 horas. E no setor dos seguros, em instituições privadas de solidariedade social e na imprensa essa é também a semana de trabalho que foi acordada entre as partes. Além disso, há convenções que preveem uma duração máxima de 37,5 horas, nomeadamente a da empresa de infraestruturas Infraquinta.

Cerca de 28% das convenções determinam uma duração semanal inferior a 40 horas para todos os trabalhadores. Neste contexto, a duração máxima mais frequentemente definida para o período normal de trabalho semanal corresponde a 35 horas.

Centro de Relações Laborais

Perante estes dados, Sérgio Monte, da UGT, salienta que os sindicatos têm reivindicado e conseguido nalguns setores a redução da semana de trabalho, havendo até empresas onde há diferentes horários para diferentes funções, conta. “Mas há resistências várias por parte do patronato”, confessa.

Na visão deste sindicalista, o argumento de que não é possível reduzir a carga horária por causa dos níveis de produtividade não colhe, uma vez que há todo um outro conjunto de fatores a considerar, como “as tecnologias, os modelos de gestão e a cultura empresarial“.

Já na visão de Tiago Oliveira, da CGTP, o facto de se ir conseguindo diminuir a semana de trabalho em negociação coletiva “releva que é possível uma redução do tempo de trabalho e que desta resultam ganhos para os trabalhadores, mas também significam avanços civilizacionais e novas oportunidades de dinamização da atividade económica”.

Os exemplos de empresas que praticam semanas de trabalho abaixo das 40 horas (por negociação coletiva) mostram apenas que existem empresas e setores específicos em que esta opção é possível e viável. Não é o caso de muitas outras empresas ou setores.

Rafael Rocha

Diretor-geral da CIP

Em resposta, as confederações empresariais sublinham que, se há setores onde essa redução é possível (como mostra a negociação coletiva), esse não é o caso noutros, daí a recusa a uma diminuição global da semana de trabalho.

Os exemplos de empresas que praticam semanas de trabalho abaixo das 40 horas (por negociação coletiva) mostram apenas que existem empresas e setores específicos em que esta opção é possível e viável, sendo a situação avaliada e acordada pelas associações e empresas e as organizações sindicais na contratação coletiva, a sede natural para realizar ajustamentos específicos à realidade dos setores e das empresas. Não é o caso de muitas outras empresas ou setores“, assinala Rafael Rocha, da CIP.

Em concordância, João Vieira Lopes, da CCP, frisa que o que a contratação coletiva demonstra “é que nos setores ou nas áreas onde é possível reduzir o horário de trabalho semanal as empresas fizeram esse ajustamento há muitos anos“. Mesmo no comércio há exemplos de horários reduzidos, aponta. Neste caso, para profissionais de escritório e profissionais de tecnologias de informação, design e comunicação e outras funções análogas.

Da agricultura — setor coberto na íntegra pela negociação coletiva, segundo a CAP –, chega a mesma mensagem: a redução da carga horária é possível nuns casos, noutros não. E a CTP atira, em declarações ao ECO, que, “quando um determinado setor ou uma determinada empresa pratica um número menor de horas de trabalho semanal é porque entendeu, de acordo com a sua realidade empresarial e laboral, assim o fazer“. “Não deve ser o Estado, o Governo, a imiscuir-se nesta matéria“, assevera a confederação presidida por Francisco Calheiros.

Menos horas de trabalho, mais produtividade?

De acordo com os dados do Eurostat, os trabalhadores europeus trabalharam, em média, 36,1 horas semanais em 2023, havendo variações importantes entre os Estados-membros. Por exemplo, na Grécia, a média ficou pouco abaixo das 40 horas por semana, em Portugal rondou as 38 horas, mas nos Países Baixos ultrapassou em pouco as 32 horas semanais.

Além dos Países Baixos, os demais países que se destacam por terem as cargas horárias semanais de trabalho mais baixas são a Áustria (33,6 horas) e a Alemanha (34,0 horas). Ora, esses são os países onde os trabalhadores cumprem, em média, menos horas por semana, mas estão (também segundo o Eurostat) entre os mais produtivos do Velho Continente.

“De facto, os países com menos horas de trabalho por semana são precisamente os mais produtivos, mas isso mostra apenas que só ganhos relativos de produtividade permitem a redução do tempo de trabalho sem perda de competitividade. Não é este, ainda, o caso de Portugal”, reage Rafael Rocha, da CIP.

A solução para alcançar ganhos de produtividade não será, obviamente, a redução do tempo de trabalho, mas a melhoria da qualificação da população portuguesa e a criação de um ambiente regulatório favorável ao desenvolvimento das empresas e da produtividade, o que passa, também, pela redução da carga fiscal e parafiscal que recai sobe o tecido produtivo, bem como pela redução dos custos de contexto, que consomem tempo e recursos que poderiam ser aplicados em atividades mais produtivas”, continua o responsável.

Parece-me difícil Portugal seguir esse caminho [espanhol]. Em termos políticos, o Governo já expressou sua perspetiva negativa, por exemplo, quanto à semana de quatro dias.

Pedro Martins

Professor da Nova SBE

Também questionado sobre o aparente “paradoxo” entre a produtividade e a semana de trabalho, o economista Pedro Martins, professor na Universidade Nova de Lisboa, esclarece: “mais produtividade significa melhores condições de trabalho”. Ou seja, em economias mais produtivas, os trabalhadores conseguem refletir esses ganhos em aumentos salariais e na redução das horas de trabalho, observa,

De resto, na visão deste especialista, “é difícil” Portugal seguir o exemplo espanhol da redução da semana de trabalho. Por um lado, diz, a expressão de empresas que, em negociação coletiva, acordaram cargas inferiores a 40 horas ainda é baixa deste lado da fronteira, o que não suporta uma generalização das 37,5 horas.

Por outro, “em termos políticos”, o Governo já deixou clara a sua “perspetiva negativa”, por exemplo, em relação à semana de trabalho de quatro dias, sublinha Pedro Martins.

Uma oportunidade para Portugal?

Espanha vai cortar a semana de trabalho, sem diminuir os salários, encarecendo o custo do trabalho. Será esta uma oportunidade para Portugal ganhar competitividade no cenário europeu? As respostas recolhidas pelo ECO vão no sentido negativo.

“Para abrirmos essa porta, teríamos de nos equiparar a Espanha em relação a muitos outros fatores“, salienta a Confederação do Turismo de Portugal. “Antecipamos que a redução da semana de trabalho em Espanha irá prejudicar a sua competitividade, mas não será certamente a eventual deterioração da situação económica de Espanha que irá beneficiar Portugal, bem pelo contrário”, enfatiza Rafael Rocha, da Confederação Empresarial de Portugal.

João Vieira Lopes, da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, deixa um recado na mesma veia: “a capacidade de um país para atrair investimento e o reforço da competitividade das empresas que trabalham em Portugal faz-se por múltiplos fatores, como o sistema fiscal, o funcionamento da justiça, a burocracia existente, entre outros aspetos“. Ou seja, mesmo com esta mudança, sem outras mudanças, Portugal não conseguirá melhorar a sua competitividade, remata.

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Parla acolhe a exposição de arte urbana Mexicráneos, promovida pelo Grupo Albia

  • Servimedia
  • 10 Fevereiro 2025

Parla acolhe até 20 de fevereiro uma das maiores exposições de arte urbana do mundo: Mexicráneos.

Promovida pelo Grupo Albia, empresa líder no setor funerário nacional, a exposição itinerante chega à Plaza de la Guardia Civil do município de Madrid com 8 das suas emblemáticas caveiras gigantes, depois de ter percorrido com êxito outros espaços da Comunidade de Madrid, como o Aeroporto Adolfo Suárez Madrid-Barajas, o Parque El Retiro, Villaviciosa de Odón, Fuenlabrada e Torrejón de Ardoz.

A exposição também viajou para outras partes de Espanha, como Salamanca, Saragoça, Cádis e Leão, chegando, no total, a mais de 18 milhões de pessoas ao longo de vários anos de itinerância. Trata-se de um projeto artístico que procura despertar na sociedade a necessária conversa sobre o luto e eliminar os tabus que giram em torno da despedida dos entes queridos, bem como dar visibilidade à cultura do México e à festa do Dia dos Mortos.

Em suma, a exposição revela o lado artístico da cultura funerária e procura romper com ideias preconcebidas sobre a perda e o processo de luto, através de uma proposta marcante cujas cores e composições são um reflexo das figuras cadavéricas tradicionais e da cultura do México, um país com uma rica tradição funerária.

“Graças ao apoio da Câmara Municipal de Parla, conseguimos trazer para o município esta exposição emblemática, que já percorreu grande parte de Espanha e despertou grande interesse junto do público. Com Mexicráneos, os habitantes de Parla terão a oportunidade de refletir sobre o papel essencial que o setor funerário desempenha na sociedade e de colocar em cima da mesa a conversa necessária em torno da despedida dos entes queridos”, explicou Julia Pérez, diretora da zona central do Grupo Albia.

Por seu lado, Ramón Jurado Rodríguez, presidente da Câmara Municipal de Parla, manifestou o seu entusiasmo pela chegada da exposição à cidade: “Pela segunda vez em Parla, em colaboração com a empresa de serviços funerários Grupo Albia, temos a oportunidade de aproximar a cultura mexicana dos nossos vizinhos. É também um convite para refletir sobre o luto e a morte de um ponto de vista artístico. Esperamos e desejamos que o público aprecie esta exposição artística”.

 

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