Tribunal de Contas conclui que Portugália alugou aviões à margem da lei. Christine Ourmières-Widener e Luís Rodrigues responsabilizados

Tribunal de Constas (TdC) considera que a administração da Portugália não cumpriu a obrigatoriedade de visto prévio relativamente a um contrato para aluguer de aviões celebrado em 2023.

O Tribunal de Contas concluiu que a administração da Portugália não cumpriu a exigência de fiscalização prévia relativamente a dois aditamentos a um contrato de locação de aeronaves, em fevereiro e março de 2023. A anterior CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, e o atual, Luís Rodrigues, estão entre os administradores responsabilizados. Ilegalidade “é suscetível de determinar responsabilidade financeira sancionatória”.

A Portugália avançou no verão de 2022 com um contrato de locação de aeronaves, incluindo tripulação, manutenção e seguro, conhecido como ACMI (aircraft, crew, maintenance and insurance), para fazer face ao atraso na entrega de novos aviões. Na altura, foi noticiado o envolvimento da Bulgaria Air.

Nos primeiros meses do ano seguinte, fez dois aditamentos ao contrato, no valor de 1,05 milhões e 2,1 milhões de euros. Enviou-os para fiscalização prévia do Tribunal de Contas (TdC), mas produziram efeitos antes deste se pronunciar.

Estes aditamentos encontravam-se sujeitos a fiscalização prévia do TdC, nos termos da alínea e) do n.º 1 do artigo 46.º da LOPTC [Lei de Organização e Processo do Tribunal de Contas] e não poderiam legalmente produzir efeitos materiais antes da pronúncia deste Tribunal”, conclui a entidade liderada por Filipa Urbano Calvão, num relatório divulgado esta terça-feira. Além disso, “não podiam produzir quaisquer efeitos financeiros (pagamentos) antes da pronúncia do TdC, em sede de fiscalização prévia”.

Segundo o Tribunal, a Portugália deu execução material e financeira aos aditamentos antes da sua pronúncia. Em relação ao segundo aditamento, isso aconteceu antes mesmo da remessa ao TdC.

Os juízes conselheiros, Nuno Coelho, Miguel Pestana de Vasconcelos e Paulo Nogueira da Costa concluíram que a ilegalidade identificada “é suscetível de determinar responsabilidade financeira sancionatória”. A multa tem como limite mínimo o montante correspondente a 2.550 euros e como limite máximo o montante correspondente a 18.360 euros.

A entidade que fiscaliza as contratos de entidades do Estado considerou que os responsáveis pela prática da infração são “a ex-presidente e o atual presidentes do conselho de administração” da Portugália, Christine Ourmières-Widener, na altura também CEO da TAP, e Luís Rodrigues, que é também chairman e CEO da companhia aérea. A responsabilidade estende-se aos “à data e atuais vogais” do conselho de administração da Portugália. Atendendo à data de início de funções, a responsabilidade de três administradores foi relevada.

A Portugália e os então administradores argumentaram que “era sua convicção que os mesmos não estavam sujeitos à fiscalização prévia do TdC e, por outro lado, consideravam que estavam perante uma urgência imperiosa atentas as consequências financeiras e reputacionais da não execução destes aditamentos“, lê-se no relatório do Tribunal.

Em sede de contraditório, a Portugália e os responsáveis indiciados alegaram ainda a “verificação de uma causa de exclusão da ilicitude (conflito de deveres), a ausência de culpa por violação de deveres de mandato ou de exclusão da culpa como a atuação em estado de necessidade desculpante, terminando com pedidos de arquivamento do processo ou de relevação da responsabilidade financeira sancionatória ou ainda dispensa da aplicação de multa, caso não fossem considerados os argumentos expostos”.

Os juízes conselheiros decidiram remeter o processo ao Ministério Público. A Portugália terá de pagar 3.090,15 euros em emolumentos.

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DBRS atribui pela primeira vez rating de nível A à Caixa Geral de Depósitos

Banco público alcança melhor rating desde a crise financeira de 2011. DBRS justifica melhoria da notação de risco do banco público devido aos elevados resultados e à redução do crédito malparado.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) tem pela primeira vez o rating A atribuído pela agência DBRS Morningstar por conta dos lucros elevados e da redução do crédito malparado, segundo anunciou o banco esta quarta-feira.

O rating de longo prazo (Long Term Issuer Rating) subiu de BBB (high) para A (low), com o outlook a manter-se “positivo”, o que indica que a notação poderá voltar a subir nos próximos meses.

“Com a elevação do rating A (low), a Caixa alcança pela primeira vez, no caso da DBRS, o escalão superior ao BBB no qual se encontrava desde o rating inicial atribuído em 2011”, diz o banco público em comunicado enviado ao mercado.

Para esta decisão contribuiu “a melhoria significativa dos resultados do banco e a redução de NPL (non-performing loans), cuja evolução supera a dos seus pares nacionais e internacionais”, aponta a CGD.

“Estes dois fatores, de acordo com esta agência, ilustram a eficaz reestruturação da Caixa e a redução do risco do seu balanço. Além disso, a subida do rating reflete a forte capitalização do banco, suportada numa maior capacidade de geração orgânica de capital”, acrescenta.

A DBRS poderá voltar a subir o rating do banco liderado por Paulo Macedo porque, “apesar da esperada redução das taxas de juro, manterá uma forte capacidade de gerar receitas enquanto os rácios de NPL permanecerão baixos”.

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“TDT é um projeto que não vingou”, admite Pedro Duarte, que quer libertar a RTP do “capitalismo publicitário”

  • Lusa e + M
  • 30 Outubro 2024

"É um encargo brutal que, se calhar, um dia temos de repensar", afirmou Pedro Duarte sobre a TDT. Ministro refere-se aos spots comerciais como "capitalismo publicitário".

A televisão digital terrestre (TDT) “é um projeto que não vingou”, sendo utilizada por menos de 3% da população e representando um encargo de oito milhões de euros por ano à RTP, afirmou esta quarta-feira o ministro dos Assuntos Parlamentares.

Pedro Duarte falava na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, no âmbito dos requerimentos do Bloco de Esquerda (BE), PCP, PS, Chega e Livre sobre o Plano de Ação para a Comunicação Social anunciado pelo Governo.

A história mostra-nos que a TDT é um projeto que não vingou. Nós, hoje em dia, aquilo que sabemos é que a TDT é utilizada por uma percentagem absolutamente diminuta, provavelmente não chega a 3% da população portuguesa“, lamentou o governante Atualmente, “é um encargo brutal que, se calhar, um dia temos de repensar, desde que se garanta o acesso de todos à televisão“, afirmou Pedro Duarte.

A TDT “existe para garantir o acesso de todos, mas se conseguirmos garantir esse direito de forma mais barata, se calhar é outra gordura que, eventualmente, a RTP poderá cortar”, prosseguiu. A publicidade “toda comercial que temos é gasta na TDT e ainda é preciso reforçar e, repito, para chegar a dois vírgula tal por cento da população portuguesa”, apontou.

Sem desvalorizar esses 2% da população que usam a TDT, “estou a dizer é que podemos ter, se calhar, soluções muito mais eficientes e mais baratas”, concluiu.

Ministro diz pretender “libertar RTP do capitalismo publicitário”

Referindo diversas vezes que o fim, no espaço de três anos, da publicidade na RTP não implica uma descapitalização da empresa, o ministro dos Assuntos Parlamentares afirmou que a “única coisa” que o Governo está a alterar é a “fonte de financiamento de 9% das receitas da RTP“, cujo peso tem vindo a reduzir-se.

O governante, em resposta ao PS, disse que o facto de se dizer “que há um plano de descapitalização, um plano de desmembramento [da RTP] é manifestamente exagerado, para não dizer descabido”. Até porque “a única coisa que estamos a alterar é a fonte de financiamento de 9% das receitas da RTP, 9% que mesmo que se nós não fizermos nada se calhar no próximo ano é 8% e depois é 7%”, prosseguiu o ministro.

“O financiamento de publicidade comercial está cair de forma abrupta na RTP ao longo dos anos”, apontou Pedro Duarte, citando que recentemente foi escrito que em 1993 “valia 73% do orçamento” do grupo de media público. “Hoje vale 9%, mesmo que não fizéssemos nada provavelmente essa receita iria acabar, nós estamos a acelerar esse fim“, insistiu o governante.

Compensando a RTP de outras formas e libertando a RTP, à semelhança do que acontece por exemplo na BBC, na TVE, na generalidade das estações públicas nórdicas que não têm publicidade comercial e que são muito relevantes no seu país“, disse.

Perante isto, “é viver num mundo de ficção absolutamente alucinada e admito que só uma tentação de fazer oposição por fazer oposição é que pode levar a que não se pense com calma e serenidade” sobre as medidas que estão a ser propostas, considerou. Pedro Duarte referiu que o que o Governo está a propor, “e é isso que é essencial”, é o “reforço do papel da RTP” na sociedade.

Ainda em resposta à deputada do PS Mara Lagriminha, que disse que a RTP é uma empresa que não dá problemas ao Estado, o governante contrapôs: “Mas eu acho que dá”. “Não estou a falar do ponto de vista financeiro, nem da sua gestão, estou a dizer porque acho que a RTP só faz sentido existir se de facto prestar serviço público de media que hoje em dia a sociedade precisa“, sublinhou.

E “dá muitas dores de cabeça porque eu sei o futuro que aí vem. Não tem a ver com a RTP hoje, tem a ver com a RTP amanhã”, acrescentou o ministro.

Se “não fizermos nada, acredite, podemos todos ter as melhores intenções, os melhores gestores à frente da RTP, os melhores jornalistas, mas se não dermos condições” para a empresa se modernizar e se adaptar aos novos públicos e aos novos tempos, a “RTP tende para a irrelevância”, rematou, referindo que isto “vale para qualquer televisão” e em toda a Europa.

O governante apontou que as audiências da RTP são mais baixas do que o executivo gostaria, e alertou que são, também, mais envelhecidas. De acordo com Pedro Duarte, 64% da audiência da RTP1 tem mais de 65 anos, enquanto entre os 15 e os 35 anos esta percentagem é “pouco mais de 5%”.

O fim da publicidade, insistiu o ministro, permite libertar a RTP1 do “capitalismo publicitário”. “Queremos olhar para os cidadãos e não para os consumidores“, afirmou, referindo que se “perde audiência com publicidade”. A prová-lo, as plataformas de streaming, nas quais os telespectadores estão dispostos a pagar para não ver anúncios, deu como exemplo Pedro Duarte. “Estamos a dar à RTP a vantagem de não ter de passar publicidade para ter receitas”, defendeu.

Repetindo a ideia de que a RTP sem publicidade se pode tornar mais relevante, Pedro Duarte diz que a programação deve estar baseada no tripé informação, cultura/ciência/desporto e entretenimento, com uma “maior centralidade no pilar da informação e do jornalismo”.

Questionado sobre a decisão do corte da publicidade antes da apresentação do novo contrato de concessão, o ministro afirmou que o compromisso é o governo apresentar a sua proposta de contrato de concessão até ao final do ano. Ou seja, a celebração de um novo contrato de concessão é remetida para 2025.

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Pelo menos 63 mortos em Espanha devido ao mau tempo

  • Lusa e ECO
  • 30 Outubro 2024

A região mais afetada é a comunidade valenciana, com o governo regional a confirmar pelo menos 62 mortes. Governo português disponibiliza ajuda ao país vizinho.

O mau tempo no leste de Espanha provocou pelo menos 63 mortos na última noite e madrugada, segundo um novo balanço das autoridades locais.

A região mais afetada é a Comunidade Valenciana, com o governo regional a confirmar pelo menos 62 mortes. Está ainda confirmada uma vítima mortal na região vizinha de Castela La Mancha.

Segundo o serviço de emergências da Comunidade Valenciana, cerca de 200 pessoas foram resgatadas durante a madrugada de diversos locais, mas as equipas de proteção civil e de militares que estão no terreno continuavam ao início da manhã sem acesso a várias zonas afetadas, por haver vias inundadas e destruídas ou infraestruturas afetadas.

Numa declaração aos jornalistas, o coordenador das equipas de emergência, José Miguel Basset, disse que com o nascer do dia e o reforço de meios começou a ser possível iniciar resgates com meios aéreos e que ao início da manhã havia centenas de pessoas presas, por exemplo, em troços de duas autoestradas, numa situação que considerou “muito complicada”.

Além de haver infraestruturas afetadas, há também várias zonas sem comunicações e eletricidade, disse José Miguel Basset.

Sánchez diz que emergência devido ao mau tempo em Espanha continua e garante apoio a afetados

O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, garantiu esta quarta-feira apoio a todos os afetados pelo mau tempo no país, e alertou que “a emergência continua”, pedindo à população para extremar as precauções.

Numa declaração ao país a partir da sede do Governo espanhol, em Madrid, Sánchez pediu à população para “não baixar a guarda” porque o mau tempo “continua a causar estragos”.

Ainda não podemos dar por concluído este devastador episódio”, realçou, sublinhando que continuam sob avisos meteorológicos as regiões autónomas da Comunidade Valenciana, Andaluzia, Aragão, Castela La Mancha, Catalunha, Extremadura, Navarra e Rioja, assim como a cidade autónoma de Ceuta.

“Extremem as precauções e todas as medidas de segurança”, pediu Sánchez, que especificou o apelo à não circulação em estradas em várias províncias, assim como perto de cursos de água ou barrancos.

O líder do Governo insistiu também na importância de serem seguidas e respeitadas todas as recomendações dos serviços de emergência e das forças de segurança.

Segundo o primeiro-ministro, além dos mais de 63 mortos confirmados, há “dezenas de municípios inundados, estradas e vias cortadas, pontes destruídas pela violência das águas”, sobretudo em Valência.

Sánchez manifestou “toda a solidariedade” aos familiares e próximos das vítimas mortais e a quem “continua a procurar seres queridos”.

“Espanha inteira chora com todos e com todas vós“, afirmou, garantindo “todos os meios necessários” para as tarefas de resgate em curso e para que seja possível “recuperar desta tragédia”.

Sánchez garantiu também ajudas “com todos os recursos do Estado e, se for necessário, da União Europeia”, para a reconstrução de infraestruturas e casas afetadas ou destruídas pelo mau tempo.

Felipe VI garante apoio a afetados por mau tempo

O chefe de Estado de Espanha, o Rei Felipe VI, disse estar desolado pelas consequências do mau tempo no leste do país e garantiu “todo o apoio necessário” aos afetados e familiares dos mortos confirmados.

“Desolados com as últimas notícias sobre a DANA”, escreveu a Casa Real de Espanha na rede social Twitter usando o acrónimo de “depressão isolada em níveis altos”, o fenómeno meteorológico que atingiu o leste de Espanha na última noite e madrugada, em especial a região da Comunidade Valenciana.

“O nosso mais sentido pêsame aos familiares e próximos dos mais de 50 mortos. Força, ânimo e todo o apoio necessários para todos os afetados”, lê-se na mesma publicação, em que a Casa Real manifesta ainda reconhecimento pelo às autoridades locais e autonómicas e a todos os serviços de emergência, Forças Armadas e forças de segurança do Estado “pelo trabalho titânico” que estão a realizar no terreno.

A ministra da Defesa de Espanha, Margarita Robles, disse esta quarta-feira aos jornalistas, em Madrid, que a região de Valência viveu nas últimas horas “um fenómeno sem precedentes”.

Marcelo e Montenegro deixam mensagem de solidariedade e disponibilizam ajuda

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, enviou esta quarta-feira uma mensagem ao monarca espanhol, Felipe VI, exprimindo solidariedade e condolências pelas inundações na região de Valência, que provocaram dezenas de mortos.

“O Presidente da República enviou uma mensagem ao Rei Felipe de Espanha, exprimindo solidariedade e condolências pelas dramáticas inundações na zona de Valência que provocaram dezenas de mortos e muitos feridos”, lê-se numa nota publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, mostrou disponibilidade para dar “toda a ajuda necessária” ao país vizinho. “O governo português expressa o maior pesar pelo elevado número de vítimas das inundações registados em Espanha, mostra solidariedade a todo o povo espanhol e disponibiliza-se para toda a ajuda necessária”, lê-se numa mensagem publicada pelo primeiro-ministro da rede social X.

UE pronta a ajudar Espanha devido ao mau tempo

A presidente da Comissão Europeia anunciou esta quarta-feira que o sistema de satélites Copernicus foi ativado para ajudar a coordenar as equipas de socorro que enfrentam os efeitos da tempestade Dana em Espanha, que já provocou 63 mortes.

“Ativámos o nosso sistema de satélite Copernicus para ajudar a coordenar as equipas de resgate e já propusemos ativar o nosso mecanismo de proteção civil. A Europa está pronta para ajudar”, disse Ursula von der Leyen, em Bruxelas.

A ativação do mecanismo de proteção civil da União Europeia tem como objetivo reforçar a cooperação em matéria de proteção civil entre os Estados-membros e outros dez países para dar uma melhor resposta face às catástrofes.

“O que estamos a ver é devastador. Cidades inteiras estão cobertas de lama, as pessoas procuram refúgio nas árvores e os carros foram arrastados pela fúria das águas“, disse a política europeia.

A presidente da Comissão Europeia lembrou que morreram dezenas de pessoas e “milhares” estão deslocadas.

“Os nossos pensamentos estão com as vítimas, as suas famílias, amigos, mas também com as equipas de resgate. As equipas de resgate estão a trabalhar incansavelmente para trazer o maior número possível de pessoas para um local seguro“, sublinhou a presidente da Comissão Europeia.

Já o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, garantiu que a União Europeia “está pronta a prestar o seu apoio” a Espanha e agradeceu às equipas de emergência espanholas “pelo seu compromisso inabalável em salvar vidas” após as inundações provocadas pelo fenómeno meteorológico Dana, declarou Michel na rede social X.

Charles Michel apresentou as suas condolências às vítimas e aos seus familiares e prestou o seu apoio ao Presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez.

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Governo diz que saída de até 250 trabalhadores da RTP foi sugerida pela administração

  • Lusa e + M
  • 30 Outubro 2024

O plano de saídas voluntárias da RTP tem como teto a saída de 250 trabalhadores, com a contratação de um novo trabalhador com perfil diferente - digital - por cada duas saídas.

O programa de rescisão voluntária de até 250 trabalhadores da RTP foi sugerido pelo Conselho de Administração da empresa, disse esta quarta-feira o ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, no parlamento. O ministro dos Assuntos Parlamentares sublinhou que o programa de rescisões voluntárias de até 250 trabalhadores da RTP foi sugerido pelo Conselho de Administração da empresa, que considera o quadro de pessoal “caro e desajustado”.

“Isto é uma medida que nos foi pedida pelo Conselho de Administração, que nós subscrevemos porque nos foram apresentados fundamentos muito claros da necessidade de renovação do quadro pessoal, que é considerado pelo Conselho de Administração, e estou a citar, caro e desajustado, e eu concordo“, afirmou o ministro.

Pedro Duarte falava na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, no âmbito dos requerimentos do Bloco de Esquerda (BE), PCP, PS, Chega e Livre sobre o Plano de Ação para a Comunicação Social anunciado pelo Governo.

O governante sublinhou que estas saídas são voluntárias e, como tal, pedidas pelos funcionários. “É nesse sentido que este plano vai para a frente”, disse.

O ministro assegurou que o executivo não tem qualquer intenção em mexer no quadro de pessoal da RTP e que este plano de saídas voluntárias não tem qualquer relação com a retirada de publicidade comercial da emissora púbica.

“O plano de saídas voluntárias é algo que já existia quando nós chegamos ao Governo, que está escrito no plano estratégico” da empresa, vincou. Pedro Duarte apontou que foram colocados dois cenários: um até 80 trabalhadores e outro até 250 trabalhadores. “A opção do Governo é: se nos foram pedir até 250 trabalhadores, nós autorizamos até 250 trabalhadores”.

De acordo com o plano do Governo para os media, os canais de televisão da RTP deverão gradualmente, durante os próximos três anos, eliminar a publicidade comercial das suas grelhas. Paralelamente, a redução do tempo dedicado à publicidade comercial deverá ser compensada com espaços de promoção e eventos culturais, de acordo com o plano.

Uma segunda medida aplicada ao grupo de rádio e televisão públicas é o plano de reorganização e modernização, que terá um custo máximo de 19,9 milhões de euros, sendo que as indemnizações por saídas voluntárias têm uma “poupança estimada de 7,3 milhões de euros por ano”, segundo o plano.

O plano de saídas voluntárias da RTP tem como teto a saída de 250 trabalhadores, com a contratação de um novo trabalhador com perfil diferente – digital – por cada duas saídas.

Num email enviado aos trabalhadores da RTP a 9 de outubro, e ao qual o +M teve acesso, a administração da RTP, liderada por Nicolau Santos explicava, sobre o plano de saídas voluntárias, “que ele tem sido solicitado com insistência por parte dos sindicatos e da Comissão de Trabalhadores”. “O plano gizado pelo CA e permitido por lei abrangia até 80 trabalhadores e a empresa não poderia recorrer a mais nenhum plano durante três anos. Nesse sentido, o Governo perguntou ao CA se não desejaria que fosse mais abrangente e é assim que surge um plano de saídas voluntárias até 250 trabalhadores. Esse plano fica no entanto dependente da forma como será financiado, o que será alvo de negociações entre o CA e o Governo”, escrevia a administração da RTP.

 

(notícia atualizada com mais informação às 13h30)

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Euribor mantém-se a três meses e cai para novos mínimos a seis e a 12 meses

  • Lusa
  • 30 Outubro 2024

Esta quarta-feira, as taxas Euribor recuaram para 2,867% a seis meses e para 2,548% a 12 meses, enquanto no prazo mais curto (três meses) manteve-se nos 3,056%.

A Euribor manteve-se esta quarta-feira a três meses e desceu a seis e a 12 meses para novos mínimos desde janeiro de 2023 e outubro de 2022, respetivamente. Com estas alterações, a taxa a três meses, que se manteve em 3,056%, continuou acima da taxa a seis meses (2,867%) e da taxa a 12 meses (2,548%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 1 de dezembro de 2023, recuou para 2,867%, menos 0,019 pontos e um novo mínimo desde 19 de janeiro de 2023.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro de 2022, também baixou, para 2,548%, menos 0,029 pontos do que na terça-feira e um novo mínimo desde 6 de outubro de 2022.
  • Em contrapartida, a Euribor a três meses manteve-se esta quarta-feira, ao ser fixada de novo em 3,056%.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a agosto mostram que a Euribor a seis meses representava 37,6% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representava 33,2% e 25,8%, respetivamente.

A média da Euribor em setembro desceu a três, a seis e a 12 meses, menos acentuadamente do que em agosto e com menos intensidade nos prazos mais curtos. A média da Euribor em setembro desceu 0,114 pontos para 3,434% a três meses (contra 3,548% em agosto), 0,167 pontos para 3,258% a seis meses (contra 3,425%) e 0,230 pontos para 2,936% a 12 meses (contra 3,166%).

Em 17 de outubro, o Banco Central Europeu (BCE) cortou as taxas de juro em um quarto de ponto pela terceira vez este ano, a segunda consecutiva, para 3,25%, face a uma inflação que considera estar “no bom caminho” e a uma atividade económica pior do que o previsto.

Depois do encontro de 17 de outubro na Eslovénia, o BCE tem marcada para 12 de dezembro a última reunião de política monetária deste ano.

Em 18 de setembro foi a vez de a Reserva Federal norte-americana (Fed) cortar os juros em 50 pontos base, naquela que foi a primeira descida desde 2020.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Quatro concelhos voltam a ter pontos de venda de jornais a partir de novembro

  • Lusa
  • 30 Outubro 2024

"Estamos a intervir também em matérias de distribuição", afirmou o ministro Pedro Duarte, elencando algumas das 30 medidas do plano de apoio aos media.

O ministro dos Assuntos Parlamentares anunciou esta quarta-feira que a partir de novembro os quatro concelhos que não tinham pontos de venda de jornais e revistas – Vimioso, Freixo de Espada a Cinta, Marvão e Alcoutim – vão passar a ter.

Pedro Duarte falava na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, no âmbito dos requerimentos do Bloco de Esquerda (BE), PCP, PS, Chega e Livre sobre o Plano de Ação para a Comunicação Social anunciado pelo Governo.

“Estamos a intervir também em matérias de distribuição”, afirmou o ministro, elencando algumas das 30 medidas do plano de apoio aos media.

O governante alertou para a “uma perigosíssima tendência” de poder haver “muitos portugueses” que não podem aceder a publicações periódicas porque elas não chegam lá”, recordando que existem atualmente quatro concelhos sem um único ponto de venda.

Os quatro concelhos em questão são Vimioso, Freixo de Espada a Cinta, Marvão e Alcoutim, tinha avançado o governante, durante o encontro com jornalistas sobre o Plano de Ação para a Comunicação Social, em 08 de outubro.

Estava há quatro anos assim e foi-nos dito pela distribuidora que provavelmente daqui a uns meses seriam 15 ou 20 concelhos desta natureza”, prosseguiu. “E foi ontem [terça-feira], aliás, que assinámos o último protocolo do último dos quatro concelhos”, pelo que, “a partir do próximo mês de novembro, vamos voltar a ter pontos de venda nestes locais”, concluiu.

O Plano de Ação para os media contém 30 medidas e prevê o fim da publicidade da RTP em 2027.

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Iberdrola Renewables promove Nuria Brinkmann a head of legal em Portugal

Nuria Brinkmann integrou a equipa da Iberdrola em 2022, na posição de legal counsel, após ter feito parte, durante oito anos, do departamento de energia da Miranda.

A Iberdrola, multinacional espanhola da energia, promoveu recentemente Nuria Brinkmann para a posição de head of legal da Iberdrola Renewables em Portugal. Nuria Brinkmann, que possui experiência no setor, integrou a equipa da Iberdrola em 2022, na posição de legal counsel, após ter feito parte, durante oito anos, do departamento de energia da Miranda & Associados, um escritório de advogados de reconhecido prestígio no setor.

A Iberdrola foi adjudicatária de vários projetos solares em Portugal nos leilões de 2019 e 2020 e, desde então, colocou em operação dez projetos com diferentes tecnologias no país, designadamente um dos maiores projetos hidroelétricos da Europa. Atualmente está a desenvolver novos projetos, com uma potência agregada superior a 2GW, incluindo as três maiores centrais fotovoltaicas do país, localizadas em Sines e Moura. Estas centrais terão a capacidade de fornecer energia limpa a quase um milhão de famílias e irão contribuir, de forma significativa, para o alcance das metas estabelecidas no ambicioso plano de descarbonização do país.

Sobre a atual transição energética, a advogada comenta: “É um momento privilegiado para as energias renováveis, e trabalhar de forma tão próxima do negócio como o fazemos na equipa jurídica da Iberdrola dá uma melhor noção da dimensão do que a Iberdrola está a desenvolver em Portugal. Por outro lado, também acarreta desafios, especialmente dada a singularidade destes projetos, que não têm precedentes no país, quer pela sua dimensão, quer pelo seu nível de inovação tecnológica. Desafios desta dimensão obrigam a pensar fora da caixa e a ser criativos, o que torna o trabalho ainda mais interessante.”

Quanto à sua recente promoção, afirma: “Depois de dois anos na Iberdrola, sinto-me muito feliz e honrada por esta oportunidade, e por terem depositado em mim a confiança para liderar a equipa jurídica da empresa em Portugal. O negócio das energias renováveis ​​tem crescido significativamente desde que integrei a equipa, e estamos a tornar-nos mais capazes e robustos a cada ano, à medida que os projetos crescem em maturidade e escala.”

Nuria Brinkmann é licenciada em Direito pela Universidade de Granada, Espanha, e mestre em Direito Internacional do Ambiente pelo IIFA (Instituto Internacional de Formação Ambiental).

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Cepsa marca afastamento dos combustíveis fósseis com nova identidade: agora é Moeve

A Cepsa, agora Moeve, compromete-se a que a maioria das suas receitas, até ao final da década, tenha origem em fontes sustentáveis.

A petrolífera espanhola Cepsa anunciou esta quarta-feira que passará a ter uma nova identidade: agora apresenta-se como Moeve. O objetivo é evidenciar as mudanças que estão a acontecer no negócio. A maioria das receitas da Moeve, até 2030, deverão ser obtidas através dos segmentos sustentáveis que a empresa tem desenvolvido — desde o hidrogénio verde e combustíveis renováveis até à mobilidade elétrica.

Estamos a transformar-nos noutro tipo de organização, a Moeve, em que a maior parte dos seus proveitos virá de atividades sustentáveis até ao final desta década“, anunciou Maarten Wetselaar, CEO da antiga Cepsa.

A petrolífera quer afirmar-se sobretudo nas áreas do hidrogénio verde, dos biocombustíveis 2G e da mobilidade elétrica ultrarrápida. Dos 8 mil milhões de euros que prevê investir esta década, no âmbito da estratégia lançada em 2022 “Positive Motion”, 60% vai ser distribuído por estas três áreas.

A empresa anunciou este ano a venda dos seus ativos de exploração e produção na Colômbia e no Peru, após o desinvestimento realizado em Abu Dhabi em 2023, o que representa a venda de cerca de 70% dos seus ativos de produção de petróleo face a 2022. No passado mês de agosto, a petrolífera anunciou também a venda da sua subsidiária de butano, propano e autogás (Gasib).

A companhia está a desenvolver o Vale Andaluz de Hidrogénio Verde, o qual afirma ser o maior projeto apresentado até à data na Europa, que deverá atingir uma capacidade de 2.000 megawatts em 2030. Em paralelo, está a trabalhar no desenvolvimento de novas fábricas verdes de metanol e amoníaco.

Atualmente, a Moeve já comercializa combustível de aviação sustentável (SAF) e diesel renovável em sete dos principais aeroportos espanhóis e nos mais de 60 portos que opera no país. Mas está também a desenvolver um complexo de biocombustíveis, localizado em Huelva, que deverá atingir uma capacidade de produção anual de um milhão de toneladas de combustível de aviação sustentável e diesel renovável.

No que diz respeito a gases renováveis, a energética está a avançar no desenvolvimento de cerca de 30 centrais de biometano em Espanha e em projetos de valorização de resíduos para a produção deste biogás.

Por fim, na mobilidade elétrica, a rede de estações de serviço Moeve conta já com mais de 160 pontos de carregamento ultrarrápido em funcionamento e prevê terminar o ano com 400 construídos.

O anúncio da Moeve será acompanhado pela implementação progressiva da nova marca em todas as suas estações de serviço, que terá início no mês de novembro, a um ritmo de cerca de 600 estações por ano, até atingir as mais de 1.800 que a companhia tem em Espanha e Portugal.

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Caixa Geral de Depósitos chega ao metaverso com ajuda da NTT Data

  • + M
  • 30 Outubro 2024

Os visitantes são recebidos por Paulo Macedo, o primeiro CEO de um banco com presença no metaverso, que convida depois os visitantes a acederem a outros espaços.

Procurando oferecer uma nova dimensão de interatividade e acessibilidade, através de uma experiência imersiva e sensorial, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) criou o seu primeiro espaço no metaverso, com a ajuda da NTT Data.

O espaço virtual e tridimensional representa “um passo na expansão das soluções digitais” da CGD, onde os visitantes são recebidos por Paulo Macedo, o primeiro CEO de um banco com presença no metaverso, segundo a marca.

“A partir do hall principal, e através de uma interação dinâmica com várias esferas, o CEO convida os visitantes a acederem a todos os outros espaços, com informação sobre os serviços bancários, para particulares e empresas, as iniciativas de sustentabilidade, além das oportunidades de carreira para os mais novos”, refere-se em nota de imprensa.

O mundo virtual é acessível através de computador, smartphone e óculos de realidade virtual, ligados à aplicação Spatial. No mesmo, a CGD dedica um espaço em exclusivo às empresas, empresários e empreendedores, disponibilizando uma área focada no desenvolvimento e crescimento sustentável dos seus negócios.

Esta presença digital fortalece a ligação da Caixa às novas gerações e aos profissionais do futuro, abrindo novas perspetivas no mercado de trabalho e na captação de talento, para a construção da próxima geração de colaboradores Caixa“, diz a instituição bancária em comunicado.

Através da presença da CGD no metaverso, os visitantes têm a possibilidade de conhecer a história da mais antiga instituição financeira portuguesa, criada em 1876, assim como de visitar o espaço virtual da Culturgest – Fundação Caixa Geral de Depósitos, onde estão algumas das obras contemporâneas que fazem parte do seu espólio.

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Loopack tem “prova de fogo” em arraial universitário para acabar com copos descartáveis

A Loopack nasceu após participar no Projeto Premier, da Startup Leiria, através do qual recebeu mentoria e um "pequeno financiamento para desenvolver os primeiros protótipos e o primeiro piloto".

Imagine este cenário. Uma faculdade de engenharia com milhares de estudantes, que todos os dias procuram energia no café de máquinas de vending, e centenas de copos diariamente descartados até transbordarem dos caixotes de lixo. Foi o confronto com esta realidade que levou Diogo Valente Polónia a arrancar com a Loopack, “para tornar a reutilização de copos fácil, vantajosa e, acima de tudo, sustentável, com tecnologia inteligente, conveniência e gamificação”. A solução faz a sua “prova de fogo” no Arraial de Engenharia’24, a 31 de outubro e 1 e 2 de novembro na Exponor.

“Só podemos ter verdadeira reutilização se tornarmos mais fácil e atrativo devolver do que o descartar. Por isso, criámos um sistema circular, sem barreiras e extremamente conveniente, que se adapta às necessidades dos vários tipos de implementação — desde cafés em máquinas de vending até cerveja em grandes eventos. A nossa missão é simples mas ambiciosa: livrar o planeta de toda a poluição dos descartáveis e dos pseudo-reutilizáveis de uma vez por todas”, diz Diogo Valente Polónia, cofundador da Loopack.

A União Europeia tem vindo a apertar as restrições sobre os descartáveis, tendo em março, o Conselho da UE e o Parlamento Europeu chegado a um acordo que estabelece novas restrições, metas de reutilização e implementação de esquemas de caução e devolução.

Potenciais impactos ambientais

Nos três pilotos já efetuados, a Loopack já atingiu “92% de taxa de devolução”, valor que Diogo Valente Polónia espera aumentar “à medida que vamos melhorando o sistema”. E com impactos ambientais positivos. “Os copos reutilizáveis podem ter uma pegada de carbono dez vezes inferior ao copo descartável de plástico e três vezes inferior ao de papel, desde que sejam realmente reutilizados“, destaca. Por cada copo devolvido no sistema Loopack, a pegada carbónica reduzir 47 vezes, poupando-se cerca de 425 gramas de CO2eq por copo devolvido, face aos copos que acabam esquecidos, no lixo ou no chão, refere.

“Num festival de 200 mil pessoas que usem um copo reutilizável cada uma, mesmo atingindo apenas 50% de devolução, podemos evitar a emissão de até 40 toneladas de CO2eq. O nosso objetivo é atingir acima de 90% (75 toneladas de CO2eq poupado)”, diz ainda o cofundador.

Uma solução que, diz, visa facilitar a reutilização. “Em vez de tentarmos pôr o ónus da sustentabilidade no consumidor, construímos um sistema que torna mais fácil e atrativo reutilizar copos do que descartá-los”, diz. Com a solução da Loopack, “o consumidor tem uma experiência tão simples como quando usa copo descartável: compra, bebe, deita fora. A chave é esta: garantimos que o consumidor deita o copo fora nos smart bins, que deixamos nos locais mais convenientes“, continua. “Adicionamos mecanismos de incentivo, recompensa e de caução totalmente automatizados e em tempo real para garantir o máximo de devolução possível. Depois recolhemos os copos dos smart bins, lavamos e repomos”, descreve.

O sistema circular da Loopack é baseado em tecnologia IoT (Internet of Things). Esta “conecta os copos, os consumidores, e os contentores de recolha (smart bins), através de uma aplicação que monitoriza e recompensa os utilizadores no momento em que deixam um copo num dos smart bins“, explica.

Temos também dispensadores de copos automáticos e trabalhamos com parceiros de limpeza locais para recolher e lavar os copos. Isto permite que uma grande capacidade de escalar este sistema para qualquer tipo de aplicação, incluindo grandes eventos”, reforça.

“A nossa solução circular inclui não só os copos reutilizáveis, mas também toda a infraestrutura necessária para o ciclo completo dos mesmos: smart bins, dispensadores automáticos, recolha, lavagem e reintrodução no sistema. Podemos adaptar o sistema a todo o tipo de casos de implementação”, refere.

Depois da “prova de fogo” os próximos passos

A “prova de fogo” será no Arraial de Engenharia’24, que decorre a 31 de outubro e 1 e 2 de novembro, na Exponor, onde são esperadas diariamente entre 5 a 10 mil pessoas.

“No arraial a distribuição dos copos vai ser feita pelos bares (e por uma banca nossa). Vamos ter dois bins (colocados estrategicamente) e a nossa banca como pontos de devolução. No total, estamos a falar de entre sete a oito mil copos”, explicam.

“Até ao momento, todo o sistema tem sido construído de forma manual e em ‘modo garagem’, com a ajuda e interação de diversos parceiros e fornecedores que garantem a eletrónica envolvida, a matéria-prima e os componentes mecânicos”, diz Diogo Valente Polónia.

Estamos a avaliar quais as possibilidades para industrializar o produto, uma vez que esse passo é fundamental para garantir que conseguimos chegar a mais clientes, mais rápido. Procuramos parceiros que possam ajudar-nos a atingir esta meta e que tenham flexibilidade e capacidade instalada para acomodar um crescimento substancial ao longo do próximo ano”, afirma.

O objetivo é “expandir o conceito para outros festivais e eventos que tenham o tema da sustentabilidade das suas operações como prioritário na sua agenda”.

“Em paralelo, queremos continuar a fazer a diferença no mercado de vending, onde já implementamos pilotos com sucesso no passado, pois acreditamos que esta tecnologia também pode ser muito útil nesse espaço, não só pela sustentabilidade, mas também pela eficiência operacional”, continua.

E dado que 60% da equipa — hoje são sete pessoas — está na Bélgica, Luxemburgo, Suíça, “a internacionalização é um passo que vemos também como natural”. Tudo vai depender, sobretudo, “da maturidade do produto para acomodar as necessidades de diferentes mercados e da rede de contactos certa para facilitar o lançamento.”

Modelo de negócio

Ao nível de modelo de negócio, a Loopack tem várias opções. “Podemos optar por esquemas de caução, recompensas ou por fee de utilização, em que o consumidor paga uma vez para usufruir do sistema durante todo o evento. De qualquer das formas, é possível integrar os sistemas de pagamento dos eventos, sejam cashless ou não, no sistema Loopack, e disponibilizamos também uma app com um sistema de pagamento próprio. O valor do serviço pode ser ajustado ao consumo e à taxa de devolução atingida.”

Na área de vending o “foco está em substituir os copos descartáveis sem que o consumidor pague mais por isso. Podemos disponibilizar a tecnologia como um produto ou serviço, indexado ao número de utilizações”.

Nesta fase, não existe plano relativamente a rondas de investimento. “Ainda não sabemos se queremos seguir caminho típico de startup, com capital de risco, ou um caminho de negócio tradicional. De facto, procurar investimento externo permitirá acelerar o desenvolvimento de produto e o product market fit, e poderá ser uma opção num futuro próximo. Permanecemos, também, atentos a fundos públicos para esta área”, refere.

A Loopack nasceu após participar no Projeto Premier, da Startup Leiria, através do qual receberam mentoria e um “pequeno financiamento para desenvolver os primeiros protótipos e o primeiro piloto”. Foram ainda premiados com o 2.º lugar no programa “Inspire. Explore. Compete” do EIT Food (European Institute of Innovation and Technology). “Temos uma candidatura aberta ao Startup Voucher do PRR, e foi esse o principal motivo de termos aberto empresa ainda em 2023.”

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Portuguesa Neuraspace vence prémio espacial na Noruega

  • ECO
  • 30 Outubro 2024

A Neuraspace ganhou um prémio de melhor pitch na "Tech Tour Space 2024" na Noruega. A empresa é responsável por mais de 350 satélites e conta com uma tecnologia para gerir o tráfego espacial.

A empresa portuguesa Neuraspace venceu o melhor pitch em comunicações espaciais em operações em órbita da Tech Tour Space 2024, na Noruega. A startup, fundada por Nuno Sebastião (da unicórnio Feedzai), lidera uma das Agendas Mobilizadoras do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

“Este prémio é o corolário do trabalho de uma equipa de cerca de 30 pessoas e o apoio inequívoco dos nossos investidores e da Agenda Mobilizadora do PRR” refere Carlos Cerqueira, diretor de desenvolvimento de negócios da Neuraspace, em comunicado divulgado esta terça-feira.

O evento decorreu em Bodø na Noruega e reuniu investidores e especialistas da indústria espacial. A startup foi reconhecida pela sua tecnologia com inteligência artificial e aprendizagem automática que permite prever e gerir o tráfego espacial de forma automatizada e eficiente. O pitch da empresa portuguesa foi avaliado por um júri que é composto por investidores da área.

A Neuraspace monitoriza atualmente mais de 350 satélites e lidera uma das Agendas Mobilizadoras, financiadas pelo PRR, com um investimento total previsto de 25 milhões de euros, explica o comunicado.

Com este investimento, a empresa espacial, em parceria com a Força Aérea Portuguesa, inaugurou em setembro na base aérea de Beja um telescópio ótico.

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