OE2025: Sindicato dos Jornalistas critica ausência de medidas para “fortalecer o jornalismo”

  • Lusa
  • 14 Outubro 2024

Segundo o SJ, as medidas "não só revelam que falta ao Governo uma visão específica para os media como nada fazem para garantir o reforço salarial dos restantes jornalistas".

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) acusou o Governo de “fragilizar a situação financeira da RTP” e critica a ausência de medidas para “fortalecer o jornalismo” na proposta de Orçamento de Estado para 2025 (OE2025).

(…) tal como no Plano de Ação para a Comunicação Social do Governo, também não se vislumbra neste orçamento grande ambição para os jornalistas“, aponta o SJ, em comunicado, lamentando que as medidas “essenciais para fortalecer o jornalismo e dar condições de trabalho dignas aos profissionais de informação” apresentadas pelo sindicato à tutela estejam, “na sua maioria, ausentes”.

O sindicato liderado por Luís Simões nota que a não atualização da contribuição audiovisual “conforme manda a lei”, irá continuar a “fragilizar a situação financeira da RTP” e reitera as críticas ao plano de rescisões de trabalhadores na RTP e ao fim da publicidade na estação pública, medidas que integram o Plano de Ação para a Comunicação Social.

Não é fácil entender como o Governo acha que a RTP pode fazer mais e melhor jornalismo com menos meios humanos e menos financiamento, se o fim da publicidade, a três anos, não for acompanhado por um aumento da contribuição pública“, indica o SJ.

Por outro lado, “muitas outras propostas, para a sustentabilidade de órgãos de comunicação social, defesa de direitos laborais, e a garantia do acesso à informação, ficaram aquém do exigível ou, pior, fora desta proposta de Orçamento“, sinaliza o sindicato.

O SJ dá nota de que terá esta semana “reuniões com vários partidos com assento parlamentar” e que pediu também uma reunião “à secretaria de Estado da tutela, para insistir na necessidade de incluir medidas destinadas especificamente aos jornalistas, essenciais em qualquer projeto justo e eficaz para os media“.

“Nem o Orçamento nem o plano preveem, como sugeria o SJ, a criação de uma categoria específica no estatuto de utilidade pública para organizações jornalísticas, com os correspondentes benefícios fiscais, garantindo que podem aceder às consignações de IRS e IVA, nem a sua contemplação pela lei do mecenato”, assinala.

Além disso, também “não se estabelece sequer um regime fiscal mais favorável para as empresas jornalísticas, incluindo a eliminação do IVA sobre a venda de assinaturas, pelo estabelecimento de um regime de tributação específica para a venda de publicidade, e englobamento em tarifas reduzidas de energia e telecomunicações”, realça o SJ.

Em comunicado, o SJ lamenta ainda que não se adivinhe “qualquer projeto do Governo para estabelecer novos modelos de financiamento do jornalismo como serviço público, seguindo os exemplos internacionais de apoio direto à produção de informação, pela criação de um programa de bolsas diretas para jornalistas ou de apoio a redações“.

Segundo o SJ, as medidas “não só revelam que falta ao Governo uma visão específica para os media como nada fazem para garantir o reforço salarial dos restantes jornalistas e a melhoria das suas condições de trabalho“, lembrando ainda que é “urgente lidar com o empobrecimento generalizado da classe jornalística” em que “cerca de 30% dos jornalistas ganha menos de mil euros por mês”.

O sindicato aponta ainda que propôs a atribuição de bolsas estruturais plurianuais para organizações jornalísticas sem fins lucrativos, a atribuição de bolsas de reportagem, para equipas de jornalistas e jornalistas individuais, bem como “a dedução em sede de IRS da totalidade das assinaturas de OCS [órgãos de comunicação social] e de donativos efetuados” e lamenta que estas propostas tenham ficado de fora do OE2025.

O Governo entregou na quinta-feira no parlamento a proposta de Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), que prevê que a economia cresça 1,8% em 2024 e 2,1% em 2025 e um excedente de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano e de 0,3% no próximo.

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Miguel Albuquerque admite concorrer novamente à presidência do Mesa do Congresso

  • Lusa
  • 14 Outubro 2024

"Se a conjuntura estiver favorável, é provável que concorra. Se não estiver favorável, não concorro. É simples", disse o líder madeirense.

O líder social-democrata madeirense, Miguel Albuquerque, admitiu concorrer novamente à presidência da Mesa do Congresso do PSD, cargo que ocupa desde 2022, se a conjuntura no relacionamento entre as estruturas nacional e regional do partido “estiver favorável”.

“Eu vou presidir à abertura [do congresso do PSD], depois vamos ver como é que a coisa se desenrola, porque eu não sou nomeado por lei, eu sou eleito numa lista”, explicou, para logo reforçar: “Se a conjuntura estiver favorável, é provável que concorra. Se não estiver favorável, não concorro. É simples.”

O dirigente social-democrata madeirense falava à margem de uma visita à empresa Cfarma — Centro Farmacêutico da Madeira, no Funchal, onde se deslocou na qualidade de presidente do Governo Regional e onde abordou o congresso do PSD, que decorre sábado e domingo, em Braga.

Albuquerque explicou que a concretização de uma “conjuntura favorável” depende da negociação do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) entre o executivo insular e o Governo da República (PSD/CDS-PP), considerando que a região quer ver inscritas algumas reivindicações que não constam da proposta apresentada na quinta-feira.

“Neste momento, temos urgência em resolver um conjunto de questões que tem a ver com o próximo ano económico e, nesse sentido, estamos a negociar o que fica no Orçamento e o que é remetido para a revisão da Lei das Finanças Regionais”, disse, vincando, no entanto, que os governos estão a negociar um documento cujo quadro político ainda não está definido.

“Não se sabe ainda se o Orçamento vai ser aprovado, se este é o Orçamento que vai ser aprovado e quais os acordos que vão decorrer na especialidade que podem mudar este Orçamento”, salientou, para depois acrescentar: “Estamos ainda numa situação de indefinição e esta situação de indefinição não é boa para o país.”

O 42.º Congresso do PSD realiza-se no próximo fim de semana, em Braga, depois de ter estado previsto para os dias 21 e 22 de setembro, tendo sido adiado devido à situação dos incêndios que lavravam nessa altura no centro e norte do país.

O congresso vai eleger os órgãos nacionais do partido, depois de Luís Montenegro ter sido reeleito presidente da Comissão Política Nacional em eleições diretas em 06 de setembro, com mais de 97,45%.

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Furacão Milton provocou perdas seguradas até 60 mil milhões de euros nos EUA

  • ECO Seguros
  • 14 Outubro 2024

Prémios de seguro devem aumentar. Custo das indemnizações está dependente da mão de obra e material disponível. Seguradoras dedicadas a um único risco podem registar perdas significativas.

A Fitch Ratings estima que as perdas seguradoras provocadas pelo furacão Milton nos Estados Unidos da América variem entre os 30 e 50 mil milhões de dólares (entre 27 e 46 mil milhões de euros).

Já a DBRS Morningstar aponta num comunicado para perdas totais (seguradas e não seguradas) de 100 mil milhões de euros e seguradas entre os 30 e 60 mil milhões. Os valores da Morningstar contam com 10 mil milhões devido a inundações que serão pagos por um programa federal de seguros dedicado a esse fim.

Segundo um relatório da agência de notação de risco, Milton elevará as perdas seguradas totais nos EUA para mais de 100 mil milhões de dólares (91 mil milhões de euros) em 2024, “marcando o quinto ano consecutivo em que as perdas ultrapassam este limite.”. Esta deverá ser a maior perda segurada desde o furacão Ian que devastou área semelhante na Florida em 2022 e causou perdas de 60 mil milhões de dólares (55 milhões de euros).

O custo total está dependente da mão de obra e material disponível para regularizar sinistros. Parte dos fatores de produção para a regularização de sinistros, incluindo do setor da construção, está a ser utilizado na recuperação após os estragos provocados pelo furacão Helene que devastou duas semanas antes o sudoeste dos Estados Unidos. Assim, a maior procura e oferta limita destes recursos “podem aumentar as perdas seguradas em 20% ou mais”.

É improvável que o furacão afete a classificação de riscos das seguradoras e resseguradoras de seguros de habitação e responsabilidade civil com grande reserva de capital, lê-se no relatório da Fitch. A MorningStar chegou à mesma conclusão e aponta para o aumento dos rácios combinados, mas que os efeitos do furacão não deveram impactar níveis de solvência.

Prémios de seguros devem aumentar, mas menos que em 2023

A agência aponta para um possível aumento de prémios de seguros (preço pagos pelo consumidor por seguros), mas ainda dependente das perdas totais provocadas por catástrofes naturais até ao final do ano.

Não obstante, considera “improvável” a repetição de grandes aumentos verificados em 2023 “dado que o ambiente atual de preços é mais adequado”. Vários fatores conduziram à subida do preço dos seguros. Entre eles três furacões que assolaram a Florida entre 2022 e 2023, a subida da água do mar (em consequência das alterações climáticas) que afeta as comunidades desse estado, o aumento dos preços da construção, entre outros.

Ao mesmo tempo, o elevado nível de perdas por catástrofes naturais deverá limitar possibilidades de reduções nos prémios nas renovações de seguros de catástrofes nos próximos anos, “à medida que as seguradoras e resseguradoras mantêm disciplina na subscrição”.

Exposição das seguradoras ao furacão Milton

A cobertura das resseguradoras pode ser o colete salva-vidas das seguradoras especistas em seguro habitação. O negócio já precário do ramo estimula as preocupações das empresas quanto à capacidade de cobrir os danos quando têm baixos níveis de capital absoluto, limitada diversificação da carteira de clientes e dúvidas quanto à sua capacidade de obter capital na sequência de grandes perdas.

A agência não conta que as perdas provocadas por Milton “esgotem a proteção de resseguro” contra catástrofes para a maioria das seguradoras. Já para a DBRS os preços de resseguro devem aumentar. “Invertendo os sinais de estabilização dos preços observados durante a época de renovação a meio do ano de 2024”.

Mas as empresas com concentrações num único risco ou com erros de modelação podem registar perdas bastante superiores às previstas.

A DBRS indica que a seguradora pública da Florida, utilizada em último recurso, Citizens Property Insurance Corporation, e a maior seguradora para habitações deverá manter “força” financeira.

“As seguradoras continuam expostas caso uma ou mais tempestades atinjam a Florida nesta temporada de furacões., assinala.

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Senhorios surpreendidos com o “volte-face” do descongelamento das rendas antigas

  • Lusa
  • 14 Outubro 2024

"Foi com grande surpresa que nós verificámos que, depois de ter anunciado no Orçamento que esta injustiça enorme ia ser resolvida, este Governo agora recuou", dizem as aassociações de proprietários.

As associações de proprietários estão surpreendidas com o “volte-face” do Governo em relação ao descongelamento das rendas antigas no Orçamento do Estado para 2025, considerando que vai agravar a falta de habitação e a desconfiança nos senhorios.

Se ler o relatório do Orçamento do Estado, na página 281, diz preto no branco que realmente todos esses contratos anteriores a 1990 vão deixar de estar no período transitório e passam a ser os contratos como os outros e, a quem não puder pagar a renda, o Estado dá-lhe um subsídio de renda. É o que lá está escrito”, disse o presidente da Associação Nacional de Proprietários (ANP) António Frias Marques.

Frias Marques lamentou que o Governo tenha depois “desdito aquilo que estava escrito”, acusando o Executivo de, ao manter o congelamento das rendas antigas, agravar o problema da falta de habitação em Portugal. “Dizem que não há casas, mas não pode haver casas, porque não há confiança. A confiança é um sentimento que, uma vez perdido, tarde ou nunca se recupera e é isso que está a acontecer. As pessoas que possuem casas e que têm casas vagas recusam-se a pô-las no mercado, porque depois as normas estão sempre a alterar”, considerou.

“As nossas expectativas em relação a este Governo, lamento dizer, são nenhumas”, acrescentou. O presidente da Associação Lisbonense de Proprietários (ALP), Luís Menezes Leitão, disse ter ficado surpreendido “com esse volte-face, porque correspondia ao programa do Governo resolver aquela situação das rendas antigas”, depois de o PSD se ter “oposto a esta questão” estabelecida no programa Mais Habitação.

“O que se passou foi que os senhorios estiveram 12 anos à espera que fosse finalmente feita a transição para o NRAU [Novo Regime do Arrendamento Urbano] e tiveram, de facto, um choque, quando, depois de todo esse tempo de espera, que o Governo anterior foi sucessivamente prorrogando, voltou-se agora a estabelecer o congelamento dessas rendas. Foi com grande surpresa que nós verificámos que, depois de ter anunciado no Orçamento que esta injustiça enorme ia ser resolvida, este Governo agora recuou. E por isso suspeitamos que isso tenha sido mais uma cedência feita ao PS no âmbito do Orçamento do Estado”, afirmou.

Menezes Leitão considerou que uma eventual cedência ao PS “é totalmente indesejável, porque significa que não está a haver uma efetiva mudança política na habitação, que era absolutamente essencial para que este gravíssimo problema de falta de habitação em Portugal seja resolvido”.

“O problema é que a situação vai agravar-se e nós temos dito isso sempre, porque para que se possam colocar casas no mercado é preciso que os proprietários voltem a ter confiança. Este tipo de avanços e de recuos quebra completamente a confiança dos proprietários. Por isso, das duas, uma: ou o Governo, de facto, assume que tem que fazer reformas na habitação que passem por alterar tudo o que de errado foi feito nos últimos anos do Governo socialista, ou, se não o faz, vai ser responsável por continuar a agravar desta situação”, frisou.

A ALP está a fazer uma petição para acabar com o congelamento das rendas antigas, que já tem quase 5.000 assinaturas, e que será apresentada no parlamento, disse. No relatório do OE2025, o Governo assume a intenção de fazer propostas de “ajustamento” à legislação relativa ao arrendamento, nomeadamente para “corrigir as distorções criadas nos últimos anos”.

s contratos de arrendamento em causa estão congelados há mais de uma década, tendo o anterior Governo socialista decidido suspender a sua transição para o NRAU, a lei que regula o setor do arrendamento e que entrou em vigor em 2012. Atualmente, essa transição está suspensa desde que os arrendatários cumpram um de três requisitos: terem 65 ou mais anos; terem comprovada incapacidade igual ou superior a 60%; ou terem um rendimento anual bruto corrigido inferior a cinco vezes a retribuição mínima nacional (820 euros), o que em 2024 corresponde a um total de 57.400 euros.

Vários órgãos de informação e as associações de proprietários leram no relatório da proposta do OE2025 a intenção de descongelar as rendas antigas, o que obrigou o Governo a clarificar que isso não acontecerá. Em declarações escritas à Lusa, a secretária de Estado da Habitação esclareceu que o Governo não vai descongelar as rendas antigas, dos contratos anteriores a 1990, e que não pretende alterar o regime em vigor.

Patrícia Gonçalves Costa indicou que o que está previsto na proposta de OE2025, entregue na quinta-feira na Assembleia da República, “é garantir um tratamento justo tanto para inquilinos como para senhorios”. Segundo a governante, essa garantia faz-se “assegurando a eficácia do mecanismo de compensação aos senhorios”.

A proposta de OE2025 prevê que a economia cresça 1,8% em 2024 e 2,1% em 2025 e um excedente de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano e de 0,3% no próximo. A viabilização na generalidade, cuja votação vai acontecer no dia 31, não está assegurada. Se a proposta for viabilizada, com a abstenção do PS ou, em alternativa, os votos favoráveis do Chega, será então apreciada na especialidade, entre 22 e 29 de novembro, estando a votação final global prevista para 29 de novembro.

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Ministério do Ambiente anuncia financiamento de 321 milhões para os Açores

Os projetos a que o investimento diz respeito "visam a promoção da mobilidade sustentável, reabilitação e modernização de infraestruturas", informa o comunicado enviado às redações.

A Ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, anunciou investimentos de 321 milhões de euros para a Região Autónoma dos Açores. Neste montante “cabe” a reconstrução do Porto das Lajes das Flores, orçada em 185 milhões de euros.

Os projetos a que o investimento diz respeito “visam a promoção da mobilidade sustentável, reabilitação e modernização de infraestruturas”, informa o comunicado enviado às redações pelo ministério da Energia e Ambiente. Estes representam mais de 10% do orçamento total do Sustentável 2030 para o período de 2021 a 2027.

É evidente a necessidade de dar à ilha um novo porto com maior capacidade e principalmente mais resiliente aos fenómenos resultantes das alterações climáticas e outros fenómenos naturais”, referiu Maria da Graça Carvalho, apelando ainda à rapidez na execução desta obra.

Em Ponta Delgada, foram apresentados outros investimentos na vertente dos transportes, no valor de 136 milhões de euros, que se destinam às ilhas de São Miguel, Terceira, Faial, Flores, São Jorge, Corvo e Pico.

Na mesma cerimónia, Maria da Graça Carvalho anunciou um apoio financeiro à decisão do Governo Regional para a constituição de novas áreas marinhas protegidas nos Açores, que permitirá salvaguardar 30% do mar da região e aumentar significativamente a área protegida a nível nacional.

“Este é mais um passo para o reforço da conservação da natureza e biodiversidade marinha, contribuindo para uma utilização sustentável do nosso mar, em linha com as metas europeias e internacionais”, considerou a responsável pela tutela.

Em paralelo, informou, irá avançar um estudo para identificar as necessidades de compensação para os pescadores, que serão cobertas pelo Fundo Ambiental, à semelhança do que já aconteceu com a Área Marinha Protegida da Pedra do Valado, no Algarve.

 

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Marine Le Pen nega desvio de fundos do Parlamento Europeu perante tribunal francês

  • Lusa
  • 14 Outubro 2024

"O assessor trabalha para o seu eurodeputado e, por conseguinte, pode trabalhar para o seu eurodeputado em benefício do partido", defendeu Marine Le Pen no Tribunal Penal de Paris.

A líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, negou esta segunda-feira qualquer irregularidade no uso de fundos europeus, perante o tribunal onde começou a ser julgada sob acusação de ter aplicado essas verbas no seu partido, União Nacional (RN). “Digo-vos muito claramente: não sinto que tenha cometido a mais pequena irregularidade, o mais pequeno ato ilegal”, disse Marine Le Pen, mostrando-se confiante e determinada no Tribunal Penal de Paris.

O RN, anteriormente designado Frente Nacional, e 24 dos seus dirigentes estão a ser julgados por alegadamente terem usado dinheiro destinado a assessores parlamentares da União Europeia (UE) para pagar a funcionários que trabalharam para o partido entre 2004 e 2016, em violação dos regulamentos do bloco europeu.

A líder do RN argumentou que as missões dos assistentes pagos pelo Parlamento Europeu deviam ser adaptadas às várias atividades dos eurodeputados, incluindo algumas missões altamente políticas relacionadas com o partido. Além disso, descreveu a sua visão do papel dos eurodeputados, afirmando que este ia muito além do trabalho de elaboração e votação dos regulamentos da UE, justificando também o papel dos assessores que trabalham para cada eurodeputado.

“O assessor trabalha para o seu eurodeputado e, por conseguinte, pode trabalhar para o seu eurodeputado em benefício do partido”, defendeu Le Pen. A líder do partido teve de responder às perguntas do juiz sobre o trabalho de Catherine Griset, sua assistente parlamentar entre 2010 e 2016 e antiga cunhada, que terá passado apenas o equivalente a 12 horas de trabalho no PE entre outubro de 2014 e agosto de 2015, ganhando nesse período 3.206 euros mensais.

A líder do partido defendeu que Catherine Griset – agora uma de 30 eurodeputados do RN – trabalhou de facto para ela, referindo que recolheu a sua correspondência, tratou do seu correio eletrónico e organizou as suas viagens. “Não ponho um dedo no meu correio eletrónico do Parlamento [Europeu]. Também não olho para o meu correio eletrónico profissional. O único e-mail que vejo é o meu e-mail pessoal”, afirmou Marine Le Pen.

No entanto, para justificar a falta de trabalho físico da sua assistente – algo a que estava contratualmente obrigada – Le Pen teve de admitir um lapso “na mudança de estatuto de colaboradora europeia para colaboradora local”, embora Catherine Griset lhe tivesse pedido para o fazer.

Marine Le Pen deve responder até quarta-feira às perguntas dos juízes sobre a utilização de dinheiro da UE para pagar ao seu guarda-costas, ao chefe do seu gabinete e a dois outros assessores do partido. Hoje, Le Pen estabeleceu um paralelo com a Assembleia Nacional francesa (a câmara baixa do parlamento francês), que “considera que a atividade política faz parte integrante do mandato do legislador”.

“Penso que é um erro do Parlamento Europeu não o entender desta forma”, acrescentou. Se forem considerados culpados, Marine Le Pen e os outros 25 co-arguidos podem enfrentar até 10 anos de prisão e multas até um milhão de euros cada, com a possibilidade de sanções adicionais, como a perda de direitos civis ou a inelegibilidade para concorrer a cargos públicos.

O julgamento de nove semanas é assim um momento crítico para a líder da extrema-direita francesa, que no caso de ser declarada culpada verá a sua carreira política e as suas aspirações afetadas, nomeadamente com a possibilidade de não se candidatar nas próximas eleições presidenciais em França.

A líder da extrema-direita francesa foi segunda classificada em relação a Emmanuel Macron nas eleições presidenciais de 2017 e 2022 e já revelou a intenção de se candidatar pelo seu partido em 2027. Dois outros dirigentes do RN, incluindo o fundador do partido e pai de Marine Le Pen, Jean-Marie Le Pen, enfrentaram acusações semelhantes, mas foram isentos de acusação e de se apresentarem em tribunal por motivos de saúde.

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Líder polaco defende decisão de suspender lei do asilo

  • Lusa
  • 14 Outubro 2024

"É nosso direito e nosso dever proteger a fronteira polaca e europeia. A sua segurança não será negociada", declarou o primeiro-ministro da Polónia.

O primeiro-ministro da Polónia, Donald Tusk, defendeu esta segunda-feira um plano para suspender temporariamente o direito de asilo, manifestando as organizações de direitos humanos e a sociedade civil preocupações com tal medida. A Polónia enfrenta desde 2021 dificuldades relacionadas com as pressões migratórias na sua fronteira com a Bielorrússia – que também faz parte da fronteira externa da União Europeia (UE).

“É nosso direito e nosso dever proteger a fronteira polaca e europeia. A sua segurança não será negociada”, declarou Tusk na rede social X (antigo Twitter). Sucessivos Governos polacos acusaram a Bielorrússia e a Rússia de organizarem o transporte em massa de migrantes do Médio Oriente e de África para as fronteiras orientais da UE, com o objetivo de desestabilizar o Ocidente.

Consideram essa ação como parte de uma guerra híbrida que Moscovo estará a travar contra o Ocidente, enquanto prossegue há quase três anos a sua invasão em grande escala da Ucrânia. Alguns migrantes pedem asilo na Polónia, mas antes de os pedidos serem processados, atravessam a zona de livre circulação da UE para alcançar a Alemanha ou outros países da Europa Ocidental.

A Alemanha, onde os receios em matéria de segurança estão a aumentar após uma série de ataques extremistas, reagiu recentemente aumentando os controlos em todas as suas fronteiras para combater a imigração ilegal – uma medida que Tusk considerou “inaceitável”. Tusk anunciou o seu plano para suspender temporariamente o direito dos migrantes a pedir asilo numa convenção da sua Coligação Cívica, no sábado. A medida faz parte de uma estratégia que será apresentada numa reunião do Governo na terça-feira.

Dezenas de organizações não-governamentais (ONG) instaram Tusk, numa carta aberta, a respeitar o direito de asilo garantido pelas convenções internacionais assinadas pela Polónia, entre as quais a Convenção de Genebra sobre o Estatuto dos Refugiados e a Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, além da própria Constituição polaca, argumentando que a Polónia é um país onde os direitos e liberdades fundamentais devem ser respeitados.

“Foi graças a eles que milhares de mulheres e homens polacos encontraram abrigo no estrangeiro, nos tempos difíceis do totalitarismo comunista, e nós tornámo-nos um dos maiores beneficiários desses direitos”, sublinha-se no documento. Assinaram-no a Amnistia Internacional e outras 45 organizações que representam uma série de causas humanitárias, jurídicas e cívicas.

Tusk sustentou que a Finlândia também suspendeu a aceitação de pedidos de asilo, depois de enfrentar grande pressão migratória na sua fronteira com a Rússia. “O direito de asilo está a ser usado como instrumento nesta guerra e não tem nada a ver com direitos humanos”, disse Tusk na rede social X, no domingo.

Uma porta-voz da Comissão Europeia, o órgão executivo da UE, reconheceu o desafio colocado pela Bielorrússia, e também pela Rússia, e não criticou explicitamente a abordagem de Tusk. “É importante e imperativo que a União proteja as fronteiras externas e, em particular, da Rússia e da Bielorrússia, dois países que exerceram, nos últimos três anos, uma grande pressão sobre as fronteiras externas”, afirmou Anitta Hipper durante um briefing.

“Isso é algo que está a minar a segurança dos Estados-membros da UE e da União como um todo”, acrescentou. Mas sublinhou também que os Estados-membros da UE são legalmente obrigados a permitir que as pessoas solicitem proteção internacional. A porta-voz referiu ainda que a Comissão tenciona “trabalhar no sentido de garantir que os Estados-membros dispõem das ferramentas necessárias para responder a esse tipo de ataques híbridos”.

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De Paulo Macedo a Cristina Casalinho, conheça os 12 economistas que vão dar conselhos a Montenegro

O chefe do Governo vai tomar um pequeno-almoço com 12 economistas, na Residência Oficial, sob o mote "Projetar Portugal" para colher contributos para o futuro do país na área da macroeconomia.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, vai tomar um pequeno-almoço com 12 economistas, esta terça-feira de manhã, a partir das 9h, em S. Bento, para receber contributos na área da macroeconomia. Este é o segundo encontro, no âmbito da iniciativa “Projetar Portugal – Conversas em São Bento sobre o Futuro do País”. Há quinze dias, Montenegro reuniu-se com personalidades destacadas na área da Cultura.

Paulo Macedo, presidente da CGD, Cristina Casalinho, ex-presidente do IGCP e atualmente administradora executiva da Fundação Gulbenkian, ou Vítor Bento, presidente da Associação Portuguesa de Bancos estão entre os 12 os economistas que vão dar conselhos a Luís Montenegro para a legislatura, apurou o ECO. O encontro conta ainda com a presença do ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, do ministro da Economia, Pedro Reis, e do secretário de Estado Adjunto e do Orçamento, José Maria Brandão de Brito.

Pedro Brinca, investigador associado na Nova SBE, Isabel Horta Correia, do Banco de Portugal e da Universidade Católica Portuguesa, e Ricardo Reis, da London School of Economics, também fazem parte da lista de personalidades que vão ser consultadas por Luís Montenegro.

No grupo dos 12 ases da macroeconomia que foram convidados, estão ainda Joana Silva, que é economista no Banco Mundial e professora da Universidade Católica, João Moreira Rato, presidente Instituto Português de Corporate Governance, António Nogueira Leite, antigo secretário de Estado do Tesouro e Finanças e administrador da HipogesIberia, e professor da Universidade Nova de Lisboa, João Jalles, do ISEG, Óscar Afonso, diretor da Faculdade de Economia do Porto, e Susana Peralta, da Nova SBE.

A economista Susana Peralta foi muito crítica em relação à proposta inicial do Governo para a descida do IRS Jovem. Quando Montenegro deixou cair essa versão e optou por aprofundar o regime atual que atribui isenções com limites máximos, Peralta acabou por escrever, num artigo de opinião do Público, que “a proposta atual é menos má do que a original”.

Este pequeno-almoço com o primeiro-ministro e 12 economistas acontece um dia depois de ter sido divulgado o novo Plano Orçamental Estrutural de Médio Prazo que o Governo entregou a Bruxelas e que irá substituir o Programa de Estabilidade. Nesse documento, o Executivo traçou um plano ambicioso para reduzir a dívida pública nos próximos anos. Prevê-se que a dívida pública desça de 95,9% do PIB, em 2024, para 83,2% em 2028, uma redução de 12,7 pontos percentuais em quatro anos.

Na passada quinta-feira, o Governo entregou a proposta de Orçamento do Estado para 2025, a qual projeta um crescimento da economia portuguesa de 1,8%, este ano, e de 2,1% em 2025. Isto significa uma ligeira revisão em baixa para 2024 e em alta para 2025 face aos 2% para ambos os anos sinalizado aos partidos políticos nas reuniões de negociação da proposta orçamental.

(Notícia atualizada às 18h37)

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Associação Comercial do Porto assina protocolo com governo ucraniano

O acordo de cooperação visa divulgar oportunidades de negócio na Ucrânia, privilegiando a área tecnológica, além de incentivar à presença em feiras, missões e conferências empresariais.

Fortalecer as relações bilaterais de comércio e negócio entre a região Norte de Portugal e a Ucrânia, assim como contribuir para reforço da internacionalização económica daquele país envolvido numa guerra com a Rússia. Estes são dois dos propósitos do acordo de cooperação assinado pela Associação Comercial do Porto (ACP-CCIP) e o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, representado pela embaixadora em Portugal, Maryna Mykhailenko.

O acordo visa ainda divulgar oportunidades de negócio na Ucrânia, privilegiando a área tecnológica, além de incentivar à presença em feiras, missões e conferências empresariais. “A transferência tecnológica entre Portugal e Ucrânia, e a proteção da propriedade industrial nos dois países” são mais alguns dos objetivos inerentes a este protocolo de cooperação.

A ACB-CCIP apela à participação das empresas da região do Porto e Norte neste projeto. É fundamental que os países ocidentais e as suas empresas contribuam ativamente na reconstrução da economia ucraniana, fazendo negócios, explorando as muitas oportunidades que existem e emprestando competências, experiência e conhecimento técnico”, assinala o presidente da ACP-CCIP. Além de ser uma oportunidade económica, Nuno Botelho considera que se trata também de “uma obrigação moral” para a associação empresarial ajudar aquele país.

É fundamental que os países ocidentais e as suas empresas contribuam ativamente na reconstrução da economia ucraniana, fazendo negócios, explorando as muitas oportunidades que existem e emprestando competências, experiência e conhecimento técnico.

Nuno Botelho

Associação Comercial do Porto (ACP-CCIP)

Nesse sentido, a associação empresarial vai divulgar a plataforma NAZOVNI, um portal eletrónico de diplomacia económica desenvolvido pelo governo ucraniano, com vista a possibilitar às empresas do país um canal direto para exportação de bens e serviços. Além de reforçar a internacionalização da economia da Ucrânia e acolher sessões de formação e esclarecimento para acesso ao mercado comercial ucraniano.

Este portal disponibiliza a apresentação das empresas, o contacto com parceiros internacionais, bem como a identificação e divulgação de oportunidades de negócio.

A ACP-CCIP compromete-se a apoiar os empresários e investidores da região nortenha que participem neste projeto. Atuará como intermediária e “parceira ativa nos contactos com as autoridades diplomáticas da Ucrânia e os seus representantes comerciais”, detalha Nuno Botelho.

Já a plataforma NAZOVNI oferece também às PME e investidores portugueses a possibilidade de se registarem na aplicação como entidades importadoras, definirem os setores de atividade com os quais desejam cooperar e explorarem novas parcerias comerciais”, completa a associação empresarial nortenha.

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Ex-Asisa é a nova diretora comercial da Universalis Acrisure

O CEO da Universalis Acrisure diz estar confiante que a experiência e visão estratégica da nova diretora "contribuirão significativamente para o crescimento e sucesso contínuo do grupo em Portugal".

A antes diretora de marketing e comercial nacional da Asisa Portugal, Paula Serra, é a partir desta semana diretora comercial da Universalis – Acrisure em Portugal, anunciou a corretora em comunicado.

Paula Serra, nova diretora comercial da Universalis Acrisure corretora de seguros: “No futuro a minha expetativa é poder ver a Universalis – Acrisure posicionada num dos lugares cimeiros do ranking dos maiores corretores também no mercado nacional”.

Há mais de 20 anos no setor segurador, Paula Serra tem vindo a desempenhar funções nas áreas comerciais e de marketing do ramo vida e ramos não vida tendo passado pela Allianz Partners, AIG, AXA Portugal, Açoreana, entre outras.

Para a corretora, a nova diretora comercial acumula “competências estratégicas” para o desempenho da função. A experiência de liderança comercial, gestão de marketing, produtos e inovação, gestão de redes de distribuição e de equipas comerciais e de marketing são conhecimentos “relevantes para apoiar a evolução e transformação do negócio da Universalis – Acrisure em Portugal”, refere a companhia.

O CEO da Universalis Acrisure, José Rodrigues, diz estar confiante que a experiência e visão estratégica da nova diretora “contribuirão significativamente para o crescimento e sucesso contínuo do grupo em Portugal”.

O grupo Acrisure tem vindo ao longo do ano a apostar no crescimento da Universalis – Acrisure em Portugal através do reforço dos cargos executivos da equipa, indicou Paula Serra. O que para a área que vai liderar implica o “reposicionamento do mercado” da corretora, “a transformação do modelo de negócio com grande foco na inovação e qualidade de serviço”, assinala a nova diretora comercial.

A executiva expressa que quer que a corretora se posicione nas posições de topo no ranking nacional. “No futuro a minha expectativa é poder ver a Universalis – Acrisure posicionada num dos lugares cimeiros do ranking dos maiores corretores também no mercado nacional, com uma equipa técnica e comercial coesa, motivada para garantir um serviço de proximidade e de excelência ao cliente, envolvida também em projetos que tragam inovação para o mercado”, confessa Paula Serra.

A Universalis ocupa o 16.º lugar entre as maiores corretoras de seguros em Portugal segundo o ECOseguros, tendo registado 4.032.960 euros em volume de negócios e 803.675 euros em 2023. A empresa foi adquirida no ano passado pela Acrisure, a 6.ª maior corretora a nível mundial.

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Borrell avisa Israel que está a “ultrapassar mais uma linha vermelha”

  • Lusa
  • 14 Outubro 2024

Áustria, República Checa e Hungria têm posições mais cautelosas sobre a condenação do Governo de Israel pelas incursões militares no enclave palestiniano da Faixa de Gaza e no Líbano.

O chefe da diplomacia europeia avisou esta segunda-feira que está a ser “ultrapassada mais uma linha vermelha” pelo exército israelita com o ataque a capacetes azuis das Nações Unidas e pediu clarificação da posição dos Estados-membros. “Precisamos de ser claros sobre o que a liderança israelita está a fazer”, disse o alto representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, em conferência de imprensa no Luxemburgo.

Os 27 divulgaram uma posição conjunta de condenação do ataque israelita contra os militares das Nações Unidas que estão em missão no Líbano, mas o conflito no Médio Oriente continua a dividir opiniões entre os Estados-membros da UE. Áustria, República Checa e Hungria têm posições mais cautelosas sobre a condenação do Governo de Israel pelas incursões militares no enclave palestiniano da Faixa de Gaza e no Líbano.

No final de uma reunião ministerial, Josep Borrell insistiu que é necessário um “cessar-fogo sustentável em Gaza e no Líbano”. Reconhecendo que o “Hezbollah não para de disparar mísseis contra Israel”, o chefe da diplomacia europeia também admitiu que “no Líbano está a ser ultrapassada mais uma linha vermelha pelo exército israelita”.

“O bombardeamento de militares das Nações Unidas foi unanimemente condenado pela União Europeia. Israel diz que foi um acidente, mas independentemente disso é totalmente inaceitável”, sustentou Josep Borrell.

UE vai prolongar missão de instrução de militares ucranianos até 2026

A UE vai prolongar a missão de instrução de militares ucranianos durante mais dois anos e está a ponderar um potencial prolongamento para depois de 2026, anunciou esta segunda-feira o chefe da diplomacia europeia. “Vamos prolongar a missão de assistência e instrução militar por mais dois anos e queremos encontrar um consenso para prolongá-la ainda mais, depois da conclusão deste mandato”, disse ainda Josep Borrell.

O representante do bloco comunitário anunciou que a UE “está quase lá” para desbloquear a assistência macrofinanceira à Ucrânia, país que enfrenta desde fevereiro de 2022 uma invasão russa em grande escala. Mas, de acordo com Borrell, a Ucrânia tem neste momento dois grandes problemas pela frente, questões essas que foram hoje expostas pelo ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Andrii Sybiha.

“O problema da exportação de cereais está a voltar”, enumerou Borrell, mencionando também “o contorno das sanções” que, segundo o alto representante, “continua a fazer com que a máquina de guerra russa funcione”. “Não podemos deixar [o Presidente russo, Vladimir] Putin ameaçar a segurança alimentar novamente e utilizar o inverno como uma arma, atacando infraestruturas críticas”, afirmou o chefe da diplomacia europeia.

Josep Borrell pediu igualmente mais ambição para “lutar contra o contorno das sanções” impostas pela UE para reduzir as capacidades militares de Moscovo. “Continuamos a ver componentes ocidentais em armamento russo quando fazemos as perícias”, advertiu. A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

(Notícia atualizada às 20h22)

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Associações empresariais: OE falha ambição para promover crescimento sólido

A proposta de OE para 2025 tem alguns sinais positivos, mas falta uma estratégia mais audaciosa para promover um crescimento económico sólido, consideram as associações empresariais.

O Governo apresentou na última quinta-feira a sua proposta do Orçamento do Estado para 2025, avançando com várias medidas para as empresas, que incluem uma baixa de IRC, incentivos à capitalização ou a redução das tributações autónomas. Um plano que, apesar de trazer um sinal positivo em relação à perspetiva de descida da carga fiscal, soube a pouco às empresas. Associações empresariais falam em falta de ambição e reformas simplistas, sem uma estratégica capaz de provocar uma viragem no paradigma de crescimento.

“Pelas circunstâncias e espartilho de ordem política que todos sabemos, a proposta do Orçamento do Estado corresponde a um conjunto de medidas avulsas, em vez de uma estratégia de desenvolvimento verdadeiramente integradora“, considera a AEP – Associação Empresarial de Portugal.

A proposta do Orçamento do Estado corresponde a um conjunto de medidas avulsas, em vez de uma estratégia de desenvolvimento verdadeiramente integradora.

AEP

Para a associação, “o crescimento da economia portuguesa, inscrito no cenário macroeconómico, é claramente insuficiente, tendo em conta a ambição da convergência do nível de vida do nosso país (em PIB per capita, em paridade de poder de compra) para o de países europeus mais desenvolvidos”. “O país e as empresas em particular precisam de políticas públicas que provoquem uma mudança no paradigma de crescimento e conduzam à geração de receita que corresponda aos anseios da população e do próprio combate político no jogo da democracia”, atira.

“Precisamos de encetar a nível nacional um ambiente propício ao desenvolvimento expectável dos negócios, que permita relançar e reorientar o investimento, reforçar o peso das exportações no PIB, melhorar a produtividade e competitividade da economia e o rendimento disponível das pessoas”, acrescenta a AEP.

A Associação Empresarial do Minho (AEMinho) “vê o Orçamento de Estado proposto pelo Governo para 2025 como um sinal positivo para a economia, sobretudo por estabelecer uma trajetória de redução de impostos sobre o trabalho e as empresas”. Ainda assim, destaca que “o plano peca por falta de ambição e simplicidade nas reformas necessárias para gerar um impacto real e duradouro no tecido empresarial português“.

O plano peca por falta de ambição e simplicidade nas reformas necessárias para gerar um impacto real e duradouro no tecido empresarial português.

AEMinho

“O OE 2025 traz sinais positivos, mas precisa de uma reformulação mais audaciosa e estruturada para que, de facto, se promova um crescimento económico sólido. As medidas para incentivar a formação contínua, inovação, e uma simplificação fiscal significativa serão determinantes para o sucesso das empresas e para garantir um futuro próspero para o país”, diz a associação minhota.

Enquanto não acabarmos com um IRC progressivo que penaliza as empresas com melhor desempenho, e não adotarmos uma política fiscal que privilegie as retenções de resultados para incrementar o investimento, será difícil reunirmos as condições para alcançarmos níveis de crescimento significativos na economia portuguesa”, concorda o Presidente da AIP, José Eduardo Carvalho.

Não tendo a ambição e robustez desejada, transmite num sinal de confiança e de ambição aos agentes económicos, mantendo o rumo de equilíbrio e consolidação das contas públicas.

Associação Comercial do Porto

Para a Associação Comercial do Porto, “as propostas inscritas nesta primeira versão do OE 2025 são genericamente positivas, ainda que condicionadas pelo quadro político atual e a necessidade de gerar equilíbrios e convergências parlamentares”.

Já no que diz respeito às empresas, a Associação Comercial do Porto diz que “o documento expressa a preocupação do Governo com a competitividade da nossa economia, ao reduzir as taxas estatutárias de IRC, quer na sua componente geral, quer no valor aplicado às PME, que constituem o grosso do nosso tecido societário”.

Não é uma proposta de orçamento tão ambiciosa como seria desejável, mas é a proposta possível e sinaliza a ambição do Governo em estimular o investimento, a produtividade e a competitividade das empresas”, admite. Ainda assim, “é, certamente, uma proposta de Orçamento do Estado que contribui mais para dinamizar a economia, do que aquele que dispúnhamos até aqui. Não tendo a ambição e robustez desejada, transmite num sinal de confiança e de ambição aos agentes económicos, mantendo o rumo de equilíbrio e consolidação das contas públicas.”

O OE 2025 fica aquém das expectativas e das necessidades urgentes das startups e PME, especialmente no que se refere a incentivos fiscais, inovação e apoio à internacionalização.

ANJE

A Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) concorda que a proposta entregue pelo Executivo tem “medidas importantes para a economia”, mas “o OE 2025 fica aquém das expectativas e das necessidades urgentes das startups e PME, especialmente no que se refere a incentivos fiscais, inovação e apoio à internacionalização”.

“O Orçamento de Estado 2025 não oferece um apoio fiscal suficientemente robusto para as startups e PME, que são os motores da inovação e do crescimento económico. O desagravamento fiscal proposto pelo Governo não inclui incentivos específicos para empresas em fase inicial, uma lacuna que afeta diretamente a competitividade e o crescimento sustentável de Portugal”, atira a ANJE.

Redução de um ponto do IRC? Não tem efeito nenhum

Tal como era esperado, uma das propostas do orçamento é a descida da taxa geral de IRC em um ponto percentual, para 20%, mas não se comprometeu com novas baixas nos próximos anos. Para as PME, a taxa baixa de 17% para 16%.

“Ainda que apreciemos a descida do IRC, a AEMinho considera que a redução de apenas 1% não tem efeito nenhum. Esta diminuição não terá o impacto desejado na atração de investimento, nem libertará os recursos necessários para que as empresas possam investir em inovação, formação e na melhoria das condições dos seus colaboradores”, comenta a associação liderada por Ramiro Brito.

Enquanto não acabarmos com um IRC progressivo que penaliza as empresas com melhor desempenho, e não adotarmos uma política fiscal que privilegie as retenções de resultados para incrementar o investimento, será difícil reunirmos as condições para alcançarmos níveis de crescimento significativos na economia portuguesa.

José Eduardo Carvalho

Presidente da AIP

Para a mesma entidade, “é crucial um corte mais agressivo, especialmente em setores estratégicos como tecnologia e exportação, para promover um crescimento sustentado e a competitividade internacional. Apenas poderá ser visto como um fator positivo, se for revelador de uma tendência de descida efetiva em quadros orçamentais futuros. Ainda assim para 2025, terá impacto praticamente nulo.”

Também a AIP refere que a descida do IRC “foi tímida e manteve-se o número de benefícios fiscais em sede de IRC, apesar de alguns moderadamente melhorados”.

A Associação Comercial do Porto elogia “a redução programada de IRC para as PME e small mid caps é uma medida especialmente positiva, porque abrange a esmagadora maioria das empresas nacionais e deixa de penalizar o lucro em negócios que estão em desenvolvimento e aspiram a crescer”. Ainda assim, a associação nota que gostaria que o “Governo cumprisse com o que estava inscrito no seu programa em termos de IRC e que a redução da carga fiscal fosse mais robusta do que as três décimas apresentadas.”

“A proposta de tributação sobre o rendimento das empresas (IRC e derrama estadual e municipal) mantém-se muito aquém do patamar necessário para aumentar a atratividade de investimento (nacional e estrangeiro) e melhorar a competitividade da economia portuguesa. Por outro lado, ao não avançar com uma expectativa de redução para os anos seguintes a 2025 introduz uma imprevisibilidade fiscal a médio prazo, fator absolutamente crítico no mundo dos negócios”, acrescenta a AEP.

Gostaríamos que o Governo cumprisse com o que estava inscrito no seu programa em termos de IRC e que a redução da carga fiscal fosse mais robusta do que as três décimas apresentadas.

Associação Comercial do Porto

Relativamente a outras medidas, ao nível do IRS, os representantes das empresas acolheram com agrado o IRS Jovem. “Reconhece-se que algumas medidas propostas são positivas, mas têm um caráter limitador e estão longe do que o país realmente precisa”, admite a AEP, notando que, “no IRS jovem, consideramos positivo o alargamento dos destinatários a todos os jovens, independentemente das qualificações académicas. Porém, importa atuar em geral na tributação sobre os rendimentos do trabalho“, refere a AEP.

A AEP destaca ainda que “em matéria de incentivos fiscais, o facto de a majoração em IRC com vista ao reforço da valorização salarial requerer um limiar mínimo de aumento salarial, bem acima do valor da inflação, retira eficácia à medida. Face ao atual contexto, fortemente adverso, nem todas as empresas e/ou setores terão a capacidade de o praticar.”

Para a Associação Comercial do Porto, “o aumento das deduções ao IRC às empresas que aumentem salários e a isenção de IRS aos prémios de produtividade são propostas muito significativas em termos de justiça fiscal e produtividade. É um sinal claro de que os trabalhadores e as empresas não vão pagar mais impostos por produzirem mais e melhor.”

Reconhecemos os esforços na redução das taxas de tributação autónoma e nos pagamentos por conta, mas sublinhamos que o objetivo deve ser a eliminação ou uma redução substancial dessas obrigações, que sobrecarregam as empresas com impostos sobre lucros.

AEMinho

O orçamento prevê ainda uma redução progressiva da tributação autónoma em sede de IRC aplicada às viaturas das empresas disponibilizadas aos trabalhadores e aumenta em 10 mil euros os limites de preço, a majoração em 20% dos custos com seguros de saúde e incentivos ao reforço dos capitais próprios. Medidas aplaudidas, na generalidade, pelas associações empresariais.

“Reconhecemos os esforços na redução das taxas de tributação autónoma e nos pagamentos por conta, mas sublinhamos que o objetivo deve ser a eliminação ou uma redução substancial dessas obrigações, que sobrecarregam as empresas com impostos sobre lucros que, muitas vezes, ainda não foram realizados”, aponta a AEMinho.

No que diz respeito ao setor do imobiliário, Associação de Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários (APPII) considera que, na generalidade, a proposta de Orçamento de Estado para 2025 traz mais confiança e estabilidade ao mercado, destacando “importantes medidas para o setor da habitação, que a serem efetivadas são um passo em frente, mas ainda tímido, na resolução da crise da habitação que se vive atualmente no nosso país.”

“Acreditamos que esta proposta de Orçamento traz confiança ao mercado de habitação, dá os primeiros passos no sentido de começar a ser uma solução para a crise habitacional que vivemos. Tem que haver sentido de Estado para que as medidas, agora inscritas, sejam aprovadas para que possamos, o mais rápido possível, colocar mais habitação no mercado”, aponta o presidente da APPII, Hugo Santos Ferreira.

A descida do IVA para 6% e os apoios aos jovens na compra da primeira casa, através da intenção de IMT e Imposto de Selo, são medidas que merecem destaque para a associação do setor.

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