Senado dos EUA dá passo importante para evitar paralisia orçamental

  • Lusa
  • 18 Janeiro 2024

O projeto de lei permitirá ao Governo continuar a financiar as despesas do Estado até ao início de março, o que dá tempo aos governantes eleitos para chegarem a acordo sobre um orçamento maior.

O Senado norte-americano adotou esta quinta-feira uma medida de financiamento parcial ao Governo federal que visa adiar o espetro de uma paralisia orçamental até ao início de março. A Câmara dos Representantes deverá agora votar o mesmo texto e, se aprovado, enviá-lo-á à mesa do Presidente, Joe Biden, para promulgação antes da meia-noite de sexta-feira, data em que expira o financiamento de parte do Estado federal.

Caso contrário, milhares de funcionários públicos seriam forçados ao desemprego técnico, incluindo milhares de controladores de tráfego aéreo. Os legisladores norte-americanos foram pressionados a votar rapidamente esta medida e assim evitar o famoso shutdown parcial, enquanto Washington se encontra sob a ameaça de uma tempestade de neve na sexta-feira e a Câmara dos Representantes já cancelou as votações marcadas para esse dia.

Este projeto de lei permitirá ao Governo continuar a financiar as despesas do Estado até ao início de março, o que dá tempo aos governantes eleitos para chegarem a acordo sobre um orçamento maior e detalhes das despesas. “Se ambos os partidos continuarem a trabalhar de boa-fé, podemos evitar uma paralisação sem caprichos de última hora ou ansiedade desnecessária para tantos americanos”, disse, num discurso, o líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer.

A incapacidade recorrente do Congresso em adotar um orçamento para o ano fiscal (que começou há quatro meses) ilustra as disfunções no aparelho institucional norte-americano, sendo que medidas de financiamento adotadas por um curto período são frequentemente utilizadas para evitar a paralisia orçamental. O texto votado foi objeto de duras negociações entre republicanos, que representam a maioria na Câmara dos Representantes, e democratas, maioria no Senado.

Espera-se que dezenas de republicanos eleitos na Câmara, maioritariamente ultraconservadores, votem contra a medida temporária. O esperado apoio dos democratas eleitos deverá, no entanto, permitir a sua adoção. No início de janeiro, o presidente republicano da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, anunciou um acordo com os democratas sobre o montante total do orçamento do Estado para o ano fiscal de 2024, estabelecendo um limite para os gastos federais em cerca de 1,7 biliões de dólares (1,56 biliões de euros).

O desacordo entre as duas partes diz respeito a rubricas de despesas. Joe Biden formulou assim um pedido de 106 mil milhões de dólares (97,5 mil milhões de euros) adicionais no orçamento, principalmente para ajudar a Ucrânia e, em menor medida, Israel. Os líderes de ambos os partidos no Senado defendem o apoio a Kiev, mas vários legisladores republicanos na Câmara dos Representantes dizem que tal apoio não é do interesse dos Estados Unidos.

Outro tema delicado em discussão é o grande número de migrantes na fronteira com o México. Quer republicanos, quer democratas, concordam quanto à existência de uma crise, mas divergem quanto à resposta a dar. Os primeiros pretendem, sobretudo, limitar o direito de asilo e reforçar as medidas de expulsão.

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PGR envia carta rogatória a Angola a pedir a acusação contra Isabel dos Santos

  • Lusa
  • 18 Janeiro 2024

O Ministério Público revelou ainda que correm no DCIAP "nove inquéritos que, direta ou indiretamente, visam Isabel dos Santos".

O Ministério Público (MP) vai enviar uma carta rogatória para Angola a pedir a acusação contra a empresária Isabel dos Santos num processo relativo à sua gestão na petrolífera Sonangol, adiantou a Procuradoria-Geral da República (PGR).

Segundo a PGR, em resposta à agência Lusa, na sequência da acusação em Angola “e no âmbito de investigação a correr termos no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), este departamento vai remeter uma carta rogatória a Angola a solicitar, além do mais, o envio de certidão da acusação em causa”.

“Só após a receção e análise desta certidão poderá tomar posição, […] aferindo de eventual sobreposição, total ou parcial, de objetos de investigação relativamente a crime(s) imputado(s) a visados na investigação do DCIAP”, acrescentou a PGR. O MP revelou ainda que correm no DCIAP “nove inquéritos que, direta ou indiretamente, visam Isabel dos Santos”.

A PGR recordou que Portugal se encontra vinculado a instrumentos de cooperação judiciária penal internacional, nomeadamente à Convenção de Auxílio Judiciário em Matéria Penal entre os Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). “Por isso, [está] comprometido à prática de determinados atos que lhe sejam solicitados” e que “as únicas causas de recusa de cooperação são as previstas” na convenção, justificou.

Numa entrevista à Rádio Essencial de Angola, depois de ter sido conhecida a acusação, a empresária Isabel dos Santos acusou as autoridades angolanas de darem “ordens diretas” e instruções às suas congéneres portuguesas nos casos judiciais que a envolvem nos dois países.

Neste processo, Isabel dos Santos é acusada de peculato, burla qualificada, abuso de poder, abuso de confiança, falsificação de documento, associação criminosa, participação económica em negócio, tráfico de influências, fraude fiscal, fraude fiscal qualificada (um crime cada) e de dois crimes de branqueamento de capitais.

Além da filha do ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos, são acusados Paula Oliveira, amiga e sócia (seis crimes), o seu antigo gestor e amigo Mário Leite da Silva (seis crimes), o seu ex-administrador financeiro na Sonangol Sarju Raikundalia (nove crimes) e a consultora PricewaterhouseCoopers (PwC) (dois crimes).

Segundo o despacho, datado de 11 de janeiro, os arguidos causaram ao Estado angolano um prejuízo superior a 208 milhões de dólares (190 milhões de euros), repartidos entre 176 milhões de dólares (169 milhões de euros), 39 milhões de euros e cerca de 94 milhões de kwanzas (104 mil euros) envolvendo salários indevidamente pagos, vendas com prejuízo, fraude fiscal e pagamentos fraudulentos a empresas.

O Ministério Público angolano, que analisa neste documento a gestão de Isabel dos Santos entre junho de 2016 e novembro de 2017, aponta várias irregularidades entre as quais um esquema de gestão paralela e contratos celebrados com empresas a si ligadas, através das quais foram feitos pagamentos ilegais.

Segundo a acusação, no âmbito da sua gestão e aproveitando a condição de filha do Presidente (falecido em 2022), Isabel dos Santos “devidamente concertada com os arguidos Mário Silva, Sarju Raikundalia e Paula Oliveira, de forma meticulosa, criou um plano para defraudar vigorosamente o Estado angolano, persuadindo o Conselho de Administração a tomar decisões que os beneficiaram”.

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Candidaturas para a 5.ª edição do Portugal FinLab abertas até 23 de fevereiro

  • ECO Seguros
  • 18 Janeiro 2024

As inscrições para a 5.ª edição do Portugal Finlab estão abertas até dia 23 de fevereiro. Empresas e startups podem apresentar projetos e produtos de fintech.

Abriram esta segunda-feira as candidaturas para a 5.ª edição do Portugal FinLab. Segundo a plataforma de comunicação, são esperadas candidaturas de startups, empresas e incumbentes como bancos e seguradoras tradicionais com projetos ou produtos na área de tecnologia e finanças que podem enviar as suas candidaturas até 23 de fevereiro de 2024.

Esta é uma iniciativa conjunta das três autoridades reguladoras do setor financeiro, nomeadamente, o Banco de Portugal (BP), a Comissão do Mercado e Valores Mobiliários (CMVM) e a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF). Com esta iniciativa os reguladores visam fornecer orientações aos participantes que desenvolvem produtos ou projetos de fintech (de tecnologia relacionada com atividades financeiras como a banca, seguros ou investimento) acerca das formas de operar no sistema regulatório português, lê-se no site da iniciativa.

Uma vez enviadas as candidaturas, os participantes terão que esperar até 12 de março, dia que são informados se foram selecionados para o Pitch day que terá lugar nos dias 26 e 27 de março.

Dos projetos apresentados serão escolhidos, no máximo, 5 para análise. “Esta análise deverá ser entregue em formato de relatório e as respetivas conclusões poderão ser posteriormente discutidas com as autoridades numa reunião de encerramento com cada participante, por forma a esclarecer eventuais questões adicionais.”.

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De despesas médicas a apoio jurídico, um guia sobre o seguro para animais

Seguros para animais oferecem proteção face a imprevisto, desde uma elevada despesa médica ou uma indemnização. Saiba detalhes a ter em consideração na escolha da apólice.

Milhares de famílias portuguesas têm animais de estimação, que fazem companhia e também requerem cuidados que pesam no orçamento familiar. Segundo dados divulgados pela DECO Proteste, os cães requerem cerca de 1.021 euros por ano e os gatos 892 euros. A pesar no orçamento estão os gastos com os serviços de saúde que variam consoante a idade e a espécie do patudo, podendo chegar, em média, a 411 euros por ano a cães seniores, de acordo com a DECO.

Para se prevenir de despesas inesperadas, como indemnizações por danos causados a terceiros pelo animal e despesas médicas elevadas, cerca de 373 mil portugueses contratualizaram seguro para animais, de acordo com o estudo Basef Seguros, da Marktest.

Seguro para animais domésticos é obrigatório?

“O seguro de animais domésticos é um seguro de Responsabilidade Civil”, explicou Nuno Gomes Duarte, responsável da oferta e gestão de produto do Grupo Ageas Portugal. Segundo o responsável, o seguro pode incluir serviços de assistência, como veterinária e medicação, localização em caso de desaparecimento, proteção jurídica e muito mais. A oferta varia consoante os pacotes e seguradoras.

O único seguro para animais obrigatório é o de responsabilidade civil de animais perigosos ou potencialmente perigosos, segundo a lei n.º 46/2013. Por animais perigosos ou potencialmente perigosos a Direção Geral de Agricultura e Veterinária entende “qualquer animal que devido às características da espécie, ao comportamento agressivo, ao tamanho ou potência da mandíbula, possa causar lesão ou morte a pessoas ou outros animais, nomeadamente os cães pertencentes às raças previamente definidas como potencialmente perigosas”, como o cão de fila brasileiro; dogue argentino, pit bull terrier, rottweiler, staffordshire terrier americano, staffordshire, bull terrier e tosa inu.

Várias seguradoras contratualizam este seguro, entre elas a Fidelidade, Tranquilidade, N Seguros (Lusitania), Mapfre, Ageas Seguros e a CA Seguros.

Conceitos a ter em atenção

Para subscrever o seguro será solicitado os dados do animal, como o nome e a data de nascimento, a espécie, a raça, o género, cor ou número de microchip. Pode ainda ser necessário preencher um questionário acerca do historial clínico do animal, informa a DECO.

É essencial saber qual é a franquia estabelecida no contrato de seguro, isto é, o montante até ao qual o segurador não se responsabiliza em caso de sinistro coberto pela apólice. Isto para não ser apanhado de surpresa quando tiver de pagar uma despesa do animal que se julgou estar a cargo da seguradora. A implementação das franquias evita o pagamento, pelas seguradoras, de sinistros de baixo valor.

É fundamental compreender os períodos de carência, ou seja, o intervalo de tempo estabelecido sem cobertura após a assinatura do contrato de seguro. Esta cláusula serve para proteger a seguradora de ser cobrada por despesas feitas antes do início do contrato.

Segundo a DECO, a maioria dos seguros para animais está ligada a uma rede veterinária que o segurado pode recorrer pagando o valor acordado. Caso não haja um prestador na área de residência, o segurado pode escolher outro profissional, pagar integralmente e solicitar o reembolso à seguradora, mediante a apresentação do comprovativo. Além disso, há produtos sem rede veterinária associada que reembolsam parte das despesas com os cuidados de saúde do animal suportadas pelo cliente. É aconselhável verificar a representação da rede na área de residência antes da escolha, especialmente em localidades menores.

Idade e espécie influenciam o preço

A espécie do animal, a idade, o animal ser ou não um animal perigoso ou potencialmente perigoso (ou ser descendente de uma raça potencialmente perigosa), a existência de registos que dão conta de danos causados a terceiros por animais domésticos são fatores que influenciam o preço do seguro, explica Nuno Gomes Duarte. Além disso, na Pétis, “durante a vigência da apólice, o número de sinistros e o aumento dos custos associados poderão determinar ajustamentos tarifários do conhecimento dos clientes”, acrescenta.

Cuidado para não perder direito a reembolso

Existem ações que podem invalidar o direito de ser reembolsado por uma despesa coberta pela apólice. O Responsável da Oferta e Gestão de Produto do Grupo Ageas Portugal, explica que em matéria de obrigações contratuais é essencial garantir “o pagamento atempado do prémio – valor do seguro – nas datas definidas” e comunicar à seguradoratodas as circunstâncias que permitam a apreciação do risco e do seu agravamento, como por exemplo o estado de saúde do animal de estimação ou danos causados a terceiros. “Em caso de sinistro, ou seja, danos causados a terceiros, acidente ou doença, a comunicação atempada do mesmo e a respetiva apresentação das despesas são condição essencial para assegurar a melhor proteção aos nossos melhores amigos.”, refere o representante da Ageas Portugal.

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Pedro Nuno Santos diz que PSD é um “partido de para-arranca”

  • Lusa
  • 18 Janeiro 2024

“Nós não podemos estar sistematicamente a adiar o futuro do país, estar sempre a reponderar, a reavaliar, a olhar para trás. Nós temos é que olhar para a frente”, defendeu.

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, defendeu esta quinta-feira que o país só irá avançar se os políticos tiverem capacidade de concretização, criticando o PSD por ser um “partido de para-arranca”.

O PSD disse ontem que, caso ganhasse as eleições, iria reavaliar o projeto do TGV. Verdadeiramente o que é preciso é travar o PSD. O PSD é um partido do para-arranca”, sustentou Pedro Nuno Santos.

O secretário-geral socialista falava aos jornalistas no final de uma visita à Motofil, um fabricante de máquinas industriais, em Ílhavo, no distrito de Aveiro.

Pedro Nuno afirmou que Portugal só poderá avançar se for capaz, e se os políticos forem capazes, de fazer, de concretizar, defendendo que o país não pode estar sistematicamente a parar ou a rever o que os governos anteriores decidiram.

“Nós não podemos estar sistematicamente a adiar o futuro do país, estar sempre a reponderar, a reavaliar, a olhar para trás. Nós temos é que olhar para a frente”, defendeu.

O líder do PS disse ainda que o país tem umas décadas largas de atraso num projeto que é estruturante para a mobilidade dentro do território, adiantando que Portugal foi ultrapassado por outros países.

“Infelizmente, o país durante décadas desistiu da ferrovia, foi encerrando linhas. E aquilo que nós queremos fazer, e já começámos, foi novamente apostar na ferrovia como meio de transporte de futuro”, concluiu.

 

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Pagamento de salários da Global Media “não tem nada a ver” com a ERC

  • Lusa
  • 18 Janeiro 2024

"A ERC está a desenvolver dois procedimentos", um relativo "ao regime da transparência e um outro conjunto de averiguações", indicou a presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social.

A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) disse esta quinta-feira que a questão do pagamento de salários no Global Media Group (GMG) “não tem absolutamente nada a ver” com o regulador.

Em declarações à Lusa, a presidente do Conselho Regulador da ERC, Helena Sousa, disse que “a questão da transferência de salários não tem absolutamente nada a ver com a ERC”, depois de um comunicado do presidente executivo do GMG, José Paulo Fafe, ao qual o fundo que controla o grupo, World Opportunity Fund (WOF), transmitiu a sua indisponibilidade em transferir dinheiro para pagar os salários em atraso até uma decisão da ERC e de um “alegado procedimento cautelar”.

“A ERC está a desenvolver dois procedimentos”, um relativo “ao regime da transparência e um outro conjunto de averiguações”, indicou, salientando que “vai continuar a fazer o seu trabalho de acordo com os prazos que estão a decorrer”. “Essa é uma questão de gestão que não tem a ver com os procedimentos, que a ERC que está a desenvolver”, realçou.

Helena Sousa disse ainda que a ERC está “à espera da resposta do fundo”, no âmbito das suas averiguações. “Os prazos estão a decorrer”, salientou, indicando que foram dados 10 dias úteis nesta matéria, mas sem confirmar uma data concreta para uma deliberação final. “Em breve teremos uma deliberação da ERC sobre essa matéria”, destacou, salientando que “o fundo foi notificado” e aguardam resposta de acordo com os prazos.

“O World Opportunity Fund (WOF) transmitiu-me no dia de hoje a sua indisponibilidade em efetuar qualquer transferência, sem que o Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) conclua o processo administrativo autónomo para a aplicação do art.º 14 da Lei da Transparência, e que pode eventualmente resultar na inibição do exercício dos direitos de voto por parte do WOF”, afirmou o presidente executivo (CEO) do GMG em comunicado.

Além disso, acrescenta José Paulo Fafe, o fundo também lhe transmitiu a sua “indisponibilidade em efetuar qualquer transferência até que o alegado procedimento cautelar de arresto anunciado publicamente pelo empresário Marco Galinha seja retirado”. Os plenários dos trabalhadores do Jornal de Notícias e do desportivo O Jogo, títulos do GMG, resolveram ativar a suspensão de contratos de trabalho, por falta de pagamento de salários, segundo dois comunicados hoje divulgados.

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Marcelo pede transparência sobre quem são os donos dos media

O Presidente da República argumentou que um dos problemas que o setor enfrenta tem que ver com a transparência para perceber quem responde pelos meios de comunicação.

O Presidente da República defendeu esta quinta-feira, na abertura do Congresso dos Jornalistas, que é preciso garantir que há transparência sobre quem são os grupos que controlam os media e quais os interesses que os move.

Marcelo Rebelo de Sousa argumentou que a situação do setor dos media é muito crítica e é altura para estudar soluções, lembrando que sem jornalistas não há jornalismo. “Tudo isto torna inevitável que haja transparência no saber quem lidera o quê na comunicação social, com que projetos editoriais, com que modelos, com que perfis e viabilidade de dar vida ao setor“, defendeu.

Em segundo, Marcelo apelou a que os proprietários e gestores dos meios, todos eles, estejam em constante interação e mantenham uma plataforma de diálogo com os jornalistas.

Em terceiro, o Presidente da República defendeu que o Estado não se alheie de um debate essencial. Desde logo porque “há meios públicos históricos e muito importantes” e, depois, porque “só numa base de entendimento amplo de forças e hemisférios doutrinais, ideológicos e políticos diferentes, é possível abordar esta temática de regime”

Marcelo Rebelo de Sousa realçou, assim, que só “com transparência e com critérios gerais e abstratos, sempre que possível, olhando do lado de espetadores, ouvintes e leitores” e com planos de literacia focados nos jovens, na cobertura de públicos diferenciados ou “na garantia do papel dos meios públicos de comunicação social” é possível abordar o problema dos media.

Apesar de reconhecer a gravidade da situação que o setor enfrenta, Marcelo defendeu que “este tempo que se vive pode ser virtuoso, pode permitir debater pistas, propostas, projetos, horizontes” para o futuro da comunicação social. Desde logo, pode permitir “pistas e horizontes, uns de emergência, para amanhã. Outros de pelo menos médio prazo”, lembrando que “os jornalistas não desistem, não renunciam”. “Ninguém arreda pé, como nos ajuntamentos estudantis de outros tempos“.

Em relação àquilo que podem ser as soluções para criar um jornalismo independente financeiramente, Marcelo deixou algumas propostas, como apostar na inovação tecnológica, ou procurar públicos excluídos.

“É tempo para, da vossa barricada, saber o que é verdadeiramente essencial para dar mais força ao jornalismo, à liberdade e à democracia, neste ano eleitoral e além dele”, apelou Marcelo no seu discurso no Congresso dos Jornalistas.

Notícia em atualização

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Mais de 400 jornalistas abandonaram a profissão em sete anos

  • Lusa
  • 18 Janeiro 2024

“Somos 5.310 em 2024, em sete anos, saíram 436 camaradas da profissão […]. Sair e ficar são atos de coragem. Uns e outros estão unidos pela paixão do jornalismo”, afirmou Pedro Coelho.

O presidente do 5.º Congresso dos Jornalistas indicou esta quinta-feira que, em sete anos, mais de 400 jornalistas abandonaram a profissão, destacando os “atos de coragem” de quem chega ou deixa o setor e a “paixão pelo jornalismo”.

Somos 5.310 em 2024, em sete anos, saíram 436 camaradas da profissão […]. Sair e ficar são atos de coragem. Uns e outros estão unidos pela paixão do jornalismo”, afirmou o presidente do 5.º Congresso dos Jornalistas, Pedro Coelho, que falava na cerimónia de abertura da reunião magna, que decorre, no Cinema São Jorge, em Lisboa.

O presidente do 5.º Congresso dos Jornalistas assinalou que na última edição a antiga jornalista Barbie Zelizer escreveu que a profissão tinha atingido “um ponto de exaustão”, restando-lhe renascer. Contudo, passados sete anos “estamos pior”, notou.

Durante a sua intervenção, lembrou os jornalistas que fazem estágios sucessivos, sem salário, os que se esgotam física e mentalmente, os que partilham casa, não têm dinheiro para viajar ou comprar livros, os precários, os que produzem à peça e todos os que se desdobram em vários trabalhos.

“Falo pelos que, apesar de tudo, têm a coragem de ficar”, vincou. Este responsável disse ainda que os jornalistas têm que “olhar para dentro” e perceber aquilo que está a ser feito. Conforme defendeu, se o problema é o financiamento do bem público, então que “se discuta sem tabus o financiamento do jornalismo e não das empresas, cuja propriedade desconhecemos e que podem servir interesses obscuros”.

Pedro Coelho aproveitou ainda para deixar um alerta: Se tudo ficar na mesma, “teremos perdido a oportunidade de reconstruir o futuro”. O 5.º Congresso dos jornalistas, que decorre sete anos após a última edição, vai abordar temas como ética, condições de trabalho, ensino, memória e financiamento dos media. Este evento, que termina no domingo, é promovido pelo Sindicato dos Jornalistas (SJ), Casa da Imprensa e Clube dos Jornalistas.

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Trabalhadores do Jornal de Notícias e de O Jogo vão suspender contratos por falta de pagamento

As redações do Jornal de Noticias e d'O Jogo, reunidas esta quinta-feira em plenário, decidiram ativar a suspensão dos contratos de trabalho por falta de pagamento dos salários.

As redações do Jornal de Noticias e d’O Jogo, reunidas esta quinta-feira em plenário, decidiram ativar a suspensão dos contratos de trabalho por falta de pagamento dos salários. Em falta está o ordenado de dezembro e também o subsídio de Natal.

A decisão foi conhecida cerca de duas horas depois de José Paulo Fafe, presidente da comissão executiva e representante do World Opportunity Fund, que controla o grupo, ter anunciado que o fundo tinha travado a transferência para o pagamento de salários até uma decisão da ERC e também da ação de arresto colocada por Marco Galinha.

Não podemos deixar de notar a coincidência de os dias de plenário do jornal O Jogo e Jornal de Notícias serem sempre marcados por comunicados da Comissão Executiva (CE)”, lamentaram os jornalistas do O Jogo, indicando que “desta feita, a nota foi apenas assinada por José Paulo Fafe”, mas surgiu antes na comunicação social, “apesar dos sucessivos pedidos de esclarecimento levados a cabo pelos representantes dos trabalhadores”.

O comunicado de José Paulo Fafe deixa clara uma ideia repulsiva: não pagam porque não querem”, afirmou a redação do jornal O Jogo.

Não cedemos a chantagens, pressões e táticas terroristas da CE ou de José Paulo Fafe, que fazem dos trabalhadores autênticos reféns e armas de arremesso”, lamentaram, indicando que “se a CE não é capaz de solucionar os problemas, que assuma isso e aja em conformidade” lembrando que “há propostas e vias de saída em cima da mesa para todos os títulos”. “A situação exige em toda a linha a abertura para uma negociação”, destacaram.

A redação do Jornal de Notícias, por sua vez, repudiou “mais um ato de terrorismo da Comissão Executiva do Global Media Group” enquanto “decorria a reunião de trabalhadores”.

Assegurou ainda que “defenderá inequivocamente – e até às últimas consequências – o Jornal de Notícias e os seus trabalhadores, tendo sempre em vista o superior interesse dos leitores, do jornalismo e da democracia”.

Os sindicatos dos Jornalistas (SJ) e dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte (SITE-Norte) apresentaram esta quarta-feira denúncia na ACT devido à falta de pagamento dos salários no Global Media Group (GMG).

Num comunicado, as estruturas sindicais disseram que foi apresentada denúncia na Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) “pela falta de pagamento dos salários de dezembro aos trabalhadores da Global Notícias”, empresa do grupo GMG que detém o Jornal de Notícias, o Diário de Notícias e o desportivo O Jogo

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Associações do cinema e audiovisual pedem regulação internacional do streaming

  • Lusa
  • 18 Janeiro 2024

As associações defendem que "as empresas de cinema e audiovisual independentes devem possuir e/ou manter o controlo da propriedade intelectual e dos direitos sobre o seu trabalho".

Um conjunto de 20 associações dos setores do cinema e do audiovisual, incluindo duas portuguesas, exigiu ação dos governos a nível internacional para que protejam as indústrias locais e imponham maiores contributos das plataformas de streaming.

O comunicado conjunto, divulgado na quarta-feira pela publicação Deadline, foi subscrito por 20 associações, do Canadá à União Europeia e América Latina, entre as quais se contam a Associação de Produtores de Cinema e Audiovisual (APCA) e a Associação de Produtores Independentes de Televisão (APIT).

“Juntos representamos milhares de empresas da indústria cinematográfica e audiovisual e partilhamos um compromisso em assegurar uma regulamentação por parte dos nossos respetivos governos, que garanta que a nossa indústria continue a ser sustentável e mantenha a soberania cultural da nossa nação“, pode ler-se no texto enviado hoje à Lusa pela APCA.

As subscritoras referem que a regulamentação das plataformas de streaming deve orientar-se por princípios que estejam centrados na importância dos conteúdos locais e que “todas as plataformas que retiram benefícios financeiros do exercício da sua atividade no mercado local devem contribuir financeiramente, de forma proporcional, para a criação de novos conteúdos locais, em benefício dos públicos locais”.

“Para satisfazer as expectativas do público, é necessário manter e apoiar um setor de cinema e audiovisual saudável (desenvolvimento, produção — incluindo pós-produção –, distribuição), que proporcione emprego, atividade económica, melhoria das competências da indústria, exportações e oportunidades de crescimento”, acrescentam.

No mesmo texto salientam que “as empresas de cinema e audiovisual independentes devem possuir e/ou manter o controlo da propriedade intelectual e dos direitos sobre o seu trabalho, incluindo o direito de participar financeiramente no sucesso gerado pelo seu trabalho numa plataforma, criada como parte do património cultural único de uma nação”.

Na quarta-feira, na área da música, o Parlamento Europeu defendeu a criação de regras uniformes na União Europeia (UE) para que as plataformas de streaming, como o Spotify, paguem uma “remuneração justa” aos artistas, defendendo ainda transparência sobre Inteligência Artificial.

Numa resolução aprovada esta quinta-feira na sessão plenária da assembleia europeia, que decorre na cidade francesa de Estrasburgo, os eurodeputados pedem a “adoção de regras da União Europeia para garantir que o setor do streaming de música seja justo, sustentável e que promova a diversidade cultural”, de acordo com um comunicado da instituição.

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Tribunal condena Portugal a pagar mais 36 mil euros por violar direitos humanos

  • Lusa
  • 18 Janeiro 2024

Nas duas decisões do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, o Estado português terá de despender 36.200 euros, que se somam aos mais de 18 mil euros. em outra decisão de terça.

O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) voltou a condenar esta quinta-feira Portugal em mais de 36 mil euros por condições inadequadas de detenção, falta de recurso e duração excessiva do processo penal na justiça portuguesa.

Em causa estão duas decisões divulgadas pelo tribunal sediado em Estrasburgo: no primeiro, dois cidadãos queixaram-se das condições em que estiveram detidos no Estabelecimento Prisional de Lisboa (EPL) – um durante três anos e dois meses e o outro durante cerca de dois anos; no segundo, outras duas pessoas reclamaram dos quase seis anos que o seu processo durou nos tribunais.

Joaquim Capitão e João Cardoso apontaram “sobrelotação, temperatura inadequada, falta de ar fresco, má qualidade da alimentação, falta de privacidade nos chuveiros, falta ou inadequação do mobiliário, falta de assistência médica necessária, cela com bolor ou suja, infestação da cela com insetos/roedores, humidade, falta ou quantidade insuficiente de alimentos” sobre o encarceramento no EPL desde julho de 2020 e janeiro de 2021, respetivamente.

O TEDH acabou por atribuir uma indemnização de 15.400 euros do Estado português a Joaquim Capitão e de 13.200 euros a João Cardoso, recebendo cada um mais 250 euros a título de custas judiciais.

Quanto ao outro processo, o TEDH considerou admissível as queixas de lentidão da justiça apresentadas por Ercílio Ribeiro e António Leal, impondo compensações a ambos de 3.300 euros, acrescidos de 250 euros para cada por custas judiciais. “O tribunal considera que, no caso em apreço, a duração do processo foi excessiva e não respeitou o requisito do “prazo razoável”, lê-se no acórdão.

No total das duas decisões, o Estado terá de despender 36.200 euros, que se somam aos mais de 18 mil euros atribuídos na terça-feira num outro processo a um cidadão português por violação do direito de liberdade de expressão.

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Netanyahu informou EUA que é contra um Estado palestiniano no pós-guerra

  • Lusa
  • 18 Janeiro 2024

Os EUA instaram Israel a reduzir a escala e a intensidade da sua ofensiva a Gaza e sustentaram que a criação de um Estado palestiniano deveria fazer parte do "dia seguinte".

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou esta quinta-feira ter comunicado aos Estados Unidos que é contra a criação de um Estado palestiniano em qualquer cenário de pós-guerra.

Tal posição evidencia as profundas divergências entre os aliados próximos, três meses após o início da ofensiva de Israel à Faixa de Gaza, a 7 de outubro, para eliminar o movimento islamita palestiniano Hamas, ali no poder desde 2007.

Os Estados Unidos instaram Israel a reduzir a escala e a intensidade da sua ofensiva a Gaza e sustentaram que a criação de um Estado palestiniano deveria fazer parte do “dia seguinte”.

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