PCP questiona Governo sobre despedimentos na Global Media e venda de ações da Lusa

  • Lusa
  • 24 Novembro 2023

Os comunistas perguntam ao executivo quais os "apoios concretos, diretos ou indiretos, do Estado" de que a Global Media tem beneficiado.

O PCP quer saber se o Governo tem conhecimento da situação económica da Global Media Group (GMG) e o que irá fazer relativamente à intenção de despedir centena e meia de trabalhadores, sobretudo no Jornal de Notícias e na TSF.

Em requerimentos enviados aos ministros do Trabalho, da Cultura, da Economia e das Finanças, através do parlamento, o Grupo Parlamentar do PCP pretende esclarecer “que acompanhamento está [o Governo] a fazer, ou tenciona fazer, do anunciado despedimento coletivo” e “que diligências pretende tomar para salvaguardar os postos de trabalho e os direitos dos trabalhadores?

Os comunistas perguntam ao executivo quais os “apoios concretos, diretos ou indiretos, do Estado” de que a Global Media tem beneficiado.

Questionam também se “decorrem ou perspetivam-se negociações entre o Governo e a GMG e/ou a Páginas Civilizadas, ou seus representantes, com vista à aquisição, pelo Estado, das respetivas participações na Agência Lusa?” e, “em caso afirmativo, em que termos e com que limites designadamente quanto ao valor da operação em causa?”

O PCP lembra que “o empresário Marco Galinha, até há pouco presidente da GMG, pretendia alienar os 45,71% do capital da Lusa – Agência de Notícias de Portugal que controlava — 23,36% através da GMG e 22,35% via empresa Páginas Civilizadas, então pertencente ao Grupo Bel por si detido, mas que em Outubro passou a ser controlada (51%) pelo referido fundo WOF [World Opportunity]”.

Por considerar que “a situação na GMG e a evolução acionista da Agência Lusa, ademais interligadas, carecem de cabal esclarecimento”, o Grupo Parlamentar do PCP, questionou o Governo, mais concretamente os ministérios da Cultura, das Finanças, da Economia e do Mar e do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

Hoje, o Sindicato dos Jornalistas considerou “inadmissível, inviável e impensável” a intenção do Global Media Group de avançar com o despedimento de 150 pessoas.

“A direção do Sindicato dos Jornalistas considera inadmissível, inviável e impensável a intenção anunciada pelo Global Media Group [GMG] de despedir 150 pessoas, quase um terço dos cerca de 500 trabalhadores da empresa”, lê-se na mesma nota, que indicou que “a decisão foi comunicada formalmente pela administração a várias pessoas e colheu oposição unânime das redações incrédulas e indignadas com a administração, que, formalmente, tomou posse há menos de duas semanas”.

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SJ considera “inadmissível” intenção de despedimentos na Global Media

  • Lusa
  • 24 Novembro 2023

“Despedir jornalistas em títulos já carenciados de recursos humanos é impensável, inacreditável e ignóbil, e torna o exercício do jornalismo inviável", critica o Sindicato dos Jornalistas.

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) considera “inadmissível, inviável e impensável” a intenção do Global Media Group de avançar com o despedimento de 150 pessoas, sobretudo no Jornal de Notícias e na TSF, segundo um comunicado divulgado esta sexta-feira.

“A direção do Sindicato dos Jornalistas considera inadmissível, inviável e impensável a intenção anunciada pelo Global Media Group [GMG] de despedir 150 pessoas, quase um terço dos cerca de 500 trabalhadores da empresa“, lê-se na mesma nota, que indicou que “a decisão foi comunicada formalmente pela administração a várias pessoas e colheu oposição unânime das redações incrédulas e indignadas com a administração, que, formalmente, tomou posse há menos de duas semanas“.

De acordo com o SJ, esta intenção, “com impacto primordial na TSF e no JN, é verdadeiramente inadmissível e deve fazer pensar as pessoas e as instituições deste país, pois, por coincidência, vai afetar mais dois dos órgãos que mais têm tentado dignificar as condições de trabalho e dos trabalhadores e com isso a defender o jornalismo de qualidade”.

Além disso, indicou, é inviável porque, “segundo os números conhecidos, significa o fim do jornalismo em dois títulos do GMG“, o Jornal de Notícias, “o único com resultados positivos todos os anos e uma referência nacional com origem no Norte, anos a fio líder de audiências” e a TSF, “uma das rádios mais prestigiadas e mais ouvidas em Portugal, também uma referência de qualidade e seriedade”.

Despedir jornalistas em títulos já carenciados de recursos humanos é impensável, inacreditável e ignóbil, e torna o exercício do jornalismo inviável. E um contrassenso, quando a medida é anunciada menos de duas semanas depois do reforço do Diário de Notícias, outro título do grupo, com vários jornalistas”, destacou.

“E é uma atitude impensável ainda há menos de um mês, quando a administração, em reunião com o SJ, disse que estava aqui para investir e fazer crescer” as marcas, destacou, acrescentando que a gestão tranquilizou os trabalhadores quanto às intenções do fundo World Opportunity (WO).

O SJ citou Paulo Fafe e Paulo Lima de Carvalho, “em representação do fundo, que comprou a maioria do capital a Marco Galinha”, e que indicaram que “o novo acionista não vinha para destruir, mas para construir. Mas faz saber o contrário, menos de um mês depois deste encontro”, lamentou.

“O despedimento de 150 pessoas num grupo como o GMG, que tem cerca de 500 trabalhadores, é apenas a repetição de uma fórmula gasta e com (maus) resultados comprovados: cada vez que se reduzem os quadros de pessoal para poupar dinheiro, empobrece-se o produto final e as receitas caem mais, entrando-se numa espiral negativa e de quebra que acaba por redundar em mais despedimentos, piores resultados e mais despedimentos, e por aí fora”, referiu o SJ.

A estrutura sindical criticou ainda o novo presidente do Conselho de Administração do GMG, José Paulo Fafe, por ter desmentido, em declarações a meios de comunicação social, o que “a administração anunciou de viva voz a vários representantes de trabalhadores no grupo”, referindo que os despedimentos são apenas “uma hipótese teórica”.

O SJ acredita que “em face de tudo isto, a atual administração devia retratar-se, garantir os postos de trabalho, agir em conformidade e pedir desculpa ao Sindicato dos Jornalistas pelas garantias que não vai cumprir”.

O sindicato quer ainda que a gestão peça desculpa “aos potenciais investidores por usarem o nome do World Opportunity (WO) em vão ao anunciar um projeto de investimento para o qual, aparentemente, não tinham apoio ou por terem desbaratado a alegada vontade do WO de investir de forma séria num projeto que podia ser viável“.

Alem disso, recordaram o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, “a quem a administração do GMG apresentou um plano expansionista e cor-de-rosa há menos de 15 dias e agora anuncia um despedimento coletivo de um terço dos trabalhadores”.

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Mais de 15 ativistas do clima detidos pela PSP por tentarem ocupar Ministério das Infraestruturas

  • Lusa
  • 24 Novembro 2023

As detenções no ministério das Infraestruturas ocorreram depois de, durante a manhã, um grupo de estudantes no ministério do Ambiente terem sido recebidos pela polícia de choque.

Mais de 15 estudantes e ativistas do ambiente foram esta sexta-feira detidos pela PSP quando tentavam ocupar as instalações do Ministério das Infraestruturas, em Lisboa, numa ação pelo fim do fóssil e pela eletricidade 100% renovável e acessível até 2025.

Segundo adiantou à agência Lusa Matilde Alvim, dirigente do movimento Greve Climática Estudantil, as detenções dos ativistas junto ao Ministério das Infraestruturas foram efetuadas pela Unidade Especial de Polícia (UEP) da PSP, havendo a indicação, ainda por confirmar oficialmente, que os jovens serão levados para instalações policiais na Penha de França, em Lisboa.

Matilde Alvim referiu que o movimento vai realizar uma vigília no local para onde serão transportados os ativistas detidos.

As detenções, descritas pela dirigente do movimento, ocorreram depois de, durante a manhã, um grupo de estudantes no Ministério do Ambiente terem sido recebidos pela polícia de choque, que carregou e levou um estudante para o hospital, tendo havido ainda três detenções.

Segundo relataram os ativistas, a restante manifestação junto do Ministério do Ambiente foi para a esquadra do Bairro Alto apoiar os colegas detidas. Quando iam dobrar a esquina, uma dezena de polícias parou a manifestação, tendo sido detido mais um estudante.

Simultaneamente, e de acordo com as mesmas fontes, três estudantes menores de idade foram abordados pela polícia, revistados e viram as suas malas apreendidas. A assessora de imprensa do grupo parou para dizer que tal procedimento era ilegal, e foi algemada e levada para a esquadra.

Foram cerca de 50 jovens ativistas que se concentraram pelas 11:30 no Largo Camões, tendo desfilado pouco depois em direção ao Ministério do Ambiente, mas a marcha foi momentaneamente interrompida quando a polícia revistou três manifestantes aos quais apreendeu dois “engenhos pirotécnicos” e um saco com tintas.

O desfile prosseguiu com palavras de ordem contra a exploração de energia fóssil e, ao subirem a Rua do Século, já próximo ao Ministério Ambiente, os manifestantes conseguiram libertar fumos nas cores de vermelho, verde e negro de engenhos semelhantes aos apreendidos pela PSP.

Os manifestantes tentaram derrubar a barreira policial colocada junto ao Ministério do Ambiente, o que gerou alguns momentos de tensão e levou às três detenções.

Por volta das 12:00, um agente da PSP avisou o comando que se a situação se mantivesse “teria de usar outro tipo de força”, tendo poucos minutos depois chegado um núcleo da Equipa de Prevenção e Reação Imediata (EPRI).

Em declarações na altura à agência Lusa, Beatriz Xavier, porta-voz do movimento fim ao fóssil, disse que são necessárias “ações disruptivas” para fazer mudar o sistema.

Os ativistas têm realizado manifestações e ações para reivindicar o fim ao fóssil até 2030 e eletricidade 100% renovável e acessível até 2025, garantindo que este é o último inverno em que o gás fóssil é utilizado em Portugal.

Para o dia de hoje, os estudantes pretendiam “ocupar” o Ministério do Ambiente, numa ação a que chamaram “visita de estudo”. Um jovem ativista pelo clima ficou ferido na cabeça e três foram detidos pela PSP durante um protesto.

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Passes grátis para estudantes passam a incluir serviço de bicicletas partilhadas

Na votação orçamental na especialidade foi aprovada uma proposta do PAN que prevê que os passes de transportes públicos gratuitos para estudantes incluam os sistemas de bicicletas partilhadas.

No próximo ano, o Governo, em conjunto com os responsáveis pelos transportes de cada “área metropolitana e comunidade intermunicipal”, vai ter de assegurar que o serviço de bicicletas partilhadas é incluído nos passes de transportes públicos gratuitos para os estudantes.

Em causa está uma proposta do PAN, que prevê que durante 2024 o Executivo, “em articulação com as autoridades de transportes de cada área metropolitana e comunidade intermunicipal”, adote as “diligências e alterações legislativas necessárias” de modo “a assegurar a inclusão dos sistemas de bicicletas partilhadas no âmbito dos passes intermodais gratuitos”, lê-se.

A medida foi aprovada com abstenção de PSD, Chega e PCP e votos a favor dos restantes partidos.

Foi ainda aprovada outra proposta do PAN que força o Executivo a adotar “as diligências necessárias a assegurar maior visibilidade das ações do Programa Portugal Ciclável 2030, enquadrado na Estratégia Nacional para a Mobilidade Ativa Ciclável 2020-2030″, lê-se na proposta de alteração ao Orçamento do Estado para 2024 (OE2024). Esta medida foi aprovada com abstenção do PSD e Chega e votos a favor dos restantes partidos.

Reforço das transferências para empresas de transporte

O Parlamento estava para aprovar esta sexta-feira uma outra proposta de alteração do PS ao Orçamento para reforçar em 50 milhões de euros as transferências para as empresas de transporte público, que passam a totalizar 410 milhões, de forma a assegurar, em 2024, o congelamento dos passes sociais nos 30 e 40 euros, no caso do navegante municipal e metropolitano, respetivamente. O Orçamento do Estado previa uma injeção financeira de apenas 230 milhões de euros.

Contudo, os deputados decidiram adiar a votação da proposta dos socialistas para a próxima terça-feira, dia 28, véspera da votação final global do Orçamento do Estado.

O Governo já tinha anunciado que, no próximo ano, o preço dos passes de transportes públicos navegante municipal, de 30 euros, e navegante metropolitano, de 40 euros, iria ficar congelado pelo segundo ano consecutivo. Além disso, está previsto o alargamento da gratuitidade dos títulos aos estudantes menores de 23 anos.

Ora, a manutenção dos valores dos passes em anos de inflação elevada significa que o Estado terá de compensar mais as empresas de transportes públicos. Por isso, o PS apresentou uma proposta de alteração que reforça em 50 milhões de euros as transferências previstas de 360 milhões de euros, totalizando 410 milhões.

“Para assegurar a manutenção dos preços vigentes em 2023 dos passes de transportes públicos, como medida excecional de mitigação dos efeitos da inflação, a consignação de valores […] para o programa «Incentiva +TP» será acrescida de 50.000.000 euros”, segundo o texto da iniciativa.

Na nota explicativa anexa à proposta, o PS explica que “a medida agora proposta inclui o montante necessário para garantir a compensação às autoridades de transporte e operadores de transporte público pela manutenção dos preços vigentes em 2023 dos passes de transportes públicos”.

PS quer cartão de mobilidade tipo cartão de refeição depois de goradas as promessas do Governo

Foi aprovada uma proposta do PS que determina que, em 2024, o Governo cria o cartão da mobilidade, uma espécie de cartão de refeição que as empresas podem oferecer aos trabalhadores para suportar despesas com transporte público. A iniciativa contou as abstenções de IL, Chega, PCP e BE.

Recorde-se que o atual Executivo demissionário tinha prometido avançar com esta medida. Em fevereiro, o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, anunciou que o Governo estava “a desenvolver o projeto de cartão de mobilidade, que visa criar uma solução semelhante ao cartão refeição, que será pré-carregado e utilizado em soluções de mobilidade sustentável, bem ou serviços, como passes e títulos de transporte público, incluindo viagens ocasionais, longo curso e sistemas de car ou bike sharing e talvez de velocípedes e carregamento de veículos elétricos”.

Perante a demissão do primeiro-ministro, António Costa, e por arrasto de todo o elenco governativo, e diante de umas eleições antecipadas para 10 de março, a medida vai ficar na gaveta.

Por isso, o PS apresenta uma proposta para que, em 2024, o “Governo avalie e determine a criação e a implementação do Cartão da Mobilidade, atendendo a critérios de sustentabilidade ambiental e da mobilidade sustentável, com o objetivo de incentivar as empresas a comparticipar as despesas de mobilidade dos seus empregados, constituindo-se também como uma medida de acréscimo de rendimento das famílias, e fomentando a adoção de soluções de mobilidade sustentáveis e descarbonizadas pelos trabalhadores”, segundo o texto da iniciativa dos socialistas.

“A criação e implementação do Cartão da Mobilidade são regulamentadas por despacho do membro do Governo responsável pela área da mobilidade urbana e pela área das finanças”, ainda de acordo com a mesma proposta.

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Fábrica de diamantes artificiais vai investir 400 milhões e criar 150 empregos na Covilhã

  • Lusa
  • 24 Novembro 2023

Empresa de capital indiano vai investir inicialmente 96 milhões de euros com a instalação de 72 reatores e a criação de 40 postos de trabalho.

Uma fábrica de produção de diamantes artificiais vai instalar-se na Covilhã, um projeto a concretizar em duas fases num investimento global de 400 milhões de euros, informou esta sexta-feira o presidente da autarquia, Vítor Pereira.

Segundo o autarca daquele município do distrito de Castelo Branco, a empresa Lightningplace, de capital indiano, tem como objetivo começar, num primeiro momento, com um investimento de 96 milhões de euros, com a instalação de 72 reatores — as máquinas onde se produzem os diamantes de laboratório — e a criação de 40 postos de trabalho.

Numa fase posterior, a intenção é investir 400 milhões de euros numa unidade com 300 reatores e atingir os 150 postos de trabalho “altamente especializados”, sublinhou Vítor Pereira.

Estamos a falar de uma área tecnológica altamente diferenciadora, inovadora. Em toda a Europa, só na Bélgica existe um empreendimento desta natureza. Depois, também estamos a falar da criação de postos de trabalho altamente qualificados.

Vítor Pereira

Presidente da Câmara Municipal da Covilhã

Na reunião pública desta sexta-feira do executivo municipal foi aprovada a minuta do protocolo entre a empresa e a Câmara Municipal da Covilhã, que prevê a venda de terrenos para o efeito nas imediações do Centro de Dados da Altice, junto ao antigo aeródromo da cidade.

O contrato-promessa entre as duas partes prevê, para já, a venda de um terreno de 30 mil metros quadrados para o efeito, ao valor unitário de 10,22 euros o metro quadrado, num total de “quase meio milhão de euros”, acentuou o presidente do município, acrescentando estar prevista a compra de mais área, caso venha a ser necessário.

Vítor Pereira salientou tratar-se de um investimento “de dimensão nacional” e adiantou que na Europa apenas existe uma unidade do género, na Bélgica, com “tecnologia de ponta“. “Estamos a falar de uma área tecnológica altamente diferenciadora, inovadora. Em toda a Europa, só na Bélgica existe um empreendimento desta natureza. Depois, também estamos a falar da criação de postos de trabalho altamente qualificados”, enfatizou o autarca.

Vítor Pereira referiu que a sede vai ficar localizada na Covilhã e é no concelho que a empresa vai pagar os seus impostos.

Embora tenha apontado que os prazos são uma variável que não depende do município, o edil adiantou que a primeira fase poderá avançar “mais rapidamente” e que as obras, “provavelmente”, podem começar no próximo ano, sendo que o restante empreendimento poderá estender-se “por mais três ou quatro anos” até chegar aos 300 reatores.

Ainda segundo o autarca, esta empresa, já instalada no Parkurbis – Parque de Ciência e Tecnologia da Covilhã, vai também estabelecer uma parceria com a Universidade da Beira Interior.

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Organismo anticorrupção denuncia falta de transparência do Fundo Ambiental e exige “controlo independente”

Transparência Internacional Portugal denuncia "crescente sentimento de suspeição de privilégios, conflitos de interesses, deslocação orçamental e até corrupção na utilização das receitas" deste fundo.

A Transparência Internacional Portugal, que se dedica à investigação, advocacia e sensibilização sobre as causas e consequências da corrupção e da má governação, apela a uma maior transparência na governação do Fundo Ambiental. A organização denuncia várias situações que, no seu entender, provam a necessidade de um maior controlo e acompanhamento, e sugere que mecanismos sejam criados por um futuro governo.

“Em apenas 5 anos, as receitas do Fundo Ambiental cresceram de forma sustentada e quase exponencial, de 150 milhões de euros em 2017, para 647 milhões de euros em 2020 e 1.206 milhões de euros previstas para 2023”, indica a organização, ao mesmo tempo que assinala que o Ministério do Ambiente é atualmente o quarto maior em termos de despesa pública, apenas superado pelo setor da Segurança Social, Saúde e Educação.

Além disto, o Orçamento para 2024 estima um crescimento de 57% nas despesas com transferências para o Fundo Ambiental para um total de 1.727 milhões de euros, e este Fundo será o principal instrumento de gestão das verbas a transferir até 2026 da União Europeia, ao abrigo do PRR, para o programa de transição climática.

O crescimento do Fundo Ambiental justifica-se por este ser um instrumento central para o financiamento da ação climática e da política do ambiente do país, arrecadando receitas dos leilões de licenças de carbono, a taxa de carbono ou as contribuições extraordinárias sobre o setor energético.

No entanto, entende a Transparência Internacional Portugal, a “governação do Fundo Ambiental não tem sido acompanhada da criação de mecanismos de acompanhamento e controlo independentes ou de transparência que permitam transmitir confiança, equidade e fundamentação estratégica nas opções políticas tomadas”.

Uma consequência desta falha, continua a organização, cria “um crescente sentimento, fundamentado ou percecionado, de suspeição de privilégios, conflitos de interesses, deslocação orçamental e até corrupção na utilização das receitas deste Fundo”.

No comunicado enviado às redações são apontadas três situações que preocupam. Em primeiro lugar, notícias que apontam a utilização de receitas do Fundo para, de forma encapotada com a preocupação ambiental, financiar processos normais de modernização das instituições do Estado cuja despesa deveria ser assegurada como despesas correntes e ordinária dos respetivos ministérios. No entender da organização, esta situação “prejudica a utilização das receitas do fundo para os fins efetivos para o qual foi criado e torna o escrutínio da despesa pública mais difícil e opaco”.

Em segundo lugar, é apontado um “privilégio no acesso a apoios por parte de pessoas e empresas com relações próximas de entidades na esfera do Ministério do Ambiente, adensando o risco da criação de redes e círculos de interesses concertados”. Finalmente, é mencionada a existência de dirigentes em regime de substituição, que se prolongam no tempo para além do legalmente previsto, “com prévias ligações governamentais que poderão consubstanciar conflitos de interesse”.

Tal como o Capital Verde noticiou, o Fundo Ambiental estava em agosto, e desde abril, à espera que fosse lançado um concurso para os cargos de secretário-geral e secretário-geral adjunto do Ambiente. Desde a saída de Alexandra Carvalho, para o conselho de administração da Transtejo e da Soflusa, e de Isabel Nico, que o fundo, sob a tutela do Ministério do Ambiente e da Ação Climática (MAAC), estava sob a gestão de duas pessoas “em regime de substituição”. Uma delas, Marco António Rodrigues Sarmento Rebelo, ex-adjunto de João Galamba no Ministério das Infraestruturas.

“A Transparência Internacional Portugal não pode deixar de lamentar o facto de à data, 24 de novembro, ainda não terem sido publicadas as prestações de contas do Fundo Ambiental relativas ao ano de 2022, nem se conhecer a respetiva razão. Esta situação demonstra uma fragilidade de controlo interno e de escrutínio publico que são preocupantes num instrumento com a dimensão orçamental do Fundo Ambiental”, conclui.

Como o Capital Verde noticiou, em agosto, o Tribunal de Contas ainda não havia recebido o relatório e contas do Fundo Ambiental (FA), referente ao ano de 2022, tendo a gestão do fundo feito à juíza Conselheira da área um pedido de prorrogação do prazo para a apresentação das contas, quando este terminava a 31 de março. Na altura, o minsitério da tutela afirmou que o relatório de 2022 seria “entregue brevemente” ao Tribunal de Contas.

Neste âmbito, a TI Portugal apela aos partidos políticos candidatos à Assembleia da República para que incluam no seu programa eleitoral a melhoria dos mecanismos independentes de controlo e monitorização do Fundo Ambiental, bem como a disponibilização de novos instrumentos de avaliação que assegurem maior transparência e equidade no acesso aos apoios do Fundo Ambiental.

Fundada em 2010, a Transparência Internacional Portugal (Transparência e Integridade, Associação Cívica) é a representante portuguesa da Transparency International, coligação global anticorrupção presente em mais de 100 países.

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Lidl lembra que são os pequenos gestos que importam em campanha de Natal

Adaptada da internacional, a campanha marca presença em televisão, rádio, outdoor, redes sociais e canais digitais do Lidl. A criatividade é da BBDO Germany.

Na sua nova campanha de Natal, o Lidl enfatiza que os pequenos gestos são aqueles que importam e os que fazem da quadra festiva uma época ainda mais mágica. A campanha multimeios tem como mote “Um Natal mágico”.

O spot começa por mostrar uma criança triste pelo facto de uma das suas decorações de Natal preferidas se ter partido. Para o compensar e animar, a mãe compra um peluche numa loja Lidl, mas o peluche perde-se pelo caminho e é um pequeno guaxinim que vive no jardim da família que leva o peluche à criança, tendo para isso de percorrer um longo caminho para acabar a ser afugentado pelo cão da família. Já na ceia de Natal o cão, ao ver a felicidade da criança com o peluche, acaba por ir ter com o guaxinim para uma “refeição natalícia”.

A nova campanha multimeios da retalhista de origem alemã foi adaptada de uma campanha internacional, que contou com a criatividade da BBDO Germany. “Um Natal Mágico” marca presença em televisão, rádio, outdoor, redes sociais e canais digitais do Lidl até ao dia 12 de dezembro.

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Santa Casa vai dar aumentos salariais médios de 6,5% em janeiro e avança com regras “transparentes” de ingresso e progressão nas carreiras

  • Lusa
  • 24 Novembro 2023

"É, neste momento, aquilo que é possível a Santa Casa considerar", refere a provedora Ana Jorge, após assinar o novo Acordo de Empresa. Santa Casa tem neste momento cerca de 6.300 colaboradores.

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) e sindicatos assinaram esta sexta-feira um novo acordo de empresa (AE), que prevê aumentos salariais médios de 6,5% em janeiro e regras mais transparentes de ingresso e progressão nas carreiras.

Em declarações à Lusa, a provedora da Santa Casa, Ana Jorge, destacou que o acordo atualiza o AE aprovado em 2018, que atualmente “já estava completamente desatualizado”, e foi negociado em separado, mas mereceu o acordo dos sindicatos das duas centrais sindicais, CGTP e UGT.

O novo AE prevê, aquando da entrada em vigor, em janeiro de 2024, um aumento médio salarial de 6,5% em relação ao salário atual, embora em dezembro já todos os trabalhadores recebam uma atualização de 52 euros.

Por outro lado, as centrais sindicais e a Santa Casa concordaram com a criação de uma estrutura remuneratória única com 26 níveis, nos quais deverão entrar as diferentes categorias profissionais.

Os trabalhadores poderão ingressar nas profissões nos “vários níveis da estrutura remuneratória”, tendo em conta as suas qualificações, enquanto, por outro lado, será tido em conta o reconhecimento diferenciado da antiguidade de quem já trabalha na instituição.

Ana Jorge salientou que o reconhecimento diferenciado da antiguidade aplica-se, por exemplo, aos trabalhadores de níveis e carreiras que ganham pouco acima do salário mínimo, mas que, com a subida da retribuição mínima, “ficaram numa posição salarial quase idêntica à do Salário Mínimo Nacional”.

Todos os trabalhadores que comprovarem o cumprimento das condições previstas no novo AE, no âmbito da profissão que desempenham na SCML, transitarão nas mesmas condições para a nova tabela, embora a medida só seja possível a partir de dezembro de 2024, “porque tem um impacto financeiro” para além do que já acontecerá em janeiro, sublinhou.

“É, no fundo, um grande objetivo de alguma regulação, quer do ponto de vista da uniformidade dentro de cada nível, com as mesmas regras de entrada e de progressão, o que permite uma maior transparência laboral dentro da Santa Casa e também, obviamente, justiça laboral”, disse.

Ana Jorge referiu ainda que o acordo “era muito desejado”, e admitiu que, “sendo certo que tudo aquilo que se conseguiu é bom”, não é “o ideal, não é aquilo que os trabalhadores gostariam de ter” e que a Santa Casa até consideraria justo.

“É, neste momento, aquilo que é possível a Santa Casa considerar, dado aquilo que é conhecido da situação global, nós temos que fazer e tivemos que fazer alguma reestruturação interna para poder acomodar este acordo. Houve aqui uma preocupação de dar alguma resposta e de ir ao encontro dos seus anseios e necessidades e direitos, sendo que não conseguimos preencher todos, mas demos um salto grande”, afirmou.

De fora do acordo ficaram os médicos e enfermeiros, que são carreiras especiais e cujos sindicatos e a Santa Casa estão atualmente em negociação.

A SCML tem neste momento cerca de 6.300 colaboradores.

De manhã assinaram o AE sindicatos afetos à CGTP, nomeadamente o SFP- Sindicato dos Fisioterapeutas Portugueses, SINTTAV – Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual, SNP – Sindicato Nacional dos Psicólogos, SPGL – Sindicato dos Professores da Grande Lisboa, STFPSN – Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte, STFPSSRA – Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas e STSS – Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica.

À tarde foi assinado o acordo por sindicatos afetos à UGT, como o SDPGL – Sindicato Democrático dos Professores da Grande Lisboa e Vale do Tejo, SINAPE – Sindicato Nacional dos Profissionais da Educação, SINDEP – Sindicato Nacional e Democrático dos Professores, SINDITE – Sindicato dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica, SINTAP – Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos, SITESE – Sindicato dos Trabalhadores e Técnicos de Serviços, Comércio, Restauração e Turismo, STAAEZSRA – Sindicato dos Técnicos Administrativos e Auxiliares de Educação do Sul e Regiões Autónomas e STE – Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado e Entidades com Fins Públicos.

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Smart Farm Virtual: A agricultura do futuro, num clique!

  • Conteúdo Patrocinado
  • 24 Novembro 2023

Uma quinta inteligente onde pode saber tudo sobre sustentabilidade agrícola à distância de um clique? Sim, na Smart Farm Virtual, um projeto da ANIPLA que visa ampliar o acesso a formação agrícola.

A produção de alimentos seguros e em quantidade suficiente para todos tem sido uma preocupação em todo o mundo, muito alavancada pelas crescentes alterações climáticas, que obrigam, cada vez mais, a pensar numa agricultura mais eficiente, em total respeito e sintonia com a natureza e os seus recursos.

Da água aos solos, passando pela manutenção e preservação da biodiversidade, são muitos os desafios que os profissionais do setor enfrentam, o que exige que estejam cada vez mais atualizados e que tenham do seu lado um conjunto de ferramentas e soluções que lhes permitem produzir de forma integrada e sustentável. Argumentos que fizeram nascer, em 2016, a Smart Farm, a Quinta Inteligente da ANIPLA, Associação da Indústria para a Proteção das Plantas.

Como melhorar as explorações através de uma boa gestão das águas de lavagem dos pulverizadores? Como proteger e defender os solos mantendo-os saudáveis e produtivos? E no que toca à biodiversidade, como protegê-la, estimulá-la e promovê-la ao mesmo tempo que se produz alimentos? É na Smart Farm que profissionais do setor e público em geral encontram resposta a estas e muitas outras questões, num espaço que nasceu com o objetivo de promover as melhores práticas agrícolas e sensibilizar a comunidade para as mais avançadas ferramentas de produção.

Esta moderna exploração agrícola, localizada na Companhia das Lezírias, nasceu com o propósito de contribuir para a capacitação do setor agrícola, tornando-o cada vez mais sustentável e resiliente, e com um trabalho assente em quatro pilares fundamentais – água, alimentação, saúde e biodiversidade – a Smart Farm é hoje um local de referência no que toca à promoção e divulgação de boas práticas e ferramentas para uma agricultura do futuro, num compromisso contínuo com o ambiente, a segurança a inovação e a tecnologia.

Ao todo, a quinta inteligente da ANIPLA já formou mais de 1500 visitantes, e, desde 2022, passou também a passar conhecimento à distância com a criação da plataforma Smart Farm Virtual, uma extensão digital da Smart Farm. O seu principal propósito é ampliar o conhecimento do público sobre as ferramentas utilizadas pelo agricultor na produção de alimentos, ao mesmo tempo que garante a proteção de recursos vitais para a sustentabilidade do planeta (fauna, flora, solos e água).

Com esta nova plataforma, que já conta com mais de 10 mil visitas online, é possível para qualquer pessoa, a partir de qualquer lugar, através de um computador ou de um smartphone, aceder à mais recente e atualizada informação sobre as melhores práticas de utilização segura e sustentável de fitofarmacêuticos, assim como conhecer um conjunto de ferramentas tecnológicas que ajudam o agricultor a ser cada vez mais eficiente no uso desses produtos e na proteção das suas culturas. Com documentação, vídeos, materiais de apoio entre muitas outras soluções disponíveis, a Smart Farm Virtual é um verdadeiro ponto de encontro com o conhecimento, que contribui para os objetivos europeus da Indústria em formar um milhão de agricultores e técnicos até 2030.

Recorrendo a uma técnica de Navegação Interativa, com adaptações de realidade aumentada, na Smart Farm Virtual, os utilizadores poderão conhecer com todo o pormenor os projetos de promoção e preservação da biodiversidade desenvolvidos na exploração; os procedimentos associados à gestão e uso de produtos fitofarmacêuticos; os principais cuidados a ter na gestão de embalagens; os principais e mais eficientes processos de pulverização, gestão de efluentes e tudo o que está relacionado com práticas agrícolas, inovação, agricultura de precisão, aplicação e gestão de recursos.

Com o propósito de promover esta plataforma e permitir que a mesma chegue a um público cada vez mais alargado, a ANIPLA iniciou, este ano, um roadshow pelo país, num investimento que já alcançou os 17 mil euros, com o apoio da Croplife Europe, e que está no terreno, num contacto direto com os agricultores, mas também com as associações, estudantes e com os consumidores de forma geral, para esclarecer dúvidas e curiosidades, mantendo o objetivo de formação contínua do setor.

Recorde-se que, em 12 anos, segundo o mais recente estudo divulgado pelo Eurostat, o setor agrícola já reduziu em cerca de 30% a quantidade de produtos fitofarmacêuticos utilizados, precisamente porque a evolução tecnológica e incorporação de novas técnicas nas explorações portuguesas já é uma realidade, num país que é feito, sem dúvida, de cada vez mais smart farmers!

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Ministro da Saúde admite que dívida do SNS a fornecedores é “motivo de preocupação”

  • Lusa
  • 24 Novembro 2023

Dívida do Serviço Nacional de Saúde (SNS) aos fornecedores externos atingiu 2.322 milhões de euros em setembro. Manuel Pizarro reconhece que é "um motivo de preocupação".

O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, afirmou esta sexta-feira que a dívida do Serviço Nacional de Saúde (SNS) é “um motivo de preocupação”, referindo que a comparação sobre os montantes só se fará no final do ano.

“É evidentemente um motivo de preocupação. Precisamos de continuar a aumentar o financiamento do SNS, por isso é que o Orçamento do Estado para 2024 prevê um aumento de cerca de 1.200 milhões de euros no SNS”, afirmou o ministro, à margem do 26.º Congresso Nacional da Ordem dos Médicos, em Gaia.

O Expresso avançou na edição desta semana que a dívida do SNS aos fornecedores externos atingiu 2.322 milhões de euros em setembro, “num crescimento sustentado desde o arranque de 2023”, que começou com mais de 1.618 milhões de euros por pagar vindos de dezembro de 2022.

Aos jornalistas, Manuel Pizarro disse, no entanto, que, apesar da preocupação, a comparação sobre os valores em dívida se fará no final deste ano. “No final de 2022 tivemos a mais baixa dívida de sempre do SNS e é com esse momento que vamos fazer a comparação”, acrescentou.

Também questionado sobre as negociações com os sindicatos dos médicos, Manuel Pizarro negou existir cansaço das partes que, considerou, estão “muito focadas” no acordo. O ministro criticou, contudo, a “falta de aproximação” dos sindicados às propostas do Governo.

“O Governo tem-se aproximado muito das posições dos sindicatos e é altura dos sindicatos se aproximarem das posições que o Governo tem proposto. Tem havido falta de aproximação e é preciso reconhecer que o Governo, mesmo nestas circunstâncias, continua a fazer um esforço para chegar a um acordo com os médicos”, referiu.

Os sindicatos dos médicos e o Governo não chegaram a acordo na reunião de quinta-feira, e voltam a reunir-se na terça-feira, véspera da votação final do Orçamento do Estado para 2024.

As negociações decorrem há 19 meses, com a Federação Nacional dos Médicos (Fnam) a exigir aumentos de 30% e um horário de 35 horas semanais, as 12 horas de serviço de urgência e a atualização do salário base que reponha o poder de compra para os níveis anteriores à ‘troika’ para todos os médicos.

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) levou à reunião de quinta-feira e uma proposta de aumentos de 15%, uma cedência face aos 30% anteriormente exigidos.

O Ministério da Saúde apresentou, na quinta-feira, uma nova proposta de um aumento salarial diferenciado de 12,7% para os médicos em início de carreira, acima de 11% para os assistentes graduados e de 9,6% para os médicos no topo da carreira.

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Faculdade de Economia do Porto analisa aplicação da tecnologia blockchain no ensino e na indústria

Projeto “Generation Blockchain” visa aumentar a literacia em temas relacionados com esta tecnologia e integrá-la na educação, na investigação, na indústria e na governação.

A Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP) apresenta, este sábado, um conjunto de materiais produzidos no âmbito do projeto internacional “Generation Blockchain”, assim como analisa as oportunidades e desafios na implementação de soluções tecnológicas, como Blockchain e Criptomoedas, no ensino, nas empresas e nos mercados.

Subordinado à temática “O uso da tecnologia Blockchain na educação”, este evento acontece no âmbito do projeto “Generation Blockchain” do qual fazem parte, para além da FEP, a Universidade de Szczecin (Polónia), a Frankfurt School Blockchain Center (Alemanha), a Momentum Educate+ Innovate (Irlanda), a Universidade de Ciências Aplicadas de Amsterdão (Países Baixos) e o Instituto Europeu de E-learning (Dinamarca).

O objetivo deste projeto é aumentar a literacia em temas relacionados com a tecnologia blockchain, assim como integrar esta tecnologia na educação, investigação, indústria e governação, informa a FEP num comunicado enviado às redações.

Entre os participantes na sessão plenária estão o administrador do Banco de Portugal, Hélder Rosalino, o presidente da Aliança Portuguesa de Blockchain, Rui Serapicos, e o fundador da Ophir Labs, Tiago Laranjeiro.

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De Monção a Lisboa, cosmética natural portuguesa “embeleza” negócio no estrangeiro

Dos sabonetes artesanais aos champôs sólidos, existem várias marcas portuguesas a apostar neste nicho de negócio. Para além de serem naturais ajudam a dinamizar a economia local.

Os consumidores estão cada vez interessados em comprar produtos naturais, mais sustentáveis e com menor impacto no Planeta. Os sabonetes e champôs artesanais são exemplo dessa procura e nos últimos anos têm sido criadas várias marcas portuguesas de cosmética natural. Conheça os casos da Norah Orgânico, da Arca da Saúde – Savonnerie e da Let It Soap.

Catarina Araújo, formada em Farmácia pelo Instituto Politécnico de Bragança, ingressou no programa Mobilidade internacional e foi para para Goiânia (Brasil) em 2011, onde acabou por ficar oito anos e teve o primeiro contacto com óleos essências e medicina através das plantas. Regressou a Portugal em 2020, mais concretamente à terra natal, Monção. Um ano depois criou uma marca de cosmética natural: a Arca da Saúde – Savonnerie.

“Gostei muito da abordagem brasileira, tanto na parte de cosmética, como da medicina natural na parte da fitoterápica. O contacto que o povo tem com a natureza é muito maior, assim como a biodiversidade. Isso levou-me a perseguir essa parte farmacêutica”, conta Catarina Araújo, fundadora da Arca da Saúde, em declarações ao ECO/Local Online.

Procuro abastecer-me com produtos locais certificados, de forma a dinamizar a região.

Catarina Matos Araújo

Fundadora e responsável de produção da Arca da Saúde - Savonnerie

A Arca da Saúde conta com vários produtos de cosmética natural, desde sabonetes artesanais a champôs sólidos e sais de banho. Lavanda, argila, camomila, mel, rosas, urtigas, leite de cabra e até vinho alvarinho são algumas das matérias-primas usadas por Catarina Araújo. A empreendedora de 33 anos diz que, “sempre que possível”, recorre a produtores locais. “Procuro abastecer-me com produtos locais certificados, de forma a dinamizar a região”, realça. Está a fazer uma segunda licenciatura em Ciências Farmacêuticas na Universidade de Coimbra.

No ano passado, Catarina Araújo diz ter vendido mais de cinco mil produtos, que chegaram a países como Espanha, França, Bélgica, Suíça, Alemanha, Reino Unido, Itália ou Países Baixos. Além da loja física em Monção, os produtos da Arca da Saúde são vendidos em vários espaços no Minho. A loja online abriu no mês passado. Afirmar-se no mercado nacional e internacional, terminar a certificação de todos os produtos (por parte da SGS e Infarmed) e aumentar a gama de produtos, são os objetivos de Catarina Araújo para 2024.

Nascida na pandemia e na Serra da Arrábida

A ideia de criar a Norah Orgânico, marca de cosmética natural, surgiu durante a pandemia, quando a fundadora Cláudia Manuel Silva, atriz de profissão, ficou sem trabalho. Apaixonada por herbalismo, cosmética natural e aromaterapia, em 2019 ingressou num curso de cosmética natural, com o objetivo de produzir produtos naturais para si e para a família. Não imaginava que poderia ser a “tábua de salvação” para os tempos difíceis que se avizinhavam: uma pandemia.

“Como estava parada na minha profissão, comecei a lançar a Norah. Mas muito descontraidamente, sem perspetivas de grande negócio”, conta Cláudia Manuel Silva. Começou por vender uns kits de Natal aos amigos e percebeu que os produtos tinham “uma grande procura”. Decide criar a empresa em 2021, juntamente com a irmã Ana Silva, designer de profissão, responsável por toda a imagem gráfica da Norah Orgânico.

Como estava parada na minha profissão, comecei a lançar a Norah. Mas muito descontraidamente, sem perspetivas de grande negócio.

Cláudia Manuel Silva

Fundadora da Norah Orgânico

É na unidade de produção em Palmela que são produzidos todos os produtos da Norah Orgânico de forma artesanal, que conta com uma grande variedade que vão desde sabonetes artesanais a champôs sólidos, desodorizantes e séruns de rosto. Além da produção própria, a empreendedora produz produtos de skincare e desodorizantes para outras marcas, incluindo a Bam&Boo.

Cláudia Manuel Silva inspira-se na Serra da Arrábida e nas diferentes estações do ano. “Tenho sabonetes artesanais para cada estação do ano e são todos inspirados nas cores e aromas da Serra da Arrábida”, conta a fundadora da Norah Orgânico.

A fundadora, natural de Santa Maria da Feira, diz que tenta comprar sempre que possível matérias-primas em Portugal. Quando não consegue, recorre a Espanha, França e Itália. Os produtos da Norah Orgânico estão praticamente todos certificados pelo Infarmed — e os restantes estão em processo de certificação.

Os produtos estão à venda através da loja online da Norah Orgânico e em alguns pontos de venda em Setúbal, Lisboa e Santa Maria da Feira. Além do mercado nacional, os produtos da marca que nasce no coração da Serra da Arrábida já chegaram a países europeus como Itália e França.

Com o escalar do negócio, Cláudia Manuel Silva, de 38 anos, conta que precisa de novas instalações maiores, mas realça que o “valor das rendas são um entrave”. Quando o mercado imobiliário estabilizar, diz que um dos objetivos é mudar de instalações. “Com o aumento da produção, o meu objetivo para o próximo ano é mudar de instalações, mas se as rendas não baixarem vou optar por adaptar as instalações atuais”, afirma Cláudia Manuel Silva. Paralelamente, quer contratar mais uma pessoa para a ajudar na produção.

Sabonetes da Let It Soap produzidos na Tec Labs

A ideia de criar uma marca de cosmética artesanal começou a fermentar o ano passado, mas foi em setembro deste ano que o casal Elsa Ascensão e o Miguel Valente lançou a Let It Soap. À semelhança da Norah Orgânico, Miguel Valente conta que a ideia surgiu na sequência da pandemia, ao perceberem que começava a “existir uma proliferação gigante de negócios feitos em casa para colmatar a falta de rendimentos”.

Juntando o gosto natural pela saboaria à curiosidade de perceber a ciência por trás da produção, Elsa Ascensão decidiu tentar a sorte e ficou interessada nos resultados alcançados. No batizado de um dos filhos, em junho do ano passado, Elsa Ascensão ofereceu como lembrança aos convidados um sabonete com cheiro a pó talco, produzido pela própria. Ficou surpreendida com o feedback que recebeu.

A Let It Soap tem disponível uma gama de 21 sabonetes artesanais que são certificados no Cosmetic Products Notification Portal (CPNP) e Infarmed e produzidos no Tec Labs, incubadora da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa de onde saíram empresas como a Science4you.

Elsa Ascensão e Miguel Valente, formados em Economia e em Gestão, respetivamente, pela Universidade Nova de Lisboa, orgulham-se de não testar os produtos em animais e serem uma marca plastic free. Os produtos estão à venda na loja online da Let It Soap.

O casal está agora a tratar do processo de internacionalização, sendo que um dos objetivos passa por exportar “desde Portugal para a Europa”. Elsa e Miguel, de 39 e 38 anos, querem alargar o portefólio de produtos para champô sólidos, cremes de corpo e esfoliantes, entre outros.

A nossa empresa aposta em aliar o tradicional com o moderno, procurando apostar em ingredientes de alta qualidade, fragrâncias apelativas e designs atrativos.

Miguel Valente

Fundador da Let It Soap

“A nossa empresa aposta em aliar o tradicional com o moderno, procurando apostar em ingredientes de alta qualidade, fragrâncias apelativas e designs atrativos, conta ao ECO/Local Online, Miguel Valente, que é gestor de marketing digital e colabora há cinco em anos, em teletrabalho, para uma empresa norte-americana.

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