“Deus nos livre de ter um radical à frente do Governo”

  • ECO e Lusa
  • 25 Novembro 2023

O PSD está reunido em congresso para discutir os estatutos, mas também a situação do país, depois da queda do Governo e marcação de eleições antecipadas.

“Quando esse fervoroso adepto da geringonça falar assim, Deus nos livre de ter um radical à frente do Governo, Deus nos livre de ter uma nova geringonça”, afirma Luís Montenegro, presidente do PSD, durante o congresso do partido, sobre Pedro Nuno Santos, candidato à liderança do PS.

No seu discurso de abertura do 41.º Congresso do PSD, que decorre hoje em Almada, no distrito de Setúbal, Luís Montenegro acusa o antigo ministro das Infraestruturas de agora “falar mansinho”, dizendo ainda que o PSD irá governar e já tem um adversário: o “camarada Pedro” numa referência a Vasco Gonçalves.

O presidente do PSD considerou que a geringonça foi “uma versão moderna” do ‘gonçalvismo’, que tem “o seu mais fanático defensor” em Pedro Nuno Santos, juntamente com a “Cinderela” Mariana Mortágua.

“Nem de propósito realizámos este congresso no 25 de novembro, quando o país vai ter a oportunidade de dizer não ao gonçalvismo, agora adornado numa versão moderna chamada geringonça”, disse o presidente do PSD.

“O PSD não é extremista, não é radical, não é ultraliberal, é interclassista, que é liberal na economia. Mais do que ser de esquerda ou de direita é das pessoas e para as pessoas”, disse ainda.

“Este PSD é uma casa segura para os não socialistas mas é também uma casa segura para que os que acreditam na causa socialista não se revêm neste gonçalvista transvestido de geringonça”, referiu.

Referindo-se ainda aos candidatos às eleições internas do PS — Pedro Nuno Santos e José Luís Carneiro –, Montenegro considerou que “aconteça o que acontecer teremos um governante da velha geringonça e cúmplice da governação dos últimos anos à frente do PS”.

Executivo “caiu de podre”

O Governo, referiu ainda, “ruiu por dentro”. “O governo não caiu por causa de um parágrafo nem um processo; caiu de podre, por indecente e má figura da governação“, disse.

Ainda sobre a queda do Executivo liderado por António Costa, o líder do PSD considerou que “o Governo caiu porque era insuportável continuar a existir, numa equipa feita em pedaços, depois de 14 demissões”, afirmou.

“O PS caiu porque não tinha e não tem soluções para o país. A instrumentalização da justiça para servir de álibi é mais uma machadada na credibilidade das instituições e é isso que o PS tem feito nas últimas semanas”, disse ainda.

Sobre os resultados do próximo processo eleitoral que se avizinha — as eleições legislativas estão marcadas para 10 de março — Montenegro diz estar convicto de que o povo português “não vai beneficiar o infrator, mas sabemos que não é suficiente para ganhar as eleições e governar”, diz

“Não são as pessoas que estão erradas quando não votam em nós, nós é que temos de admitir que estamos errados quando não damos argumentos para não votar em nós”, argumentou.

“Só serei primeiro-ministro se vencer as eleições de 10 de março. Estou aqui de peito aberto para falar das nossas propostas. Essa apresentação será feita numa outra intervenção no congresso”, referiu ainda.

O líder do PSD diz querer apresentar um projeto que propõe um “novo contrato social, gerar mais riqueza” e trazer ao Estado “um desempenho mais transparente, mais eficaz, com menos burocracia e capaz de erradicar a corrupção”.

“Queremos um Estado que atrapalhe o menos possível” a vida dos cidadãos, disse. “Vamos dar a Portugal uma vida nova e um Governo novo”, disse ainda.

“Tenho a certeza de que este congresso vai mostrar a nossa força, de mostrar a nossa equipa. Sei que esta onda laranja está muito forte, mas sei que os portugueses ainda não absorveram em plenitude essa força“, disse ainda no seu discurso.

(Última atualização às 12h10)

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Portugal é o 5.º país da zona euro que pior remunera os depósitos a prazo

  • Lusa
  • 25 Novembro 2023

Os países com melhores remunerações dos depósitos a prazo na zona euro eram em setembro Estónia (taxa de juro média de 3,73% em junho), França (3,60%) e Itália (3,54%).

Portugal era o quinto país da zona euro que remunerava pior os depósitos a prazo em setembro, com uma taxa de 2,29%, tendo o governador considerado esta semana que poderia ser mais alta se os clientes procurassem mais.

De acordo com o Banco Central Europeu (BCE), em setembro, a taxa de juro média dos novos depósitos a prazo na zona euro foi de 3,08%, sendo o país que pior remunerava a Croácia (1,19%), seguido de Chipre (1,53%), Grécia (1,75%) e Eslovénia (2,12%).

Já Portugal ocupava o quinto lugar, posição já ocupada em junho, apesar da melhoria da remuneração (em junho a taxa média era de 1,58% e em setembro de 2,29%).

Os países com melhores remunerações dos depósitos a prazo na zona euro eram em setembro Estónia (taxa de juro média de 3,73% em junho), França (3,60%) e Itália (3,54%).

Na passada quarta-feira, o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, considerou que tem havido uma evolução da remuneração nos depósitos e fez um “apelo a uma atuação mais efetiva” por parte dos clientes, considerando que há inércia.

Centeno considerou que “as ofertas existentes no mercado permitiriam antecipar uma subida mais rápida das taxas de juro dos novos depósitos do que a que se verifica”.

Apesar de ser das mais baixas da zona euro, a taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares de 2,29% em setembro é o valor mais alto desde abril de 2013. A taxa de juro média refere-se aos novos depósitos a prazo constituídos nesse mês.

Já os novos depósitos à ordem (que podem ser levantados a qualquer momento) tiveram uma remuneração marginal (0,02%).

Quanto à taxa de juro de todo stock de depósitos a prazo de particulares, de acordo com os dados do BdP, era em setembro de 0,97% (acima dos 0,81% de agosto e dos 0,07% de setembro de 2022).

O stock diz respeito a todos os depósitos a prazo, quer os depósitos constituídos recentemente quer os mais antigos.

Desde julho de 2022, o BCE tem vindo a subir as taxas de juro diretoras como medida para combater a alta inflação. Esse aumento tem sido rapidamente refletido nos empréstimos, desde logo nos créditos a taxa variável, como é a maioria do crédito à habitação em Portugal, o que tem colocado muita pressão sobre as finanças das famílias.

a remuneração dos depósitos tem subido mais lentamente, contribuindo para os lucros que têm sido apresentados pelo setor bancário.

Os depósitos totais aplicados nos bancos que operam em Portugal ascendiam a 174,7 mil milhões de euros em setembro, menos 3,7% do que no mesmo mês de 2022.

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Câmara da EU espera que China isente de visto cidadãos de mais países europeus

  • Lusa
  • 25 Novembro 2023

Pequim anunciou que os cidadãos de cinco países europeus – Alemanha, Espanha, França, Itália e Países Baixos – irão beneficiar de isenção de visto para estadias de até 15 dias na China.

A Câmara de Comércio da União Europeia na China disse esperar que “mais nações europeias sejam em breve adicionadas” à lista de países cujos cidadãos têm isenção de visto no país asiático.

Na sexta-feira, Pequim anunciou que os cidadãos de cinco países europeus – Alemanha, Espanha, França, Itália e Países Baixos – irão beneficiar de isenção de visto para estadias de até 15 dias na China.

“A Câmara Europeia saúda este anúncio e espera que mais nações europeias sejam em breve adicionadas a esta lista”, afirmou o órgão num comunicado.

De acordo com a Câmara, é “positivo” que as autoridades chinesas tomem “medidas que visam facilitar o intercâmbio entre as pessoas”.

“Isso é algo palpável e, no longo prazo, também aumenta a confiança empresarial”, afirmou a associação comercial.

Para além dos cinco países europeus, a China decidiu também alargar a isenção de vistos à Malásia, “numa base experimental”, disse a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, na sexta-feira, em conferência de imprensa.

A nova medida vai vigorar entre 01 de dezembro de 2023 e 30 de novembro de 2024.

“Os titulares de passaportes ordinários dos países acima referidos que se desloquem à China por motivos de negócio, turismo, visitas a familiares e amigos, e em trânsito por um período não superior a 15 dias, vão ser autorizados a entrar na China sem visto”, acrescentou a porta-voz.

Mao Ning disse que a medida visa “facilitar” os intercâmbios internacionais entre pessoas e permitir “uma abertura de alto nível ao mundo exterior”.

Estes países juntam-se ao Japão, Brunei e Singapura na lista das nações que gozam de isenção de visto para estadias de 15 dias na China.

A decisão surge quase um ano após Pequim ter abdicado da política de ‘zero casos’ de covid-19, que levou o número de ligações aéreas ao país a cair para 2%, face ao período anterior à pandemia.

Apesar do aumento dos voos com o exterior, dados regionais mostram que o número de visitantes estrangeiros continua muito aquém do nível de 2019. A China não publica estatísticas oficiais sobre o turismo a nível nacional desde 2021.

Xangai, um dos principais destinos turísticos do país, recebeu cerca de 756 mil visitantes estrangeiros no primeiro semestre do ano, o que corresponde a 22% do número de visitas registado em 2019.

Em Pequim, guias turísticos ouvidos pela Lusa estimaram que o número de estrangeiros a visitar a cidade ronda também os 20%, face a 2019.

Especialistas citados pela imprensa chinesa culparam a morosidade dos procedimentos de pedido de visto e o preço dos bilhetes de avião.

A China tomou outras medidas este ano para impulsionar o número de visitas ao país. As carteiras digitais WeChat Pay e Alipay anunciaram, em julho passado, que os seus sistemas de pagamento estão disponíveis para utilizadores estrangeiros que visitam o país.

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Sport Zone alerta para “incidente” de cibersegurança. Dados de encomendas e login dos clientes podem estar comprometidos

  • Lusa
  • 24 Novembro 2023

"Incidente" pode ter comprometido dados de encomendas e login dos clientes. Marca de produtos desportivos pede atenção a possíveis tentativas fraudulentas e emails suspeitos.

A Sport Zone alertou para um incidente de cibersegurança, que pode ter comprometido dados de encomendas e login dos clientes, a quem pediu atenção a possíveis tentativas fraudulentas e emails suspeitos.

Na mensagem, a empresa disse que “experienciou um incidente de cibersegurança” e pediu desculpa por “qualquer impacto” que “possa ter causado”.

“Estamos a realizar uma investigação minuciosa e metódica com especialistas de cibersegurança para entender a situação, para conter o incidente e proteger os nossos sistemas”, indicou, explicando que a investigação, “que se encontra em curso, demonstra agora que um dos sistemas impactados inclui alguns dados de encomendas e de login” dos “clientes no site da Sport Zone e que poderão ter sido acedidos ou visualizados por uma entidade externa não autorizada”.

A marca realçou que não dispõe “da totalidade dos dados relativos a cartões de pagamento ou das passwords utilizadas” no site.

A “proteção dos dados dos nossos clientes é um tema extremamente sério para nós e estamos a analisar detalhadamente a situação”, assegurou.

A Sport Zone pediu ainda aos clientes que, como “medida preventiva”, se mantenham atentos “a tentativas fraudulentas e alerta para emails suspeitos, chamadas ou mensagens de texto”.

A Lusa tentou contactar a Sport Zone, mas a marca apenas enviou o mesmo e-mail que dirigiu aos clientes na missiva para mais esclarecimentos.

 

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“Compre agora, pague depois”. Um em cada três portugueses perde a noção dos gastos

  • Lusa
  • 24 Novembro 2023

Mais de um terços dos portugueses “surpreendidos” com valores das subscrições que acumulam sem se aperceber, mostra inquérito da Intrum. "Embora convenientes, estão a lançar ‘mais lenha para o fogo’".

A modalidade “compre agora, pague depois” induz os consumidores a perderem noção dos gastos, com 36% dos portugueses inquiridos num estudo a ficarem “surpreendidos” com os valores que se acumulam.

No estudo, levado a cabo pela Intrum, a entidade disse que “milhões de consumidores em toda a Europa estão a perder a noção dos gastos mensais e das despesas domésticas, uma vez que quase metade (45%) dos consumidores admite ter sido apanhado de surpresa com a acumulação das suas subscrições sem se aperceberem. Em Portugal esta média é de 36%”, destacou.

“À medida que a inflação ultrapassa o crescimento salarial, os consumidores veem-se com menos dinheiro no bolso”, salientou a entidade, num comunicado, destacando que “os serviços baseados em assinaturas, que permitem aos consumidores repartir o custo dos bens e serviços, embora convenientes, estão a lançar ‘mais lenha para o fogo’ que provoca o subscription creep, dado que os pagamentos mensais acumulados das compras online tornam mais difícil fazer face às pressões do custo de vida”.

O estudo deu ainda conta de que “são predominantemente os consumidores mais jovens – Geração Z e Millennials – que são mais surpreendidos pelos compromissos que assumiram com serviços de subscrição”. Segundo a Intrum, “a Geração Z também tem maior probabilidade de permanecer no topo da modalidade BNPL (Compre Agora, Pague Depois)”.

O estudo revela ainda que “a Geração Z é significativamente menos propensa a descrever-se como forte no acompanhamento de onde está a gastar o seu dinheiro – 61% geração Z vs. 59% Milleniuns e 54% Boomers, respetivamente”.

Por outro lado, “o crescimento das soluções de crédito ‘compre agora, pague depois’, que permitem aos consumidores contrair dívidas no ponto de venda, também está a ter um impacto significativo”, destacou, salientando que “seis em cada dez consumidores portugueses (59%) admitem ter dificuldade em acompanhar as compras buy-now/pay-later que fazem durante um mês normal, o que coloca Portugal no topo do ranking, seguido da Grécia (55%) e França (52%), valores muito acima da média europeia (35%)”.

Além disso, “após o inquérito realizado, 25% dos consumidores portugueses afirma ter menos visibilidade dos empréstimos de curto prazo (por exemplo, cartões de crédito e empréstimos instantâneos) do que há 12 meses. Valor em linha com a média europeia (23%)”.

O relatório European Consumer Payment baseia-se num inquérito externo realizado simultaneamente em 20 países na Europa, incluindo Portugal, com um total de 20.000 consumidores a participarem nesta edição de 2023. O inquérito foi realizado entre julho e setembro deste ano.

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Brasileira Petrobras admite compra de ativos colocados à venda na Argentina

  • Lusa
  • 24 Novembro 2023

Javier Milei, novo presidente argentino, anunciou que quer privatizar a empresa petrolífera YPF. Petrobras reservou 11 mil milhões de dólares para investir em novos projetos nos próximos cinco anos

O presidente da petrolífera brasileira Petrobras, Jean Paul Prates, admitiu esta sexta-feira a possibilidade de compra dos ativos que deverão ser colocados à venda pelo Presidente eleito argentino, Javier Milei.

“É claro que todo tipo de ativo e oportunidade a gente analisa, mas hoje em dia eu diria que o ambiente ainda está muito indefinido”, afirmou em conferência de imprensa, Jean Paul Prates, citado pela imprensa local.

Javier Milei já anunciou que quer privatizar a YPF, a empresa petrolífera argentina.

“Não é porque o Presidente [eleito] anunciou a privatização da YPF que a gente vai se atirar imediatamente para comprar alguma coisa”, retorquiu o presidente da petrolífera brasileira Petrobras.

Prates reconheceu que, embora a Petrobras tenha vendido vários dos seus ativos no país vizinho como parte de um ambicioso processo de desinvestimento nos últimos anos, ainda possui um terço de uma fábrica de processamento de gás natural em Vaca Muerta, que tem capacidade para processar 41 biliões de metros cúbicos.

Um dos três sócios dessa fábrica é precisamente a YPF.

Na mesma conferência de imprensa, o diretor financeiro da Petrobras, Sérgio Caetano Leite, lembrou que uma parte importante dos 11 mil milhões de dólares que a empresa reservou para investir em novos projetos nos próximos cinco anos será utilizada para aquisições.

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Redação do JN contesta declarações da administração e confirma despedimento coletivo

A redação diz que em causa estão 56 trabalhadores dos serviços partilhados e do setor comercial, 40 da redação do Jornal de Notícias, 30 da TSF e um número ainda indefinido de O Jogo.

Um dia depois de José Paulo Fafe, CEO da Global Media, ter afirmado que o despedimento coletivo na Global Media ainda é só uma das hipóteses em cima da mesa e que a decisão não está tomada, após plenário de redação, a redação do Jornal de Notícias reitera que a intenção de avançar para o despedimento coletivo foi comunicado às representantes dos trabalhadores.

“As representantes dos trabalhadores foram convocadas pela administração para uma reunião, às 14.30 horas de quinta-feira, dia 23 de novembro, para lhes comunicar a intenção de proceder ao despedimento coletivo de 140 a 150 pessoas no Global Media Group”, começa por dizer a redação do JN. De acordo com os jornalistas, a administração concretizou os número de trabalhadores abrangidos: 56 trabalhadores dos serviços partilhados e setor comercial, 40 da redação do Jornal de Notícias, 30 da TSF e um número ainda indefinido de O Jogo, descrevem.

Em comunicado enviado após o plenário, a redação do JN vem também “repudiar o facto de, ao final desse dia, depois de a intenção ter sido comunicada à redação, a administração ter falado à comunicação social dizendo que tal “não é verdade”, que “é apenas uma hipóteses como outra qualquer, para quem tem de conter despesas, aumentar receitas e racionalizar meios e recursos”, num ato de desrespeito pela redação na pessoa dos seus representantes eleitos”.

Os jornalistas solicitam à administração “o cabal esclarecimento, até ao final da manhã da próxima quarta-feira, dia 29 de novembro, sobre o que pretende efetivamente levar a cabo” e convocaram novo plenário para dia 30 de novembro.

Foi também decidido pedir ao Sindicato dos Jornalistas a preparação de um pré-aviso de greve para os dias 6 e 7 de dezembro e “ponderar acionar os meios legais e judiciais ao seu dispor na defesa dos direitos dos trabalhadores”.

A redação do Jornal de Notícias “salienta a força e a importância do título âncora do GMG”, e pretende “contactar todas as entidades políticas, económicas, sociais e culturais, alertando-as para a contínua destruição de um jornal centenário que é uma referência nacional”.

Na noite de quinta-feira, José Paulo Fafe, formalmente CEO do grupo desde a última semana, confirmou ao +M a hipótese do despedimento coletivo, mas garantiu que a decisão não estava tomada.

“Não há decisão nenhuma. Há a necessidade de conter despesas, de aumentar receitas e de racionar os custos. Há várias medidas que podem ser implementadas, estamos a estudá-las”, afirmou. “Equacionamos várias hipóteses, mas não está decidido”, reforçou o novo CEO do grupo dono do Diário de Notícias, do Jornal de Notícias e da TSF, reafirmando que a hipótese do despedimento coletivo “está em cima da mesa, assim como outras alternativas”.

A possibilidade do despedimento coletivo terá sido avançada esta quinta-feira às delegadas sindicais do Jornal de Noticias. Também esta terça-feira representantes da TSF terão sido informados de que o grupo estaria a numa situação particularmente difícil. Na sequência do encontro no JN, as delegadas sindicais do jornal enviaram um comunicado à redação a partilhar as informações prestadas por José Paulo Fafe. A “intenção de proceder a um despedimento coletivo, para “contrariar uma situação financeira muito complicada”.

José Fafe confirma conversas com representantes tanto do JN como da TSF, mas reforçou que “foram aventadas várias soluções, de uma forma teórica“. O despedimento coletivo “é a solução menos desejável, há outras”, frisou o gestor, sem concretizar as alternativas.

Atualmente, a Global Media tem cerca de 530 trabalhadores. “Há regras. Se avançássemos para o despedimento coletivo, a primeira coisa que faríamos seria avisar os trabalhadores”, referiu José Paulo Fafe.

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Ballantine’s lança edição limitada em homenagem à banda Queen

A coleção True Music Icons, na qual se insere esta edição de garrafas, pretende homenagear artistas que não só contribuíram como ajudaram a definir a cultura musical mundial.

A Ballantine’s lançou a coleção True Music Icons, visando homenagear algumas das maiores bandas a nível mundial, começando por uma edição limitada dedicada à banda britânica Queen.

A nova garrafa da marca escocesa de whisky conta assim com um “toque de rock & roll“, apresentando o brasão da capa do álbum Greatest Hits II, que foi desenhado pela mão de Freddie Mercury.

“Ballantine’s sempre valorizou aqueles que têm a sua própria receita para a autenticidade e que fazem as coisas à sua maneira, com convicção. Os Queen personificam perfeitamente esse espírito e autoconfiança através da sua música inigualável e estilo distintivo, que tem sido a essência da banda ao longo das últimas décadas”, diz Guiherme Porfírio, brand manager da Pernod Ricard Portugal, citado em comunicado.

“Com uma herança rica e um compromisso histórico com a música através da sua plataforma True Music, Ballantine’s celebra os artistas que moldaram a história da música. O compromisso inabalável dos Queen em manter a sua autenticidade e autoexpressão alinha-se com a filosofia de Ballantine’s, tornando-os a escolha ideal para o início desta nova série”, refere-se ainda em nota de imprensa.

A coleção True Music Icons pretende homenagear artistas que não só contribuíram como ajudaram a definir a cultura musical mundial, explica-se na mesma nota, sendo esta uma iniciativa que se insere na plataforma True Music, com a qual a Ballantine’s tanto celebra os artistas que moldaram a história da música como apoia outros emergentes.

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PCP questiona Governo sobre despedimentos na Global Media e venda de ações da Lusa

  • Lusa
  • 24 Novembro 2023

Os comunistas perguntam ao executivo quais os "apoios concretos, diretos ou indiretos, do Estado" de que a Global Media tem beneficiado.

O PCP quer saber se o Governo tem conhecimento da situação económica da Global Media Group (GMG) e o que irá fazer relativamente à intenção de despedir centena e meia de trabalhadores, sobretudo no Jornal de Notícias e na TSF.

Em requerimentos enviados aos ministros do Trabalho, da Cultura, da Economia e das Finanças, através do parlamento, o Grupo Parlamentar do PCP pretende esclarecer “que acompanhamento está [o Governo] a fazer, ou tenciona fazer, do anunciado despedimento coletivo” e “que diligências pretende tomar para salvaguardar os postos de trabalho e os direitos dos trabalhadores?

Os comunistas perguntam ao executivo quais os “apoios concretos, diretos ou indiretos, do Estado” de que a Global Media tem beneficiado.

Questionam também se “decorrem ou perspetivam-se negociações entre o Governo e a GMG e/ou a Páginas Civilizadas, ou seus representantes, com vista à aquisição, pelo Estado, das respetivas participações na Agência Lusa?” e, “em caso afirmativo, em que termos e com que limites designadamente quanto ao valor da operação em causa?”

O PCP lembra que “o empresário Marco Galinha, até há pouco presidente da GMG, pretendia alienar os 45,71% do capital da Lusa – Agência de Notícias de Portugal que controlava — 23,36% através da GMG e 22,35% via empresa Páginas Civilizadas, então pertencente ao Grupo Bel por si detido, mas que em Outubro passou a ser controlada (51%) pelo referido fundo WOF [World Opportunity]”.

Por considerar que “a situação na GMG e a evolução acionista da Agência Lusa, ademais interligadas, carecem de cabal esclarecimento”, o Grupo Parlamentar do PCP, questionou o Governo, mais concretamente os ministérios da Cultura, das Finanças, da Economia e do Mar e do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

Hoje, o Sindicato dos Jornalistas considerou “inadmissível, inviável e impensável” a intenção do Global Media Group de avançar com o despedimento de 150 pessoas.

“A direção do Sindicato dos Jornalistas considera inadmissível, inviável e impensável a intenção anunciada pelo Global Media Group [GMG] de despedir 150 pessoas, quase um terço dos cerca de 500 trabalhadores da empresa”, lê-se na mesma nota, que indicou que “a decisão foi comunicada formalmente pela administração a várias pessoas e colheu oposição unânime das redações incrédulas e indignadas com a administração, que, formalmente, tomou posse há menos de duas semanas”.

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SJ considera “inadmissível” intenção de despedimentos na Global Media

  • Lusa
  • 24 Novembro 2023

“Despedir jornalistas em títulos já carenciados de recursos humanos é impensável, inacreditável e ignóbil, e torna o exercício do jornalismo inviável", critica o Sindicato dos Jornalistas.

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) considera “inadmissível, inviável e impensável” a intenção do Global Media Group de avançar com o despedimento de 150 pessoas, sobretudo no Jornal de Notícias e na TSF, segundo um comunicado divulgado esta sexta-feira.

“A direção do Sindicato dos Jornalistas considera inadmissível, inviável e impensável a intenção anunciada pelo Global Media Group [GMG] de despedir 150 pessoas, quase um terço dos cerca de 500 trabalhadores da empresa“, lê-se na mesma nota, que indicou que “a decisão foi comunicada formalmente pela administração a várias pessoas e colheu oposição unânime das redações incrédulas e indignadas com a administração, que, formalmente, tomou posse há menos de duas semanas“.

De acordo com o SJ, esta intenção, “com impacto primordial na TSF e no JN, é verdadeiramente inadmissível e deve fazer pensar as pessoas e as instituições deste país, pois, por coincidência, vai afetar mais dois dos órgãos que mais têm tentado dignificar as condições de trabalho e dos trabalhadores e com isso a defender o jornalismo de qualidade”.

Além disso, indicou, é inviável porque, “segundo os números conhecidos, significa o fim do jornalismo em dois títulos do GMG“, o Jornal de Notícias, “o único com resultados positivos todos os anos e uma referência nacional com origem no Norte, anos a fio líder de audiências” e a TSF, “uma das rádios mais prestigiadas e mais ouvidas em Portugal, também uma referência de qualidade e seriedade”.

Despedir jornalistas em títulos já carenciados de recursos humanos é impensável, inacreditável e ignóbil, e torna o exercício do jornalismo inviável. E um contrassenso, quando a medida é anunciada menos de duas semanas depois do reforço do Diário de Notícias, outro título do grupo, com vários jornalistas”, destacou.

“E é uma atitude impensável ainda há menos de um mês, quando a administração, em reunião com o SJ, disse que estava aqui para investir e fazer crescer” as marcas, destacou, acrescentando que a gestão tranquilizou os trabalhadores quanto às intenções do fundo World Opportunity (WO).

O SJ citou Paulo Fafe e Paulo Lima de Carvalho, “em representação do fundo, que comprou a maioria do capital a Marco Galinha”, e que indicaram que “o novo acionista não vinha para destruir, mas para construir. Mas faz saber o contrário, menos de um mês depois deste encontro”, lamentou.

“O despedimento de 150 pessoas num grupo como o GMG, que tem cerca de 500 trabalhadores, é apenas a repetição de uma fórmula gasta e com (maus) resultados comprovados: cada vez que se reduzem os quadros de pessoal para poupar dinheiro, empobrece-se o produto final e as receitas caem mais, entrando-se numa espiral negativa e de quebra que acaba por redundar em mais despedimentos, piores resultados e mais despedimentos, e por aí fora”, referiu o SJ.

A estrutura sindical criticou ainda o novo presidente do Conselho de Administração do GMG, José Paulo Fafe, por ter desmentido, em declarações a meios de comunicação social, o que “a administração anunciou de viva voz a vários representantes de trabalhadores no grupo”, referindo que os despedimentos são apenas “uma hipótese teórica”.

O SJ acredita que “em face de tudo isto, a atual administração devia retratar-se, garantir os postos de trabalho, agir em conformidade e pedir desculpa ao Sindicato dos Jornalistas pelas garantias que não vai cumprir”.

O sindicato quer ainda que a gestão peça desculpa “aos potenciais investidores por usarem o nome do World Opportunity (WO) em vão ao anunciar um projeto de investimento para o qual, aparentemente, não tinham apoio ou por terem desbaratado a alegada vontade do WO de investir de forma séria num projeto que podia ser viável“.

Alem disso, recordaram o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, “a quem a administração do GMG apresentou um plano expansionista e cor-de-rosa há menos de 15 dias e agora anuncia um despedimento coletivo de um terço dos trabalhadores”.

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Mais de 15 ativistas do clima detidos pela PSP por tentarem ocupar Ministério das Infraestruturas

  • Lusa
  • 24 Novembro 2023

As detenções no ministério das Infraestruturas ocorreram depois de, durante a manhã, um grupo de estudantes no ministério do Ambiente terem sido recebidos pela polícia de choque.

Mais de 15 estudantes e ativistas do ambiente foram esta sexta-feira detidos pela PSP quando tentavam ocupar as instalações do Ministério das Infraestruturas, em Lisboa, numa ação pelo fim do fóssil e pela eletricidade 100% renovável e acessível até 2025.

Segundo adiantou à agência Lusa Matilde Alvim, dirigente do movimento Greve Climática Estudantil, as detenções dos ativistas junto ao Ministério das Infraestruturas foram efetuadas pela Unidade Especial de Polícia (UEP) da PSP, havendo a indicação, ainda por confirmar oficialmente, que os jovens serão levados para instalações policiais na Penha de França, em Lisboa.

Matilde Alvim referiu que o movimento vai realizar uma vigília no local para onde serão transportados os ativistas detidos.

As detenções, descritas pela dirigente do movimento, ocorreram depois de, durante a manhã, um grupo de estudantes no Ministério do Ambiente terem sido recebidos pela polícia de choque, que carregou e levou um estudante para o hospital, tendo havido ainda três detenções.

Segundo relataram os ativistas, a restante manifestação junto do Ministério do Ambiente foi para a esquadra do Bairro Alto apoiar os colegas detidas. Quando iam dobrar a esquina, uma dezena de polícias parou a manifestação, tendo sido detido mais um estudante.

Simultaneamente, e de acordo com as mesmas fontes, três estudantes menores de idade foram abordados pela polícia, revistados e viram as suas malas apreendidas. A assessora de imprensa do grupo parou para dizer que tal procedimento era ilegal, e foi algemada e levada para a esquadra.

Foram cerca de 50 jovens ativistas que se concentraram pelas 11:30 no Largo Camões, tendo desfilado pouco depois em direção ao Ministério do Ambiente, mas a marcha foi momentaneamente interrompida quando a polícia revistou três manifestantes aos quais apreendeu dois “engenhos pirotécnicos” e um saco com tintas.

O desfile prosseguiu com palavras de ordem contra a exploração de energia fóssil e, ao subirem a Rua do Século, já próximo ao Ministério Ambiente, os manifestantes conseguiram libertar fumos nas cores de vermelho, verde e negro de engenhos semelhantes aos apreendidos pela PSP.

Os manifestantes tentaram derrubar a barreira policial colocada junto ao Ministério do Ambiente, o que gerou alguns momentos de tensão e levou às três detenções.

Por volta das 12:00, um agente da PSP avisou o comando que se a situação se mantivesse “teria de usar outro tipo de força”, tendo poucos minutos depois chegado um núcleo da Equipa de Prevenção e Reação Imediata (EPRI).

Em declarações na altura à agência Lusa, Beatriz Xavier, porta-voz do movimento fim ao fóssil, disse que são necessárias “ações disruptivas” para fazer mudar o sistema.

Os ativistas têm realizado manifestações e ações para reivindicar o fim ao fóssil até 2030 e eletricidade 100% renovável e acessível até 2025, garantindo que este é o último inverno em que o gás fóssil é utilizado em Portugal.

Para o dia de hoje, os estudantes pretendiam “ocupar” o Ministério do Ambiente, numa ação a que chamaram “visita de estudo”. Um jovem ativista pelo clima ficou ferido na cabeça e três foram detidos pela PSP durante um protesto.

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Passes grátis para estudantes passam a incluir serviço de bicicletas partilhadas

Na votação orçamental na especialidade foi aprovada uma proposta do PAN que prevê que os passes de transportes públicos gratuitos para estudantes incluam os sistemas de bicicletas partilhadas.

No próximo ano, o Governo, em conjunto com os responsáveis pelos transportes de cada “área metropolitana e comunidade intermunicipal”, vai ter de assegurar que o serviço de bicicletas partilhadas é incluído nos passes de transportes públicos gratuitos para os estudantes.

Em causa está uma proposta do PAN, que prevê que durante 2024 o Executivo, “em articulação com as autoridades de transportes de cada área metropolitana e comunidade intermunicipal”, adote as “diligências e alterações legislativas necessárias” de modo “a assegurar a inclusão dos sistemas de bicicletas partilhadas no âmbito dos passes intermodais gratuitos”, lê-se.

A medida foi aprovada com abstenção de PSD, Chega e PCP e votos a favor dos restantes partidos.

Foi ainda aprovada outra proposta do PAN que força o Executivo a adotar “as diligências necessárias a assegurar maior visibilidade das ações do Programa Portugal Ciclável 2030, enquadrado na Estratégia Nacional para a Mobilidade Ativa Ciclável 2020-2030″, lê-se na proposta de alteração ao Orçamento do Estado para 2024 (OE2024). Esta medida foi aprovada com abstenção do PSD e Chega e votos a favor dos restantes partidos.

Reforço das transferências para empresas de transporte

O Parlamento estava para aprovar esta sexta-feira uma outra proposta de alteração do PS ao Orçamento para reforçar em 50 milhões de euros as transferências para as empresas de transporte público, que passam a totalizar 410 milhões, de forma a assegurar, em 2024, o congelamento dos passes sociais nos 30 e 40 euros, no caso do navegante municipal e metropolitano, respetivamente. O Orçamento do Estado previa uma injeção financeira de apenas 230 milhões de euros.

Contudo, os deputados decidiram adiar a votação da proposta dos socialistas para a próxima terça-feira, dia 28, véspera da votação final global do Orçamento do Estado.

O Governo já tinha anunciado que, no próximo ano, o preço dos passes de transportes públicos navegante municipal, de 30 euros, e navegante metropolitano, de 40 euros, iria ficar congelado pelo segundo ano consecutivo. Além disso, está previsto o alargamento da gratuitidade dos títulos aos estudantes menores de 23 anos.

Ora, a manutenção dos valores dos passes em anos de inflação elevada significa que o Estado terá de compensar mais as empresas de transportes públicos. Por isso, o PS apresentou uma proposta de alteração que reforça em 50 milhões de euros as transferências previstas de 360 milhões de euros, totalizando 410 milhões.

“Para assegurar a manutenção dos preços vigentes em 2023 dos passes de transportes públicos, como medida excecional de mitigação dos efeitos da inflação, a consignação de valores […] para o programa «Incentiva +TP» será acrescida de 50.000.000 euros”, segundo o texto da iniciativa.

Na nota explicativa anexa à proposta, o PS explica que “a medida agora proposta inclui o montante necessário para garantir a compensação às autoridades de transporte e operadores de transporte público pela manutenção dos preços vigentes em 2023 dos passes de transportes públicos”.

PS quer cartão de mobilidade tipo cartão de refeição depois de goradas as promessas do Governo

Foi aprovada uma proposta do PS que determina que, em 2024, o Governo cria o cartão da mobilidade, uma espécie de cartão de refeição que as empresas podem oferecer aos trabalhadores para suportar despesas com transporte público. A iniciativa contou as abstenções de IL, Chega, PCP e BE.

Recorde-se que o atual Executivo demissionário tinha prometido avançar com esta medida. Em fevereiro, o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, anunciou que o Governo estava “a desenvolver o projeto de cartão de mobilidade, que visa criar uma solução semelhante ao cartão refeição, que será pré-carregado e utilizado em soluções de mobilidade sustentável, bem ou serviços, como passes e títulos de transporte público, incluindo viagens ocasionais, longo curso e sistemas de car ou bike sharing e talvez de velocípedes e carregamento de veículos elétricos”.

Perante a demissão do primeiro-ministro, António Costa, e por arrasto de todo o elenco governativo, e diante de umas eleições antecipadas para 10 de março, a medida vai ficar na gaveta.

Por isso, o PS apresenta uma proposta para que, em 2024, o “Governo avalie e determine a criação e a implementação do Cartão da Mobilidade, atendendo a critérios de sustentabilidade ambiental e da mobilidade sustentável, com o objetivo de incentivar as empresas a comparticipar as despesas de mobilidade dos seus empregados, constituindo-se também como uma medida de acréscimo de rendimento das famílias, e fomentando a adoção de soluções de mobilidade sustentáveis e descarbonizadas pelos trabalhadores”, segundo o texto da iniciativa dos socialistas.

“A criação e implementação do Cartão da Mobilidade são regulamentadas por despacho do membro do Governo responsável pela área da mobilidade urbana e pela área das finanças”, ainda de acordo com a mesma proposta.

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