Generali cresce receitas em 15% mas mantém resultados

  • ECO Seguros
  • 16 Março 2025

A companhia italiana está quase a atingir os 100 mil milhões de receitas mundiais e apostada em dar um rendimento aos acionistas maior que 10% ao ano. Em Portugal subiu receitas e lucros.

Os prémios brutos de seguros emitidos pelo Grupo Generali a nível global aumentaram 14,9% para 95,2 mil milhões de euros em 2024, através do crescimento de 19,2% no ramo Vida e 7,7% em Não Vida ou P&C (Property & Casualty), anunciou a seguradora esta sexta-feira.

Será em Triste, na sede da Generali, que a administração do CEO Donnet se vai comprometer com dividendos superiores a 10% nos próximos três anos.

O volume de negócios foi obtido em quase 50% através de produtos poupança, de pensões e unit linked, cerca de 28% pelos ramos Não Vida e 20% por seguros de vida risco, seguros de saúde e acidentes. Agregando, o ramo Vida continua a significar cerca de dois terços dos prémios da Generali e Não Vida 35%.

Os resultados operacionais cresceram 8,2% em relação a 2023 para 7,3 mil milhões de euros, como resultado das entradas líquidas positivas (novas receitas – amortizações no ramo Vida), pelo aumento de preços nos prémios em Não Vida principalmente em clientes comércio e pequenas e médias empresas (PME), e com a Gestão de Ativos e Fortunas a contribuir com 16% desses lucros.

No entanto, o valor de lucro líquido de 3.724 milhões de euros foi inferior em 0,6% ao do ano anterior. Ainda assim, o dividendo a propor pela administração na próxima assembleia geral de 24 de abril em Triste será de 1,43 euros por ação, mais 11,7% que há um ano, enquadrando-se no compromisso do plano estratégico “Lifetime Partner 27: Driving Excellence”, em que se pretende dividendo médio para o acionista superior a 10% do capital investido entre 2024 e 2027.

O capital próprio atingiu 30.389 milhões de euros, um valor 5% acima, enquanto os ativos sob gestão em todo o grupo cresceram para 830 mil milhões de euros, uma subida de 31,6% devido a entradas líquidas positivas do ramo Vida e à consolidação da Conning Holdings Limited, uma aquisição recente na área da gestão de ativos.

O rácio de solvência II SCR – cujo valor mínimo aceitável é 100% – desceu de 220% para 210% devido essencialmente à compra da Liberty na Europa e ao programa de recompra de ações no valor de 500 milhões de euros terminado em 2024.

O rácio combinado (CoR) – que acima de 100% significa prejuízo técnico e abaixo lucro – permaneceu nos 94%, embora tenha melhorado para o CoR descontado (valor de responsabilidades futuras atualizadas para este ano) de 96,7% em 2023 para 95,9% no ano passado. Ainda o CoR atricional, não refletindo os eventos catastróficos, foi 92,3%, um valor 0,7% mais baixo que um ano antes. Os tumultos na Nova Caledónia e na Martinica causaram 75 milhões de euros, num total de perdas causadas por humanos de 405 milhões de euros.

Em Portugal, o rácio combinado Não Vida foi (CoR) de 97,1%, de 95,9% no CoR descontado (se atualizadas valores de pagamentos futuros) e também 97,1% no CoR de Atito, uma vez que a seguradora não sofreu eventos considerados catastróficos. “A melhoria deveu-se, este ano, a um saudável CoR de atrito nos ramos Não Automóvel”, refere a Generali.

Ainda para Portugal, o relatório da Generali SpA refere que os prémios cresceram a dois dígitos em Vida e Não Vida tendo a Liberty contribuído com 210 milhões de euros de receitas. O país conseguiu entradas líquidas de 71 milhões de euros no ramo Vida, enquanto em 2023 tinha tido perdas líquidas (diferença negativa entre entradas de prémios Vida e amortizações de produtos Vida) de 25 milhões de euros.

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Trump causa mais incertezas na economia do que o covid-19

  • Lusa
  • 16 Março 2025

O vice-presidente do BCE defendeu que as políticas do Governo de Donald Trump nos Estados Unidos estão a causar mais incertezas na economia do que a crise da covid-19 provocou então.

O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE) defendeu que as políticas do Governo de Donald Trump nos Estados Unidos estão a causar mais incertezas na economia do que a crise da covid-19 provocou então. Em entrevista ao Sunday Times, Luis de Guindos disse que a perspetiva da imposição de tarifas aduaneiras pelos Estados Unidos da América (EUA) e a retaliação dos seus parceiros comerciais provoca “muitas incertezas” e torna a situação atual “muito volátil”.

Cada dia uma nova taxa é imposta ou é retirado um imposto anunciado“, disse o antigo ministro da economia de Espanha a jornal britânico, falando da incerteza e instabilidade criada pela administração de Donald Trump.

Desde que regressou à presidência dos Estados Unidos, em janeiro, Donald Trump lançou uma série de ofensivas comerciais contra os seus parceiros comerciais, por considerar que os Estados Unidos estavam a ser injustiçados no comércio mundial.

Para o número dois do BCE, uma guerra comercial será uma situação em que todos perdem, pois penalizará o crescimento económico pelo aumento dos preços.

A “desregulação” financeira que a administração Trump defende é outra “fonte de incerteza”, bem como a redução de impostos sobre os lucros das empresas, que “poderá afetar os fluxos de capitais” entre a Europa e os EUA, estima Luis de Guindos.

Sobre o plano de armamento da Comissão Europeia, que prevê um aumento das despesas dos Estados-membros em defesa para 1,5% do PIB, o espanhol considerou que é “certamente uma decisão na boa direção” mas que ainda falta conhecer mais detalhes e “uma avaliação precisa do seu impacto na economia”.

Apesar deste contexto de incertezas, na entrevista ao Sunday Times, Luis de Guindos disse que o processo de desinflação está correr bem, mostrando-se confiante de que inflação convergirá de forma duradoura para o objectivo do BCE dos 2% “no final deste ano ou no início do ano próximo”.

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Mercado está no “momento certo” para vender a TAP e atraso pode ser “prejuízo para o país”, diz Pinto Luz

  • ECO
  • 16 Março 2025

Ministro das Infraestruturas afirma que trabalhos preparatórios da privatização vão continuar. Sobre o TGV, admite relançar o concurso para o segundo troço mesmo com o Governo em gestão.

O ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, considera que este é o “momento certo” para a privatização da TAP e que a crise política representa um entrave.

O mercado, como todos os stakeholders dizem, está no momento certo para proceder a esta venda, e isso sim é um prejuízo para o país“, afirmou o governante em entrevista à ao Jornal de Negócios e Antena 1. “E isso sim, a crise coloca estes entraves”, acrescentou.

Miguel Pinto Luz diz que o Executivo e a Parpública vão continuar os trabalhos preparativos para o próximo Governo tomar uma decisão e evitar que haja “tempo perdido”. “O decreto-lei ia ser lançado, mas, no limite, isso pode ser ultrapassado pelas etapas que estão a ser desenvolvidas nos bastidores”, disse.

O ministro das Infraestruturas mostrou preocupação também em relação ao tempo de execução da linha de Alta Velocidade Porto – Lisboa, depois do concurso para o segundo troço ter terminado apenas com uma proposta, do consórcio português Lusolav, entretanto chumbada pelo júri. “Existe uma necessidade de não perder prazo”, disse Pinto Luz, admitindo avançar com um novo concurso mesmo estando o Governo em gestão. Por decidir está se o novo concurso terá um reforço da verba ou uma redução da obra para atrair mais interessados.

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Loucura, ameaça e desastre. Setor do vinho teme que Trump implemente tarifas de 200%

Trump plantou incerteza no setor do vinho com a ameaça de tarifas de 200%. Em Portugal, se há quem fique aliviado por depender pouco dos EUA, o setor, no todo, teme por mais de 100 milhões de receitas

Quem entre na Trump Tower em Nova Iorque para um almoço encontra no cardápio o Trump Wine, vinho produzido na quinta da Virgínia, comprada pelo Presidente norte-americano quando os anteriores proprietários entraram em insolvência. O produtor de vinhos Donald Trump é o mesmo que, na cadeira presidencial da Casa Branca, a menos de 200 km da sua quinta, tem vindo a anunciar ao longo do último mês tarifas “a martelo” sobre produtos não americanos, culminando na ameaça, no final da semana, de 200% de tarifas sobre bebidas alcoólicas europeias.

Entre estas, saem das adegas portuguesas garrafas de Porto e outras marcas do Douro, de casas alentejanas e várias mais das vinhas nacionais, de onde saem anualmente cerca de 100 milhões de euros de caixas para a mesa dos norte-americanos. Ali, concorrem com outras marcas europeias e com as referências da Trump Winery, acessíveis a partir de 22,99 dólares, preço de um rosé de 2024.

Este preço de gama média é uma característica que os americanos também conhecem nos vinhos portugueses. No setor, na Europa e em particular em Portugal, antevê-se um cenário de exportações “fortemente penalizadas”, segundo afirmou Frederico Falcão, presidente da ViniPortugal, à Lusa. A associação interprofissional do vinho aponta para 102 milhões de euros de remessas de Portugal para os EUA, constituindo-se este como o segundo mercado de exportação para o vinho portuguê.

No Douro, mais antiga região vinícola demarcada do mundo, onde no final do século XIX uma praga originária dos EUA, a filoxera, quase dizimou o vinhedo, teme-se que os 200% de tarifas prometidos por Trump venham abalar o negócio pela cepa. “Uma loucura para a região” é como define o presidente da Prodouro. O potencial impacto será maior nos fortificados, o histórico Vinho do Porto, cujo preço médio para os EUA é de 11,14 euros por litro (próximo dos 14 euros por garrafa de 750 mililitros), enquanto o preço médio por litro do mesmo Vinho do Porto é de 5,7 euros por litro, diz ao ECO/Local Online Rui Soares, responsável máximo da Associação dos Viticultores Profissionais do Douro.

Como é normal e fácil de perceber, é uma notícia que nos preocupa. Não está a haver impactos económicos, mas há sobretudo o sentimento de preocupação em relação ao impacto que possa ter no negócio.

Rui Soares

Presidente da Prodouro

“Como é normal e fácil de perceber, é uma notícia que nos preocupa. Não está a haver impactos económicos, mas há sobretudo o sentimento de preocupação em relação ao impacto que possa ter no negócio”. Rui Soares designa os EUA e o Canadá como “muito importantes” para o Douro, tanto em vinho maduro quanto fortificado.

São dois mercados que contam muito para as nossas vendas e exportações, sobretudo em vinhos de maior valor acrescentado. Nas garrafas mais caras, de preços mais elevados, tem impacto grande o aumento da carga fiscal, porque vai sobrecarregar vinhos que à partida já estão num patamar elevado no preço. São taxas impostas em cima de garrafas que elas próprias já são caras”, acentua Rui Soares.

Embora em volume apareçam apenas como sexto mercado deste vinho fortificado (atrás de França, Portugal, Países Baixos, Bélgica e Reino Unido), os EUA só são superados nas receitas por Portugal, e França, sinal da prevalência das referências de preço mais alto. Durante 2024, explicita Rui Soares, os americanos receberam 35,9 milhões de euros de Vinho do Porto, aos quais se juntam 5,6 milhões de euros de vinho do Douro, nestes com um preço médio de 6,13 euros por litro, cerca de 20% acima da média total de 5,07 euros por litro.

Os EUA são o principal mercado externo de consumo de vinhos de Lisboa. A confirmar-se este aumento nas tarifas nesta ordem de grandeza é inevitável que se assista a um ajustamento com algum significado, sendo certo que os EUA são o principal importador mundial de vinhos, e como tal não perspetivamos que os consumidores americanos deixem simplesmente de consumir vinhos europeus.

Francisco Rito

Presidente da Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa

Viajando para sul, entramos pelo vinhedo da Comissão Vitivinícola Regional do Tejo, cujo presidente, Luís de Castro, até vê o potencial para crescimento das exportações para o subcontinente América do Norte, aproveitando as hostilidades comerciais dos EUA com os vizinhos México e Canadá. “Ir aos EUA fazer promoção fica muito caro em dinheiro e tempo”, diz o presidente dos vinhos do Tejo. “Resolvemos apostar só no Canadá, em especial no Quebec. Agora, poderá trazer-nos resultados positivos. O Canadá mandou retirar vinhos americanos das prateleiras. Agora, poderá abrir espaço para europeus”, explica.

Apesar disto, Luís de Castro assume que o confronto comercial com o maior mercado importador de vinho em todo o mundo “é muito mau para o país. Para a nossa região não é dramático, [só] 7% das nossas exportações são para os EUA. A Fiuza e Alorna são os que mais exportam para os EUA, mas mesmo para eles também não é um mercado prioritário“. No ano passado, aquele país bebeu 400 mil litros de vinhos do Tejo, um pequeno cálice nos 10 milhões de litros vendidos pela região para fora de Portugal.

Resolvemos apostar só no Canadá, em especial no Quebec. Agora, poderá trazer-nos resultados positivos. O Canadá mandou retirar vinhos americanos das prateleiras. Agora, poderá abrir espaço para europeus.

Luís de Castro

Presidente da CVR Tejo

Ali ao lado, a tranquilidade perante a ameaça de Trump é bem menor na Região Demarcada de Lisboa, onde as vendas para os EUA “representam quase 20% do total em volume e valor”, explica Francisco Rico, presidente da Comissão Vitivinícola.

A região tem o seu negócio muito assente na exportação, destino de 80% da produção total dos seus produtores. “Os EUA são o principal mercado externo de consumo de vinhos de Lisboa”, avança Francisco Rico. “A confirmar-se este aumento nas tarifas nesta ordem de grandeza é inevitável que se assista a um ajustamento com algum significado, sendo certo que os EUA são o principal importador mundial de vinhos, e como tal não perspetivamos que os consumidores americanos deixem simplesmente de consumir vinhos europeus”. A posição é de otimismo: “Acreditamos que a diplomacia económica conseguirá eliminar esta ameaça, vingando a lógica da reciprocidade nas relações bilaterais entre a União Europeia e os EUA”.

Outra região de olhos postos nos EUA é a dos Vinhos Verdes. A presidente da Comissão de Viticultura, Dora Simões, frisa ao ECO/Local Online que “os EUA são o primeiro mercado em valor para os vinhos verdes, 20 milhões de euros, numa tendência crescente”. No ano passado, a subida cifrou-se em 5%. “A situação é uma ameaça. Pode vir a acontecer um impacto grande. Ficamos preocupados. Os EUA são o primeiro mercado em valor para os vinhos verdes, 20 milhões de euros, numa tendência crescente“.

Os EUA são o principal mercado externo de consumo de vinhos de Lisboa. A confirmar-se este aumento nas tarifas nesta ordem de grandeza é inevitável que se assista a um ajustamento com algum significado.

Francisco Rito

Presidente CVR Lisboa

Igualmente apreensivos estão os agentes vinícolas do Alentejo, que nos últimos cinco anos conseguiram aumentar as vendas para aquele país em 40% e já ali garantem 10% das suas vendas. “Gostávamos de continuar esta tendência de crescimento”, diz Francisco Mateus, presidente da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA). No que concerne ao preço médio para o segundo mercado de exportação, a subida já é de 13%, para uma média de 3,81 euros por litro.

O Impacto nunca é positivo, porque isso significa que uma garrafa de vinho, para entrar nos EUA, vai estar sempre mais cara e pode levar os importadores e distribuidores a reduzir encomendas”, admite. “Nos vinhos de mais valor, este incremento pode não ter impacto. Numa garrafa de 50 euros, não são estas taxas que vão tornar invendável”, considera o presidente dos vinhos alentejanos.

Francisco Mateus não acredita a ação de Trump traga algo de positivo. “É mais uma manobra politica a ser jogada pela presidência norte-americana. Esperar que o nosso Governo e a União Europeia tenham reação, de modo a entrarem no jogo, e termos algum contrapeso relevante face às medidas que norte-americanos vierem a aplicar”. De qualquer modo, crê o presidente da CVRA, “nunca virá nada de bom” desta disputa de tarifas.

A apreensão é comum ao Dão, que considera a possibilidade dos 200% “um desastre”, à Beira Interior, para a qual os EUA são o terceiro mercado (200 mil garrafas e meio milhão de euros, diz o presidente da região à Lusa), e, em menor escala, à Bairrada, que admite “algum impacto”. Já na Madeira, e segundo a Lusa, as exportações para os EUA representam 6,7%, o que representou 210 mil litros e 2,5 milhões de euros em 2024.

O crescente anti-americanismo dos canadianos como trunfo

Na região demarcada mais a sul no continente, o clima de preocupação é bem mais ameno. Sara Silva, presidente da Comissão Vitivinícola do Algarve (CVA), revela-se tranquila com o impacto das ameaças do presidente dos EUA sobre a generalidade dos seus associados. “Vendemos essencialmente na região, 70% no canal Horeca (restauração e hotelaria) e no enoturismo. No último ano, só 15% foi para exportação”, explica ao ECO/Local Online. Apenas cinco produtores exportam, e “o maior mercado é o europeu“. Para os EUA apenas quatro produtores algarvios fazem vendas. “Para o espetro geral da nossa região não terá grande importância, porque não nos dedicamos tanto à exportação”, diz a presidente da CVA do Algarve.

Para o espetro geral da nossa região não terá grande importância, porque não nos dedicamos tanto à exportação.

Sara Silva

Presidente da Comissão VItivinícola do Algarve

A escapatória poderá estar entre reforço nos mercados já explorados e no ataque a novas geografias. Contudo, analisa o responsável alentejano Francisco Mateus, olhando os países mais populosos: “o Canadá não tem a mesma população, a Rússia é agora difícil, na China há diminuição compras, a Índia não tem os mesmos hábitos de consumo. Os EUA são, de facto, um mercado importante. Se pura e simplesmente pensássemos no absurdo de deixar de exportar para EUA seria um revés grande. Todo um conjunto de relação entre produtores e negócios de vinhos do lado de lá deixaria de existir”.

“Os produtores vão ter que tentar encontrar na Europa, em África, no Brasil, Canadá, mercados que possam aumentar as suas compras e compensar nesses mercados”. Ainda assim, anui Francisco Mateus, uma eventual penalização tarifária de Trump “é um retrocesso de anos de trabalho que tem sido feito pelos produtores e pela comissão”.

Os EUA são, de facto, um mercado importante. Se pura e simplesmente pensássemos no absurdo de deixar de exportar para EUA seria um revés grande. Todo um conjunto de relação entre produtores e negócios de vinhos do lado de lá deixaria de existir.

Francisco Mateus

Presidente da CVR Alentejo

O Canadá, que por estes dias vê crescer uma animosidade para com os vizinhos, é um país que a região do Tejo bem conhece, como Luís de Castro descreve ao ECO/Local Online. “O Canadá, para nós, é um mercado estratégico. O Quebec é muito europeizado. Este ano vamos apostar no Ontário, que é mais americanizado, se bem que agora há um sentimento anti-americano. O Canadá não é grande produtor de vinhos, ao contrário do que acontece nos EUA, onde até em Nova Iorque produzem. O próprio Trump tem vinho – eu já bebi vinho chamado Trump na Trump Tower, e não era mau”.

A geografia de escoamento da produção portuguesa de vinho tem outros países e continentes a serem aprofundados. Uma potencial escapatória para a região de Lisboa, onde os EUA assumem a liderança das exportações — no ranking seguem-se Reino Unido, Brasil, Canadá, Polónia e Escandinávia — são mercados que a equipa de Francisco Rito e os associados já vêm trabalhando: “vemos outros destinos a assumir uma importância crescente, como a Austrália, Israel e a Colômbia, o que mostra bem o potencial da região e a capacidade de os produtores diversificarem os seus mercados”.

“Estamos atentos a todos os sinais que nos vão chegando e vamos avançando com prudência, mas sem perdermos ambição nem ritmo de trabalho. A região de Lisboa exporta para quase 100 países, o que a deixa mais protegida quanto a eventuais eventos que possam condicionar as vendas em determinados mercados”, considera o presidente da Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa.

A vizinha região do Tejo abriu uma outra porta, aproveitando a boleia da Jerónimo Martins, o que por sua vez lhe está a escancarar outras portas. “Em 2024, para os EUA, a exportação foi de 400 mil litros. Para o principal mercado, Polónia exportámos 2,3 mlhões de litros, por via da Biedronka, da Jerónimo Martins. O vinho português está ali presente há mais de 20 anos, a Biedronka tem 3.500 supermercados. E estamos presentes noutras cadeias. Por ano, desde 2015, o crescimento médio percentual é de 36%”, desvenda Luís de Castro.

Para o principal mercado, Polónia exportámos 2,3 mlhões de litros, por via da Biedronka, da Jerónimo Martins. O vinho português está ali presente há mais de 20 anos, a Biedronka tem 3.500 supermercados.

Luís de Castro

Presidente da CVR Tejo

Também a região do Porto e Douro tem feito o seu trabalho de diversificação, assegura Rui Soares. “Temos estado, ao longo dos últimos anos, a estudar mercados alternativos, fora da Europa, a procurar e a investir em mercados externos que tradicionalmente não eram tão consumidores”. Olhando para dentro do continente, o fluxo já atingiu a maturidade, com uma exceção, conta o presidente da Prodouro. “Na Suíça, como nos EUA, vende-se vinhos de maior valor acrescentado. Tal como nos países do norte da Europa, onde temos estado a apostar. Tradicionalmente, não eram tão importantes, mas têm vindo a crescer, sobretudo no vinho de maior valor acrescentado. Agora, imagino eu, ainda iremos trabalhar mais [nesses mercados]. Não temos outra forma”.

Entre as maiores empresas da região, “tem havido um esforço concertado entre as empresas de Vinho do Porto” para conquistar os americanos, assegura o presidente da ProdouroThe Fladgate Partnership

O discurso fortificado de Trump nas tarifas

Recorrendo, como noutras vezes, a letras capitulares para acentuar as suas palavras, Trump escreveu, na rede social TruthSocial (por si criada após ser expulso do Twitter, ao qual já regressou, à boleia da compra da empresa do pássaro azul pelo amigo Elon Musk), que se a tarifa colocada por Bruxelas sobre o Whiskey americano “não for removida imediatamente, os EUA irão brevemente colocar uma Tarifa de 200% em todos os vinhos, champagnes e produtos alcoólicos vindos de França e de outros países da União Europeia”.

A Europa parece oficialmente envolvida na instabilidade que fermenta nas relações comerciais dos EUA com o mundo. Em poucos dias, Trump colocou 25% sobre aço e alumínio, a Europa respondeu com taxas sobre 26 mil milhões de euros de produtos como Jack Daniel’s e seus compatriotas, e outros produtos, designadamente diamantes, e Trump contra-atacou com a ameaça de taxar em 200% vinhos e espumantes do velho continente.

Na sexta-feira, o chefe europeu das relações comerciais, Maros Sefcovic, escreveu na sua conta do X (ex-Twitter), após reunião com o homólogo americano, que as duas partes ainda têm muito que discutir no capítulo das tarifas. “Ainda há muito trabalho pela frente, mas vamos manter-nos focados e explorar as melhores formas de avançar na direção correta”, expressou.

Tudo isto vem numa altura difícil para o setor mundial do vinho. A ameaça aflige, mas temos de ver as coisas com calma e unir esforços na Europa. Temos de agir em conjunto com os países da Europa. Temos de ter uma estratégia conjunta.

Dora Simões

Presidente da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes

Também na sexta-feira, a Confederação dos Agricultores de Portugal questionou, publicamente, o sentido de Bruxelas taxar o Bourbon (whiskey americano) como resposta às tarifas dos EUA sobre aço e alumínio.

Antes, na quinta-feira, o ministro da Agricultura admitira que a política comercial de Trump “cria instabilidade. Também há uma outra coisa que isso demonstra, é que devemos avançar para o acordo Mercosul“, afirmou o governante aos jornalistas, apontando a um mercado de 740 milhões de pessoas.

Em causa poderão ficar anos de trabalho de promoção do vinho português, feito pelas grandes casas do Douro, como a Symington, Real Companhia Velha e a Taylor’s (Fladgate Partnership), conforme explica o presidente da Prodouro. “Tem havido um esforço concertado entre as empresas de Vinho do Porto”, frisa Rui Soares. Tendo a vantagem de estarem concentradas num escasso número de empresas, as grandes marcas da região “têm feito ações concertadas de promoção dos nossos vinhos. Provas, visitas de jornalistas e críticos de vinhos que têm vindo a Potugal visitar caves, além de ações de formação para clientes importadores. Tem sido uma aposta certeira, com aumentos consecutivos e sustentados, na ordem 5, 6% ao ano, de forma sustentada”, afirma Rui Soares.

Dora Simões, líder da região dos Vinhos Verdes, insta a uma concertação mais alargada, que se estenda a Bruxelas. “Tudo isto vem numa altura difícil para o setor mundial do vinho. A ameaça aflige, mas temos de ver as coisas com calma e unir esforços na Europa. Temos de agir em conjunto com os países da Europa. Temos de ter uma estratégia conjunta”.

“Para o setor, em termos nacionais, vai ser mau”, assume Luís de Castro, presidente da CVR Tejo. Não obstante, diz, tendo em mente o perfil por vezes errático de Donald Trump, “isto pode ser muita parra, pouca uva”.

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Zelensky acusa Putin de mentir sobre a dificuldade de um cessar-fogo

  • Lusa
  • 15 Março 2025

O Presidente ucraniano acusou hoje o homólogo russo de mentir quando diz que criar a trégua de 30 dias proposta por Kiev e Washington seria "complicado".

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou hoje o seu homólogo russo, Vladimir Putin, de estar a mentir quando diz que o estabelecimento de uma trégua de 30 dias proposta por Kiev e Washington seria “complicado”.

“Putin também está a mentir sobre o cessar-fogo ser alegadamente muito complicado. Na realidade, tudo pode ser controlado, e nós discutimos isso com os americanos”, disse Zelensky numa mensagem na rede social X.

“Querem uma posição mais forte antes do cessar-fogo”, explicou Zelensky numa conferência de imprensa em Kiev.

Putin também está a mentir sobre o cessar-fogo ser alegadamente muito complicado. Na realidade, tudo pode ser controlado, e nós discutimos isso com os americanos.

Volodymyr Zelensky

Presidente da Ucrânia

Washington quer uma trégua o mais rapidamente possível na Ucrânia.

Após negociações conjuntas na terça-feira em Jeddah, Arábia Saudita, Estados Unidos e Ucrânia propuseram um fim das hostilidades por 30 dias, desde que a Rússia também cumpra.

Contudo, Putin manifestou reservas sobre esta proposta, particularmente sobre o modo de controlo da trégua, ao mesmo tempo que manifestou receios de que a Ucrânia possa utilizar esta pausa para recrutar soldados e receber novas armas ocidentais.

Zelensky insistiu ainda que a questão “complexa” do controlo de territórios deve ser “resolvida mais tarde na mesa das negociações”.

“Os Estados Unidos levantaram esta questão durante a reunião em Jeddah. Conhecem a posição ucraniana”, disse Zelensky, reiterando que a sua posição é “não reconhecer os territórios ucranianos ocupados como russos em nenhuma circunstância”.

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Meia centena protesta em Lisboa contra demolições de habitações precárias

  • Lusa
  • 15 Março 2025

Protestos decorreram frente à Assembleia da República, exigindo-se habitação digna e o fim das demolições em curso na Área Metropolitana de Lisboa.

Perto de meia centena de pessoas manifestaram-se hoje em frente à Assembleia da República para exigir habitação digna e o fim das demolições de casas ilegais e precárias, que estão a ocorrer na Área Metropolitana de Lisboa.

A ação de protesto foi convocada pelo movimento Vida Justa, que tem acompanhado às várias ações de despejo e demolição de habitações precárias, a maior parte abarracadas.

“Moradia não é um privilégio, é um direito” ou “queremos condições de habitação”, são alguma das mensagens que se podem ler em algumas tarjas colocadas em frente à escadaria do parlamento.

No protesto, que junta cerca de 50 pessoas e que decorre de forma pacífica, encontram-se moradores de bairros precários e ilegais dos concelhos de Loures, Amadora, Almada e Seixal.

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Da F1 à Indy: O Museu do Caramulo acelera com Fittipaldi

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 15 Março 2025

O Museu do Caramulo, sempre a dar cartas no mundo do automobilismo, estreia hoje a exposição “The Fittipaldi Collection”, exibindo carros icónicos e troféus do bicampeão Emerson Fittipaldi.

O Museu do Caramulo acolhe a partir de hoje, 15 de Março, um evento histórico no mundo do automobilismo: a estreia mundial da exposição “The Fittipaldi Collection”, em que os visitantes poderão mergulhar no impressionante acervo do lendário piloto brasileiro Emerson Fittipaldi, numa viagem no tempo pelos momentos mais memoráveis da sua carreira.

A mostra inédita traz a Portugal os automóveis e artefactos históricos pertencentes ao Museu Fittipaldi, incluindo os monolugares pilotados pelo próprio Emerson ao longo da sua trajetória vitoriosa. Entre os destaques da exposição estão os lendários Copersucar Fittipaldi, como o FD01 de 1975, o primeiro carro da única equipa de Fórmula 1 da América Latina, concebido com o apoio da EMBRAER – um marco que em 2025 celebra meio século de história. Estarão também em exibição os modelos FD03 e FD04, sendo este último responsável pelo memorável segundo lugar de Fittipaldi no GP do Brasil de 1978, um feito histórico para o automobilismo brasileiro, superando equipas como Williams, Lotus e Brabham de Niki Lauda.

Além da participação na Fórmula 1, a exposição destaca o percurso de Emerson Fittipaldi no mundo da IndyCar, com a presença dos Penske Indy PC-18 e PC-22, os monolugares com os quais venceu as 500 Milhas de Indianápolis em 1989 e 1993. Outros veículos igualmente emblemáticos incluem o Williams March 711 de 1972 – primeiro carro pilotado por José Carlos Pace na F1 –, o pace car de Indianápolis e até a famosa GMC Van, troféu da pole-position das Indy 500 de 1990.

Mas a experiência não se limita aos automóveis. Os visitantes terão ainda a oportunidade de ver de perto um conjunto inédito de troféus, capacetes, fatos e luvas de competição, incluindo os dois prestigiados troféus exclusivos da Tiffany das 500 Milhas de Indianápolis, além de peças raras de vitórias na Fórmula 1.

Para o Museu do Caramulo, esta é “uma oportunidade única para conhecer e conectar com o piloto brasileiro e com uma das épocas douradas da Fórmula 1, eternizada na memória dos apaixonados pelo desporto”. Emerson Fittipaldi, por sua vez, destaca a emoção de trazer esta coleção a Portugal: “É um momento muito especial, não só pelo carinho que sempre recebi do povo português, mas também por poder exibi-la num espaço tão prestigiado como o Museu do Caramulo.” Acrescenta ainda: “Estou muito feliz por ver os carros do Museu Fittipaldi expostos num local tão espetacular, que conheci durante o Caramulo Motorfestival. Espero que os meus ‘irmãos’ portugueses possam vivenciar de perto essa história e conhecer melhor a trajetória da Fórmula 1 no Brasil”.

A exposição “The Fittipaldi Collection” estará patente no Museu do Caramulo de terça a domingo, até 22 de Junho, proporcionando uma celebração imperdível da velocidade, paixão e história do automobilismo mundial.

The Fittipaldi Collection
Museu do Caramulo – Fundação Abel e João de Lacerda
Rua Jean Lurçat nº42, 3475-216 Caramulo
Tel.: 232 861 270

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The Final Copy of Ilon Specht: o legado feminista por trás do slogan da L’Oréal Paris

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 15 Março 2025

'The Final Copy of Ilon Specht' é o documentário que presta homenagem a Ilon Specht, a mulher por detrás do slogan da L'Oréal Paris "Porque eu mereço".

Com apenas 17 minutos, o documentário oferece um retrato íntimo da copywritter da agência McCann Ilon Specht nos seus últimos momentos de vida, explorando o impacto duradouro do seu trabalho. Em 1971, aos 23 anos, Specht ousou desafiar os padrões da publicidade e da sociedade ao afirmar que as mulheres eram dignas de investir em si mesmas. A frase “Because I’m Worth It” (“Porque Eu Mereço”) foi revolucionária e tornou-se um dos textos publicitários mais duradouros e traduzidos da história, presente em mais de 40 idiomas.

Ben Proudfoot, o realizador (vencedor de dois Óscares) descreve o filme como uma “história mais profunda” que pretende surpreender e desafiar o público. O documentário, produzido por Breakwater Studios e Traverse 32, teve a sua estreia no Tribeca Film Festival e conquistou vários prémios em festivais como Lunenburg Doc Festival, Hot Springs Documentary Film Festival, Chelsea Film Festival e HollyShorts Film Festival em Los Angeles. Também foi nomeado para um Óscar na categoria de curta-metragem documental.

Quem foi Ilon Specht?
Ilon Specht faleceu em abril de 2024, mas a sua visão continua a inspirar gerações de criativos e mulheres em todo o mundo desde que criou o slogan da L’Oréal. Esta mensagem inspiradora, criada para a linha de coloração Préférence da marca, foi a primeira na publicidade a defender o valor próprio da mulher. O talento de Ilon Specht não só moldou os alicerces da missão de L’Oréal Paris, mas também deu início a um movimento global, inspirando as mulheres a estabelecerem os seus próprios padrões de beleza. Charlotte Franceries, presidente da McCann Paris, destaca o impacto duradouro do trabalho da copywriter: “Ela transformou a narrativa da beleza para uma que empodera as mulheres”. Já Delphine Viguier-Hovasse, Presidente Global de L’Oréal Paris, reforça que “as suas palavras lembram-nos diariamente do nosso valor e incentivam-nos a perseguir as nossas ambições sem hesitação”.

O filme foi lançado no canal de youtube TEDx, a 8 de março, e também é transmitido no Prime Video. Veja o trailer AQUI.

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Lucros do Haitong Bank descem 70% para 5 milhões de euros em 2024

  • Lusa
  • 15 Março 2025

Produto bancário desceu 13% para 66 milhões de euros, enquanto os custos caíram 3,3% para 58 milhões de euros.

O Haitong Bank teve lucros de 5,0 milhões de euros em 2024, uma queda de 70% face aos 17 milhões de euros de 2023, disse o banco de investimento em comunicado ao mercado.

No comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), divulgado na sexta-feira à noite, o banco justificou o resultado líquido por a atividade ter sido “afetada pela debilidade dos mercados ‘cross-border’ chineses e pela instabilidade no Brasil”.

Ainda assim, considerou que conseguiu manter “um desempenho positivo neste contexto adverso graças ao negócio desenvolvido pelas suas operações locais”, tendo os principais contributos sido dados pelas “atividades de crédito, renda fixa, mercados de dívida e tesouraria”.

No ano passado, o produto bancário desceu 13% para 66 milhões de euros, enquanto os custos caíram 3,3% para 58 milhões de euros e as imparidades e provisões constituídas reduziram-se 82% para 2,0 milhões de euros.

O Haitong Bank tinha 331 trabalhadores no fim de 2024, menos 25 do que em 2023.

A carteira de crédito (bruto) subiu de 696 milhões em 2023 para 724 milhões de euros em 2024.

Aquando do regaste do Banco Espírito Santo (BES), em agosto de 2014, o BES Investimento foi integrado no Novo Banco, tendo sido vendido em setembro de 2015 ao grupo chinês Haitong por 379 milhões de euros e denominado Haitong Bank.

O presidente executivo do Haitong Bank é atualmente Wu Min.

Sediado em Portugal, o banco de investimento está presente em Espanha, Polónia, Reino Unido, Macau, Brasil e França.

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Populações sitiadas recebem ajuda alimentar por via aérea após ciclone em Moçambique

  • Lusa
  • 15 Março 2025

Pelo menos 14 pessoas morreram e outras 60 ficaram feridas devido à passagem do ciclone Jude por Moçambique na segunda-feira.

Algumas comunidades sitiadas após a passagem do ciclone Jude na Ilha de Moçambique, província de Nampula, estão a receber assistência alimentar por via aérea desde sexta-feira, disse hoje o Presidente de Moçambique, que sobrevoou as zonas afetadas.

“Ainda temos uma população sitiada e ontem fez-se assistência via aérea a essa população para entregar alimentos e conseguiu-se entregar papas para as crianças. (…) Tínhamos lá pessoas, crianças que há dois ou três dias não comiam, mas a partir de ontem começaram a comer porque conseguimos colocar lá arroz e fizeram imediatamente papas quentes”, declarou Daniel Chapo aos jornalistas.

Daniel Chapo, que se encontra na província de Nampula a visitar zonas afetadas pelo ciclone que atingiu o país na segunda-feira, destacou igualmente o “resgate paulatino” das pessoas sitiadas em alguns distritos da província de Nampula, indicando que a prioridade neste momento é disponibilizar alimentação às populações.

Daniel Chapo prometeu ainda trabalhar para a “reposição de emergência” das principais vias, incluindo estradas e pontes, que ligam os distritos às capitais provinciais afetadas pelo ciclone, indicando que a interrupção da circulação de pessoas e bens afeta a economia nacional.

“Aquilo que nós vimos do voo que fizemos é que os danos são preocupantes e temos de trabalhar para recuperar a província”, disse Chapo.

Pelo menos 14 pessoas morreram e outras 60 ficaram feridas devido à passagem do ciclone Jude por Moçambique, segundo a última atualização feita na sexta-feira pelo Governo.

O número de pessoas afetadas subiu para 100.410 e o de famílias para 19.961, dados que agora incluem também as províncias centrais de Tete e Manica, além de Zambézia, Nampula, Niassa e Cabo Delgado, as três últimas do norte de Moçambique.

O Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) aponta ainda, em dados até quarta-feira, 20.244 casas total e parcialmente destruídas e 22 edifícios de culto afetados.

Um total de 59 escolas, 182 salas de aulas, 17.401 alunos e 264 professores estão também entre os afetados pelo Jude, havendo ainda seis pontes, um aqueduto e 1.262 áreas agrícolas fustigadas pela intempérie.

Moçambique está em plena época chuvosa, que decorre entre outubro e abril, período em que foram já registados os ciclones Chido e Dikeledi, que afetaram igualmente o norte do país.

Os ciclones atingiram Moçambique entre dezembro do ano passado e janeiro último, com maior impacto nas províncias de Cabo Delgado e Nampula, tendo afetado cerca de 736.000 pessoas e causado a destruição de infraestruturas públicas e privadas.

Eventos extremos, como ciclones e tempestades, provocaram pelo menos 1.016 mortos em Moçambique entre 2019 e 2023, afetando cerca de 4,9 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

O país africano é considerado um dos mais severamente afetados pelas alterações climáticas globais, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, mas também períodos prolongados de seca severa.

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15 de março de 1975: Revolução nacionaliza seguros

Faz 50 anos que o setor segurador nacional foi nacionalizado nas ondas revolucionárias de estatização da economia. Qual foi o destino de 32 marcas, para só sobreviverem duas.

Passavam quatro dias da tentativa de golpe de Estado de 11 de março e um dia após a publicação do decreto-lei que nacionalizou os bancos, quando o IV Governo provisório, tendo Vasco Gonçalves como primeiro-ministro, publicou o DL 135-A/75 que nacionalizava o setor segurador em Portugal. “Visto e aprovado em Conselho da Revolução” e promulgado pelo Presidente da República, Costa Gomes, este último considerou-as como “a medida mais revolucionária de Portugal contemporâneo”.

Vasco Gonçalves, primeiro-ministro do IV Governo provisório foi a cara das nacionalizações. Também das companhias de seguros.

Uma tese corrente na altura defendia que esta nacionalização foi desenhada – consta que pelos economistas da esquerda mais radical do “Quelhas”, à época a designação paroquial do atual ISEG, envolvendo Cravinho, Murteira, Ferro Rodrigues, Pereira de Moura – no sentido de conseguir extinguir os grupos económicos portugueses. Através dos bancos e das seguradoras seria possível o controlo indireto pelo Estado de centenas de empresas relevantes para a economia.

No entanto, as justificações oficiais para o ato escritas no preâmbulo do diploma apontavam razões abstratamente concretas da escolha política radical. Governo, Conselho da Revolução e Costa Gomes explicavam que:

  • “Considerando o elevado volume de poupança privada retido pelas sociedades de seguros e que tem sido aplicado não em benefício das classes trabalhadoras mas com fins especulativos e em manifesto proveito dos grandes grupos económicos”;
  • “Considerando a proliferação de sociedades de seguros constituídas, que têm conduzido a uma concorrência desleal com perigo até para a própria solvabilidade dessas empresas”;
  • “Considerando a necessidade de proporcionar maior segurança aos capitais confiados às sociedades de seguros através dos prémios arrecadados, garantindo, assim, o integral pagamento dos capitais seguros”;
  • “Considerando que as elevadas somas de capital em poder das sociedades de seguros devem ser aplicadas em investimentos com interesse nacional e, portanto, em benefício das camadas da população mais desfavorecidas, no cumprimento do Programa do Movimento das Forças Armadas”;
  • “Considerando a necessidade de tais medidas terem em atenção a realidade nacional e a capacidade demonstrada pelos trabalhadores de seguros na apreciação de situações irregulares no domínio da gestão que ocorreram em algumas companhias de seguros e que já haviam imposto até a intervenção do Estado”;

Logo nesse decreto-lei foram nomeadas as companhias de seguros a nacionalizar e uma promessa de “legislação a publicar pelo Governo dentro de noventa dias” para definir “as condições de reembolso dos acionistas das companhias nacionalizadas e a orgânica de gestão e fiscalização dessas companhias”

Seriam de imediato nomeados pelo primeiro-ministro (Vasco Gonçalves), ouvido o ministro das Finanças (José Joaquim Fragoso), delegados do Governo para as companhias porque eram “dissolvidos os actuais órgãos sociais das companhias de seguros nacionalizadas”, ficando os membros dos conselhos de administração, de gerência ou fiscal “obrigados a prestar às comissões administrativas as informações e esclarecimentos que se tornarem necessários para o normal exercício das suas funções, sob pena de incorrerem no crime de desobediência qualificada”.

De quem eram e onde acabaram as 32 nacionalizadas

Das 32 empresas privadas de capitais portugueses que existiam em 1973 – em que as cinco maiores Império, Tranquilidade, Mundial, Confiança e Comércio e Indústria detinham cerca de 45% do mercado total e 50% do mercado abrangido por empresas nacionais – apenas restavam oito em 1977.

Apesar do entusiasmo revolucionário, o poder político decidiu apenas nacionalizar as empresas de capital português. Assim, em 15 de março de 1975, passavam para a propriedade do Estado todas as seguradoras exceto, nomeando-as no diploma, as companhias de seguros Europeia, Metrópole, Portugal, Portugal Previdente, A Social, Sociedade Portuguesa de Seguros e O Trabalho, dada a significativa participação de companhias de seguros estrangeiras no seu capital.

No entanto, a Garantia reclamou e nova nota referiu que “por provável lapso do legislador, o decreto-lei não considerou devidamente o caso da Companhia de Seguros Garantia. Com efeito, a Compagnie Suisse de Reassurances provou perante o Ministério das Finanças a sua participação no capital da Companhia de Seguros Garantia em 26,5% dentro do prazo estabelecido”.

Assim, a Garantia foi corretamente incluída no grupo do “sector de economia mista”, constituído pelas seguradoras com capital estrangeiro, ficando um “sector totalmente privado”, constituído pelas mútuas de seguros e pelas agências de empresas de seguros estrangeiras estabelecidas em Portugal.

O setor público segurador constitui-se através das seguradoras nacionalizadas agregando-as em 1978 e 1979 em seis grandes grupos públicos:

  • A aliança Seguradora EP (Empresa Pública) resultou da nacionalização das seguradoras Argus, Mutual, a Douro e Tagus (ambas da CUF) e a Ourique (BPA) tendo sido reunidas na Aliança Seguradora. A Aliança passou para o controlo da UAP em 1991, mudou designação para Aliança UAP e em 1997 foi adquirida pela AXA e, finalmente em 2016, pelo grupo belga Ageas;
  • Mundial e Confiança, ambas do grupo Champalimaud, foram fundidas em 1975 e juntas à Companhia Portuguesa de Resseguros. Privatizadas em 1992, voltaram à propriedade de António Champalimaud. Em 2002, a Mundial Confiança foi adquirida pela Caixa Geral de Depósitos e fundida com a Fidelidade. A Companhia Portuguesa de Resseguros passou também para o controlo da Caixa Geral de Depósitos através da Fidelidade, mas manteve a sua marca própria;
  • A Império EP juntou essa seguradora com a Sagres e a Universal de Resseguros (todas do grupo CUF) e também a seguradora O Alentejo. Regressou à propriedade do Grupo Mello em 1992. Em 2000, a Império foi adquirida pelo grupo BCP e, no ano seguinte, fundida com a Bonança;
  • A Bonança EP reuniu a Comércio e Indústria, a Ultramarina (BNU) e a União (Espírito Santo). Foi privatizada em três fases entre 1990 e 1994 tendo o controlo sido adquirido pelo grupo BCP. Em 2012, a Bonança foi comprada pela Caixa Geral de Depósitos ao grupo BCP e fundida com a Fidelidade;
  • A Tranquilidade EP uniu a original da família Espírito Santo, com a Garantia Funchalense e A Nacional (CUF). Reprivatizada em duas fases, a última em 1990, regressando à propriedade do Grupo Espírito Santo. Com os problemas do BES foram as seguradoras entregues ao Novobanco e depois à Seguradoras Unidas. Hoje é do grupo Generali;
  • A Fidelidade EP foi a que mais juntou seguradoras nacionalizadas. Logo em 1975, as companhias do grupo Pinto de Magalhães – Aliança Madeirense, a Mutualidade e a Soberana – constituíram a MSA, EP, que integraram o grupo com a própria Fidelidade (grupo BNU), a Atlas (Banco Borges & Irmão) e A Seguradora Industrial (Banco Fonsecas & Burnay). Foi privatizada em 1988 passando para o controlo da Caixa Geral de Depósitos;
  • A Açoreana também foi nacionalizada em 1975 e manteve-se sozinha até ser privatizada em 1991 e passando para o controlo do Banco Comercial dos Açores do grupo Banif. Também se juntou à Seguradoras Unidas e hoje o seu património é da Generali;
  • A Portugal Re juntou a Câmara Resseguradora, a Continental de Resseguros, a Equidade, a Prudência e a Vitalícia, foi transformada em 1982 na Companhia Portuguesa de Resseguros e hoje é Fidelidade Re;
  • A Companhia de Seguros de Crédito EP, passou a designar-se COSEC – Companhia de Seguro de Créditos SA, em 1980. Foi vendida em 1982 e o controlo foi adquirido pelo grupo BPI que se juntou em parceria com a Allianz que em 2023 se tornou única acionista.

Mas, entre a nacionalização e reorganização dos grupos, o regime revolucionário já em estertor conseguiu lançar uma maldição: os seguros, tal como outros setores, nunca voltariam a ser privados.

Irreversibilidade das nacionalizações e a delimitação de setores

Na consequência das nacionalizações o perfil dos seguros em Portugal sofreu uma mudança drástica. As empresas privadas portuguesas, que detinham 86,7% da produção em 1973, representavam, quatro anos depois, apenas 13,1%. Em contrapartida, nesse mesmo ano de 1977, as empresas nacionalizadas retinham já mais de três quartos da produção. As mútuas viram o seu peso reduzir-se a um terço ao longo nos anos seguintes de 3%.

Para manter tudo assim, a Constituição Política da República Portuguesa aprovada em 4 de abril de 1976, a nacionalização dos seguros foi declarada irreversível pela versão inicial da Constituição Política da República Portuguesa aprovada em 4 de abril de 1976, com entrada em vigor no dia em que revolução fez dois anos.

Mais tarde, a Lei n.º 46/77 garantiu que a atividade seguradora, entre outras, era vedada à iniciativa privada.

Finalmente, na sequência da revisão da Constituição Política da República Portuguesa pela Lei Constitucional n.º 1/82 de 30 de setembro, o setor dos seguros foi reaberto à iniciativa privada e as empresas públicas de seguros puderam ser privatizadas.

Em 1986, foi criada a Lusitania, a primeira seguradora com capitais privados 100% nacionais, a nascer após a revolução de 1974, quebrava o feitiço de não voltarem a existir companhias portuguesas. Ainda hoje a Lusitania pertence ao Montepio e é nacional.

Indemnizações lentas, dúbias acabando úteis

A promessa de indemnizar os antigos proprietários das seguradoras nacionalizadas tardou, o momento político nunca era adequado a tratar publicamente do tema.

O valor das indemnizações foi fixado com base no património líquido das empresas à data da nacionalização ou, na sua falta, no último balanço aprovado. Este processo de avaliação e pagamento foi complexo e prolongado, refletindo as dificuldades inerentes à transição económica e política que Portugal atravessava na época.

Finalmente em 1979, o secretário de Estado Fernando Faria de Oliveira, fixou os valores definitivos das indemnizações a atribuir aos acionistas pelas nacionalizações realizadas quatro anos antes.

Os valores foram pagos através da emissão das “Obrigações do Tesouro, 1977 – Nacionalizações e Expropriações”, títulos de dívida pública usados para indemnizar os proprietários de bens nacionalizados ou expropriados durante o período revolucionário de 1975. A Lei n.º 80/77, de 26 de outubro, autorizou o Governo a emitir este empréstimo interno, amortizável, destinado exclusivamente ao pagamento dessas indemnizações.

A emissão foi de 100 milhões de contos de 1979 (cerca de 500 milhões de euros com valor atualizado por simulador do INE a março de 2025), com amortização faseada até 20 anos e uma taxa fixa baixa para um período em que inflação e taxas de juro variáveis atingiam valores superiores a 20% e mesmo 30% ao ano. Cotada na bolsa de Lisboa, as cotações de um décimo ou um quinto do valor nominal refletiam esse desfasamento da remuneração pela taxa de juro.

No entanto, a Portaria n.º 494/83, de 30 de abril permitiu a mobilização destes títulos, pelo valor nominal, para investimentos, permitindo aos titulares utilizá-las como forma de financiamento em projetos produtivos.

Estas obrigações acabaram por ser mais tarde utilizadas nas operações de privatização, acabando por beneficiar financeiramente os expropriados de 15 de março de 1975.

De há 50 anos sobrevivem duas marcas: Fidelidade e Tranquilidade, esta já na companhia da Generali. A COSEC está em transição para Allianz Trade e a Companhia Portuguesa de Resseguros acaba de mudar para Fidelidade Re. Todas as outras, algumas muitas fortes, morreram no processo.

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Taxistas com apoio de um milhão de euros para viaturas elétricas

  • Lusa
  • 15 Março 2025

O IMT lançou um concurso para a compra de viaturas elétricas para o setor do táxi na sequência do Fundo de Transportes, que disponibiliza um milhão de euros, anunciou hoje o Governo.

O Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) lançou um concurso para a compra de viaturas elétricas para o setor do táxi na sequência do Fundo de Transportes, que disponibiliza um milhão de euros, anunciou o Governo.

Em comunicado, o Ministério das Infraestruturas e Habitação esclarece que o Fundo para o Serviço Público de Transportes disponibiliza um milhão de euros para o setor do táxi.

O aviso, publicado pelo IMT, privilegia as áreas de baixa densidade e “mais deficitárias” em termos de oferta de transportes.

Para a aquisição de veículos elétricos, o apoio será de 5.000 euros por veículo, sendo que o apoio sobe para os 6.000 euros se a licença do táxi for emitida num município de baixa densidade.

O apoio será atribuído a um máximo de 10 táxis por beneficiário, ou 100.000 euros.

Já para o abate de viaturas com mais de 10 anos, é estipulado um apoio de 6.000 euros e a aquisição de equipamento de carregamento é comparticipada em 75% até ao limite máximo de 750 euros.

Na área da digitalização, o apoio comparticipa 50%, até ao limite de 5.000 euros por beneficiário, as compras de taxímetros, impressoras para faturas, aplicações eletrónicas para carregamento e dispositivos para emitir faturas por correio eletrónico.

O aviso do concurso, que estabelece as condições de admissibilidade e regras, está disponível no ‘site’ do IMT e as candidaturas podem ser submetidas até 31 de outubro.

No comunicado, o Governo salienta que o apoio para a descarbonização e digitalização do setor “representa a duplicação da verba prevista inicialmente para 2024”.

“Este montante pode ser reforçado com base na procura efetiva verificada e na disponibilidade orçamental do Fundo dos Transportes, à semelhança do que aconteceu no ano passado que teve um aumento de 750 mil euros”, assinala.

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