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Consumidores portugueses querem que marcas atuem como agentes de mudança

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  • 11 Março 2025

Os consumidores, que se olham a si próprios como agentes de mudança, esperam que também as marcas atuem como "enablers" dessa mudança, especialmente no que toca ao envolvimento com a comunidade local.

Os consumidores portugueses estão-se a tornar mais proativos, encarando também as marcas como entidades que devem potenciar o impacto da ação dos seus utilizadores. Mais de dois terços (68%) indicam mesmo que preferem marcas que se comportem como facilitadores de mudança e que os ajudem a ter um papel ativo na comunidade.

As conclusões são do estudo “Meaningful Brands”, realizado pela Havas Media Network e que inquiriu 156.500 pessoas — entre as quais 600 portuguesas –, de 24 mercados e mais de 2.600 marcas.

Os consumidores olham-se inclusive a si próprios como agentes de mudança. Segundo o estudo, 88% procuram ter momentos de relaxamento e 60% esforçam-se por ter uma alimentação saudável e fazer exercício físico regularmente. Adotam também hábitos de consumo mais sustentáveis e, nesse sentido, procuram comprar apenas o que precisam e reciclar, por exemplo.

No entanto, onde estes “sentem maior necessidade de apoio ‘externo’ é no que toca ao envolvimento com a comunidade local, transparecendo uma vontade de maior envolvimento, que esbarra no desconhecimento de como o fazer”, refere-se em nota de imprensa.

Este comportamento espelha a “expectativa de que os consumidores têm de que as marcas atuem como enablers“. Inclusive, 68% dos portugueses inquiridos valorizam marcas que contribuam para o desenvolvimento da comunidade local, como seja através da implementação de programas de voluntariado ou momentos de convívio, por exemplo.

A grande maioria da sensibilidade dos inquiridos face ao bem-estar coletivo reflete-se na expectativa de que as marcas façam mais pelo planeta (81%), pela comunidade (78%) e só depois pelos consumidores, a nível individual (41%).

Ao nível do planeta, existe uma expectativa de que as marcas adotem programas de utilização responsável de recursos (48%), que fomentem um consumo consciente e sustentável (40%) e que compensem a sua pegada de carbono (42%). Já no que toca ao bem-estar individual, os consumidores procuram soluções práticas para poupar dinheiro (64%) e para simplificar a vida quotidiana (43%).

Neste sentido, “a questão da inovação responsável é um ponto essencial no contexto atual“, onde a tecnologia é vista com otimismo por 66% dos inquiridos, que reconhecem o seu potencial para melhorar a sua vida.

“Não obstante, esse entusiasmo vem acompanhado da necessidade de um uso mais responsável da tecnologia”, com as marcas que inovem de forma consciente e garantam a proteção dos consumidores a conseguirem “ganhar a sua confiança e admiração”.

“Num contexto muito polarizado e de permacrise, o estudo reflete o desejo crescente dos consumidores por mais controlo, com um novo sentido de positividade, resiliência e iniciativa. As marcas têm agora, mais do que nunca, a oportunidade de serem facilitadoras de mudança, de fortalecer um sentimento de pertença e de promover uma cultura inclusiva, que valorize a diversidade e a cooperação“, lê-se ainda em nota de imprensa.

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Tecnológica portuguesa Magic Beans abre ‘hub’ de vendas em Lisboa e prevê receitas de 5,6 milhões em 2025

A empresa de consultoria em ‘cloud’ faturou 4,1 milhões de euros no ano passado e anunciou esta terça-feira um International Sales Hub para servir os mercados globais.

A consultora tecnológica portuguesa Magic Beans anunciou esta terça-feira que fechou o último ano com uma faturação de 4,1 milhões de euros, o que representa um crescimento de 40% em relação a 2023. A empresa especializada em cloud antecipa ultrapassar a fasquia cinco milhões de euros.

A subida permite-lhe investir num novo centro operacional estratégico em Lisboa, que arranca com apenas seis pessoas mas vai aumentar “passo a passo”.

“Já tentámos ir mais depressa, mas a realidade diz-nos que não adianta”, afirmou CEO da Magic Beans, Vítor Rodrigues, num almoço com a imprensa.

O International Sales Hub da Magic Beans, que entrou em funcionamento na primeira semana de janeiro, é uma etapa no processo de internacionalização, uma vez que a empresa opera também em Espanha, na Bélgica, no Luxemburgo, em Itália, nos Países Baixos e na Suíça.

Trata-se de um hub que pretende colocar Portugal no epicentro das vendas globais e visa aumentá-las através do talento qualificado que está em Lisboa, bem como otimizar os investimentos com maiores retornos. “É um hub de venda e pré-venda. A consolidação da equipa de consultoria em Lisboa para ter mais massa crítica e passar conhecimento mais rápido e atuar melhor”, esclareceu o CEO, em declarações aos jornalistas.

Para 2025, a estimativa é alcançar uma taxa de crescimento homólogo de 36% para um volume de negócios de 5,6 milhões de euros e aumentar em 15% a margem de lucro. Chegar aos cinco milhões de euros de faturação é um plano antigo da Magic Beans. Questionado pelo ECO sobre o atraso de, pelo menos, dois anos, o CEO admitiu: “O plano foi afetado pela minha ambição, que chocou com a realidade do mercado”.

“Quando fazemos planos não imaginamos que entrem fatores como o conflito na Ucrânia. Vamos aprendendo com a experiência. Também tivemos de atrasar a entrada na Alemanha porque a economia alemã caiu. Este ano já temos uma estimativa de crescimento menos agressiva”, justificou Vítor Rodrigues.

Ainda assim, o CEO da Magic Beans garante que “2025 será um ano interessante”, destacando a recente entrada no Chile, onde está a trabalhar com a operadora de telecomunicações Entel, que tem 18 milhões de clientes, o quádruplo do que a Altice Portugal.

Ademais, espera que o mercado espanhol cresça com contratos de empresas maiores e passe a valer 20-25% do negócio global da empresa nacional, que é parceira de fornecedores de cloud como Amazon Web Services (AWS), Microsoft (Azure), Oracle, DataBricks e GCP.

Depois da IA, marca de segurança a caminho

A Magic Beans, que celebra oito anos, está a estudar o lançamento de novas marcas especializadas para servir os mais de 300 clientes. A área de segurança e compliance é a que está na pole position para ser um negócio autónomo.

Em 2024, a consultora tecnológica criou uma subsidiária exclusivamente dedicada aos dados e à Inteligência Artificial (IA). “Está a correr muito bem. Achámos que era a altura de investir nesta área com uma marca própria (Magic Data)”, comentou Vítor Rodrigues.

“Se não houver dados com qualidade não vale a pena. A IA tem de entregar valor. Se os dados forem maus não existe inteligência nenhuma. As empresas que não adotarem estas ferramentas vão ficar para trás”, assegura o especialista em tecnologia na ‘nuvem’.

Apesar de ver na computação quântica a próxima revolução digital, crê que ainda não está numa fase de implementação. “Vemos que a tecnologia quântica está mais perto e essa será outra grande revolução, embora ache que ainda vai durar mais tempo. Uma coisa é ter o hardware de processamento pronto, mas outra são as aplicações quânticas. A IA é mais rápida”, referiu o CEO da Magic Beans.

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Santa Casa vende apenas um dos cinco imóveis que levou a hasta pública

A instituição só vendeu a moradia em Loures de um conjunto de cinco propriedades avaliadas em 18,5 milhões de euros. Restantes quatro imóveis não receberam propostas.

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) vendeu apenas um imóvel dos cinco que levou a hasta pública esta terça-feira de manhã. A moradia T1 em Loures foi vendida por 59.400 euros, mais 25 euros do que o preço base, confirma ao ECO fonte da instituição, enquanto os demais não receberam propostas.

Localizado na Rua Alves Redol, em Loures, o imóvel com logradouro, por reabilitar, recebeu apenas uma “única proposta válida por parte de uma empresa”, detalhou ao ECO a SCML. O valor base de alienação era de 59.375 euros.

Fonte da instituição confirmou também que os restantes imóveis avaliados em 18,5 milhões de euros “não receberam propostas”.

Esta foi a terceira hasta pública para a alienação de imóveis da Santa Casa. Entre os imóveis que a instituição tentou vender estava ainda um T1 no Seixal com um valor inicial de 121.025 euros.

Além destes, a Santa Casa tentou vender um terreno em Lisboa, na freguesia da Ajuda, com 13.640 metros quadrados, com um valor base de quase 13,4 milhões de euros.

Também em Lisboa, foram a leilão dois prédios em regime de propriedade total, para obras de reabilitação. Um na freguesia de Santo António, com cinco pisos acima do solo, por pelo menos 1,6 milhões de euros, e outro na freguesia de Arroios, com oito apartamentos e quatro lojas, por 3,4 milhões de euros.

Santa Casa já encaixou 12,7 milhões de euros com três hastas públicas

A primeira hasta pública da Santa Casa aconteceu a 4 de dezembro do ano passado e foram alienados quatro imóveis no valor de 700 mil euros: na Amadora, em Oeiras, no Seixal e na vila alentejana de Odemira, lê-se no site da Santa Casa.

No início do ano, a SCML realizou uma segunda hasta pública que rendeu quase 12 milhões de euros, com a alienação de dois imóveis, de acordo com a informação consultada pelo ECO no site da Santa Casa.

Estes leilões surgem no âmbito do plano de reestruturação da SCML, que prevê a alienação de “cerca de 80 milhões de euros” de património.

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Banco de Espanha melhora previsão de crescimento para 2025 mas alerta para geopolítica

  • Lusa
  • 11 Março 2025

O banco central espanhol subiu a estimativa de crescimento em duas décimas para 2,7% este ano. E aumentou em quatro décimas, para 2,5%, a perspetiva de aumento da inflação média.

O Banco de Espanha melhorou esta terça-feira em duas décimas a previsão de crescimento da economia espanhola este ano, para 2,7%, e manteve a estimativa de 1,9% em 2026, alertando porém para a incerteza associada à geopolítica.

No relatório trimestral com as previsões da economia espanhola, o Banco de Espanha realçou a incerteza que existe atualmente em relação à política de taxas comerciais dos Estados Unidos, que poderá afetar vários países, assim como em relação à flexibilização de regras orçamentais (limites de défice e dívida) na União Europeia para aumentar “de forma significativa” as despesas públicas com a defesa.

Segundo o banco central de Espanha, “a evidência histórica sugere que, neste tipo de cenários, o crescimento da economia acaba por se ressentir”. A par da revisão em alta da estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), o Banco de Espanha aumentou em quatro décimas, para 2,5%, a perspetiva de aumento da inflação média este ano no país, justificando com subidas de preços da energia.

O crescimento do PIB espanhol no período 2025-2027 vai apoiar-se, segundo o Banco de Espanha, na procura interna, em especial o consumo privado, devido à previsível “evolução favorável” do rendimento disponível e do mercado laboral, “assim como ao aumento esperado da população”. Já o consumo público vai moderar a sua contribuição para o aumento do PIB nos próximos anos, segundo o Banco de Espanha.

De acordo com a instituição, o investimento vai aumentar o peso no crescimento do PIB espanhol nos próximos trimestres, graças à execução de fundos europeus e melhores condições de financiamento (associadas às taxas de juro), mas continua a ser “a componente da procura com uma trajetória menos dinâmica após a pandemia” de covid-19.

Quanto à procura externa, o Banco de Espanha prevê que seja “ligeiramente negativa” no período 2025-2027 por causa de uma gradual desaceleração das chegadas de turistas estrangeiros ao país e a uma moderação do crescimento das exportações de serviços não turísticos.

Quanto ao mercado de trabalho, o Banco de Espanha estima que a taxa de desemprego em Espanha, uma das mais elevadas da União Europeia, continue a descer no período 2025-2027, embora a um ritmo menor do que em 2024. Assim, o banco central espanhol estima que a taxa de desemprego passe dos 11,3% de 2024 para os 9,5% em 2027.

Quanto ao défice público espanhol, o banco central calcula que ficou nos 3,4% do PIB no final de 2024, afetado por despesas extraordinárias associadas às inundações em valência de 29 de outubro e a algumas sentenças judiciais desfavoráveis às administrações públicas.

O Banco de Espanha prevê que o défice desça para 2,8% do PIB este ano e para 2,6% em 2026 e 2027 (menos uma décima em cada um dos anos relativamente às estimativas anteriores). A dívida pública espanhola deverá situar-se em 101,3% do PIB no final deste ano, em 101,6% no fim de 2026 e em 101% em 2027, segundo as estimativas do banco central de Espanha.

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O luxo num mundo global<span class='tag--premium'>premium</span>

  • Margarida Correia
  • 11 Março 2025

Margarida Correia, CEO da Amorim Fashion, dá uma lição de história da moda que ajuda a explicar o que se está a passar com as grandes casas de moda.

Este artigo integra a 13.ª edição do ECOmagazine, que pode comprar AQUI. A instabilidade nas grandes casas de moda internacionais reflete as profundas transformações que um mercado de capitais global impõe a setores outrora marcados por tradições seculares e uma aura quase mítica de exclusividade. Num contexto em que o luxo — até há pouco tempo um elemento escasso, de difícil acesso e reservado a uma elite que possuía não só o conhecimento necessário para decifrar os seus códigos, mas também os meios para o adquirir — se vê hoje pressionado de forma cada vez mais implacável, é necessário refletir nas implicações que isso tem no futuro da indústria. Historicamente, o conceito de luxo estava intimamente ligado ao artesão e à sua competência técnica. Luxo implicava uma relação direta entre

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Rui Brás passa a responsável de crescimento e novos negócios do Group Gate

  • + M
  • 11 Março 2025

O objetivo é liderar o desenvolvimento e crescimento do grupo, tanto no mercado nacional como internacional.

Rui Brás, até agora country manager do Digital Group Portugal, assumiu a função de business growth director do Group Gate. O objetivo é dar continuidade ao desenvolvimento e crescimento do grupo, tanto no mercado nacional como internacional.

O Rui combina um vasto conhecimento do mercado com uma visão estratégica que será fundamental para consolidar o Group Gate como uma referência em Portugal e impulsionar o seu crescimento em mercados internacionais, como é o caso de Espanha”, destaca Marta Machado, CEO do grupo, citada em nota de imprensa.

“A principal motivação para abraçar este desafio é a convicção de que, hoje, a comunicação não deve ser distinguida entre digital e offline, mas sim abordada de forma holística e integrada”, acrescenta Rui Brás. “Nesta função, poderei dialogar com as marcas a partir desta perspetiva mais abrangente, motivadora e geradora de sinergias, evitando uma abordagem simplista e unidimensional”, acrescenta o profissional.

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Saiba quais são as 31 estradas onde o Governo quer obras

O Conselho de Ministros aprovou uma resolução onde mandata a Infraestruturas de Portugal para que avance com estudos e procedimentos para concretizar projetos rodoviários "prioritários".

Na véspera da votação da moção de confiança e em ano de eleições autárquicas, o Conselho de Ministros aprovou uma resolução onde define um vasto conjunto de obras rodoviárias que considera prioritárias. Nelas está incluída, por exemplo, o estudo do túnel entre Algés e a Trafaria, ou dotar o IP3 e o IP2 de perfil de autoestrada.

O diploma mandata a Infraestruturas de Portugal para “que proceda ao desenvolvimento das ações necessárias à concretização de um conjunto de projetos de infraestruturas rodoviárias prioritários”.

Não é referido o custo dos investimentos a realizar, nem a forma como serão financiados. Tirando as obras previstas no Plano de Recuperação e Resiliência, não há fundos europeus para a rodovia. O Governo pretende, no entanto, que seja avaliada “a materialização dos principais eixos rodoviários em modelo de PPP”.

Veja em baixo a lista das 31 obras consideradas prioritárias pelo Governo:

Uma parte dos projetos diz respeito às obras abrangidas no PRR, prevendo-se a reprogramação e garantia das condições de financiamento:

  • IC35 entre Rans e Entre-os Rios;
  • Variante à EN222 de ligação da A32 a Castelo de Paiva,
  • Variante à EN321-2 na zona de Baião e Lodão e
  • Variante à EN103 prevista no troço entre Vinhais e Bragança;

Aumento de capacidade das vias:

  • Aumento da capacidade do IP8 (A26), dando continuidade aos investimentos em curso no corredor Sines a Beja, tendente a uma ligação em via dupla até Beja;
  • Para melhoria das condições de segurança e circulação é prevista a concretização em perfil de autoestrada de todo o troço do IP3 entre Souselas e Viseu, que inclui a duplicação do troço entre Santa Comba Dão e Viseu cuja obra está já prevista ser iniciada no decorrer do presente mês.

Adaptação, requalificação e alargamento de vias existentes:

  • Ponte sobre o Rio Maçãs na EN/ER218;
  • A ligação da EN101 com a EN14, designado por Nó de Infias;
  • O acesso ao terminal ferroviário de Alfarelos a partir da EN341;
  • EN222 entre Bateiras e São João Pesqueira;
  • IC2 entre Pombal e Rendinha;
  • EN307 Terras de Bouro;
  • EN233 entre Guarda e Sabugal;
  • Ligar o IC35 à EN106 em Rans;
  • IC8 entre Pombal e Vila Velha de Ródão;
  • Requalificação do troço da EN224-1;
  • Ligação da Via Lordelo -Codal ao nó da A32.

Concretização de várias variantes:

  • Variante da EN210;
  • Concretização do segundo troço da Via do Tâmega entre Corgo e Arco do Baúlhe (A7);
  • Finalização da ligação da Variante à EN326 entre Santa Maria da Feira a Arouca;
  • Intervenção na EN201 e Variante à EN101 em Vila Verde;

Novas vias consideradas prioritárias:

  • Ligação transfronteiriça IC31 entre Castelo Branco e Monfortinho;
  • O IC35 que liga Sever do Vouga à A25; o IC6 entre Tábua e Folhodosa;
  • Conclusão do corredor da A13/IC3 que incluí os troços entre Vila Nova da Barquinha (A23) e Almeirim e entre Coimbra e o IP3;
  • A ligação do IP2 em Trancoso à A24 na zona de Lamego, com a execução do IC26;
  • O IC9 entre Abrantes e Ponte Sor;
  • O troço do IC11 em Lourinhã;
  • IC13 ligando Montijo, Coruche, Mora, Ponte Sor e Alter do Chão;
  • IP2 em perfil de autoestrada entre Portalegre e Estremoz;
  • Estudo da ligação Algés/Trafaria.
  • Eixo Rodoviário Aveiro – Águeda também prioritário por integrar PRR, e que passará a designar-se como EN 235 após a sua construção;

Caso o país avance para eleições, resta saber se um próximo executivo vai ou não manter estas prioridades, sobretudo se for de outra cor política.

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Trump retalia e duplica tarifas sobre o aço e alumínio do Canadá. E depois recua

  • ECO
  • 11 Março 2025

O presidente dos EUA anunciou o aumento das tarifas do aço e alumínio, ameaça "aumentar substancialmente" as tarifas sobre os automóveis canadianos. Horas depois, recuou.

O presidente dos EUA anunciou, nas redes sociais, que iria aumentar as tarifas aduaneiras sobre o aço e alumínio importados do Canadá para 50% já esta quarta-feira. Donald Trump justificava a medida como uma retaliação à decisão de Ontário de colocar uma taxa de 25% sobre a eletricidade enviada para os EUA. As ameaças de um lado e outro duraram poucas horas. Ambos recuaram.

EUA e Canadá entraram em rota de colisão esta terça-feira, com um “olho por olho” nos direitos aduaneiros. Trump quis duplicar as tarifas às importações canadianas de aço e alumínio para responder às taxas aduaneiras da província de Ontario sobre a eletricidade, que por sua vez já eram uma retaliação às tarifas anunciadas há uma semana por Washington.

“A medida entrará em vigor amanhã de manhã, 12 de março”, tinha anunciado Donald Trump na rede social Truth Social. Desta forma, duplicaria a tarifa de 25% a partir da meia-noite desta quarta-feira sobre importações de aço e alumínio do vizinho dos EUA do norte. O líder dos EUA anunciou ainda que iria “aumentar substancialmente” as tarifas sobre os automóveis importados a partir de 2 de abril se o Canadá não abandonasse as tarifas sobre os produtos norte-americanos.

Enquanto a retórica nas redes sociais estava em alta, a Casa Branca avisou que o presidente dos EUA não tinha ainda assinado nenhuma ordem executiva. Ao fim do dia, enquanto Ontario prometia retirar a taxa sobre a eletricidade, o próprio Trump veio dizer que também estava disposto a recuar.

No escalar daquilo que se estava a tornar uma guerra comercial, na mesma publicação onde anuncia as tarifas, Trump colocou ainda em causa a soberania do país vizinho. “A única coisa que faz sentido é que o Canadá se torne o nosso querido quinquagésimo primeiro estado” dos EUA, referiu.

O anúncio não foi bem recebido em Wall Street que, depois de um arranque de sessão ligeiramente negativo, viu as perdas intensificarem-se, com o S&P 500 e o Dow Jones a cederem mais de 1%. O índice tecnológico Nasdaq cede 0,61% para 17.362,23 pontos, após ter afundado 4% na sessão anterior.

Trump impôs direitos aduaneiros de 25% sobre todos os produtos provenientes do Canadá, tendo adiado essa medida que acabou por entrar em vigor na semana passada, isentando apenas os produtos abrangidos por um acordo de comércio livre da América do Norte que negociou durante o seu primeiro mandato.

O Canadá respondeu a essas tarifas com medidas de retaliação, incluindo uma sobretaxa de 25% sobre a eletricidade enviada do Ontário para o Minnesota, Nova Iorque e Michigan. Também impôs tarifas sobre produtos como sumo de laranja, calçado e motociclos importados dos EUA.

“As últimas tarifas impostas pelo Presidente Trump são um ataque aos trabalhadores, às famílias e às empresas canadianas”, referiu Mark Carney, o próximo primeiro-ministro do Canadá após a demissão de Justin Trudeau, na sua conta na rede social “X”.

“O meu governo assegurará que a nossa resposta tenha o máximo impacto nos EUA e o mínimo impacto aqui no Canadá, apoiando simultaneamente os trabalhadores afetados”, referiu ainda Mark Carney, sublinhando também que “o meu governo manterá as nossas tarifas até que os americanos nos mostrem respeito e assumam compromissos credíveis e fiáveis com o comércio livre e justo.”

Em resposta às retaliações do Canadá, a Casa Branca, através de Karoline Leavitt, secretária de Imprensa da administração Trump, referiu esta terça-feira aos jornalistas que “o Canadá seria sensato se não cortasse a eletricidade aos americanos”, notando ainda que “o Canadá foi sempre um aliado e, possivelmente, eles estão a tornar-se num concorrente.”

(artigo atualizado pela última vez às 19h24)

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Governo cria conselho para aprofundar parcerias com universidades norte-americanas

Quarta fase das parcerias com universidades norte-americanas implica investimento de 93 milhões de euros. Governo aprovou modelo de governação para maximizar impacto e retorno.

Criadas há quase duas décadas com vista a melhorar a formação dos doutorados portugueses, as parcerias com universidades norte-americanas vão entrar agora numa nova fase. O Governo aprovou, esta segunda-feira, em Conselho de Ministros o novo modelo de governação, que inclui a criação de um conselho nacional para “alargar, aprofundar e maximizar o impacto” dessas parcerias.

“O Governo aprovou em Conselho de Ministros uma resolução que estabelece o novo modelo de governação para a quarta fase das parcerias internacionais com as universidades norte-americanas (Carnegie Mellon University, Massachusetts Institute of Technology, University of Texas at Austin e University of Berkeley)”, sublinha o Ministério da Educação, em resposta às questões colocadas pelo ECO.

De acordo com o gabinete de Fernando Alexandre, o “investimento significativo” implicado nesta nova fase das parcerias (“mais de 93 milhões de euros” entre 2025 e 20230) requer um novo modelo de governação, “por forma a dinamizar a atividade das parcerias e a maximizar o seu impacto e retorno nos sistemas científico, tecnológico de inovação e industrial nacionais”.

Ora, esse novo modelo recebeu “luz verde” esta segunda-feira em Conselho de Ministros, sendo regido por quatro pontos principais, segundo explica o referido ministério: acompanhamento estratégico integrado das parcerias com uma visão nacional do sistema científico, tecnológico de inovação e industrial; Transparência e igualdade de oportunidades na participação de instituições, cientistas e empresas nacionais; Prestação de contas através da monitorização regular e conjunta das parcerias; e envolvimento de diferentes áreas governativas.

Além disso, o ministério liderado por Fernando Alexandre realça que, até agora, “não existia um órgão nacional com uma visão agregadora e integrada das parcerias com as universidades norte-americanas”, o que limitava o seu impacto. Por isso, são agora criados o Conselho Nacional de Acompanhamento das Parcerias e o Comité de Avaliação Externa Global das Parcerias.

Ao primeiro desses órgãos caberá “alargar, aprofundar e maximizar o impacto das parcerias, formular orientações estratégicas, recomendar novas iniciativas e alargar as áreas de colaboração científicas e tecnológicas, e aprovar um quadro de monitorização dos indicadores de desempenho“.

Esse conselho será constituído por um representante do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, do Conselho Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, do Conselho dos Laboratórios Associados, da Associação Portuguesa de Ensino Superior Privado, do Ministério da Educação, Ciência e Inovação, do Ministério da Coesão Territorial e do Ministério da Economia.

Já o Comité de Avaliação Externa Global terá como missão “realizar uma avaliação científica e técnica global das parcerias, com uma frequência anual, formular contributos sobre a escolha dos principais projetos de cada parceria a apresentar numa conferência anual e apresentar uma avaliação técnica detalhada intercalar, até 31 de dezembro de 2027, e uma avaliação técnica detalhada final, até 30 de junho de 2029″.

A renovação das parcerias internacionais e o estabelecimento de um novo modelo de governação revela a aposta do Governo na excelência e na internacionalização do sistema de educação superior e do sistema científico e tecnológico nacionais“, acrescenta o Ministério da Educação.

E remata: “A excelência em Ciência e em Educação Superior tem de ser encarada como um pilar fundamental para impulsionar a inovação, reforçar a propriedade intelectual, aumentar a competitividade da economia portuguesa e a qualidade de vida no nosso país”.

O ECO questionou o Ministério também sobre o impacto da eventual queda do Governo nestas parcerias e novos órgãos, mas sobre este ponto não obteve respostas.

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Entidade para a Transparência considera inverosímil versão de ex-secretário de Estado Hernâni Dias

  • Lusa
  • 11 Março 2025

A Entidade para a Transparência considerou inverosímil que Hernâni Dias tenha contactado o organismo antes de criar uma imobiliária e afirmou que uma funcionária se queixou de ter sido pressionada.

A presidente da Entidade para a Transparência considerou esta terça-feira inverosímil que o ex-secretário de Estado Hernâni Dias tenha contactado o organismo antes de criar uma imobiliária e afirmou que uma funcionária se queixou de ter sido pressionada pelo governante.

Numa audição na comissão parlamentar de Poder Local, requerida pelo Chega, Ana Raquel Moniz considerou “altamente improvável” a versão de Hernâni Dias, segundo a qual terá recebido o aval, por contacto telefónico, da Entidade para a Transparência (EtP) para criar duas empresas imobiliárias.

Ana Raquel Moniz salientou que Hernâni Dias constituiu a primeira sociedade imobiliária em 28 de outubro de 2024 e a técnica superior da EtP encarregada de verificar a declaração única do ex-secretário de Estado só foi atribuída no dia 11 de novembro.

“Quer dizer que, até esse momento, o titular não sabe qual é a técnica superior que lhe vai fazer as verificações. Portanto, antes de 28 de outubro, era impossível, era altamente improvável que o ex-secretário de Estado conseguisse saber quem era a técnica superior que iria fazer a sua verificação para lhe poder perguntar se poderia ou não constituir as sociedades“, disse.

Depois de ser criticada pelos deputados do PSD Carlos Silva e do CDS-PP João Almeida por não ser rigorosa nem poder utilizar palavras como “altamente improvável” em casos desta importância, Ana Raquel Moniz defendeu que “é impossível provar o que não aconteceu” e “quem tem de provar é quem diz que aconteceu”, numa alusão a Hernâni Dias.

O que eu procurei demonstrar é que é inverosímil que tenha acontecido um contacto de um titular com uma pessoa relativamente à qual não poderia saber que estava a fiscalizar a sua declaração única“, disse.

Sobre se houve ou não contactos telefónicos entre Hernâni Dias e a EtP, Ana Raquel Moniz confirmou que existiram, mas “o que não se confirma é o teor das informações” que são invocadas pelo ex-secretário de Estado, designadamente que lhe foi dado o aval para constituir as empresas imobiliárias, reiterando ainda que a EtP nunca emitiu qualquer parecer sobre esse caso.

Questionada pelos deputados sobre se um telefonema com técnicos da EtP pode ter caráter vinculativo, Ana Raquel Moniz respondeu que “informações telefónicas não vinculam” e “as informações escritas, segundo o Código do Procedimento Administrativo, também não são vinculativas, mas são suscetíveis de fazer incorrer a entidade em responsabilidade civil”. “Mas há uma questão de princípio de boa-fé”, defendeu.

Antecipando que, na audição que está a realizar-se atualmente no parlamento, Hernâni Dias pudesse indicar que a técnica superior que analisava a sua declaração única foi substituída, procurando “estabelecer uma relação causa e efeito” com o facto de ter anteriormente alegado que ela lhe tinha dado o aval para constituir as imobiliárias, Ana Raquel Moniz salientou que foi ela própria, em conjunto com o vogal Pedro Nunes, que optou pela substituição.

Em causa, segundo disse, está o facto de a técnica superior em questão ter revelado que se “estava a sentir pressionada” por Hernâni Dias e que, inclusivamente, tinha deixado de lhe atender as chamadas telefónicas.

“Achei que não atender um titular não é o mais adequado para cumprir o princípio da colaboração e, portanto, não havia condições para que pudesse haver uma continuação da análise do processo por esta trabalhadora e o processo foi atribuído a outro trabalhador”, disse.

Após esta intervenção, o deputado do PS André Rijo manifestou preocupação com o facto de “a atuação de um membro do Governo da República ter proporcionado um sentimento de pressão” a uma funcionária da EtP, perguntando a Ana Raquel Moniz se essa pressão foi no sentido de procurar que a técnica alterasse o seu entendimento relativamente à declaração.

Na resposta, a presidente da EtP negou que fosse esse o objetivo, referindo que a funcionária considerava-se apenas “pressionada pelo conjunto de tentativas de contacto”, disse.

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De Sesimbra a Bragança, Governo regula cinco zonas classificadas e tem mais 31 em circuito legislativo

País, em incumprimento de uma imposição europeia há mais de cinco anos, incorre numa pena que poderá atingir 100 milhões de euros.

O Governo aprovou em Conselho de Ministros mais cinco diplomas de classificação de Zonas Especiais de Conservação (ZEC) e já tem em processo legislativo outras 31. O primeiro passo para cumprir uma imposição europeia que abrange 61 sítios de Importância Comunitária (SIC) em Portugal foi dado com as alterações na zona especial da Serra de São Mamede, em Portalegre.

Tendo falhado a concretização de medidas para áreas protegidas classificadas, cujo prazo final terminou há cerca de uma década, o país enfrenta há mais de cinco anos um contencioso europeu cuja coima, na ordem dos 8.000 euros diários, já soma um acumulado na ordem dos 100 milhões de euros.

Estas cinco ZEC passam a incluir um “regime jurídico próprio e específico de conservação de habitat naturais ou seminaturais” e de espécies de flora e fauna selvagens, explica o comunicado do Conselho de Ministros divulgado esta terça-feira.

O Governo pretende assim sinalizar a Bruxelas que o país está a cumprir, procurando-se assim evitar a coima milionária, sabe o ECO/Local Online.

Passam a estar abrangidos os SIC de Montesinho/Nogueira (nos concelhos de Bragança, Chaves, Macedo de Cavaleiros e Vinhais), de Morais (Bragança, Macedo de Cavaleiros e Mogadouro), de Alvão/Marão (Amarante, Baião, Mesão Frio, Mondim de Basto, Peso da Régua, Ribeira de Pena, Sabrosa, Santa Marta de Penaguião, Vila Pouca de Aguiar, Vila Real), da Arrábida/Espichel (Palmela, Sesimbra e Setúbal) e de Nisa/Lage da Prata (Crato e Nisa).

Correção: Título e conteúdo corrigidos, retirando-se referência à possibilidade de construção. Aos leitores, as nossas desculpas.

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Entidade para a Transparência reconhece que há declarações de governantes por verificar

  • Lusa
  • 11 Março 2025

A Entidade para a Transparência reconheceu que ainda há declarações de rendimentos de governantes por verificar, admitindo rever o critério utilizado para determinar a ordem com que são avaliadas.

A presidente da Entidade para a Transparência (EtP), Ana Raquel Moniz, reconheceu esta terça-feira que ainda há declarações de rendimentos de governantes por verificar, admitindo rever o critério utilizado para determinar a ordem com que são avaliadas.

Numa audição na comissão parlamentar de Poder Local, Ana Raquel Moniz frisou que, até ao momento, o critério que a EtP utiliza para analisar as declarações de rendimento único submetidas por titulares de cargos públicos é cronológico, ou seja, se um presidente de um instituto público enviar uma declaração antes de um ministro, será avaliada primeiro.

“O que presidia a este critério era um critério de igualdade, sem prejuízo de se reconhecer que, quanto maior for o âmbito das funções exercidas pelo titular, maior é o potencial de haver conflitos de interesses – reconhece-se isso – [mas] a este critério presidia a ideia de que, ainda assim, é tão nefasto para o interesse público que haja um problema de integridade num membro do Governo como num autarca, num presidente de instituto público”, explicou.

Admitindo que este critério possa ter que ser revisto, a presidente da EtP frisou assim que, tendo em conta que, até agora, foi o critério cronológico que foi utilizado, isso significa que nem todos os membros do Governo ou deputados “têm as suas declarações integralmente verificadas”.

“Se chegarmos ao fim da legislatura, nessa altura estará certamente verificada. Mas há declarações de membros do Governo que estão, neste momento, em verificação, portanto, a serem pedidos esclarecimentos aos titulares, e deputados também”, referiu.

Ana Raquel Moniz reagia a uma pergunta do deputado do Chega Luís Paulo Fernandes, que abordou as declarações que a presidente da EtP fez em 25 de fevereiro, também numa audição no parlamento, na qual afirmou que só 25% das declarações submetidas por titulares de cargos públicos tinham sido avaliadas até ao momento.

Se esta legislatura terminar hoje, ou amanhã, o que é certo é que só temos 25% das declarações analisadas. O que me parece muito estranho porque, se estamos todos em funções – de governantes a deputados – todos deveríamos já estar analisados”, defendeu.

Na resposta, a presidente da EtP salientou que, até esta terça-feira, a entidade tinha concluído 680 declarações únicas, num total de 2.701 – correspondendo aos 25% que tinha indicado há duas semanas – e estão 243 em análise.

Ana Raquel Moniz justificou a situação com o facto de a EtP só ter três técnicos superiores a verificarem as declarações, salientando que “não é possível fazer mais neste momento”.

“Foi enviado pelo Tribunal Constitucional (TC), pelo menos desde dezembro, uma proposta de alteração da portaria que contém o mapa de pessoal do TC, prevendo um reforço dos recursos humanos da EtP, mas até ao momento ainda não foi recebida resposta”, disse.

Ainda assim, prosseguiu, o trabalho dos três técnicos superiores tem permitido “corrigir um conjunto bastante significativo de declarações”, salientando que, devido ao seu trabalho, já foram substituídas 385 declarações únicas e 99 anuladas.

“Portanto, é um trabalho que não se pode, de facto, exigir mais”, disse.

Nesta audição, Ana Raquel Moniz salientou ainda que, neste momento, a EtP está a analisar um caso “em que poderá estar em causa a violação da exclusividade”, mas “ainda está na fase de envio à titular ou titular do ofício em que se notifica que vai ser enviado ao Ministério Público ou à entidade que exerce poderes de fiscalização sobre esta matéria”.

Depois de interpelada pelos deputados para saber se, em causa, poderá estar um membro do Governo – numa alusão ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, e à sua relação com a empresa Spinumviva -, Raquel Moniz garantiu que o processo em questão “nada tem a ver com o que se possa vir a passar hoje”, referindo-se ao debate e votação de uma moção de confiança ao Executivo, esta tarde na Assembleia da República.

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