Líderes europeus tentam forjar solução para “virar de página” na defesa europeia

Conselho Europeu extraordinário irá debater o plano da Comissão Europeia para aumentar o investimento em defesa. O objetivo é fazer avanços políticos para as primeiras decisões de curto prazo.

Os líderes europeus reúnem-se esta quinta-feira em Bruxelas, a convite do presidente do Conselho Europeu, António Costa, para uma cimeira extraordinária para trabalhar numa solução conjunta para a defesa europeia e Ucrânia. O objetivo é avançar rapidamente com as primeiras decisões de curto prazo, nomeadamente sobre o aumento do investimento nesta matéria.

A reunião arranca às 11h30 (hora de Lisboa), com a tradicional troca de pontos de vista com a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, à qual se seguirá um debate com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, durante o almoço. Até ao fecho deste artigo ainda não existia confirmação se o líder ucraniano irá estar presencialmente na capital belga ou irá participar no encontro por videoconferência.

Posteriormente, durante a tarde, estarão em cima da mesa as propostas lançadas pela Comissão Europeia para aumentar o investimento em defesa.

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, quer avançar rapidamente nas primeiras decisões a curto prazo, “para que a Europa se torne mais soberana, mais capaz e mais bem preparada para enfrentar os desafios imediatos e futuros à sua segurança”.

De acordo com fontes europeias, o plano de 800 mil milhões de euros apresentado esta semana por Ursula von der Leyen é encarado como “um virar de página” na resposta da União Europeia a este desafio.

Numa carta enviada às capitais, a presidente do executivo comunitário defende que os Estados-membros aumentem o investimento em defesa em 1,5% do PIB e desafia os líderes europeus a “enfrentar o momento, mobilizar os imensos recursos da Europa, convocar o espírito coletivo para defender a democracia”.

A proposta da Comissão Europeia prevê que as capitais europeias mobilizem 650 mil milhões de euros dos orçamentos nacionais e que o executivo comunitário lance um instrumento temporário de 150 mil milhões de euros para conceder empréstimos em condições mais favoráveis aos Estados-membros, ao estilo do adotado durante o programa pandémico SURE.

Para convencer os líderes europeus, Ursula von der Leyen propõe a flexibilização das regras orçamentais para que a despesa com defesa não conte para o Procedimento por Défice Excessivo (PDE). Ou seja, os Estados em que o investimento nesta área ultrapasse o limite de 3% não entrarão em incumprimento.

Os detalhes ainda não são conhecidos, mas fontes comunitárias indicam que a definição daquilo que será considerado “despesa com defesa” será um dos pontos a ter em atenção.

De fora da proposta da Comissão Europeia está a emissão de dívida comum, embora fonte europeia reconheça que há países favoráveis a essa opção. Portugal é um deles.

Recentemente, o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, assinalou que para Portugal esta flexibilização “não é particularmente relevante”, uma vez que o país está longe de ter um défice orçamental de 3%.

Contudo, como alertou a presidente do Conselho das Finanças Públicas (CFP), Nazaré da Costa Cabral, em entrevista ao ECO, a despesa continuará a contar para a dívida. “É um passivo que fica ali sobre o Estado, que vai ter de honrar mais cedo ou mais tarde e com custos futuros para os contribuintes”, alerta.

O plano de Ursula von der Leyen prevê ainda uma reafetação de fundos da coesão, bem como capitais privados e crédito junto do Banco Europeu de Investimento (BEI). A presidente do banco da União Europeia, Nadia Calviño, já sinalizou que a instituição “está pronto para mais” investimento em defesa, propondo um alívio nas restrições ao investimento e o fim do limite nesta área.

Tencionamos também integrar o atual programa de 8 mil milhões de euros num novo objetivo de política pública transversal e permanente”, disse Nadia Calviño, citada pela Lusa, vincando que tais alterações iriam “permitir ao grupo BEI responder às necessidades de financiamento”.

Em causa estariam investimentos dedicados a utilizações militares, tais como quartéis e instalações de armazenamento, veículos terrestres e aéreos, drones e helicópteros, radares e satélites, aviónica avançada, propulsão e ótica, proteção das fronteiras terrestres, mobilidade militar, infraestruturas críticas, desminagem e descontaminação, espaço, cibersegurança, equipamento militar, proteção das infraestruturas marinhas e investigação, elencou ainda.

Para já, de fora da proposta da Comissão Europeia está a emissão de dívida comum, embora fonte europeia reconheça que há países favoráveis a essa opção. Portugal é um deles.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, defendeu durante o primeiro retiro informal de líderes da União Europeia, em fevereiro, um financiamento comum para a defesa europeia, inspirado no modelo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). “Defendemos a capacidade da Europa ter um processo de financiamento comum, porque o projeto também é comum”, afirmou aos jornalistas.

Além do investimento em defesa, os líderes europeus irão debater a situação na Ucrânia. Na quarta-feira, Kiev e Washington concordaram em voltar à mesa das negociações, depois do agudizar das tensões entre o presidente ucraniano e o presidente norte-americano, Donald Trump, e de este ter acusado a Europa de gastar “mais dinheiro a comprar petróleo e gás russos” do que na defesa da Ucrânia

Após a cimeira extraordinária em Bruxelas, António Costa e Ursula von der Leyen vão reunir-se na sexta-feira com parceiros não pertencentes à União Europeia, como o Reino Unido, Turquia, Islândia e Noruega, de acordo com fontes europeias. O objetivo passa por informar os respetivos líderes sobre as decisões tomadas na cimeira.

* Em Bruxelas. A jornalista viajou a convite do Conselho da União Europeia.

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BCE prepara mais um corte de 25 pontos base (e não será o último)

Com o quinto corte consecutivo, o BCE colocará a taxa de depósitos em 2,5%. Embora os analistas considerem que esta é a última reunião "fácil" do Conselho do BCE, antecipam mais cortes em 2025.

O Banco Central Europeu (BCE) deverá anunciar esta quinta-feira o quinto corte consecutivo das taxas diretoras – e o sexto corte desde que em junho se reverteu o ciclo, com o primeiro corte em quase cinco anos.

Se as expectativas dos analistas se confirmarem, a taxa de depósitos descerá novamente 25 pontos base para 2,5% (o valor mais baixo dos últimos dois anos), num movimento amplamente antecipado pelo mercado, mas que esconde um debate crescente sobre até onde irá a flexibilização nos próximos meses.

Enquanto as projeções de vários analistas apontam para uma descida da taxa de depósitos até aos 2%, ou abaixo desse nível até final do ano, vozes conservadoras no Conselho do BCE, como a de Isabel Schnabel, começam a questionar se não será hora de fazer uma pausa.

Neste cenário de bifurcação, a comunicação de Christine Lagarde sobre a manutenção (ou não) do caráter “restritivo” da política monetária promete ditar o tom do discurso da presidente do BCE na tradicional conferência de imprensa após o anúncio da decisão do Conselho do BCE.

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O dilema da “restritividade” é o novo campo de batalha do BCE

A reunião desta quinta-feira do Conselho do BCE é vista pela generalidade dos economistas como a última etapa consensual de um ciclo de abrandamento que já reduziu as taxas diretoras em 125 pontos base desde meados de 2024. “Esta será a última reunião ‘fácil’ do BCE”, antevê Rubén Segura-Cayuela, economista-chefe do Bank of America para a Europa, numa nota enviada aos clientes do banco.

O amplo alinhamento entre os membros do Conselho do BCE quanto à necessidade de estimular uma economia europeia estagnada – o PIB da zona euro cresceu cerca de 0,7% em 2024 – justifica o consenso em torno de mais um corte.

O corte de 25 pontos base esperado pelo mercado desta reunião colocará a taxa de depósitos no patamar superior do intervalo considerado neutro pelo BCE (1,75%-2,25%), reacendendo o debate sobre até que ponto a política monetária permanece restritiva.

Para Michael Krautzberger, diretor de investimento da Allianz Global Investors, “os desafios que ainda enfrenta a atividade económica da região” sustentam a necessidade de medidas adicionais.

Os dados mais recentes não desmentem essa leitura: a inflação desacelerou para 2,4% em fevereiro, aproximando-se da meta de 2%, enquanto o PMI composto de fevereiro sinalizou uma estagnação (50,2 pontos). Apesar disso, persistem riscos no horizonte. “A inflação dos serviços continua elevada em toda a Zona Euro”, alerta Stéphane Colliac, economista do BNP Paribas, numa nota publicada a 26 de fevereiro.

O corte de 25 pontos base esperado pelo mercado desta reunião colocará a taxa de depósitos no patamar superior do intervalo considerado neutro pelo BCE (1,75%-2,25%), reacendendo o debate sobre até que ponto a política monetária permanece restritiva.

“A questão determinante será se Lagarde mantém o termo ‘restritivo’ na comunicação”, sublinham Francesco Pesole e Benjamin Schroeder, analistas do ING, numa análise publicada a 3 de março. Caso o BCE opte por suavizar a linguagem – por exemplo, referindo que a política é “ligeiramente restritiva” —, estará a sinalizar abertura para uma pausa já em abril.

Num ambiente de incertezas gémeas – geopolíticas e económicas -, o BCE parece condenado a uma estratégia de “navegação à vista”. Como sublinham analistas do ING, “os indicadores macroeconómicos podem rapidamente tornar-se desatualizados”.

No entanto, a equipa de estratégia do ING argumenta que “as fragilidades estruturais da economia da Zona Euro” e as “pressões deflacionistas associadas a um mercado de trabalho em transformação” forçarão o BCE a levar as taxas até 2% ou menos.

Esta visão é compartilhada pelo Goldman Sachs, que prevê uma taxa de 1,75% em julho, citando “previsões de crescimento mais fracas no contexto do aumento das tensões comerciais”, referem os analistas do banco norte-americano numa nota de 28 de fevereiro.

Já a perspetiva da Allianz Global Investors é mais cautelosa. Embora espere que esta quinta-feira o BCE coloque a taxa de depósitos nos 2,5%, Michael Krautzberger adverte que “existe o risco de que essa taxa seja inferior a 2% antes do final deste ano”.

A gestora germânica está a posicionar as suas carteiras para um “steepening” da curva de rendimentos alemã, antecipando que a yield das obrigações de longo prazo subirão mais rapidamente que as de curto prazo à medida que o BCE normalize a política monetária.

Entre um cenário de estagflação e a pressão das tarifas de Trump

Nos bastidores da política monetária europeia há dois fantasmas que assombram as deliberações do Conselho do BCE – o risco de estagflação e a escalada protecionista da administração Trump – a que se junta o “elefante” na sala sob a imagem do impacto das eleições alemãs no contexto europeu.

A Schroders reviu em fevereiro as suas previsões para a Zona Euro, projetando agora um crescimento da economia do bloco do euro de apenas 1,1% em 2025 e uma inflação de 2,4% – um cenário que combina estagnação com pressões inflacionistas residuais. “A inflação permanecerá elevada”, resume a gestora britânica numa nota de 20 de fevereiro enviada aos seus clientes, num aviso que ressoa nos corredores de Frankfurt.

Já as tarifas de 25% que os EUA ameaçam impor à Europa – inicialmente previstas para arrancar a 4 de março, mas ainda não confirmadas – representam um duplo desafio. Por um lado, podem desacelerar ainda mais o crescimento e, por outro, ao depreciar o euro, arriscam reacender as pressões inflacionistas por via do encarecimento das importações.

Se a presidente do BCE conseguir equilibrar o combate à inflação com o estímulo ao crescimento, estará a preparar o caminho para uma saída suave da crise. Se falhar, arrisca-se a reacender a volatilidade nos mercados de dívida periférico.

Em cima desta incerteza é ainda necessário contabilizar o facto de a recente formação de um governo de coligação na Alemanha — maior economia da zona euro — introduzir variáveis novas na equação. Embora as eleições tenham alimentado esperanças de maior flexibilidade orçamental, a realidade política esbarra na oposição de extremas à reforma do “travão à dívida”.

“Será necessária uma maioria de dois terços no Parlamento para aprovar estas reformas, algo difícil de alcançar”, refere Michael Krautzberger. Contudo, o impulso para aumentar os gastos com defesa, tanto a nível nacional como europeu, ganha terreno, particularmente após Ursula von der Leyen ter anunciado na terça-feira um plano para mobilizar 800 mil milhões de euros para a defesa europeia.

“A curto prazo, este cenário pode impulsionar ligeiramente o crescimento da Zona Euro”, reconhece Michael Krautzberger, embora ressalve que tais medidas não alteram as perspetivas imediatas de política monetária.

Num ambiente de incertezas gémeas – geopolíticas e económicas –, o BCE parece condenado a uma estratégia de “navegação à vista”. Como sublinham analistas do ING, “os indicadores macroeconómicos podem rapidamente tornar-se desatualizados”, especialmente face à volatilidade das negociações dos EUA-Europa e ao conflito na Ucrânia.

Esta abordagem reflete-se nas recentes declarações de Isabel Schnabel, que defendeu que as decisões de política monetária devem ser adotadas em cada reunião, em função da evolução económica. Contudo, a sua posição, que inclui alertas contra a excessiva rapidez no abrandamento do ciclo de cortes das taxas de juro, parece ainda minoritária no Conselho do BCE.

Desta forma, as palavras de Christine Lagarde na conferência de imprensa desta tarde ressoarão muito além de Frankfurt. Se a presidente do BCE conseguir equilibrar o combate à inflação com o estímulo ao crescimento, estará a preparar o caminho para uma saída suave da crise. Se falhar, arrisca-se a reacender a volatilidade nos mercados de dívida periféricos, incluindo o português.

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Crise política e queda iminente do Governo. Quais são os próximos passos?

Rejeitadas duas moções de censura ao Governo, segue-se uma de confiança proposta por Luís Montenegro. Com PS e Chega a votarem contra a moção irá ser chumbada. Veja aqui os próximos passos da crise.

A polémica sobre a Spinumviva, a empresa familiar de Luís Montenegro, vai muito provavelmente resultar em eleições antecipadas. O Parlamento esta quarta-feira chumbou a moção de censura do PCP ao Governo, o mesmo destino da que teve a moção apresentada pelo Chega em fevereiro. Mas pressionado pela decisão do PS de apresentar um pedido potestativo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à empresa, o primeiro-ministro anunciou logo no início do debate que vai apresentar uma moção de confiança ao Governo.

PS e Chega já anunciaram que vão votar contra a moção, o que deverá fazer cair o Governo. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa disse esta quarta-feira que vai aguardar a votação, mas se a moção for derrotada, como é altamente provável, vai ouvir os partidos e o Conselho de Estado antes de convocar eleições antecipadas. Na visão do chefe de Estado, poderiam acontecer a 11 ou 18 de maio.

Veja aqui os próximos passos que deverão marcar a crise política:

Como funciona uma moção de confiança?

Segundo a Constituição da República, o Governo pode solicitar à Assembleia da República a aprovação de um voto de confiança sobre uma declaração de política geral ou sobre qualquer assunto relevante de interesse nacional. “A discussão iniciar-se-á no terceiro dia parlamentar subsequente à apresentação ao Presidente da Assembleia do requerimento do voto de confiança”, lê-se no documento.

Para ser aprovada, a moção tem de obter uma maioria simples de votos. Tendo em conta que, numa câmara de 230 lugares, a combinação dos deputados do PS (78) e do Chega (44) vai impedir essa possibilidade.

A não aprovação de uma moção de confiança é, segundo o artigo 195º da Constituição, uma das situações que implicam a demissão do Governo.

Uma vez chumbada a moção quais são as opções e o calendário?

Demitido o Governo, o Presidente pode procurar uma alternativa no quadro parlamentar, mas tendo em conta a composição fragmentada da Assembleia da República e os comentários de Marcelo Rebelo de Sousa essa opção é pouco provável, senão mesmo descartada. Aliás, aquando da demissão de António Costa em 2023, e mesmo com os socialistas dotados de uma maioria absoluta, o Presidente optou por convocar eleições antecipadas.

Falando a partir de Viseu no início da noite de quarta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa delineou o seguinte eventual calendário até às eleições, sublinhando que quer estabelecer “um calendário de intervenção o mais rápido possível”:

  • Sexta-feira, 7 de março: Conselho de Ministros deverá aprovar moção de confiança e apresentar aos serviços do Parlamento.
  • Quarta-feira, 12 de março: Provável realização do debate e votação da moção. Marcelo Rebelo de Sousa anunciou que cancelou uma visita à Estónia, que deveria ocorrer na próxima semana, para acompanhar a moção de confiança. “Fica sacrificada. É muito mais importante isto”, refere o Presidente da República, acrescentando que “não faria sentido” que “estivesse fora do território” nacional quando o Parlamento vai votar uma moção de confiança ao Governo.
  • Quinta-feira, 13 de março: Presidente da República deverá ouvir os partidos políticos.
  • Sexta-feira, 14 de março: Marcelo deverá reunir o Conselho de Estado para analisar a situação.
  • Sábado, 15 de março: Presidente deverá marcar data das eleições.
  • 11 ou 18 de maio: datas apontadas por Marcelo para a realização das legislativas.

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Do governador do BdP à venda da TAP, o que fica “pendurado” com um Governo de gestão?

Caso o Executivo caia, o que parece cada vez mais provável, há vários dossiers que podem ter de parar por vários meses, com decisões a passarem para o próximo Governo.

Apesar do chumbo da moção de censura apresentada pelo PCP, esta quarta-feira, tudo aponta para que o Governo acabe mesmo por cair, por outra via. Luís Montenegro anunciou, logo no início do debate, que o Governo vai apresentar uma moção de confiança, que tem o seu destino traçado: PS e Chega anunciaram já que a vão rejeitar, e isso é suficiente para que seja chumbada.

O que isto significa é que – seja qual for o calendário concreto – o Governo vai ficar com poderes limitados, de gestão, após essa rejeição e até haver novas eleições e tomar posse um novo Governo. Isto implica, como já aconteceu noutras ocasiões, que há processos que vão ficar suspensos, porque o Executivo não tem plenos poderes para tomar algumas decisões. As mais evidentes são a privatização da TAP e a escolha do governador do Banco de Portugal, uma vez que o mandato de Mário Centeno acaba em julho. Mas, mesmo aqui, não é totalmente claro o que pode ou não pode ser feito, com os juristas a dividirem-se face a vários casos concretos.

O Presidente da República anunciou no início da noite de quarta-feira que quer estabelecer “um calendário de intervenção o mais rápido possível”, apontando as eleições para 11 ou 18 de maio.

Mas o que são, afinal, as regras de um Governo de gestão? O enquadramento é dado pelo artigo 186 da Constituição da República Portuguesa (CRP), que estipula: “Antes da apreciação do seu programa pela Assembleia da República, ou após a sua demissão, o Governo limitar-se-á à prática dos atos estritamente necessários para assegurar a gestão dos negócios públicos”. Ora esta redação é propositadamente vaga, da parte do legislador, e isso abre espaço para várias interpretações.

O tema foi, por isso, alvo de uma análise do Tribunal Constitucional, há mais de 20 anos, e é um debate sempre em curso por parte de constitucionalistas, que se dividem entre uma leitura mais restritiva ou mais ampla. E há dois planos, um legal e um político.

O que diz a lei e os constitucionalistas?

“O artigo da CRP é totalmente vago e de propósito. Cabe ao Presidente da República e ao Tribunal Constitucional controlar e, também a Assembleia da República, politicamente. A jurisprudência tende a limitar a uma gestão prudente e necessária e urgente. [O Governo] Só deveria praticar atos de mera gestão corrente não inovatória, a não ser que seja urgente e necessário“, defende ao ECO José Moreira da Silva, advogado especialista em direito público, sócio da SRS Legal.

Já Jorge Bacelar Gouveia, Professor Catedrático e Advogado constitucionalista, defende que “o art. 186º, nº 5, da CRP, não confina a prática de atos do governo demitido apenas aos atos de gestão corrente, havendo pois uma mais larga margem de atos que um governo demitido pode praticar, incluindo atos legislativos”. E explica: “Em vários acórdãos, como o Acórdão Nº 65/02, a expressão “prática dos atos estritamente necessários para assegurar a gestão dos negócios públicos” deve ser filtrada por um critério duplo, aplicando-se tanto a atos legislativos como administrativos: 1) atos que seja inadiáveis, critério temporal; 2) atos que sejam necessários para a melhor proteção do interesse público“.

“No caso da designação de cargos que se integrem dentro do prazo de vigência do Governo, este mesmo demitido, não pode deixar de nomear as pessoas, para não haver prolongamento de mandatos”, afirma Bacelar Gouveia, interpretação que pode aplicar-se ao Banco de Portugal. “Já no caso de decisões de elevada envergadura que possam esperar, implicando uma orientação possível alternativa que possa advir do novo governo a nomear, já tais atos não podem ser praticados“, conclui este especialista.

Para Jane Kirkby, advogada e sócia da Antas da Cunha Ecija, “o que são “atos estritamente necessários para assegurar a gestão dos negócios públicos”, já foi amplamente discutido no contexto de anteriores Governos demissionários. Sumariamente, o critério deve ser, não as matérias, mas a urgência dos atos de decisão”. “O Tribunal Constitucional, em 2002, emitiu um acórdão no qual esclareceu as restrições aplicáveis aos executivos em gestão. Na sua decisão, foi afirmado que um governo demissionário não está sujeito a restrições quanto aos atos que pratica, desde que consiga justificar a urgência da sua realização. O critério fundamental que orienta as ações de um governo demissionário é a necessidade imperiosa de execução desses atos, ou seja, medidas que não possam ser adiadas ou que sejam essenciais para garantir a continuidade da gestão pública“, explica a advogada. Que conclui: “Neste sentido, diria que decisões como a nomeação do próximo governador do BDP, para um mandato de cinco anos, a privatização da TAP e o lançamento de repetição de concurso para novo troço do TGV, extravasam o âmbito dos atos de gestão dos negócios públicos. Já os atos de que dependa a aplicação do PRR, parece-me poder justificar-se pelo critério da urgência”.

Esta especialista lembra que “quanto a quem pode controlar o que pode ou não ser decidido, será o Tribunal Constitucional e o Presidente da República, com as devidas cautelas a fim de não beliscar o princípio da separação de poderes”.

No plano político, tem havido algum consenso em que um Governo de gestão deve abster-se de praticar medidas estruturantes ou nomeações de perfil elevado se houver um desacordo claro do maior partido da oposição, considerando-se que o Executivo está politicamente diminuído e, como tal, deve deixar essas decisões para o sucessor, seja ele qual for.

Pedro Duarte e Luís MontenegroHugo Amaral/ECO

TAP e BdP são os casos mais mediáticos

Há dois dossiers que são estruturantes e que poderão mais facilmente ficar suspensos.

O primeiro é a privatização da TAP, cujo modelo não tem colhido consenso entre PSD e PS, nomeadamente no que toca à parte do capital a vender. Estava previsto que o decreto-lei da privatização, que conteria o enquadramento e as condições dessa venda, fosse publicado até ao final do primeiro trimestre. No entanto, é bem possível que esse dossier fique agora suspenso, para que essas decisões sejam tomadas por um futuro Governo já com plenos poderes. Ainda na TAP, recorde-se que, aquando da queda do anterior Executivo de António Costa, já tinha sido aprovado um decreto-lei de privatização, mas foi entendido que não havia condições para um Governo de gestão prosseguir com o processo. O mesmo deve suceder agora, apesar dos vários grandes grupos internacionais que já manifestaram interesse na companhia área portuguesa. A TAP foi privatizada em 2015 pelo Governo de Pedro Passos Coelho, já depois do programa de Governo ter sido rejeitado, decisão muito criticada pelo PS, que depois acabou por “reverter” essa decisão, quando António Costa chegou ao poder.

Outro caso por fechar é uma nomeação, a do Governador do Banco de Portugal, que cabe ao ministro das Finanças. O mandato de Mário Centeno acaba em julho deste ano, e parece evidente que a intenção de Miranda Sarmento e de Luís Montenegro é não o reconduzir. Porém, dada até a sensibilidade “política” do tema, é possível que essa decisão fique para o próximo Governo, mesmo que tal implique que Centeno possa ficar mais algum tempo no cargo após o termo oficial do mandato. Porém, esse entendimento não é certo, com Bacelar Gouveia a defender que não há limitação alguma da decisão governamental e Jane Kirby a considerar o contrário. De acordo com o calendário eleitoral indicativo descrito na quarta-feira pelo Presidente da República, as eleições antecipadas deverão ocorrer a meio de maio, pelo que é de esperar que haja Governo no final desse mês ou no início de junho. Ou seja, apesar de ser comum ser anunciada uma decisão sobre o Governador um pouco antes do fim do mandato, neste caso isso deverá mesmo ficar para o novo Executivo, que deverá entrar em funções com o mandato de Mário Centeno ainda válido. Para além disso, o processo de indicação de um Governador tem uma série de formalidades, como a ida prévia ao Parlamento, o que atrasa o processo e poderá obrigar Centeno a ficar mais algum tempo no lugar.

No que toca à venda do Novo Banco, o processo não deverá conhecer qualquer mudança face ao previsto, porque a decisão de alienação da instituição não cabe ao Estado e sim ao seu acionista dominante, a Lone Star. O Estado tem 25% do banco mas não é ele quem decide a venda ou os seus calendários, decidindo sim se, aquando da operação de entrada em bolsa, vende parte da posição ou não. De qualquer forma, ainda estamos a alguns meses de distância desse momento.

Outro dos pontos clássicos quando se fala de instabilidade governativa é a execução do PRR, que ficaria em risco. No entanto, foi feito o processo de reprogramação das verbas e este parece ser um exemplo claro de um processo cuja não execução acarretaria graves prejuízos para o País. Assim, é de esperar que nada mude por qualquer limitação de poderes do Executivo.

Um ponto que poderia gerar dúvidas é o relançamento do concurso para o segundo troço do TGV entre Porto e Lisboa. O júri excluiu a proposta do único concorrente, a do consórcio liderado pela Mota-Engil, e deverá lançar um novo, com condições diferentes, em breve. Este é um tema em que, politicamente, há algum consenso partidário e há já um outro processo relacionado em curso, com o primeiro troço (que deixaria de fazer sentido se o segundo troço não avançasse). Ou seja, sendo a continuação de um processo, ainda por cima consensual, é possível que possa prosseguir, não sendo certo .

Já no que respeita ao novo aeroporto, os próximos passos estão nas mãos da ANA e não do Governo, pelo que nada deverá ser posto em causa pela queda do Governo (a não ser que o próximo possa querer reverter qualquer decisão, mas sem estar isto ligado a um Governo de gestão).

Lítio e energia eólica offshore

O Governo apresentou em dezembro do ano passado um plano para as matérias-primas críticas em Portugal, na sequência de um esforço europeu nesse sentido. O plano prevê o lançamento de concursos para a prospeção destas matérias-primas, que vão do cobre ao lítio, e que, de acordo com a ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho, deverão ter lugar em 2025. Ao mesmo tempo, prevê atribuir um estatuto prioritário aos projetos que sejam considerados estratégicos neste âmbito e avançar com apoios ao financiamento.

O leilão para a instalação de mais energia eólica offshore no país já se arrasta desde 2022, quando o então primeiro ministro, António Costa, anunciou esta intenção. Até ao final de 2023 registavam-se 50 empresas interessadas em investir nesta fileira em Portugal, embora duas tenham entretanto comunicado que desistiam da corrida (Orsted e Equinor). No Orçamento do Estado, o atual Governo afirmava a intenção de dar um pontapé de partida (“lançar os procedimentos”) até ao final de 2024. Mas foi só este ano, em fevereiro, que foram conhecidas as áreas aprovadas pelo Governo como tendo potencial para a construção de projetos. Do leilão em si, ainda não foram avançados novos prazos.

É possível que alguns destes processos fiquem suspensos.

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Novobanco alcança lucro recorde de 744,6 milhões em 2024 e distribui mais de 30% em dividendos

Apesar do novo máximo histórico, o banco somou apenas 1,5 milhões de euros ao resultado líquido que tinha alcançado em 2023, crescendo apenas 0,2%. Vai entregar cerca de 30% do lucro aos acionistas.

Os lucros do Novobanco totalizaram 744,6 milhões de euros em 2024. É um resultado líquido recorde, que superou por apenas 1,5 milhões de euros o alcançado em 2023. Os lucros do banco aumentaram, assim, apenas 0,2% em 2024, de acordo com os dados divulgados esta quinta-feira, mas terão sido melhores do que as expectativas da empresa, que chegou a perspetivar uma quebra nos lucros do ano passado.

“O ano de 2024 foi mais um marco importante para o Novobanco com a obtenção da notação de investment e com o fim do acordo do mecanismo de capitalização contingente. Estes factos contribuem decisivamente para explorar as oportunidades no mercado de capitais, com o objetivo último de continuar a apoiar as famílias e empresas nacionais ao longo da sua vida”, comenta o CEO, Mark Bourke, citado num comunicado.

Perante estes resultados, e agora com permissão para remunerar os seus acionistas, onde se inclui o Estado português, o Novobanco “irá propor à assembleia geral de acionistas, a realizar no dia 21 de março de 2025, a distribuição de um dividendo no montante de 224,6 milhões de euros”.

Esse valor corresponde a um pay-out de quase 30,2% do resultado líquido anual, calculou o ECO, e de 60% do resultado do segundo semestre, informou a empresa através da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). O banco admite também passar a distribuir anualmente 60% dos resultados (mais informação no final deste artigo).

O desempenho do Novobanco visto à lupa:

Fonte: Novobanco

“Resultados sustentáveis” a caminho da bolsa

Semanas depois de ter confirmado a intenção de avançar para a bolsa — mediante uma Oferta Pública Inicial (IPO) que pode ocorrer já no início do verão, caso se verifiquem condições favoráveis no mercado –, o Novobanco apresenta-se esta quinta-feira com uma margem financeira que, em 2024, melhorou 3,2% e ascendeu a 1.179,4 milhões de euros, “apesar da média da Euribor [a seis meses] em 2024 ser inferior à registada no período homólogo”, salienta a instituição.

Enquanto isso, as comissões subiram mais de 9%, para 323 milhões de euros, suportadas pela “crescente base de clientes”, que aumentou 5,5%, e “pela dinâmica na execução de iniciativas para aumentas as receitas de comissões, principalmente na gestão de contas e meios de pagamentos”. Essas iniciativas “compensaram as alterações legislativas nas comissões de empréstimos”, refere o Novobanco.

Com isto, o produto bancário comercial engordou 4,4% em 2024, fixando-se nos 1.502,4 milhões de euros. Já o produto bancário total, que inclui os resultados de operações financeiras e outros resultados de exploração, cresceu 8,3%, para 1.562,7 milhões.

No ano passado, o Novobanco incorreu também em quase 500 milhões de euros de custos operativos, um agravamento anual de 4,2%, e registou outro custo de 62,7 milhões de euros com o “término antecipado” do mecanismo de capital contingente, “com a extinção de ativos no valor de 161,6 milhões de euros e de passivos no valor de 98,9 milhões”, que já era conhecido.

O fim antecipado do Acordo de Capital Contingente (CCA) em dezembro, criado em 2017 aquando da venda do Novobanco à Lone Star por mil milhões de euros, irá permitir ao fundo norte-americano avançar com a venda da sua participação de 75%.

Na vertente operacional, os recursos totais subiram 6,7%, para 37,6 mil milhões de euros, com os depósitos a crescerem 5,7%. Nos empréstimos, o crédito a empresas subiu 0,5%, para 13,891 milhões, e o crédito a particulares somou 3,6%, para 12,088 milhões, com os empréstimos para a compra de habitação a aumentarem 1% e superando 10 mil milhões. Feitas as contas, o Novobanco fechou 2024 com uma carteira de empréstimos a clientes líquida de imparidades de perto de 28 mil milhões.

O banco concluiu 2024 com um rácio de capital tier 1 fully loaded de 20,8%, observando-se uma melhoria de 2,6 pontos percentuais.

Banco passa a distribuir 60% dos resultados anuais

Numa apresentação divulgada paralelamente esta quinta-feira, o Novobanco procede ainda à atualização da sua estratégia para os próximos anos, apontando para a distribuição de 60% dos resultados anuais sob a forma de dividendos ordinários a cada ano.

O banco prevê ainda o lançamento de programas de recompra de ações para “otimizar” o “capital em excesso”, a que deverão corresponder mais de 3,3 mil milhões de euros para distribuir ao longo dos próximos três anos”, de acordo com a referida apresentação, intitulada “novo momentum”.

Fonte: Novobanco

(Notícia atualizada pela última vez às 8h48)

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Havas celebra ano histórico com resultados financeiros recorde em 2024, com receitas líquidas de 2.736 milhões de euros

  • Servimedia
  • 6 Março 2025

A empresa atinge máximos históricos de receitas e lucros, consolidando a sua posição no setor da comunicação e do marketing.

A Havas alcançou resultados financeiros recorde em 2024, sublinhando a sua forte posição no mercado após a sua bem-sucedida cotação na Euronext Amsterdam e o lançamento da sua estratégia global “Converged”, reafirmando o seu estatuto de concorrente líder na indústria da comunicação e do marketing. A empresa registou receitas líquidas recorde de 2.736 milhões de euros, o que representa um aumento de 1,5% em termos absolutos em relação ao ano anterior.

Este crescimento foi impulsionado por aquisições estratégicas que contribuíram com 2,5% para o aumento das receitas líquidas. O EBIT ajustado também atingiu um recorde histórico de 338 milhões de euros. Além disso, a Havas registou uma posição líquida de caixa de 211 milhões de euros, no limite superior do seu objetivo. Havas+1TradingView+1

Na Europa, a receita líquida aumentou 1,2% em relação a 2023, com a França apresentando um desempenho positivo. A América do Norte registou um ligeiro declínio de 0,5% nas receitas líquidas, enquanto a Ásia-Pacífico e África registaram um crescimento de 1,9%. Na América Latina, as receitas líquidas diminuíram 8,1%. Por linha de negócio, a Havas Media representou 38% das receitas líquidas, a Havas Creative 40% e a Havas Health 22%.

Tendo em vista a próxima AGA, a empresa irá propor um dividendo de 0,08 euros por ação, o que equivale a um rendimento de 5,2%. Além disso, será proposto um programa de recompra de ações até 10% do capital social e uma consolidação de ações em que dez ações ordinárias atuais seriam convertidas numa nova ação ordinária.

PERSPETIVAS PARA 2025

A Havas reafirma os seus objetivos de crescimento para 2025, centrando-se em setores em rápida expansão como o digital, o retalho, a experiência do cliente, o design e a consultoria estratégica. A empresa planeja aumentar seus investimentos em dados, tecnologia e inteligência artificial, além de fortalecer sua rede global de conteúdo em escala. Tendo concluído seis aquisições em 2024, o Havas mantém uma estratégia dinâmica de M&A, já tendo feito três novas aquisições em áreas-chave de crescimento desde o início de 2025.

Yannick Bolloré, CEO e Presidente da Havas, expressou o seu entusiasmo pelo futuro e a sua confiança na capacidade de adaptação da empresa num mercado em evolução. Ele destacou a criatividade, o talento, as capacidades integradas e as soluções inovadoras da Havas como fatores-chave para continuar a destacar-se como um parceiro comercial dedicado aos seus clientes. Bolloré também agradeceu aos clientes e parceiros pela sua confiança, bem como aos cerca de 23.000 talentos da Havas em todo o mundo pelo seu compromisso inabalável. Com estes resultados, a Havas afirmou que demonstra a sua capacidade de se adaptar e prosperar num ambiente empresarial dinâmico, consolidando a sua posição no setor das comunicações e do marketing.

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Carlos Barbosa: “As cidades têm um grave problema de estacionamento”

  • ECO
  • 6 Março 2025

O presidente do Automóvel Clube de Portugal (ACP), Carlos Barbosa, é o quarto convidado do podcast ECO Auto.

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Carlos Barbosa é o convidado do quarto episódio do podcast ECO Auto em parceria com o Mundo Automóvel. Gestor que liderou vários projetos de media é presidente do Automóvel Clube de Portugal (ACP), fundado em 1903 e um dos mais antigos do País, com mais de 290 mil associados, desenvolve uma estratégia diversificada de serviços que vão para além do apoio ao automóvel e inclui um portfólio de serviços diferenciados.

Carlos Barbosa destacou vários aspetos da intervenção do ACP junto das entidades oficiais para defesa dos associados e melhoria do ambiente rodoviário em termos de segurança e prevenção. “Os exames de condução em Portugal estão regulamentados, mas ultrapassados e não permitem que os alunos tenham uma noção real do ambiente rodoviário, cada vez mais agressivo, difícil e sem respeito pelos outros, sem policiamento para ajudar nas vias de entrada e de saída das cidades, levando a uma maior percentagem de acidentes por erro humano” e acrescenta “O ACP tem tentado sensibilizar os governos para incluir nos programas do 1º e 2º ciclos uma aula de segurança rodoviária, mas sem sucesso. Temos um programa ACP Kids em colaboração com as Câmaras que permite às crianças começarem a ter uma noção do ambiente rodoviário e os seus perigos”, explica.

O presidente do Automóvel Clube de Portugal (ACP), Carlos Barbosa, é o quarto convidado do podcast ECO Auto

O presidente do ACP também atribui às Câmaras Municipais parte da responsabilidade pelos problemas de estacionamento que irá aumentar com a entrada de um número cada vez maior de automóveis e sugere: “As cidades têm um problema gravíssimo de estacionamento. Sem parques dissuasores à entrada nem soluções alternativas de transporte público eficazes, o estacionamento à superfície deverá ser muito mais caro e o subterrâneo mais barato, para além do recurso a silos auto nos bairros, a exemplo de várias capitais europeias.” Outra questão que o presidente do ACP critica é a falta de racionalidade na limitação de velocidade imposta em radares instalados em Lisboa. “O ACP está a fazer um estudo com o Professor Nunes da Silva do IST para entregar à Câmara de Lisboa em breve, de modo a repensar os limites de velocidade a impôr nas diferentes vias de Lisboa, onde a prática mostra desajustes face à realidade da sua utilização de modo a melhorar as opções de segurança rodoviária e fluidez do tráfego”.

Carlos Barbosa referiu-se também à legislação sobre as motos que considera um erro com consequências nefastas para a sinistralidade rodoviária. “A legislação que veio permitir às motos usarem a faixa Bus, não só não existe noutro país, como reduziu a velocidade média dos autocarros de transportes públicos. A situação ainda se agravará se a intenção de vir a autorizar as motos a ultrapassarem pela direita e a circularem no meio dos carros, vier a ser uma realidade”.

Sobre a evolução do parque automóvel para veículos elétricos, o Clube criou o “Prémio ACP Elétrico” para incentivar a adoção de veículos elétricos que considera uma alternativa de mobilidade com forte contributo para a descarbonização, mas considera necessário continuar a aumentar a rede de carregamentos disponível no País.

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Caso gémeas. Relatório será entregue sexta-feira e discutido a partir de dia 26

  • Lusa
  • 5 Março 2025

A relatora do Chega justificou os atrasos com a "morosidade do trabalho e a quantidade de dados que tiveram que ser avaliados e inseridos no relatório”.

O relatório com as conclusões preliminares da comissão de inquérito ao caso das gémeas será entregue na sexta-feira, depois de o Chega ter falhado novamente o prazo, adiando o início da discussão para 26 de março.

A entrega do relatório preliminar esteve inicialmente prevista para 20 de fevereiro, depois para dia 28, a pedido da relatora, e ainda para esta quarta-feira. E por três vezes o prazo foi falhado e o relatório não foi entregue pela relatora, a deputada Cristina Rodrigues, do Chega. O início da discussão do relatório estava previsto para esta quarta.

Em declarações aos jornalistas no final da reunião de mesa e coordenadores, que decorreu à porta fechada, o presidente da comissão de inquérito disse que os atrasos foram discutidos e que a relatora justificou-os “pela morosidade do trabalho e a quantidade de dados que tiveram que ser avaliados e inseridos no relatório”.

“Ficou acordado pela deputada que, sem falta, esta sexta-feira será entregue o relatório”, indicou Rui Paulo Sousa.

Nesta reunião, foi aprovado por unanimidade o pedido do PSD para a suspensão, “pelo período mínimo de três semanas”, do prazo de funcionamento da comissão de inquérito ao caso das crianças tratadas com um dos medicamentos mais caros do mundo, o que atira o fim dos trabalhos para meados de abril.

Esta decisão terá ainda de ser votada na quinta-feira pelo plenário da Assembleia da República. De acordo com o presidente da comissão, os trabalhos ficam suspensos entre o dia 7 e o dia 25 de março e “dia 26, em princípio, será marcada já a primeira reunião para discussão e análise do relatório”.

Rui Paulo Sousa afirmou também que, caso a Assembleia da República venha a ser dissolvida após a esperada rejeição da moção de confiança que o Governo vai apresentar, a comissão de inquérito corre o risco de terminar sem conclusões, uma vez que pode não existir votação em plenário.

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Macron propõe alargar chapéu nuclear francês a aliados europeus

  • Lusa
  • 5 Março 2025

A França é a única potência nuclear da União Europeia e o chefe de Estado francês afirmou estar pronto para um "diálogo estratégico" com os países europeus.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou esta quarta-feira que quer “abrir o debate estratégico” sobre alargar o chapéu nuclear francês aos aliados europeus dispostos a garantir a paz futura na Ucrânia e a proteção do continente europeu.

Respondendo ao apelo histórico do futuro chanceler alemão [Friedrich Merz], decidi abrir o debate estratégico sobre alargar aos nossos aliados no continente europeu a nossa capacidade de dissuasão”, declarou o Presidente francês num discurso transmitido pela televisão francesa.

A França é a única potência nuclear da União Europeia (UE) e o chefe de Estado francês afirmou recentemente estar pronto para um “diálogo estratégico” para que os países europeus deixem de estar dependentes da dissuasão norte-americana para fazer face às ameaças da Rússia, que continua a apostar no rearmamento, e proteger o continente europeu, que lida desde fevereiro de 2022 com a invasão russa na Ucrânia.

“A França tem um estatuto especial” na defesa europeia, disse Macron, garantindo que “aconteça o que acontecer, a decisão sempre esteve e continuará a estar nas mãos do Presidente da República, o chefe das forças armadas” francês no que respeita ao desarmamento nuclear. No discurso, Macron referiu que irá reunir em Paris, na próxima semana, os chefes de Estado-Maior dos países dispostos a garantir a futura paz na Ucrânia.

“Perante este mundo de perigos, seria uma loucura permanecer espetador”, acrescentou o chefe de Estado francês. Para Macron, a paz na Ucrânia “implicará também, talvez, o envio de forças europeias”, especificando que estas “não iriam combater hoje, não iriam combater na linha da frente, mas estariam lá, pelo contrário, assim que a paz fosse assinada, para garantir o seu pleno respeito”.

“A ameaça russa está aí e afeta-nos”, sem “conhecer fronteiras”, afirmou Macron, num contexto de aproximação entre Moscovo e Washington, que suspendeu a ajuda militar a Kiev. Segundo o chefe de Estado francês, “o caminho para a paz não pode passar pelo abandono da Ucrânia”, defendendo que a paz “não pode ser construída a qualquer preço e sob o comando russo, e não pode ser a capitulação da Ucrânia”.

Além disso, Macron anunciou “investimentos adicionais” na defesa europeia sem aumentar os impostos, um dia antes da cimeira extraordinária dos líderes da UE em Bruxelas, onde serão dados “passos decisivos” segundo Macron, reiterando que “serão tomadas várias decisões”.

Os Estados-membros poderão aumentar as suas despesas militares sem que isso seja tido em conta no seu défice”, acrescentou. Referindo-se a “acontecimentos históricos em curso que estão a virar a ordem mundial de pernas para o ar”, o Presidente francês falou da “situação internacional e das suas consequências” para a França e para a Europa.

Os Estados Unidos, nosso aliado, mudaram a sua posição sobre esta guerra, apoiam menos a Ucrânia e estão a lançar dúvidas sobre o que vai acontecer a seguir”, disse Macron, acrescentando que a Europa está “a entrar numa nova era”, em que a segurança e a prosperidade são incertas.

No seu discurso, Emmanuel Macron disse que espera ainda “convencer” o Presidente dos Estados Unidos a abandonar os direitos aduaneiros sobre os produtos europeus importados, já que Donald Trump quer impor sobretaxas de 25% de taxas alfandegárias, o que, para o Presidente francês, é “incompreensível”.

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Canais da SIC passam a estar disponíveis na Digi

  • + M
  • 5 Março 2025

A oferta da operadora romena passa assim de 73 para 81 canais televisivos. Com a entrada da SIC, a Digi já conta com os três canais generalista disponíveis no seu portefólio em Portugal.

A Digi já conta com a SIC na sua oferta de canais televisivos. Na lista de canais da operadora romena em Portugal ficam também disponíveis a SIC Notícias, SIC Mulher, SIC Radical, SIC K e SIC Caras.

A ficção mais completa e apelativa, a informação rigorosa e de confiança, o entretenimento para toda a família e os programas que são a sua companhia de todas as horas fazem, agora, parte da oferta da Digi para todos os clientes da operadora”, escreve a estação, numa publicação no LinkedIn.

A oferta da operadora passou assim de 73 para 81 canais televisivos. Com a entrada da SIC, a Digi conta já com os três canais generalistas disponíveis no seu portefólio em Portugal, tendo em conta que a RTP e a TVI já estavam disponíveis na oferta da operadora.

Recentemente, em fevereiro, os canais da SIC também chegaram à grelha de televisão da WOO.

Depois de se ter estreado no mercado português no início de novembro, a operadora romena terá, segundo números da Anacom, fechado 2024 a captar perto de cinco mil clientes com as suas ofertas em pacote e cerca de 50 mil clientes móveis até ao fim do ano, período em que, no entanto, disponibilizou este serviço gratuitamente.

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Marcelo atira eleições antecipadas para 11 ou 18 de maio

  • ECO
  • 5 Março 2025

O Presidente antecipa que o debate da moção de confiança do Governo seja agendado para a próxima quarta-feira. Depois quer ouvir os partidos e o Conselho de Estado, mas já admite eleições em maio.

Marcelo Rebelo de Sousa vai aguardar pelo desfecho do debate da moção de confiança do Governo, que deve ser agendado para a próxima quarta-feira, mas já antevê eleições antecipadas para maio. Se esta moção for “rejeitada”, o Presidente promete agir “o mais rápido possível” e convocar, para o dia seguinte, os partidos políticos e, depois, o Conselho de Estado, adiantou esta quarta-feira em declarações aos jornalistas.

E o passo seguinte, ainda que não tenha mencionado a dissolução do Parlamento, é a marcação das eleições legislativas antecipadas, pela quarta vez em cinco anos. O chefe de Estado afirma que “a primeira data possível” deve ser “entre 11 e 18 de maio”. Marcelo disse ainda que “tem a obrigação de pensar no calendário” de forma a “minimizar os custos em termos de efeitos e maximizar a celeridade e rapidez no enfrentar da situação”.

Depois de lembrar o fio do tempo detalhado da crise política, Marcelo avançou que o Conselho de Ministros vai definir os termos da moção de confiança na próxima sexta-feira. Perante os jornalistas, não ficou claro se o Presidente sabia da decisão de Luís Montenegro, que pode fazer cair o Governo se o PS e o Chega, como já sinalizaram, retirarem a confiança ao Governo.

Montenegro esteve em Belém no dia de Carnaval, para uma reunião da qual saíram poucos pormenores. A líder parlamentar socialista, Alexandra Leitão, sugeriu entretanto que o líder do Governo “não tinha informado o Presidente da República de que ia anunciar uma moção de confiança, o que também diz muito sobre um relacionamento institucional que se quer saudável e solidário”.

O Presidente da República assegura ainda que “não se pronuncia” sobre as posições dos vários partidos políticos. “Não me pronunciei em todo este processo – nem do Governo – e o processo continua em curso. Cada qual acaba por escolher o seu caminho, ponderar o seu caminho e ao longo do processo pode ter fases diferentes de posicionamento perante esse caminho”, nota.

Quando questionado pelos jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa recusou pronunciar-se sobre a legitimidade política para Luís Montenegro continuar no cargo.

O chefe de Estado afirma ainda que que cancelou a visita à Estónia, que deveria ocorrer na próxima semana, para acompanhar a moção de confiança. “Fica sacrificada. É muito mais importante isto”, refere o Presidente da República, acrescentando que “não faria sentido” que “estivesse fora do território” nacional quando o Parlamento vai votar uma moção de confiança ao Governo.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, sobreviveu esta quarta-feira à segunda moção de censura em menos de duas semanas, mas ao que tudo indica a queda está iminente, uma vez que o primeiro-ministro anunciou que vai apresentar uma moção de confiança, que está condenada com voto contra do PS.

Em causa está a polémica em torno da empresa familiar de Montenegro, a Spinumviva, que o chefe do Executivo já passou para os filhos, e um potencial conflito de interesses entre o cargo de primeiro-ministro e os serviços prestados a clientes como o grupo de hotéis e casinos Solverde, que rasgou entretanto o contrato com a empresa, segundo um comunicado tornado público antes de o debate ter arrancado.

(Notícia atualizada às 20h20 com mais informação)

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Trump diz a Trudeau que Canadá não fez “o suficiente” para evitar tarifas

  • Lusa
  • 5 Março 2025

O Presidente dos Estados Unidos acusou também o primeiro-ministro demissionário canadiano de estar a usar a questão das taxas aduaneiras para “se manter no poder”.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, disse esta quarta-feira ao primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, que não fez “o suficiente” para travar o tráfico de fentanil e, portanto, para evitar a imposição de tarifas de 25% aos produtos canadianos.

“Disse-lhe que muitas pessoas morreram devido ao fentanil que atravessa as fronteiras do Canadá e do México, e nada me convenceu de que isso tenha acabado”, escreveu Trump na sua rede social, Truth Social, após uma conversa telefónica com Trudeau.

O Presidente dos Estados Unidos acusou também o primeiro-ministro demissionário canadiano de estar a usar a questão das taxas aduaneiras para “se manter no poder”.

“Ele não foi capaz de me dizer quando se realizam as eleições canadianas, o que me intrigou (…) Percebi então que ele está a tentar usar esta questão para se manter no poder”, escreveu Trump. Justin Trudeau, que anunciou a demissão no início de janeiro, deverá deixar o cargo dentro de alguns dias, após a eleição do seu substituto, no domingo.

O chefe de Estado norte-americano, que iniciou esta guerra comercial com o vizinho Canadá – que chegou a dizer querer anexar, porque é “naturalmente” o 51.º Estado norte-americano –, disse lamentar a ausência de progressos dos canadianos no combate ao tráfico de droga.

“Os dois países manter-se-ão hoje em contacto”, declarou, por seu lado, o gabinete do primeiro-ministro canadiano.

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