Alqueva é “projeto virtuoso que se paga a si próprio”, diz ministro

  • Lusa
  • 25 Março 2025

O ministro José Manuel Fernandes lembra que a gestora do Alqueva "dá de receita fiscal, por ano, 339 milhões de euros, ou seja, ajuda o OE, ajuda ao Estado social de Portugal”.

O ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, considerou esta terça-feira que o Alqueva, no Alentejo, é um projeto virtuoso que, entre outros benefícios, paga-se a si próprio e ainda dá “retorno económico” ao Estado.

“O investimento feito em projetos como o do Alqueva traz retorno económico. São projetos virtuosos, que se pagam a si próprios e que inclusivamente ajudam o Orçamento do Estado (OE)”, afirmou o governante, em declarações aos jornalistas. José Manuel Fernandes falava, na sede da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), em Beja, no final da apresentação de um estudo sobre o impacto económico do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva (EFMA).

Considerando que investimentos como o Alqueva “são essenciais”, o ministro destacou que o projeto contribui para a competitividade, coesão territorial, indústria e abastecimento urbano e industrial de água. “Mas há um ponto importante. É que dá de receita fiscal, por ano, 339 milhões de euros, ou seja, ajuda o OE, ajuda ao Estado social de Portugal”, sublinhou, assumindo que, neste tipo de projetos, “o custo é não investir”.

Questionado sobre se o projeto Alqueva falhou no desenvolvimento do turismo na região, José Manuel Fernandes discordou, argumentando que este setor só não aumentou “ao ritmo [a] que cresceu a agricultura”. Para o desenvolvimento do turismo, “é importante também ter outro tipo de investimentos, como as vias de ligação”, defendeu, lembrando que o Governo aprovou recentemente a ligação da Autoestrada 26 (A26) a Beja.

Sobre o despovoamento da região, o governante defendeu que, apesar da existência do Alqueva, “a coesão territorial tem de ser elaborada e concretizada por várias políticas”, como acessibilidades, serviços públicos, entre outras. Já o ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, na sua intervenção antes da apresentação do estudo, realçou que o Alqueva “levou a um aumento do valor acrescentado bruto (VAB) da produtividade e do número de grandes empresas”.

“Não basta ter investimento público, é preciso saber depois atrair investimento privado com estratégia”, disse, evidenciando que o aumento do número de grandes empresas no território “é um dos fatores de transformação do Alqueva”.

“Se há coisa que está estudado na economia portuguesa é que as grandes empresas têm muito mais produtividade que as pequenas”, prosseguiu, acrescentando que “uma grande empresa em Portugal é três vezes mais produtiva que uma pequena”.

Já o presidente da EDIA, José Pedro Salema, considerou aos jornalistas que o EFMA é “o catalisador da atividade económica da região” e “um investimento virtuoso porque teve efeitos multiplicativos na economia”.

O objetivo não é gerar dividendos para entregar ao Estado. É gerar desenvolvimento numa região e o que vimos com este estudo é que conseguimos concretizar a nossa missão, porque o retorno da economia, da coesão, do emprego foi conseguido”, sublinhou. Em relação ao turismo, o responsável argumentou que o desenvolvimento desta área foi “espetacular”, assinalando a existência de unidades turísticas que são um exemplo a nível mundial.

“Aquele modelo que se imaginou, há uns anos, com milhares de camas, de facto, não se concretizou. Temos um turismo de pequena dimensão, mas de melhor qualidade e, porventura, muito mais sustentável também”, concluiu. De acordo com o estudo, o Alqueva já gerou receitas fiscais próximas dos três mil milhões de euros, o que ultrapassa os quase 2,5 mil milhões de investimento total público na infraestrutura.

Entre outras conclusões, o trabalho salienta que, entre 1995 e 2028, considerando as previsões de investimento, os resultados permitem apurar um contributo acumulado de 27 mil milhões de euros para a produção nacional, 12 mil milhões de euros de VAB, cinco mil milhões de euros em remunerações e 22.569 empregos.

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Zurich Portugal faz nova aposta em seguros de Vida proteção

A seguradora suíça quer crescer 8% por ano em seguros de vida proteção a nível global e Tim Bailey, responsável desta linha negócio, esteve em Portugal a motivar a operação nacional para o objetivo.

A visita a Portugal de Tim Bailey, CEO Zurich’s Global Life Protection Business, trouxe as novidades da companhia de seguros para os seguros de Vida Proteção, os de Risco Puro, os que tradicionalmente pagam em caso de morte da pessoa segura, mas que hoje em dia são muito mais que isso. Ana Paulo, Head of Life Zurich Portugal, também acredita no futuro destes produtos numa fase em que as taxas de juro estão a baixar e os seguros financeiros – que tiveram um ótimo ano de 2024 também para a Zurich – podem perder competitividade. Os responsáveis falaram em exclusivo com ECOseguros.

Tim Bailey: “Numa sociedade a envelhecer, damos atenção à educação financeira, ao planeamento intergeracional e à consciência desse envelhecimento”.Hugo Amaral/ECO

Tim Bailey, que aponta 8% como crescimento anual do segmento de Vida Proteção na Zurich, vê oportunidades de crescimento para todo o ramo Vida: “Estamos focados em poupança e proteção e, em proteção, temos vários fatores de crescimento como fazerem parte do aumento de benefícios atribuídos pelas empresas aos seus colaboradores, maior número de proprietários das suas próprias casas, bem como cobertura de hipotecas e empréstimos pessoais”, disse.

O responsável global da Zurich acredita na prosperidade do negócio: “Na verdade para os seguros de vida proteção, 2024 foi um ano recorde na Zurich e representou 28% dos lucros do grupo o que é uma boa proporção”, disse, “foi um crescimento forte nos nossos mercados principais e menor em mercados mais pequenos”.

“Também a Covid-19 e maior literacia financeira destacaram a necessidade de proteção por seguros de vida, também há um aumento dos custos com saúde, e todos estes fatores são vistos por nós como de tendência de crescimento nos seguros de vida proteção”, acrescentou.

Ana Paulo: “Treinamos mediadores para melhorarem a sua literacia financeira para, de forma holística, dar-lhes capacidades para oferecerem a cada cliente os produtos mais adequados”.Hugo Amaral/ECO

Se os seguros vitalícios poderão ser um próximo passo da oferta Tim Bailey não é perentório. “Oferecemos seguros vitalícios em alguns mercados e gradualmente estamos a constatar necessidades de produtos que acompanhem as pessoas ao longo das suas vidas, nomeadamente em idades mais avançadas. No entanto, para enfrentar uma sociedade em envelhecimento damos atenção à educação financeira, ao planeamento intergeracional e à consciência desse envelhecimento que são elementos importantes do debate”.

Quanto a novas valências dos seguros de Vida proteção, Bailey explica que a Zurich “pensa mais em coberturas não só em caso de morte, mas em casos de doenças críticas, doenças crónicas e invalidez. São coberturas para dar paz de espírito financeira em caso de um evento na família”.

A Zurich Portugal aproveitou o momento para anunciar que vai lançar em abril uma nova cobertura complementar de proteção de rendimentos que pagará uma incapacidade temporária para o trabalho, para ajudar em momentos de doenças longas com consequências de paragem de atividade por muito tempo.

Bailey acredita que existe outro segmento de mercado em que a Zurich poderá melhorar a oferta é em empresas: “A oferta de seguros Vida proteção é comum nas grandes empresas europeias e gradualmente está a chegar até a pequenas PME, em muitos mercados está a ser um caminho de crescimento”, afirmou.

Contar com os distribuidores para dar passos em frente

“Queremos mediadores de seguros para quem a educação financeira e o planeamento financeiro dos seus clientes sejam importantes, eles têm um papel muito relevante no encontrar uma cobertura certa para as pessoas”, comentou Tim Bailey, “por esse motivo mantemos os processos de subscrição simples e suaves, não só para os clientes mas também para agentes, corretores e bancos e com o suporte tecnológico que já temos estamos a conseguir coberturas à medida de vários segmentos e de diferentes fases da vida”, conclui.

Ana Paulo confirma essa atitude em Portugal: “Continuamos a desenvolver a literacia financeira com os canais de distribuição e com os clientes finais. Se os distribuidores souberem explicar bem o que são produtos poupança e produtos proteção, que perseguem objetivos diferentes, podem mais rapidamente fazer ver aos clientes qual o mais adequado para ele. Pode ser para a família, para um projeto, para um complemento de reforma, ou para outra finalidade importante para cada um”,

A responsável pelo ramo Vida da Zurich Portugal explica que a companhia treina os agentes para diferentes produtos, para diferentes temas, diferentes tópicos “para aumentarem o seu conhecimento, melhorarem a sua literacia financeira, de forma holística, para dar capacidades para oferecer a cada cliente os produtos mais adequados”.

O posicionamento do ramo Vida em Portugal é descrito por Ana Paulo: “Focamos em proteção e poupança e dentro da poupança também em produtos unit linked. Claro que em Portugal os produtos de rendimento e capital garantido são importantes porque termos um perfil de cliente muito conservador” – adianta “mas na Zurich é importante desenvolver unit linked, porque produtos de rendimentos garantidos estão indexados a taxas de juro e quando estas baixam tornam-se produtos menos rentáveis para os clientes”, disse, reforçando que “a oferta de unit linked permite aos nossos clientes diversificar e aceder com pequenos prémios a produtos com maiores rendimentos”, conclui.

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Fusão no têxtil. TMG Acabamentos Têxteis junta-se à britânica RTS Textiles em união “estratégica”

O novo grupo, liderado pela RTS, vai incluir a TMG – Acabamentos Têxteis e a Sapphire Textile Mills Limited, unindo as três empresas numa "fusão estratégica" para reforçar a posição no mercado.

A portuguesa TMG – Acabamentos Têxteis, do grupo TMG, a RTS Textiles Limited e a paquistanesa Sapphire Textile Mills (STM) uniram-se numa “fusão estratégica”, passando a integrar uma empresa liderada pela RTS, que mantém as três empresas como acionistas. A fusão, concretizada esta segunda-feira, dia 24 de março, tem como objetivo combinar o conhecimento das três empresas para reforçar a expansão no mercado.

“Num movimento estratégico alinhado com a nossa visão de longo prazo, a RTS Textiles Ltd (RTS) tem o prazer de anunciar que estamos a reunir todas as nossas operações e parceiros de joint venture sob uma única entidade unificada, a RTS Textiles Group Ltd (RTS Group). Este novo grupo global de referência nos mercados de vestuário profissional e têxteis de proteção será liderado pela RTS, com participações da TMG – Acabamentos Têxteis S.A. (TMG) e da Sapphire Textile Mills Limited (STM)”, explicam as três empresas num comunicado conjunto.

“Esta fusão representa um momento decisivo para a nossa indústria e para todos os nossos parceiros. Ao unir a experiência, o legado e a inovação da RTS, TMG e STM, estamos a estabelecer uma base mais forte para o crescimento e a oferecer um valor incomparável aos nossos clientes em todo o mundo”, comentou Manuel Gonçalves, Administrador da TMG.

Conferência "Os Novos Desafios do Comércio Internacional" - 07JUN22
Manuel Gonçalves, administrador TMG, argumenta que esta fusão vai permitir que o novo grupo se torne uma referência no setor.Ricardo Castelo/ECO

O responsável refere ainda que a “visão partilhada de excelência e compromisso com a inovação na indústria têxtil garantirá que a RTS Textiles Group se torne uma referência em qualidade, sustentabilidade e inovação nos têxteis para vestuário profissional e proteção.”

As empresas referem, no comunicado publicado no site, que “esta nova fusão estratégica integrada reforçará ainda mais a força combinada das três empresas”, adiantando que não haverá alterações nos projetos em curso ou nos compromissos existentes com os clientes.

O grupo vai englobar todas as marcas e operações detidas a 100% pela RTS, incluindo a Carrington Textiles, Pincroft e Alltex, bem como a propriedade total da CTI, MGC e Melchior. A liderança da nova empresa ficará a cargo da atual equipa de gestão da RTS, “garantindo continuidade e a manutenção de relações sólidas com os clientes”.

Esta fusão surge como uma decisão “lógica” para as empresas, após anos de colaboração, que começou, em 2017, quando a TMG e a RTS formaram uma joint-venture sob o nome de MGC em Portugal, e em 2021 a STM e a RTS iniciaram uma parceria estratégica no âmbito da CTI na Ásia.

O comunicado realça ainda a complementaridade das competências de cada empresa. Enquanto a RTS é reconhecida pelos seus tecidos de alto desempenho com resistência ao fogo (FR) para o setor de EPI e tecidos impressos em tela rotativa para o mercado militar, a TMG é especialista na tecelagem e no tingimento e acabamento de tecidos de alta qualidade, servindo uma ampla variedade de aplicações no setor de vestuário profissional.

Já a STM, indica o comunicado, distingue-se “pela integração vertical, com foco na fiação, tecelagem, tingimento e acabamento de têxteis para vestuário profissional”.

 

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Zelensky diz que “é cedo” para saber se a trégua com a Rússia vai funcionar

  • Lusa
  • 25 Março 2025

O presidente ucraniano acredita que a trégua com a Rússia, para a circulação no Mar Negro, tenha início logo que os Estados Unidos publiquem os compromissos assinados em Riade.

O Presidente ucraniano afirmou esta terça-feira que “é cedo” para saber se a trégua com a Rússia no mar Negro vai funcionar, embora elogie “os passos certos”, e espera que entre em vigor logo que a mediação norte-americana a publique.

É muito cedo para saber se vai funcionar, mas estas foram as reuniões certas, as decisões certas, os passos certos. Ninguém depois disto pode acusar a Ucrânia de não se mover em direção à paz sustentável”, declarou Volodymyr Zelensky em conferência de imprensa em Kiev, após o acordo divulgado pela Casa Branca.

Questionado sobre a data em que deverá entrar em vigor a trégua definida nos acordos alcançados nas negociações na Arábia Saudita, Zelensky acredita que tenha início logo que os Estados Unidos publiquem os compromissos assinados em Riade. A parte russa indicara anteriormente que exige o levantamento das sanções ocidentais impostas ao setor agrícola como condição para o início da suspensão das ações militares no mar Negro, informou o Kremlin em comunicado.

Na conferência de imprensa, Zelensky opôs-se porém a qualquer “enfraquecimento das sanções” internacionais contra a Rússia, depois de a Casa Branca ter referido que Washington está pronta para ajudar Moscovo a facilitar o acesso dos produtos agrícolas e fertilizantes russos ao mercado global.

“Acreditamos que se trata de um enfraquecimento das sanções”, comentou o líder ucraniano, indicando que esta possibilidade não estava na agenda da delegação ucraniana e foi levantada pelos Estados Unidos. O Presidente da Ucrânia anunciou também que as partes irão realizar novas reuniões o mais breve possível para estabelecer os detalhes técnicos para a implementação dos acordos e a monitorização e controlo do seu cumprimento.

Zelensky levantou a possibilidade de os países europeus e a Turquia se juntarem aos esforços de verificação do entendimento juntamente com os EUA, e disse que o lado ucraniano informaria imediatamente Washington sobre quaisquer violações russas.

O Presidente ucraniano negou que a delegação de Kiev, liderada pelo ministro da Defesa, Rustem Umerov, tenha discutido uma possível distribuição de territórios ilegalmente anexados pela Rússia, embora tenha dito que os Estados Unidos provavelmente discutiram o assunto com os negociadores do Kremlin.

Noutra frente negocial, Zelensky revelou que Os Estados Unidos propuseram o texto de um novo acordo sobre os minérios do seu país. “Ontem [segunda-feira], a minha equipa informou-me sobre o novo acordo. Este é um acordo de grande escala, tal como previsto pelo lado americano. É assim que eles o veem. Passou por etapas anteriores, como o acordo-quadro (…) Agora, os Estados Unidos propuseram um acordo importante imediatamente”, disse Zelensky, citado a este respeito pela agência Ukrinform.

Os Estados Unidos anunciaram um entendimento com as delegações ucraniana e russa para uma trégua dos combates no mar Negro, no âmbito das negociações na Arábia Saudita sobre o conflito na Ucrânia.

Os dois países concordaram “garantir a segurança da navegação, eliminar o uso da força e impedir o uso de embarcações comerciais para fins militares no mar Negro”, afirmou a Casa Branca, que fez o anúncio do acordo com Kiev e Moscovo em declarações separadas. Nos textos, Washington indicou também que as partes deram o seu acordo para “desenvolver medidas” com vista a proibir os ataques às instalações energéticas russas e ucranianas.

Em relação à Rússia, os Estados Unidos comprometeram-se a ajudar a restaurar o acesso ao “mercado global de exportações agrícolas e de fertilizantes”, bem como a facilitar o acesso aos portos e aos sistemas de pagamento destas transações. Sobre a Ucrânia, a administração do Presidente norte-americano, Donald Trump, prometeu “ajudar a concretizar a troca de prisioneiros de guerra, a libertação de civis e o regresso de crianças ucranianas transferidas à força” para território russo.

“Os Estados Unidos vão continuar a facilitar as negociações entre os dois lados para alcançar uma solução pacífica, consistente com os acordos alcançados em Riade”, acrescentou a Casa Branca, na sequência das negociações com os representantes de Kiev e Moscovo, iniciadas no domingo na capital saudita.

A Rússia já tinha exigido “garantias claras de segurança” à Ucrânia para retomar a implementação da Iniciativa do mar Negro, que vigorou no primeiro ano do conflito, em 2022.

A Iniciativa do Mar Negro, uma trégua marítima assinada em junho de 2022 e em vigor durante um ano, com envolvimento das Nações Unidas e da Turquia, permitiu a exportação de milhões de toneladas de cereais e outros produtos alimentares dos portos ucranianos, bloqueados com o início da invasão russa.

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António Vitorino, Elisa Ferreira e Fernando Araújo nos mini Estados Gerais do PS

Antigos ministros de Guterres e o ex-CEO do SNS vão ser nome chave nas cinco prioridades do programa com que o PS concorre às legislativas: habitação e saúde, trabalho, defesa, ambiente e justiça.

Fernando Araújo, Elisa Ferreira, António Vitorino vão liderar os mini Estados Gerais do PS de Pedro Nuno Santos.

O secretário-geral socialista, Pedro Nuno Santos, convocou três nomes fortes para os mini Estados Gerais do PS: um histórico militante, António Vitorino, e dois independentes, Elisa Ferreira e Fernando Araújo, apurou o ECO junto de fonte partidária socialista. Os antigos ministros de Guterres e o ex-CEO do SNS, respetivamente, vão participar de forma ativa nas mesas setoriais dos encontros de preparação do programa eleitoral para as legislativas de 18 de maio. E são a forma como Pedro Nuno Santos quer mostrar capacidade de atração junto da sociedade civil.

Contactada oficialmente pelo ECO, fonte do gabinete do secretário-geral do PS não quis responder se António Vitorino e Elisa Ferreira vão fazer parte das mesas. No entanto, confirmou a presença de Fernando Araújo na sessão desta quarta-feira, dedicada à saúde, e remeteu a divulgação da lista dos participantes das restantes sessões para as vésperas dos respetivos painéis.

As cinco prioridades já foram anunciadas por Pedro Nuno Santos: habitação e saúde; economia e trabalho; defesa e política externa; ambiente e transição climática; justiça e segurança. Para ajudar a elaborar o programa com que o PS concorre às eleições, o partido vai realizar sessões temáticas ou mini Estados Gerais, que vão contar com a participação de Vitorino, Elisa Ferreira e Araújo. Os encontros, à porta fechada, arrancam já esta quarta-feira e terminam na próxima semana, a 1 de abril.

Com provas dadas a nível nacional e internacional, António Vitorino, que tem sido apontado como eventual candidato às Presidenciais apoiado pelo PS, terá um papel fundamental em áreas transversais defesa, segurança e imigração. O socialista foi ministro da Presidência e depois da Defesa, durante o primeiro Governo de António Guterres (1995-1997). Antes, assumiu o cargo de secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares no curto mandato (1983-1985) do Executivo de bloco central (PS/PSD), liderado por Mário Soares.

Vitorino foi ainda secretário-adjunto do Governador (1986-1987) de Macau e passou pelo Tribunal Constitucional, entre 1989 e 1994, como juiz conselheiro, eleito pelo Parlamento por indicação do PS. Entre 1999 e 2004, exerceu funções como comissário europeu, tendo ficado responsável pelo pilar da Justiça e Assuntos Internos. E, a 29 de junho de 2018, foi eleito pelos estados-membros da União Europeia diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações, iniciando funções em outubro de 2018 para um mandato de cinco anos, que terminou em 2023.

Elisa Ferreira participará nas mesas de discussão da economia e trabalho. Foi ministra do Ambiente, entre 1995 e 1999, e depois do Planeamento, entre 1999 e 2002, no primeiro e segundo executivos de António Guterres, respetivamente.

Depois de ter sido eurodeputada, entre 2004 e 2016, Elisa Ferreira foi vice-governadora do Banco de Portugal com a área da supervisão e, posteriormente, foi escolhida pelo então primeiro-ministro, António Costa, para comissária europeia com a pasta da Coesão e Reformas, cargo que exerceu até 2024.

Fernando Araújo, o primeiro diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), será o mentor dos mini Estados Gerais nas áreas sociais, designadamente saúde. Designado CEO do SNS, no final de 2022, pelo anterior Governo de maioria absoluta socialista de António Costa, acabaria por bater com a porta, no ano passado, quando o Executivo de Luís Montenegro tomou posse, alegando que não queria tornar-se um obstáculo ao Ministério da Saúde de Ana Paula Martins.

Antes de aceitar o cargo de CEO do SNS, Araújo presidiu, entre 2019 e 2022, ao conselho de administração do Centro Hospitalar Universitário São João, no Porto, naquele que foi o período mais tenso marcado pela pandemia da covid-19. Foi ainda secretário de Estado adjunto e da Saúde, entre 2015 e 2018, quando Adalberto Campos Fernandes assumiu a pasta.

O tiro de partido para a elaboração do programa eleitoral do PS foi dado na sexta-feira passada por Pedro Nuno Santos, quando anunciou as cinco áreas chave do programa eleitoral que vai resultar das conclusões que saírem de sessões, que se irão realizar entre 26 de março e 1 de abril. Este é o calendário: dia 26 será dedicado a habitação; 27 a trabalho, salários e economia; 29 a defesa; 31 a ambiente; e 1 de abril a justiça e segurança. António Vitorino, Elisa Ferreira e Fernando Araújo vão comandar os trabalhos destes mini-Estados Gerais.

Um dos grandes objetivos que deverá constar no programa eleitoral passa pela melhoria dos salários, não apenas do ordenado mínimo mas também dos vencimentos médios, sublinhou o líder socialista, na passada sexta-feira. Considerando que o acordo plurianual para a valorização dos rendimentos assinado pelo anterior Executivo “é insuficiente”, o PS vai propor uma atualização das metas, indicou Pedro Nuno Santos.

De recordar que o pacto subscrito no ano passado colocou a retribuição mínima a subir até aos 1.020 euros até 2028. Mas Pedro Nuno Santos não quis, para já, revelar qual será a proposta dos socialistas, sendo que, no programa com que concorreu às legislativas do ano passado, a fasquia estava nos 1.000 euros.

Habitação acessível “não só para os mais carenciados”, mas também para a classe média, é outra das prioridades do programa eleitoral, porque a falta de casas a custos comportáveis pelos portugueses “é um dos maiores dramas nacionais”, assinalou. A este propósito, salientou que Portugal “teve o maior crescimento dos preços da habitação da última década”.

“A política externa e investimento em defesa” também é uma das áreas mais importantes que estarão no programa eleitoral e que tem sido “desvalorizada pelo primeiro-ministro”, anotou Pedro Nuno Santos.

De lembrar que a União Europeia já instou os Estados-membros a gastarem mais em defesa, tendo em conta o contexto internacional, designadamente a postura dos EUA e a guerra na Ucrânia. E, para isso, criou um programa que permite não só atribuir empréstimos, no valor global de 150 mil milhões de euros, mas também flexibilizar as regras de disciplina orçamental. O primeiro-ministro, Luís Montenegro, já disse que só iria acionar esta cláusula de escape antes das eleições depois de consensualizar a medida com o PS.

“O território, o ambiente, a transição climática” são outras áreas “fundamentais”, e que estarão no programa eleitoral do PS. “A política climática não tem de ser adversária de uma vida justa, pode ser uma oportunidade de desenvolvimento”, defendeu.

Por fim, os socialistas vão “discutir a justiça, a celeridade da justiça, a ética e transparência na política e a segurança interna”, adiantou. “Esta é uma área fundamental para os governos do PS. Um país menos seguro é um país menos livre”, destacou. Pedro Nuno Santos afirmou que “o policiamento de proximidade é uma das bandeiras do PS, mas não só”.

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É oficial. PSD e CDS fecham acordo para governar a Madeira

Apesar da perda de um mandato nas legislativas regionais de domingo, igualando o pior registo em quase 50 anos, o deputado do CDS-PP é decisivo para que o PSD-Madeira possa governar em maioria.

O PSD e o CDS-PP na Madeira formalizaram, ao final da tarde desta terça-feira, o acordo que assegura uma maioria parlamentar na região, somando os 23 mandatos obtidos pelo PSD e o mandato único dos centristas. Com esta aliança, o centrista José Manuel Rodrigues irá integrar o Governo como secretário regional da Economia, lugar até aqui ocupado por Eduardo Jesus.

“Este acordo corresponde à vontade manifestada pelo povo madeirense nas eleições de ter estabilidade política e um Governo para quatro anos na nossa região”, afirmou José Manuel Rodrigues, líder do CDS-PP na região.

“O CDS que nos últimos anos foi sempre um referencial de estabilidade e de governabilidade na Madeira, volta a mostrar o seu sentido de responsabilidade, assegurando uma maioria parlamentar para aprovação do programa do Governo, para aprovação dos orçamentos anuais, dos planos de investimento e das reformas políticas, económicas e sociais necessárias ao desenvolvimento regional”, acrescentou.

O acordo “será cumprido pelos dois partidos”, assegura o social-democrata, que reedita uma maioria do PSD com apoio do CDS-PP.

Dirigindo-se a José Manuel Rodrigues como “futuro colega de Governo”, Miguel Albuquerque salientou que o “histórico de acordos de incidência parlamentar e governativa com o CDS sempre foram cumpridos” e deixou a convicção de que aquele agora firmado “será integralmente cumprido por ambos os partidos”.

A ligação implica alguns compromissos, com destaque para uma nova lei de incompatibilidades para os titulares de cargos públicos regionais. Os dois partidos irão trabalhar para uma revisão da constituição da República com maiores poderes para as autonomias e revisão da lei das finanças regionais – “obrigando o Estado a cumprir o princípio da continuidade territorial, a cobrir os custos de insularidade e possibilidade de criação de um sistema fiscal próprio na Madeira”, avançou o centrista.

A assinatura do acordo decorreu com a presença dos dois líderes partidários, os quais acertaram a possibilidade de negociação de coligações em futuras eleições. “Este é um bom acordo para os dois partidos”, considera o líder do CDS-PP. Com a entrada de José Manuel Rodrigues no Governo, a representação do partido na Assembleia Regional será feita pela deputada Sara Madalena.

As eleições de domingo determinaram a vitória do PSD com 43,4% dos votos e 23 mandatos. O partido foi a escolha de mais 13 mil eleitores do que nas legislativas regionais de 2024. O Juntos Pelo Povo (JPP) teve 21% e conquistou 11 mandatos. O PS caiu para terceira força política, com 15,4% e oito mandatos. O Chega alcançou três lugares na Assembleia Legislativa Regional, com 5,5%. CDS-PP com 3% e Iniciativa Liberal com 2,2% ficaram ambas com um mandato. Apesar da perda de um deputado, o CDS acabou por ser determinante para formar maioria.

O PAN perdeu o lugar que tinha no parlamento regional e o PCP e Bloco de Esquerda voltaram a não conseguir eleger.

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Portugal é o 33º país com mais empresas valiosas per capita

Ocupa a 26ª posição em termos de 'billion dollar companies' por quilómetro quadrado e o 33º lugar na tabela por cada milhão de habitantes, de acordo com o ranking elaborado pela Best Brokers.

Portugal está na 26ª posição em termos de empresas billion dollar por km2 e no 33º lugar por cada milhão de habitantes, de acordo com o ranking elaborado pela Best Brokers, que analisa apenas as empresas que estão em bolsa e deixa de lado os unicórnios privados.

O destaque deve-se às empresas que mais pesam no PSI, entre as quais a EDP e EDP Renováveis, Galp, Jerónimo Martins ou BCP.

 

Enquanto os Estados Unidos acolhem o maior número de empresas em bolsa que valem milhares de milhões (1873 empresas), o Mónaco, o Luxemburgo e a Islândia têm a maior quantia de negócios ‘bilionários’ per capita. Só o microestado na costa do Mediterrâneo, com menos de 40 mil pessoas, tem três empresas valiosas de capital aberto. Curiosamente, são todas ligadas ao transporte marítimo, que fornecem e/ou gerem navios de carga.

“Da mesma forma, o Luxemburgo, que, juntamente com o Mónaco, é um dos microestados mais notáveis da Europa (devido ao seu território e à dimensão da sua população), tem um grande número de empresas de milhares de milhões de dólares per capita”, escreve Paul Hoffman, especialista em mercados financeiros da Best Brokers.

“No entanto, se olharmos para as nações maiores, podemos ver que os países da Europa Ocidental e da Escandinávia têm algumas das maiores concentrações de empresas de elevada capitalização. A Suíça ocupa o 4º lugar, com 13,8 empresas por milhão de cidadãos, seguida pela Suécia, em 5º lugar, com 10,5 empresas por milhão de pessoas”, assinala o relatório.

Já a Noruega ocupa a 8ª posição com 7,6 empresas por milhão de habitantes, enquanto a Dinamarca apresenta-se pouco depois – na 10ª posição – com 6,7 empresas por milhão de habitantes.

A tabela da empresa de trading Best Brokers foi elaborada através de dados da CompaniesMarketCap, através da qual foram identificadas 5.522 empresas cotadas com uma capitalização de mercado de mais de mil milhões de dólares. A recolha de informação também abrangeu o CIA World Factbook e Banco Mundial, além das Nações Unidas ou fontes estatísticas oficiais dos países sobre demografia.

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Arena Media Portugal conquista a 4ª posição no ranking WARC Effective 100

  • + M
  • 25 Março 2025

O ranking global de eficácia do WARC de 2025 é liderado pela Wavemaker (Índia), Starcom (EUA) e Mindshare (EUA). À Arena Media (Portugal) na quarta posição segue-se a PHD (Inglaterra).

A Arena Media Portugal voltou a integrar o ranking WARC Effective 100, conquistando desta vez a quarta posição entre as agências de meios mais eficazes do mundo, numa melhoria significativa face ao 12º lugar conquistado no ano passado.

“Subir do 12º para o 4º lugar num ranking tão competitivo como o WARC Effective 100 é um feito extraordinário e motivo de enorme orgulho para toda a equipa da Arena Media. Esta conquista reflete a nossa abordagem estratégica e inovadora, sempre focada em gerar valor real para os nossos clientes. Continuaremos a desafiar os limites da comunicação, impulsionando resultados eficazes e duradouros“, diz Filipe Neves, managing director da Arena Media Portugal, citado em comunicado.

O ranking global de eficácia do WARC (World Advertising Research Center) é liderado pela Wavemaker (Índia), Starcom (EUA) e Mindshare (EUA). À Arena Media (Portugal) na quarta posição segue-se a PHD (Inglaterra).

Já entre as agências criativas mais eficazes, lidera este ano a Leo Burnett Mumbai, seguindo-se a Ogilvy Mumbai e a AlmapBBDO São Paulo. A McCann Nova Iorque e a McCann Gurgaon completam os primeiros cinco lugares do ranking.

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Quer comprar um carro elétrico? Pode candidatar-se a cheque de 4.000 euros a partir de 31 de março

As candidaturas vão manter-se abertas por um período de 45 dias ou até se esgotar a dotação disponível, no valor de 13,5 milhões de euros para particulares.

As candidaturas aos apoios para a compra de veículos elétricos vão abrir no próximo dia 31 de março, avançou o ministério do Ambiente e Energia. As candidaturas para pedir este cheque, que poderá chegar aos 4.000 euros, estão abertas por um período de 45 dias, ou até que se esgote a dotação de 13,5 milhões que o Governo tem para estes apoios.

As candidaturas aos apoios, concedidos através do Fundo Ambiental, para a compra de veículos de emissões nulas estarão abertas por um período de 45 dias ou até esgotar a dotação disponível, acrescenta o mesmo comunicado.

A medida inclui uma dotação de 13,5 milhões para veículos de passageiros, onde estão incluídos carros, bicicletas, motociclos e carregadores.

No caso dos automóveis ligeiros de passageiros, o incentivo vai até 4.000 euros para particulares que comprem um carro novo 100% elétrico, cujo valor de aquisição não seja superior a 38.500 euros (incluindo IVA e despesas associadas) ou 55.000 euros no caso de veículos com mais de 5 lugares.

Já no caso de bicicletas de carga, bicicletas elétricas e convencionais, os apoios variam entre os 500 euros e os 1.500 euros, com majoração para bicicletas elétricas.

Quem comprar motociclos, triciclos, quadriciclos e outros dispositivos de mobilidade pessoal elétricos pode receber um “cheque” até 1.500 euros.

Já os carregadores para veículos elétricos em condomínios multifamiliares têm um incentivo de 80% do valor de aquisição do carregador (até 800€), por lugar de estacionamento, ao qual pode acrescer 80% do valor da instalação elétrica (até 1.000€ por lugar de estacionamento).

O comunicado explica ainda que no ato de candidatura não é necessário apresentar o comprovativo de aquisição do veículo, com o processo a iniciar-se com a submissão da candidatura.

“Caso esta seja aprovada, o beneficiário dispõe de um prazo de 90 dias para proceder à aquisição do veículo e à entrega dos documentos exigidos, nomeadamente o comprovativo do abate de um veículo com mais de 10 anos, através do formulário disponível no site do Fundo Ambiental. Dessa forma, o candidato pode saber, com antecedência, se terá direito ao apoio
financeiro disponibilizado pelo Fundo Ambiental”, explica o ministério.

A medida inclui ainda dois milhões para o apoio de veículos elétricos de mercadorias, dirigido a empresas. Para os veículos ligeiros de mercadorias 100% elétricos, o Fundo Ambiental reserva um incentivo até 6.000 euros, limitado a dois veículos por beneficiário.

Para as bicicletas de carga com ou sem assistência elétrica, as pessoas coletivas podem candidatar-se a um apoio de 50% do valor de aquisição, até um máximo de 1.500 euros (elétricas) ou 1.000 euros (convencionais), com limite de quatro unidades por beneficiário.

(Notícia atualizada às 18h10)

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Pedro Nuno deve explicações sobre negócio com Neeleman na TAP, consideram PSD e CDS

  • Lusa
  • 25 Março 2025

Partidos da Aliança Democrática consideram que Pedro Nuno Santos tem de explicar 55 milhões pagos pelo Estado a Neeleman em 2020 para recomprar a participação na TAP.

PSD e CDS consideram que Pedro Nuno Santos, enquanto antigo ministro socialista, deve explicações sobre o pagamento “sem fundamento” de 55 milhões de euros a David Neeleman para o Estado recomprar a posição deste empresário na TAP.

Esta ideia foi defendida em declarações aos jornalistas, na Assembleia da República, pelo coordenador social-democrata na Comissão de Economia, Gonçalo Laje, e pelo líder parlamentar do CDS, Paulo Núncio.

Paulo Núncio, antigo secretário de Estado dos executivos liderados por Pedro Passos Coelho, afirmou que a informação agora prestada pela Parpública, a propósito da compra da TAP pelo Estado, “demonstra uma vez mais a total irresponsabilidade, incompetência e leviandade do então ministro das Infraestruturas e atual secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos“.

“A Parpública denuncia que esta operação foi feita com total falta de transparência, uma vez que esta holding do Estado – estranhamente e ao contrário do que seria normal – não teve qualquer intervenção no processo, o qual foi conduzido exclusivamente por Pedro Nuno Santos. Igualmente grave, a Parpública denuncia que nem existe qualquer estudo económico ou financeiro que fundamente o valor de 55 milhões de euros que o Estado pagou a David Neeleman pelas suas ações”, declarou o presidente do Grupo Parlamentar do CDS.

[Pedro Nuno Santos] com total opacidade e sem qualquer fundamentação, utilizou dinheiros públicos no valor de 55 milhões de euros para comprar uma empresa falida.

Paulo Núncio

Presidente do Grupo Parlamentar do CDS

Para Paulo Núncio, o atual secretário-geral do PS, “com total opacidade e sem qualquer fundamentação, utilizou dinheiros públicos no valor de 55 milhões de euros para comprar uma empresa falida”, a TAP.

“Um ministro que atua com este nível de irresponsabilidade, falta de transparência e leviandade não tem condições para ser primeiro-ministro“, concluiu.

Gonçalo Laje assinalou que houve um pagamento de 55 milhões de euros do Estado para a recompra de capital ao empresário norte-americano David Neeleman, mas que, até hoje, “é impossível saber quem participou nesse processo de decisão”.

“Estamos perante uma decisão arbitrária e unilateral tomada por Pedro Nuno Santos, sem qualquer fundamentação”, sustentou o coordenador do PSD na Comissão de Economia.

Gonçalo Laje fez também alusão a outros episódios relativos à TAP ocorridos no tempo em que Pedro Nuno Santos desempenhou as funções de ministro das Infraestruturas, como “despedimentos combinados por WhatsApp e a aprovação de um aeroporto quando o primeiro-ministro [António Costa] estava fora do país”.

Um cheque de 55 milhões de euros pago a uma empresa que estava com capitais próprios negativos de 578 milhões de euros tem de ser escrutinado.

Gonçalo Lage

Deputado do PSD

“Agora, estes 55 milhões de euros pagos a David Neeleman em plena pandemia [da covid-19] sem qualquer avaliação da própria empresa. Isto deixa-nos obviamente preocupados”, acrescentou.

Perante os jornalistas, o deputado social-democrata defendeu a tese de que “um cheque de 55 milhões de euros pago a uma empresa que estava com capitais próprios negativos de 578 milhões de euros tem de ser escrutinado“.

“Precisamente por estarmos em campanha eleitoral, temos de ser responsáveis pelas nossas decisões e temos que perceber o impacto das mesmas. E neste caso fica claro que houve uma decisão que lesou o Estado em 55 milhões de euros, porque não teve qualquer fundamento”, acrescentou.

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McDonald’s vai recrutar 2.500 pessoas em Portugal até ao fim de junho

McDonald's tem vagas desde funções de entrada a oportunidades para gerentes. No total, quer recrutar 2.500 pessoas até ao final do primeiro semestre.

Com mais de 11 mil trabalhadores sob a sua alçada em Portugal, a McDonald’s quer expandir as suas equipas até ao final do primeiro semestre. Está, assim, a recrutar mais de 2.500 trabalhadores para os restaurantes de todo o país, com vagas que vão desde funções de entrada a oportunidades para gerentes.

“A McDonald’s pretende reforçar as equipas com a contratação de cerca de 2.500 novos colaboradores a nível nacional. As vagas vão desde funções de entrada – operadores (funcionários), treinadores e relações públicas – até funções de gestão – assistente de gerência, sub-gerente e gerentes de restaurante“, informa a gigante da restauração numa nota enviada esta terça-feira às redações.

O Porto fica com o maior número de vagas: 650. Já em Leiria há 220 vagas disponíveis. Em Bragança e Vila Real, mais de 200. No Alentejo 240. Em Guimarães, 90. Na Covilhã e em Viseu, 75. E em Coimbra 60. Os interessados devem indicar a região preferencial e a função pretendida na candidatura, que deve ser feita online.

“Os candidatos podem esperar da McDonald’s um conjunto de benefícios, como seguro de saúde ou prémios de mérito e de desempenho, que reconhecem a contribuição dos colaboradores para o sucesso da empresa. A McDonald’s aposta ainda no desenvolvimento profissional dos colaboradores, implementando planos de formação e de progressão adequados à experiência e ambição de cada um, e também no desenvolvimento pessoal, tendo os colaboradores a oportunidade de aceder a bolsas de estudo para o ensino superior, na área da sua escolha”, explica a empresa.

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EUA são o segundo maior comprador de petróleo à Venezuela. Trump impõe tarifas a clientes de Caracas

  • Joana Abrantes Gomes
  • 25 Março 2025

China será a principal vítima das “tarifas secundárias” anunciadas pelo líder da Casa Branca, mas os próprios EUA também importam petróleo venezuelano, valendo mais de 20% das exportações do país.

A guerra comercial de Donald Trump está a entrar num novo capítulo. Na segunda-feira, o presidente norte-americano anunciou que, a partir de 2 de abril, vai impor tarifas aduaneiras de 25% sobre todas as importações de qualquer país que compre petróleo ou gás da Venezuela. Mas, afinal, quais são os principais países clientes deste país da América Latina?

Um relatório da Administração de Informação Energética dos EUA (EIA, na sigla em inglês), a agência estatística do departamento de Energia norte-americano, mostra que a China é o maior consumidor de petróleo da Venezuela. Só em 2023, o último ano para o qual há dados disponíveis, Pequim absorveu 68% das exportações de “ouro negro” do país liderado por Nicolás Maduro.

Como o petróleo venezuelano representa, ainda assim, uma parcela pequena das importações da China, a ameaça de tarifas mais altas — a que acrescerá a tarifa de 20% sobre os produtos chineses que entram em território norte-americano — provavelmente fará com que o gigante asiático procure petróleo noutras geografias, segundo Jorge León, analista da consultora Rystad Energy citado pelo The New York Times.

Fonte: U.S. Energy Information Administration (EIA)

No entanto, os dados da EIA revelam uma surpresa: nesse ano, os Estados Unidos (23%) foram o segundo país que mais petróleo bruto importou da Venezuela, apesar das sanções impostas desde 2019.

E de acordo com o Census Bureau, em janeiro deste ano, os EUA importaram 8,6 milhões de barris de petróleo da Venezuela, num total de cerca de 202 milhões de barris importados no primeiro mês de 2025, que coincidiu com a tomada de posse de Donald Trump.

No ano passado, a Venezuela foi um dos principais fornecedores estrangeiros de petróleo aos Estados Unidos, de acordo com o Departamento do Comércio norte-americano. No total, a maior economia do mundo comprou 5,6 mil milhões de dólares (5,1 mil milhões de euros) de petróleo e gás à Venezuela em 2024.

Voltando ao relatório da EIA, com dados de 2023, Espanha (4%), Cuba (4%), Malásia (0,3%), Rússia (0,2%), Singapura (1%), Bahamas (0,03%) e Vietname (0,01%) também receberam petróleo da Venezuela. Também a Índia, segundo um relatório da Rystad Energy, terá comprado petróleo ao país sul-americano.

Washington prorroga licença da Chevron para produzir petróleo… na Venezuela

Também na segunda-feira, o Tesouro prorrogou a licença da Chevron, a segunda maior petrolífera dos EUA, para produzir petróleo na Venezuela até 27 de maio, quando o prazo inicial para o encerramento das operações era até 3 de abril.

A decisão surge depois de, no final de fevereiro, Donald Trump ter garantido que iria reverter uma decisão da Administração Biden que permitiu à Chevron reiniciar a produção de petróleo naquele país.

O CEO da Chevron, Mike Wirth, negociou com a Administração Trump esta extensão da licença na Venezuela, onde participa em cinco projetos onshore e offshore. No entanto, a partir do momento em que a licença seja revogada, cumprindo as ameaças da Casa Branca, as compras norte-americanas de petróleo venezuelano vão logicamente diminuir.

Segundo o The Wall Street Journal, o objetivo das tarifas agora anunciadas passa por dificultar a entrada da China na indústria petrolífera venezuelana. Em 2023, a Venezuela tinha as maiores reservas comprovadas de petróleo bruto do mundo, com aproximadamente 303 mil milhões de barris, representando cerca de 17% das reservas mundiais. Apesar disso, o país produziu 0,8% do total mundial de petróleo bruto nesse ano, contabiliza a EIA.

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