O custo de apagar a luz tirou mais de mil milhões à economia nacional

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  • 10 Julho 2025

Peritos alertaram, em conferência organizada pela Proforum, que o apagão de abril revelou fragilidades nas infraestruturas críticas e na preparação do país. “Não estamos preparados”, apontam.

O apagão elétrico de 28 de abril, que afetou Portugal e Espanha durante várias horas, foi um aviso para as fragilidades que ainda persistem nas infraestruturas críticas, sobretudo num contexto de crescente eletrificação e digitalização. A conferência “Impactos do ‘Apagão’ em Infraestruturas Críticas”, organizada na quinta-feira pela Proforum, em Lisboa, reuniu especialistas de setores chave como a energia, comunicações, transportes e água para uma análise profunda das consequências do incidente e das lições que dele se retiram.

“Um mal que veio por bem”

O sistema elétrico europeu é uma máquina de precisão com interligações delicadas e, quando algo falha, o efeito dominó pode ter consequências sérias. “Em três segundos, desapareceram mais de 10 mil megawatts da rede”, lembrou António Vidigal, consultor em sistemas elétricos. A origem do problema esteve do outro lado da fronteira, mas os efeitos foram sentidos também em território português, onde se sentiram constrangimentos que, embora sérios, não provocaram danos profundos – em Espanha, por outro lado, registaram-se mortes associadas a este evento. “Não havia absolutamente nada que pudéssemos ter feito”, sublinhou o especialista.

António Vidigal defende que o incidente deve ser visto como um alerta para que a rede seja preparada para lidar com situações deste tipo, nomeadamente em caso de guerra ou catástrofe natural, como um sismo. “Foi um mal que veio por bem. Qualquer dia vamos ter um problema destes a sério e, nesse caso, não estamos preparados”, lamenta.

António Vidigal, consultor em sistemas elétricos, Vítor Santos, professor catedrático no ISEG e antigo presidente da ERSE, José Sardinha, presidente da EPAL, Miguel Cruz, presidente da Infraestruturas de Portugal e Jorge Graça, administrador executivo da NOS

Vítor Santos, professor catedrático no ISEG e antigo presidente da ERSE, destacou que os custos de interrupções no fornecimento elétrico na Europa rondam os 50 mil milhões de euros anuais, impulsionados sobretudo pelos fenómenos climáticos extremos. No caso do apagão ibérico, estimativas apontam para perdas de 1,1 mil milhões de euros em Portugal e 4,5 mil milhões em Espanha, segundo contas de Óscar Afonso, professor na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Outros estudos, como os promovidos pela CIP e AIP, apontam para impactos ainda maiores na ordem dos 2 mil milhões de euros.

“O que é preocupante não são só os danos diretos, mas o impacto reputacional”, alertou. “Os apagões são como desastres de aviação – raros, mas com enorme cobertura mediática. Isso pode afetar o investimento direto estrangeiro”, apontou. E lembrou, a título de exemplo, o caso do Texas onde uma sequência de apagões, em 2021, teve impactos estimados entre 89 mil e 125 mil milhões de dólares, levando a uma reformulação total da operação energética no estado.

E o impacto nas infraestruturas críticas?

No setor da água, que representa cerca de 3% do consumo energético do país, os sistemas de contingência provaram a sua eficácia. “As reservas [de água] funcionaram muito bem. Temos infraestruturas elevadas que permitem o funcionamento por gravidade. Na generalidade, não houve falhas de abastecimento”, garantiu José Sardinha, presidente da EPAL. A empresa mantém ainda um sistema autónomo de comunicações, testado regularmente em exercícios como o “dia de rádio”, em que toda a operação é feita sem telemóveis ou rede fixa. “Este treino revelou-se muito útil durante o apagão”, sublinhou.

Já nas telecomunicações, a resposta foi mais tensa. Jorge Graça, administrador executivo da NOS, revelou que a operadora teve de transportar combustível manualmente em jerricãs para garantir a alimentação elétrica dos data centers.

“As redes móveis aguentaram-se bem em Portugal, ao contrário de Espanha, onde colapsaram ao fim de 15 minutos”, disse. Ainda assim, a pressão sobre a rede foi evidente, com deslocações massivas de pessoas para zonas em que a infraestrutura não estava preparada. “Temos de pensar se, numa crise séria, devemos limitar o acesso a redes sociais para garantir a capacidade da rede em processos críticos”, sugere.

O responsável da operadora de telecomunicações reforçou também a necessidade de definir claramente os corredores de comunicação que devem resistir a tudo, sobretudo em casos de catástrofe. “É possível criar bolhas de conectividade à prova de falhas. Mas é preciso identificar e investir”, afirma, pedindo que esse trabalho seja feito em antecipação.

Jorge Graça, administrador executivo da NOS, revelou que a operadora teve de transportar combustível manualmente em jerricãs para garantir a alimentação elétrica dos data centers

No setor dos transportes, Miguel Cruz, presidente da Infraestruturas de Portugal, garantiu que “o apagão não teve consequências sobre a segurança das infraestruturas rodoviárias e ferroviárias”. Nesse dia, a greve da CP limitava já a circulação e os comboios a diesel acabaram por ser suspensos por precaução e para evitar acidentes, devido às falhas nos sistemas de sinalização. No entanto, surgiram dificuldades logísticas inesperadas. “O centro de controlo do tráfego manteve-se com geradores, mas ao longo do dia fomos perdendo algumas câmaras. E só conseguimos reabastecer combustível à noite, apesar de estarmos na lista de prioridades. Isto deve ser algo a rever”, defende.

O líder da IP sublinhou ainda a necessidade de reforçar a autonomia energética e a definição clara do que é crítico: “Temos de aumentar a capacidade de geradores nos pontos-chave. E temos de ter planos fora do computador, porque se falhar a energia não podemos depender de ficheiros digitais”, conclui.

Coordenação é fundamental

Um dos temas transversais ao painel foi a falta de coordenação e clareza na resposta, que deve ser mais ágil em situações deste tipo. “Não faz sentido demorar horas a montar equipas. A resposta tem de surgir na primeira meia hora”, criticou Jorge Graça. Para Vítor Santos, a recente transposição da diretiva europeia sobre entidades críticas, publicada em março, é uma oportunidade para melhorar. “As entidades têm agora dez meses para elaborar planos de continuidade e resiliência. Temos a oportunidade de fazer bem feito”, reitera.

Com as alterações climáticas e o aumento de fenómenos climáticos extremos, a eletrificação transversal da economia e a ameaça crescente de ciberataques, o que aconteceu a 28 de abril não foi apenas um susto, mas antes um ensaio geral. Os especialistas pedem, por isso, que o Governo e as entidades responsáveis sejam capazes de preparar o país para situações anómalas como a que se viveu na Península Ibérica.

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Valor dos imóveis para efeitos de IMI com maior subida em dez anos

  • ECO
  • 10 Julho 2025

Subida levou a um aumento de quase 5% no imposto a liquidar, não foi mais acentuado porque o valor patrimonial tributário (VPT) isento também registou uma variação positiva (1,5%).

O valor patrimonial tributário (VPT) dos imóveis sujeitos a IMI ascendeu a 505 mil milhões de euros no ano passado, o que representa um aumento de 7,03% face a 2023, o maior da última década, avança o Jornal de Negócios, com base nas estatísticas dos impostos sobre o património divulgados pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) esta semana.

Esta subida levou igualmente a um aumento, de quase 5%, no imposto a liquidar pelas Finanças, não tendo sido mais acentuado porque o VPT isento registou também uma variação positiva, de 1,5%, e ainda porque, em ano de eleições autárquicas, mais de metade das câmaras decidiu cobrar pela taxa mínima, de 0,3%.

O aumento de receita resultou também do adicional ao IMI (AIMI) que, no ano passado, ascendeu a 154,52 milhões de euros, mais 5,68% do que em 2023. Grande parte deste valor foi pago por empresas e heranças indivisas (121 milhões). Este imposto, cuja receita está consignada ao Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS), incidiu, em 2024, sobre 570.961 prédios, num total de 93.516 sujeitos passivos. O VPT global ascendeu a 33,62 mil milhões de euros.

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Hoje nas notícias: valor dos imóveis, IP e fraudes

  • ECO
  • 10 Julho 2025

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O valor patrimonial tributário disparou 7,03% em 2024, o maior aumento dos últimos dez anos. A Infraestruturas de Portugal (IP) ficou de fora dos apoios de 2,8 mil milhões de euros do Mecanismo Interligar a Europa, que ajudam os Estados-membros na área dos transportes. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta quinta-feira.

Valor dos imóveis para efeitos de IMI com maior subida em dez anos

O valor patrimonial tributário (VPT) dos imóveis sujeitos a IMI ascendeu a 505 mil milhões de euros no ano passado, o que representa um aumento de 7,03% face a 2023, o maior da última década. Esta subida levou igualmente a um aumento, de quase 5%, no imposto a liquidar pelas Finanças, não tendo sido mais acentuado porque o VPT isento registou também uma variação positiva, de 1,5%, e ainda porque, em ano de eleições autárquicas, mais de metade das câmaras decidiu cobrar pela taxa mínima, de 0,3%.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Infraestruturas de Portugal de fora dos fundos para a alta velocidade

A Infraestruturas de Portugal (IP), que em janeiro voltou a candidatar-se aos fundos do Mecanismo Interligar a Europa (CEF, na sigla em inglês) para a primeira fase do projeto da alta velocidade Lisboa – Porto, ficou fora da corrida a estes apoios para os transportes, mas diz estar a avaliar apresentar-se à “repescagem”. Fonte oficial da empresa liderada por Miguel Cruz explica que, ao contrário do que aconteceu no ano passado em que 729 milhões de euros de fundos do CEF estavam reservados a Portugal, agora candidatura portuguesa “foi avaliada em regime concorrencial”, tendo “o valor global das candidaturas apresentadas no âmbito desta nova call superado largamente o valor total disponível”, de 2,8 mil milhões de euros.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Finanças recebem recorde de denúncias sobre fraudes

O Fisco recebeu 7.257 denúncias sobre eventuais fraudes fiscais em 2024, mais 4% face a 2023, mas mais 450% do que as 1.318 participações registadas há dez anos, sendo que 71% desses casos teve a ver com omissão de rendimentos, segundo o relatório anual de combate à fraude e evasão tributárias e aduaneiras. As irregularidades relativas ao arrendamento estiveram na base de 13% das queixas e as divergências de faturação representaram 8% das denúncias. A grande maioria das denúncias apresentadas teve origem interna, isto é, foi proveniente de outros organismos públicos que detetaram os casos e avançaram com as queixas.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago)

“Serviços mínimos são um tema que pede uma reponderação”, diz Pais Antunes

O presidente do Conselho Económico e Social (CES), Luís Pais Antunes, considera que “há melhorias a introduzir” na legislação laboral, apontando que a matriz desta em Portugal “continua a ser do século passado”. “Não é por termos soluções muito fechadas que o sistema de relações laborais defende mais os interesses e os direitos do trabalhador”, avisa, em entrevista ao Público e à Renascença. Sobre a lei da greve, o antigo secretário de Estado, que conduziu as negociações do Código do Trabalho de 2003, defende que “os serviços mínimos são um tema que pede uma reponderação”, sobretudo “quando estão em causa situações em que a compatibilização de direitos, liberdades e garantias concorrentes suscitam maiores preocupações”.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

Rede de mulheres ganha dois milhões de euros com casamentos por conveniência

Uma rede organizada que promovia casamentos de conveniência para que imigrantes pudessem obter autorização de residência e nacionalidade portuguesa terá lucrado, pelo menos, dois milhões de euros com o esquema. Ao todo, foram realizados 60 casamentos fraudulentos entre mulheres portuguesas e homens oriundos de países fora do espaço europeu, sendo que os nubentes estrangeiros “pagavam dezenas de milhares de euros” para contrair o matrimónio. Em média, cada casamento terá custado mais de 30 mil euros ao noivo.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

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A inovação pode acelerar a transição para uma mobilidade mais sustentável nas nossas cidades

  • ECO
  • 10 Julho 2025

Sofia Taborda, especialista em inovação e mobilidade, é a convidada do mais recente episódio do podcast ECO Auto. A inovação e mobilidade sustentável nas cidades foi um dos principais temas abordados.

Sofia Taborda é a convidada do ECO Auto, um podcast sobre o futuro da mobilidade, que surge de uma parceria do ECO com o Mundo Automóvel. Licenciada em engenharia do ambiente e Mestre em Engenharia e Gestão de Tecnologia, fala, neste episódio de inovação e mobilidade sustentável nas nossas cidades, no desenvolvimento de políticas relacionadas com transportes e o que falta para para conseguirmos acelerar a transição para um sistema de mobilidade ambientalmente mais eficiente.

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Com um percurso profissional entre a Academia, a consultadoria e a Future Cities Catapult em Londres, um centro de inovação na área das cidades inteligentes, Sofia Taborda destaca neste episódio alguns dos principais desafios para superar os desafios da mobilidade sustentável em várias frentes, como facilitar o acesso e criar condições para que as pessoas façam a transferência do automóvel para os transportes alternativos, aumento das redes cicláveis, melhoria do carregamento urbano, mas também a necessidade de algumas medidas restritivas como a redução da capacidade de estacionamento entre outras.

Sofia Taborda, especialista em inovação e mobilidade sustentável, é a convidada do mais recente episódio do podcast ECO Auto

Refere também a importância de reduzir a desigualdade existente no acesso aos serviços de mobilidade, nomeadamente nas regiões com grandes desafios de despovoamento e envelhecimento da população e o papel da inovação e da tecnologia para acelerar a transição para um sistema de mobilidade mais eficiente e sustentável. O futuro das cidades é o nosso futuro. Em Portugal que tem uma pirâmide etária invertida uma em cada cinco pessoas reporta ter alguma dificuldade na sua mobilidade de modo que qualquer solução de futuro deve ser criada em estreita colaboração com as pessoas.

Na comparação que faz entre as soluções adoptadas nos países da Europa e Portugal, a especialista em inovação e mobilidade sustentável começa por identificar as diferenças. As zonas metropolitanas têm uma dinâmica de mobilidade bastante diferente das restantes zonas do país o que obriga a tomar medidas diferenciadas tendo em conta a realidade de cada região, por exemplo, em zonas despovoadas onde o número e o perfil do cliente impõe soluções mais flexíveis, enquanto a principal diferença entre as realidades na Europa começam por ser de ordem cultural e influenciam as decisões na área da mobilidade.

Em Portugal temos uma tendência para tomar decisões definitivas sem acautelar a necessidade de corrigir eventuais erros que se tornam inimigos do desenvolvimento e da criação de novas soluções para responder às diferentes necessidades das pessoas. Precisamos de estabilizar os nossos fatores de decisão para priorizar os investimentos. A inovação pode ser apenas introduzir melhoramentos nos processos como o desenvolvimento dos sistemas de bilhética que tem vindo a ser introduzido em Portugal com um aumento da qualidade do serviço prestado, mais comodidade e rapidez e menor custo, que têm impacto nas decisões das pessoas.

O Podcast ECO Auto resulta de uma parceria com o Mundo Automóvel e está disponível no Spotify e na Apple podcasts.

Assista aqui ao episódio completo:

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Trump anuncia tarifas de 50% sobre o cobre a partir de 1 de agosto

  • Lusa e ECO
  • 10 Julho 2025

O cobre é necessário para semicondutores, aviões, navios, munições, centros de dados, baterias de iões de lítio, sistemas de radar, sistemas de defesa antimíssil e até armas hipersónicas, frisou Trump

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que as tarifas de 50% sobre as importações de cobre entrarão em vigor a 1 de agosto. Os futuros do cobre estão a negociar nos 5,58 dólares por libra esta quinta-feira, uma subida de 2,58%, rondando máximos históricos.

Estou a anunciar uma tarifa de 50% sobre o cobre, a partir de 1 de agosto de 2025, após ter passado por uma rigorosa revisão de segurança nacional“, disse na quarta-feira o republicano, na rede social que detém, a Truth Social.

Na terça-feira, Trump tinha anunciado a imposição de uma tarifa de 50% sobre o cobre, depois de já ter aplicado taxas semelhantes ao aço e ao alumínio.

No mesmo dia, o Presidente norte-americano divulgou planos para uma taxa até 200% para os produtos farmacêuticos, caso os fabricantes não estabeleçam fábricas nos Estados Unidos.

 

“Porque é que os nossos ‘líderes’ tolos (e sonolentos!) dizimaram esta importante indústria? Esta tarifa de 50% reverterá a irresponsabilidade e a estupidez da Administração Biden”, disse Trump, em referência ao anterior Presidente democrata, Joe Biden (2021-2025).

“Os Estados Unidos reconstruirão uma indústria de cobre dominante. ESTA É, AFINAL, A NOSSA ERA DE OURO!”, acrescentou o republicano.

Trump sublinhou que este material é o “segundo mais utilizado” pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos.

“O cobre é necessário para semicondutores, aviões, navios, munições, centros de dados, baterias de iões de lítio, sistemas de radar, sistemas de defesa antimíssil e até armas hipersónicas, das quais estamos a construir muitas”, acrescentou.

Em fevereiro, Trump ordenou ao Departamento do Comércio que abrisse uma investigação sobre potenciais tarifas sobre o cobre e apresentasse um relatório no prazo de 270 dias.

Na altura, o Presidente norte-americano ameaçou impor uma taxa de até 25% sobre as importações de cobre, uma medida que poderia vir a perturbar o mercado global de um dos metais mais omnipresentes do mundo, usado em tubos e cabos elétricos.

A maior empresa de comércio de cobre do mundo, a Trafigura, estimou que o preço poderia subir de dez mil dólares (9.270 euros) para 12 mil dólares (11.126 euros) por tonelada.

Em maio, Trump impôs uma sobretaxa mínima de 10% sobre todas as importações, mas com isenções, nomeadamente para o ouro, cobre, petróleo e produtos farmacêuticos.

Em 2024, os Estados Unidos importaram quase metade do cobre que consumiram, de acordo com o Serviço Geológico dos EUA, sendo que a maioria das remessas vieram do Chile e do Canadá.

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Cox assina uma colocação privada de 115 milhões de dólares com a Allianz para acelerar o seu plano estratégico

  • Servimedia
  • 10 Julho 2025

A transação está estruturada como uma obrigação sénior a 5 anos com um preço fixo equivalente em euros entre 5,25% e 5,50%, apoiada pela notação de grau de investimento do Cox Group.

A Cox, empresa de abastecimento de água e energia, concluiu com êxito uma colocação privada de 115 milhões de dólares com a Allianz Capital Partners of America. Esta transação demonstra a confiança do mercado financeiro no modelo de negócio da empresa e na sua estratégia de crescimento a longo prazo, apoiada pela participação de um investidor institucional líder.

Esta transação faz parte da estratégia global da Cox para consolidar a sua expansão nos seus principais mercados, reforçando a estrutura financeira da empresa. Enrique Riquelme, CEO da Cox, afirmou: “Estamos muito satisfeitos com a confiança depositada em nós pela Allianz Capital Partners of America. Este apoio permitir-nos-á acelerar o nosso crescimento e reforçar a nossa estrutura financeira. Com estes novos recursos, estamos numa posição ótima para continuar a crescer, consolidar a nossa presença no mercado e continuar a criar valor.

A operação foi assessorada pelo Banco Santander como único agente de colocação, Morrison Foerster como principal assessor jurídico do emissor e Rimôn Law como principal assessor jurídico do investidor.

A empresa foi recentemente classificada como Investment Grade, um reconhecimento que melhora o seu acesso a condições de financiamento mais competitivas e reforça a confiança do mercado e dos investidores.

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Doentes com cancro do cérebro pedem um acesso justo à nova terapia que melhora a sobrevivência

  • Servimedia
  • 10 Julho 2025

Uma nova terapia não invasiva, conhecida como TTFields (campos elétricos tumorais), demonstrou prolongar significativamente esta sobrevivência.

O glioblastoma é o tumor cerebral mais comum e agressivo nos adultos, com uma esperança média de vida inferior a 15 meses. Esta nova terapia já é utilizada em mais de 15 hospitais públicos espanhóis e a sua eficácia é avalizada pela Sociedade Espanhola de Oncologia Médica (SEOM) e pelo Grupo Espanhol de Investigação em Neuro-oncologia (GEINO), pelo que os doentes com cancro cerebral exigem um acesso justo a esta terapia.

No entanto, nem todos os doentes podem beneficiar desta tecnologia. Não por razões médicas, mas porque vivem numa comunidade autónoma onde ainda não foi implementada na maioria dos seus centros. Esta é uma realidade que afeta os doentes do País Basco, da Andaluzia, de Valência e das Ilhas Baleares, para mencionar apenas algumas regiões, que veem como os doentes com o mesmo diagnóstico têm acesso ao tratamento em certos hospitais de certas regiões, como Madrid, Catalunha, Galiza e Castela-La Mancha.

“Estamos a falar de uma terapia que é simples de utilizar, não requer hospitalização, não tem efeitos adversos e pode prolongar significativamente a sobrevivência em alguns casos. E, no entanto, continua a ser negada a muitos doentes por uma questão puramente territorial”, afirmou José Luis Mantas, presidente da Associação de Doentes com Tumores Cerebrais e do Sistema Nervoso Central (ASTUCE Espanha).

O dispositivo TTFields é transportado numa mochila e ligado a uma série de elétrodos colocados no couro cabeludo. Emite campos elétricos de baixa intensidade que impedem as células tumorais de se dividirem sem danificar os tecidos saudáveis. A sua utilização é diária e contínua, mas permite ao doente continuar a sua vida: sem rendimentos, sem efeitos secundários, sem mais toxicidade.

Os dados clínicos indicam que os doentes que a utilizam durante mais de 90% do tempo necessário podem aumentar as suas hipóteses de viver mais de cinco anos por um fator de seis. Trata-se de um avanço sem precedentes desde que o tratamento padrão baseado em cirurgia, quimioterapia e radioterapia foi introduzido em 2005. “Na Comunidade de Madrid, por exemplo, o Hospital Clínico San Carlos já tratou oito doentes com TTFields e os resultados são muito positivos. Mas noutras regiões continuamos à espera de uma decisão política ou administrativa, enquanto as semanas passam”, lamenta Mantas.

ACESSO DESIGUAL

A falta de implementação do TTFields não se deve ao facto de não estar aprovado, uma vez que está registado na Europa e em Espanha, incluído na base de dados de tecnologias da saúde e recomendado por especialistas. Também não se trata de uma questão de custos, segundo os doentes. “Os glioblastomas representam apenas 15% dos tumores cerebrais, e estes representam apenas 2% de todos os cancros. O impacto orçamental seria mínimo“, explica a ASTUCE Espanha, ”mas o benefício para as famílias seria enorme.

Na Andaluzia, por exemplo, onde se calcula que sejam diagnosticados 160 novos casos de glioblastoma por ano, não há um único hospital público que ofereça TTFields. A associação solicitou formalmente a sua incorporação no Serviço de Saúde da Andaluzia, sem qualquer resposta até à data.

Na Comunidade Valenciana, a situação é semelhante. “Não estamos a pedir um privilégio, mas uma oportunidade. E o direito a uma qualidade de vida que não dependa do mapa regional”, insiste a ASTUCE em nome dos doentes espanhóis.

TESTEMUNHOS

É o caso de A. P. O., que teve de recorrer a uma clínica privada em Madrid para que a sua mãe pudesse receber tratamento. “Gastámos mais de 300.000 euros. Nem toda a gente pode fazer isso. E não devíamos ter de o fazer”, lamenta.

A Lei Geral de Saúde e a Lei de Coesão do Sistema Nacional de Saúde estabelecem que todos os cidadãos devem ter igual acesso aos tratamentos disponíveis em Espanha. “Quando uma tecnologia é aprovada, recomendada e já está a ser utilizada nos hospitais públicos, impedir o acesso a ela noutras regiões pode ser uma violação desse direito”, adverte a ASTUCE Espanha.

Entretanto, os doentes de regiões como Múrcia, que já começou a incorporar os TTFields, estão a celebrar a decisão. “Não cura, mas muda completamente o panorama. E, sobretudo, dá-nos tempo”, explica uma doente em tratamento que prefere não revelar o seu nome.

OUTROS PAÍSES

A aplicação desigual contrasta com o que se passa noutros países. A França, a Alemanha, a Itália, a Áustria, a Suécia, o Japão e os Estados Unidos já integraram os campos de TT nos seus sistemas de saúde. “A Espanha não pode ficar para trás. E muito menos fragmentada por regiões”, afirma a ASTUCE Espanha.

A associação oferece colaboração técnica e científica para apoiar a avaliação e a incorporação dos campos de TT onde ainda não estão disponíveis. “Temos profissionais formados, provas clínicas, doentes dispostos. A única coisa que falta é vontade política”, concluem.

Porque, como salientam, em doenças como o glioblastoma, “todas as semanas contam”. E quando o acesso depende do local onde se vive, não se trata de um problema de saúde, mas de um problema de justiça.

Além disso, a associação lembra que a desigualdade de acesso é agravada pela “falta de interesse pela investigação sobre os tumores cerebrais, o cancro mais frequente nas crianças até aos sete anos e a principal causa de morte por cancro nesta idade, o que significa que estamos condenados à ignorância e à desesperança”.

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Quando a literacia financeira vence o ruído das redes sociais

  • ECO
  • 10 Julho 2025

Os vencedores do concurso “O Meu Futuro Financeiro” demonstram que a educação financeira é a base sólida para decisões conscientes, longe das modas e dos mitos digitais.

David Sousa, Leonor Rocha e Tiago Freitas, vencedores do concurso “O Meu Futuro Financeiro”, relatam no podcast do ECO algumas das estratégias de poupança e de investimento que usam na gestão das suas finanças, e abordam a necessidade de haver uma maior promoção da educação financeira nas escolas.Hugo Amaral/ECO

Numa altura em que os desafios económicos se intensificam e o nível de literacia financeira dos portugueses permanece entre os mais baixos da Europa, a iniciativa “O Meu Futuro Financeiro” surge como uma resposta para promover o conhecimento financeiro entre os jovens universitários.

Promovido pelo Banco de Portugal e pela CFA Society Portugal, este concurso reuniu 124 equipas de 27 universidades, desafiando os participantes a resolverem casos práticos sobre orçamento familiar, poupança e investimento em produtos financeiros digitais. Foi neste contexto que David Sousa, Leonor Rocha e Tiago Freitas, alunos da Católica Lisbon School of Business & Economics, se destacaram como vencedores da primeira edição do concurso.

“Associamos a literacia financeira aos cursos de economia, gestão e finanças, mas, na verdade, não nos focamos [no curso] nesses aspetos pessoais de como poupar, em que poupar, como organizar o nosso orçamento pessoal”, sublinha David Sousa. Esta reflexão revela uma lacuna preocupante mesmo entre estudantes das áreas económicas e reforça a necessidade de iniciativas como esta.

Em entrevista ao ECO, os vencedores do concurso não escondem a preocupação com o impacto dos “fininfluencers” e da proliferação de conselhos financeiros nas redes sociais. “Vejo amigos que falam em memecoins como um investimento a longo prazo, o que me deixa absolutamente sem palavras”, confessa David, alertando para a tendência de tratar o investimento como um jogo. Esta realidade é agravada pelos dados de um inquérito da Blackrock que mostram que 43% dos investidores portugueses possuem criptoativos, quase o dobro da média europeia.

Os vencedores do concurso “O Meu Futuro Financeiro” defendem unanimemente a introdução da educação financeira nas escolas como “a base para depois as pessoas conseguirem tomar decisões informadas”.

Para Tiago, a regra é clara: “Invisto apenas naquilo que percebi completamente.” Uma filosofia que contrasta com a tendência dos jovens portugueses para investimentos de alto risco sem o devido conhecimento. “Investir pode capitalizar a poupança, mas também pode ser um casino, se não percebermos aquilo que estamos a fazer”, alerta o estudante de Finanças, numa crítica direta à pressão das redes sociais para “enriquecer rapidamente”.

Leonor destaca também a importância de se “falar abertamente sobre dinheiro”, um tema que considera ainda tabu em muitas famílias portuguesas, apesar de ser “uma parte fundamental da vida e não só uma coisa acessória”. A estudante de Gestão Internacional defende que quem tem formação na área deve “assumir este papel” de educar os pares, especialmente numa fase em que os jovens iniciam a vida ativa.

Os vencedores defendem unanimemente a introdução da educação financeira nas escolas como “a base para depois as pessoas conseguirem tomar decisões informadas”. Tiago compara o processo com a educação ambiental. “Aquilo que foi ensinado nas escolas depois passou para os pais”, sugerindo que as crianças podem ser agentes de mudança nas suas próprias famílias.

Assista à entrevista completa com os vencedores do concurso “O Meu Futuro Financeiro” para conhecer algumas das estratégias de poupança e de investimento que estes jovens seguem e alguns conselhos que podem ajudá-lo a gerir melhor o seu dinheiro.

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ISDIN fotoprotege velejadores e espetadores na “XVIII Puig Vela Clàssica Barcelona”

  • Servimedia
  • 10 Julho 2025

ISDIN oferece fotoproteção aos participantes na competição e ao público presente, bem como conselhos especializados sobre como cuidar da saúde da pele.

O laboratório ISDIN é o fotoprotetor oficial da 18ª edição da regata Puig Vela Clàssica, que se realiza em Barcelona até 12 de julho. A competição é um dos eventos internacionais que fazem parte da campanha de sensibilização do ISDIN para a importância de se proteger dos efeitos nocivos do sol na prática de desportos ao ar livre, bem como na vida quotidiana.

O laboratório colocou fotoprotetores à disposição dos participantes e oferece conselhos especializados sobre como prevenir os danos causados pelo sol durante os quatro dias da regata. Uma oportunidade de sensibilização num evento que transforma a costa de Barcelona num cenário único para os entusiastas da vela.

A regata reúne dezenas de barcos clássicos de todo o mundo, incluindo algumas das jóias da arquitetura naval dos séculos XIX e XX, que todos os que estiverem em Barcelona terão a oportunidade de ver em ação. A competição faz parte do calendário oficial da Real Federação Espanhola de Vela e conta para o 3º Campeonato Internacional da CIM (Comité Internacional do Mediterrâneo), bem como para o 14º Troféu Mare Nostrum – Taça de Espanha de Barcos Clássicos.

O compromisso da ISDIN como fotoprotetor oficial da XVIII Puig Vela Clàssica faz parte do seu objetivo de inspirar um futuro sem cancro da pele através da prevenção e da sensibilização para o uso de fotoprotetores.

Neste sentido, uma das principais linhas de ação é a sensibilização em grandes eventos desportivos ao ar livre. Por este motivo, o laboratório colabora com a regata há mais de uma década, mas também está presente noutras modalidades como o ténis. Um exemplo são as alianças com torneios como Roland-Garros, Godó, Mutua Madrid Open, Rio Open, Chile Open, Los Cabos Tennis Open, o Mexican Tennis Open e o Millennium Estoril Open.

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IRS Jovem trava devolução das propinas? Ouça o podcast “Ao trabalho!”

O podcast "Ao trabalho!" traz-lhe as notícias que estão a marcar o mercado de trabalho, dos salários às novas tendências, todas as quintas-feiras.

Quem beneficia do IRS Jovem tem ou não direito ao prémio salarial, que corresponde, na prática, à devolução das propinas? O PS entregou uma proposta que deixa claro que os dois benefícios são cumuláveis. E este é um dos temas do novo episódio do podcast “Ao trabalho!”, que todas as quintas-feiras lembra os principais destaques do mundo laboral em menos de cinco minutos.

Esta semana, falamos também sobre as mudanças na lei da greve, e ainda sobre os aumentos salariais que têm sido garantidos pela negociação coletiva.

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O que mudou na privatização da TAP desde a venda aprovada pelo PS

Percentagem a vender encolheu do Governo de António Costa para o de Luís Montenegro. Contas da companhia aérea deterioraram-se desde 2023.

Foi há exatamente 21 meses e 12 dias que o Governo de António Costa aprovou um decreto-lei de reprivatização da TAP, que acabaria inviabilizado por um veto presidencial e a demissão do Executivo pouco tempo depois. A venda esteve quase a avançar ainda com o Governo anterior, mas foi travada pelo chumbo da moção de confiança. Agora, está de novo prestes a sair da forja.

O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, já veio a dizer há algumas semanas que o decreto-lei de privatização será aprovado “nas próximas semanas”, pelo que deverá estar iminente a ida do diploma a Conselho de Ministros.

Mas muito mudou nos 651 dias que decorreram desde que o ministro Fernando Medina anunciou a aprovação do decreto-lei de reprivatização, em setembro de 2023. Desde logo no modelo de venda.

O Governo socialista de maioria absoluta aprovou a venda de entre 51% e 100% do capital da companhia aérea, com 5% reservados para os trabalhadores. Desta vez, com PS e Chega a oporem-se à venda de uma posição maioritária, é já certo que a reprivatização irá abranger até 49% do capital. “Neste primeiro momento venderemos menos de 50% do capital”, referiu o ministro das Finanças esta semana em declarações à Bloomberg. O que não mudará são os 5% para quem trabalha na TAP, uma exigência da Lei das Privatizações.

A venda de uma participação minoritária permitirá manter um controlo sobre as decisões estratégicas da companhia e deverá evitar um novo veto de Belém. Em outubro de 2023, Marcelo Rebelo de Sousa devolveu o diploma ao Governo pedindo a “clarificação de três aspetos que considera essenciais: a capacidade de acompanhamento e intervenção do Estado numa empresa estratégica como a TAP; a questão da alienação ou aquisição de ativos ainda antes da privatização; a transparência de toda a operação”.

O Governo tem vindo a afirmar que a marca, a sede, as rotas estratégias e o hub no aeroporto de Lisboa terão de estar assegurados. Entre os critérios para a seleção dos candidatos que estarão vertidos no decreto-lei estará também a expansão da atividade da TAP. “Estamos a tentar encontrar um parceiro internacional que nos possa ajudar a desenvolver a empresa, aumentar as rotas, o número de aeronaves e o investimento na empresa e, depois, obviamente, a recuperar parte do dinheiro que os contribuintes puseram na companhia há quatro anos”, acrescentou o ministro das Finanças.

As contas da companhia aérea também mudaram neste período. A TAP registou um lucro de 177,3 milhões de euros em 2023, o mais elevado de sempre. Resultado que caiu substancialmente em 2024, para 53,7 milhões de euros, com as contas a serem penalizadas por perdas cambiais e provisões para os processos judiciais colocados pelos tripulantes. As novas decisões desfavoráveis à companhia podem ainda aumentar o valor a provisionar, com o principal sindicato que representa os tripulantes a referir montantes na ordem dos 300 milhões de euros.

Os últimos números divulgados, referentes ao primeiro trimestre, voltaram a ser marcados por uma deterioração do resultado líquido, com os prejuízos a aumentarem de 90 para 108 milhões de euros. Uma evolução justificada pela administração da TAP com a greve dos pilotos da Portugália e o facto de a Páscoa ter calhado este ano em abril.

A pesar nos resultados da companhia está também o forte aumento das despesas com pessoal, que quase duplicaram no espaço de dois anos devido ao fim dos cortes salariais aplicados no âmbito do plano de restruturação e à negociação de novos acordos de empresa.

Existe também a sombra do diferendo com a Azul, que reclama 177 milhões de euros à TAP SGPS de um empréstimo obrigacionista celebrado em 2016. Aquela holding, cujo nome mudou para SIAVILO, deixou de ter qualquer participação na companhia área, a TAP SA, no final de 2021, mas esta ainda poderá responder em tribunal pelas garantias prestadas no financiamento.

A transportadora portuguesa registou ainda uma redução das receitas operacionais nos primeiros três meses do ano, de 4,5%, para 823,4 milhões de euros. Uma evolução contrária às suas principais concorrentes europeias, que se deveu à quebra de 6% na Europa e Brasil, com a companhia a assinalar um ambiente competitivo mais intenso neste último país, onde tem uma operação muito elogiada pelos grupos interessados na privatização.

Evolução positiva teve a redução da dívida que no final de 2022 era equivalente a 3,5 vezes os meios de exploração libertos, rácio que baixou para 2,2 vezes no início de 2024 considerando a última injeção de capital do Estado de 343 milhões.

O que não se alterou foi o interesse da Air France-KLM, da Lufthansa, e do Grupo IAG (dono de companhias como a British Airways e Iberia), que desde 2023 têm vindo a reiterar a vontade de se candidatar à venda da TAP, considerada a última transportadora aérea europeia com uma dimensão significativa ainda não integrada num grande grupo.

Embora todos tenham manifestado disponibilidade para a aquisição de uma parcela minoritária da TAP, há quem tenha mostrado preferência por uma maioria do capital ou “um caminho para a propriedade total”, como afirmou em janeiro um executivo responsável pelo desenvolvimento de negócio do grupo IAG.

A autonomia de gestão será outro tema central. O CEO da dona da British Airways e Iberia afirmou em fevereiro que o interesse na TAP depende da “liberdade para gerir a companhia”.

A consolidação no setor também não parou. A Lufthansa concluiu em janeiro a aquisição de 41% da italiana ITA Airways, por 325 milhões de euros, depois de um longo processo de aprovação junto da Comissão Europeia. A semana passada a Air France-KLM anunciou que pretende aumentar a sua participação na SAS dos atuais 19,9% para 60,5%, adquirindo a totalidade das ações detidas pela Castlelake e pela Lind Invest.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 10 Julho 2025

No dia em que o Banco de Portugal e o INE divulgam dados económicos, prossegue o julgamento da Operação Marquês.

Esta quinta-feira o Banco de Portugal e o Instituto Nacional de Estatística (INE) vão divulgar novos indicadores económicos, no dia em que prossegue o julgamento da Operação Marquês. Já lá fora, decorre a votação da moção de censura à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der leyen.

Banco de Portugal divulga indicadores

O Banco de Portugal (BdP) divulga esta quinta-feira vários indicadores, nomeadamente o balanço do Banco Central referente a junho, as contas nacionais financeiras do primeiro e as contas nacionais financeiras-interligações entre setores referentes ao primeiro trimestre.

Como se comportou o comércio internacional?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) publica os dados sobre o comércio internacional referentes ao mês de maio. O gabinete de estatística vai ainda revelar o índice de preços no consumidor de junho e o rendimento e condições de vida referentes a 2024.

Reunião de Conselho de Ministros

Esta quinta-feira, às 9h30, reúne-se também o Conselho de Ministros na residência oficial do Primeiro-Ministro, estando o briefing previsto para as 17h00 no Campus XXI. No último encontro o Governo aprovou regras para novo regime de cibersegurança e dois diplomas que “concretizam uma nova fase da reforma das finanças públicas”.

Prossegue julgamento da Operação Marquês

Prossegue ainda o julgamento da Operação Marquês no Tribunal Central Criminal de Lisboa. 22 arguidos respondem por 118 crimes económico-financeiros, entre os quais corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal, relacionados sobretudo com três dossiês: o Grupo Lena, no qual se inclui o projeto do TGV; a antiga empresa de telecomunicações Portugal Telecom (PT) e o resort de Vale do Lobo, no Algarve. José Sócrates está acusado de 22 crimes – três de corrupção, 13 de branqueamento de capitais e seis de fraude fiscal,

Votação da moção de censura a von der leyen

Os eurodeputados vão votar, esta quinta-feira, em Estrasburgo, uma moção de censura a Ursula von der Leyen, que irá ditar o futuro da presidente da Comissão Europeia. A moção deve-se ao polémico dossier das mensagens trocadas entre von der Leyen e o presidente executivo da Pfizer, Albert Bourla, durante a negociações de vacinas em plena pandemia.

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